Confesso que esperava mais, mas não chegou a ser uma total decepção.
Com algumas ressalvas, a adaptação é boa. Ao menos o Stephen Strange, bem como seu alter ego ficaram muito bem caracterizados, tanto na psique, quanto visual. E Benedict Cumberbatch é um excelente ator, atuou de forma convincente no papel. O figurino do personagem e toda a direção de arte estavam exímios.
No entanto, alguns pontos deixaram muito a desejar. Já esperava que o roteiro sofresse mudanças, já que se trata de uma adaptação. O fato do Ancião ser uma Anciã, não achei nocivo para a trama. E a escolha da Tilda Swinton para o elenco foi bastante satisfatória. Conheço outros trabalhos dela, é uma ótima atriz. Ao contrário do que alguns disseram, não achei ruim, pelo contrário. Todos sabem que vivemos em tempos de coerção social, cotas e o tão exacerbado “politicamente correto”. Certamente não manteriam um elenco com grande predominância masculina – ainda que essas mudanças não trouxessem nenhum “impacto” na sociedade, mas os produtores poupariam seus ouvidos de cobranças vindouras, fossem de forma direta ou indireta – e mais do que isso, as mulheres deveriam ter um papel de maior relevância e não apenas salientar o aspecto de “sexo frágil”, tão repetitivo. E concordo, é um imenso clichê. No entanto, é lúcido frisar que nem sempre cabe a alteração de sexo/etnia de personagens consagrados e já estabelecidos, uma vez que se pode esfacelar todo o conceito emblemático da trama e/ou personagem. Foi o que houve com esse último filme dos(das) Caça-Fantasmas. Sempre sou a favor que criem bons personagens femininos, e/ou negros, brancos, pardos, gays e trans, mas não alterar os que já existem. Como fizeram, por exemplo, com esse novo Star Wars Episódio VII. A personagem Rey é incrível, totalmente original, empática e carismática, Finn também, porém menos interessante do que ela. Mas enfim. Com a Anciã, Swinton se encaixou muito bem em sua respectiva personagem. Não trouxe nenhuma calamidade essa mudança - neste caso.
Já o Chiwetel Ejiofor como Mordo, não gostei. O ator me pareceu uma total apatia, e nem de longe transmitiu toda a relevância do personagem original. Mads Mikkelsen como Kaecilius, bem mediano. Embora ele seja um excelente ator, mas o roteiro não contribuiu para um destaque em sua representação.
Entretanto, o que mais incomodou mesmo, foi a caracterização péssima do Dormammu. WTF?!
De onde tiraram que o aspecto do personagem se expõe em uma cabeça gigante?! Sem nexo – alguns até podem tentar defender a tese que ele pode possuir inúmeras formas, coisa e tal, mas achei que ficou detestável – E totalmente destoante da criação original, podiam ao menos manter alguns atributos. Não preservaram nada. Sem contar que também esperava algo um pouco mais aprofundado, e não tão displicente e apressado. Além disso, tudo incitava que teria um embate épico entre o Dr Estranho e ele, já que Dormammu é seu arquiinimigo e um dos maiores vilões da Marvel. Mas, não teve nada disso.
Acho que o filme estava perfeito do início até a metade. A construção e caracterização do Stephen Strange antes de se tornar um mago supremo, estava ótima. Parece que depois desandou. Mas ainda assim, não foi de todo ruim. Talvez quem não sabia da existência do personagem antes de 2016, não deve ter se incomodado com esses fatos que mencionei. Mas no geral, foi satisfatório. Finalmente a Marvel não exagerou nas piadas sem graça e fez um filme mais sóbrio – contando com certas doses oníricas – e mais maduro comparando com a maioria. Espero que o segundo seja melhor. Quanto à parte técnica do filme (Produção, Fotografia, Direção de Arte, Trilha Sonora e Efeitos) é óbvia: sensacional.
P S: A animação do Dr Estranho de 2007 é bem melhor.
Clássico suspense/terror de 1920, inerente ao Expressionismo Alemão.
Grandes filmes como Nosferatu, Metrópolis, O Estudante de Praga, M - O Vampiro de Düsseldorf e tantos outros fazem parte da mesma esfera cinematográfica. O Gabinete do Dr. Caligari tem uma estética bastante peculiar, própria de seu estilo, mas que se destaca dentro de seu âmbito. Sendo uma das referências do gênero. O aspecto visual remete ao gótico e ao cubismo – movimento artístico oriundo do início do século XX.
Como se sabe o filme é mudo. Mas gostei do roteiro. A trama é constituída em 6 Atos. A princípio, parece bastante simplista e até previsível. Porém, próximo do final do Ato 4, começa a ficar mais interessante. Com direito a revelações e um plot twist satisfatório. O ritmo da narrativa se apresenta um tanto lento, principalmente para quem não está acostumado com filmes antigos, em especial os que são da década de 20. Todavia, é válido lembrar das limitações técnicas da época.
A Direção de Arte e Fotografia (em P&B) são elementos em grande destaque, e compostos de forma magistral. Não se distanciando do gênero, mas ao mesmo tempo com atributos próprios e pitorescos.
Ótima Trilha Sonora. Uma montagem mais do que competente, servindo de alusão para os filmes posteriores.
O Elenco também é muito bom. Embora algumas atuações em determinadas cenas tenham me parecido bem teatrais e por vezes caricatas. Também não saberia dizer se foi algo proposital ou não, especialmente se tratando do vilão do filme. Contudo, o Robert Wiene fez um grande trabalho, a Direção é exímia.
Se por um lado sabe-se que Conrad Veidt – em especial no filme “O Homem que Ri (1928), adaptação do romance homônimo de Victor Hugo – foi uma inspiração explícita para o personagem Coringa nas HQs do Batman, pode se dizer que Werner Krauss como Doutor Caligari, se tornou referência para o personagem Pinguim, também nas HQs do Homem Morcego. No filme “Batman O Retorno” de Tim Burton, a inspiração é clara, indubitável. Principalmente no aspecto visual.
Vale a pena conferir, ainda mais para quem deseja conhecer os primórdios dos filmes de Terror, Suspense e Mistério. São obras que inspiraram grandes autores e cineastas. Até mesmo gêneros posteriores, como os Filmes Noir.
Embora o título seja clichê, não é nada do que se imagina.
A Produção é excelente, em especial a Direção de Arte, Fotografia, Trilha Sonora, Elenco e Direção. Contudo, o que mais me impressionou foi o Roteiro, e na sequência algumas atuações, principalmente da atriz Isabelle Adjani.
Duvido que alguém assista ao filme, obtenha todas as respostas, complete as lacunas e assimile 100% de seu conteúdo logo em primeiro momento... Ao menos nas resenhas que li e alguns dos comentários que vi, muitos ficaram confusos e/ou cheios de dúvidas. Mas é sensacional. Cheio de alegoria, metáforas, paradoxos, surrealismo e escatologia. Acho que é o primeiro filme que vejo com um terror psicológico denso, complexo, com intensas cenas gore e perturbador no sentido literal da palavra. Além de ser uma obra que pode render várias interpretações.
A princípio, o plot parece comum: um casal com problemas conjugais, com um filho pequeno, traições e uma série de conflitos em decorrência da separação. Entretanto, isto é a apenas a premissa para chegar os acontecimentos nefastos. Antes da metade, a trama já começa a ficar insólita, com conjunturas e cenas atônitas, grotescas também. O enredo lhe pega de surpresa, quando se pensa que está perto de prever qualquer ato, tudo se torna paradoxal e subversivo. O Roteiro é exímio; trama bastante original e bem construída – embora com várias pontas soltas, sejam propositais ou não – personagens intrigantes e peculiares, alguns empáticos. Referências de outras obras consagradas, principalmente as de H.P. Lovecraft.
O elenco é formidável: Destaque para o Henz Bennent que interpreta o excêntrico Heinrich, Sam Neill (fã de longa data deste ator) na pele de Mark e a incrível Isabelle Adjani que encarnou na personagem Anna. Papel de uma complexidade abismal, tanto que lhe rendeu um César, que é o prêmio insigne do cinema francês.
O Diretor e Roteirista Andrzej Żuławski é sensacional, escreveu e dirigiu com maestria. Não conhecia outros trabalhos do cineasta, me deixou muito interessado em assistir seus demais filmes, que pelo que li, também são bem elogiados.
O filme contempla 8 contos de temas diversos, porém, sempre inerente a um âmbito filosófico; tratando de dilemas existenciais, valores éticos, ecológicos e afins, além de expor parte da cultura oriental.
Os que mais gostei, respectivamente, foram os 3 últimos. “Monte Fuji em Vermelho” e “O Demônio Chorão” (este achei formidável, tanto pela mensagem quando pela criatividade do enredo e personagens), pode se dizer que são distopias, ambos retratam calamidades geradas pelo homem e uma destruição massiva.
E por último, “Povoado dos Moinhos”. Ressalta um aspecto contemplativo e moral. Frisando o quão supérfluo os indivíduos se tornaram, mal-acostumados e por vezes escravos da tecnologia. Deixando de valorizar o que é realmente imprescindível: a vida e a natureza.
Sobre o roteiro, gostei muito dessas que citei. Já as demais não me agradaram tanto. Embora todas mantenham características filosóficas, carregadas de alegoria. Mas a meu ver, faltou certo desenvolvimento, tanto de trama quanto de personagens, além de um clímax no final. Quando começa a ficar interessante, termina.
A Produção é muito boa. Tão quanto a Fotografia e Direção de Arte (realmente incrível) e a ótima Trilha Sonora. Elenco bom e uma Direção competente, que vindo do Kurosawa já era de se esperar.
Perguntas que não querem calar: Por que os live-actions da DC são tão inferiores em relação às animações?! Por que não contratam os mesmos roteiristas das adaptações animadas? Qual a dificuldade em manter o mínimo de fidelidade às obras originais?
Mas enfim, enquanto não obtenho as respostas, devo continuar louvando de pé as animações. Uma melhor que a outra.
Embora o Batman não faça parte da formação original da Liga Sombria, a inserção do personagem não causou nenhuma calamidade, pelo contrário, serviu como uma ponte para a apresentação de personagens pouco conhecidos (especialmente pra quem nunca viu os tais ou não acompanha as HQs, assim como eu).
Baita roteiro do Ernie Altbacker, e muito bem dirigido pelo Jay Oliva. Monstro do Pântano, Zatanna, Constantine, Deadman e Etrigan são excelentes personagens, espero que apareçam mais, merecem mais destaque.
O Bergman constrói todo um ensaio filosófico sobre a vida, a morte, Deus e a fé, e discorre sua perspectiva dando voz aos seus personagens e conjunturas.
Obra abastada em valores morais, contemplativa e uma reflexão (ou crítica) aos dogmas cristãos e o fim da vida.
A Morte é aduzida em um aspecto corpóreo, mas seu caráter perpétuo, taciturno, frígido, sagaz e por vezes trapaceiro, perdura. A analogia do protagonista jogar xadrez com a Morte, é sensacional. Uma alusão que condiz muito com a “vida”. Vide a experiência e habilidade que exige para conduzir ambos. Não é nada imponderada a comparação. Afinal, a vida não é um jogo? Basicamente, o objetivo não é vencer antes que o tempo acabe? Contudo, já sabemos: a Morte é invicta. Bem como a única certeza na vida. Soa pessimista, porém, verossímil e lúcido.
Contextualizado no período medieval, o filme retrata um cavaleiro que retornava de umas das Cruzadas e se depara com o país devastado pela peste negra. Ao passo que o clero culpava os infiéis pela calamidade, em suas respectivas visões era a “Ira de Deus” – perspectiva esta que se mantém implícita até os dias de hoje, talvez um pouco menos pela igreja católica e mais pela evangélica. Uma vez que o com passar dos tempos o cristianismo foi segredado e surgiram diversas vertentes. A peste se foi, mas o discurso pleonástico e infindável pela “eterna salvação” continua. E assim surgem as instituições “filantrópicas” que monetizam a prosperidade e a redenção espiritual. Enfim.
Tratando-se do que a obra propõe, o roteiro é sensacional. Certamente não agrada a todos, por conta de ser totalmente reflexivo e alegórico. Para quem vê apenas blockbusters, soa intragável.
Tecnicamente também é notável. Gostei da Fotografia e Edição. Elenco muito bom, embora algumas atuações sejam bem caricatas. E não me refiro especificamente aos atores que interpretam atores, mas sim de outros secundários à trama. Talvez a Trilha Sonora também seja pouco insigne, em minha humilde opinião, um dos pontos que deixou a desejar.
De modo geral, um baita filme. Pensava que seria enfadonho, mas me enganei. Acho que assisti na época certa.
PS: O ator Bengt Ekerot é muito feio, essa versão da Morte acaba assustando mais que aquela clássica, sepulcral (caveirinha) rs. Sorte que tem a beleza e talento da Bibi Andersson pra deixar tudo mais agradável rs
É ótima, no mínimo. Pra quem gosta de História, especialmente a dos povos escandinavos, é imprescindível.
Conhecido por seus dramas épicos, entre os principais, os filmes Elizabeth, e Elizabeth A Era de Ouro , – ambos com Cate Blanchett – A série The Tudors (ainda preciso conferir) e tantos outros trabalhos para o cinema e Tv, é evidente que Michael Hirst é um baita roteirista e produtor.
Já imaginava que fosse satisfatória, mas me enganei. Ficou acima de qualquer expectativa que eu pudesse conceber.
O roteiro é magistral, muito bem escrito. Narrativa bastante envolvente, personagens bem construídos. Além de incluir uma pesquisa bastante aprofundada, calcada em fatos históricos, sobre a cultura escandinava e sua respectiva mitologia (nórdica). A maioria sabe que a série tem um caráter realista, portanto não incorpora o aspecto fantástico de mitologias, embora sempre faça menção de alguns deuses e mantenha elementos bem sutis de fantasia. Mas nada muito explícito. Creio que nem nas próximas temporadas veremos dragões voando e cuspindo fogo (embora fosse muito legal se acontecesse), mas, talvez o grande diferencial seja justamente ser mais verossímil aos fatos.
É uma produção magnânima. E sobre os atributos técnicos não tem muito o que dizer além de constatar que tudo está em perfeita sintonia: Fotografia, Direção de Arte, Elenco, Direção, Trilha Sonora (a trilha de abertura também é formidável). Não vou lembrar o nome de todos os diretores, mas achei que foram excelentes.
E o elenco então? Simplesmente sensacional. Não conhecia outros trabalhos do Travis Fimmel como ator (com exceção da adaptação de Warcraft que gostei muito) Não me recordo de ter visto algum filme ou série com ele antes desta e do filme Warcraft. Ele me surpreendeu bastante, as oscilações do personagem a até uma certa instabilidade ética, exigiu uma atuação bastante convincente, se saiu muito bem. Não imagino o papel dele com outro ator. Parece que o Ragnar Lothbrok é realmente o alter ego do Fimmel.
Katheryn Winnick também é incrível. Já tinha visto alguns filmes com ela, entre eles Hellraiser Hellword (fraco eu sei, mas desde aquela época gostava dela, também já tinha o papel “badass”) também é estarrecedor como não mudou nada de 2005 até hoje. Não parece que já tem 39 anos!! O pacto com o Capiroto deve ter sido bem feito. Mas enfim, não é só a beleza que impressiona, e sim a atuação. Ela também ficou muito bem no papel. Não sei se o Hirst escreveu a personagem com a Katheryn em mente, mas parece que a Lagertha foi escrito pra ela. Uma das coisas que mais gostei na personagem e que a atriz fez muito bem, é expor uma personalidade distinta. Muito além dos arquétipos clichês que tantos filmes repetem: a “mulher submissa, fraca e pouco inteligente, sempre tendo que ser salva”. Claro que nem todas as mulheres são fortes, independentes e com alto intelecto (o mesmo vale para os homens), mas acho interessante quando quebram um paradigma. Ainda mais numa série que retratam guerreiros vikings. Ter uma personagem feminina tão forte e interessante quanto um homem no gênero, é sensacional. Como já disse, o que me atraí em um roteiro, é a boa construção dos personagens. O bom uso dos arquétipos.
Outros atores também estão/estavam muito bons na série, Gabriel Byrne (Earl Haraldson) (fã do Byrne desde o filme Fim dos Dias, Stigmata e O Homem da Máscara de Ferro e afins), Jessalyn Gilsig (Siggy), Gustaf Skarsgard (Floki), Clive Standen (Rollo), Alyssa Suntherland (Aslaug) John Kavanagh (Vidente, personagem sensacional!) e outros.
Mais uma produção que me arrependo de não ter visto antes.
PS: Quem tem vontade de ver a série, veja. Não dê relevância para comparações estapafúrdias e estúpidas. Especialmente com Game of Thrones. São gêneros completamente diferentes, situações diferentes. Cada uma é ótima ao seu modo.
E mais uma vez, pra contrariar os haters, digo: J.J. Abrams é um baita cineasta! Desde Cloverfield, passei a ser fã, depois com Super 8, fiquei mais fã ainda. E mesmo antes, já o admirava pelo roteiro de Armageddon, entre outros trabalhos. Mas é evidente, ele dirige blockbusters. Não cabe comparar com outros cineastas que dirigem filmes intrínsecos, dramas existenciais e/ou obras de orçamento modesto ou baixo. Cada um em seu respectivo estilo. Afinal, cinema é diversidade. E como frisa o dito popular, clichê: “O Sol nasce pra todos”.
Sobre Star Wars Episódio VII, é compreensível ver uma série de críticas ruins, uma vez que haters se proliferam (mesmo sem cópula), mas fiquei surpreso da avaliação negativa dos fãs antigos. Com algumas ressalvas, realmente não entendo a insatisfação. Será que o saudosismo pesa mais na balança do que uma produção bem executada e bem dirigida? Não seria insensatez julgar por este aspecto, ou pelo fato da franquia não pertencer mais a George Lucas e ser vendida a Disney? Nem sempre mudanças são de caráter negativo. Confesso que quando soube também fiquei apreensivo, mas aguardei antes de conceder o veredito.
Particularmente, nunca fui fanático, demorei pra ver. Não é minha saga predileta, mas gosto. De modo geral, não sou um grande apreciador do gênero Space Opera. Com algumas exceções, é claro. Mas filmes e séries da estirpe de Star Trek, Lost in Space e afins, nunca me despertaram muita euforia e júbilo, não tanto quanto uma obra de fantasia medieval. Não saberia dar uma resposta concisa e objetiva quanto a isso, mas talvez, deva ao fato do “futuro” me interessar pouco, sendo assim não tenho fascínio por suas especulações. No entanto, ainda gosto de uma trama bem desenvolvida, seja do gênero que for, mas às vezes, boto as preferências em primeiro lugar, igual a qualquer um.
Voltando a Star Wars. É evidente que os fãs vêem os filmes anteriores (principalmente a primeira trilogia que eclodiu em 77, 80 e 83) como algo imaculado, intocável. Pequenas mudanças seriam aceitas a menos que fossem realizadas pelo próprio criador (e olhe lá, fãs intolerantes não admitem mudanças de nenhuma espécie). E de fato o filme foi bastante inovador para a época, grandes efeitos visuais, ótima fotografia e direção de arte, um roteiro peculiar e bastante pitoresco (claro que há influências de obras mais antigas, como qualquer coisa, doravante).
Personagens amados como Obi-Wan, Yoda e grandes vilões como Darth Vader, Darth Sidious, e até mesmo das trilogias mais recentes, Darh Maul, Conde Dookan e outros, não aparecem nesta nova sequência, o que já enfraquece significativamente a empatia do público. Realmente são personagens icônicos na saga, e de grande apelo, tanto emotivo quanto comercial. Algo construído e alimentado durante décadas, sendo assim se torna irrelevante (para os fãs intolerantes) qualquer inserção, especialmente de personagens originais. E sob esta ótica equivocada, o novo sempre será o “inferior”, porque não se mantém no mesmo patamar dos antigos.
Claro que muitas vezes, sequências, remakes e reboots são inferiores, (quase sempre), contudo, não é algo generalizado. E cada caso deve ser analisado de modo segregado. Não vejo a trilogia antiga (Episódio IV, V e VI) como o “apogeu da perfeição”, pelo contrário. A ideia é ótima, mas existem falhas, como a maioria dos filmes. Pra quem ama incondicionalmente Space Opera, se torna um deleite ver 30 ou 40 minutos contínuos de perseguição de naves, um regojizo descomunal, um êxtase. Pra mim, é enfadonho. Ainda mantenho a convicção que as tramas mais envolventes e empáticas, são sobre pessoas. Independente do estilo. Sei que o gênero não tem enfoque em drama, mas acho a relação dos personagens entre si, bem como a backstory, bastante superficial. As doses cavalares de humor também me incomoda, tão quanto alguns personagens sem carisma. Mas enfim, logicamente têm seus muitos pontos positivos.
Indo direto ao ponto, gostei bastante deste Episódio VII. Trouxe novas perspectivas para a saga, bons personagens, um roteiro bem trabalhado nos arquétipos, com uma maior profundidade sensitiva e personagens mais conectados, além de ser bem dinâmico. E os atores clássicos da série, principalmente Harrison Ford e a saudosa Carrie Fisher, estavam excelentes em seus respectivos papéis.
Vale frisar alguns pontos:
Adorei a personagem Rey. Carismática e forte (forte no sentido de empatia, foi bem construída). Uma bela inserção a trama, que até então só mantinha protagonistas homens. (Sem entrar em âmbito feminista, ok? Ok.) Mas de fato uma ótima escolha, e uma quebra num círculo vicioso. Mérito também da construção cênica da atriz Daisy Ridley, ela é incrível. Não a conhecia. Muito me agradou também o personagem Snoke. Embora ainda pouco explorado, mantém uma amplitude em relação ao Lado Sombrio da Força. Ansioso por mais detalhes sobre ele.
Uma das poucas ressalvas é sobre o vilão, Kylo Ren. Também me agradou a inserção, assim como a backstory. O figurino do personagem é sensacional, especialmente o sabre de luz, bastante criativo (já estava na hora inclusive de desenvolverem armas em novos designers, sem exclusão das antigas). Entretanto, quando o personagem tira a máscara, 90% da imponência do grande aliado da Primeira Ordem vai por água abaixo. Nesse quesito, talvez fosse melhor manter o anonimato, criaria um mistério denso, e causaria mais impacto (talvez). Seja como for, acho que a revelação foi muito precoce. Ou, também a falta de empatia do personagem desmascarado. Não me agradou a escolha do ator Adam Driver. Também não conhecia outros trabalhos dele, todavia, provavelmente uma má escolha. Me pareceu bastante inexpressivo e pouco convincente. Mas vamos ver, talvez melhore no próximo filme.
Sobre os aspectos técnicos, Produção, Direção de Arte, Fotografia, Direção, Edição e Efeitos Visuais, nem tem muito o que falar, apenas dizer óbvio: é impecável. J.J. Abrams fez um grande trabalho, me deixou até mais próximo da saga e mais interessado nos próximos filmes.
PS: A arte desse poster é sublime, assim como os outros. Gostaria de saber se foi o Drew Struzan que fez. Se não for, parece muito com os trabalhos anteriores dele.
Demorei para rever este filme. Na época em que assisti pela primeira vez, era criança e não tinha uma opinião formada, também lembrava pouco.
Em âmbitos técnicos, a crítica é unânime: uma obra de arte. Especialmente pela exímia Fotografia, Direção de Arte e Trilha Sonora. Ótima Direção e um elenco formidável, com grandes estrelas.
Não li o livro em que o filme foi inspirado (Heart of Darkness). No entanto, o Roteiro é um tanto mediano e por vezes enfadonho. 3 horas e 15 minutos de filme, carecia ao menos algum plot twist, certo dinamismo e um clímax digno no final. Tudo terminou de forma previsível e displicente. Até mesmo o alto teor psicológico do filme, não é nada de extraordinário ou arrebatador.
Vindo do Coppola criamos uma expectativa alta, vide a trilogia O Poderoso Chefão e Drácula de Bram Stoker (posteriormente), obras-primas. Meus prediletos. Esperava muito mais de Apocalypse Now. Contudo, é insanidade não reconhecer que o filme é grandioso.
Mais um trabalho para encher de júbilo os brasileiros, especialmente os fãs de cinema e do Zé do Caixão, ou “Coffin Joe” como é conhecido no exterior. Seja apreciador ou não do gênero terror, é um fato incontestável a relevância de José Mojica Marins em relação às películas nacionais dessa estirpe. Além de ter sido pioneiro em sua arte, totalmente original, realizou filmes memoráveis com um orçamento extremamente limitado. E ainda assim, obteve reconhecimento e admiradores, principalmente internacionais.
Adorei a produção, mesmo sendo modesta – não faria sentido algo grandioso para retratar filmes de baixo orçamento – conseguiu reproduzir muito bem a época em que Mojica iniciava sua carreira profissional, respectivamente o final dos anos 50 e começo de 60. Posteriormente, ambientação muda conforme a história prossegue, evidentemente. No entanto, se passa em São Paulo, onde o cineasta nasceu e rodou grande parte dos seus filmes. (Minha amada SP <3 )
A Direção de Arte é muito boa. Ótima cenografia: foram bem solícitos com a mobília e decoração de época. Bem como os figurinos, que retratam o período em questão. Idênticos aos usados pelos personagens dos filmes que são reencenados.
Fotografia formidável. Mesmo tendo que reproduzir alguns dos mesmos enquadramentos e iluminação que foram exibidas nos filmes, não isenta a criatividade dos planos. Salienta com maestria o drama pessoal e os momentos íntimos do Mojica.
Trilha Sonora e Edição, muito competentes. Gostei muito de como a série foi montada.
O Roteiro é sensacional, e pra mim um dos grandes destaques. Foi escrito com base no livro biográfico redigido por André Barcinski e Ivan Finotti: “Zé do Caixão: Maldito - a Biografia”. Barcinski junto com Ricardo Grynszpan assinam o roteiro da série. Fora do Zé do Caixão, José Mojica também é um personagem não menos interessante que seu alter ego. É intrigante como um sujeito trivial, sem recursos, com uma retórica ruim – porém, persuasivo – e sem nenhum grau de erudição, se consolida em um cineasta consagrado em seu gênero. É essa premissa que se torna o ponto de partida da trama. Ao contrário do que muitos pensam – inclusive eu também pensava – José não começa a carreira com filmes de terror, mas sim com gêneros variados, inclusive westerns (até filme erótico/pornochanchada dirigiu). A partir de então, somos fisgados pelo enredo. As diversas conjunturas expostas são envolventes, muitas hilárias e bizarras. Uma das coisas que gostei, é que foram verossímeis aos fatos, não tentaram mascarar ou pintar um Mojica “santo”, “virtuoso”, ou “vitimizado”, apesar das dificuldades que passou. O personagem Mojica, na trama é um tanto arrogante, egocêntrico, ardiloso e muitas vezes megalomaníaco. Além de garanhão e sedutor a sua maneira, ''degustou'' grande parte das atrizes que trabalhou (fora das cenas me refiro, nos filmes todos já sabem rs). Não se importava em frisar que não manjava de nenhuma linguagem técnica. Quando perguntado se o enquadramento seria em contra-plongée, respondia: “Sei lá se é contra ou a favor”. Além do protagonista que é sagaz, muito peculiar e hilário por vezes, os coadjuvantes não são menos carismáticos e interessantes. Adorei a Dirce, ela é afável, sensata e um total contraste. Contudo, braço direito do Mojica. É a Produtora que todo Diretor gostaria de ter por perto. Attili o Diretor de Fotografia italiano, um dos poucos a bater de frente com algumas das idéias incoerentes que o diretor tinha. Mario, sempre sendo condescendente em tudo, mas engraçado em alguns momentos. Entre outros.
O elenco é primoroso. Matheus Nachtergaele dispensa apresentações. (sou fã desde o Auto da Compadecida). Ele encarnou no personagem, de modo intenso e primoroso. Os trejeitos, timbre, sotaque e erros de concordância que Mojica mantém em sua fala, ele incorporou. Formidável. Maria Helena Chira, além de possuir grande beleza, tem um imenso talento, ficou perfeita como Dirce. Também foram notáveis as atuações de Felipe Solari, Antonio Saboia, Vanessa Pietro e Bruno Autran.
A Direção do Vitor Mafra foi impecável. Sensacional. Elenco muito bem dirigido, fora a parte técnica, que em minha perspectiva não deixou nada a desejar.
Enfim, é recomendável tanto para os fãs de Zé do Caixão/Mojica quanto aos apreciadores de filmes/séries nacionais.
Vide as inúmeras opiniões estúpidas e infundadas que aparecem por aqui, fiz bem em ler a obra original de Shakespeare, antes de ver qualquer uma de suas adaptações cinematográficas, e assim vomitar idiotices em críticas estapafúrdias.
Porém, o mais brochante de tudo é ler este tipo de coisa: “Me perdoe os que gostem, mas nada é tão boring quanto Shakespeare. Enquanto me lembrar desse filme, não vejo ou leio nada relacionado. Diálogos tediosos e rebuscados.” O sujeito que escreve esse tipo de coisa, além de analfabeto funcional, realmente jamais será o público de Shakespeare. Melhor mesmo ler o "livro" de Kéfera e de outros youtubers, dos quais tem uma linguagem “palatável” e simplista. E se limitar a filmes como Velozes e Furiosos, afinal tem bastante ação e dinamismo. PQP. Cada uma ¬¬
O filme tem seus méritos. Achei muito bom em termos de produção e parâmetros técnicos, como a Fotografia, que de fato ficou excelente. Direção de Arte, idem. Além de uma exímia trilha sonora, bastante imersiva e sensitiva.
A atuação do elenco é sensacional, especialmente a do Michael Fassbender, que já acompanhei outros trabalhos dele, inclusive em filmes medievais/épicos, tal qual Centurião, excelente. É um ótimo ator. Também gostei muito da Marion Cotillard e Sean Harris. Ambos notáveis em seus respectivos papéis.
O filme só não ficou uma obra-prima, por conta do roteiro mesmo, infelizmente. Já esperava que mudassem algumas passagens e diálogos, afinal é uma adaptação. No entanto, cortaram trechos essenciais do texto de Shakespeare. E não me refiro aos extensos monólogos dos personagens – que numa peça ou em livro é primoroso, mas em cinema não funciona, com raras exceções. – e sim a psique de alguns personagens. Além de terem cortado alguns, como por exemplo, a Hécate, a figura que seria a mentora das três bruxas. Aliás, o trio ficou pouco relevante nesta adaptação. Total apatia. Vários diálogos e cenas foram descartados, não gostei.
Na obra original, Shakespeare expõe grandes declives de fantasia na peça, no filme, me pareceu que quiseram fugir deste aspecto, tornando o enredo mais “realista”. O final então foi o pior. Nos últimos momentos tudo termina de forma delongada e pouco convincente, se opondo a tal verossimilhança que supostamente tentaram empregar no roteiro. Diga-se de passagem, 3 caras para escrever um roteiro com um final bem inferior ao texto original.
Esperava uma batalha épica, que o filme tanto incitava, com um desfecho digno da peça, porém além de trocarem o final, deixaram tudo mais atenuado e letárgico.
Mal aguentava esperar até o final para ver o Macbeth ser decapitado, e Macduff trazendo a cabeça do tirano nas mãos, mas não teve nada disso. E sim aquela cena água com açúcar. Outro ponto de grande mudança e equívoco na adaptação foi a morte repentina da Lady Macbeth, além da frigidez do Macbeth, que no filme ficou totalmente o oposto.
Mas enfim, com exceção desses grandes deslizes no roteiro, no geral é uma adaptação válida sim, longe de ser uma obra-prima, porém é aceitável. Bom.
A premissa parecia bem bacana, poderia ter dado certo, mas não deu.
O que mais me incomodou é o péssimo roteiro, personagens clichês e mal construídos, estereotipados. Em quase todas as tramas vemos o mesmo perfil: jovens a procura de sexo. Sempre enchendo a cara e se entorpecendo com drogas variadas – não que isso por si só seja ruim – poderia ser um ponto de partida, o grande problema é o desenvolvimento medíocre. Muitas conjunturas aleatórias, que acontecem sem precedentes, do nada. Deixando o enredo incoerente e nada convincente. Após 30 minutos de filme, já estava enfadonho. A atuação na maior parte das vezes é caricata, forçada ao extremo. Inclusive 2 dos diretores, respectivamente Adam Wingard, Joe Swanberg, além de dirigir também atuam. São péssimos por sinal, tanto na direção quanto na atuação. Uma interpretação totalmente amadora. Talvez até um ator amador bem dirigido ficasse melhor. A exceção é atriz Hannah Fierman, realmente notória.
A única estória interessante – porém muito mal executada – foi a segunda (se não me engano) a “Amateur Night”. Pra variar o plot é sobre jovens que vão para uma balada em busca de um coito casual, bebidas e drogas. Mas gostei da criatura, pena que ficou destoada e não aproveitaram o potencial da personagem. Termina de forma rasa e frívola. Você não sabe exatamente o que é, de onde veio, como surgiu ou qualquer atributo de sua psique.
A questão não é deixar tudo "explicado" nos mínimos detalhes. Não é um filme didático ou um institucional. Todavia, qualquer obra audiovisual carece de uma envoltura, detalhes peculiares e alguma profundidade. Do contrário qualquer imbecil pode ser chamado de roteirista. Ou seja, no geral o filme tem um roteiro incoerente, superficial, displicente e preguiçoso.
A Direção de Arte é inexpressiva, nada que seja digno de atenção.
A Fotografia é deplorável. Já não curto filmes found footage, com algumas exceções. Contudo, utilizaram a linguagem como pretexto para fazer algo pífio, sem nenhuma preocupação em manter o aspecto visual inteligível. Os enquadramentos são péssimos, uma iluminação porca, mal dá para ver o que acontece nas cenas de perseguição e morte. E sim, mesmo sendo found footage é possível fazer uma fotografia exímia, vide os filmes Cloverfield, Rec, Herdeiro do Diabo (o roteiro é ruim, mas a fotografia é boa) e Poder Sem Limites. E claro, A Bruxa de Blair. Entre tantos outros.
A Trilha Sonora é quase inexistente. Mais um dos grandes equívocos. Talvez, se tivesse uma trilha bem marcante, poderia ao menos atenuar os momentos de terror. Ao invés de deixar muitas cenas sem nexo e até cômicas.
Detestei a edição também, trivial. Os efeitos idem.
Enfim, na época falaram tanto desse filme, esperava que fosse ao menos razoável. Mas infelizmente foi uma bomba. Tão brochante que nem sei se verei o segundo.
Apesar do filme apresentar alguns pontos clichês e sequências previsíveis, tem ótimas cenas, e o principal: entretém.
Bom roteiro. Do início ao meio estava arrastado e apático – com algumas exceções – mas aos poucos vai ganhando vigor. A partir do trecho que os tais fenômenos se iniciam na casa da família de Londres, começa a ficar interessante. Mesmo que as cenas sejam um apanhado de repetições de tudo que já vimos antes. No entanto, manifestações poltergeist e afins não há muito que se inventar, uma vez que dão ênfase que o filme é com base em uma história real. Creio que de acordo com essa premissa, tentaram deixar o mais verossímil possível. Ainda que algumas cenas sejam pouco críveis e forçadas, principalmente uma em específica próxima ao término, só não vou mencionar para não “agraciar” quem não viu com spoiler. Mas no geral gostei muito da trama, principalmente do clímax gerado no final.
A Direção de Arte é ótima e insigne. Fizeram um excelente trabalho com a cenografia de época, retratando o aspecto londrino dos anos 70, bem como a criação dos figurinos e maquiagens, tanto para o elenco principal quanto para os antagonistas e entidades, sensacional.
A Fotografia é bem típica dos filmes de terror: alguns planos subjetivos, obscuros, close nas aparições e planos detalhe destacando objetos relevantes. Mas cumpre bem seu papel, tornar o enredo mais denso, desconfortável, e evidentemente: assustar.
A Trilha Sonora também é profícua, realça a tensão nos momentos de terror e pontua o desenvolvimento do roteiro. As músicas também são excelentes. Além disso, tem Elvis, sendo assim não podia ser menos que ótima.
Também gostei de edição e dos efeitos visuais, aqueles do final são primorosos.
O elenco é muito bom. Patrick Wilson é um cara de grande talento e um ator bem versátil. Ele é comum e foge totalmente do estereótipo de galã de cinema e canastrão, como muitos por aí. Quem viu Watchmen, por exemplo, sabe disso. Já atuou em drama, comédia, musicais, suspense e terror. Vera Farmiga não fica por menos, além da beleza, ela é excelente, também muito versátil e fez de tudo um pouco. Ambos são perfeitos no papel emblemático do respectivo casal Ed e Lorraine Warren. Também achei ótima a atuação das crianças, principalmente Madison Wolfe (parece que se escreve assim mesmo) que interpretou a Janet. Uma das gratas surpresas foi conferir a atuação da Bonnie Aarons, que deu vida a freira demoníaca. As cenas em que ela apareceu foram as que mais gostei, diga-se de passagem. O visual blasfemo estava sensacional, um misto de Marilyn Manson e Lady Gaga rs.
Não há como não mencionar James Wan, um dos caras que tem salvo o terror contemporâneo e fazendo ótimos filmes, desde Jogos Mortais. Ele é um baita Diretor e Roteirista, inclusive escreveu esse filme junto com Chad Hayes, Carey W. Hayes e David Leslie Johnson.
O anterior e este filme são bem legais. Só espero que não alonguem tanto a franquia quanto Jogos Mortais. Depois do terceiro se tornou mesmice, já não tinha aquele impacto e o teor original de outrora.
Mediano, levando em conta que é um filme com Clint Eastwood no elenco e ainda na Direção. Na metade já havia descoberto quem era o tal ‘’Assassino dos Códigos’’. Trama pouco instigante para um filme policial. Ao menos o final foi aceitável, entretanto, previsível também. Mas vale por ter Eastwood como protagonista e ainda Jeff Daniels que é um baita ator. Mais famoso por Debi e Loide, mas bem versátil.
Para contrastar com o filme que assisti ontem, Rua Cloverfield, que é um suspense (excelente por sinal) conferi ''Sem Evidências''. E nunca vi um título tão propício! Realmente, não tem evidência nenhuma! Trata-se de uma história real de misteriosos assassinatos de 3 crianças, e no fim você permanece sabendo a mesma coisa que sabia no início, ou seja, nada.
Baixei e assisti por engano, pensando que fosse um filme sobre abduções e ufologia (imagine o tamanho da decepção). O enredo dá voltas em uma trama arrastada e monótona, diga-se de passagem, para revelar um monte de incertezas e poucas informações. Porém, nada factual que lhe apresente o(s) verdadeiro(s) autor(es) dos crimes. Brochante.
Nem mesmo a parte técnica: Direção de Arte, Fotografia, Trilha Sonora e Edição são relevantes e concedem destaque para o filme. A trilha é até boa por tocar trechos de algumas músicas do Slayer, mas ainda assim não empolga. E nos momentos dramáticos é muito fraca e impassível.
E olha que o elenco é muito bom: Reese Witherspoon, Colin Firth, Dane DeHaan, Bruce Greenwood e outros. Mas é melhor passar longe. A menos que esteja com dificuldade de dormir e precise de algo que lhe traga sono, o enfado é imenso.
Cara, que Suspense brutal! Há tempos não me surpreendia positivamente com uma obra nessa estirpe. Roteiro primoroso, genial. Contei ao menos 3 pontos de virada, nenhum clichê ou qualquer aspecto previsível. Quando pensava que a trama estava seguindo um caminho linear, as conjunturas viravam do avesso e algo inesperado surgia. E o final então?! Estarrecedor!! Damien Chazelle, Josh Campbell, Matthew Stuecken assinam esse Roteiro formidável. E quem dirige é o Dan Trachtenberg, muito bem dirigido, diga-se de passagem.
Uma Fotografia e Direção de Arte extremamente oportuna e competente. Realçando ainda mais a narrativa sensacional. Trilha sonora envolvente e marcante. Ótimos efeitos visuais e edição.
Não posso deixar de mencionar sobre a atuação excelente de John Goodman, mais uma vez provou ser um cara versátil e admirável. Também adorei a protagonista interpretada por Mary Elizabeth Winstead, fugindo totalmente do estereótipo “sexo frágil”, deu vida a uma personagem sagaz e com grande vigor. Ela é ótima.
Uma dica, é não se importar com algumas críticas medíocres e ineptas que aparecem por aqui. Têm pessoas que gostam de ''mais do mesmo'', aí quando assistem uma obra original e imprevisível, acha absurdo, intragável e odeia. Enfim, pra quem quer fugir dos clichês e remakes oportunistas, eis um filme que vale a pena ver.
Até que não foi tão ruim quanto pensava. Por mais que não tenha nem 20% de fidelidade das HQs. Mas já sabia que seria assim. Afinal, quem estava no comando da produção era a FOX.
Pena que não tiveram primor ao menos no figurino do Apocalipse. Vemos alguns cosplayers que conseguem retratar os trajes originais melhor que essas produções hollywoodianas. Me pergunto por que não fazem algo idêntico ao menos semelhante a obra original?! Grana e recursos para a produção não faltam.
Mas enfim, comparado com o anterior, gostei mais desse filme. Pelo menos a trama estava um pouco melhor e havia um clímax no final. A última luta com o Apocalipse gostei bastante.
Este vai para mais um Top 10, dos PIORES que já vi nos últimos anos. Decepção.
Pra variar, trata-se de um remake. Contudo, o que mais desagradou não foi isso, e sim o péssimo desenvolvimento do filme. Em algumas obras, ainda podemos remitir os deslizes e ressaltar os aspectos positivos. Mas neste caso, com exceção da Direção de Arte: cenografia, figurinos e maquiagem, o resto é dispensável, trivial.
A Fotografia mais incomoda do que agrega. Os planos subjetivos do protagonista foram utilizados em exaustão, o que desvalorizava toda a representatividade e envoltura do ator, especialmente nas cenas que carecia uma dramatização sólida e convincente. Não era possível enxergar qualquer expressão facial ou corporal, nos principais atos. Acharam de utilizar os mesmos recursos desses filmes found footage. Mas nesse caso, não cabia tal linguagem.
O Roteiro é o pior. Erros grotescos de pontos de vista, arquétipos e estrutura narrativa. No início, já optam por revelar quem é o respectivo serial killer, - já corta grande parte do suspense de lhe instigar e pensar em quem é o assassino – mas até aí tudo bem. No entanto, com o passar dos minutos, a trama vai ficando repetitiva e enfadonha. O enredo não se torna nada envolvente, apenas um emaranhado de mortes, mutilação e sangue em excesso. O sujeito deixa diversas pistas e nunca é pego, nem ao menos perseguido. Aliás, a polícia é quase inexistente. Só aparecem prestando uma única declaração a um jornalista na TV. E no final, poucos segundos antes de subirem os créditos na tela.
Os personagens são estereotipados ao extremo. Vítimas estúpidas e diversas situações clichês e algumas estapafúrdias, pouco convincentes. O protagonista não apresenta nenhum grau de carisma ou até mesmo repulsa. O que é uma pena, porque Elijah Wood é excelente. Tinha grande potencial, mas nem a presença do ilustre ator salvou o filme.
Trilha sonora totalmente displicente. Mal dirigido.
Quem gosta de violência gratuita, sangue e vísceras, vai adorar. Entretanto, quem procura um filme com uma trama instigante, clima soturno, bons personagens e uma obra audiovisual competente, melhor passar longe.
Já começa pela arte do pôster que é sensacional. Agora entendo porque o filme levou tantos prêmios, incluindo 8 estatuetas no Oscar, entre tantos outros. É primoroso em todos os aspectos, se fosse mencionar e elogiar cada detalhe, teria que escrever no mínimo 5 páginas, e hoje estou com preguiça. 3 horas de filme, porém uma trama envolvente e instigante. Concepção visual fabulosa, Direção de Arte e Fotografia extraordinária, assim como a Trilha Sonora, grandiosa. Ótimas atuações e extremamente bem dirigido. Peter Shaffer (roteiro) e Miloš Forman (diretor) consolidaram algo incrível. Adorei a atuação do Tom Hulce interpretando Wolfgang Mozart, pueril, excêntrico e eufórico, contudo, genial. E também, F. Murray Abraham como Antonio Saliere, no enredo invejoso e abjeto. Todo o elenco é formidável. Obra-prima!
Não estava com muita curiosidade, nem grandes expectativas, por isso não vi assim que saiu.
Quanto ao plot, ao contrário do que dizem, não achei sem nexo. Falaram que o enredo era confuso, contraditório e complexo ao extremo. Discordo, pra mim foi bem simples e linear. Quem diz isso, certamente não está familiarizado com o tema. Tampouco, já leu ou assistiu algo relacionado à ufologia, ou a ufologia esotérica, que é respectivamente o que o filme aborda. Embora seja uma obra de ficção científica, não segue a linha tradicional do gênero.
Em minha humilde opinião, o filme ficou bem mediano pelo Roteiro e Direção. Mesmo contendo boas cenas de ação na trama - as vezes até exageram - ainda assim é um tanto morna, cheia de clichês e com um final previsível. Investiram bem pouco nos personagens, adotaram arquétipos bastante batidos e estereotipados. Protagonista e coadjuvantes sem carisma. O que é uma pena, porque o elenco é formidável.
Nem Sean Bean, Eddie Redmayne e Mila Kunis que são excelentes atores engradeceram o filme. As atuações ficaram quase canastronas e pouco convincentes. Parece que as Wachowski esvaeceram, senti falta de uma direção de elenco mais resoluta. A impressão que transmite, é que ficou um tanto displicente.
Sobre a concepção visual, não tem muito o que falar, é impecável. Direção de Arte, Fotografia e Efeitos visuais de cair o queixo. Sensacionais. Trilha sonora, idem. Se tivessem o mesmo primor com o roteiro e direção, o filme seria uma obra-prima.
Seja como for, tem seus pontos positivos. Não acho um filme péssimo como os haters dizem. Falta coerência e sensatez em muitas das críticas que li. Mas como opinião é pessoal, cada um vai ter a sua, ainda que seja infundada.
PS: Curti as referências a saga Halo, principalmente no aspecto visual em relação as armas e alguns veículos!
Cara, realmente fiquei estupefato com esse filme. Na época em que divulgaram as primeiras imagens promocionais e depois o trailer, gostei muito. Mas como de praxe, não criei uma grande expectativa. Levando em consideração que mais de 98% das adaptações de games não prestam, porém me enganei.
Estou arrependido por não ter visto no cinema. É excelente!! A concepção visual é incrível!! Uma Direção de Arte exímia: figurinos, adereços, armamentos e cenários complexos e idênticos aos jogos. Trilha sonora grandiosa e imersiva, ressaltando ainda mais os momentos dramáticos e das batalhas. Fotografia primorosa, cada plano era sublime, enquadramentos precisos e sempre valorizando a cenografia extraordinária. Sobre os efeitos e todo o CGI aplicado, nem tem muito que falar, é de cair o queixo. Magnífico, encantador. É extremamente gratificante quando um fã assiste a um filme de fantasia e observa que toda a ambientação foi desenvolvida com tanto esmero, ainda mais se tratando de uma adaptação.
Quanto ao roteiro, achei ótimo. Trama interessante, bons personagens e alguns pontos de virada. Fugiu bastante dos finais clichês que estamos acostumados quanto ao gênero. Não sou um especialista no universo World of Warcraft, joguei pouco. Evidentemente um fã que acompanha desde o primeiro, talvez não goste de algum detalhe e/ou saiba avaliar o roteiro da adaptação de forma menos superficial. Mesmo jogando pouco, pude reconhecer os personagens, as grandes armaduras, espadas, escudos e todo o armamento, bem como as raças que aparecem. Claro, foi o primeiro filme, não havia como ser extremamente aprofundado em cada uma delas sendo que a franquia é extensa e há diversas expansões. Contudo, no geral, é inegável que foi um baita filme. Quem é fã obras de fantasia e discorda, deve ser apenas um hater babaca ou está com a sanidade abalada.
Muito bem dirigido. Alguns atores do elenco já conhecia: Dominic Cooper, Travis Fimmel da série Vikings, Paula Patton e Ben Foster que já era familiar de outros filmes também. Gostei bastante.
Enfim, esse primeiro foi bem promissor. Espero que continuem os próximos com a mesma magnitude. Desde O Senhor dos Anéis e até mesmo O Hobbit, não me empolgava com nenhum filme do gênero. Extremamente grato a Duncan Jones e toda a produção e elenco. E claro, a Blizzard! Que adoro desde os anos 90, jogos que me marcaram como o Rock 'n Roll Racing, The Lost Vikings e Blackthorne. Posteriormente WOW e finalmente Diablo (que tanto viciei e aguardo um filme na mesma qualidade de Warcraft).
Simplesmente sublime. Roteiro sensacional, mérito do próprio Diretor. É uma obra imprescindível para quem tem apreço pela música erudita e por um bom drama. Como todos sabem trata-se de um filme biográfico sobre o singular compositor e maestro: Ludwig Van Beethoven. O enredo apresenta uma história envolvente e de grande sensibilidade. Na trama, vemos um Beethoven com toda sua genialidade, entretanto, bastante irascível. O filme expõe os conflitos subjetivos e romances conturbados do insigne músico, bem como sua enfermidade e os problemas insolúveis causados pela surdez. Além de apresentar uma dose concentrada de suspense. O plot é acerca da carta destinada a uma misteriosa mulher, a qual ele declara seu eterno amor e concede toda sua fortuna póstuma. Bernard Rose fez um excelente trabalho, desde o Roteiro até a Direção. O filme é impecável em todos os elementos: Ótima Fotografia e uma bela Direção de Arte. Todavia, o grande destaque pra mim foi a exímia trilha sonora, em que havia as próprias músicas do Beethoven – evidente - e ótimos arranjos orquestrados. E claro, a atuação magnífica do Gary Oldman, que tanto estimo e admiro. Encarnou no personagem e fez uma interpretação memorável. Não é à toa que o chamam de “O cameleão do cinema”: De Drexl Spivey, Mason Verger a Comissário Gordon, de Beethoven a Drácula. Entre tantos outros personagens inesquecíveis, eternizados.
Pior é ver gente denegrindo o filme sendo que nunca leu Hamlet e nem sabia do que se tratava. Brochante. Embora tenham cortado alguns trechos, no geral, achei uma boa adaptação. E qual o problema na atuação do Mel Gibson?! Cada ator concede sua respectiva concepção ao personagem, se ele estava mais excêntrico do que melancólico, ou vice-versa, não interessa. O personagem foi muito bem representado a sua maneira. Muitas pessoas têm um julgamento estúpido e escroto. Em suas visões, sempre os atores têm que representar do mesmo modo do que os anteriores, senão o filme não presta. ¬¬ Que raciocínio mais imbecil. Pessoas ineptas e com essa mentalidade não deveria assistir filmes dessa estirpe. Franco Zeffirelli fez um bom trabalho sim, e o elenco estava sensacional. Ótima fotografia e excelente Direção de Arte.
Cara, como pode? Mal conheço os Irmãos Duffer (Matt e Ross) e já os considero pakas o/ Fuçando no google da vida, descobri que são bem novos. 32 anos e têm um único filme longa metragem no currículo, alguns curtas também. Mas isso não foi empecilho para que fizessem essa série primorosa.
Ambos criadores fãs assíduos de filmes, livros e jogos dessa época criaram uma trama sensacional utilizando todos os elementos característicos dos anos 80. E com tanto estimo, empenho e júbilo, o resultado não poderia ser melhor.
Roteiro exímio, de um envolvimento e sagacidade ímpar. Trama ótima, com mistério, terror e a cada episódio, gerando um grande clímax. Personagens bem construídos, cheios de empatia e instigantes. Pra quem é fã da década de 80 (alguns elementos dos filmes de 70 e atuais também) e resquícios nerds, não deixou de pegar as diversas referências. Sempre colocadas de modo bem sutil e inerente à trama, alguns mais evidentes outros mais implícitos. Mas nada aparece de forma “jogada” ou aleatória. Tive que conter a euforia, tudo que sempre fui fã emergia na tela: o Senhor dos Anéis, O Hobbit, Evil Dead, Enigma do Outro Mundo, A Hora do Pesadelo, Poltergeis, Alien, Eles Vivem, Halloween, Dungeons and Dragons, RPG, Silent Hill (eu achei algumas pelo menos) e tantas outras coisas que agora não lembro.
O elenco é excelente e com rostos pouco ou nada conhecidos. Com exceção de Winona Ryder, que eu já era fã desde Drácula de Bram Stoker. Atuação dela ficou ótima, deixou a personagem bastante cativante. O que dizer então do elenco infantil? Além da fofura transbordavam talento. Fiquei realmente impressionado, especialmente Millie Bobby Brown - Eleven, Finn Wolfhard - Mike Wheeler e Gaten Matarazzo - Dustin Henderson. As crianças não eram meros coadjuvantes, todas mantinham seus atributos peculiares e carismáticos. Os adultos, idem.
A Direção de Arte é imersiva e bem minuciosa. Fizeram um ótimo trabalho. Foram bem detalhistas com cada objeto cenográfico da época, com o figurino e até visual das criaturas e do mundo invertido. Fiquei estarrecido, adorei.
Fotografia incrível. Cada plano e enquadramento eram fascinantes. Realçando ainda mais a composição cenográfica e tornando a experiência visual incrível.
Muito bem dirigido, tanto pelos irmãos Duffer quanto pelos diretores posteriores. Todos foram meticulosos em cada etapa, desde a pré-produção até a finalização. Pelo menos pra mim, não tenho nenhuma queixa, apenas elogios.
Efeitos de cair o queixo, bem convincentes e primorosos. Nem tem muito o que falar, digno de admiração. Até a tipografia utilizada no GC é semelhante aos filmes dos anos 80, demais!
Trilha sonora?! Magnífica! Do início ao fim. Curti demais todas as bandas que fizeram parte de cada episódio, especialmente “Africa - Toto”, “Should I stay or should I go - The Clash” e “Waiting for a Girl Like You - Foraigner”. A trilha de abertura/encerramento e todos os momentos da série foram compostos por Kyle Dixon e Michael Stein. Simplesmente sensacional!!! Remete aos anos 80 e faz grandes referências as trilhas de John Carpenter, especialmente pela harmonia minimalista e sintetizadores.
Enfim, a série é excelente, amável em todos os aspectos. Pra quem ainda não viu, PRECISA ver! Tenho certeza que não se arrependerá. Pensava que jamais fosse aparecer outra série que chegasse ao nível das minhas prediletas, a santíssima trindade: Game of Thrones, The Walking Dead e Penny Dreadful, mas me enganei. Stranger Things é incrível. Já conquistou meu coração das trevas.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraConfesso que esperava mais, mas não chegou a ser uma total decepção.
Com algumas ressalvas, a adaptação é boa. Ao menos o Stephen Strange, bem como seu alter ego ficaram muito bem caracterizados, tanto na psique, quanto visual. E Benedict Cumberbatch é um excelente ator, atuou de forma convincente no papel. O figurino do personagem e toda a direção de arte estavam exímios.
No entanto, alguns pontos deixaram muito a desejar.
Já esperava que o roteiro sofresse mudanças, já que se trata de uma adaptação. O fato do Ancião ser uma Anciã, não achei nocivo para a trama. E a escolha da Tilda Swinton para o elenco foi bastante satisfatória. Conheço outros trabalhos dela, é uma ótima atriz.
Ao contrário do que alguns disseram, não achei ruim, pelo contrário.
Todos sabem que vivemos em tempos de coerção social, cotas e o tão exacerbado “politicamente correto”. Certamente não manteriam um elenco com grande predominância masculina – ainda que essas mudanças não trouxessem nenhum “impacto” na sociedade, mas os produtores poupariam seus ouvidos de cobranças vindouras, fossem de forma direta ou indireta – e mais do que isso, as mulheres deveriam ter um papel de maior relevância e não apenas salientar o aspecto de “sexo frágil”, tão repetitivo. E concordo, é um imenso clichê. No entanto, é lúcido frisar que nem sempre cabe a alteração de sexo/etnia de personagens consagrados e já estabelecidos, uma vez que se pode esfacelar todo o conceito emblemático da trama e/ou personagem. Foi o que houve com esse último filme dos(das) Caça-Fantasmas. Sempre sou a favor que criem bons personagens femininos, e/ou negros, brancos, pardos, gays e trans, mas não alterar os que já existem. Como fizeram, por exemplo, com esse novo Star Wars Episódio VII. A personagem Rey é incrível, totalmente original, empática e carismática, Finn também, porém menos interessante do que ela. Mas enfim. Com a Anciã, Swinton se encaixou muito bem em sua respectiva personagem. Não trouxe nenhuma calamidade essa mudança - neste caso.
Já o Chiwetel Ejiofor como Mordo, não gostei. O ator me pareceu uma total apatia, e nem de longe transmitiu toda a relevância do personagem original.
Mads Mikkelsen como Kaecilius, bem mediano. Embora ele seja um excelente ator, mas o roteiro não contribuiu para um destaque em sua representação.
Entretanto, o que mais incomodou mesmo, foi a caracterização péssima do Dormammu. WTF?!
De onde tiraram que o aspecto do personagem se expõe em uma cabeça gigante?! Sem nexo – alguns até podem tentar defender a tese que ele pode possuir inúmeras formas, coisa e tal, mas achei que ficou detestável – E totalmente destoante da criação original, podiam ao menos manter alguns atributos. Não preservaram nada.
Sem contar que também esperava algo um pouco mais aprofundado, e não tão displicente e apressado. Além disso, tudo incitava que teria um embate épico entre o Dr Estranho e ele, já que Dormammu é seu arquiinimigo e um dos maiores vilões da Marvel. Mas, não teve nada disso.
Acho que o filme estava perfeito do início até a metade. A construção e caracterização do Stephen Strange antes de se tornar um mago supremo, estava ótima. Parece que depois desandou. Mas ainda assim, não foi de todo ruim.
Talvez quem não sabia da existência do personagem antes de 2016, não deve ter se incomodado com esses fatos que mencionei. Mas no geral, foi satisfatório. Finalmente a Marvel não exagerou nas piadas sem graça e fez um filme mais sóbrio – contando com certas doses oníricas – e mais maduro comparando com a maioria.
Espero que o segundo seja melhor.
Quanto à parte técnica do filme (Produção, Fotografia, Direção de Arte, Trilha Sonora e Efeitos) é óbvia: sensacional.
P S: A animação do Dr Estranho de 2007 é bem melhor.
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 523 Assista AgoraClássico suspense/terror de 1920, inerente ao Expressionismo Alemão.
Grandes filmes como Nosferatu, Metrópolis, O Estudante de Praga, M - O Vampiro de Düsseldorf e tantos outros fazem parte da mesma esfera cinematográfica.
O Gabinete do Dr. Caligari tem uma estética bastante peculiar, própria de seu estilo, mas que se destaca dentro de seu âmbito. Sendo uma das referências do gênero. O aspecto visual remete ao gótico e ao cubismo – movimento artístico oriundo do início do século XX.
Como se sabe o filme é mudo. Mas gostei do roteiro. A trama é constituída em 6 Atos. A princípio, parece bastante simplista e até previsível. Porém, próximo do final do Ato 4, começa a ficar mais interessante. Com direito a revelações e um plot twist satisfatório. O ritmo da narrativa se apresenta um tanto lento, principalmente para quem não está acostumado com filmes antigos, em especial os que são da década de 20.
Todavia, é válido lembrar das limitações técnicas da época.
A Direção de Arte e Fotografia (em P&B) são elementos em grande destaque, e compostos de forma magistral. Não se distanciando do gênero, mas ao mesmo tempo com atributos próprios e pitorescos.
Ótima Trilha Sonora. Uma montagem mais do que competente, servindo de alusão para os filmes posteriores.
O Elenco também é muito bom. Embora algumas atuações em determinadas cenas tenham me parecido bem teatrais e por vezes caricatas. Também não saberia dizer se foi algo proposital ou não, especialmente se tratando do vilão do filme.
Contudo, o Robert Wiene fez um grande trabalho, a Direção é exímia.
Se por um lado sabe-se que Conrad Veidt – em especial no filme “O Homem que Ri (1928), adaptação do romance homônimo de Victor Hugo – foi uma inspiração explícita para o personagem Coringa nas HQs do Batman, pode se dizer que Werner Krauss como Doutor Caligari, se tornou referência para o personagem Pinguim, também nas HQs do Homem Morcego. No filme “Batman O Retorno” de Tim Burton, a inspiração é clara, indubitável. Principalmente no aspecto visual.
Vale a pena conferir, ainda mais para quem deseja conhecer os primórdios dos filmes de Terror, Suspense e Mistério. São obras que inspiraram grandes autores e cineastas. Até mesmo gêneros posteriores, como os Filmes Noir.
Possessão
3.9 589Antes de mais nada, a sinopse contém spoilers!!
Mas sobre o filme, até agora estarrecido...
Embora o título seja clichê, não é nada do que se imagina.
A Produção é excelente, em especial a Direção de Arte, Fotografia, Trilha Sonora, Elenco e Direção. Contudo, o que mais me impressionou foi o Roteiro, e na sequência algumas atuações, principalmente da atriz Isabelle Adjani.
Duvido que alguém assista ao filme, obtenha todas as respostas, complete as lacunas e assimile 100% de seu conteúdo logo em primeiro momento...
Ao menos nas resenhas que li e alguns dos comentários que vi, muitos ficaram confusos e/ou cheios de dúvidas.
Mas é sensacional. Cheio de alegoria, metáforas, paradoxos, surrealismo e escatologia. Acho que é o primeiro filme que vejo com um terror psicológico denso, complexo, com intensas cenas gore e perturbador no sentido literal da palavra. Além de ser uma obra que pode render várias interpretações.
A princípio, o plot parece comum: um casal com problemas conjugais, com um filho pequeno, traições e uma série de conflitos em decorrência da separação. Entretanto, isto é a apenas a premissa para chegar os acontecimentos nefastos.
Antes da metade, a trama já começa a ficar insólita, com conjunturas e cenas atônitas, grotescas também. O enredo lhe pega de surpresa, quando se pensa que está perto de prever qualquer ato, tudo se torna paradoxal e subversivo.
O Roteiro é exímio; trama bastante original e bem construída – embora com várias pontas soltas, sejam propositais ou não – personagens intrigantes e peculiares, alguns empáticos. Referências de outras obras consagradas, principalmente as de H.P. Lovecraft.
O elenco é formidável: Destaque para o Henz Bennent que interpreta o excêntrico Heinrich, Sam Neill (fã de longa data deste ator) na pele de Mark e a incrível Isabelle Adjani que encarnou na personagem Anna. Papel de uma complexidade abismal, tanto que lhe rendeu um César, que é o prêmio insigne do cinema francês.
O Diretor e Roteirista Andrzej Żuławski é sensacional, escreveu e dirigiu com maestria. Não conhecia outros trabalhos do cineasta, me deixou muito interessado em assistir seus demais filmes, que pelo que li, também são bem elogiados.
Sonhos
4.4 380 Assista AgoraO filme contempla 8 contos de temas diversos, porém, sempre inerente a um âmbito filosófico; tratando de dilemas existenciais, valores éticos, ecológicos e afins, além de expor parte da cultura oriental.
Os que mais gostei, respectivamente, foram os 3 últimos.
“Monte Fuji em Vermelho” e “O Demônio Chorão” (este achei formidável, tanto pela mensagem quando pela criatividade do enredo e personagens), pode se dizer que são distopias, ambos retratam calamidades geradas pelo homem e uma destruição massiva.
E por último, “Povoado dos Moinhos”. Ressalta um aspecto contemplativo e moral. Frisando o quão supérfluo os indivíduos se tornaram, mal-acostumados e por vezes escravos da tecnologia. Deixando de valorizar o que é realmente imprescindível: a vida e a natureza.
Sobre o roteiro, gostei muito dessas que citei. Já as demais não me agradaram tanto. Embora todas mantenham características filosóficas, carregadas de alegoria. Mas a meu ver, faltou certo desenvolvimento, tanto de trama quanto de personagens, além de um clímax no final. Quando começa a ficar interessante, termina.
A Produção é muito boa. Tão quanto a Fotografia e Direção de Arte (realmente incrível) e a ótima Trilha Sonora. Elenco bom e uma Direção competente, que vindo do Kurosawa já era de se esperar.
Liga da Justiça Sombria
3.7 213 Assista AgoraComo sempre mais uma animação formidável.
Perguntas que não querem calar: Por que os live-actions da DC são tão inferiores em relação às animações?! Por que não contratam os mesmos roteiristas das adaptações animadas? Qual a dificuldade em manter o mínimo de fidelidade às obras originais?
Mas enfim, enquanto não obtenho as respostas, devo continuar louvando de pé as animações. Uma melhor que a outra.
Embora o Batman não faça parte da formação original da Liga Sombria, a inserção do personagem não causou nenhuma calamidade, pelo contrário, serviu como uma ponte para a apresentação de personagens pouco conhecidos (especialmente pra quem nunca viu os tais ou não acompanha as HQs, assim como eu).
Baita roteiro do Ernie Altbacker, e muito bem dirigido pelo Jay Oliva.
Monstro do Pântano, Zatanna, Constantine, Deadman e Etrigan são excelentes personagens, espero que apareçam mais, merecem mais destaque.
O Sétimo Selo
4.4 1,0KBastante metafórico e alegórico.
O Bergman constrói todo um ensaio filosófico sobre a vida, a morte, Deus e a fé, e discorre sua perspectiva dando voz aos seus personagens e conjunturas.
Obra abastada em valores morais, contemplativa e uma reflexão (ou crítica) aos dogmas cristãos e o fim da vida.
A Morte é aduzida em um aspecto corpóreo, mas seu caráter perpétuo, taciturno, frígido, sagaz e por vezes trapaceiro, perdura.
A analogia do protagonista jogar xadrez com a Morte, é sensacional. Uma alusão que condiz muito com a “vida”.
Vide a experiência e habilidade que exige para conduzir ambos. Não é nada imponderada a comparação. Afinal, a vida não é um jogo? Basicamente, o objetivo não é vencer antes que o tempo acabe?
Contudo, já sabemos: a Morte é invicta. Bem como a única certeza na vida. Soa pessimista, porém, verossímil e lúcido.
Contextualizado no período medieval, o filme retrata um cavaleiro que retornava de umas das Cruzadas e se depara com o país devastado pela peste negra. Ao passo que o clero culpava os infiéis pela calamidade, em suas respectivas visões era a “Ira de Deus” – perspectiva esta que se mantém implícita até os dias de hoje, talvez um pouco menos pela igreja católica e mais pela evangélica. Uma vez que o com passar dos tempos o cristianismo foi segredado e surgiram diversas vertentes. A peste se foi, mas o discurso pleonástico e infindável pela “eterna salvação” continua. E assim surgem as instituições “filantrópicas” que monetizam a prosperidade e a redenção espiritual. Enfim.
Tratando-se do que a obra propõe, o roteiro é sensacional.
Certamente não agrada a todos, por conta de ser totalmente reflexivo e alegórico. Para quem vê apenas blockbusters, soa intragável.
Tecnicamente também é notável. Gostei da Fotografia e Edição. Elenco muito bom, embora algumas atuações sejam bem caricatas. E não me refiro especificamente aos atores que interpretam atores, mas sim de outros secundários à trama.
Talvez a Trilha Sonora também seja pouco insigne, em minha humilde opinião, um dos pontos que deixou a desejar.
De modo geral, um baita filme. Pensava que seria enfadonho, mas me enganei. Acho que assisti na época certa.
PS: O ator Bengt Ekerot é muito feio, essa versão da Morte acaba assustando mais que aquela clássica, sepulcral (caveirinha) rs.
Sorte que tem a beleza e talento da Bibi Andersson pra deixar tudo mais agradável rs
Vikings (1ª Temporada)
4.3 779 Assista AgoraEsta série não é boa.
É ótima, no mínimo. Pra quem gosta de História, especialmente a dos povos escandinavos, é imprescindível.
Conhecido por seus dramas épicos, entre os principais, os filmes Elizabeth, e Elizabeth A Era de Ouro , – ambos com Cate Blanchett – A série The Tudors (ainda preciso conferir) e tantos outros trabalhos para o cinema e Tv, é evidente que Michael Hirst é um baita roteirista e produtor.
Já imaginava que fosse satisfatória, mas me enganei. Ficou acima de qualquer expectativa que eu pudesse conceber.
O roteiro é magistral, muito bem escrito. Narrativa bastante envolvente, personagens bem construídos. Além de incluir uma pesquisa bastante aprofundada, calcada em fatos históricos, sobre a cultura escandinava e sua respectiva mitologia (nórdica). A maioria sabe que a série tem um caráter realista, portanto não incorpora o aspecto fantástico de mitologias, embora sempre faça menção de alguns deuses e mantenha elementos bem sutis de fantasia. Mas nada muito explícito. Creio que nem nas próximas temporadas veremos dragões voando e cuspindo fogo (embora fosse muito legal se acontecesse), mas, talvez o grande diferencial seja justamente ser mais verossímil aos fatos.
É uma produção magnânima. E sobre os atributos técnicos não tem muito o que dizer além de constatar que tudo está em perfeita sintonia: Fotografia, Direção de Arte, Elenco, Direção, Trilha Sonora (a trilha de abertura também é formidável).
Não vou lembrar o nome de todos os diretores, mas achei que foram excelentes.
E o elenco então? Simplesmente sensacional. Não conhecia outros trabalhos do Travis Fimmel como ator (com exceção da adaptação de Warcraft que gostei muito) Não me recordo de ter visto algum filme ou série com ele antes desta e do filme Warcraft. Ele me surpreendeu bastante, as oscilações do personagem a até uma certa instabilidade ética, exigiu uma atuação bastante convincente, se saiu muito bem. Não imagino o papel dele com outro ator. Parece que o Ragnar Lothbrok é realmente o alter ego do Fimmel.
Katheryn Winnick também é incrível. Já tinha visto alguns filmes com ela, entre eles Hellraiser Hellword (fraco eu sei, mas desde aquela época gostava dela, também já tinha o papel “badass”) também é estarrecedor como não mudou nada de 2005 até hoje. Não parece que já tem 39 anos!! O pacto com o Capiroto deve ter sido bem feito. Mas enfim, não é só a beleza que impressiona, e sim a atuação. Ela também ficou muito bem no papel. Não sei se o Hirst escreveu a personagem com a Katheryn em mente, mas parece que a Lagertha foi escrito pra ela.
Uma das coisas que mais gostei na personagem e que a atriz fez muito bem, é expor uma personalidade distinta. Muito além dos arquétipos clichês que tantos filmes repetem: a “mulher submissa, fraca e pouco inteligente, sempre tendo que ser salva”. Claro que nem todas as mulheres são fortes, independentes e com alto intelecto (o mesmo vale para os homens), mas acho interessante quando quebram um paradigma. Ainda mais numa série que retratam guerreiros vikings. Ter uma personagem feminina tão forte e interessante quanto um homem no gênero, é sensacional.
Como já disse, o que me atraí em um roteiro, é a boa construção dos personagens. O bom uso dos arquétipos.
Outros atores também estão/estavam muito bons na série, Gabriel Byrne (Earl Haraldson) (fã do Byrne desde o filme Fim dos Dias, Stigmata e O Homem da Máscara de Ferro e afins), Jessalyn Gilsig (Siggy), Gustaf Skarsgard (Floki), Clive Standen (Rollo), Alyssa Suntherland (Aslaug) John Kavanagh (Vidente, personagem sensacional!) e outros.
Mais uma produção que me arrependo de não ter visto antes.
PS: Quem tem vontade de ver a série, veja. Não dê relevância para comparações estapafúrdias e estúpidas. Especialmente com Game of Thrones. São gêneros completamente diferentes, situações diferentes. Cada uma é ótima ao seu modo.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraE mais uma vez, pra contrariar os haters, digo: J.J. Abrams é um baita cineasta!
Desde Cloverfield, passei a ser fã, depois com Super 8, fiquei mais fã ainda.
E mesmo antes, já o admirava pelo roteiro de Armageddon, entre outros trabalhos.
Mas é evidente, ele dirige blockbusters. Não cabe comparar com outros cineastas que dirigem filmes intrínsecos, dramas existenciais e/ou obras de orçamento modesto ou baixo. Cada um em seu respectivo estilo. Afinal, cinema é diversidade. E como frisa o dito popular, clichê: “O Sol nasce pra todos”.
Sobre Star Wars Episódio VII, é compreensível ver uma série de críticas ruins, uma vez que haters se proliferam (mesmo sem cópula), mas fiquei surpreso da avaliação negativa dos fãs antigos.
Com algumas ressalvas, realmente não entendo a insatisfação. Será que o saudosismo pesa mais na balança do que uma produção bem executada e bem dirigida? Não seria insensatez julgar por este aspecto, ou pelo fato da franquia não pertencer mais a George Lucas e ser vendida a Disney? Nem sempre mudanças são de caráter negativo. Confesso que quando soube também fiquei apreensivo, mas aguardei antes de conceder o veredito.
Particularmente, nunca fui fanático, demorei pra ver. Não é minha saga predileta, mas gosto. De modo geral, não sou um grande apreciador do gênero Space Opera. Com algumas exceções, é claro. Mas filmes e séries da estirpe de Star Trek, Lost in Space e afins, nunca me despertaram muita euforia e júbilo, não tanto quanto uma obra de fantasia medieval. Não saberia dar uma resposta concisa e objetiva quanto a isso, mas talvez, deva ao fato do “futuro” me interessar pouco, sendo assim não tenho fascínio por suas especulações. No entanto, ainda gosto de uma trama bem desenvolvida, seja do gênero que for, mas às vezes, boto as preferências em primeiro lugar, igual a qualquer um.
Voltando a Star Wars. É evidente que os fãs vêem os filmes anteriores (principalmente a primeira trilogia que eclodiu em 77, 80 e 83) como algo imaculado, intocável. Pequenas mudanças seriam aceitas a menos que fossem realizadas pelo próprio criador (e olhe lá, fãs intolerantes não admitem mudanças de nenhuma espécie). E de fato o filme foi bastante inovador para a época, grandes efeitos visuais, ótima fotografia e direção de arte, um roteiro peculiar e bastante pitoresco (claro que há influências de obras mais antigas, como qualquer coisa, doravante).
Personagens amados como Obi-Wan, Yoda e grandes vilões como Darth Vader, Darth Sidious, e até mesmo das trilogias mais recentes, Darh Maul, Conde Dookan e outros, não aparecem nesta nova sequência, o que já enfraquece significativamente a empatia do público. Realmente são personagens icônicos na saga, e de grande apelo, tanto emotivo quanto comercial. Algo construído e alimentado durante décadas, sendo assim se torna irrelevante (para os fãs intolerantes) qualquer inserção, especialmente de personagens originais. E sob esta ótica equivocada, o novo sempre será o “inferior”, porque não se mantém no mesmo patamar dos antigos.
Claro que muitas vezes, sequências, remakes e reboots são inferiores, (quase sempre), contudo, não é algo generalizado. E cada caso deve ser analisado de modo segregado.
Não vejo a trilogia antiga (Episódio IV, V e VI) como o “apogeu da perfeição”, pelo contrário. A ideia é ótima, mas existem falhas, como a maioria dos filmes. Pra quem ama incondicionalmente Space Opera, se torna um deleite ver 30 ou 40 minutos contínuos de perseguição de naves, um regojizo descomunal, um êxtase. Pra mim, é enfadonho. Ainda mantenho a convicção que as tramas mais envolventes e empáticas, são sobre pessoas. Independente do estilo. Sei que o gênero não tem enfoque em drama, mas acho a relação dos personagens entre si, bem como a backstory, bastante superficial. As doses cavalares de humor também me incomoda, tão quanto alguns personagens sem carisma. Mas enfim, logicamente têm seus muitos pontos positivos.
Indo direto ao ponto, gostei bastante deste Episódio VII. Trouxe novas perspectivas para a saga, bons personagens, um roteiro bem trabalhado nos arquétipos, com uma maior profundidade sensitiva e personagens mais conectados, além de ser bem dinâmico. E os atores clássicos da série, principalmente Harrison Ford e a saudosa Carrie Fisher, estavam excelentes em seus respectivos papéis.
Vale frisar alguns pontos:
Adorei a personagem Rey. Carismática e forte (forte no sentido de empatia, foi bem construída). Uma bela inserção a trama, que até então só mantinha protagonistas homens. (Sem entrar em âmbito feminista, ok? Ok.) Mas de fato uma ótima escolha, e uma quebra num círculo vicioso. Mérito também da construção cênica da atriz Daisy Ridley, ela é incrível. Não a conhecia.
Muito me agradou também o personagem Snoke. Embora ainda pouco explorado, mantém uma amplitude em relação ao Lado Sombrio da Força. Ansioso por mais detalhes sobre ele.
Uma das poucas ressalvas é sobre o vilão, Kylo Ren. Também me agradou a inserção, assim como a backstory. O figurino do personagem é sensacional, especialmente o sabre de luz, bastante criativo (já estava na hora inclusive de desenvolverem armas em novos designers, sem exclusão das antigas). Entretanto, quando o personagem tira a máscara, 90% da imponência do grande aliado da Primeira Ordem vai por água abaixo. Nesse quesito, talvez fosse melhor manter o anonimato, criaria um mistério denso, e causaria mais impacto (talvez). Seja como for, acho que a revelação foi muito precoce. Ou, também a falta de empatia do personagem desmascarado. Não me agradou a escolha do ator Adam Driver. Também não conhecia outros trabalhos dele, todavia, provavelmente uma má escolha. Me pareceu bastante inexpressivo e pouco convincente. Mas vamos ver, talvez melhore no próximo filme.
Sobre os aspectos técnicos, Produção, Direção de Arte, Fotografia, Direção, Edição e Efeitos Visuais, nem tem muito o que falar, apenas dizer óbvio: é impecável.
J.J. Abrams fez um grande trabalho, me deixou até mais próximo da saga e mais interessado nos próximos filmes.
PS: A arte desse poster é sublime, assim como os outros.
Gostaria de saber se foi o Drew Struzan que fez. Se não for, parece muito com os trabalhos anteriores dele.
Apocalypse Now
4.3 1,2K Assista AgoraDemorei para rever este filme. Na época em que assisti pela primeira vez, era criança e não tinha uma opinião formada, também lembrava pouco.
Em âmbitos técnicos, a crítica é unânime: uma obra de arte.
Especialmente pela exímia Fotografia, Direção de Arte e Trilha Sonora. Ótima Direção e um elenco formidável, com grandes estrelas.
Não li o livro em que o filme foi inspirado (Heart of Darkness). No entanto, o Roteiro é um tanto mediano e por vezes enfadonho. 3 horas e 15 minutos de filme, carecia ao menos algum plot twist, certo dinamismo e um clímax digno no final. Tudo terminou de forma previsível e displicente. Até mesmo o alto teor psicológico do filme, não é nada de extraordinário ou arrebatador.
Vindo do Coppola criamos uma expectativa alta, vide a trilogia O Poderoso Chefão e Drácula de Bram Stoker (posteriormente), obras-primas. Meus prediletos.
Esperava muito mais de Apocalypse Now. Contudo, é insanidade não reconhecer que o filme é grandioso.
Zé do Caixão
4.0 52Mais um trabalho para encher de júbilo os brasileiros, especialmente os fãs de cinema e do Zé do Caixão, ou “Coffin Joe” como é conhecido no exterior.
Seja apreciador ou não do gênero terror, é um fato incontestável a relevância de José Mojica Marins em relação às películas nacionais dessa estirpe.
Além de ter sido pioneiro em sua arte, totalmente original, realizou filmes memoráveis com um orçamento extremamente limitado. E ainda assim, obteve reconhecimento e admiradores, principalmente internacionais.
Adorei a produção, mesmo sendo modesta – não faria sentido algo grandioso para retratar filmes de baixo orçamento – conseguiu reproduzir muito bem a época em que Mojica iniciava sua carreira profissional, respectivamente o final dos anos 50 e começo de 60. Posteriormente, ambientação muda conforme a história prossegue, evidentemente. No entanto, se passa em São Paulo, onde o cineasta nasceu e rodou grande parte dos seus filmes. (Minha amada SP <3 )
A Direção de Arte é muito boa. Ótima cenografia: foram bem solícitos com a mobília e decoração de época. Bem como os figurinos, que retratam o período em questão. Idênticos aos usados pelos personagens dos filmes que são reencenados.
Fotografia formidável. Mesmo tendo que reproduzir alguns dos mesmos enquadramentos e iluminação que foram exibidas nos filmes, não isenta a criatividade dos planos. Salienta com maestria o drama pessoal e os momentos íntimos do Mojica.
Trilha Sonora e Edição, muito competentes. Gostei muito de como a série foi montada.
O Roteiro é sensacional, e pra mim um dos grandes destaques. Foi escrito com base no livro biográfico redigido por André Barcinski e Ivan Finotti: “Zé do Caixão: Maldito - a Biografia”.
Barcinski junto com Ricardo Grynszpan assinam o roteiro da série. Fora do Zé do Caixão, José Mojica também é um personagem não menos interessante que seu alter ego. É intrigante como um sujeito trivial, sem recursos, com uma retórica ruim – porém, persuasivo – e sem nenhum grau de erudição, se consolida em um cineasta consagrado em seu gênero. É essa premissa que se torna o ponto de partida da trama. Ao contrário do que muitos pensam – inclusive eu também pensava – José não começa a carreira com filmes de terror, mas sim com gêneros variados, inclusive westerns (até filme erótico/pornochanchada dirigiu). A partir de então, somos fisgados pelo enredo. As diversas conjunturas expostas são envolventes, muitas hilárias e bizarras. Uma das coisas que gostei, é que foram verossímeis aos fatos, não tentaram mascarar ou pintar um Mojica “santo”, “virtuoso”, ou “vitimizado”, apesar das dificuldades que passou. O personagem Mojica, na trama é um tanto arrogante, egocêntrico, ardiloso e muitas vezes megalomaníaco. Além de garanhão e sedutor a sua maneira, ''degustou'' grande parte das atrizes que trabalhou (fora das cenas me refiro, nos filmes todos já sabem rs). Não se importava em frisar que não manjava de nenhuma linguagem técnica. Quando perguntado se o enquadramento seria em contra-plongée, respondia: “Sei lá se é contra ou a favor”.
Além do protagonista que é sagaz, muito peculiar e hilário por vezes, os coadjuvantes não são menos carismáticos e interessantes. Adorei a Dirce, ela é afável, sensata e um total contraste. Contudo, braço direito do Mojica. É a Produtora que todo Diretor gostaria de ter por perto. Attili o Diretor de Fotografia italiano, um dos poucos a bater de frente com algumas das idéias incoerentes que o diretor tinha. Mario, sempre sendo condescendente em tudo, mas engraçado em alguns momentos. Entre outros.
O elenco é primoroso. Matheus Nachtergaele dispensa apresentações. (sou fã desde o Auto da Compadecida). Ele encarnou no personagem, de modo intenso e primoroso. Os trejeitos, timbre, sotaque e erros de concordância que Mojica mantém em sua fala, ele incorporou. Formidável.
Maria Helena Chira, além de possuir grande beleza, tem um imenso talento, ficou perfeita como Dirce. Também foram notáveis as atuações de Felipe Solari, Antonio Saboia, Vanessa Pietro e Bruno Autran.
A Direção do Vitor Mafra foi impecável. Sensacional. Elenco muito bem dirigido, fora a parte técnica, que em minha perspectiva não deixou nada a desejar.
Enfim, é recomendável tanto para os fãs de Zé do Caixão/Mojica quanto aos apreciadores de filmes/séries nacionais.
Macbeth: Ambição e Guerra
3.5 383 Assista AgoraVide as inúmeras opiniões estúpidas e infundadas que aparecem por aqui, fiz bem em ler a obra original de Shakespeare, antes de ver qualquer uma de suas adaptações cinematográficas, e assim vomitar idiotices em críticas estapafúrdias.
Porém, o mais brochante de tudo é ler este tipo de coisa:
“Me perdoe os que gostem, mas nada é tão boring quanto Shakespeare. Enquanto me lembrar desse filme, não vejo ou leio nada relacionado. Diálogos tediosos e rebuscados.”
O sujeito que escreve esse tipo de coisa, além de analfabeto funcional, realmente jamais será o público de Shakespeare. Melhor mesmo ler o "livro" de Kéfera e de outros youtubers, dos quais tem uma linguagem “palatável” e simplista. E se limitar a filmes como Velozes e Furiosos, afinal tem bastante ação e dinamismo.
PQP. Cada uma ¬¬
O filme tem seus méritos. Achei muito bom em termos de produção e parâmetros técnicos, como a Fotografia, que de fato ficou excelente. Direção de Arte, idem. Além de uma exímia trilha sonora, bastante imersiva e sensitiva.
A atuação do elenco é sensacional, especialmente a do Michael Fassbender, que já acompanhei outros trabalhos dele, inclusive em filmes medievais/épicos, tal qual Centurião, excelente. É um ótimo ator. Também gostei muito da Marion Cotillard e Sean Harris. Ambos notáveis em seus respectivos papéis.
O filme só não ficou uma obra-prima, por conta do roteiro mesmo, infelizmente.
Já esperava que mudassem algumas passagens e diálogos, afinal é uma adaptação. No entanto, cortaram trechos essenciais do texto de Shakespeare.
E não me refiro aos extensos monólogos dos personagens – que numa peça ou em livro é primoroso, mas em cinema não funciona, com raras exceções. – e sim a psique de alguns personagens. Além de terem cortado alguns, como por exemplo, a Hécate, a figura que seria a mentora das três bruxas. Aliás, o trio ficou pouco relevante nesta adaptação. Total apatia. Vários diálogos e cenas foram descartados, não gostei.
Na obra original, Shakespeare expõe grandes declives de fantasia na peça, no filme, me pareceu que quiseram fugir deste aspecto, tornando o enredo mais “realista”.
O final então foi o pior. Nos últimos momentos tudo termina de forma delongada e pouco convincente, se opondo a tal verossimilhança que supostamente tentaram empregar no roteiro. Diga-se de passagem, 3 caras para escrever um roteiro com um final bem inferior ao texto original.
Esperava uma batalha épica, que o filme tanto incitava, com um desfecho digno da peça, porém além de trocarem o final, deixaram tudo mais atenuado e letárgico.
Mal aguentava esperar até o final para ver o Macbeth ser decapitado, e Macduff trazendo a cabeça do tirano nas mãos, mas não teve nada disso. E sim aquela cena água com açúcar.
Outro ponto de grande mudança e equívoco na adaptação foi a morte repentina da Lady Macbeth, além da frigidez do Macbeth, que no filme ficou totalmente o oposto.
Mas enfim, com exceção desses grandes deslizes no roteiro, no geral é uma adaptação válida sim, longe de ser uma obra-prima, porém é aceitável. Bom.
V/H/S
3.0 747 Assista AgoraA premissa parecia bem bacana, poderia ter dado certo, mas não deu.
O que mais me incomodou é o péssimo roteiro, personagens clichês e mal construídos, estereotipados. Em quase todas as tramas vemos o mesmo perfil: jovens a procura de sexo. Sempre enchendo a cara e se entorpecendo com drogas variadas – não que isso por si só seja ruim – poderia ser um ponto de partida, o grande problema é o desenvolvimento medíocre. Muitas conjunturas aleatórias, que acontecem sem precedentes, do nada. Deixando o enredo incoerente e nada convincente. Após 30 minutos de filme, já estava enfadonho. A atuação na maior parte das vezes é caricata, forçada ao extremo. Inclusive 2 dos diretores, respectivamente Adam Wingard, Joe Swanberg, além de dirigir também atuam. São péssimos por sinal, tanto na direção quanto na atuação. Uma interpretação totalmente amadora. Talvez até um ator amador bem dirigido ficasse melhor. A exceção é atriz Hannah Fierman, realmente notória.
A única estória interessante – porém muito mal executada – foi a segunda (se não me engano) a “Amateur Night”. Pra variar o plot é sobre jovens que vão para uma balada em busca de um coito casual, bebidas e drogas. Mas gostei da criatura, pena que ficou destoada e não aproveitaram o potencial da personagem. Termina de forma rasa e frívola. Você não sabe exatamente o que é, de onde veio, como surgiu ou qualquer atributo de sua psique.
A criatura seria um Vampiro? Succubus? Demônio?
A questão não é deixar tudo "explicado" nos mínimos detalhes. Não é um filme didático ou um institucional. Todavia, qualquer obra audiovisual carece de uma envoltura, detalhes peculiares e alguma profundidade. Do contrário qualquer imbecil pode ser chamado de roteirista. Ou seja, no geral o filme tem um roteiro incoerente, superficial, displicente e preguiçoso.
A Direção de Arte é inexpressiva, nada que seja digno de atenção.
A Fotografia é deplorável. Já não curto filmes found footage, com algumas exceções. Contudo, utilizaram a linguagem como pretexto para fazer algo pífio, sem nenhuma preocupação em manter o aspecto visual inteligível. Os enquadramentos são péssimos, uma iluminação porca, mal dá para ver o que acontece nas cenas de perseguição e morte. E sim, mesmo sendo found footage é possível fazer uma fotografia exímia, vide os filmes Cloverfield, Rec, Herdeiro do Diabo (o roteiro é ruim, mas a fotografia é boa) e Poder Sem Limites. E claro, A Bruxa de Blair. Entre tantos outros.
A Trilha Sonora é quase inexistente. Mais um dos grandes equívocos. Talvez, se tivesse uma trilha bem marcante, poderia ao menos atenuar os momentos de terror. Ao invés de deixar muitas cenas sem nexo e até cômicas.
Detestei a edição também, trivial. Os efeitos idem.
Enfim, na época falaram tanto desse filme, esperava que fosse ao menos razoável. Mas infelizmente foi uma bomba. Tão brochante que nem sei se verei o segundo.
Invocação do Mal 2
3.8 2,1K Assista AgoraBom pra Diabo
Apesar do filme apresentar alguns pontos clichês e sequências previsíveis, tem ótimas cenas, e o principal: entretém.
Bom roteiro. Do início ao meio estava arrastado e apático – com algumas exceções – mas aos poucos vai ganhando vigor. A partir do trecho que os tais fenômenos se iniciam na casa da família de Londres, começa a ficar interessante. Mesmo que as cenas sejam um apanhado de repetições de tudo que já vimos antes. No entanto, manifestações poltergeist e afins não há muito que se inventar, uma vez que dão ênfase que o filme é com base em uma história real. Creio que de acordo com essa premissa, tentaram deixar o mais verossímil possível. Ainda que algumas cenas sejam pouco críveis e forçadas, principalmente uma em específica próxima ao término, só não vou mencionar para não “agraciar” quem não viu com spoiler. Mas no geral gostei muito da trama, principalmente do clímax gerado no final.
A Direção de Arte é ótima e insigne. Fizeram um excelente trabalho com a cenografia de época, retratando o aspecto londrino dos anos 70, bem como a criação dos figurinos e maquiagens, tanto para o elenco principal quanto para os antagonistas e entidades, sensacional.
A Fotografia é bem típica dos filmes de terror: alguns planos subjetivos, obscuros, close nas aparições e planos detalhe destacando objetos relevantes. Mas cumpre bem seu papel, tornar o enredo mais denso, desconfortável, e evidentemente: assustar.
A Trilha Sonora também é profícua, realça a tensão nos momentos de terror e pontua o desenvolvimento do roteiro. As músicas também são excelentes. Além disso, tem Elvis, sendo assim não podia ser menos que ótima.
Também gostei de edição e dos efeitos visuais, aqueles do final são primorosos.
O elenco é muito bom. Patrick Wilson é um cara de grande talento e um ator bem versátil. Ele é comum e foge totalmente do estereótipo de galã de cinema e canastrão, como muitos por aí. Quem viu Watchmen, por exemplo, sabe disso. Já atuou em drama, comédia, musicais, suspense e terror. Vera Farmiga não fica por menos, além da beleza, ela é excelente, também muito versátil e fez de tudo um pouco. Ambos são perfeitos no papel emblemático do respectivo casal Ed e Lorraine Warren. Também achei ótima a atuação das crianças, principalmente Madison Wolfe (parece que se escreve assim mesmo) que interpretou a Janet. Uma das gratas surpresas foi conferir a atuação da Bonnie Aarons, que deu vida a freira demoníaca. As cenas em que ela apareceu foram as que mais gostei, diga-se de passagem. O visual blasfemo estava sensacional, um misto de Marilyn Manson e Lady Gaga rs.
Não há como não mencionar James Wan, um dos caras que tem salvo o terror contemporâneo e fazendo ótimos filmes, desde Jogos Mortais. Ele é um baita Diretor e Roteirista, inclusive escreveu esse filme junto com Chad Hayes, Carey W. Hayes e David Leslie Johnson.
O anterior e este filme são bem legais. Só espero que não alonguem tanto a franquia quanto Jogos Mortais. Depois do terceiro se tornou mesmice, já não tinha aquele impacto e o teor original de outrora.
Dívida de Sangue
3.3 104 Assista AgoraMediano, levando em conta que é um filme com Clint Eastwood no elenco e ainda na Direção.
Na metade já havia descoberto quem era o tal ‘’Assassino dos Códigos’’. Trama pouco instigante para um filme policial.
Ao menos o final foi aceitável, entretanto, previsível também. Mas vale por ter Eastwood como protagonista e ainda Jeff Daniels que é um baita ator. Mais famoso por Debi e Loide, mas bem versátil.
Sem Evidências
3.3 252 Assista AgoraPara contrastar com o filme que assisti ontem, Rua Cloverfield, que é um suspense (excelente por sinal) conferi ''Sem Evidências''. E nunca vi um título tão propício! Realmente, não tem evidência nenhuma! Trata-se de uma história real de misteriosos assassinatos de 3 crianças, e no fim você permanece sabendo a mesma coisa que sabia no início, ou seja, nada.
Baixei e assisti por engano, pensando que fosse um filme sobre abduções e ufologia (imagine o tamanho da decepção).
O enredo dá voltas em uma trama arrastada e monótona, diga-se de passagem, para revelar um monte de incertezas e poucas informações. Porém, nada factual que lhe apresente o(s) verdadeiro(s) autor(es) dos crimes. Brochante.
Nem mesmo a parte técnica: Direção de Arte, Fotografia, Trilha Sonora e Edição são relevantes e concedem destaque para o filme. A trilha é até boa por tocar trechos de algumas músicas do Slayer, mas ainda assim não empolga. E nos momentos dramáticos é muito fraca e impassível.
E olha que o elenco é muito bom: Reese Witherspoon, Colin Firth, Dane DeHaan, Bruce Greenwood e outros.
Mas é melhor passar longe. A menos que esteja com dificuldade de dormir e precise de algo que lhe traga sono, o enfado é imenso.
Rua Cloverfield, 10
3.5 1,9KCara, que Suspense brutal! Há tempos não me surpreendia positivamente com uma obra nessa estirpe.
Roteiro primoroso, genial. Contei ao menos 3 pontos de virada, nenhum clichê ou qualquer aspecto previsível. Quando pensava que a trama estava seguindo um caminho linear, as conjunturas viravam do avesso e algo inesperado surgia.
E o final então?! Estarrecedor!!
Damien Chazelle, Josh Campbell, Matthew Stuecken assinam esse Roteiro formidável. E quem dirige é o Dan Trachtenberg, muito bem dirigido, diga-se de passagem.
Uma Fotografia e Direção de Arte extremamente oportuna e competente. Realçando ainda mais a narrativa sensacional. Trilha sonora envolvente e marcante. Ótimos efeitos visuais e edição.
Não posso deixar de mencionar sobre a atuação excelente de John Goodman, mais uma vez provou ser um cara versátil e admirável. Também adorei a protagonista interpretada por Mary Elizabeth Winstead, fugindo totalmente do estereótipo “sexo frágil”, deu vida a uma personagem sagaz e com grande vigor. Ela é ótima.
Uma dica, é não se importar com algumas críticas medíocres e ineptas que aparecem por aqui. Têm pessoas que gostam de ''mais do mesmo'', aí quando assistem uma obra original e imprevisível, acha absurdo, intragável e odeia. Enfim, pra quem quer fugir dos clichês e remakes oportunistas, eis um filme que vale a pena ver.
X-Men: Apocalipse
3.5 2,1K Assista AgoraAté que não foi tão ruim quanto pensava. Por mais que não tenha nem 20% de fidelidade das HQs. Mas já sabia que seria assim. Afinal, quem estava no comando da produção era a FOX.
Pena que não tiveram primor ao menos no figurino do Apocalipse. Vemos alguns cosplayers que conseguem retratar os trajes originais melhor que essas produções hollywoodianas. Me pergunto por que não fazem algo idêntico ao menos semelhante a obra original?! Grana e recursos para a produção não faltam.
Mas enfim, comparado com o anterior, gostei mais desse filme. Pelo menos a trama estava um pouco melhor e havia um clímax no final. A última luta com o Apocalipse gostei bastante.
Maníaco
3.0 579 Assista AgoraEste vai para mais um Top 10, dos PIORES que já vi nos últimos anos. Decepção.
Pra variar, trata-se de um remake. Contudo, o que mais desagradou não foi isso, e sim o péssimo desenvolvimento do filme. Em algumas obras, ainda podemos remitir os deslizes e ressaltar os aspectos positivos. Mas neste caso, com exceção da Direção de Arte: cenografia, figurinos e maquiagem, o resto é dispensável, trivial.
A Fotografia mais incomoda do que agrega. Os planos subjetivos do protagonista foram utilizados em exaustão, o que desvalorizava toda a representatividade e envoltura do ator, especialmente nas cenas que carecia uma dramatização sólida e convincente. Não era possível enxergar qualquer expressão facial ou corporal, nos principais atos. Acharam de utilizar os mesmos recursos desses filmes found footage. Mas nesse caso, não cabia tal linguagem.
O Roteiro é o pior. Erros grotescos de pontos de vista, arquétipos e estrutura narrativa. No início, já optam por revelar quem é o respectivo serial killer, - já corta grande parte do suspense de lhe instigar e pensar em quem é o assassino – mas até aí tudo bem. No entanto, com o passar dos minutos, a trama vai ficando repetitiva e enfadonha. O enredo não se torna nada envolvente, apenas um emaranhado de mortes, mutilação e sangue em excesso. O sujeito deixa diversas pistas e nunca é pego, nem ao menos perseguido. Aliás, a polícia é quase inexistente. Só aparecem prestando uma única declaração a um jornalista na TV. E no final, poucos segundos antes de subirem os créditos na tela.
Os personagens são estereotipados ao extremo. Vítimas estúpidas e diversas situações clichês e algumas estapafúrdias, pouco convincentes.
O protagonista não apresenta nenhum grau de carisma ou até mesmo repulsa. O que é uma pena, porque Elijah Wood é excelente. Tinha grande potencial, mas nem a presença do ilustre ator salvou o filme.
Trilha sonora totalmente displicente. Mal dirigido.
Quem gosta de violência gratuita, sangue e vísceras, vai adorar. Entretanto, quem procura um filme com uma trama instigante, clima soturno, bons personagens e uma obra audiovisual competente, melhor passar longe.
Amadeus
4.4 1,1KJá começa pela arte do pôster que é sensacional. Agora entendo porque o filme levou tantos prêmios, incluindo 8 estatuetas no Oscar, entre tantos outros. É primoroso em todos os aspectos, se fosse mencionar e elogiar cada detalhe, teria que escrever no mínimo 5 páginas, e hoje estou com preguiça. 3 horas de filme, porém uma trama envolvente e instigante. Concepção visual fabulosa, Direção de Arte e Fotografia extraordinária, assim como a Trilha Sonora, grandiosa. Ótimas atuações e extremamente bem dirigido. Peter Shaffer (roteiro) e Miloš Forman (diretor) consolidaram algo incrível. Adorei a atuação do Tom Hulce interpretando Wolfgang Mozart, pueril, excêntrico e eufórico, contudo, genial. E também, F. Murray Abraham como Antonio Saliere, no enredo invejoso e abjeto. Todo o elenco é formidável. Obra-prima!
O Destino de Júpiter
2.5 1,3K Assista AgoraNão estava com muita curiosidade, nem grandes expectativas, por isso não vi assim que saiu.
Quanto ao plot, ao contrário do que dizem, não achei sem nexo. Falaram que o enredo era confuso, contraditório e complexo ao extremo. Discordo, pra mim foi bem simples e linear. Quem diz isso, certamente não está familiarizado com o tema. Tampouco, já leu ou assistiu algo relacionado à ufologia, ou a ufologia esotérica, que é respectivamente o que o filme aborda. Embora seja uma obra de ficção científica, não segue a linha tradicional do gênero.
Em minha humilde opinião, o filme ficou bem mediano pelo Roteiro e Direção.
Mesmo contendo boas cenas de ação na trama - as vezes até exageram - ainda assim é um tanto morna, cheia de clichês e com um final previsível.
Investiram bem pouco nos personagens, adotaram arquétipos bastante batidos e estereotipados. Protagonista e coadjuvantes sem carisma. O que é uma pena, porque o elenco é formidável.
Nem Sean Bean, Eddie Redmayne e Mila Kunis que são excelentes atores engradeceram o filme. As atuações ficaram quase canastronas e pouco convincentes. Parece que as Wachowski esvaeceram, senti falta de uma direção de elenco mais resoluta. A impressão que transmite, é que ficou um tanto displicente.
Sobre a concepção visual, não tem muito o que falar, é impecável. Direção de Arte, Fotografia e Efeitos visuais de cair o queixo. Sensacionais. Trilha sonora, idem. Se tivessem o mesmo primor com o roteiro e direção, o filme seria uma obra-prima.
Seja como for, tem seus pontos positivos. Não acho um filme péssimo como os haters dizem. Falta coerência e sensatez em muitas das críticas que li.
Mas como opinião é pessoal, cada um vai ter a sua, ainda que seja infundada.
PS: Curti as referências a saga Halo, principalmente no aspecto visual em relação as armas e alguns veículos!
Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos
3.4 940 Assista AgoraCara, realmente fiquei estupefato com esse filme. Na época em que divulgaram as primeiras imagens promocionais e depois o trailer, gostei muito. Mas como de praxe, não criei uma grande expectativa. Levando em consideração que mais de 98% das adaptações de games não prestam, porém me enganei.
Estou arrependido por não ter visto no cinema. É excelente!! A concepção visual é incrível!! Uma Direção de Arte exímia: figurinos, adereços, armamentos e cenários complexos e idênticos aos jogos. Trilha sonora grandiosa e imersiva, ressaltando ainda mais os momentos dramáticos e das batalhas. Fotografia primorosa, cada plano era sublime, enquadramentos precisos e sempre valorizando a cenografia extraordinária. Sobre os efeitos e todo o CGI aplicado, nem tem muito que falar, é de cair o queixo. Magnífico, encantador. É extremamente gratificante quando um fã assiste a um filme de fantasia e observa que toda a ambientação foi desenvolvida com tanto esmero, ainda mais se tratando de uma adaptação.
Quanto ao roteiro, achei ótimo. Trama interessante, bons personagens e alguns pontos de virada. Fugiu bastante dos finais clichês que estamos acostumados quanto ao gênero. Não sou um especialista no universo World of Warcraft, joguei pouco. Evidentemente um fã que acompanha desde o primeiro, talvez não goste de algum detalhe e/ou saiba avaliar o roteiro da adaptação de forma menos superficial. Mesmo jogando pouco, pude reconhecer os personagens, as grandes armaduras, espadas, escudos e todo o armamento, bem como as raças que aparecem. Claro, foi o primeiro filme, não havia como ser extremamente aprofundado em cada uma delas sendo que a franquia é extensa e há diversas expansões. Contudo, no geral, é inegável que foi um baita filme. Quem é fã obras de fantasia e discorda, deve ser apenas um hater babaca ou está com a sanidade abalada.
Muito bem dirigido. Alguns atores do elenco já conhecia: Dominic Cooper, Travis Fimmel da série Vikings, Paula Patton e Ben Foster que já era familiar de outros filmes também. Gostei bastante.
Enfim, esse primeiro foi bem promissor. Espero que continuem os próximos com a mesma magnitude. Desde O Senhor dos Anéis e até mesmo O Hobbit, não me empolgava com nenhum filme do gênero. Extremamente grato a Duncan Jones e toda a produção e elenco. E claro, a Blizzard! Que adoro desde os anos 90, jogos que me marcaram como o Rock 'n Roll Racing, The Lost Vikings e Blackthorne. Posteriormente WOW e finalmente Diablo (que tanto viciei e aguardo um filme na mesma qualidade de Warcraft).
Minha Amada Imortal
4.1 211Simplesmente sublime. Roteiro sensacional, mérito do próprio Diretor.
É uma obra imprescindível para quem tem apreço pela música erudita e por um bom drama. Como todos sabem trata-se de um filme biográfico sobre o singular compositor e maestro: Ludwig Van Beethoven.
O enredo apresenta uma história envolvente e de grande sensibilidade.
Na trama, vemos um Beethoven com toda sua genialidade, entretanto, bastante irascível. O filme expõe os conflitos subjetivos e romances conturbados do insigne músico, bem como sua enfermidade e os problemas insolúveis causados pela surdez. Além de apresentar uma dose concentrada de suspense. O plot é acerca da carta destinada a uma misteriosa mulher, a qual ele declara seu eterno amor e concede toda sua fortuna póstuma.
Bernard Rose fez um excelente trabalho, desde o Roteiro até a Direção. O filme é impecável em todos os elementos: Ótima Fotografia e uma bela Direção de Arte. Todavia, o grande destaque pra mim foi a exímia trilha sonora, em que havia as próprias músicas do Beethoven – evidente - e ótimos arranjos orquestrados. E claro, a atuação magnífica do Gary Oldman, que tanto estimo e admiro. Encarnou no personagem e fez uma interpretação memorável. Não é à toa que o chamam de “O cameleão do cinema”: De Drexl Spivey, Mason Verger a Comissário Gordon, de Beethoven a Drácula. Entre tantos outros personagens inesquecíveis, eternizados.
Hamlet
3.4 85 Assista AgoraPior é ver gente denegrindo o filme sendo que nunca leu Hamlet e nem sabia do que se tratava. Brochante.
Embora tenham cortado alguns trechos, no geral, achei uma boa adaptação.
E qual o problema na atuação do Mel Gibson?! Cada ator concede sua respectiva concepção ao personagem, se ele estava mais excêntrico do que melancólico, ou vice-versa, não interessa. O personagem foi muito bem representado a sua maneira.
Muitas pessoas têm um julgamento estúpido e escroto. Em suas visões, sempre os atores têm que representar do mesmo modo do que os anteriores, senão o filme não presta. ¬¬
Que raciocínio mais imbecil. Pessoas ineptas e com essa mentalidade não deveria assistir filmes dessa estirpe. Franco Zeffirelli fez um bom trabalho sim, e o elenco estava sensacional. Ótima fotografia e excelente Direção de Arte.
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraA misantropia já está brotando.
Cara, como pode? Mal conheço os Irmãos Duffer (Matt e Ross) e já os considero pakas o/
Fuçando no google da vida, descobri que são bem novos. 32 anos e têm um único filme longa metragem no currículo, alguns curtas também. Mas isso não foi empecilho para que fizessem essa série primorosa.
Ambos criadores fãs assíduos de filmes, livros e jogos dessa época criaram uma trama sensacional utilizando todos os elementos característicos dos anos 80. E com tanto estimo, empenho e júbilo, o resultado não poderia ser melhor.
Roteiro exímio, de um envolvimento e sagacidade ímpar. Trama ótima, com mistério, terror e a cada episódio, gerando um grande clímax. Personagens bem construídos, cheios de empatia e instigantes. Pra quem é fã da década de 80 (alguns elementos dos filmes de 70 e atuais também) e resquícios nerds, não deixou de pegar as diversas referências. Sempre colocadas de modo bem sutil e inerente à trama, alguns mais evidentes outros mais implícitos. Mas nada aparece de forma “jogada” ou aleatória. Tive que conter a euforia, tudo que sempre fui fã emergia na tela: o Senhor dos Anéis, O Hobbit, Evil Dead, Enigma do Outro Mundo, A Hora do Pesadelo, Poltergeis, Alien, Eles Vivem, Halloween, Dungeons and Dragons, RPG, Silent Hill (eu achei algumas pelo menos) e tantas outras coisas que agora não lembro.
O elenco é excelente e com rostos pouco ou nada conhecidos. Com exceção de Winona Ryder, que eu já era fã desde Drácula de Bram Stoker. Atuação dela ficou ótima, deixou a personagem bastante cativante. O que dizer então do elenco infantil? Além da fofura transbordavam talento. Fiquei realmente impressionado, especialmente Millie Bobby Brown - Eleven, Finn Wolfhard - Mike Wheeler e Gaten Matarazzo - Dustin Henderson. As crianças não eram meros coadjuvantes, todas mantinham seus atributos peculiares e carismáticos. Os adultos, idem.
A Direção de Arte é imersiva e bem minuciosa. Fizeram um ótimo trabalho. Foram bem detalhistas com cada objeto cenográfico da época, com o figurino e até visual das criaturas e do mundo invertido. Fiquei estarrecido, adorei.
Fotografia incrível. Cada plano e enquadramento eram fascinantes. Realçando ainda mais a composição cenográfica e tornando a experiência visual incrível.
Muito bem dirigido, tanto pelos irmãos Duffer quanto pelos diretores posteriores. Todos foram meticulosos em cada etapa, desde a pré-produção até a finalização. Pelo menos pra mim, não tenho nenhuma queixa, apenas elogios.
Efeitos de cair o queixo, bem convincentes e primorosos. Nem tem muito o que falar, digno de admiração. Até a tipografia utilizada no GC é semelhante aos filmes dos anos 80, demais!
Trilha sonora?! Magnífica! Do início ao fim. Curti demais todas as bandas que fizeram parte de cada episódio, especialmente “Africa - Toto”, “Should I stay or should I go - The Clash” e “Waiting for a Girl Like You - Foraigner”. A trilha de abertura/encerramento e todos os momentos da série foram compostos por Kyle Dixon e Michael Stein. Simplesmente sensacional!!! Remete aos anos 80 e faz grandes referências as trilhas de John Carpenter, especialmente pela harmonia minimalista e sintetizadores.
Enfim, a série é excelente, amável em todos os aspectos. Pra quem ainda não viu, PRECISA ver! Tenho certeza que não se arrependerá. Pensava que jamais fosse aparecer outra série que chegasse ao nível das minhas prediletas, a santíssima trindade: Game of Thrones, The Walking Dead e Penny Dreadful, mas me enganei. Stranger Things é incrível. Já conquistou meu coração das trevas.