O pior da franquia até agora, com certeza. Até que conseguiu me fazer dar uns pulinhos da cadeira, mas é dispensável porque se for pra querer só susto e não história, mais vale a pena assistir "Lights Out" no youtube, que só tem 2 minutos e assusta do mesmo jeito.
Gosto quando os filmes se "reacendem" na minha mente. O Dennis é um personagem maior do que aparenta. Meu predileto: ele simplesmente não aceitará mais se interessar por alguém que não é interessado nele, que quer usufruí-lo sem considerar minimamente suas consequências sobre o que ele vai sentir. As coisas para ele deixam de girar apenas em torno do sexo, mesmo que ele ainda seja impulso sexual, como todos nós somos. O que lhe ocorre me parece ser uma iluminação: já não há mais sentido em apenas absorver para si prazeres do outro, como se nas relações o outro só importasse a medida em que pode nos oferecer atenção, sexo, vaidade. O outro existe e precisa ser considerado. O total oposto de Cole, que "troca de rapazes como troca de cueca". Sem os considerar em momento algum, até que ele se vê no lugar de "cueca a ser trocada" por alguém como ele até então esteve sendo. A diferença dele para Dennis, é que este conseguiu aprender com a experiência, enquanto que, assegurando-se no fato de ter um corpo e um rosto bonitos, muito atraentes - a maior moeda de troca entre as relações gays - Cole simplesmente parte para outra, onde ele possa continuar se mantendo no lugar de pegador descompromissado (descompromissado inclusive em manter-se fiel aos amigos). Enfim, na verdade, apesar de mal dirigido, o filme é bem maior do que aparenta.
Jeitinho Almodóvar de dirigir. Adrien é um personagem incrível, a figura do típico gay que, dentro do mundo dos "valores gays", sobrevive equilibrando-se entre seu gênio sóbrio sobre as pessoas e a vida e sua carência afetiva, o desejo. "Vocês gays não selecionam suas relações amorosas por valores de classe, cor ou intelecto. O que lhes importa é somente a idade (e a aparência)!". E é o desejo o personagem principal deste filme. As testemunhas: um núcleo de personagens que representam em parte o espírito duma sociedade pré-80's, com a naturalização do amor livre, sexo anônimo, enfim, liberdade sexual, que é abalada pela vinda dum mal desconhecido, e por ser desconhecido, incontrolável: a aids. Retrato um tanto descompromissado, mas ainda assim interessante de como atingiu as pessoas a descoberta do hiv. Assustados, aos poucos uns foram se fechando à vida retida, sexualmente normal, menos liberta, enquanto outros, mais conscientes, se doaram a enfrentar aquilo que sabiam que, àquela época, podiam ao menos tentar enfrentar.
"Ei você, beezinha louca na ferveção, só de olho nos boy, sem pensar em nada mais: para aqui pra ver o que a classe consciente e politizada já fez por nós. ;)" foi o comentário do Fábio, aqui embaixo. Eu poderia me calar e me sentir representado por ele. Mas acrescento:
Emocionante. Real. Verdadeiro. Ah, se eu vivesse num mundo menos cego, menos apaixonado pela cegueira, e que não precisasse se unir apenas em tempos de guerra. Nada mais me emocionou do que o depoimento do "Guy", apelido do vendedor de flores dum cruzamento de São Francisco, que no alge da epidemia, inúmeras pessoas iam até ele pedindo flores de graça, porque haviam gasto todo o dinheiro tentando tratar seus amigos.
Adoro essas adaptações da "santa" história a partir de um olhar sóbrio, inteligente e que não deixa de ser irônico sobre um Jesus humano. O único possível para mim e para todos os outros fãs deste filme, acredito.
Tá sem saco pra filme cult? Tá esgotado de estudar pra prova do dia seguinte? Tá conseguindo se concentrar em mais nada? Assista a este filme. Aquele basicão blockbuster, interessante pelo único aspecto de ser uma releitura adaptada aos tempos contemporâneos. Mas só. Distrativo.
Pela trilha sonora, pelo enredo do filme, pelo meu gosto pelo o que envolve a Geração Beat: todas as estrelas. Filme excelente, final ótimo. De fazer valer uma noite de sábado!
Não sei se era porque eu estou sensível demais hoje, mas chorei em praticamente todas as cenas. Que o filme é lindo, é. Sensibilíssimo, leve, mas bem "chibatada na alma". O que fizemos de nós e de nossa educação? Qual o poder do professor na tríade Escola, Família, Governo? Eu nunca me imaginei velho, mas me sinto bem em me imaginar como o professor do filme. Este filme foi indicado pela professora da minha turma de Vocábulo, quando ela questionava as metodologias de se dar aula. Eu já havia dito que adoro essa minha professora, e agora gosto mais ainda. Ser professor é ser grande recebendo em troca pequeninos pedaços de ouro em meio a toda a lama que pode ser coada da vida. Este filme se tornou um dos meus prediletos para toda a vida.
Que roteiro! "Supondo que nós pudéssemos saber o nosso futuro e não mulá-lo, nós quase não levantaríamos da cama". Equilibrado, denso, engraçado, engraçado no sentido denso do humor, que te conduz numa harmonia gostosíssima entre as emoções que o filme causa. É uma família, o núcleo, e é inevitável entender o que se passa vez ou outra como um espelho da condição da nossa própria família: ter filhos, irmãos, envelhecer e esperar alguma coisa daqueles individuos que estão inevitavelmente ligados a nós por um laço forte, apesar de distraído, mas indisfarçável. Lembro dum treço de "Amor Líquido: a fragilidade dos laços humanos", do Bauman, onde ele comenta que "onde há dois, há duvida", comprometer-se em se relacionar deve ser se comprometer a aceitar a independência da ordem com que as coisas podem acontecer ao outro, que podem e não podem depender de você. Imagina-se, então, depois de considerar o trecho de Bauman, a ampliação dessa ordem de imprevisibilidade para todos os membros de uma mesma família: e "Álbum de Família" é uma ótima perspectiva de como as coisas podem ocorrer em termos de laços humanos.
Que filme absurdo. Horrível. Horrível no sentido de horror mesmo. Tudo é horrivel. É revoltante. As atuações perfeitas, a história absurda, exagerada, mas justificável por se tratar duma hisrória real, horrível, horrível. Me fez quase despertar esses impulsos ancestrais de esmurrar alguma coisa, de gritar, de quebrar, não fosse pelo limite, pelo senso de que aqui é uma obra cinematográfica. Contentamo-nos sempre com as lágrimas, então. Impressionado com o modo com que uma obra pode mexer tão irreversivelmente com a gente - e não por outro motivo senão o fato de ser baseado em uma história real, em imaginar que o Solomon, apesar de toda a desgraça, observando os outros personagens que compõem a história, foi o que - absurdo, absurdo - se saiu menos pior. Imagine considerar a vida dos outros negros do filme, das outras vidas dessa história, dessas sombras de existência que foram criadas a partir da existência real e histórica de todos os outros escravos que existiram.
Um daqueles filmes pra vida. Que é grande no que mostra e ainda maior por trás de cada coisa que discute. Assisti ontem e até agora não tenho muito o que dizer, ou até tenho, mas pela forma com que me tocou intimamente, eu não resumiria de forma melhor este filme dizendo outra coisa senão que: foi um dos filmes mais lindos e tristes que já assisti. Expõe de uma forma delicadíssima nossa busca cega e absurda pela solidão na tentativa de encontrar exatamente o contrário a ela; a verdadeira e novíssima solidão reforçada pela tecnologia. O que "Ela" questiona é um conjunto imenso de coisas, que faria deste comentário algo muito extenso, portanto, vale mais assistir ao filme para saber - ou não, dependendo da sensibilidade de cada um, o quão cada um ainda preferiria isolar-se na companhia de Sistemas Operacionais ao invés de Sistemas Orgânicos, que somos nós próprios, seres sensíveis, e em números, não tão praticantes de nossas sensibilidade quanto somos capazes de praticar. Tenho certeza que "Ela" vai dar ainda muito o que falar depois dos Oscars que, com certeza, vai ganhar.
Só não me decepcionou porque eu já sou vacinado contra a expectativa de versões cinematográficas de livros, mas o filme vale pelos últimos minutos, que foram como eu imaginava que fossem a partir da leitura do livro. Conseguiu me emocionar, aquele final, tanto quanto o livro, embora, ainda assim, eu tivesse esperado mais passagens com a narração da Morte e mais escuridão e miséria no lugar da limpeza da Liesel, das ruas. Senti falta da lama que é descrita no livro, do ar macabro que o livro traz. Mas gostei. Valeu por não ter estragado a obra, que foi um dos poucos best sellers que eu até hoje lembro de ter gostado profundamente.
O filme é completamente bem feito. Matthew dá um show de interpretação como Ron Woodroof. A história dum cara que sobretudo não queria morrer, e por não querer, conseguiu driblar a morte, apesar da vida solitária elevada ao cúmulo (o tamanho da casa, as companhias, a vida que ele levava expressaram bem a solidão dele), apesar de ignorante, apesar de pressionado pelo medo dum vírus completamente estigmatizado e estigmatizante (massa - massa = interessante, mas triste perceber a ideia de ligação da aids com a homossexualidade, e o choque, por conta da má onda de informação, de quem passava a conhecer o vírus e a síndrome como realmente eram, com até então desconhecidas quase que completamente as formas de tratamento). Ron simplesmente foi lá, fez o que tinha de fazer para lutar contra tudo o que ia de encontro a ele e conquistou um prestígio imenso não apenas de médicos, como das pessoas que ele ajudou, dando-lhes suporte com os tratamentos que pareciam dar certo à época. Aquele final é muito simbólico, quase explícito, e não poderia acabar de outro modo. Jared tem que ganhar esse Oscar!
Atividade Paranormal 4
2.5 1,7K Assista AgoraO pior da franquia até agora, com certeza. Até que conseguiu me fazer dar uns pulinhos da cadeira, mas é dispensável porque se for pra querer só susto e não história, mais vale a pena assistir "Lights Out" no youtube, que só tem 2 minutos e assusta do mesmo jeito.
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraA atuação incrível do DiCaprio e o sorriso abridor de TUDO do Jean Dujardin.
E a Vida Continua
3.8 55 Assista AgoraNunca me emocionei tanto com um final. Nunca.
O Clube dos Corações Partidos
3.5 75 Assista AgoraGosto quando os filmes se "reacendem" na minha mente. O Dennis é um personagem maior do que aparenta. Meu predileto: ele simplesmente não aceitará mais se interessar por alguém que não é interessado nele, que quer usufruí-lo sem considerar minimamente suas consequências sobre o que ele vai sentir. As coisas para ele deixam de girar apenas em torno do sexo, mesmo que ele ainda seja impulso sexual, como todos nós somos. O que lhe ocorre me parece ser uma iluminação: já não há mais sentido em apenas absorver para si prazeres do outro, como se nas relações o outro só importasse a medida em que pode nos oferecer atenção, sexo, vaidade. O outro existe e precisa ser considerado. O total oposto de Cole, que "troca de rapazes como troca de cueca". Sem os considerar em momento algum, até que ele se vê no lugar de "cueca a ser trocada" por alguém como ele até então esteve sendo. A diferença dele para Dennis, é que este conseguiu aprender com a experiência, enquanto que, assegurando-se no fato de ter um corpo e um rosto bonitos, muito atraentes - a maior moeda de troca entre as relações gays - Cole simplesmente parte para outra, onde ele possa continuar se mantendo no lugar de pegador descompromissado (descompromissado inclusive em manter-se fiel aos amigos). Enfim, na verdade, apesar de mal dirigido, o filme é bem maior do que aparenta.
A Cidade dos Amaldiçoados
3.1 352 Assista AgoraMinha infância debaixo dos lençóis, lutando entre assistir ou não esse filme nas noites da Tela de Sucessos do SBT! õ/
As Testemunhas
3.5 12Jeitinho Almodóvar de dirigir. Adrien é um personagem incrível, a figura do típico gay que, dentro do mundo dos "valores gays", sobrevive equilibrando-se entre seu gênio sóbrio sobre as pessoas e a vida e sua carência afetiva, o desejo. "Vocês gays não selecionam suas relações amorosas por valores de classe, cor ou intelecto. O que lhes importa é somente a idade (e a aparência)!". E é o desejo o personagem principal deste filme. As testemunhas: um núcleo de personagens que representam em parte o espírito duma sociedade pré-80's, com a naturalização do amor livre, sexo anônimo, enfim, liberdade sexual, que é abalada pela vinda dum mal desconhecido, e por ser desconhecido, incontrolável: a aids. Retrato um tanto descompromissado, mas ainda assim interessante de como atingiu as pessoas a descoberta do hiv. Assustados, aos poucos uns foram se fechando à vida retida, sexualmente normal, menos liberta, enquanto outros, mais conscientes, se doaram a enfrentar aquilo que sabiam que, àquela época, podiam ao menos tentar enfrentar.
Estávamos Aqui
4.3 13"Ei você, beezinha louca na ferveção, só de olho nos boy, sem pensar em nada mais: para aqui pra ver o que a classe consciente e politizada já fez por nós. ;)" foi o comentário do Fábio, aqui embaixo. Eu poderia me calar e me sentir representado por ele. Mas acrescento:
Emocionante. Real. Verdadeiro. Ah, se eu vivesse num mundo menos cego, menos apaixonado pela cegueira, e que não precisasse se unir apenas em tempos de guerra. Nada mais me emocionou do que o depoimento do "Guy", apelido do vendedor de flores dum cruzamento de São Francisco, que no alge da epidemia, inúmeras pessoas iam até ele pedindo flores de graça, porque haviam gasto todo o dinheiro tentando tratar seus amigos.
De Bem com a Vida
3.4 1Meu braço pra quem me fornecer o download!
Uivo
3.8 215 Assista Agora" - E o que significa o título?
- É como um uivo de dor".
Jesus Cristo Superstar
3.8 186 Assista AgoraAdoro essas adaptações da "santa" história a partir de um olhar sóbrio, inteligente e que não deixa de ser irônico sobre um Jesus humano. O único possível para mim e para todos os outros fãs deste filme, acredito.
Carrie, a Estranha
2.8 3,5K Assista AgoraTá sem saco pra filme cult? Tá esgotado de estudar pra prova do dia seguinte? Tá conseguindo se concentrar em mais nada? Assista a este filme. Aquele basicão blockbuster, interessante pelo único aspecto de ser uma releitura adaptada aos tempos contemporâneos. Mas só. Distrativo.
[REC]³ Gênesis
2.2 1,5K Assista AgoraPorque não tenho critérios de crítica para filmes de zumbis: se tem mortos-vivos, já considero com mais de 3 estrelas.
Versos de um Crime
3.6 666 Assista AgoraPela trilha sonora, pelo enredo do filme, pelo meu gosto pelo o que envolve a Geração Beat: todas as estrelas. Filme excelente, final ótimo. De fazer valer uma noite de sábado!
The Normal Heart
4.3 1,0K Assista AgoraJá dei 5 estrelas desde já por motivos de: desde Angels in America, HBO tem os melhores telefilmes.
A Língua das Mariposas
4.2 216 Assista AgoraNão sei se era porque eu estou sensível demais hoje, mas chorei em praticamente todas as cenas. Que o filme é lindo, é. Sensibilíssimo, leve, mas bem "chibatada na alma". O que fizemos de nós e de nossa educação? Qual o poder do professor na tríade Escola, Família, Governo? Eu nunca me imaginei velho, mas me sinto bem em me imaginar como o professor do filme. Este filme foi indicado pela professora da minha turma de Vocábulo, quando ela questionava as metodologias de se dar aula. Eu já havia dito que adoro essa minha professora, e agora gosto mais ainda. Ser professor é ser grande recebendo em troca pequeninos pedaços de ouro em meio a toda a lama que pode ser coada da vida. Este filme se tornou um dos meus prediletos para toda a vida.
Paulie, o Papagaio Bom de Papo
3.0 198 Assista AgoraLembrei-me hoje que assisti a esta relíquia do trash sessão da tarde! UOU!
O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel
4.4 1,9K Assista AgoraAquela coisa, né: todos são afim de meter o dedo no anel do Sauron, mas morrem de medo de gostarem demais. Ok. Passemos para "As Duas Torres".
Central do Brasil
4.1 1,8K Assista AgoraÉ pensar "Central do Brasil" e saber: eu nunca vou superar este filme.
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista AgoraQue roteiro! "Supondo que nós pudéssemos saber o nosso futuro e não mulá-lo, nós quase não levantaríamos da cama". Equilibrado, denso, engraçado, engraçado no sentido denso do humor, que te conduz numa harmonia gostosíssima entre as emoções que o filme causa. É uma família, o núcleo, e é inevitável entender o que se passa vez ou outra como um espelho da condição da nossa própria família: ter filhos, irmãos, envelhecer e esperar alguma coisa daqueles individuos que estão inevitavelmente ligados a nós por um laço forte, apesar de distraído, mas indisfarçável. Lembro dum treço de "Amor Líquido: a fragilidade dos laços humanos", do Bauman, onde ele comenta que "onde há dois, há duvida", comprometer-se em se relacionar deve ser se comprometer a aceitar a independência da ordem com que as coisas podem acontecer ao outro, que podem e não podem depender de você. Imagina-se, então, depois de considerar o trecho de Bauman, a ampliação dessa ordem de imprevisibilidade para todos os membros de uma mesma família: e "Álbum de Família" é uma ótima perspectiva de como as coisas podem ocorrer em termos de laços humanos.
Simplesmente eu, Clarice Lispector
4.7 8Arrepiante.
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KQue filme absurdo. Horrível. Horrível no sentido de horror mesmo. Tudo é horrivel. É revoltante. As atuações perfeitas, a história absurda, exagerada, mas justificável por se tratar duma hisrória real, horrível, horrível. Me fez quase despertar esses impulsos ancestrais de esmurrar alguma coisa, de gritar, de quebrar, não fosse pelo limite, pelo senso de que aqui é uma obra cinematográfica. Contentamo-nos sempre com as lágrimas, então. Impressionado com o modo com que uma obra pode mexer tão irreversivelmente com a gente - e não por outro motivo senão o fato de ser baseado em uma história real, em imaginar que o Solomon, apesar de toda a desgraça, observando os outros personagens que compõem a história, foi o que - absurdo, absurdo - se saiu menos pior. Imagine considerar a vida dos outros negros do filme, das outras vidas dessa história, dessas sombras de existência que foram criadas a partir da existência real e histórica de todos os outros escravos que existiram.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraUm daqueles filmes pra vida. Que é grande no que mostra e ainda maior por trás de cada coisa que discute. Assisti ontem e até agora não tenho muito o que dizer, ou até tenho, mas pela forma com que me tocou intimamente, eu não resumiria de forma melhor este filme dizendo outra coisa senão que: foi um dos filmes mais lindos e tristes que já assisti. Expõe de uma forma delicadíssima nossa busca cega e absurda pela solidão na tentativa de encontrar exatamente o contrário a ela; a verdadeira e novíssima solidão reforçada pela tecnologia. O que "Ela" questiona é um conjunto imenso de coisas, que faria deste comentário algo muito extenso, portanto, vale mais assistir ao filme para saber - ou não, dependendo da sensibilidade de cada um, o quão cada um ainda preferiria isolar-se na companhia de Sistemas Operacionais ao invés de Sistemas Orgânicos, que somos nós próprios, seres sensíveis, e em números, não tão praticantes de nossas sensibilidade quanto somos capazes de praticar. Tenho certeza que "Ela" vai dar ainda muito o que falar depois dos Oscars que, com certeza, vai ganhar.
A Menina que Roubava Livros
4.0 3,4K Assista AgoraSó não me decepcionou porque eu já sou vacinado contra a expectativa de versões cinematográficas de livros, mas o filme vale pelos últimos minutos, que foram como eu imaginava que fossem a partir da leitura do livro. Conseguiu me emocionar, aquele final, tanto quanto o livro, embora, ainda assim, eu tivesse esperado mais passagens com a narração da Morte e mais escuridão e miséria no lugar da limpeza da Liesel, das ruas. Senti falta da lama que é descrita no livro, do ar macabro que o livro traz. Mas gostei. Valeu por não ter estragado a obra, que foi um dos poucos best sellers que eu até hoje lembro de ter gostado profundamente.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraO filme é completamente bem feito. Matthew dá um show de interpretação como Ron Woodroof. A história dum cara que sobretudo não queria morrer, e por não querer, conseguiu driblar a morte, apesar da vida solitária elevada ao cúmulo (o tamanho da casa, as companhias, a vida que ele levava expressaram bem a solidão dele), apesar de ignorante, apesar de pressionado pelo medo dum vírus completamente estigmatizado e estigmatizante (massa - massa = interessante, mas triste perceber a ideia de ligação da aids com a homossexualidade, e o choque, por conta da má onda de informação, de quem passava a conhecer o vírus e a síndrome como realmente eram, com até então desconhecidas quase que completamente as formas de tratamento). Ron simplesmente foi lá, fez o que tinha de fazer para lutar contra tudo o que ia de encontro a ele e conquistou um prestígio imenso não apenas de médicos, como das pessoas que ele ajudou, dando-lhes suporte com os tratamentos que pareciam dar certo à época. Aquele final é muito simbólico, quase explícito, e não poderia acabar de outro modo. Jared tem que ganhar esse Oscar!