O último episódio fugiu um pouco do que é um episódio de Black Mirror. A provocação e a angustia características que vem automáticas em outras histórias não acontece nessa. Virou um episódio de alguma série infantil onde existe um arco previsível, piegas e com soluções milagrosas de resgate.
A série tem uma ótima premissa. Mas a verdade dos acontecimentos (a verdade humana, não a verossimilhança da realidade, estamos falando de uma história distópica afinal) está ausente no desenrolar do roteiro. Quando se começa a compreender as motivações dos personagens e a sua psicologia e, através deles, a mitologia e códigos culturais desse mundo, começa-se a encontrar erros e falta essa tal verdade. Algumas coisas não ficaram claras: 1. A perfeição da vida no Maralto não é, em nenhum momento, provada ou propagandeada, mesmo assim os moradores do continente se vêem motivados o suficiente para encararem o Processo. 2. Me estranhou o fato de que, em nenhum momento, fica claro como o mundo ficou do jeito que nos é apresentado na história. Que catástrofe ocorreu para que a miséria e a pobreza fossem generalizadas, mais do que no mundo em que vivemos? Quem ocasionou isso? Existe uma realidade de escassez material? faltam suprimentos? Daí o fato de se criar a divisão dos privilegiados que tem acesso ao pouco que resta, ou a miséria é deliberada? Sempre é uma boa metáfora essa divisão flagrante entre os sabotados e os privilegiados em histórias. E pra que histórias assim, distantes do nosso cotidiano, funcionem, é preciso que alguns porquês sejam respondidos. Mesmo em uma primeira temporada, devemos ser situados na história. O contexto, aqui, nos é apresentado pela metade. Outro fato que me incomodou foi o de a Causa, organização que de articula para dar fim ao processo, ser apresentada como terrorista. Não parecem ser motivados ideologicamente, parecem mais bandidos sem motivações legítimas. Quanto à atuação e direção de arte, não vou comentar , porque isso é a primeira coisa que se percebe entre os pontos negativos da série. Para não ficar só na crítica, aqui vão alguns pontos positivos. A história é ambiciosa, acho que não é nada menos que uma qualidade o fato de apostarem numa ficção científica brasileira (coisa incomum). A diversidade me agradou muito. Não é nenhum esforço praticá-la, mais e mais estamos sendo convencidos disso (vide HTGAWM e OITNB, entre outros). Num mundo distopico então, numa fantasia, não tem desculpa para ser diferente. O numero de negros e mulheres protagonistas me surpreendeu, muito além de produções da Rede Globo por exemplo (SuperMax). O roteiro dos episódios individualmente não é nada mal. Esse lance das provas funciona bem, prende a atenção e vem a calhar com o tipo de exibição em que as pessoas geralmente maratonam. Em fim. Esses são os pontos que queria expressar aqui sobre esses oito episódios que terminei de ver hoje. 3% é um divisor de águas. Logo menos vêm a série do Padilha sobre a Lava-Jato e espero que venham muitas outras brasileiras.
O Ensaio (1ª Temporada)
4.1 58 Assista AgoraNathan Fielder continua seu trabalho que iniciou com Nathan for Tou, só que agora de uma forma mais sombria e menos escrachada
Stranger Things (4ª Temporada)
4.2 1,0K Assista AgoraQuatro estrelas pois os episódios são desnecessariamente longos
Black Mirror (5ª Temporada)
3.2 959O último episódio fugiu um pouco do que é um episódio de Black Mirror. A provocação e a angustia características que vem automáticas em outras histórias não acontece nessa. Virou um episódio de alguma série infantil onde existe um arco previsível, piegas e com soluções milagrosas de resgate.
La Casa de Papel (Parte 1)
4.2 1,3K Assista AgoraEssas séries tão funcionando como novelas. O bom é que as tramas são mais bem amarradas e duram menos. Ansioso pra segunda temporada (segunda parte).
3% (1ª Temporada)
3.6 772 Assista AgoraA série tem uma ótima premissa. Mas a verdade dos acontecimentos (a verdade humana, não a verossimilhança da realidade, estamos falando de uma história distópica afinal) está ausente no desenrolar do roteiro. Quando se começa a compreender as motivações dos personagens e a sua psicologia e, através deles, a mitologia e códigos culturais desse mundo, começa-se a encontrar erros e falta essa tal verdade.
Algumas coisas não ficaram claras: 1. A perfeição da vida no Maralto não é, em nenhum momento, provada ou propagandeada, mesmo assim os moradores do continente se vêem motivados o suficiente para encararem o Processo. 2. Me estranhou o fato de que, em nenhum momento, fica claro como o mundo ficou do jeito que nos é apresentado na história. Que catástrofe ocorreu para que a miséria e a pobreza fossem generalizadas, mais do que no mundo em que vivemos? Quem ocasionou isso? Existe uma realidade de escassez material? faltam suprimentos? Daí o fato de se criar a divisão dos privilegiados que tem acesso ao pouco que resta, ou a miséria é deliberada?
Sempre é uma boa metáfora essa divisão flagrante entre os sabotados e os privilegiados em histórias. E pra que histórias assim, distantes do nosso cotidiano, funcionem, é preciso que alguns porquês sejam respondidos. Mesmo em uma primeira temporada, devemos ser situados na história. O contexto, aqui, nos é apresentado pela metade.
Outro fato que me incomodou foi o de a Causa, organização que de articula para dar fim ao processo, ser apresentada como terrorista. Não parecem ser motivados ideologicamente, parecem mais bandidos sem motivações legítimas.
Quanto à atuação e direção de arte, não vou comentar , porque isso é a primeira coisa que se percebe entre os pontos negativos da série.
Para não ficar só na crítica, aqui vão alguns pontos positivos. A história é ambiciosa, acho que não é nada menos que uma qualidade o fato de apostarem numa ficção científica brasileira (coisa incomum). A diversidade me agradou muito. Não é nenhum esforço praticá-la, mais e mais estamos sendo convencidos disso (vide HTGAWM e OITNB, entre outros). Num mundo distopico então, numa fantasia, não tem desculpa para ser diferente. O numero de negros e mulheres protagonistas me surpreendeu, muito além de produções da Rede Globo por exemplo (SuperMax). O roteiro dos episódios individualmente não é nada mal. Esse lance das provas funciona bem, prende a atenção e vem a calhar com o tipo de exibição em que as pessoas geralmente maratonam. Em fim. Esses são os pontos que queria expressar aqui sobre esses oito episódios que terminei de ver hoje. 3% é um divisor de águas. Logo menos vêm a série do Padilha sobre a Lava-Jato e espero que venham muitas outras brasileiras.
Avatar: A Lenda de Aang (1ª Temporada)
4.5 208 Assista AgoraEu sou apaixonado por esse desenho. Pena que Shyalaman cagou no filme.
Beyblade
3.6 61 Assista AgoraMelhor desenhos de todos. Prefiro do que Dragon Ball, me julguem