Esse filme é uma aula de montagem e edição. Passa a sensação de tragédia eminente a cada take. Da superação a velocidade, é absurdo ver o que as grandes corporações fazem com os sonhos das pessoas. Um ótimo filme, um pouco ofuscado por outras grandes obras este ano, mas que tem seu valor e seu público!
Obra de arte absoluta. A singeleza e a profundidade com que esse filme toca em assuntos delicados para falar sobre perda, solidão e abandono é pura magia. Um dos melhores filmes dessa temporada de Oscar para mim.
Até metade do filme é bem fofinho, mas do meio pra frente e com a sequência final foi algo mágico! Que filme bonito e que mensagem singela. Para minha filhinha não desejo nada que não a excentricidade. Ser comum é overrated
O filme é uma experiência sensorial terrível. O conto de horror dirigido por Robert Eggers beira a perfeição e as atuações de Pattison e Dafoe coroam o filme fazendo-o imperdível para os amantes da sétima arte. Obra de arte absoluta!
Em religiões eu não acredito, nas instituições menos ainda, em Deus sou agnóstico e tenho minhas dúvidas, agora em Fernando Meirelles eu acredito! "Dois Papas", que filme maravilhoso! A amizade e a devoção destes dois senhores transcendeu os limites do credo e deu uma ótima história para ateus e crentes brindarem ao bom cinema!
Faltou um certo carisma aqui e ali, especialmente nas crianças, mas no geral, Laços, está acima da média, especialmente por ser uma adaptação dos quadrinhos. Me surpreendi positivamente com a obra. Deliciosa, divertida e até comovente (fiquei com vontade dar na cara do cebolinha quando ele chamou a Mônica de dentuça e baixinha - língua presa do caralho) Destaque para a participação de Rodrigo Santoro como o louco. Quando o cara é bom ele é bom. Poxa vida!
De Kleber Mendonça Filho, diretor de aquarius. Em poucas palavras, "Bacurau" é violento, extremamente violento, mas sem sombra de dúvida uma obra de arte, quiçá o melhor filme do ano. Sobretudo porque é nosso! É nossa identidade e cultura. O filme trata da supremacia branca e americana sobre um país e um povo subdesenvolvido intelectual e socialmente falando, mas que não por isso é inferior. Bacurau trata essa questão na bala! Brilhante. Agora sim sr. Kleber Mendonça, agora sim...
A proposta do filme é bastante ousada: dialogar com a temática super herói sob uma ótica crível e racional. Contudo, a obra cria para isso um mundo de opostos que se atraem sem querer absolutamente nada com isso. A profundidade acerca dos personagens é até interessante, mas as motivações destes beiram o patético. Me lembro bem que à época de "Corpo Fechado" a ideia do filme em si era absurda e o roteiro bem medíocre, em "Fragmentado" por outro lado, o fundamento da psiquiatria por detrás do vilão multifacetado combinados a uma temática adulta e coesa (com excessão do final que para muitos arruinaram a experiência) era quase que uma redenção a um diretor que buscava uma nova assinatura. Então nos créditos eis a surpresa - e temor para alguns - os universos tão distintos destas duas obras se juntariam para uma trilogia que prometia a redenção de corpo fechado e um sentido para o final de fragmentado. "Vidro" se pensado sob o quase-gênero "filme de super herói" até vale uma investida, mas num todo (e pelo que ele deseja ser administrando para si a alcunha cult da rodada), consegue apenas resgatar a nostalgia de corpo fechado e simular um universo compartilhado a la Shyamalan sem ninguém ter pedido por isso. Ao que me parece o diretor tentou entrar na onda milionária das grandes produções de super heróis, invocou para si um roteiro que o justificasse, mas que pela tabela consiguiu arruinar a ótima experiência por detrás de fragmentado. E isso foi só o que ele conseguiu.
Dublagem extremamente sofrível e por consequência disso os personagens ficaram muito apáticos e sem expressão alguma. A animação é belíssima, mas perdeu-se a magia que outrora encantou gerações inteiras. Eu até vou rever o filme legendado, mas de antemão afirmo: fico com o desenho.
Um filme independente com um roteiro e atuações tão impecáveis que me faz pensar o quanto o cinema underground pode fazer pela sétima arte, afinal cinema é isso; mas do que retratar uma época, dialogar com a essência que move e nos molda seres humanos melhores. A profundidade que cada personagem trás consigo, a maneira como a história quer retratar o adorável Stevie, mas acaba pela entrelinha se aprofundando em cada um dos membros da gangue é tão inspirador que realmente me fez amar e me importar com cada um deles, especialmente nos instantes finais. "Anos 90" é uma destes obras raras, que quer retratar uma época (como o próprio título sugere), mas acaba por nos mostrar que o conceito de família e amizade é, por tudo, atemporal.
Que bela obra, verdadeiramente lírico e poético, "call me by your name" é com certeza um filme que merece a estatueta do Oscar, bem como todos os prêmios que recebeu, pela mensagem de paz e inclusão que suas duas horas de projeção proporcionam. Um filme que sai do armário e não se esconde pelas entrelinhas de conceito algum e nos mostra, a todos, como seres humanos que somos, sem medo, sem culpa, sem ressentimentos, que não há nada de errado em amar. Por mais pais como os de Elio, por mais histórias de amor como essa, este é um filme que simplesmente precisa existir ainda mais nos dias de hoje onde a insensatez cresce entre os conservadores e a bola da vez parece ser o ódio aos diferentes. E o que fazer com esta trilha sonora que de vinte em vinte minutos me fazia parar o vídeo para perguntar pro Google ja boquiaberto: "que diabos é isto que eu estou ouvindo?" Atuação monstra do favorito ao Oscar Timothée Chalmette, sereno, límpido, e com certeza com o último take mais emblemático desde o poderoso chefão. E não vou omitir a conversa singela e fraternal do pai de Elio, já ao final da projeção, se dirigindo ao filho pela serenidade de uma vida inteira que poderia ter sido e nunca foi. Se o filme já flertava com a perfeição antes disso, depois desta cena, o céu será mesmo o limite para Luca Guadagnino e sua obra de arte. Já tem minha torcida. Oscar 2018 está com uma safra verdadeiramente promissora.
The Square é genial e se prova como o motivo pelo qual cinema é considerado arte e o quão absolutamente notável é o exercício de lapidar uma obra afim de extrair dela beleza filosófica. Em uma primeira análise o filme do diretor Ruben Östlund (o mesmo do riquíssimo e instintivo Força Maior) se mostra inconveniente e tão satírico que buscar uma só temática para o roteiro-base para as mais de dezenas de passagens que fazem alusão desde o mercado artístico em nossa sociedade contemporânea até os precipícios que separam as classes sociais é, de fato, algo extremamente improvável. Sendo, sobretudo, um tratado sobre a arte moderna em si, the square quer incomodar e o faz, desde os primórdios da projeção, nos submetendo a risos forçados, mesmo tendo em vista a falta de ética que contrapõe em si a máxima da exposição que dá nome ao longa, onde, “o santuário de confiança e cuidado, um espaço onde compartilhamos direitos e responsabilidades” não reflete o ideal de personagem algum, sobretudo da niilista classe média tão banalizada e pela qual nosso improvável herói repousa solitário e desastrado de si, incapaz de um simples pedido de desculpas para redimir-se de um roubo seguido por um show de horrores de direitos, mas nunca de deveres. E como não elogiar a antológica cena do ator fazendo uma performance de gorila, cena esta que por si só justifica a palma de ouro em Cannes? Sem dúvida the Square cumpre bem seu papel e provoca - especialmente naqueles que não abandonaram a sala pela metade da projeção - uma excelente reflexão sobre os rumos da arte, da publicidade, das relações humanas e das diferenças de classes em nossos dias e é filme mais que obrigatório na bagagem intelectual de todo amante do bom cinema.
A liga da justiça peca ao trocar a nuance de um bom drama científico de proporções épicas com personagens fascinantes por um sessão da tarde descompromissado.
Embora até funcione como um, a falta de um senso de identidade faz a DC se anular filme após filme enquanto, tentando entregar um material muito enxuto e certeiro, quase exige do expectador que este tenha um conhecimento prévio dos quadrinhos para apreciar a narrativa, esta sempre tão incompleta.
A crítica e o público em geral o estão elogiando bastante.
É fato que a Liga não chega a ser desastroso como Esquadrão Suicida o foi, mas ficou bastante abaixo do tom de identidade de Batman vs Super Homem que, mesmo sendo uma retratação terrivelmente falha do material original, ao menos acertou ao tentar inovar no tom e na atmosfera do que seria um confronto de proporções arrebatadoras tendo em vista a mente diabólica de um Lex Luthor um tanto quanto excêntrico, porém convincente.
O flash é o melhor, tem as melhores tiradas, os heróis até convencem em grande parte do filme e os alívios cômicos cumprem seu papel, contudo, não esperem deles o mesmo carisma dos herois da Marvel, anos luz à frente pelos mais de dez anos de bagagem cinematográfica.
O vilão deve ser o pior em um filme jamais retratado e a volta de um dos personagens mais celebres da franquia não deixa de ser um tanto quanto apressada e, pelo screen time, mal trabalhada.
Mas viu, vale o ingresso, não me entendam mal, só não vão esperando aqui a redenção da DC que, depois de mulher maravilha, emprega o saudoso bordão: tem, mas acabou.
Tirando a música tema "I get overhelmed" do dark rooms (que valeu o longa!) tudo o mais é bastante mediano. Confesso que aquele take de cinco minutos da M comendo uma torta eu passei pra frente, que desnecessário aquilo. Tenho misofonia, puta coisa angustiante! No mais o filme até impressiona pela saga do fantasma, pela odisseia de solidão e desventura que o mantém preso a casa e à lembrança da protagonista e por aquele monólogo do rapaz sobre existir para além da vida... SEUS FILHOS VÃO MORRER! Nunca me esquecerei disso. Contudo, não é essa obra prima toda não. Com exceção da música, que não sei se já disse, mas é boa pra caralho!
Filme fofinho, mas muito doutrinador. Eu particularmente prefiro as coisas mais nas entrelinhas do contexto, onde todos os milagres propostos pelo longa fossem mais sentidos do que verdadeiramente explicados através de uma ótica religiosa. Até porque o desfecho por si só é impressionante sem necessidade alguma de ter luz branca no final do túnel e Deus concorrendo como melhor ator coadjuvante. Contudo vale uma investida, chega uma hora que você aceita o que tem que aceitar para a menininha se salvar e digo numa boa, se este aceitar implica se ajoelhar a um suposto Deus cujo criterio de salvação e milagre é um tanto quanto cruel e duvidoso, você se ajoelha. E ja aviso de antemão, prepara o lenço, se chora pacas neste daqui.
Que filme maravilhoso! Acho que nunca a temática da descoberta da sexualidade foi tão bem retratada pela sétima arte quanto neste "Coração de Pedra", filme islandês tão premiado e adorado quanto melancólico. A amizade de Thor é Kristján é tão intensa, o pulsar da sexualidade em ambos é tão distinta quanto agressiva, contudo a máxima de um mundo desenhado para heterrossexuais acolhe Thor e repudia Kristján que passa a viver das migalhas do amor do pai homofóbico, do amigo inocente e dos vizinhos inconsequentes. Mas a amizade de ambos os personagens centrais da trama desafia o mundo e quando tudo o que Thor mais quer é apenas poder abraçar o amigo é que a metáfora do peixe-pedra se fecha como uma última lição de moral e a cena final se revela tão brilhante que a gente se emociona unicamente pela beleza da cinematografia. Se mais pessoas vissem este filme com certeza viveríamos em um mundo mais acolhedor e menos desigual.
Para quem assistiu "Innocence" esta obra faz um sentido maior. Ela funciona quase como uma sucessora espiritual de estranheza e peculiaridade que remete a primeira aparição de Lucile Hadžihalilović no cinema causando o mesmíssimo pavor e fascínio. Eu estou apaixonado por essa diretora e pelo que ela é capaz de fazer com o mundo infantil, outrora meigo e gracioso.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraVim aqui só pra aplaudir de pé essa obra de arte contemporânea.
Ford vs Ferrari
3.9 715 Assista AgoraEsse filme é uma aula de montagem e edição. Passa a sensação de tragédia eminente a cada take. Da superação a velocidade, é absurdo ver o que as grandes corporações fazem com os sonhos das pessoas. Um ótimo filme, um pouco ofuscado por outras grandes obras este ano, mas que tem seu valor e seu público!
Perdi Meu Corpo
3.8 351 Assista AgoraObra de arte absoluta. A singeleza e a profundidade com que esse filme toca em assuntos delicados para falar sobre perda, solidão e abandono é pura magia. Um dos melhores filmes dessa temporada de Oscar para mim.
Tropa Zero
4.0 170 Assista AgoraAté metade do filme é bem fofinho, mas do meio pra frente e com a sequência final foi algo mágico! Que filme bonito e que mensagem singela. Para minha filhinha não desejo nada que não a excentricidade. Ser comum é overrated
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KBom esta tudo aí. Só não vê quem não quer.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraO filme é uma experiência sensorial terrível. O conto de horror dirigido por Robert Eggers beira a perfeição e as atuações de Pattison e Dafoe coroam o filme fazendo-o imperdível para os amantes da sétima arte.
Obra de arte absoluta!
Dois Papas
4.1 963 Assista AgoraEm religiões eu não acredito, nas instituições menos ainda, em Deus sou agnóstico e tenho minhas dúvidas, agora em Fernando Meirelles eu acredito! "Dois Papas", que filme maravilhoso! A amizade e a devoção destes dois senhores transcendeu os limites do credo e deu uma ótima história para ateus e crentes brindarem ao bom cinema!
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraAs definições para "filmes de super-heróis" foram atualizadas com sucesso!
Puta obra de arte bicho!
Turma da Mônica: Laços
3.6 607 Assista AgoraFaltou um certo carisma aqui e ali, especialmente nas crianças, mas no geral, Laços, está acima da média, especialmente por ser uma adaptação dos quadrinhos. Me surpreendi positivamente com a obra. Deliciosa, divertida e até comovente (fiquei com vontade dar na cara do cebolinha quando ele chamou a Mônica de dentuça e baixinha - língua presa do caralho)
Destaque para a participação de Rodrigo Santoro como o louco. Quando o cara é bom ele é bom. Poxa vida!
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraDe Kleber Mendonça Filho, diretor de aquarius. Em poucas palavras, "Bacurau" é violento, extremamente violento, mas sem sombra de dúvida uma obra de arte, quiçá o melhor filme do ano.
Sobretudo porque é nosso! É nossa identidade e cultura. O filme trata da supremacia branca e americana sobre um país e um povo subdesenvolvido intelectual e socialmente falando, mas que não por isso é inferior. Bacurau trata essa questão na bala! Brilhante. Agora sim sr. Kleber Mendonça, agora sim...
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraA proposta do filme é bastante ousada: dialogar com a temática super herói sob uma ótica crível e racional. Contudo, a obra cria para isso um mundo de opostos que se atraem sem querer absolutamente nada com isso. A profundidade acerca dos personagens é até interessante, mas as motivações destes beiram o patético.
Me lembro bem que à época de "Corpo Fechado" a ideia do filme em si era absurda e o roteiro bem medíocre, em "Fragmentado" por outro lado, o fundamento da psiquiatria por detrás do vilão multifacetado combinados a uma temática adulta e coesa (com excessão do final que para muitos arruinaram a experiência) era quase que uma redenção a um diretor que buscava uma nova assinatura.
Então nos créditos eis a surpresa - e temor para alguns - os universos tão distintos destas duas obras se juntariam para uma trilogia que prometia a redenção de corpo fechado e um sentido para o final de fragmentado.
"Vidro" se pensado sob o quase-gênero "filme de super herói" até vale uma investida, mas num todo (e pelo que ele deseja ser administrando para si a alcunha cult da rodada), consegue apenas resgatar a nostalgia de corpo fechado e simular um universo compartilhado a la Shyamalan sem ninguém ter pedido por isso.
Ao que me parece o diretor tentou entrar na onda milionária das grandes produções de super heróis, invocou para si um roteiro que o justificasse, mas que pela tabela consiguiu arruinar a ótima experiência por detrás de fragmentado.
E isso foi só o que ele conseguiu.
O Rei Leão
3.8 1,6K Assista AgoraDublagem extremamente sofrível e por consequência disso os personagens ficaram muito apáticos e sem expressão alguma. A animação é belíssima, mas perdeu-se a magia que outrora encantou gerações inteiras. Eu até vou rever o filme legendado, mas de antemão afirmo: fico com o desenho.
Anos 90
3.9 503Um filme independente com um roteiro e atuações tão impecáveis que me faz pensar o quanto o cinema underground pode fazer pela sétima arte, afinal cinema é isso; mas do que retratar uma época, dialogar com a essência que move e nos molda seres humanos melhores.
A profundidade que cada personagem trás consigo, a maneira como a história quer retratar o adorável Stevie, mas acaba pela entrelinha se aprofundando em cada um dos membros da gangue é tão inspirador que realmente me fez amar e me importar com cada um deles, especialmente nos instantes finais.
"Anos 90" é uma destes obras raras, que quer retratar uma época (como o próprio título sugere), mas acaba por nos mostrar que o conceito de família e amizade é, por tudo, atemporal.
Com Amor, Van Gogh
4.3 1,0K Assista AgoraImpecável!
Poucas vezes vi a vida e a obra de um artista tão bem adaptável ao cinema.
Arte pela arte este filme é quase uma overdose.
Viva: A Vida é Uma Festa
4.5 2,5K Assista AgoraPixar sendo Pixar.
O Paradoxo Cloverfield
2.7 779 Assista AgoraPorque senhor, porque?
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraQue bela obra, verdadeiramente lírico e poético, "call me by your name" é com certeza um filme que merece a estatueta do Oscar, bem como todos os prêmios que recebeu, pela mensagem de paz e inclusão que suas duas horas de projeção proporcionam. Um filme que sai do armário e não se esconde pelas entrelinhas de conceito algum e nos mostra, a todos, como seres humanos que somos, sem medo, sem culpa, sem ressentimentos, que não há nada de errado em amar.
Por mais pais como os de Elio, por mais histórias de amor como essa, este é um filme que simplesmente precisa existir ainda mais nos dias de hoje onde a insensatez cresce entre os conservadores e a bola da vez parece ser o ódio aos diferentes.
E o que fazer com esta trilha sonora que de vinte em vinte minutos me fazia parar o vídeo para perguntar pro Google ja boquiaberto: "que diabos é isto que eu estou ouvindo?"
Atuação monstra do favorito ao Oscar Timothée Chalmette, sereno, límpido, e com certeza com o último take mais emblemático desde o poderoso chefão.
E não vou omitir a conversa singela e fraternal do pai de Elio, já ao final da projeção, se dirigindo ao filho pela serenidade de uma vida inteira que poderia ter sido e nunca foi. Se o filme já flertava com a perfeição antes disso, depois desta cena, o céu será mesmo o limite para Luca Guadagnino e sua obra de arte.
Já tem minha torcida.
Oscar 2018 está com uma safra verdadeiramente promissora.
The Square - A Arte da Discórdia
3.6 318 Assista AgoraThe Square é genial e se prova como o motivo pelo qual cinema é considerado arte e o quão absolutamente notável é o exercício de lapidar uma obra afim de extrair dela beleza filosófica.
Em uma primeira análise o filme do diretor Ruben Östlund (o mesmo do riquíssimo e instintivo Força Maior) se mostra inconveniente e tão satírico que buscar uma só temática para o roteiro-base para as mais de dezenas de passagens que fazem alusão desde o mercado artístico em nossa sociedade contemporânea até os precipícios que separam as classes sociais é, de fato, algo extremamente improvável.
Sendo, sobretudo, um tratado sobre a arte moderna em si, the square quer incomodar e o faz, desde os primórdios da projeção, nos submetendo a risos forçados, mesmo tendo em vista a falta de ética que contrapõe em si a máxima da exposição que dá nome ao longa, onde, “o santuário de confiança e cuidado, um espaço onde compartilhamos direitos e responsabilidades” não reflete o ideal de personagem algum, sobretudo da niilista classe média tão banalizada e pela qual nosso improvável herói repousa solitário e desastrado de si, incapaz de um simples pedido de desculpas para redimir-se de um roubo seguido por um show de horrores de direitos, mas nunca de deveres.
E como não elogiar a antológica cena do ator fazendo uma performance de gorila, cena esta que por si só justifica a palma de ouro em Cannes?
Sem dúvida the Square cumpre bem seu papel e provoca - especialmente naqueles que não abandonaram a sala pela metade da projeção - uma excelente reflexão sobre os rumos da arte, da publicidade, das relações humanas e das diferenças de classes em nossos dias e é filme mais que obrigatório na bagagem intelectual de todo amante do bom cinema.
4,5 / 5
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraSem sombra de dúvida um dos melhores filmes de todos os tempos! Perfeito, com roteiro, direção e atuações impecáveis.
Liga da Justiça
3.3 2,5K Assista AgoraA liga da justiça peca ao trocar a nuance de um bom drama científico de proporções épicas com personagens fascinantes por um sessão da tarde descompromissado.
Embora até funcione como um, a falta de um senso de identidade faz a DC se anular filme após filme enquanto, tentando entregar um material muito enxuto e certeiro, quase exige do expectador que este tenha um conhecimento prévio dos quadrinhos para apreciar a narrativa, esta sempre tão incompleta.
A crítica e o público em geral o estão elogiando bastante.
É fato que a Liga não chega a ser desastroso como Esquadrão Suicida o foi, mas ficou bastante abaixo do tom de identidade de Batman vs Super Homem que, mesmo sendo uma retratação terrivelmente falha do material original, ao menos acertou ao tentar inovar no tom e na atmosfera do que seria um confronto de proporções arrebatadoras tendo em vista a mente diabólica de um Lex Luthor um tanto quanto excêntrico, porém convincente.
O flash é o melhor, tem as melhores tiradas, os heróis até convencem em grande parte do filme e os alívios cômicos cumprem seu papel, contudo, não esperem deles o mesmo carisma dos herois da Marvel, anos luz à frente pelos mais de dez anos de bagagem cinematográfica.
O vilão deve ser o pior em um filme jamais retratado e a volta de um dos personagens mais celebres da franquia não deixa de ser um tanto quanto apressada e, pelo screen time, mal trabalhada.
Mas viu, vale o ingresso, não me entendam mal, só não vão esperando aqui a redenção da DC que, depois de mulher maravilha, emprega o saudoso bordão: tem, mas acabou.
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista AgoraTirando a música tema "I get overhelmed" do dark rooms (que valeu o longa!) tudo o mais é bastante mediano. Confesso que aquele take de cinco minutos da M comendo uma torta eu passei pra frente, que desnecessário aquilo. Tenho misofonia, puta coisa angustiante!
No mais o filme até impressiona pela saga do fantasma, pela odisseia de solidão e desventura que o mantém preso a casa e à lembrança da protagonista e por aquele monólogo do rapaz sobre existir para além da vida...
SEUS FILHOS VÃO MORRER! Nunca me esquecerei disso.
Contudo, não é essa obra prima toda não.
Com exceção da música, que não sei se já disse, mas é boa pra caralho!
Milagres do Paraíso
4.0 388 Assista AgoraFilme fofinho, mas muito doutrinador. Eu particularmente prefiro as coisas mais nas entrelinhas do contexto, onde todos os milagres propostos pelo longa fossem mais sentidos do que verdadeiramente explicados através de uma ótica religiosa. Até porque o desfecho por si só é impressionante sem necessidade alguma de ter luz branca no final do túnel e Deus concorrendo como melhor ator coadjuvante.
Contudo vale uma investida, chega uma hora que você aceita o que tem que aceitar para a menininha se salvar e digo numa boa, se este aceitar implica se ajoelhar a um suposto Deus cujo criterio de salvação e milagre é um tanto quanto cruel e duvidoso, você se ajoelha.
E ja aviso de antemão, prepara o lenço, se chora pacas neste daqui.
Corações de Pedra
3.9 185Que filme maravilhoso!
Acho que nunca a temática da descoberta da sexualidade foi tão bem retratada pela sétima arte quanto neste "Coração de Pedra", filme islandês tão premiado e adorado quanto melancólico.
A amizade de Thor é Kristján é tão intensa, o pulsar da sexualidade em ambos é tão distinta quanto agressiva, contudo a máxima de um mundo desenhado para heterrossexuais acolhe Thor e repudia Kristján que passa a viver das migalhas do amor do pai homofóbico, do amigo inocente e dos vizinhos inconsequentes.
Mas a amizade de ambos os personagens centrais da trama desafia o mundo e quando tudo o que Thor mais quer é apenas poder abraçar o amigo é que a metáfora do peixe-pedra se fecha como uma última lição de moral e a cena final se revela tão brilhante que a gente se emociona unicamente pela beleza da cinematografia.
Se mais pessoas vissem este filme com certeza viveríamos em um mundo mais acolhedor e menos desigual.
Evolução
3.2 35Para quem assistiu "Innocence" esta obra faz um sentido maior. Ela funciona quase como uma sucessora espiritual de estranheza e peculiaridade que remete a primeira aparição de Lucile Hadžihalilović no cinema causando o mesmíssimo pavor e fascínio. Eu estou apaixonado por essa diretora e pelo que ela é capaz de fazer com o mundo infantil, outrora meigo e gracioso.