Se o saudosismo descomunal for deixado de lado ao menos por um minuto, e a análise for feita de forma mais lúcida e menos passional, os acertos do filme ficarão mais evidentes.
É claro que a displicência em alguns aspectos e os pontos negativos também são bem salientes: diversos furos no roteiro, trechos previsíveis, algumas atitudes estúpidas dos personagens, e a maioria nada carismáticos, uma protagonista apática e pouco convincente - nesse quesito o anterior evidentemente se saiu melhor, Noomi Rapace tem uma expressividade e carisma infinitamente maior que Katherine Waterston. E ela encarnou no papel, a Elizabeth Shaw foi uma ótima personagem. Já neste filme, com algumas exceções, achei a escolha do elenco péssima.
No entanto, também é uma escrotice e desonestidade abissal não reconhecer os êxitos da obra, ainda que sejam poucos.
Sobre a produção, nem tem muito o que dizer, é magnífica: Excelente Direção de Arte e Fotografia. Efeitos Visuais sublimes, boa Trilha Sonora. Quanto ao Roteiro, por mais que os deslizes tenham diluído o potencial, há bons momentos. O David cresceu bastante na trama, não vou comentar muito para não entregar spoiler, mas particularmente gostei bastante do desenvolvimento do personagem, e o Michael Fassbender sem dúvida foi o destaque do filme. E embora as criaturas tenham ficado um tanto superficiais, até irresolutas e desconexas, gostei das novas inserções.
E no fim, os Engenheiros foram explorados de modo pífio e superficial. O que mais esperava nesse Alien: Covenant era um maior desenvolvimento deles. Algo que tinha gostado tanto em Prometheus. Nesse quesito sim, fiquei decepcionado. Mas, a vida segue
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Infelizmente, não é uma obra-prima, e vindo de Ridley Scott e John Logan no Roteiro ( entre tantos trabalhos escreveu Gladiador, O Último Samurai, Hugo Cabret, Penny Dreadful - apesar que o desfecho da última temporada foi brochante, mas ele é um baita roteirista) poderia ser muito melhor. Mas também não achei péssimo como estão bradando por aí, o Roteiro é mediano e displicente em determinados pontos, mas tem seus acertos, como frisei acima.
Enfim, é evidente que na mente de um saudosista intolerante, o filme é um sacrilégio com a obra original (hater nem conta, esses babacas não tem capacidade nem para escrever algo maior que uma frase, tampouco uma crítica plausível, pra eles tudo é merda ou lixo) Mas pra quem gosta da franquia e consegue ter a mente sensata e receptiva com algumas mudanças, pode ser interessante. Para o sujeito pueril e incongruente que pensa que vai ver Alien, O Oitavo Passageiro, é melhor nem assistir.
Gostei do filme. Não há dúvidas que da trilogia solo do personagem de fato é o melhor. Difere totalmente da HQ que foi inspirada: "Wolverine: Velho Logan", mas quanto a isso já era de se esperar. Ao menos mantiveram parte da ferocidade do personagem e velhice, dois dos atributos mais salientes do personagem na respectiva HQ.
Impossível deixar de elogiar a atuação magnífica do elenco, principalmente Hugh Jackman, Patrick Stewart e Dafne Keen. Contudo, o roteiro podia ser bem melhor.
Concordo que há trechos de grande sensibilidade, e um teor deveras realista, se comparado aos precedentes. Entretanto, daria para ter explorado muito mais o universo dos personagens. Principalmente inserir um bom vilão, que garantisse mais tensão à trama, e um desfecho épico. Se tivessem colocado ao menos um dos vilões que aparecem na obra original, teria sido bem melhor (isso se fosse bem caracterizado, evidentemente), ou então, outro personagem que irei citar logo abaixo.
No fim, encerram a trilogia, Hugh Jackman se despede do personagem, e nem ao menos chegamos a ver Wolverine enfrentando alguns vilões clássicos, principalmente Omega Red, seu arqui-inimigo, tão quanto Dentes-de-Sabre. Já que tinham o intento de fugir totalmente da HQ original, poderiam ter inserido o Omega na trama. Seria sensacional, se fosse fiel, levaria a produção a um patamar muito mais culminante. Mesmo porque, o Omega Red é um excelente personagem, tem todo um contexto histórico, conturbado e denso. Principalmente por ter sido um soviético e inerente à Guerra Fria, mas também emerge em outros períodos; é um mutante psicopata e assassino de primeira estirpe. Fecharia a trilogia com chave de ouro. Com tantos inimigos de peso para dar as caras no filme, vão colocar como principal vilão justo um clone? Nesse âmbito me soou bastante displicente, talvez até limitado em criatividade.
O desfecho também achei um tanto decepcionante, bem como algumas passagens no meio da trama.
Seja como for, o grande mérito é a inserção da X-23 no enredo, expor a fragilidade do Wolverine, que sempre se mostrou quase onipotente e indestrutível, e um Xavier extremamente debilitado por conta da idade avançada e demência.
Enfim, poderiam ter feito um filme melhor, mas de modo geral, achei satisfatório. Boa trama, ótimas cenas de ação, Produção impecável. Para quem conhece o personagem apenas nos filmes, certamente vai adorar.
Embora a película tenha 86 anos (agora em 2017), ainda continua atual. Uma vez que retrata com maestria o aspecto pérfido e patológico da condição humana. Tão quanto as injúrias em certas normas da sociedade, das quais muitas vezes se mostram displicentes, insuficientes e nocivas.
A trama enfatiza os eventos trágicos ambientados em Dusseldorf, uma série de assassinatos cometidos contra crianças. A busca incessante do assassino pelo reconhecimento e fama. O que denota insanidade, extrema letargia, total falta de empatia, misantropia e vazio existencial. Sempre mantendo um regozijo mórbido por ceifar vidas, sua perspectiva nefasta. E ainda, exibe de forma sutil o vigor que o nazismo vinha ganhando no respectivo cenário alemão.
Também expõe o ritmo lento e ineficácia da polícia. Bem como a abissal dificuldade para enfim se manter no encalço do serial killer, seguindo os escassos resquícios deixados pelo criminoso. Um pânico generalizado e reprimenda da população para com os militares. Ao passo que os próprios transgressores locais iniciam uma caçada contra o infanticida, com intento de lhe conceder um julgamento de acordo com a ética do submundo.
O mais interessante é observar como este filme seria imprescindível para influenciar os posteriores no gênero. Tanto em linguagem, narrativa, estética e montagem. Primordial para apreciadores e/ou estudiosos do expressionismo alemão e da sétima arte em geral. E ainda, mantém um dinamismo bastante notável - a menos que sujeito em questão só veja blockbusters recentes e clichês, aí vai achar cansativo mesmo - combalindo o estigma leigo de que todo filme antigo é enfadonho e desagradável. Muito pelo contrário. Um ponto que vale salientar é a Trilha Sonora. Embora evidentemente tenha o diálogo (não é um filme mudo), foley e outros atributos, não há música. Com exceção da cantiga das crianças, e mais adiante, a melodia assobiada pelo assassino, atribuindo um leitmotiv ao personagem (tema melódico ou harmônico destinado a caracterizar um personagem, uma situação, um estado de espírito e etc, que mais tarde se repete). Por opção do próprio Lang, penso que talvez o intento fosse conceder um teor mais áspero e menos escarpado no enredo. Seria até um sacrilégio questionar um cineasta desse quilate, mas senti falta em alguns momentos.
O Roteiro é ótimo. Bastante original e envolvente. Contudo, poderia ter resguardado um pouco mais o suspense na trama. Já na metade do filme revelam quem é o assassino. Fora isso, caberia um investimento maior no infanticida, faltou certa profundidade no personagem. Talvez a inserção de uma backstory ou até mesmo revelar mais detalhes do seu cotidiano e outras características de sua psique. Não precisaria deixar algo didático, mas ao menos induzir mais resquícios sobre ele. Todavia, o monólogo final é realmente excelente e estarrecedor.
A produção é sensacional. Fotografia idem. Elenco muito bom, com destaque para a atuação soberba de Peter Lorre. Grande Direção de Fritz Lang.
Todo ser que pensa deveria assistir. Seja íntimo ou não da Filosofia. Seja admirador ou não de Nietzsche.
Embora seja um drama, com denso teor filosófico, tem pouco tempo de duração e ainda é aprazível. Não há desculpas nem para o mais preguiçoso dos telespectadores. A menos que este tenha um péssimo gosto e prefira sempre produções clichês.
O filme é uma adaptação do romance homônimo de Irvin D. Yalom. Mais uma vez repito: Adaptação. E nem livro, nem o filme se limita a ser uma mera biografia de Nietzsche, Breuer ou Freud. É uma trama dramática e fictícia, tendo eles como destaque, Nietzsche principalmente.
Espécie de "crossover" de personagens que de fato existiram e tiveram suma importância. É uma obra bastante profunda; reflexiva, questionadora e de grande sensibilidade. Induz o indivíduo a ser solícito sobre sua vida: liberdade, respectivas escolhas, convicções, afeições, confiança, receios e o peso da solidão.
Já era fã de Armand Assante, em virtude dos filmes que ele atuou, em especial "A Odisseia", "O Juiz" e outros. Ele fez uma interpretação brilhante, encarnou no personagem. Extremamente verossímil e ao mesmo tempo comovente. Expondo todo o intelecto, vigor e fragilidade do filósofo, bem como sua desilusão (principalmente amorosa) e ceticismo para com a vida e aspectos metafísicos. A trama opta por não mostrar a infância e juventude do filósofo, salientando a sua fase madura. Retrata um Nietzsche irredutível, melancólico, austero, porém, genial. Como de fato era. Bastante recluso. Após parar de lecionar, passava o dia escrevendo, estudando e ponderando. Mas de personalidade forte, por vezes bastante temperamental e difícil de lidar. Mantendo relações esporádicas apenas com meretrizes. No início, conseguia irritar o próprio médico que tratava de sua enfermidade. "Sua criatura maluca e delirante!", profere o médico em um trecho.
A narrativa frisa alguns momentos em que ele já demonstra lampejos de insanidade.
Vide uma das cenas em que bate a própria cabeça num espelho, por causa de suas perturbações e fortes enxaquecas, é estarrecedora. Entre outras.
O ator Ben Cross que interpreta o Dr. Josef Breuer, (também existiu e teve um papel imprescindível na psicanálise) responsável por tratar Nietzsche na trama, também é excelente. E no filme um ótimo personagem. Bastante equilibrado, sensato e solícito. No entanto, em certas conjunturas também começa a padecer com seus próprios "demônios", lhe causando alguns conflitos psicológicos.
Jamie Elman concede vida a uma das figuras mais ilustres, o pai da psicanálise: Sigmund Freud. É apresentado um Freud jovem e em começo de carreira. Todavia, bastante perspicaz e com boas teorias. Além de um conhecimento notável sobre o inconsciente e já se valia de técnicas de hipnose.
Katheryn Winnick também está ótima no filme. Com sua beleza estonteante, interpreta Lou Salome, a poetiza russa, sedutora e persuasiva, que busca tratamento para Nietzsche. A atuação da Winnick como sempre é excelente. Até o sotaque russo incorporou na personagem.
Num dos trechos, Breuer desconsolado diz que está mais do que nunca se aproximando da morte - por conta da idade - há um diálogo exímio entre ele e Nietzsche que vale a pena mencionar:
- Sou impotente e insignificante - diz Breuer.
- Não significa que a vida não tenha propósito - discorre Nietzsche - Conforme a morte se aproxima aumenta o valor da vida. Você deve aprender a dizer sim, a cada minuto de vida. Seja impetuoso, um livre-pensador. Supere suas limitações.
A própria trama, diálogos e até enquadramentos da fotografia soam como um discurso filosófico. Cada fragmento da obra é abastado de questionamentos e reflexões. O Roteiro é tão bem escrito, as atuações são tão verossímeis, a Trilha Sonora é tão sublime, que poderia ter 3 horas de filme e ainda assim não seria cansativo. Pelo contrário, ainda mais aprazível. Contudo, o filme tem aproximadamente 1 hora e 45 minutos.
Um magnânimo trabalho de Pinchas Perry, que escreveu, produziu e dirigiu. Fiquei fã e ainda assistirei muitas vezes. Vale a pena apreciar cada segundo.
Pra encerrar, duas falas insignes:
"Não se apropriar de suas metas, é deixar que sua vida seja um acidente." - Nietzsche.
"É um paradoxo: O isolamento só existe no isolamento. Uma vez compartilhado ele evapora" - Breuer
A proposta era passar 12 horas na casa assombrada por 10 mil dólares. Eu passaria uma noite lá até por 100 reais. Ainda mais com whisky do bom e se estivesse exacerbada de espíritos capirotescos.
Roteiro genial. Ótima Produção e Direção de William Castle. Trilha Sonora excelente! Ela que gera todo o clima tétrico da obra. - Já conhecia o enredo por conta do remake "A Casa da Colina" (1999) que inclusive gosto muito. - Mas ainda assim, me surpreendi com a trama.
Vale ressaltar a atuação formidável do elenco, principalmente Vincent Price e Carol Ohmart.
Não costumo ser a favor de remakes (apenas em escassas ocasiões). Mas neste caso, veio muito bem a calhar, e foi realizado de forma insigne.
Os fãs saudosistas discordam de mim, (e isso pouco me importa) mas a meu ver, ficou muito melhor que o original. Em todos os aspectos, principalmente no Roteiro e elenco. Já nos primeiros 18 minutos isso fica evidente. O de 1960 era bastante simplista e um tanto superficial em sua trama e personagens, este de 2016, é mais aprofundado, empático e dinâmico, entre outras coisas. O elenco é formidável. Achei sensacional a inserção de Denzel Washington embora seja outro personagem, mantiveram alguns traços da personalidade do original no papel que foi de Yul Brynner. Trouxe uma abordagem bem mais pertinente e cativante. – Além de ressaltar o racismo explícito que havia na época. – E como sabemos, ele é um dos atores norte-americanos mais versáteis que existe, bastante expressivo e convincente. Até hoje, nunca vi nenhum filme ruim que tenha protagonizado.
Ethan Hawke também está excelente. Diga-se de passagem, já é a segunda vez que Hawke e Washington atuam juntos num filme magnânimo. Em outrora foi no magistral "Dia de Treinamento".
Haley Bennett conseguiu um papel relevante e teve uma desenvoltura notável. Gostei muito da atuação dela. Uma psique que destoa bastante das mulheres do filme de 60, que eram meras figurantes e coadjuvantes sem nenhum impacto na trama.
De modo geral, as características e etnia dos personagens ficaram bem mais variados e interessantes – e não digo isto em âmbito de representatividade ou para parecer politicamente correto, tenho aversão de demagogia. Apenas achei que combinou bem com a proposta e tiveram um ótimo entrosamento. – Perfis diversificados, tanto físicos quanto psicológicos. E assim gerando mais empatia, abarcando vários elementos e relações substanciais. As cenas de ação também tiveram uma melhora descomunal, expondo um aspecto aprazível e frenético. Um final magnífico. Infinitamente superior ao original. – que por sua vez, para quem não viu nos créditos e critica todo e qualquer remake, saiba que o de 1960 também é um remake de “Os Sete Samurais” de Akira Kurosawa.
Roteiro sublime de Nic Pizzolatto e Richard Wenk. Fotografia formidável. Excelente Direção de Arte. Ótima Edição. Uma Direção impecável, impossível não se impressionar com o trabalho de Antoine Fuqua e toda a equipe.
Original, esdrúxulo, insólito, orgânico, visceral e 100% grotesco.
Algumas das características que mais são inerentes ao estilo de David Cronenberg. A meu ver, um dos cineastas mais brilhantes e autênticos que já vi. Além de ser bastante versátil em temáticas.
Desde que assisti ao primeiro filme dele, já virei fã. Scanners, A Mosca, Filhos do Medo, Na Hora da Zona Morta, Senhores do Crime e Marcas da Violência, são meus prediletos e verdadeiras obras-primas. Fora suas atuações em alguns filmes como Raça das Trevas e Ressurreição, ambos excelentes. A sua filmografia como diretor/roteirista/produtor é bem extensa, mas pretendo assistir todos.
Em eXistenZ, A obra flerta com a linha de imersão, surrealismo e abstração. Denota que as escolhas virtuais dos personagens refletem diretamente no progresso e destino de cada um, além das diversas versões das "realidades". Atributos icônicos nos jogos de RPG. Mas neste caso, sempre se valendo do bizarro e do insólito, tornam-se elementos vitais na narrativa.
O Roteiro enfatiza o lado lúdico, surreal e extasiante que os jogos proporcionam. Salientando a dependência e obsessão que por vezes se potencializam em pessoas conturbadas. Contudo, não faz do discurso uma regra.
A Direção de Arte é exímia e imprescindível para contextualizar o enredo. Vide toda a cenografia, figurinos e maquiagens. O aspecto dos consoles e das tais portas de entrada são repulsivos, disformes, mas sensacionais, e dos anfíbios mutantes, idem. Arrebata o telespectador logo de início. Expondo um apelo bizarro, dúbio, execrável e com resquícios eróticos.
Evidentemente, não é um filme para um grande público. Por suas diversas peculiaridades, repugnância, alegoria e metalinguagem. Embora a premissa seja calcada no aspecto virtual, os componentes são quase que totalmente orgânicos. Fora os pequenos detalhes: não duvido que se fosse de conhecimento geral seria tachado de “xenofóbico”, em virtude de como os chineses são representados e com sua gastronomia no mínimo "pitoresca" em um trecho. Ainda mais nos dias de hoje, onde reina a deturpação, hipocrisia e politicamente correto.
E aí que entra mais uma vez, a razão do imenso sucesso dos jogos: entre outras coisas, válvula de escape; uma conexão com outro mundo. A fuga expressiva da realidade trivial, a princípio, muito mais interessante e desafiadora. Contraste com a estupidez diária e com a asfixia do cotidiano.
Boa Fotografia. Excelente Direção de Arte. Trilha Sonora competente. O elenco é ótimo, tão quanto a Direção.
Enfim, eis uma obra que certamente merece ser assistida ao menos uma vez. David Cronenberg é um cineasta no mínimo eXcelenTe. Pra mim, genial.
A produção de modo geral é formidável. Ótima Fotografia e Direção de Arte. Uma Trilha Sonora magnânima. Boa Edição.
A meu ver, o único deslize foi no Roteiro mesmo. Bastante trivial, trama pouco envolvente e um tanto previsível da metade para o final. O melhor está nos vinte primeiros minutos: a conjuntura que o protagonista passa com sua esposa e filho dentro da carruagem é de fato instigante e ao mesmo tempo desconfortante. É o que vale o filme. Depois disso, infelizmente, tudo cai na trivialidade e sem grandes novidades. O que é uma pena, porque tinha um baita potencial e um elenco excelente.
Jeffrey Dean Morgan como vilão deixa o filme um pouco mais interessante, mas ainda assim é inferior às suas outras atuações, nem de longe chega a ser um Negan (The Walking Dead) da vida. Mads Mikkelsen e Eva Green idem, podiam ser muito melhores. A Eva Green ainda pegou uma personagem literalmente muda e pouco expressiva.
Enfim. Há filmes melhores no gênero, mas pra quem já viu quase todos os clássicos e quer resgatar o saudosismo western, até que vale a pena.
Esperava que fosse um baita terror, psicológico ou explícito. Mas é quase uma pornochanchada lésbica com freiras rs. Ainda assim, até que diverte. O roteiro é bom e entretém. A trama é interessante e conta com alguns atributos emblemáticos, mas poderia ser melhor. Em especial por ter tanta gente assinando o roteiro e argumento, bem como consta nos créditos.
Evidente que o filme teve um baixo orçamento, mas a meu ver, o clima que era pra ser sombrio, misterioso e tétrico, é diluído pela Direção de Arte precária e uma Trilha Sonora inexpressiva, muitas vezes omissa. Principalmente num filme de suspense ou terror, uma trilha sonora bem aplicada é imprescindível. Psicose que o diga, ainda mais antigo e um exemplo clássico que vem a calhar. Ou o próprio “O Exorcista”, que inclusive é da mesma década e precede este. No caso de Psicose, será que todo o filme e a famigerada cena do chuveiro teria o mesmo impacto que teve sem aquela trilha impecável? Creio que não. – Diga-se de passagem, este fato é mencionado no filme biográfico do Hitchcock, que foi protagonizado por Anthony Hopkins (formidável!).
Enfim. Alucarda é legal, tem bons momentos, conta com alguma alegoria, pra quem gosta de terror explícito ainda têm boas cenas de morte, um erotismo sanguinário, elementos satisfatórios se levar em conta o baixo orçamento. Final bacana. Os trechos de invocação dos Capirotos também são divertidos. E a cena que se passa no templo abandonado próximo ao final, com Justine é magnânima! As atrizes Tina Romero e Susana Kamini, além da beleza estonteante são ótimas em suas respectivas atuações.
Finalizando com uma opinião concisa e honesta: pra quem espera um filme de terror setentista na linha de "O Exorcista" ou "A Profecia", se decepciona. Mas se for assistir sem culminantes expectativas, e se entreter com o tema dogmático, satanista e com as ótimas atuações, vale o tempo investido.
PS: Talvez foi daí que veio a inspiração para a personagem da Freira capirotista de Invocação do Mal 2.
Gosto muito do cinema asiático, e esse certamente é um dos melhores filmes sul-coreanos que já vi. O Roteiro é formidável, mas ao mesmo tempo desconcertante, perturbador e repulsivo. Também imprevisível e com grandes reviravoltas. Um final insano e adverso. É abastado em violência explícita, mas não chega a ser tão visceral quanto o teor psicológico. Grande mérito do cineasta Park Chan-wook que escreveu e dirigiu. Já havia assistido outro filme dele, "Sede de Sangue", uma narrativa de vampiro original e bastante interessante.
A premissa de Oldboy trata de um homem que é capturado e que fica preso durante 15 anos. Sofrendo por estar longe da família e sem previsão de ser solto. Quando enfim consegue se libertar, inicia sua investigação para saber quem lhe prendeu e posteriormente despontar uma vingança atroz. Seria um tanto clichê, se não fosse pelo desenvolvimento da trama e do personagem principal. Totalmente inesperado e denso. Gostei que não perderam muito tempo ressaltando o confinamento. Uma vez que várias obras já retrataram isso. – Apenas um detalhe que achei incoerente, nos minutos finais, mas ainda assim, manteve a qualidade – O Roteiro frisa mais a jornada intensa e degradante do protagonista. Faz questão de expor o aspecto vigoroso dos indivíduos, suas respectivas fragilidades e contradições. Além da perfídia, é claro. Deixa implícito o questionamento: o quão torpe o ser humano consegue ser?
Além do Roteiro, a Fotografia e Trilha Sonora também são pontos de grande destaque. Excelentes. Uma ótima Direção e atores extremamente convincentes. A Montagem do filme também é exímia, expondo uma narrativa não-linear, instigante e com elementos visuais estonteantes.
Não entendo como demorei tanto para ver. Mas como profere o dito popular: "Antes tarde do que nunca." Achei tão magnífico que me recuso a ver o remake. Que ao tudo indica, trata-se de mais uma cilada caça-níquel. Há pouco, descobri que o Oldboy original se encaixa em uma trilogia escrita e dirigida pelo próprio Park Chan-wook. Logo irei conferir.
PS: Vi alguns sujeitos falando mal e enfatizando que era um filme ruim ou mediano e "previsível". Tem que ser muito desonesto para fazer tal afirmação, uma desonestidade intelectual, moral e descabida.
Daqueles filmes que lhe pega desprevenido, com um soco no estômago.
Com a premissa, pode parecer trivial, sem grandes expectativas. Mas aí é que está o grande diferencial: a relação entre o fio condutor e o desfecho. O Roteiro é ótimo. Do jeito que tanto aprecio: empático, imprevisível e arrebatador. Há uma reviravolta desmesurada. O Roteirista e Diretor Joby Harold fez um excelente trabalho. Surpreendeu muito, não esperava que fosse algo nessa magnitude, enleando três gêneros: drama, suspense e policial.
Talvez, o final tenha sido um tanto apressado, já que do início até metade a trama parece estagnada. Todavia, não comprometeu em nada o enredo, tampouco o final, que é onde está concentrado todo o mérito da obra. Seja como for, é exímio. Quanto aos outros atributos técnicos: Fotografia, Direção de Arte, Trilha Sonora e Montagem, também são bons. Mas o grande destaque de fato é o Roteiro. Teve gente que reclamou da atuação do elenco e da Direção, mas não vi qualquer problema nesse âmbito. Muito pelo contrário, achei bastante convincente e satisfatório. Gosto muito da Jessica Alba, boa atriz. E Hayden Christensen, que provou ser sensacional desde Star Wars: Ataque dos Clones e A Vingança dos Sith. Lena Olin, idem, tenho apreço por ela desde O Último Portal do Polanski (baita filme e pra mim um dos melhores com Johnny Depp no elenco).
Na época em que saiu esse filme, 10 anos atrás, nem dei muita importância, já que pela sinopse parecia mais do mesmo. Contudo, me enganei. Grata surpresa. Pra quem ainda não viu e gosta de tramas originais e de qualidade, é uma ótima opção.
Evidentemente, há quem não tenho gostado. Em especial, aqueles que se consideram com um intelecto superior, ou fazem questão de ostentar seu gosto “apurado” por produções menores, clássicas, quase sempre inerentes ao cinema europeu. Como se os filmes de outras regiões não prestassem. Vejo como um fetiche da estipe pseudointelectual. Algumas pessoas acham chique o simples fato de denegrir algum trabalho de qualidade. Enfim. Vale a pena ver e tirar as próprias conclusões.
Tentei ver antes, mas acabei dormindo nas duas vezes. Só agora consegui assistir até o fim, no entanto, me arrependi.
Tosco e estapafúrdio. Totalmente superficial e cheio de clichês. Não sei como ainda conseguem defender e elogiar. Sei que gosto é subjetivo, mas não entendo. Não há nostalgia que justifique. Poderia enumerar ou citar em ordem alfabética todas as incongruências e equívocos, mas nem vale a pena perder tanto tempo.
A trama é rasa, enfadonha e apática. Personagens pífios e estúpidos, sem qualquer carisma. Além de abusar dos estereótipos, travestidos de chupadores de sangue: Vampiro doidão, arruaceiro e canastrão. Uma vampiriguete que parece usar peruca loira. Outro com pose de líder, porém, com o intelecto de uma porta. E um recém-transformado, que é bunda mole e fraco, apaixonado por uma vampira meiga. Tentaram forçar um romance irrelevante e água com açúcar, para ver se gerava alguma empatia no público, mas nem de longe acertaram.
Roteiro deprimente. Parece até que foi de onde Stephenie Meyer extraiu sua inspiração para escrever Crepúsculo. Tanto no romance superficial quanto nos vampiros que saem no sol e alguns "bonzinhos". Claro que no filme eles ainda queimam um pouco, mas quase sempre conseguem sobreviver. Já a Meyer, deve ter adorado esse aspecto e teve a ideia "genial" de inserir esse elemento em sua “obra”, bem como fazer com que brilhem no sol. Maravilha! Sqn.
Terrível de tão ruim. Nos créditos constam que duas pessoas escreveram o Roteiro. Sendo que uma foi a própria Diretora. Duas cabeças pensaram para sair algo tão medíocre. Seria melhor ter investido menos na produção e ter contratado um roteirista competente, digno. Aliás, gastaram a maior parte da grana com explosões, tiroteios, perseguições em automóveis, efeitos ruins e nem ao menos guardaram umas moedas para investir numas próteses dentárias para simular os caninos vampíricos, nem lentes de contato ou uma maquiagem propícia. Nada que desse uma caracterização mais convincente e interessante aos vampiros. Meros cospobres.
Há inúmeras incoerências, que inclusive se repetem. Por exemplo, os tais vampiros sempre saem perto do amanhecer. Não conseguem traçar um simples plano de ofensiva e fuga. O modo como se protegem do sol é sem nexo, idiota. O trecho em que o casal deixa de ser vampiro, através da transfusão de sangue foi o fim da picada! Na verdade, o filme todo é estapafúrdio.
E teve gente que disse: "Baita filme oitentista! Um clima sensacional!" Que clima?! Não tem clima nenhum. É um tanto broxante, isso sim. Tampouco merece remake. Melhor investir num roteiro original do que regravar um filme péssimo. Seria total perda de tempo e de grana.
Infelizmente, nesse caso não teve nada de bom para ressaltar. A Trilha Sonora é até legalzinha e cumpre seu papel, mas nada de excepcional. Direção de Arte fraca e Fotografia bem mediana. Montagem idem. Direção ruim.
Enfim, um imenso desperdício de elenco (de grana também, com toda certeza) especialmente com Lance Henriksen e o saudoso Bill Paxton, ambos excelentes atores.
A proposta do filme é original em boa parte. E de fato, foge bastante dos clichês que estamos acostumados. É um dos grandes méritos do roteiro. Há uma abordagem realista sobre as facetas humanas, em especial do que pode ser considerado “bom” e “mau”, frisando a controversa moral de cada indivíduo. E ainda, uma observação tênue sobre questões como prostituição e dependência das drogas.
Tudo isso inserido à trama ambientada numa cidade fictícia iraniana, um enredo que mescla suspense, terror (mais psicológico do que explícito) e romance. Parece interessante, não?
É interessante, entretanto, poderia ser bem melhor se o Roteiro fosse menos relapso em alguns aspectos. Faltou muita verossimilhança. Houve uma preocupação com a realidade do cotidiano de cada personagem e de uma cidade aparentemente tomada pela degeneração. Todavia, a forma como esses personagens se relacionam denotam grande displicência na trama. Principalmente a relação entre a tal garota que caminha pelas ruas e o protagonista. Por mais inconsequente e pueril que um jovem seja, ele vai ter curiosidade de saber com quem está se envolvendo, ainda que de modo superficial. Mas o filme não expõe isso, o rapaz se mostra indiferente quanto ao passado e presente da moça, nem ao menos insiste para que ela diga qual é o seu nome! Tampouco quaisquer detalhes da vida da vampira. – sim ela é uma vampira, mas isso não é spoiler, está na sinopse – Além disso, os diálogos são bem rasos e extremamente concisos, tanto com o casal quanto com os secundários.
Entendo que o intento da cineasta Ana Lily Amirpour, que escreveu e dirigiu o filme, foi manter um denso mistério, mas acabou soando desleixado em vários momentos. Não que careça ser algo didático, não há necessidade de subestimar o intelecto do telespectador. Mas ao menos manter as respectivas coerências e profundidade na narrativa; independe do gênero, qualquer obra exige isso. Tem aproximadamente uma hora e quarenta, nada que vinte minutos a mais não resolvesse. Mas doravante, há quem tenha achado perfeito, gosto sempre será relativo.
Vi até comentários e resenhas que quiseram induzir que teve uma abordagem “feminista”, por conta da personalidade da tal vampira, de algumas atitudes e perspectivas, mas não identifiquei qualquer atributo nesse sentido.
Só porque ela matou três homens?! Sem nexo, brisa total
Não tem nada inerente ao feminismo original, oriundo do século XIX, muito menos feminazi; afinal não tinha qualquer extremista, nenhuma mulher que odiasse homem, com sovaco peludo ou pintado e etc rs. A interpretação de cada obra pode ser subjetiva e até abstrata, mas me parece um equívoco e tanto essa associação. Não digo uma opinião infundada, mas fumada mesmo, de alguém que fumou alguma coisa rs. Ainda que porventura a cineasta for feminista, não deixou nada evidente, nem implícito. Enfim.
Um ponto de grande destaque e excelência é a Fotografia. Indefectível. Foi gravada em P&B, é bem expressiva, artística e com grandes referências ao cinema clássico europeu. Muito bela. A Trilha Sonora é exímia, bastante imersiva e envolvente. Ótima montagem. Boa Direção.
Se não fosse por esses deslizes mencionados acima, seria um filme magistral, mas não deixa de ser interessante. Uma boa opção para quem está de saco cheio dos clichês hollywoodianos.
Tão tosco que chega a ser uma pérola! E neste âmbito, o cineasta Amando de Ossorio tem seu mérito. Além disso, é um filme espanhol de baixo orçamento, realizado em 1971, este ponto deve ser levado em consideração.
Roteiro é estapafúrdio e previsível, atuações canastronas, como se espera da maioria dos filmes trash. Em alguns pontos foi até criativo, como por exemplo, o visual dos Templários e o final também, bacana.
É muito divertido, ri bastante em alguns trechos. Com exceção das cenas de nudez e sangrentas (que mais pareciam tinta guache vermelha com água) me lembrou aquelas paródias de terror do Chapolin Colorado.
Fiquei com vontade de conhecer Lisboa, que é onde foram gravadas as cenas, a maior parte delas. Locações muito legais. Destaque para a Trilha Sonora, excelente. É a única coisa realmente macabra na obra.
Como sempre digo, só por se tratar de uma obra original, e não mais um remake como centenas de produções atuais, já tem seu mérito. Contudo, a obra vai muito além.
O enredo começa sem nenhum diferencial, despontando o boom midiático e a reação aturdida da população ante a aparição de uma nave alienígena. Até aí ok, sem novidades. Entretanto, com o avançar da trama tudo vai ficando mais intrigante. O filme expõe alguns fragmentos aparentemente triviais, talvez até desconexos, e ao fim juntam as peças do quebra-cabeça. Desfecho sensacional. O que gostei bastante foi o toque dramático que deram à trama, artifício até raro em um filme do gênero. É uma estória de ficção científica que apresenta grande empatia e sensibilidade.
Ótima Direção. Excelente Roteiro. Quanto a parte técnica (Fotografia, Direção de Arte, Trilha Sonora, Montagem, Efeitos e afins) também muito bom. Nada de extraordinário, mas cumprem seus respectivos papéis.
Com certeza, quem não gostou esperava um filme clichê, do tipo conflitos bélicos: Humanos vs Aliens, vice-versa. Também curto filmes assim, todavia, já está saturado. O cinema sempre carecerá de novos conceitos, e não estagnar na mesmice.
PS: O aspecto dos alienígenas por algum motivo me lembrou Lovecraft. Por que será?! LOL
Se fosse pra resumir o filme em duas palavras: Excepcional, Pitoresco. Ainda me pergunto, como conseguiram fazer um filme assim nos anos 60? Tudo bem que Roteiro não é dos melhores, um tanto estapafúrdio, mas e toda essa concepção visual?! Uma verdadeira obra-prima. E claro, a presença estonteante de Jane Fonda.
PS: Graças aos deuses (e aos demônios também) que o filme foi realizado nos anos 60. Hoje seria taxado de “sexista”, “machista”, “satanista” e todos os “istas” possíveis. E ainda execrado e muito provavelmente tentariam boicotar. Se houvesse um remake, certamente a Barbarella teria que aparecer de burca para agradar a militância LOL
Como intrínseco fã da mitologia de vampiros e licantropos, (ou lobisomens como preferir, ainda que muitos defendam a tese que há diferenças “abissais” entre os gêneros, já li algumas, mas não vou entrar neste aspecto, do contrário o texto ficaria gigantesco e nem é o que o venho tratar) não podia deixar de ser fã dos filmes também, que embora tiveram seus deslizes, é uma das poucas sagas do gênero do início dos anos 2000 que tem grande qualidade.
Em minha humilde opinião, do 1 ao 3, as obras são quase perfeitas. Lembro que assim que saiu o primeiro, simplesmente adorei. Ainda não tinham abordado no cinema o plot de uma guerra entre vampiros e licontropos com tanta maestria como em Underworld/Anjos da Noite. Com o segundo então, fiquei ainda mais eufórico quando anunciaram e extasiado depois de assistir. Um dos poucos que saciou minhas expectativas culminantes. O terceiro, também gostei muito. Ainda que não seja muito apreciador de prequel, mas de fato Lucian, Viktor e Sonia eram excelentes personagens e caberia muito bem um filme que mostrasse os acontecimentos anteriores. Claro que revendo os três filmes, já um pouco mais velho, algumas pequenas falhas se tornam mais evidentes. Mas doravante. No geral as produções foram exímias: Ótimo roteiro (protagonistas interessantes, bons personagens secundários e excelentes vilões, tramas envolventes) e todo o aspecto visual é de cair o queixo até hoje, especialmente no âmbito de Direção de Arte, Fotografia e alguns efeitos.
Já o quarto filme, na época vi no cinema, Underworld: Awakening/Anjos da Noite: O Despertar, foi aquela brochada. Grande decepção. Com os 3 filmes anteriores, já haviam estabelecido um certo padrão de qualidade. Nos dois primeiros a Direção ficava por conta de Len Wiseman, ele também assina o Roteiro junto com Kevin Grevioux e Danny McBride. No Terceiro Patrick Tatopoulos assume a Direção mas o Roteiro continua sendo escrito pelos criadores originais: Len Wiseman e Danny McBride. Enfim, neste caso a troca de roteiristas fez com que os filmes posteriores desandassem, caindo extremamente a qualidade. No quarto filme, tanto o roteiro como a produção de modo geral, são pífios. Mesmo que alguns discordem de mim, a sequência não trouxe nada de especial e o que foi mostrado na tela não me agradou (também não agradou os fãs de longa data da saga). Começando pelo Roteiro: Fraco, previsível, calcado na mesmice e sem qualquer novidade, exceto pela filha de Selene. Não sei se foi pelo enredo mesmo, pela atuação da jovem atriz ou ambos, mas foi total apatia. Uma personalidade trivial e indiferente, um aspecto visual estapafúrdio. Não parecia com uma vampira ou lycan, tampouco uma híbrida como era o intento do filme mostrar. Sem contar aquela maquiagem tosca na cara da menina, parecia mais uma criança possuída pelo Capiroto do que uma híbrida. Estava mais para um cospobre da Regan de O Exorcista. Mas voltando ao roteiro, nem mesmo se manteve no nível mediano, a trama é inconsistente e nada envolvente, personagens secundários irrelevantes e péssimo vilão. Quanto a parte técnica, também foi bastante inferior aos anteriores.
Falando agora especificamente desta nova sequência: Underworld: Blood Wars/Anjos da Noite: Guerras de Sangue. Ao ver o trailer, esperava que fosse um total fiasco, no mesmo nível do quarto, mas até que não me decepcionei tanto. Teve seus bons momentos, e os péssimos também, é claro. Quanto ao Roteiro, achei um pouco melhor que o anterior. Só por não manter a menina tosca e capirotesca no filme (exceto num flashback e numa cena ao final), pra mim já foi uma melhoria significativa. Ainda que toda a trama tenha sido construída em volta dela. Mas o roteirista tem seu mérito por ter continuado aquele enredo péssimo do predecessor, um desafio e tanto. Uma vez que, sendo uma sequência direta do quarto filme, corta grande parte da liberdade criativa do roteiro. Mas os equívocos desta sequência são parecidos com O Despertar: em sua maioria coadjuvantes fracos, trama um pouco previsível (você já consegue identificar alguns traíras antes da metade do filme) a própria Selene não está muito expressiva, nem traz grandes novidades, com exceção do final, mas ainda assim nada de estarrecedor. Na verdade, um desfecho até pouco convincente, mesmo se tratando de uma obra de ficção fantástica. Um vilão também bastante apático (não gostei do desempenho do ator) e até irrelevante se comparado com Viktor, Marcus e Lucian (na verdade Lucian é um antagonista que está mais para anti-herói, ao menos é o que foi mostrado no terceiro). Também careceu bons coadjuvantes como Michael, Raze e os primeiros Anciãos do Clã. Acho o ator Theo James bem fraco na interpretação (tentaram suprir o lugar do Scott Speedman como Michael, mas não chegou nem perto disso), e seu personagem David tem uma grande importância na trama deste filme. O anterior foi tão ruim, que podiam ter mudado o ator, talvez ficaria até mais convincente e empático.
Pra mim, os pontos positivos (talvez uma tentativa um pouco frustrada, mas com certa relevância) foram em sua maioria o resgate de alguns elementos saudosos dos primeiros filmes. Além da curta retrospectiva, a ambientação; clima taciturno e ao mesmo tempo requintado do Clã; a importância hierárquica, as conspirações e ardis pelo poder e afins. A Fotografia e Direção de Arte também estavam em grande sintonia na produção, sensacionais. Figurinos formidáveis e uma cenografia que tornava a experiência visual mais cativante e imersiva. Um dos destaques deste filme, a meu ver, foi a desenvoltura da Lara Pulver (uma atriz maravilhosa, já a conhecia da série Sherlock e outros papéis) interpretando a personagem Semira. Essa sim, deixou a trama um pouco mais intrigante e expôs grande parte da personalidade de um vampiro “de verdade”, convincente e com sede de poder. Pena que para uma personagem aparentemente tão sagaz, manipuladora e vigorosa, teve um desfecho tão medíocre, mas enfim.
E para encerrar, uma das coisas que sinto falta nos filmes desta franquia, e isso desde o primeiro, é que os humanos são quase inexistentes na trama, servem apenas como mera figuração para as cenas que se passam em locais públicos. Eles não têm qualquer traço relevante na saga. Sei que o foco da franquia sempre foi a infindável guerra entre vampiros e lycans. No entanto, ignorar os humanos me parece um deslize no enredo e um grande desperdício. Nem ao menos mostram os humanos como presas no meio do conflito entre as duas espécies. E isso é algo que renderia um desenvolvimento bem mais aprofundado. A faceta dos mortais poderia ser mais explorada e não negligenciada/descartada. As vezes, dava a impressão que de humano só existia o Michael, antes de se tornar um híbrido. E os que se transformam em lycans no terceiro. Porém, tudo extremamente superficial. Outro ponto que deixa a desejar é a própria personagem Selene. Em meio ao embate é retratada como "mocinha", "heroína", "virtuosa" e tal. Embora ela seja uma boa personagem, "fodona", poderiam desenvolver mais a personalidade vampírica, e isso justamente mostrando a interação com os humanos. No caso, se alimentando deles, como todo vampiro que se preze. E sendo implacável e tudo mais. Mesmo que ela lute por sua raça, podiam mostrar os aspectos predominantes de um vampiro. Afinal, são criaturas tão bestiais quanto os lycans. E os filmes nem mesmo expõem ela e outros vampiros se alimentando de humanos, querem retratá-los na grande maioria como os “bonzinhos”. Colocam em foco exclusivamente o confronto entra as duas espécies dominantes. Talvez, esse foi um dos pontos que deixou a franquia desgastada e calcada na mesmice. Por mais que trama trate de conflitos entre as criaturas, não existe só a guerra para ser salientada. A displicência em criar vilões medianos ou ruins (ruim no sentido de irrelevante para a trama, sem qualquer carisma ou empatia) também está acabando com a franquia. Faltam vilões de peso como foram Marcus e Viktor.
Como fã, espero que melhorem. Mas se for para ficar cada vez mais deprimente e sem o primor do inicio, então, que encerrem a franquia.
Sensacional. Baita filme. Referência no gênero Noir. Muito legal o Roteiro, bem como a Fotografia, Trilha Sonora e Direção. Antes desse, tinha assistido apenas Casablanca, com o Bogart no elenco. O cara era bastante convincente, não à toa que foi um dos atores mais estimados do cinema. Neste papel de detetive particular, ficou demais.
A pergunta que não quer calar é: Como que um ator da estirpe de Patrick Stewart tem a coragem de participar de um projeto medíocre como este??!! Será que realmente não tinha nada melhor para fazer??!!
Total decepção. Uma grande brochada. Podia ter sido ao menos mediano. A produção é até competente: Boa Fotografia, Direção de Arte razoável, Montagem satisfatória e Trilha Sonora relevante. Contudo, o roteiro tosco, estúpido e estapafúrdio e a péssima Direção esfacelaram o filme.
Não encontrei nenhuma dessa dose de tensão que alguns defensores frisam. Creio que essas pessoas não devem ter assistido, por exemplo, Mártires (2008), se tivessem visto, perceberiam que a palavra “tensão” (e ainda no mesmo intento de confinamento) que estão insistindo em usar, seria totalmente equivocada quando empregada em um filme como este. Nem de longe entretém. É apenas um emaranhado de mortes inexpressivas, algumas previsíveis e idiotas, o final conta com reviravoltas incoerentes e mentirosas. Personagens de modo geral burros ao extremo, pueris e pouco convincentes.
Melhor passar longe! P S: Uma estrela é apenas pela parte técnica do filme, de resto não vale nem meia.
Lembro que entre as primeiras vezes que assisti – ainda criança até a adolescência – achava chato. Hoje, é um dos meus prediletos do gênero. E olha que nem curto muito romance, com raras exceções. Contudo, a trama é tão cativante e empática, que é quase impossível não gostar.
Não vi outras adaptações da obra homônima do Tirso de Molina, ou do Lord Byron, mas acho difícil que supere esta em âmbito de criatividade no roteiro, carisma e desenvoltura do elenco. Muito bem dirigido, mérito do cineasta Jeremy Leven, com o produção do mestre Coppola.
Papel responsável a conceder o “título” de galã a Johnny Depp. Até então ele não havia feito nenhum filme semelhante. Também gostei muito da atuação do Marlon Brando, evidente que não é seu melhor trabalho, mas ainda assim bastante satisfatório e convincente. Não sei se o personagem foi escrito para ele, mas parece. Ficou muito bom mesmo.
E que Trilha Sonora sensacional, hein?! A música tema já gostava desde pivete, mesmo sem entender bulhufas. No entanto, quando me lembro daquela versão bizarra do Chitãozinho e Xororó, sinto vergonha alheia LOL. Até o instrumental é uma porqueira. Pegue as duas e compare, nem de longe conseguiram imitar técnica “spanish guitar” e os arranjos originais, realizados pelo músico flamenco Paco de Lucia. Sem contar, é claro, do vocal sofrível da dupla sertaneja. A música do Bryan Adams merecia ter levado uma estatueta no Oscar.
Fiquei até com vontade de conhecer as obras literárias de Don Juan, tanto a original quanto outras derivadas. Um personagem tão bem construído, que se tornou arquétipo do homem instigante, sagaz e libertino. Numa era em que o tal Christian Grey de 50 Golpes de Cinta se torna símbolo sexual, um fetiche apático, estapafúrdio e água com açúcar, nada melhor que voltar ao passado e se deparar com um personagem e trama realmente interessantes, de grande carisma
Confesso que esperava mais, mas não chegou a ser uma total decepção.
Com algumas ressalvas, a adaptação é boa. Ao menos o Stephen Strange, bem como seu alter ego ficaram muito bem caracterizados, tanto na psique, quanto visual. E Benedict Cumberbatch é um excelente ator, atuou de forma convincente no papel. O figurino do personagem e toda a direção de arte estavam exímios.
No entanto, alguns pontos deixaram muito a desejar. Já esperava que o roteiro sofresse mudanças, já que se trata de uma adaptação. O fato do Ancião ser uma Anciã, não achei nocivo para a trama. E a escolha da Tilda Swinton para o elenco foi bastante satisfatória. Conheço outros trabalhos dela, é uma ótima atriz. Ao contrário do que alguns disseram, não achei ruim, pelo contrário. Todos sabem que vivemos em tempos de coerção social, cotas e o tão exacerbado “politicamente correto”. Certamente não manteriam um elenco com grande predominância masculina – ainda que essas mudanças não trouxessem nenhum “impacto” na sociedade, mas os produtores poupariam seus ouvidos de cobranças vindouras, fossem de forma direta ou indireta – e mais do que isso, as mulheres deveriam ter um papel de maior relevância e não apenas salientar o aspecto de “sexo frágil”, tão repetitivo. E concordo, é um imenso clichê. No entanto, é lúcido frisar que nem sempre cabe a alteração de sexo/etnia de personagens consagrados e já estabelecidos, uma vez que se pode esfacelar todo o conceito emblemático da trama e/ou personagem. Foi o que houve com esse último filme dos(das) Caça-Fantasmas. Sempre sou a favor que criem bons personagens femininos, e/ou negros, brancos, pardos, gays e trans, mas não alterar os que já existem. Como fizeram, por exemplo, com esse novo Star Wars Episódio VII. A personagem Rey é incrível, totalmente original, empática e carismática, Finn também, porém menos interessante do que ela. Mas enfim. Com a Anciã, Swinton se encaixou muito bem em sua respectiva personagem. Não trouxe nenhuma calamidade essa mudança - neste caso.
Já o Chiwetel Ejiofor como Mordo, não gostei. O ator me pareceu uma total apatia, e nem de longe transmitiu toda a relevância do personagem original. Mads Mikkelsen como Kaecilius, bem mediano. Embora ele seja um excelente ator, mas o roteiro não contribuiu para um destaque em sua representação.
Entretanto, o que mais incomodou mesmo, foi a caracterização péssima do Dormammu. WTF?!
De onde tiraram que o aspecto do personagem se expõe em uma cabeça gigante?! Sem nexo – alguns até podem tentar defender a tese que ele pode possuir inúmeras formas, coisa e tal, mas achei que ficou detestável – E totalmente destoante da criação original, podiam ao menos manter alguns atributos. Não preservaram nada. Sem contar que também esperava algo um pouco mais aprofundado, e não tão displicente e apressado. Além disso, tudo incitava que teria um embate épico entre o Dr Estranho e ele, já que Dormammu é seu arquiinimigo e um dos maiores vilões da Marvel. Mas, não teve nada disso.
Acho que o filme estava perfeito do início até a metade. A construção e caracterização do Stephen Strange antes de se tornar um mago supremo, estava ótima. Parece que depois desandou. Mas ainda assim, não foi de todo ruim. Talvez quem não sabia da existência do personagem antes de 2016, não deve ter se incomodado com esses fatos que mencionei. Mas no geral, foi satisfatório. Finalmente a Marvel não exagerou nas piadas sem graça e fez um filme mais sóbrio – contando com certas doses oníricas – e mais maduro comparando com a maioria. Espero que o segundo seja melhor. Quanto à parte técnica do filme (Produção, Fotografia, Direção de Arte, Trilha Sonora e Efeitos) é óbvia: sensacional.
P S: A animação do Dr Estranho de 2007 é bem melhor.
Clássico suspense/terror de 1920, inerente ao Expressionismo Alemão.
Grandes filmes como Nosferatu, Metrópolis, O Estudante de Praga, M - O Vampiro de Düsseldorf e tantos outros fazem parte da mesma esfera cinematográfica. O Gabinete do Dr. Caligari tem uma estética bastante peculiar, própria de seu estilo, mas que se destaca dentro de seu âmbito. Sendo uma das referências do gênero. O aspecto visual remete ao gótico e ao cubismo – movimento artístico oriundo do início do século XX.
Como se sabe o filme é mudo. Mas gostei do roteiro. A trama é constituída em 6 Atos. A princípio, parece bastante simplista e até previsível. Porém, próximo do final do Ato 4, começa a ficar mais interessante. Com direito a revelações e um plot twist satisfatório. O ritmo da narrativa se apresenta um tanto lento, principalmente para quem não está acostumado com filmes antigos, em especial os que são da década de 20. Todavia, é válido lembrar das limitações técnicas da época.
A Direção de Arte e Fotografia (em P&B) são elementos em grande destaque, e compostos de forma magistral. Não se distanciando do gênero, mas ao mesmo tempo com atributos próprios e pitorescos.
Ótima Trilha Sonora. Uma montagem mais do que competente, servindo de alusão para os filmes posteriores.
O Elenco também é muito bom. Embora algumas atuações em determinadas cenas tenham me parecido bem teatrais e por vezes caricatas. Também não saberia dizer se foi algo proposital ou não, especialmente se tratando do vilão do filme. Contudo, o Robert Wiene fez um grande trabalho, a Direção é exímia.
Se por um lado sabe-se que Conrad Veidt – em especial no filme “O Homem que Ri (1928), adaptação do romance homônimo de Victor Hugo – foi uma inspiração explícita para o personagem Coringa nas HQs do Batman, pode se dizer que Werner Krauss como Doutor Caligari, se tornou referência para o personagem Pinguim, também nas HQs do Homem Morcego. No filme “Batman O Retorno” de Tim Burton, a inspiração é clara, indubitável. Principalmente no aspecto visual.
Vale a pena conferir, ainda mais para quem deseja conhecer os primórdios dos filmes de Terror, Suspense e Mistério. São obras que inspiraram grandes autores e cineastas. Até mesmo gêneros posteriores, como os Filmes Noir.
Embora o título seja clichê, não é nada do que se imagina.
A Produção é excelente, em especial a Direção de Arte, Fotografia, Trilha Sonora, Elenco e Direção. Contudo, o que mais me impressionou foi o Roteiro, e na sequência algumas atuações, principalmente da atriz Isabelle Adjani.
Duvido que alguém assista ao filme, obtenha todas as respostas, complete as lacunas e assimile 100% de seu conteúdo logo em primeiro momento... Ao menos nas resenhas que li e alguns dos comentários que vi, muitos ficaram confusos e/ou cheios de dúvidas. Mas é sensacional. Cheio de alegoria, metáforas, paradoxos, surrealismo e escatologia. Acho que é o primeiro filme que vejo com um terror psicológico denso, complexo, com intensas cenas gore e perturbador no sentido literal da palavra. Além de ser uma obra que pode render várias interpretações.
A princípio, o plot parece comum: um casal com problemas conjugais, com um filho pequeno, traições e uma série de conflitos em decorrência da separação. Entretanto, isto é a apenas a premissa para chegar os acontecimentos nefastos. Antes da metade, a trama já começa a ficar insólita, com conjunturas e cenas atônitas, grotescas também. O enredo lhe pega de surpresa, quando se pensa que está perto de prever qualquer ato, tudo se torna paradoxal e subversivo. O Roteiro é exímio; trama bastante original e bem construída – embora com várias pontas soltas, sejam propositais ou não – personagens intrigantes e peculiares, alguns empáticos. Referências de outras obras consagradas, principalmente as de H.P. Lovecraft.
O elenco é formidável: Destaque para o Henz Bennent que interpreta o excêntrico Heinrich, Sam Neill (fã de longa data deste ator) na pele de Mark e a incrível Isabelle Adjani que encarnou na personagem Anna. Papel de uma complexidade abismal, tanto que lhe rendeu um César, que é o prêmio insigne do cinema francês.
O Diretor e Roteirista Andrzej Żuławski é sensacional, escreveu e dirigiu com maestria. Não conhecia outros trabalhos do cineasta, me deixou muito interessado em assistir seus demais filmes, que pelo que li, também são bem elogiados.
Alien: Covenant
3.0 1,2K Assista AgoraSe o saudosismo descomunal for deixado de lado ao menos por um minuto, e a análise for feita de forma mais lúcida e menos passional, os acertos do filme ficarão mais evidentes.
É claro que a displicência em alguns aspectos e os pontos negativos também são bem salientes: diversos furos no roteiro, trechos previsíveis, algumas atitudes estúpidas dos personagens, e a maioria nada carismáticos, uma protagonista apática e pouco convincente - nesse quesito o anterior evidentemente se saiu melhor, Noomi Rapace tem uma expressividade e carisma infinitamente maior que Katherine Waterston. E ela encarnou no papel, a Elizabeth Shaw foi uma ótima personagem. Já neste filme, com algumas exceções, achei a escolha do elenco péssima.
No entanto, também é uma escrotice e desonestidade abissal não reconhecer os êxitos da obra, ainda que sejam poucos.
Sobre a produção, nem tem muito o que dizer, é magnífica: Excelente Direção de Arte e Fotografia. Efeitos Visuais sublimes, boa Trilha Sonora. Quanto ao Roteiro, por mais que os deslizes tenham diluído o potencial, há bons momentos. O David cresceu bastante na trama, não vou comentar muito para não entregar spoiler, mas particularmente gostei bastante do desenvolvimento do personagem, e o Michael Fassbender sem dúvida foi o destaque do filme. E embora as criaturas tenham ficado um tanto superficiais, até irresolutas e desconexas, gostei das novas inserções.
E no fim, os Engenheiros foram explorados de modo pífio e superficial. O que mais esperava nesse Alien: Covenant era um maior desenvolvimento deles. Algo que tinha gostado tanto em Prometheus. Nesse quesito sim, fiquei decepcionado. Mas, a vida segue
Infelizmente, não é uma obra-prima, e vindo de Ridley Scott e John Logan no Roteiro ( entre tantos trabalhos escreveu Gladiador, O Último Samurai, Hugo Cabret, Penny Dreadful - apesar que o desfecho da última temporada foi brochante, mas ele é um baita roteirista) poderia ser muito melhor. Mas também não achei péssimo como estão bradando por aí, o Roteiro é mediano e displicente em determinados pontos, mas tem seus acertos, como frisei acima.
Enfim, é evidente que na mente de um saudosista intolerante, o filme é um sacrilégio com a obra original (hater nem conta, esses babacas não tem capacidade nem para escrever algo maior que uma frase, tampouco uma crítica plausível, pra eles tudo é merda ou lixo) Mas pra quem gosta da franquia e consegue ter a mente sensata e receptiva com algumas mudanças, pode ser interessante. Para o sujeito pueril e incongruente que pensa que vai ver Alien, O Oitavo Passageiro, é melhor nem assistir.
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraGostei do filme. Não há dúvidas que da trilogia solo do personagem de fato é o melhor. Difere totalmente da HQ que foi inspirada: "Wolverine: Velho Logan", mas quanto a isso já era de se esperar. Ao menos mantiveram parte da ferocidade do personagem e velhice, dois dos atributos mais salientes do personagem na respectiva HQ.
Impossível deixar de elogiar a atuação magnífica do elenco, principalmente Hugh Jackman, Patrick Stewart e Dafne Keen. Contudo, o roteiro podia ser bem melhor.
Concordo que há trechos de grande sensibilidade, e um teor deveras realista, se comparado aos precedentes. Entretanto, daria para ter explorado muito mais o universo dos personagens. Principalmente inserir um bom vilão, que garantisse mais tensão à trama, e um desfecho épico. Se tivessem colocado ao menos um dos vilões que aparecem na obra original, teria sido bem melhor (isso se fosse bem caracterizado, evidentemente), ou então, outro personagem que irei citar logo abaixo.
No fim, encerram a trilogia, Hugh Jackman se despede do personagem, e nem ao menos chegamos a ver Wolverine enfrentando alguns vilões clássicos, principalmente Omega Red, seu arqui-inimigo, tão quanto Dentes-de-Sabre. Já que tinham o intento de fugir totalmente da HQ original, poderiam ter inserido o Omega na trama. Seria sensacional, se fosse fiel, levaria a produção a um patamar muito mais culminante. Mesmo porque, o Omega Red é um excelente personagem, tem todo um contexto histórico, conturbado e denso. Principalmente por ter sido um soviético e inerente à Guerra Fria, mas também emerge em outros períodos; é um mutante psicopata e assassino de primeira estirpe. Fecharia a trilogia com chave de ouro. Com tantos inimigos de peso para dar as caras no filme, vão colocar como principal vilão justo um clone? Nesse âmbito me soou bastante displicente, talvez até limitado em criatividade.
O desfecho também achei um tanto decepcionante, bem como algumas passagens no meio da trama.
Seja como for, o grande mérito é a inserção da X-23 no enredo, expor a fragilidade do Wolverine, que sempre se mostrou quase onipotente e indestrutível, e um Xavier extremamente debilitado por conta da idade avançada e demência.
Enfim, poderiam ter feito um filme melhor, mas de modo geral, achei satisfatório. Boa trama, ótimas cenas de ação, Produção impecável. Para quem conhece o personagem apenas nos filmes, certamente vai adorar.
Hugh Jackman deixará saudades como Wolverine.
M, o Vampiro de Dusseldorf
4.3 278 Assista AgoraEmbora a película tenha 86 anos (agora em 2017), ainda continua atual. Uma vez que retrata com maestria o aspecto pérfido e patológico da condição humana. Tão quanto as injúrias em certas normas da sociedade, das quais muitas vezes se mostram displicentes, insuficientes e nocivas.
A trama enfatiza os eventos trágicos ambientados em Dusseldorf, uma série de assassinatos cometidos contra crianças. A busca incessante do assassino pelo reconhecimento e fama. O que denota insanidade, extrema letargia, total falta de empatia, misantropia e vazio existencial. Sempre mantendo um regozijo mórbido por ceifar vidas, sua perspectiva nefasta. E ainda, exibe de forma sutil o vigor que o nazismo vinha ganhando no respectivo cenário alemão.
Também expõe o ritmo lento e ineficácia da polícia. Bem como a abissal dificuldade para enfim se manter no encalço do serial killer, seguindo os escassos resquícios deixados pelo criminoso. Um pânico generalizado e reprimenda da população para com os militares. Ao passo que os próprios transgressores locais iniciam uma caçada contra o infanticida, com intento de lhe conceder um julgamento de acordo com a ética do submundo.
O mais interessante é observar como este filme seria imprescindível para influenciar os posteriores no gênero. Tanto em linguagem, narrativa, estética e montagem. Primordial para apreciadores e/ou estudiosos do expressionismo alemão e da sétima arte em geral.
E ainda, mantém um dinamismo bastante notável - a menos que sujeito em questão só veja blockbusters recentes e clichês, aí vai achar cansativo mesmo - combalindo o estigma leigo de que todo filme antigo é enfadonho e desagradável. Muito pelo contrário.
Um ponto que vale salientar é a Trilha Sonora. Embora evidentemente tenha o diálogo (não é um filme mudo), foley e outros atributos, não há música. Com exceção da cantiga das crianças, e mais adiante, a melodia assobiada pelo assassino, atribuindo um leitmotiv ao personagem (tema melódico ou harmônico destinado a caracterizar um personagem, uma situação, um estado de espírito e etc, que mais tarde se repete).
Por opção do próprio Lang, penso que talvez o intento fosse conceder um teor mais áspero e menos escarpado no enredo. Seria até um sacrilégio questionar um cineasta desse quilate, mas senti falta em alguns momentos.
O Roteiro é ótimo. Bastante original e envolvente. Contudo, poderia ter resguardado um pouco mais o suspense na trama. Já na metade do filme revelam quem é o assassino. Fora isso, caberia um investimento maior no infanticida, faltou certa profundidade no personagem. Talvez a inserção de uma backstory ou até mesmo revelar mais detalhes do seu cotidiano e outras características de sua psique. Não precisaria deixar algo didático, mas ao menos induzir mais resquícios sobre ele. Todavia, o monólogo final é realmente excelente e estarrecedor.
A produção é sensacional. Fotografia idem. Elenco muito bom, com destaque para a atuação soberba de Peter Lorre. Grande Direção de Fritz Lang.
Enfim, uma obra atemporal.
O Solar de Dragonwyck
3.5 12Baita produção. A Direção de Arte e Fotografia são magistrais. Roteiro um tanto arrastado do início ao meio, mas com final competente.
Como é de se esperar, ótima atuação de Vincent Price.
Quando Nietzsche Chorou
3.5 291 Assista AgoraTodo ser que pensa deveria assistir. Seja íntimo ou não da Filosofia. Seja admirador ou não de Nietzsche.
Embora seja um drama, com denso teor filosófico, tem pouco tempo de duração e ainda é aprazível. Não há desculpas nem para o mais preguiçoso dos telespectadores. A menos que este tenha um péssimo gosto e prefira sempre produções clichês.
O filme é uma adaptação do romance homônimo de Irvin D. Yalom. Mais uma vez repito: Adaptação. E nem livro, nem o filme se limita a ser uma mera biografia de Nietzsche, Breuer ou Freud. É uma trama dramática e fictícia, tendo eles como destaque, Nietzsche principalmente.
Espécie de "crossover" de personagens que de fato existiram e tiveram suma importância. É uma obra bastante profunda; reflexiva, questionadora e de grande sensibilidade. Induz o indivíduo a ser solícito sobre sua vida: liberdade, respectivas escolhas, convicções, afeições, confiança, receios e o peso da solidão.
Já era fã de Armand Assante, em virtude dos filmes que ele atuou, em especial "A Odisseia", "O Juiz" e outros. Ele fez uma interpretação brilhante, encarnou no personagem. Extremamente verossímil e ao mesmo tempo comovente. Expondo todo o intelecto, vigor e fragilidade do filósofo, bem como sua desilusão (principalmente amorosa) e ceticismo para com a vida e aspectos metafísicos.
A trama opta por não mostrar a infância e juventude do filósofo, salientando a sua fase madura. Retrata um Nietzsche irredutível, melancólico, austero, porém, genial. Como de fato era. Bastante recluso. Após parar de lecionar, passava o dia escrevendo, estudando e ponderando. Mas de personalidade forte, por vezes bastante temperamental e difícil de lidar. Mantendo relações esporádicas apenas com meretrizes. No início, conseguia irritar o próprio médico que tratava de sua enfermidade. "Sua criatura maluca e delirante!", profere o médico em um trecho.
A narrativa frisa alguns momentos em que ele já demonstra lampejos de insanidade.
Vide uma das cenas em que bate a própria cabeça num espelho, por causa de suas perturbações e fortes enxaquecas, é estarrecedora. Entre outras.
O ator Ben Cross que interpreta o Dr. Josef Breuer, (também existiu e teve um papel imprescindível na psicanálise) responsável por tratar Nietzsche na trama, também é excelente. E no filme um ótimo personagem. Bastante equilibrado, sensato e solícito. No entanto, em certas conjunturas também começa a padecer com seus próprios "demônios", lhe causando alguns conflitos psicológicos.
Jamie Elman concede vida a uma das figuras mais ilustres, o pai da psicanálise: Sigmund Freud. É apresentado um Freud jovem e em começo de carreira. Todavia, bastante perspicaz e com boas teorias. Além de um conhecimento notável sobre o inconsciente e já se valia de técnicas de hipnose.
Katheryn Winnick também está ótima no filme. Com sua beleza estonteante, interpreta Lou Salome, a poetiza russa, sedutora e persuasiva, que busca tratamento para Nietzsche. A atuação da Winnick como sempre é excelente. Até o sotaque russo incorporou na personagem.
Num dos trechos, Breuer desconsolado diz que está mais do que nunca se aproximando da morte - por conta da idade - há um diálogo exímio entre ele e Nietzsche que vale a pena mencionar:
- Sou impotente e insignificante - diz Breuer.
- Não significa que a vida não tenha propósito - discorre Nietzsche - Conforme a morte se aproxima aumenta o valor
da vida. Você deve aprender a dizer sim, a cada minuto de vida. Seja impetuoso, um livre-pensador. Supere suas limitações.
A própria trama, diálogos e até enquadramentos da fotografia soam como um discurso filosófico. Cada fragmento da obra é abastado de questionamentos e reflexões. O Roteiro é tão bem escrito, as atuações são tão verossímeis, a Trilha Sonora é tão sublime, que poderia ter 3 horas de filme e ainda assim não seria cansativo. Pelo contrário, ainda mais aprazível. Contudo, o filme tem aproximadamente 1 hora e 45 minutos.
Um magnânimo trabalho de Pinchas Perry, que escreveu, produziu e dirigiu.
Fiquei fã e ainda assistirei muitas vezes. Vale a pena apreciar cada segundo.
Pra encerrar, duas falas insignes:
"Não se apropriar de suas metas, é deixar que sua vida seja um acidente." - Nietzsche.
"É um paradoxo: O isolamento só existe no isolamento. Uma vez compartilhado ele evapora" - Breuer
A Casa dos Maus Espíritos
3.6 162 Assista AgoraEstupidamente divertido!
A proposta era passar 12 horas na casa assombrada por 10 mil dólares.
Eu passaria uma noite lá até por 100 reais. Ainda mais com whisky do bom e se estivesse exacerbada de espíritos capirotescos.
Roteiro genial. Ótima Produção e Direção de William Castle.
Trilha Sonora excelente! Ela que gera todo o clima tétrico da obra. - Já conhecia o enredo por conta do remake "A Casa da Colina" (1999) que inclusive gosto muito. - Mas ainda assim, me surpreendi com a trama.
Vale ressaltar a atuação formidável do elenco, principalmente Vincent Price e Carol Ohmart.
Sete Homens e Um Destino
3.6 575 Assista AgoraNão costumo ser a favor de remakes (apenas em escassas ocasiões). Mas neste caso, veio muito bem a calhar, e foi realizado de forma insigne.
Os fãs saudosistas discordam de mim, (e isso pouco me importa) mas a meu ver, ficou muito melhor que o original. Em todos os aspectos, principalmente no Roteiro e elenco. Já nos primeiros 18 minutos isso fica evidente.
O de 1960 era bastante simplista e um tanto superficial em sua trama e personagens, este de 2016, é mais aprofundado, empático e dinâmico, entre outras coisas.
O elenco é formidável. Achei sensacional a inserção de Denzel Washington embora seja outro personagem, mantiveram alguns traços da personalidade do original no papel que foi de Yul Brynner. Trouxe uma abordagem bem mais pertinente e cativante. – Além de ressaltar o racismo explícito que havia na época. – E como sabemos, ele é um dos atores norte-americanos mais versáteis que existe, bastante expressivo e convincente. Até hoje, nunca vi nenhum filme ruim que tenha protagonizado.
Ethan Hawke também está excelente. Diga-se de passagem, já é a segunda vez que Hawke e Washington atuam juntos num filme magnânimo. Em outrora foi no magistral "Dia de Treinamento".
Haley Bennett conseguiu um papel relevante e teve uma desenvoltura notável. Gostei muito da atuação dela. Uma psique que destoa bastante das mulheres do filme de 60, que eram meras figurantes e coadjuvantes sem nenhum impacto na trama.
De modo geral, as características e etnia dos personagens ficaram bem mais variados e interessantes – e não digo isto em âmbito de representatividade ou para parecer politicamente correto, tenho aversão de demagogia. Apenas achei que combinou bem com a proposta e tiveram um ótimo entrosamento. – Perfis diversificados, tanto físicos quanto psicológicos. E assim gerando mais empatia, abarcando vários elementos e relações substanciais. As cenas de ação também tiveram uma melhora descomunal, expondo um aspecto aprazível e frenético.
Um final magnífico. Infinitamente superior ao original. – que por sua vez, para quem não viu nos créditos e critica todo e qualquer remake, saiba que o de 1960 também é um remake de “Os Sete Samurais” de Akira Kurosawa.
Roteiro sublime de Nic Pizzolatto e Richard Wenk. Fotografia formidável. Excelente Direção de Arte. Ótima Edição. Uma Direção impecável, impossível não se impressionar com o trabalho de Antoine Fuqua e toda a equipe.
eXistenZ
3.6 317Original, esdrúxulo, insólito, orgânico, visceral e 100% grotesco.
Algumas das características que mais são inerentes ao estilo de David Cronenberg. A meu ver, um dos cineastas mais brilhantes e autênticos que já vi. Além de ser bastante versátil em temáticas.
Desde que assisti ao primeiro filme dele, já virei fã. Scanners, A Mosca, Filhos do Medo, Na Hora da Zona Morta, Senhores do Crime e Marcas da Violência, são meus prediletos e verdadeiras obras-primas. Fora suas atuações em alguns filmes como Raça das Trevas e Ressurreição, ambos excelentes. A sua filmografia como diretor/roteirista/produtor é bem extensa, mas pretendo assistir todos.
Em eXistenZ, A obra flerta com a linha de imersão, surrealismo e abstração. Denota que as escolhas virtuais dos personagens refletem diretamente no progresso e destino de cada um, além das diversas versões das "realidades". Atributos icônicos nos jogos de RPG. Mas neste caso, sempre se valendo do bizarro e do insólito, tornam-se elementos vitais na narrativa.
O Roteiro enfatiza o lado lúdico, surreal e extasiante que os jogos proporcionam. Salientando a dependência e obsessão que por vezes se potencializam em pessoas conturbadas. Contudo, não faz do discurso uma regra.
A Direção de Arte é exímia e imprescindível para contextualizar o enredo. Vide toda a cenografia, figurinos e maquiagens. O aspecto dos consoles e das tais portas de entrada são repulsivos, disformes, mas sensacionais, e dos anfíbios mutantes, idem. Arrebata o telespectador logo de início. Expondo um apelo bizarro, dúbio, execrável e com resquícios eróticos.
Evidentemente, não é um filme para um grande público. Por suas diversas peculiaridades, repugnância, alegoria e metalinguagem. Embora a premissa seja calcada no aspecto virtual, os componentes são quase que totalmente orgânicos.
Fora os pequenos detalhes: não duvido que se fosse de conhecimento geral seria tachado de “xenofóbico”, em virtude de como os chineses são representados e com sua gastronomia no mínimo "pitoresca" em um trecho. Ainda mais nos dias de hoje, onde reina a deturpação, hipocrisia e politicamente correto.
E aí que entra mais uma vez, a razão do imenso sucesso dos jogos: entre outras coisas, válvula de escape; uma conexão com outro mundo. A fuga expressiva da realidade trivial, a princípio, muito mais interessante e desafiadora. Contraste com a estupidez diária e com a asfixia do cotidiano.
Boa Fotografia. Excelente Direção de Arte. Trilha Sonora competente. O elenco é ótimo, tão quanto a Direção.
Enfim, eis uma obra que certamente merece ser assistida ao menos uma vez. David Cronenberg é um cineasta no mínimo eXcelenTe. Pra mim, genial.
A Salvação
3.5 231 Assista AgoraA produção de modo geral é formidável.
Ótima Fotografia e Direção de Arte. Uma Trilha Sonora magnânima. Boa Edição.
A meu ver, o único deslize foi no Roteiro mesmo. Bastante trivial, trama pouco envolvente e um tanto previsível da metade para o final. O melhor está nos vinte primeiros minutos: a conjuntura que o protagonista passa com sua esposa e filho dentro da carruagem é de fato instigante e ao mesmo tempo desconfortante. É o que vale o filme. Depois disso, infelizmente, tudo cai na trivialidade e sem grandes novidades. O que é uma pena, porque tinha um baita potencial e um elenco excelente.
Jeffrey Dean Morgan como vilão deixa o filme um pouco mais interessante, mas ainda assim é inferior às suas outras atuações, nem de longe chega a ser um Negan (The Walking Dead) da vida. Mads Mikkelsen e Eva Green idem, podiam ser muito melhores. A Eva Green ainda pegou uma personagem literalmente muda e pouco expressiva.
Enfim. Há filmes melhores no gênero, mas pra quem já viu quase todos os clássicos e quer resgatar o saudosismo western, até que vale a pena.
Alucarda
3.5 217 Assista AgoraEsperava que fosse um baita terror, psicológico ou explícito. Mas é quase uma pornochanchada lésbica com freiras rs. Ainda assim, até que diverte. O roteiro é bom e entretém. A trama é interessante e conta com alguns atributos emblemáticos, mas poderia ser melhor. Em especial por ter tanta gente assinando o roteiro e argumento, bem como consta nos créditos.
Evidente que o filme teve um baixo orçamento, mas a meu ver, o clima que era pra ser sombrio, misterioso e tétrico, é diluído pela Direção de Arte precária e uma Trilha Sonora inexpressiva, muitas vezes omissa.
Principalmente num filme de suspense ou terror, uma trilha sonora bem aplicada é imprescindível. Psicose que o diga, ainda mais antigo e um exemplo clássico que vem a calhar. Ou o próprio “O Exorcista”, que inclusive é da mesma década e precede este. No caso de Psicose, será que todo o filme e a famigerada cena do chuveiro teria o mesmo impacto que teve sem aquela trilha impecável? Creio que não. – Diga-se de passagem, este fato é mencionado no filme biográfico do Hitchcock, que foi protagonizado por Anthony Hopkins (formidável!).
Enfim. Alucarda é legal, tem bons momentos, conta com alguma alegoria, pra quem gosta de terror explícito ainda têm boas cenas de morte, um erotismo sanguinário, elementos satisfatórios se levar em conta o baixo orçamento. Final bacana. Os trechos de invocação dos Capirotos também são divertidos. E a cena que se passa no templo abandonado próximo ao final, com Justine é magnânima! As atrizes Tina Romero e Susana Kamini, além da beleza estonteante são ótimas em suas respectivas atuações.
Finalizando com uma opinião concisa e honesta: pra quem espera um filme de terror setentista na linha de "O Exorcista" ou "A Profecia", se decepciona. Mas se for assistir sem culminantes expectativas, e se entreter com o tema dogmático, satanista e com as ótimas atuações, vale o tempo investido.
PS: Talvez foi daí que veio a inspiração para a personagem da Freira capirotista de Invocação do Mal 2.
Oldboy
4.3 2,3K Assista AgoraUm chute no estômago.
Gosto muito do cinema asiático, e esse certamente é um dos melhores filmes sul-coreanos que já vi. O Roteiro é formidável, mas ao mesmo tempo desconcertante, perturbador e repulsivo. Também imprevisível e com grandes reviravoltas. Um final insano e adverso. É abastado em violência explícita, mas não chega a ser tão visceral quanto o teor psicológico.
Grande mérito do cineasta Park Chan-wook que escreveu e dirigiu. Já havia assistido outro filme dele, "Sede de Sangue", uma narrativa de vampiro original e bastante interessante.
A premissa de Oldboy trata de um homem que é capturado e que fica preso durante 15 anos. Sofrendo por estar longe da família e sem previsão de ser solto. Quando enfim consegue se libertar, inicia sua investigação para saber quem lhe prendeu e posteriormente despontar uma vingança atroz.
Seria um tanto clichê, se não fosse pelo desenvolvimento da trama e do personagem principal. Totalmente inesperado e denso. Gostei que não perderam muito tempo ressaltando o confinamento. Uma vez que várias obras já retrataram isso. – Apenas um detalhe que achei incoerente, nos minutos finais, mas ainda assim, manteve a qualidade – O Roteiro frisa mais a jornada intensa e degradante do protagonista. Faz questão de expor o aspecto vigoroso dos indivíduos, suas respectivas fragilidades e contradições. Além da perfídia, é claro. Deixa implícito o questionamento: o quão torpe o ser humano consegue ser?
Além do Roteiro, a Fotografia e Trilha Sonora também são pontos de grande destaque. Excelentes. Uma ótima Direção e atores extremamente convincentes. A Montagem do filme também é exímia, expondo uma narrativa não-linear, instigante e com elementos visuais estonteantes.
Não entendo como demorei tanto para ver. Mas como profere o dito popular: "Antes tarde do que nunca."
Achei tão magnífico que me recuso a ver o remake. Que ao tudo indica, trata-se de mais uma cilada caça-níquel.
Há pouco, descobri que o Oldboy original se encaixa em uma trilogia escrita e dirigida pelo próprio Park Chan-wook. Logo irei conferir.
PS: Vi alguns sujeitos falando mal e enfatizando que era um filme ruim ou mediano e "previsível". Tem que ser muito desonesto para fazer tal afirmação, uma desonestidade intelectual, moral e descabida.
Awake: A Vida Por Um Fio
3.5 736Daqueles filmes que lhe pega desprevenido, com um soco no estômago.
Com a premissa, pode parecer trivial, sem grandes expectativas. Mas aí é que está o grande diferencial: a relação entre o fio condutor e o desfecho.
O Roteiro é ótimo. Do jeito que tanto aprecio: empático, imprevisível e arrebatador. Há uma reviravolta desmesurada. O Roteirista e Diretor Joby Harold fez um excelente trabalho. Surpreendeu muito, não esperava que fosse algo nessa magnitude, enleando três gêneros: drama, suspense e policial.
Talvez, o final tenha sido um tanto apressado, já que do início até metade a trama parece estagnada. Todavia, não comprometeu em nada o enredo, tampouco o final, que é onde está concentrado todo o mérito da obra. Seja como for, é exímio.
Quanto aos outros atributos técnicos: Fotografia, Direção de Arte, Trilha Sonora e Montagem, também são bons. Mas o grande destaque de fato é o Roteiro.
Teve gente que reclamou da atuação do elenco e da Direção, mas não vi qualquer problema nesse âmbito. Muito pelo contrário, achei bastante convincente e satisfatório.
Gosto muito da Jessica Alba, boa atriz. E Hayden Christensen, que provou ser sensacional desde Star Wars: Ataque dos Clones e A Vingança dos Sith. Lena Olin, idem, tenho apreço por ela desde O Último Portal do Polanski (baita filme e pra mim um dos melhores com Johnny Depp no elenco).
Na época em que saiu esse filme, 10 anos atrás, nem dei muita importância, já que pela sinopse parecia mais do mesmo. Contudo, me enganei. Grata surpresa. Pra quem ainda não viu e gosta de tramas originais e de qualidade, é uma ótima opção.
Evidentemente, há quem não tenho gostado. Em especial, aqueles que se consideram com um intelecto superior, ou fazem questão de ostentar seu gosto “apurado” por produções menores, clássicas, quase sempre inerentes ao cinema europeu. Como se os filmes de outras regiões não prestassem. Vejo como um fetiche da estipe pseudointelectual. Algumas pessoas acham chique o simples fato de denegrir algum trabalho de qualidade. Enfim. Vale a pena ver e tirar as próprias conclusões.
Quando Chega A Escuridão
3.3 133Tentei ver antes, mas acabei dormindo nas duas vezes. Só agora consegui assistir até o fim, no entanto, me arrependi.
Tosco e estapafúrdio. Totalmente superficial e cheio de clichês. Não sei como ainda conseguem defender e elogiar. Sei que gosto é subjetivo, mas não entendo. Não há nostalgia que justifique. Poderia enumerar ou citar em ordem alfabética todas as incongruências e equívocos, mas nem vale a pena perder tanto tempo.
A trama é rasa, enfadonha e apática. Personagens pífios e estúpidos, sem qualquer carisma. Além de abusar dos estereótipos, travestidos de chupadores de sangue: Vampiro doidão, arruaceiro e canastrão. Uma vampiriguete que parece usar peruca loira. Outro com pose de líder, porém, com o intelecto de uma porta. E um recém-transformado, que é bunda mole e fraco, apaixonado por uma vampira meiga. Tentaram forçar um romance irrelevante e água com açúcar, para ver se gerava alguma empatia no público, mas nem de longe acertaram.
Roteiro deprimente. Parece até que foi de onde Stephenie Meyer extraiu sua inspiração para escrever Crepúsculo. Tanto no romance superficial quanto nos vampiros que saem no sol e alguns "bonzinhos". Claro que no filme eles ainda queimam um pouco, mas quase sempre conseguem sobreviver. Já a Meyer, deve ter adorado esse aspecto e teve a ideia "genial" de inserir esse elemento em sua “obra”, bem como fazer com que brilhem no sol. Maravilha! Sqn.
Terrível de tão ruim. Nos créditos constam que duas pessoas escreveram o Roteiro. Sendo que uma foi a própria Diretora. Duas cabeças pensaram para sair algo tão medíocre. Seria melhor ter investido menos na produção e ter contratado um roteirista competente, digno. Aliás, gastaram a maior parte da grana com explosões, tiroteios, perseguições em automóveis, efeitos ruins e nem ao menos guardaram umas moedas para investir numas próteses dentárias para simular os caninos vampíricos, nem lentes de contato ou uma maquiagem propícia. Nada que desse uma caracterização mais convincente e interessante aos vampiros. Meros cospobres.
Há inúmeras incoerências, que inclusive se repetem. Por exemplo, os tais vampiros sempre saem perto do amanhecer. Não conseguem traçar um simples plano de ofensiva e fuga. O modo como se protegem do sol é sem nexo, idiota.
O trecho em que o casal deixa de ser vampiro, através da transfusão de sangue foi o fim da picada! Na verdade, o filme todo é estapafúrdio.
E teve gente que disse: "Baita filme oitentista! Um clima sensacional!"
Que clima?! Não tem clima nenhum. É um tanto broxante, isso sim. Tampouco merece remake. Melhor investir num roteiro original do que regravar um filme péssimo. Seria total perda de tempo e de grana.
Infelizmente, nesse caso não teve nada de bom para ressaltar. A Trilha Sonora é até legalzinha e cumpre seu papel, mas nada de excepcional. Direção de Arte fraca e Fotografia bem mediana. Montagem idem. Direção ruim.
Enfim, um imenso desperdício de elenco (de grana também, com toda certeza) especialmente com Lance Henriksen e o saudoso Bill Paxton, ambos excelentes atores.
Garota Sombria Caminha Pela Noite
3.7 343 Assista AgoraA Famigerada Vampira Skatista
A proposta do filme é original em boa parte.
E de fato, foge bastante dos clichês que estamos acostumados. É um dos grandes méritos do roteiro. Há uma abordagem realista sobre as facetas humanas, em especial do que pode ser considerado “bom” e “mau”, frisando a controversa moral de cada indivíduo. E ainda, uma observação tênue sobre questões como prostituição e dependência das drogas.
Tudo isso inserido à trama ambientada numa cidade fictícia iraniana, um enredo que mescla suspense, terror (mais psicológico do que explícito) e romance. Parece interessante, não?
É interessante, entretanto, poderia ser bem melhor se o Roteiro fosse menos relapso em alguns aspectos. Faltou muita verossimilhança. Houve uma preocupação com a realidade do cotidiano de cada personagem e de uma cidade aparentemente tomada pela degeneração. Todavia, a forma como esses personagens se relacionam denotam grande displicência na trama. Principalmente a relação entre a tal garota que caminha pelas ruas e o protagonista. Por mais inconsequente e pueril que um jovem seja, ele vai ter curiosidade de saber com quem está se envolvendo, ainda que de modo superficial. Mas o filme não expõe isso, o rapaz se mostra indiferente quanto ao passado e presente da moça, nem ao menos insiste para que ela diga qual é o seu nome! Tampouco quaisquer detalhes da vida da vampira. – sim ela é uma vampira, mas isso não é spoiler, está na sinopse – Além disso, os diálogos são bem rasos e extremamente concisos, tanto com o casal quanto com os secundários.
Entendo que o intento da cineasta Ana Lily Amirpour, que escreveu e dirigiu o filme, foi manter um denso mistério, mas acabou soando desleixado em vários momentos. Não que careça ser algo didático, não há necessidade de subestimar o intelecto do telespectador. Mas ao menos manter as respectivas coerências e profundidade na narrativa; independe do gênero, qualquer obra exige isso. Tem aproximadamente uma hora e quarenta, nada que vinte minutos a mais não resolvesse. Mas doravante, há quem tenha achado perfeito, gosto sempre será relativo.
Vi até comentários e resenhas que quiseram induzir que teve uma abordagem “feminista”, por conta da personalidade da tal vampira, de algumas atitudes e perspectivas, mas não identifiquei qualquer atributo nesse sentido.
Só porque ela matou três homens?! Sem nexo, brisa total
Não tem nada inerente ao feminismo original, oriundo do século XIX, muito menos feminazi; afinal não tinha qualquer extremista, nenhuma mulher que odiasse homem, com sovaco peludo ou pintado e etc rs.
A interpretação de cada obra pode ser subjetiva e até abstrata, mas me parece um equívoco e tanto essa associação. Não digo uma opinião infundada, mas fumada mesmo, de alguém que fumou alguma coisa rs. Ainda que porventura a cineasta for feminista, não deixou nada evidente, nem implícito. Enfim.
Um ponto de grande destaque e excelência é a Fotografia. Indefectível. Foi gravada em P&B, é bem expressiva, artística e com grandes referências ao cinema clássico europeu. Muito bela. A Trilha Sonora é exímia, bastante imersiva e envolvente. Ótima montagem. Boa Direção.
Se não fosse por esses deslizes mencionados acima, seria um filme magistral, mas não deixa de ser interessante. Uma boa opção para quem está de saco cheio dos clichês hollywoodianos.
A Noite do Terror Cego
3.3 63Tão tosco que chega a ser uma pérola! E neste âmbito, o cineasta Amando de Ossorio tem seu mérito. Além disso, é um filme espanhol de baixo orçamento, realizado em 1971, este ponto deve ser levado em consideração.
Roteiro é estapafúrdio e previsível, atuações canastronas, como se espera da maioria dos filmes trash. Em alguns pontos foi até criativo, como por exemplo, o visual dos Templários e o final também, bacana.
É muito divertido, ri bastante em alguns trechos. Com exceção das cenas de nudez e sangrentas (que mais pareciam tinta guache vermelha com água) me lembrou aquelas paródias de terror do Chapolin Colorado.
Fiquei com vontade de conhecer Lisboa, que é onde foram gravadas as cenas, a maior parte delas. Locações muito legais.
Destaque para a Trilha Sonora, excelente. É a única coisa realmente macabra na obra.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraSurpreendeu bastante.
Como sempre digo, só por se tratar de uma obra original, e não mais um remake como centenas de produções atuais, já tem seu mérito. Contudo, a obra vai muito além.
O enredo começa sem nenhum diferencial, despontando o boom midiático e a reação aturdida da população ante a aparição de uma nave alienígena. Até aí ok, sem novidades. Entretanto, com o avançar da trama tudo vai ficando mais intrigante. O filme expõe alguns fragmentos aparentemente triviais, talvez até desconexos, e ao fim juntam as peças do quebra-cabeça. Desfecho sensacional. O que gostei bastante foi o toque dramático que deram à trama, artifício até raro em um filme do gênero. É uma estória de ficção científica que apresenta grande empatia e sensibilidade.
Ótima Direção. Excelente Roteiro. Quanto a parte técnica (Fotografia, Direção de Arte, Trilha Sonora, Montagem, Efeitos e afins) também muito bom. Nada de extraordinário, mas cumprem seus respectivos papéis.
Com certeza, quem não gostou esperava um filme clichê, do tipo conflitos bélicos: Humanos vs Aliens, vice-versa. Também curto filmes assim, todavia, já está saturado.
O cinema sempre carecerá de novos conceitos, e não estagnar na mesmice.
PS: O aspecto dos alienígenas por algum motivo me lembrou Lovecraft. Por que será?! LOL
Barbarella
3.2 277 Assista AgoraSe fosse pra resumir o filme em duas palavras: Excepcional, Pitoresco.
Ainda me pergunto, como conseguiram fazer um filme assim nos anos 60?
Tudo bem que Roteiro não é dos melhores, um tanto estapafúrdio, mas e toda essa concepção visual?! Uma verdadeira obra-prima. E claro, a presença estonteante de Jane Fonda.
PS: Graças aos deuses (e aos demônios também) que o filme foi realizado nos anos 60. Hoje seria taxado de “sexista”, “machista”, “satanista” e todos os “istas” possíveis. E ainda execrado e muito provavelmente tentariam boicotar. Se houvesse um remake, certamente a Barbarella teria que aparecer de burca para agradar a militância LOL
Anjos da Noite: Guerras de Sangue
3.0 411 Assista AgoraComo intrínseco fã da mitologia de vampiros e licantropos, (ou lobisomens como preferir, ainda que muitos defendam a tese que há diferenças “abissais” entre os gêneros, já li algumas, mas não vou entrar neste aspecto, do contrário o texto ficaria gigantesco e nem é o que o venho tratar) não podia deixar de ser fã dos filmes também, que embora tiveram seus deslizes, é uma das poucas sagas do gênero do início dos anos 2000 que tem grande qualidade.
Em minha humilde opinião, do 1 ao 3, as obras são quase perfeitas. Lembro que assim que saiu o primeiro, simplesmente adorei. Ainda não tinham abordado no cinema o plot de uma guerra entre vampiros e licontropos com tanta maestria como em Underworld/Anjos da Noite. Com o segundo então, fiquei ainda mais eufórico quando anunciaram e extasiado depois de assistir. Um dos poucos que saciou minhas expectativas culminantes. O terceiro, também gostei muito. Ainda que não seja muito apreciador de prequel, mas de fato Lucian, Viktor e Sonia eram excelentes personagens e caberia muito bem um filme que mostrasse os acontecimentos anteriores.
Claro que revendo os três filmes, já um pouco mais velho, algumas pequenas falhas se tornam mais evidentes. Mas doravante. No geral as produções foram exímias: Ótimo roteiro (protagonistas interessantes, bons personagens secundários e excelentes vilões, tramas envolventes) e todo o aspecto visual é de cair o queixo até hoje, especialmente no âmbito de Direção de Arte, Fotografia e alguns efeitos.
Já o quarto filme, na época vi no cinema, Underworld: Awakening/Anjos da Noite: O Despertar, foi aquela brochada. Grande decepção. Com os 3 filmes anteriores, já haviam estabelecido um certo padrão de qualidade. Nos dois primeiros a Direção ficava por conta de Len Wiseman, ele também assina o Roteiro junto com Kevin Grevioux e Danny McBride. No Terceiro Patrick Tatopoulos assume a Direção mas o Roteiro continua sendo escrito pelos criadores originais: Len Wiseman e Danny McBride. Enfim, neste caso a troca de roteiristas fez com que os filmes posteriores desandassem, caindo extremamente a qualidade.
No quarto filme, tanto o roteiro como a produção de modo geral, são pífios. Mesmo que alguns discordem de mim, a sequência não trouxe nada de especial e o que foi mostrado na tela não me agradou (também não agradou os fãs de longa data da saga). Começando pelo Roteiro: Fraco, previsível, calcado na mesmice e sem qualquer novidade, exceto pela filha de Selene. Não sei se foi pelo enredo mesmo, pela atuação da jovem atriz ou ambos, mas foi total apatia. Uma personalidade trivial e indiferente, um aspecto visual estapafúrdio. Não parecia com uma vampira ou lycan, tampouco uma híbrida como era o intento do filme mostrar. Sem contar aquela maquiagem tosca na cara da menina, parecia mais uma criança possuída pelo Capiroto do que uma híbrida. Estava mais para um cospobre da Regan de O Exorcista. Mas voltando ao roteiro, nem mesmo se manteve no nível mediano, a trama é inconsistente e nada envolvente, personagens secundários irrelevantes e péssimo vilão.
Quanto a parte técnica, também foi bastante inferior aos anteriores.
Falando agora especificamente desta nova sequência:
Underworld: Blood Wars/Anjos da Noite: Guerras de Sangue. Ao ver o trailer, esperava que fosse um total fiasco, no mesmo nível do quarto, mas até que não me decepcionei tanto. Teve seus bons momentos, e os péssimos também, é claro.
Quanto ao Roteiro, achei um pouco melhor que o anterior. Só por não manter a menina tosca e capirotesca no filme (exceto num flashback e numa cena ao final), pra mim já foi uma melhoria significativa. Ainda que toda a trama tenha sido construída em volta dela. Mas o roteirista tem seu mérito por ter continuado aquele enredo péssimo do predecessor, um desafio e tanto. Uma vez que, sendo uma sequência direta do quarto filme, corta grande parte da liberdade criativa do roteiro. Mas os equívocos desta sequência são parecidos com O Despertar: em sua maioria coadjuvantes fracos, trama um pouco previsível (você já consegue identificar alguns traíras antes da metade do filme) a própria Selene não está muito expressiva, nem traz grandes novidades, com exceção do final, mas ainda assim nada de estarrecedor. Na verdade, um desfecho até pouco convincente, mesmo se tratando de uma obra de ficção fantástica. Um vilão também bastante apático (não gostei do desempenho do ator) e até irrelevante se comparado com Viktor, Marcus e Lucian (na verdade Lucian é um antagonista que está mais para anti-herói, ao menos é o que foi mostrado no terceiro). Também careceu bons coadjuvantes como Michael, Raze e os primeiros Anciãos do Clã. Acho o ator Theo James bem fraco na interpretação (tentaram suprir o lugar do Scott Speedman como Michael, mas não chegou nem perto disso), e seu personagem David tem uma grande importância na trama deste filme. O anterior foi tão ruim, que podiam ter mudado o ator, talvez ficaria até mais convincente e empático.
Pra mim, os pontos positivos (talvez uma tentativa um pouco frustrada, mas com certa relevância) foram em sua maioria o resgate de alguns elementos saudosos dos primeiros filmes. Além da curta retrospectiva, a ambientação; clima taciturno e ao mesmo tempo requintado do Clã; a importância hierárquica, as conspirações e ardis pelo poder e afins. A Fotografia e Direção de Arte também estavam em grande sintonia na produção, sensacionais. Figurinos formidáveis e uma cenografia que tornava a experiência visual mais cativante e imersiva.
Um dos destaques deste filme, a meu ver, foi a desenvoltura da Lara Pulver (uma atriz maravilhosa, já a conhecia da série Sherlock e outros papéis) interpretando a personagem Semira. Essa sim, deixou a trama um pouco mais intrigante e expôs grande parte da personalidade de um vampiro “de verdade”, convincente e com sede de poder. Pena que para uma personagem aparentemente tão sagaz, manipuladora e vigorosa, teve um desfecho tão medíocre, mas enfim.
E para encerrar, uma das coisas que sinto falta nos filmes desta franquia, e isso desde o primeiro, é que os humanos são quase inexistentes na trama, servem apenas como mera figuração para as cenas que se passam em locais públicos. Eles não têm qualquer traço relevante na saga.
Sei que o foco da franquia sempre foi a infindável guerra entre vampiros e lycans. No entanto, ignorar os humanos me parece um deslize no enredo e um grande desperdício. Nem ao menos mostram os humanos como presas no meio do conflito entre as duas espécies.
E isso é algo que renderia um desenvolvimento bem mais aprofundado. A faceta dos mortais poderia ser mais explorada e não negligenciada/descartada. As vezes, dava a impressão que de humano só existia o Michael, antes de se tornar um híbrido. E os que se transformam em lycans no terceiro. Porém, tudo extremamente superficial.
Outro ponto que deixa a desejar é a própria personagem Selene. Em meio ao embate é retratada como "mocinha", "heroína", "virtuosa" e tal. Embora ela seja uma boa personagem, "fodona", poderiam desenvolver mais a personalidade vampírica, e isso justamente mostrando a interação com os humanos. No caso, se alimentando deles, como todo vampiro que se preze. E sendo implacável e tudo mais. Mesmo que ela lute por sua raça, podiam mostrar os aspectos predominantes de um vampiro. Afinal, são criaturas tão bestiais quanto os lycans. E os filmes nem mesmo expõem ela e outros vampiros se alimentando de humanos, querem retratá-los na grande maioria como os “bonzinhos”. Colocam em foco exclusivamente o confronto entra as duas espécies dominantes. Talvez, esse foi um dos pontos que deixou a franquia desgastada e calcada na mesmice. Por mais que trama trate de conflitos entre as criaturas, não existe só a guerra para ser salientada.
A displicência em criar vilões medianos ou ruins (ruim no sentido de irrelevante para a trama, sem qualquer carisma ou empatia) também está acabando com a franquia. Faltam vilões de peso como foram Marcus e Viktor.
Como fã, espero que melhorem. Mas se for para ficar cada vez mais deprimente e sem o primor do inicio, então, que encerrem a franquia.
Relíquia Macabra
4.0 182 Assista AgoraSensacional. Baita filme. Referência no gênero Noir.
Muito legal o Roteiro, bem como a Fotografia, Trilha Sonora e Direção.
Antes desse, tinha assistido apenas Casablanca, com o Bogart no elenco. O cara era bastante convincente, não à toa que foi um dos atores mais estimados do cinema.
Neste papel de detetive particular, ficou demais.
Sala Verde
3.3 546 Assista AgoraA pergunta que não quer calar é: Como que um ator da estirpe de Patrick Stewart tem a coragem de participar de um projeto medíocre como este??!! Será que realmente não tinha nada melhor para fazer??!!
Total decepção. Uma grande brochada.
Podia ter sido ao menos mediano. A produção é até competente: Boa Fotografia, Direção de Arte razoável, Montagem satisfatória e Trilha Sonora relevante. Contudo, o roteiro tosco, estúpido e estapafúrdio e a péssima Direção esfacelaram o filme.
Não encontrei nenhuma dessa dose de tensão que alguns defensores frisam.
Creio que essas pessoas não devem ter assistido, por exemplo, Mártires (2008), se tivessem visto, perceberiam que a palavra “tensão” (e ainda no mesmo intento de confinamento) que estão insistindo em usar, seria totalmente equivocada quando empregada em um filme como este. Nem de longe entretém. É apenas um emaranhado de mortes inexpressivas, algumas previsíveis e idiotas, o final conta com reviravoltas incoerentes e mentirosas. Personagens de modo geral burros ao extremo, pueris e pouco convincentes.
Melhor passar longe!
P S: Uma estrela é apenas pela parte técnica do filme, de resto não vale nem meia.
Don Juan DeMarco
3.7 516 Assista AgoraLembro que entre as primeiras vezes que assisti – ainda criança até a adolescência – achava chato. Hoje, é um dos meus prediletos do gênero. E olha que nem curto muito romance, com raras exceções. Contudo, a trama é tão cativante e empática, que é quase impossível não gostar.
Não vi outras adaptações da obra homônima do Tirso de Molina, ou do Lord Byron, mas acho difícil que supere esta em âmbito de criatividade no roteiro, carisma e desenvoltura do elenco. Muito bem dirigido, mérito do cineasta Jeremy Leven, com o produção do mestre Coppola.
Papel responsável a conceder o “título” de galã a Johnny Depp. Até então ele não havia feito nenhum filme semelhante.
Também gostei muito da atuação do Marlon Brando, evidente que não é seu melhor trabalho, mas ainda assim bastante satisfatório e convincente. Não sei se o personagem foi escrito para ele, mas parece. Ficou muito bom mesmo.
E que Trilha Sonora sensacional, hein?!
A música tema já gostava desde pivete, mesmo sem entender bulhufas.
No entanto, quando me lembro daquela versão bizarra do Chitãozinho e Xororó, sinto vergonha alheia LOL. Até o instrumental é uma porqueira. Pegue as duas e compare, nem de longe conseguiram imitar técnica “spanish guitar” e os arranjos originais, realizados pelo músico flamenco Paco de Lucia. Sem contar, é claro, do vocal sofrível da dupla sertaneja.
A música do Bryan Adams merecia ter levado uma estatueta no Oscar.
Fiquei até com vontade de conhecer as obras literárias de Don Juan, tanto a original quanto outras derivadas. Um personagem tão bem construído, que se tornou arquétipo do homem instigante, sagaz e libertino.
Numa era em que o tal Christian Grey de 50 Golpes de Cinta se torna símbolo sexual, um fetiche apático, estapafúrdio e água com açúcar, nada melhor que voltar ao passado e se deparar com um personagem e trama realmente interessantes, de grande carisma
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraConfesso que esperava mais, mas não chegou a ser uma total decepção.
Com algumas ressalvas, a adaptação é boa. Ao menos o Stephen Strange, bem como seu alter ego ficaram muito bem caracterizados, tanto na psique, quanto visual. E Benedict Cumberbatch é um excelente ator, atuou de forma convincente no papel. O figurino do personagem e toda a direção de arte estavam exímios.
No entanto, alguns pontos deixaram muito a desejar.
Já esperava que o roteiro sofresse mudanças, já que se trata de uma adaptação. O fato do Ancião ser uma Anciã, não achei nocivo para a trama. E a escolha da Tilda Swinton para o elenco foi bastante satisfatória. Conheço outros trabalhos dela, é uma ótima atriz.
Ao contrário do que alguns disseram, não achei ruim, pelo contrário.
Todos sabem que vivemos em tempos de coerção social, cotas e o tão exacerbado “politicamente correto”. Certamente não manteriam um elenco com grande predominância masculina – ainda que essas mudanças não trouxessem nenhum “impacto” na sociedade, mas os produtores poupariam seus ouvidos de cobranças vindouras, fossem de forma direta ou indireta – e mais do que isso, as mulheres deveriam ter um papel de maior relevância e não apenas salientar o aspecto de “sexo frágil”, tão repetitivo. E concordo, é um imenso clichê. No entanto, é lúcido frisar que nem sempre cabe a alteração de sexo/etnia de personagens consagrados e já estabelecidos, uma vez que se pode esfacelar todo o conceito emblemático da trama e/ou personagem. Foi o que houve com esse último filme dos(das) Caça-Fantasmas. Sempre sou a favor que criem bons personagens femininos, e/ou negros, brancos, pardos, gays e trans, mas não alterar os que já existem. Como fizeram, por exemplo, com esse novo Star Wars Episódio VII. A personagem Rey é incrível, totalmente original, empática e carismática, Finn também, porém menos interessante do que ela. Mas enfim. Com a Anciã, Swinton se encaixou muito bem em sua respectiva personagem. Não trouxe nenhuma calamidade essa mudança - neste caso.
Já o Chiwetel Ejiofor como Mordo, não gostei. O ator me pareceu uma total apatia, e nem de longe transmitiu toda a relevância do personagem original.
Mads Mikkelsen como Kaecilius, bem mediano. Embora ele seja um excelente ator, mas o roteiro não contribuiu para um destaque em sua representação.
Entretanto, o que mais incomodou mesmo, foi a caracterização péssima do Dormammu. WTF?!
De onde tiraram que o aspecto do personagem se expõe em uma cabeça gigante?! Sem nexo – alguns até podem tentar defender a tese que ele pode possuir inúmeras formas, coisa e tal, mas achei que ficou detestável – E totalmente destoante da criação original, podiam ao menos manter alguns atributos. Não preservaram nada.
Sem contar que também esperava algo um pouco mais aprofundado, e não tão displicente e apressado. Além disso, tudo incitava que teria um embate épico entre o Dr Estranho e ele, já que Dormammu é seu arquiinimigo e um dos maiores vilões da Marvel. Mas, não teve nada disso.
Acho que o filme estava perfeito do início até a metade. A construção e caracterização do Stephen Strange antes de se tornar um mago supremo, estava ótima. Parece que depois desandou. Mas ainda assim, não foi de todo ruim.
Talvez quem não sabia da existência do personagem antes de 2016, não deve ter se incomodado com esses fatos que mencionei. Mas no geral, foi satisfatório. Finalmente a Marvel não exagerou nas piadas sem graça e fez um filme mais sóbrio – contando com certas doses oníricas – e mais maduro comparando com a maioria.
Espero que o segundo seja melhor.
Quanto à parte técnica do filme (Produção, Fotografia, Direção de Arte, Trilha Sonora e Efeitos) é óbvia: sensacional.
P S: A animação do Dr Estranho de 2007 é bem melhor.
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 522 Assista AgoraClássico suspense/terror de 1920, inerente ao Expressionismo Alemão.
Grandes filmes como Nosferatu, Metrópolis, O Estudante de Praga, M - O Vampiro de Düsseldorf e tantos outros fazem parte da mesma esfera cinematográfica.
O Gabinete do Dr. Caligari tem uma estética bastante peculiar, própria de seu estilo, mas que se destaca dentro de seu âmbito. Sendo uma das referências do gênero. O aspecto visual remete ao gótico e ao cubismo – movimento artístico oriundo do início do século XX.
Como se sabe o filme é mudo. Mas gostei do roteiro. A trama é constituída em 6 Atos. A princípio, parece bastante simplista e até previsível. Porém, próximo do final do Ato 4, começa a ficar mais interessante. Com direito a revelações e um plot twist satisfatório. O ritmo da narrativa se apresenta um tanto lento, principalmente para quem não está acostumado com filmes antigos, em especial os que são da década de 20.
Todavia, é válido lembrar das limitações técnicas da época.
A Direção de Arte e Fotografia (em P&B) são elementos em grande destaque, e compostos de forma magistral. Não se distanciando do gênero, mas ao mesmo tempo com atributos próprios e pitorescos.
Ótima Trilha Sonora. Uma montagem mais do que competente, servindo de alusão para os filmes posteriores.
O Elenco também é muito bom. Embora algumas atuações em determinadas cenas tenham me parecido bem teatrais e por vezes caricatas. Também não saberia dizer se foi algo proposital ou não, especialmente se tratando do vilão do filme.
Contudo, o Robert Wiene fez um grande trabalho, a Direção é exímia.
Se por um lado sabe-se que Conrad Veidt – em especial no filme “O Homem que Ri (1928), adaptação do romance homônimo de Victor Hugo – foi uma inspiração explícita para o personagem Coringa nas HQs do Batman, pode se dizer que Werner Krauss como Doutor Caligari, se tornou referência para o personagem Pinguim, também nas HQs do Homem Morcego. No filme “Batman O Retorno” de Tim Burton, a inspiração é clara, indubitável. Principalmente no aspecto visual.
Vale a pena conferir, ainda mais para quem deseja conhecer os primórdios dos filmes de Terror, Suspense e Mistério. São obras que inspiraram grandes autores e cineastas. Até mesmo gêneros posteriores, como os Filmes Noir.
Possessão
3.9 587Antes de mais nada, a sinopse contém spoilers!!
Mas sobre o filme, até agora estarrecido...
Embora o título seja clichê, não é nada do que se imagina.
A Produção é excelente, em especial a Direção de Arte, Fotografia, Trilha Sonora, Elenco e Direção. Contudo, o que mais me impressionou foi o Roteiro, e na sequência algumas atuações, principalmente da atriz Isabelle Adjani.
Duvido que alguém assista ao filme, obtenha todas as respostas, complete as lacunas e assimile 100% de seu conteúdo logo em primeiro momento...
Ao menos nas resenhas que li e alguns dos comentários que vi, muitos ficaram confusos e/ou cheios de dúvidas.
Mas é sensacional. Cheio de alegoria, metáforas, paradoxos, surrealismo e escatologia. Acho que é o primeiro filme que vejo com um terror psicológico denso, complexo, com intensas cenas gore e perturbador no sentido literal da palavra. Além de ser uma obra que pode render várias interpretações.
A princípio, o plot parece comum: um casal com problemas conjugais, com um filho pequeno, traições e uma série de conflitos em decorrência da separação. Entretanto, isto é a apenas a premissa para chegar os acontecimentos nefastos.
Antes da metade, a trama já começa a ficar insólita, com conjunturas e cenas atônitas, grotescas também. O enredo lhe pega de surpresa, quando se pensa que está perto de prever qualquer ato, tudo se torna paradoxal e subversivo.
O Roteiro é exímio; trama bastante original e bem construída – embora com várias pontas soltas, sejam propositais ou não – personagens intrigantes e peculiares, alguns empáticos. Referências de outras obras consagradas, principalmente as de H.P. Lovecraft.
O elenco é formidável: Destaque para o Henz Bennent que interpreta o excêntrico Heinrich, Sam Neill (fã de longa data deste ator) na pele de Mark e a incrível Isabelle Adjani que encarnou na personagem Anna. Papel de uma complexidade abismal, tanto que lhe rendeu um César, que é o prêmio insigne do cinema francês.
O Diretor e Roteirista Andrzej Żuławski é sensacional, escreveu e dirigiu com maestria. Não conhecia outros trabalhos do cineasta, me deixou muito interessado em assistir seus demais filmes, que pelo que li, também são bem elogiados.