Queria ter gostado mais. Obvio que é um filme bem feito, em especial na parte de fotografia (que e linda por sinal) e os efeitos sonoros são bem trabalhados... sem contar em como fazem o burrinho parecer cativante, a gente torce por ele, fica triste com ele... mas não ao ponto de tornar um filme profundo e memorável, pelo menos não para mim. Eu teria deixado esse de fora no Oscar e indicado Holy Spider. :/
Com um título que descreve não só a personagem principal, mas a própria abordagem do filme, A Menina Silenciosa aposta em tudo que pode ser dito com a linguagem não verbal. E esse silêncio possibilita o público pensar e sentir. Com isso, a história torna-se terna e lindamente desenhada através da perspectiva de uma criança, deixando claro o quanto vulneráveis os seres humanos são nessa fase da vida, o quão necessitam de afeto, de atenção e de um lar com amor. Cada detalhe no longa diz algo com ternura ou canta uma bonita canção. É linda a cena noturna na praia, quando três luzes surgem simbolizando que o casal de idosos estava agora iluminado com a presença da criança. São detalhes assim, que vão ganhando o coração do espectador a cada minuto de projeção. A cena final consagra o filme e, mais que isso, inevitavelmente faz o público olhar para dentro de si mesmo e retornar para casa, seja de um modo negativo ou positivo. E certamente termina no momento certo, poupando as lentes da possível realidade dura que a personagem encarara.
Começa com uma crítica social sofisticada ao mundo da gastronomia, com tiradas sátiras e cômicas, sem contar o mistério anunciado. O espectador sente que algo está deslocado naquele lugar desde o início e essa atmosfera de mistério o prende até o final. Um dos pontos positivos desse filme é a atuação do Ralph Fiennes como o chef do restaurante, o que garante esse suspense do inesperado. A Anya Taylor-Joy também está excelente no papel e arrasa como sempre. É inegável que ali no meio do filme algo se perde.
Daquele ponto em que o chef manda os homens correrem em diante eu acho que a qualidade cai
, mas o interessante é que o espectador continua investido no mistério, tentando entender onde aquilo vai dar, o que é um grande mérito. E o final recupera o fôlego entregando um desfecho brilhante e sustentando essa crítica social que dá base ao filme. A personagem que é responsável por essa conclusão inusitada, mas inteligente, era uma peça fora do tabuleiro de xadrez, ela não pertencia nem ao mundo gastronômico que prepara pratos ruins e supervalorizados, e muito menos ao mundo dos clientes fúteis que consomem esse tipo de comida apenas por status e vaidade e por isso ela teve aquele final. É uma conclusão válida e condizente para mim.
Que filme tenso! Bem na vibe dos primeiros 'Pânico' e de uma série frenética do mesmo diretor, 'Black Summer'. Gosto também da ideia de usar a pandemia na história, ficou demais! Há anos não via um slasher tão bom como esse.
Eu gosto mais da ambientação e do pequeno gore, do que do filme em si. Muito bacana esse clima de terror anos 80 que eles constroem ali, mas falta uma brasilidade e uma originalidade que o programa tem. É divertido, mas poderia ser mais.
Adaptação do livro de mesmo nome do autor norte-americano Louis Bayard, o filme traz uma história de mistério com o poeta gótico Edgar Allan Poe como personagem de uma história fictícia, o que é quase uma marca registrada de Bayard. Além desse fato genial, o filme também tem uma das construções de ambientação mais interessantes em um suspense em anos. A neve, a névoa, a luz e as cores frias são quase personagens a parte nessa história.
Apesar de ter a figura emblemática de Poe no filme, o personagem central acaba sendo o detetive em luto Augustus Landor, vivido pelo excelente Christian Bale, o qual é convocado para solucionar, no sigilo, uma morte na Academia Militar de West Point. Chegando lá, Landor descobre que um jovem rapaz havia se enforcado sob circunstancias mais estranhas do que a cena já se configurava.
Landor é um personagem bem trabalhado e interessante, mas ele sabe dividir o espaço com Poe, incorporado de forma assustadora pelo ator Harry Melling. A química entre os dois é tão grande que pode-se dizer que é um dos pontos altos do filme. Os dois homens, então, se unem para solucionar aquele mistério. Infelizmente o roteiro e a direção pecam a partir dai quando tomam opções que tornam a história menos interessante do que poderia ser. O Pálido Olho Azul é sim um filme bem feito e divertido para quem gosta de mistérios góticos, mas poderia ter sido muito melhor se tivesse tido um diretor diferente.
O filme é Visualmente deslumbrante e traz a tona temas importantes, em especial para o cineasta mexicano. Mas acredito que a megalomania e a presunção do Iñárritu tornaram o filme enfadonho, o que é uma pena já que ele poderia ter apostado no menos e ter atingido muito mais. Bardo faz parte de uma leva de filmes de diretores resgatando a nostalgia de seus passados, como aconteceu em Licorice Pizza, The Fabelmans e outros tantos de uns anos pra cá. Em alguns filmes o resultado foi positivo, mas em outros nem tanto. Acho que esses filmes têm muito mais a dizer para esses cineastas, em especial por questões óbvias de realização pessoal, e tem outro ponto, são também concebidos para agradar as premiações de cinema, levar prêmios e terem todo o badalado prestígio desses eventos. Tirando poucas cenas, em especial a que eles dançam Bowie e a do aeroporto, eu esperava bem mais de Bardo.
Conhecido pelos excelentes filmes “Entre Quatro Paredes” e “Pecados Íntimos”, o cineasta Todd Field já demonstrou um apreço por personagens complexos e profundos em seus trabalhos. E em “Tár” ele atinge o ápice nisso até esse momento de sua carreira. Certamente esse não é um filme convencional, a primeira hora dele, apresentando quem é essa personalidade complicada, acaba servindo como uma peneira, dividindo o público no grupo que vai abandonar o filme ali mesmo por sua lentidão e do outro lado o grupo que vai mergulhar na experiência que Todd propõe. Passada essa fase, “Tár” se torna ainda mais um estudo de personagem fantástico e interessante. Tal qual como no surpreendente “Cisne Negro” ou no angustiante “Whiplash”, a história e as lentes do diretor focam em nada além da personagem central, a maestro Lydia Tár, interpretada magistralmente pela Cate Blanchett (inclusive Todd escreveu a personagem pensando nela) e mostra a obsessão dela com a perfeição, mais que isso com o controle que ela acha que possui da perfeição e o poder que isso a faz sentir. As consequências disso são desastrosas e como em qualquer filme do gênero, culminam na ópera mais trágica da vida da artista.
Sem dúvida alguma o longa peca na duração, várias cenas poderiam ser mais curtas, em especial na primeira hora de projeção. Ainda sim, há dois brilhantismos no filme que valem a pena mencionar. Primeiro de tudo é a atuação da Cate Blanchett que em um filme focado muito mais na personagem dela do que na história em si, ela precisava dar o melhor dela. E Blanchett não só da conta do trabalho, como apresenta aqui uma das melhores performances de sua carreira. Outro ponto é o roteiro do Todd Field todo feito com jeito e cara de biografia, mas nada ali refere-se a uma personalidade real. Lydia Tár nunca existiu de fato e ainda sim, foi escrita com tantos detalhes, tantas camadas, de forma tão profunda e surprendente que convence o espectador de que “Tár” é a biografia de uma personalidade do mundo real.
Não importa se é um antigo relacionamento, um antigo trabalho, uma antiga rotina, os filhos partindo ou a casa vazia... nós somos todos passageiros, é tudo temporário, exceto nossas memórias.
Viver, além de tantas coisas mais, é um braço recuperado depois do gesso; É colher, plantar e florescer em ciclos que se repetem; É continuar na festa mesmo sofrendo com a ausência de uma parte fundamental para você; É errar e não se deixar assombrar por isso, mas crescer através disso. Que filme! Quanta sensibilidade, quanta emoção! E as atuações do Leo, do Rémi e da mãe dele são dignas de prêmios!
Eu gosto mais da temática do que o que foi desenvolvido. A história é sem dúvida muito interessante, e em diversos pontos existem ótimos diálogos - como por exemplo a cena do debate sobre duas personalidades
que já resume o filme ali, discutindo sobre adoração e morte. Ainda sim, é um filme que demora engatar, os 30 ou 40 minutos iniciais são bem monótonos e não justificam uma ambientação tão extensa. Depois o ritmo melhora um pouco, mas o filme acaba se prolongando novamente, tornando a história cansativa. O que mais chateia é justamente a história ser criativa e interessante, mas o filme não conseguir prender a atenção por toda a projeção como poderia. Eu gostei, mas esperava mais.
Pode ser na primeira guerra mundial, na segunda, na guerra do Afeganistão, da Russia na Ucrânia... ou qualquer outra. A história é sempre a mesma. Por uma estupidez homens poderosos começam uma guerra, eles enviam os mais pobres/ou despreparados/ou fracos para a luta, em especial os mais jovens, os quais sao sempre sacrificados (mesmo os que voltam, já que psicologicamente nunca voltam bem). Enquanto os causadores e mandantes da guerra continuam no topo de suas pilhas de dinheiro e poder, são e salvos. É uma história real, fria e impactante.
Eu ainda prefiro o primeiro longa, mas esse não fica tão atrás no quesito diversão de qualidade, ótimas atuações e uma história de mistério que prende do início ao fim.
A história é certamente batida e você sente que falta algo quando termina, ainda sim, a representatividade e a forma normal com que tudo que era raridade nas animações do passado é retratado ali é o que vale o filme. Diverte, mas poderia ter um roteiro melhor.
Chocante e brutal como as mulheres estão sempre sofrendo e sendo julgadas inferiores em todas as culturas no mundo. E o mais revoltante nessa história toda é que em uma sociedade extremamente machista como a retratada nesse filme, mulheres são vítimas de um serial killer e parece que o crime é delas por estarem na rua até tarde, por estarem fazendo o que quiserem com o corpo delas, por mostrarem seus cabelos... E o mais triste é que esses pensamentos são passados como herança de pai para filhos, em um ciclo que parece nunca ter fim.
O filme é muito bem produzido, consegue criar tensão e cenas angustiantes sem apelar, inclusive as cenas mais expositivas de mortes são muito representativas quando mostram mulheres sendo sufocadas em uma clara alusão de como as mulheres naquele país se sentem. As atuações também são ótimas, um destaque para as crianças, em especial o filho do Saeed. E é muito importante que produções de casos reais assim sejam feitos, pois levantam discussões do que precisamos melhorar como sociedade e seres humanos. Filmaço!!
“Não existe tempo. Não existe morte. A vida é um sonho. É um desejo. Feito repetidamente por toda a eternidade”. (Missa da Meia Noite)
Marte Um está tão distante do Deivinho quanto a Terra do planeta vermelho. Mas o que nos faz continuar levantando da cama todos os dias é a fé nos nossos sonhos. É esperança concomitante em nós e nos sonhos de quem amamos.
Os Banshees de Inisherin se passa na pacata ilha fictícia de Inisherin, em 1923, no período da guerra civil irlandesa. Aparentemente parece ser um filme simples sobre uma amizade, ou o fim dela, mas o roteiro de Martin McDonagh mergulha e explora diversas camadas do encerramento dessa amizade, bem como de suas motivações e consequências.
Pádraic e Colm, interpretados pelos talentosíssimos Colin Farrell e Brendan Gleeson respectivamente, são amigos de longa data. Mas Colm decide terminar a amizade do dia para noite e sem dar nenhuma explicação. Insistente e confuso, Pádraic acaba recebendo uma dura justificativa. Colm não queria mais ser amigo dele, pois não via benefício naquela amizade, e mais, ele sentia que estar associado a Pádraic era perda de tempo já que o homem nada tinha a oferecer nos quesitos inteligência e sabedoria artística, questões as quais ele julgava fundamentais para ser lembrado na posteridade. Essa justificativa desencadeia uma série de situações e consequências na pequena comunidade e leva os dois ex-amigos a entrarem em uma espécie de guerra civil.
A questão é que ambos Colm e Pádraic têm razão em alguns pontos, e perdem a razão em outros. Talvez por medo da passagem do tempo, da morte ou de ser esquecido, Colm se pressionava em ser produtivo ou em produzir algo para deixar como legado. E quando ele percebe que sendo amigo de Pádraic isso talvez o atrasasse um pouco, ele é muito duro com o amigo, em especial em não conversar com ele sobre precisar de um tempo para se entender, se redescobrir e reinventar. Ele se esquece que ser amigo envolve muito mais a presença e carinho que o outro tem a oferecer do que qualquer outro benefício. Ainda sim, ele estava no direito dele de querer trilhar novos caminhos sem o velho amigo. Por outro lado, apesar de ser bem duro e difícil aceitar que alguém que você estima e até ama decidiu seguir a vida sem você, Pádraic age de modo ainda mais intempestivo, travando uma verdadeira guerra, em especial depois que tudo isso causa a morte de seu animal de estimação.
Os Banshees do título referem-se às fadas da morte da mitologia celta, e estão ligadas a senhora que fica perambulando pela ilha, sempre fazendo previsões negativas, mas também tem como referência as pessoas da cidade de modo geral. Todos eles vagavam pelos campos e colinas, na beira do precipício (literal ou não) e mais que isso, muitos estavam à espreita da vida alheia, evitando as pessoas, causando um mal a alguém... e todo esse comportamento subverte os típicos filmes de pequenas vilas ou ilhas onde a comunidade é unida e um se importa verdadeiramente com a vida do outro membro.
No final, surpreendentemente os dois amigos sobrevivem, mas a amizade não. E novamente o filme faz um paralelo com a guerra civil irlandesa. A guerra acabou, mas de fato nunca houve um final. Pois as duas partes concordaram em por um fim no conflito, mas nunca se esqueceram do que a outra parte fez e causou. Do mesmo modo, será impossível para Colm e Pádraic retomarem a amizade, pois nenhum e nem o outro jamais esquecerá a guerra entre eles, e ainda arrisco a dizer que os descendentes de ambos serão contaminados com esse sentimento de ódio e repulsa que cresceu entre os dois.
Além de discutir sobre amizade, sobre o tempo, morte e solidão, o filme também discute sobre amor aos animais, relação entre pais e filhos, abuso e depressão. Portanto, Os Banshees de Inisherin é um filme para aprendermos a aceitar que as vezes alguns amigos precisam ou escolhem seguir caminhos diferentes dos nossos, assim como nós também podemos escolher. E cabe a outra parte (ou nós mesmos) aceitar isso sem causar um inferno na vida uns dos outros e de várias pessoas ao redor.
Em um emocionante e divertido espetáculo sobre a carreira e vida de Paulo Gustavo, o artista consegue algo extraordinário e raro, ser novamente protagonista em seu próprio documentário póstumo, ou seja, é muito mais um outro filme do Paulo do que sobre o Paulo. E está ai a grandeza desse homem e artista que ele para sempre será! Ele entendia que só a fama dele já era um ato de resistência, de conquista e ultrapassou isso unindo grupos de pessoas que convencionalmente não estariam lado a lado. E é por isso tudo que ele ainda vive e deve sempre ser causa de alegria e orgulho para todos nós.
Propositalmente incômodo, o filme começa como retrato fiel de uma parcela da população mundial que está tão perdida que nem ao menos se da conta dos absurdos que fala e faz. E o interessante é justamente subverter a situação, colocando esse tipo de pessoa perversa como protagonista, fazendo o espectador passar por uma experiência dolorosa e doentia, e quem sabe em alguns casos não faça refletir sobre os próprios pensamentos e atitudes. Infelizmente o terceiro ato escapa para o exagero e a última cena peca
Eu acho que de todas as versões dessa história, essa foi a menos melancólica. Sem dúvida é triste, mas é uma jornada como a vida. Tem momentos felizes, tristes e mostra que todos temos nossa hora de partir, mas que se soubermos aproveitar a presença de quem amamos, nós ficaremos / partiremos em paz. Lindo!
A série foi tão breve como uma boa música. Termina e deixa a vontade de ouvir (ou no caso da série, ver) mais. Ela é completinha, encerra com jeito de final mesmo e esse filme vem como um complemento. Mostrando o depois do felizes para sempre e, o melhor, com climinha de Natal. É uma delicia de filme, emocionante e que atesta o quanto esse universo da Zoey vai deixar saudade.
Eo
3.3 96 Assista AgoraQueria ter gostado mais.
Obvio que é um filme bem feito, em especial na parte de fotografia (que e linda por sinal) e os efeitos sonoros são bem trabalhados... sem contar em como fazem o burrinho parecer cativante, a gente torce por ele, fica triste com ele... mas não ao ponto de tornar um filme profundo e memorável, pelo menos não para mim.
Eu teria deixado esse de fora no Oscar e indicado Holy Spider. :/
A Menina Silenciosa
4.0 129 Assista AgoraCom um título que descreve não só a personagem principal, mas a própria abordagem do filme, A Menina Silenciosa aposta em tudo que pode ser dito com a linguagem não verbal. E esse silêncio possibilita o público pensar e sentir.
Com isso, a história torna-se terna e lindamente desenhada através da perspectiva de uma criança, deixando claro o quanto vulneráveis os seres humanos são nessa fase da vida, o quão necessitam de afeto, de atenção e de um lar com amor.
Cada detalhe no longa diz algo com ternura ou canta uma bonita canção. É linda a cena noturna na praia, quando três luzes surgem simbolizando que o casal de idosos estava agora iluminado com a presença da criança.
São detalhes assim, que vão ganhando o coração do espectador a cada minuto de projeção.
A cena final consagra o filme e, mais que isso, inevitavelmente faz o público olhar para dentro de si mesmo e retornar para casa, seja de um modo negativo ou positivo. E certamente termina no momento certo, poupando as lentes da possível realidade dura que a personagem encarara.
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraComeça com uma crítica social sofisticada ao mundo da gastronomia, com tiradas sátiras e cômicas, sem contar o mistério anunciado. O espectador sente que algo está deslocado naquele lugar desde o início e essa atmosfera de mistério o prende até o final.
Um dos pontos positivos desse filme é a atuação do Ralph Fiennes como o chef do restaurante, o que garante esse suspense do inesperado. A Anya Taylor-Joy também está excelente no papel e arrasa como sempre.
É inegável que ali no meio do filme algo se perde.
Daquele ponto em que o chef manda os homens correrem em diante eu acho que a qualidade cai
Isolamento Mortal
3.3 195 Assista AgoraQue filme tenso! Bem na vibe dos primeiros 'Pânico' e de uma série frenética do mesmo diretor, 'Black Summer'.
Gosto também da ideia de usar a pandemia na história, ficou demais!
Há anos não via um slasher tão bom como esse.
Os Fabelmans
4.0 388Um brinde a todos que vivem e enxergam cada momento da vida como um filme. 🥂
O Espírito do Natal
2.3 31Eu gosto mais da ambientação e do pequeno gore, do que do filme em si.
Muito bacana esse clima de terror anos 80 que eles constroem ali, mas falta uma brasilidade e uma originalidade que o programa tem.
É divertido, mas poderia ser mais.
O Pálido Olho Azul
3.3 274 Assista AgoraAdaptação do livro de mesmo nome do autor norte-americano Louis Bayard, o filme traz uma história de mistério com o poeta gótico Edgar Allan Poe como personagem de uma história fictícia, o que é quase uma marca registrada de Bayard. Além desse fato genial, o filme também tem uma das construções de ambientação mais interessantes em um suspense em anos. A neve, a névoa, a luz e as cores frias são quase personagens a parte nessa história.
Apesar de ter a figura emblemática de Poe no filme, o personagem central acaba sendo o detetive em luto Augustus Landor, vivido pelo excelente Christian Bale, o qual é convocado para solucionar, no sigilo, uma morte na Academia Militar de West Point. Chegando lá, Landor descobre que um jovem rapaz havia se enforcado sob circunstancias mais estranhas do que a cena já se configurava.
Landor é um personagem bem trabalhado e interessante, mas ele sabe dividir o espaço com Poe, incorporado de forma assustadora pelo ator Harry Melling. A química entre os dois é tão grande que pode-se dizer que é um dos pontos altos do filme. Os dois homens, então, se unem para solucionar aquele mistério. Infelizmente o roteiro e a direção pecam a partir dai quando tomam opções que tornam a história menos interessante do que poderia ser. O Pálido Olho Azul é sim um filme bem feito e divertido para quem gosta de mistérios góticos, mas poderia ter sido muito melhor se tivesse tido um diretor diferente.
Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades
3.3 83O filme é Visualmente deslumbrante e traz a tona temas importantes, em especial para o cineasta mexicano. Mas acredito que a megalomania e a presunção do Iñárritu tornaram o filme enfadonho, o que é uma pena já que ele poderia ter apostado no menos e ter atingido muito mais.
Bardo faz parte de uma leva de filmes de diretores resgatando a nostalgia de seus passados, como aconteceu em Licorice Pizza, The Fabelmans e outros tantos de uns anos pra cá. Em alguns filmes o resultado foi positivo, mas em outros nem tanto.
Acho que esses filmes têm muito mais a dizer para esses cineastas, em especial por questões óbvias de realização pessoal, e tem outro ponto, são também concebidos para agradar as premiações de cinema, levar prêmios e terem todo o badalado prestígio desses eventos.
Tirando poucas cenas, em especial a que eles dançam Bowie e a do aeroporto, eu esperava bem mais de Bardo.
Tár
3.7 394 Assista AgoraConhecido pelos excelentes filmes “Entre Quatro Paredes” e “Pecados Íntimos”, o cineasta Todd Field já demonstrou um apreço por personagens complexos e profundos em seus trabalhos. E em “Tár” ele atinge o ápice nisso até esse momento de sua carreira. Certamente esse não é um filme convencional, a primeira hora dele, apresentando quem é essa personalidade complicada, acaba servindo como uma peneira, dividindo o público no grupo que vai abandonar o filme ali mesmo por sua lentidão e do outro lado o grupo que vai mergulhar na experiência que Todd propõe.
Passada essa fase, “Tár” se torna ainda mais um estudo de personagem fantástico e interessante. Tal qual como no surpreendente “Cisne Negro” ou no angustiante “Whiplash”, a história e as lentes do diretor focam em nada além da personagem central, a maestro Lydia Tár, interpretada magistralmente pela Cate Blanchett (inclusive Todd escreveu a personagem pensando nela) e mostra a obsessão dela com a perfeição, mais que isso com o controle que ela acha que possui da perfeição e o poder que isso a faz sentir. As consequências disso são desastrosas e como em qualquer filme do gênero, culminam na ópera mais trágica da vida da artista.
Sem dúvida alguma o longa peca na duração, várias cenas poderiam ser mais curtas, em especial na primeira hora de projeção. Ainda sim, há dois brilhantismos no filme que valem a pena mencionar. Primeiro de tudo é a atuação da Cate Blanchett que em um filme focado muito mais na personagem dela do que na história em si, ela precisava dar o melhor dela. E Blanchett não só da conta do trabalho, como apresenta aqui uma das melhores performances de sua carreira. Outro ponto é o roteiro do Todd Field todo feito com jeito e cara de biografia, mas nada ali refere-se a uma personalidade real. Lydia Tár nunca existiu de fato e ainda sim, foi escrita com tantos detalhes, tantas camadas, de forma tão profunda e surprendente que convence o espectador de que “Tár” é a biografia de uma personalidade do mundo real.
Noites de Paris
3.7 17Não importa se é um antigo relacionamento, um antigo trabalho, uma antiga rotina, os filhos partindo ou a casa vazia... nós somos todos passageiros, é tudo temporário, exceto nossas memórias.
Que filme gostoso! 😌
Close
4.2 472 Assista AgoraViver, além de tantas coisas mais, é um braço recuperado depois do gesso; É colher, plantar e florescer em ciclos que se repetem; É continuar na festa mesmo sofrendo com a ausência de uma parte fundamental para você; É errar e não se deixar assombrar por isso, mas crescer através disso.
Que filme! Quanta sensibilidade, quanta emoção!
E as atuações do Leo, do Rémi e da mãe dele são dignas de prêmios!
Matilda: O Musical
3.6 155 Assista AgoraAinda prefiro o filme da década de 90, mas o musical é bem contagiante, em especial pelas crianças.
Perfeito pra começar o ano em alto astral.
Ruído Branco
2.7 204Eu gosto mais da temática do que o que foi desenvolvido.
A história é sem dúvida muito interessante, e em diversos pontos existem ótimos diálogos - como por exemplo a cena do debate sobre duas personalidades
(Elvis e Hitler)
Ainda sim, é um filme que demora engatar, os 30 ou 40 minutos iniciais são bem monótonos e não justificam uma ambientação tão extensa. Depois o ritmo melhora um pouco, mas o filme acaba se prolongando novamente, tornando a história cansativa.
O que mais chateia é justamente a história ser criativa e interessante, mas o filme não conseguir prender a atenção por toda a projeção como poderia.
Eu gostei, mas esperava mais.
Nada de Novo no Front
4.0 611 Assista AgoraPode ser na primeira guerra mundial, na segunda, na guerra do Afeganistão, da Russia na Ucrânia... ou qualquer outra. A história é sempre a mesma. Por uma estupidez homens poderosos começam uma guerra, eles enviam os mais pobres/ou despreparados/ou fracos para a luta, em especial os mais jovens, os quais sao sempre sacrificados (mesmo os que voltam, já que psicologicamente nunca voltam bem). Enquanto os causadores e mandantes da guerra continuam no topo de suas pilhas de dinheiro e poder, são e salvos.
É uma história real, fria e impactante.
Glass Onion: Um Mistério Knives Out
3.5 651 Assista AgoraEu ainda prefiro o primeiro longa, mas esse não fica tão atrás no quesito diversão de qualidade, ótimas atuações e uma história de mistério que prende do início ao fim.
Mundo Estranho
3.1 135 Assista AgoraA história é certamente batida e você sente que falta algo quando termina, ainda sim, a representatividade e a forma normal com que tudo que era raridade nas animações do passado é retratado ali é o que vale o filme.
Diverte, mas poderia ter um roteiro melhor.
Holy Spider
4.0 118 Assista AgoraChocante e brutal como as mulheres estão sempre sofrendo e sendo julgadas inferiores em todas as culturas no mundo. E o mais revoltante nessa história toda é que em uma sociedade extremamente machista como a retratada nesse filme, mulheres são vítimas de um serial killer e parece que o crime é delas por estarem na rua até tarde, por estarem fazendo o que quiserem com o corpo delas, por mostrarem seus cabelos...
E o mais triste é que esses pensamentos são passados como herança de pai para filhos, em um ciclo que parece nunca ter fim.
O filme é muito bem produzido, consegue criar tensão e cenas angustiantes sem apelar, inclusive as cenas mais expositivas de mortes são muito representativas quando mostram mulheres sendo sufocadas em uma clara alusão de como as mulheres naquele país se sentem. As atuações também são ótimas, um destaque para as crianças, em especial o filho do Saeed.
E é muito importante que produções de casos reais assim sejam feitos, pois levantam discussões do que precisamos melhorar como sociedade e seres humanos.
Filmaço!!
Marte Um
4.1 302 Assista Agora“Não existe tempo.
Não existe morte.
A vida é um sonho.
É um desejo.
Feito repetidamente por toda a eternidade”.
(Missa da Meia Noite)
Marte Um está tão distante do Deivinho quanto a Terra do planeta vermelho. Mas o que nos faz continuar levantando da cama todos os dias é a fé nos nossos sonhos. É esperança concomitante em nós e nos sonhos de quem amamos.
O filme termina com um quentinho no coração.
Os Banshees de Inisherin
3.9 570 Assista AgoraOs Banshees de Inisherin se passa na pacata ilha fictícia de Inisherin, em 1923, no período da guerra civil irlandesa. Aparentemente parece ser um filme simples sobre uma amizade, ou o fim dela, mas o roteiro de Martin McDonagh mergulha e explora diversas camadas do encerramento dessa amizade, bem como de suas motivações e consequências.
Pádraic e Colm, interpretados pelos talentosíssimos Colin Farrell e Brendan Gleeson respectivamente, são amigos de longa data. Mas Colm decide terminar a amizade do dia para noite e sem dar nenhuma explicação. Insistente e confuso, Pádraic acaba recebendo uma dura justificativa. Colm não queria mais ser amigo dele, pois não via benefício naquela amizade, e mais, ele sentia que estar associado a Pádraic era perda de tempo já que o homem nada tinha a oferecer nos quesitos inteligência e sabedoria artística, questões as quais ele julgava fundamentais para ser lembrado na posteridade.
Essa justificativa desencadeia uma série de situações e consequências na pequena comunidade e leva os dois ex-amigos a entrarem em uma espécie de guerra civil.
A questão é que ambos Colm e Pádraic têm razão em alguns pontos, e perdem a razão em outros. Talvez por medo da passagem do tempo, da morte ou de ser esquecido, Colm se pressionava em ser produtivo ou em produzir algo para deixar como legado. E quando ele percebe que sendo amigo de Pádraic isso talvez o atrasasse um pouco, ele é muito duro com o amigo, em especial em não conversar com ele sobre precisar de um tempo para se entender, se redescobrir e reinventar. Ele se esquece que ser amigo envolve muito mais a presença e carinho que o outro tem a oferecer do que qualquer outro benefício. Ainda sim, ele estava no direito dele de querer trilhar novos caminhos sem o velho amigo. Por outro lado, apesar de ser bem duro e difícil aceitar que alguém que você estima e até ama decidiu seguir a vida sem você, Pádraic age de modo ainda mais intempestivo, travando uma verdadeira guerra, em especial depois que tudo isso causa a morte de seu animal de estimação.
Os Banshees do título referem-se às fadas da morte da mitologia celta, e estão ligadas a senhora que fica perambulando pela ilha, sempre fazendo previsões negativas, mas também tem como referência as pessoas da cidade de modo geral. Todos eles vagavam pelos campos e colinas, na beira do precipício (literal ou não) e mais que isso, muitos estavam à espreita da vida alheia, evitando as pessoas, causando um mal a alguém... e todo esse comportamento subverte os típicos filmes de pequenas vilas ou ilhas onde a comunidade é unida e um se importa verdadeiramente com a vida do outro membro.
No final, surpreendentemente os dois amigos sobrevivem, mas a amizade não. E novamente o filme faz um paralelo com a guerra civil irlandesa. A guerra acabou, mas de fato nunca houve um final. Pois as duas partes concordaram em por um fim no conflito, mas nunca se esqueceram do que a outra parte fez e causou. Do mesmo modo, será impossível para Colm e Pádraic retomarem a amizade, pois nenhum e nem o outro jamais esquecerá a guerra entre eles, e ainda arrisco a dizer que os descendentes de ambos serão contaminados com esse sentimento de ódio e repulsa que cresceu entre os dois.
Além de discutir sobre amizade, sobre o tempo, morte e solidão, o filme também discute sobre amor aos animais, relação entre pais e filhos, abuso e depressão.
Portanto, Os Banshees de Inisherin é um filme para aprendermos a aceitar que as vezes alguns amigos precisam ou escolhem seguir caminhos diferentes dos nossos, assim como nós também podemos escolher. E cabe a outra parte (ou nós mesmos) aceitar isso sem causar um inferno na vida uns dos outros e de várias pessoas ao redor.
Filho da Mãe
4.4 136 Assista AgoraEm um emocionante e divertido espetáculo sobre a carreira e vida de Paulo Gustavo, o artista consegue algo extraordinário e raro, ser novamente protagonista em seu próprio documentário póstumo, ou seja, é muito mais um outro filme do Paulo do que sobre o Paulo. E está ai a grandeza desse homem e artista que ele para sempre será!
Ele entendia que só a fama dele já era um ato de resistência, de conquista e ultrapassou isso unindo grupos de pessoas que convencionalmente não estariam lado a lado.
E é por isso tudo que ele ainda vive e deve sempre ser causa de alegria e orgulho para todos nós.
Feliz Natal
2.3 54 Assista AgoraTrash, inusitado e divertido, mas nada surpreendente.
Soft & Quiet
3.5 242Propositalmente incômodo, o filme começa como retrato fiel de uma parcela da população mundial que está tão perdida que nem ao menos se da conta dos absurdos que fala e faz.
E o interessante é justamente subverter a situação, colocando esse tipo de pessoa perversa como protagonista, fazendo o espectador passar por uma experiência dolorosa e doentia, e quem sabe em alguns casos não faça refletir sobre os próprios pensamentos e atitudes.
Infelizmente o terceiro ato escapa para o exagero e a última cena peca
em trazer de volta a vítima
que ao menos nos filmes esse tipo de pessoa vai ser responsabilizada
Pinóquio
4.2 542 Assista AgoraEu acho que de todas as versões dessa história, essa foi a menos melancólica. Sem dúvida é triste, mas é uma jornada como a vida. Tem momentos felizes, tristes e mostra que todos temos nossa hora de partir, mas que se soubermos aproveitar a presença de quem amamos, nós ficaremos / partiremos em paz.
Lindo!
O Natal Extraordinário de Zoey
3.9 15A série foi tão breve como uma boa música. Termina e deixa a vontade de ouvir (ou no caso da série, ver) mais.
Ela é completinha, encerra com jeito de final mesmo e esse filme vem como um complemento. Mostrando o depois do felizes para sempre e, o melhor, com climinha de Natal.
É uma delicia de filme, emocionante e que atesta o quanto esse universo da Zoey vai deixar saudade.