É só uma hipótese, mas acho que A Bruxa é uma alegoria da trajetória da mulher moderna, senão vejamos: começa exilada, condenada, termina tendo aniquilado todos os valores opressivos que a subjugam, do pai, dos irmãos e finalmente da mãe - numa catarse de arrepiar. Rompe a sacralidade dogmática da igreja, aliá-se ao bode, vetor oposto, símbolo do profano e do proibido. Por fim adentra despida na floresta - metáfora para a entrada da mulher na civilização. Depois, sem medo, une-se a outras mulheres iguais a ela e se eleva. Genial. Corram pro cinema feministas. E me dei conta agora que hoje é 8/03. hahahahahhahahaha
Tem gente duvidando que o inacreditável Dicaprio não leve o troféu com este épico ...Concordo! Sentimentos ainda não batizados transbordam ao assistir a essa inquietante luta por sobrevivência cujo pano de fundo, a meu ver, tem algumas reflexões e revisões históricas interessantes.
Ah! De quebra, também duvido alguém não se emocionar com essa bagaça. RECOMENDO.
Porra, que lapada! Diz mais que muitos longas por ai. Afinal de contas não estamos tão avançados assim... Não é mesmo neomarginalistas e neoliberais? PS: tem um trechinho perfeito e essencial no pós-créditos. [3/365]
"Bem e mal são conceitos relativos". Ninguém retrata questões de segurança pública melhor que o nosso José Padilha. O maniqueísmo simples em que muitos cairiam ao retratar a vida de um traficante, com perdão ao trocadilho, vira pó nas mãos desse competente diretor.
Tudo bem não gostar da série, agora os argumentos que estão lançando mão por ai. Como assim? Essa série é um primor técnico, um puta mosaico de referências televisivas. Um desenrolar da porra, bem amarrado, sem pontas soltas. Bem complexa é verdade, mas de uma coerência rara. Personagens riquíssimos, Vince Voughn completamente fora de sua zona de conforto, desconstruindo por completo o estereótipo do gangster fodão insensível, o mesmo vale pro Colin Farrel. E esse final? Épico, duro, belo e frustante como a vida real. Enfim, encaixando-se perfeitamente com a proposta da série. Aos que querem obviedades vão assistir sense 8!
Leviatã é o nome do filme, numa suposta alusão ao monstro mitológico utilizado por Hobbes para simbolizar o poder do estado.
Mas o filme, numa certa ótica invertida, aborda as relações de poder pelo plano de baixo, ou seja, dos pobres sem muitos recursos e sem ninguém com quem contar. Nesse aspecto é grandioso.
Assim, retratando o austero modo de ser dos russos, desenrola-se a trama, ela mesma também austera, numa lentidão propositadamente tediosa ampliada por diálogos silenciosos e pela ausência quase total de trilha sonora musical.
As inúmeras imagens de paisagens, belas é verdade, mas sempre desoladoras, sempre enormes e sempre marcadas, de um jeito ou de outro, pela inevitável ação do tempo, que é incontrolável e externo aos objetos, também traduzem a impotência e a pequenez das personagens quando confrontados com situações, também externas e incontroláveis, diante das quais não tem controle algum – A sequência do menino diante do fóssil de um monstro marinho (Leviatã?), a meu ver, é o ponto alto desse recurso visual a que o filme recorre o tempo todo e é arrebatadora.
Arrebatadora também é a tomada de consciência do trio protagonista de seu total desamparo, elaborada de forma sutil e com uma verossimilhança cortante, tais tomadas produzem uma sensação de abandono poderosíssima.
Certa vez, lí num livro de Lúcia Santaella, uma frase que me chamou a atenção: “Existir é sentir a ação de fatos externos resistindo a nossa vontade”. Se assim for, os personagens de Leviatã existem muito.
Quanto ao “Leviatã” do título, é evidente que o filme trata das relações de poder. E o faz dando relevo às reações de desamparo dos pobres diante das injustiças e indiferenças às quais são submetidos. Injustiças e indiferenças estas muitas vezes cometidas pelo Estado na figura de seus representantes que são quem teoricamente deveriam fazer exatamente o oposto disso. É justamente aí que reside a universalidade desse filmaço que parece feito para gerar um incômodo (necessário), pois dessas coisas temos em qualquer canto.
Mas eu falava do título... Acredito que no caso desse filme o título refira-se a outra coisa diante da qual a sensação de impotência é inevitável, talvez o tempo, esse “tambor de todos os ritmos” como diria Caetano, talvez os outros, porque não temos o menor controle da narrativa elaborada, pelos outros, a nosso respeito.
Ele tem um conceito de moral todo distorcido, à lá Lei de talião (olho por olho), e não se incomoda de machucar pessoas que não estejam diretamente envolvidas para se vingar, como quando espancou o pai do menino que aloprava seu filho. Por essas e outras acho que ele vai estuprar a mulher do Francis, para atingir o gângster. Espero estar enganado, pois torço pela redenção do personagem, mas é isso que esta se desenhando.
A segunda temporada está ótima, não cabem comparações com a primeira. É outro plot, outra história. Mas ainda é True Detective. A cidade como personagem fundamental da trama permanece. Os protagonistas desgraçadamente humanos, bem elaborados, coerentes, ainda estão lá. Personagens ocultos, mortos, sem os quais a trama não se desenrola, ainda estão lá. A atmosfera noir, a trama bem emaranhada, truncada e tensa também permanece. O quarto episódio com os detetives em campo permanece. Por essa e outras razões ainda é TD. O que acontece é que agora a narrativa partiu para outro ramo,
deixa-se de lado o existencialismo da primeira temporada, e parte-se rumo a exploração da sexualidade.
Eu diria até que em certos aspectos a trama desta 2ª temporada até supera a da primeira. Esta segunda temporada mostra-se mais cheia de nuances, referências
como o corte da autópsia de Caster: Amarrado! - diz Bezerrides. Corte para um close em Velcoro! - "Amarrado" adquire duplo sentido, refere-se ao defunto, mas também traduz a situação do complexado detetive.
É claro que com o dobro de protagonistas a série ainda não atingiu a profundidade da primeira temporada, principalmente no tratamento dos protagonistas
Interessante ver o cinema, arte cuja linguagem é essencialmente visual e auditiva, trabalhando a linguagem dum sentido como o olfato (se é que isso existe). Em certas cenas, a força da narrativa é tão poderosa que quase permite sentir o cheiro que, a meu ver, é sempre uma alegoria para outras questões, sempre humanas, as vezes nefastas e escondidas no subterrâneo do indivíduo, como um bom poema. É nesse plano que creio que os autores queriam chafurdar. Acertaram em cheio!
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Desajustados
3.9 119 Assista AgoraEsse filme é o melhor teste já feito: se ao final do filme você achar o Fusy um merda. Há grandes chances do merda ser VOCÊ.
Better Call Saul (1ª Temporada)
4.3 820 Assista AgoraPor que quase toda cena dessa série, assim como breaking bad, têm algum elemento na cor roxa ou lilás? Que coisa mais intrigante!
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista Agora"vc sangra? Vai sangrar!" - [Mas a capa não vai não! hahahahahha - O título deveria Deveria ser Batma versus Supercapa].
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraA melhor parte do filme é o teaser trailer de Esquadrão Suicida.
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4.5 407 Assista Agora"Yes we can!" - The rootlees pragmatism strikes again!
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraÉ só uma hipótese, mas acho que A Bruxa é uma alegoria da trajetória da mulher moderna, senão vejamos: começa exilada, condenada, termina tendo aniquilado todos os valores opressivos que a subjugam, do pai, dos irmãos e finalmente da mãe - numa catarse de arrepiar. Rompe a sacralidade dogmática da igreja, aliá-se ao bode, vetor oposto, símbolo do profano e do proibido. Por fim adentra despida na floresta - metáfora para a entrada da mulher na civilização. Depois, sem medo, une-se a outras mulheres iguais a ela e se eleva. Genial. Corram pro cinema feministas. E me dei conta agora que hoje é 8/03. hahahahahhahahaha
007 Contra Spectre
3.3 1,0K Assista AgoraDecepcionante.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraTem gente duvidando que o inacreditável Dicaprio não leve o troféu com este épico ...Concordo!
Sentimentos ainda não batizados transbordam ao assistir a essa inquietante luta por sobrevivência cujo pano de fundo, a meu ver, tem algumas reflexões e revisões históricas interessantes.
Ah! De quebra, também duvido alguém não se emocionar com essa bagaça. RECOMENDO.
O Emprego
4.5 355Porra, que lapada! Diz mais que muitos longas por ai.
Afinal de contas não estamos tão avançados assim... Não é mesmo neomarginalistas e neoliberais?
PS: tem um trechinho perfeito e essencial no pós-créditos.
[3/365]
House of Cards (1ª Temporada)
4.5 609 Assista Agora"Rootless pragmatism". Quem não ama odiar Frank Underwood? #underwoodrules
Fargo: Uma Comédia de Erros
3.9 920 Assista AgoraIrmãos Cohen e seus tipos "disfuncionais"! Esse filme pra mim trata de dois tipos de loucuras: as permitidas e as não permitidas.
Poderosa Afrodite
3.7 235 Assista AgoraImpressão minha ou a poderosa Afrodite
é na verdade a esposa dele?
Desconstruindo Harry
4.0 335 Assista AgoraA conversa com o diabo é maravilhosa.
Para Sempre Lilya
4.2 869Vi esse filme há uns cinco anos e ainda me lembro bem do Volodja. Volodjaaa!
Narcos (1ª Temporada)
4.4 898 Assista Agora"Bem e mal são conceitos relativos". Ninguém retrata questões de segurança pública melhor que o nosso José Padilha.
O maniqueísmo simples em que muitos cairiam ao retratar a vida de um traficante, com perdão ao trocadilho, vira pó nas mãos desse competente diretor.
True Detective (2ª Temporada)
3.6 773Tudo bem não gostar da série, agora os argumentos que estão lançando mão por ai. Como assim?
Essa série é um primor técnico, um puta mosaico de referências televisivas. Um desenrolar da porra, bem amarrado, sem pontas soltas. Bem complexa é verdade, mas de uma coerência rara.
Personagens riquíssimos, Vince Voughn completamente fora de sua zona de conforto, desconstruindo por completo o estereótipo do gangster fodão insensível, o mesmo vale pro Colin Farrel.
E esse final? Épico, duro, belo e frustante como a vida real. Enfim, encaixando-se perfeitamente com a proposta da série.
Aos que querem obviedades vão assistir sense 8!
True Detective (2ª Temporada)
3.6 773"Look me in the eyes, I wanna watch your lights go out." #frankrules #truegangster #frankpossessed
Leviatã
3.8 299Leviatã é o nome do filme, numa suposta alusão ao monstro mitológico utilizado por Hobbes para simbolizar o poder do estado.
Mas o filme, numa certa ótica invertida, aborda as relações de poder pelo plano de baixo, ou seja, dos pobres sem muitos recursos e sem ninguém com quem contar. Nesse aspecto é grandioso.
Assim, retratando o austero modo de ser dos russos, desenrola-se a trama, ela mesma também austera, numa lentidão propositadamente tediosa ampliada por diálogos silenciosos e pela ausência quase total de trilha sonora musical.
As inúmeras imagens de paisagens, belas é verdade, mas sempre desoladoras, sempre enormes e sempre marcadas, de um jeito ou de outro, pela inevitável ação do tempo, que é incontrolável e externo aos objetos, também traduzem a impotência e a pequenez das personagens quando confrontados com situações, também externas e incontroláveis, diante das quais não tem controle algum – A sequência do menino diante do fóssil de um monstro marinho (Leviatã?), a meu ver, é o ponto alto desse recurso visual a que o filme recorre o tempo todo e é arrebatadora.
Arrebatadora também é a tomada de consciência do trio protagonista de seu total desamparo, elaborada de forma sutil e com uma verossimilhança cortante, tais tomadas produzem uma sensação de abandono poderosíssima.
Certa vez, lí num livro de Lúcia Santaella, uma frase que me chamou a atenção: “Existir é sentir a ação de fatos externos resistindo a nossa vontade”. Se assim for, os personagens de Leviatã existem muito.
Quanto ao “Leviatã” do título, é evidente que o filme trata das relações de poder. E o faz dando relevo às reações de desamparo dos pobres diante das injustiças e indiferenças às quais são submetidos. Injustiças e indiferenças estas muitas vezes cometidas pelo Estado na figura de seus representantes que são quem teoricamente deveriam fazer exatamente o oposto disso. É justamente aí que reside a universalidade desse filmaço que parece feito para gerar um incômodo (necessário), pois dessas coisas temos em qualquer canto.
Mas eu falava do título... Acredito que no caso desse filme o título refira-se a outra coisa diante da qual a sensação de impotência é inevitável, talvez o tempo, esse “tambor de todos os ritmos” como diria Caetano, talvez os outros, porque não temos o menor controle da narrativa elaborada, pelos outros, a nosso respeito.
True Detective (2ª Temporada)
3.6 773Com o final deste quinto episódio estou com a impressão de que Velcoro vai fazer uma tremenda merda no próximo:
Ele tem um conceito de moral todo distorcido, à lá Lei de talião (olho por olho), e não se incomoda de machucar pessoas que não estejam diretamente envolvidas para se vingar, como quando espancou o pai do menino que aloprava seu filho. Por essas e outras acho que ele vai estuprar a mulher do Francis, para atingir o gângster. Espero estar enganado, pois torço pela redenção do personagem, mas é isso que esta se desenhando.
Garapa
4.3 153 Assista AgoraEsse filme é uma pedrada!
True Detective (2ª Temporada)
3.6 773A segunda temporada está ótima, não cabem comparações com a primeira.
É outro plot, outra história. Mas ainda é True Detective.
A cidade como personagem fundamental da trama permanece.
Os protagonistas desgraçadamente humanos, bem elaborados, coerentes, ainda estão lá.
Personagens ocultos, mortos, sem os quais a trama não se desenrola, ainda estão lá.
A atmosfera noir, a trama bem emaranhada, truncada e tensa também permanece.
O quarto episódio com os detetives em campo permanece.
Por essa e outras razões ainda é TD. O que acontece é que agora a narrativa partiu para outro ramo,
deixa-se de lado o existencialismo da primeira temporada, e parte-se rumo a exploração da sexualidade.
Eu diria até que em certos aspectos a trama desta 2ª temporada até supera a da primeira. Esta segunda temporada mostra-se mais cheia de nuances, referências
(quem não se lembrou de twin peaks nos primeiros minutos do 3º ep.?),
como o corte da autópsia de Caster: Amarrado! - diz Bezerrides. Corte para um close em Velcoro! -
"Amarrado" adquire duplo sentido, refere-se ao defunto, mas também traduz a situação do complexado detetive.
É claro que com o dobro de protagonistas a série ainda não atingiu a profundidade da primeira temporada, principalmente no tratamento dos protagonistas
e há quem prefira existencialismo a sexualidade.
No entanto ainda é True Detective, preservado o altíssimo nível.
Perfume: A História de um Assassino
4.0 2,2KInteressante ver o cinema, arte cuja linguagem é essencialmente visual e auditiva, trabalhando a linguagem dum sentido como o olfato (se é que isso existe). Em certas cenas, a força da narrativa é tão poderosa que quase permite sentir o cheiro que, a meu ver, é sempre uma alegoria para outras questões, sempre humanas, as vezes nefastas e escondidas no subterrâneo do indivíduo, como um bom poema.
É nesse plano que creio que os autores queriam chafurdar. Acertaram em cheio!