Se não fosse pelo idioma e outros detalhes, poderia ser facilmente confundido com um filme gravado no Nordeste do Brasil. As semelhanças entre o sertão indiano e o brasileiro, tanto nas questões sociais como na paisagem, chamam muita atenção.
Sou professor estagiário de Geografia em uma escola pública da periferia de Fortaleza, e preciso desabafar: The Wire desafia os limites da ficção e se aproxima da realidade de uma forma tão assustadora que chega a arrepiar. Todos os problemas que o Roland Pryzbylewski enfrentou nessa temporada, eu enfrentei ao longo de 2016 como professor: Adolescentes rebeldes, aluno tentando esfaquear o outro, falta de interesse nos estudos, problemas familiares, uso de drogas, um grade curricular que não os ensina e prepara para o mundo lá fora e sim para "passar" nas provas (e ai do professor se tentar ensinar coisas de fora da grade); cobrança por resultados, falta de materiais e verbas para a escola, insegurança, entre outras coisas. Acredito que é impossível um (ex)estudante ou um professor de escola pública de periferia não se identificar com essa temporada. The Wire não é uma série qualquer, é uma experiência, um estudo de caso, é a realidade em forma de arte.
Para quem ficou interessado nas de ideias de Aaron Swartz, eis aqui na íntegra o Manifesto da Guerrila Open Source, onde ele critica a forma como o conhecimento ainda é travado tratado, mesmo com todos os recursos informacionais de hoje:
“Informação é poder. Mas, como todo o poder, há aqueles que querem mantê-lo para si mesmos. A herança inteira do mundo científico e cultural, publicada ao longo dos séculos em livros e revistas, é cada vez mais digitalizada e trancada por um punhado de corporações privadas. Quer ler os jornais apresentando os resultados mais famosos das ciências? Você vai precisar enviar enormes quantias para editoras como a Reed Elsevier.
Há aqueles que lutam para mudar esta situação. O Movimento Open Access tem lutado bravamente para garantir que os cientistas não assinem seus direitos autorais por aí, mas, em vez disso, assegura que o seu trabalho é publicado na internet, sob termos que permitem o acesso a qualquer um. Mas mesmo nos melhores cenários, o trabalho deles só será aplicado a coisas publicadas no futuro. Tudo até agora terá sido perdido.
Esse é um preço muito alto a pagar. Obrigar pesquisadores a pagar para ler o trabalho dos seus colegas? Digitalizar bibliotecas inteiras mas apenas permitindo que o pessoal da Google possa lê-las? Fornecer artigos científicos para aqueles em universidades de elite do Primeiro Mundo, mas não para as crianças no Sul Global? Isso é escandaloso e inaceitável.
“Eu concordo”, muitos dizem, “mas o que podemos fazer? As empresas que detêm direitos autorais fazem uma enorme quantidade de dinheiro com a cobrança pelo acesso, e é perfeitamente legal – não há nada que possamos fazer para detê-los. Mas há algo que podemos, algo que já está sendo feito: podemos contra-atacar.
Aqueles com acesso a esses recursos – estudantes, bibliotecários, cientistas – a vocês foi dado um privilégio. Vocês começam a se alimentar nesse banquete de conhecimento, enquanto o resto do mundo está bloqueado. Mas vocês não precisam – na verdade, moralmente, não podem – manter este privilégio para vocês mesmos. Vocês têm um dever de compartilhar isso com o mundo. E vocês têm que negociar senhas com colegas, preencher pedidos de download para amigos.
Enquanto isso, aqueles que foram bloqueados não estão em pé de braços cruzados. Vocês vêm se esgueirando através de buracos e escalado cercas, libertando as informações trancadas pelos editores e as compartilhando com seus amigos.
Mas toda essa ação se passa no escuro, num escondido subsolo. É chamada de roubo ou pirataria, como se compartilhar uma riqueza de conhecimentos fosse o equivalente moral a saquear um navio e assassinar sua tripulação. Mas compartilhar não é imoral – é um imperativo moral. Apenas aqueles cegos pela ganância iriam negar a deixar um amigo fazer uma cópia.
Grandes corporações, é claro, estão cegas pela ganância. As leis sob as quais elas operam exigem isso – seus acionistas iriam se revoltar por qualquer coisinha. E os políticos que eles têm comprado por trás aprovam leis dando-lhes o poder exclusivo de decidir quem pode fazer cópias.
Não há justiça em seguir leis injustas. É hora de vir para a luz e, na grande tradição da desobediência civil, declarar nossa oposição a este roubo privado da cultura pública.
Precisamos levar informação, onde quer que ela esteja armazenada, fazer nossas cópias e compartilhá-la com o mundo. Precisamos levar material que está protegido por direitos autorais e adicioná-lo ao arquivo. Precisamos comprar bancos de dados secretos e colocá-los na Web. Precisamos baixar revistas científicas e subi-las para redes de compartilhamento de arquivos. Precisamos lutar pela Guerilla Open Access.
Se somarmos muitos de nós, não vamos apenas enviar uma forte mensagem de oposição à privatização do conhecimento – vamos transformar essa privatização em algo do passado. Você vai se juntar a nós?
"Nada dura para sempre. Até mesmo o reinado mais próspero, longo e resplandecente vai terminar algum dia." - Francis Urquhart (Quebrando a 'quarta parede' enquanto abaixa um retrato de Margaret Thatcher).
Simplesmente uma das introduções mais antológicas que já tive o prazer de assistir.
Não acho que esse seja o filme "mais fraco" de Sergio Leone, muito pelo contrário, é um filme injustamente subestimado. O diretor faz uma forte critica as elites dominantes, a tirania através das forças armadas e, principalmente, sobre o conceito de revolução, construindo e desconstruindo o sonho revolucionário através de vários diálogos sarcásticos e momentos dramáticos. Tudo isso tendo como base a amizade "improvável" entre um ex-guerrilheiro do IRA e um ladrão de beira de estrada.
É antológica a cena em que Juan expões suas crenças sobre patriotismo e revolução de maneira tão real e sincera que faz com que John jogue na lama o livro que está lendo ("El Patriotismo" do filosofo anarquista Bakunin), fazendo este perceber que existe um abismo enorme entre teoria e prática.
Sem dúvidas o filme é mais um grande clássico de Leone, que em nada deve as suas demais obras, e que merece ser assistido mais de uma vez.
A história da Amy é de partir o coração. Impossível não querer dar um abraço forte nela e, também, quebrar a cara do Blake e do Mitchell Winehouse por tudo que eles fizeram ela sofrer.
Eu não sei nem o que dizer, Mad Men é o tipo de série que dá pra se escrever um livro inteiro sobre todas as suas características e nuances e, mesmo assim, ainda seria pouco para descrever tamanha qualidade dessas 7 temporadas. Quando olho para trás e vejo o quanto todos os personagens evoluíram ao longo dos anos, onde eles chegaram, tudo o que conquistaram e perderam durante o caminho, é como dizer um difícil adeus há amigos com os quais eu ri, chorei, me irritei e amei. É o fim de uma era, mas a vida continua...
"Enviado para o momento correto, ele pode permanecer ali e movimentar-se sem esforço. [...] Ela parece acostumar-se também. Aceita como natural as maneiras do seu visitante que vem e vai, que existe, fala, ri-se com ela, cala-se, esculta-a, e depois desaparece."
Um filme repleto de simbolismo para retratar a segregação do povo palestino pelo Estado de Israel. É interessante notar a diferença entre padrão de vida israelita e palestino, sendo o israelense vivendo em nome de uma condição de bem estar constante e o palestino em uma luta para sobreviver em seu espaço cada vez menor.
“Tivesse eu os céus bordados em tecidos envolvidos por luz dourada e prateada, tecidos claros e escuros representando o dia e a noite, eu os espalharia sob seus pés. Caminhe suavemente: Você pisa em meus sonhos.”
Buñuel no apresenta aqui os "verdadeiros esquecidos", um lugar onde a terrível realidade nos faz questionar em até que ponto os seres humanos são capazes de suportar a pobreza extrema. O descaso do Estado, a ostentação material da Igreja e de seu clérigo, a morte que está sempre a espreita em um canto qualquer desta vila, e se isso não fosse o bastante, vemos o irônico absurdo que é ensinado na miserável escolinha:
"One day, I shall come back. Yes, I shall come back. Until then, there must be no regrets, no tears, no anxieties. Just go forward in all your beliefs and prove to me that I am not mistaken in mine."
1000 Rupee Note
3.6 11Se não fosse pelo idioma e outros detalhes, poderia ser facilmente confundido com um filme gravado no Nordeste do Brasil. As semelhanças entre o sertão indiano e o brasileiro, tanto nas questões sociais como na paisagem, chamam muita atenção.
A Máscara em que Você Vive
4.5 201"Há liberdade fora das definições rígidas de masculinidade."
The Wire (4ª Temporada)
4.7 84Sou professor estagiário de Geografia em uma escola pública da periferia de Fortaleza, e preciso desabafar: The Wire desafia os limites da ficção e se aproxima da realidade de uma forma tão assustadora que chega a arrepiar.
Todos os problemas que o Roland Pryzbylewski enfrentou nessa temporada, eu enfrentei ao longo de 2016 como professor: Adolescentes rebeldes, aluno tentando esfaquear o outro, falta de interesse nos estudos, problemas familiares, uso de drogas, um grade curricular que não os ensina e prepara para o mundo lá fora e sim para "passar" nas provas (e ai do professor se tentar ensinar coisas de fora da grade); cobrança por resultados, falta de materiais e verbas para a escola, insegurança, entre outras coisas. Acredito que é impossível um (ex)estudante ou um professor de escola pública de periferia não se identificar com essa temporada.
The Wire não é uma série qualquer, é uma experiência, um estudo de caso, é a realidade em forma de arte.
Era uma Vez na América
4.3 531 Assista Agora♪Yesterday
All my troubles seemed so far away...♪
O Menino da Internet: A História de Aaron Swartz
4.4 66 Assista AgoraPara quem ficou interessado nas de ideias de Aaron Swartz, eis aqui na íntegra o Manifesto da Guerrila Open Source, onde ele critica a forma como o conhecimento ainda é travado tratado, mesmo com todos os recursos informacionais de hoje:
“Informação é poder. Mas, como todo o poder, há aqueles que querem mantê-lo para si mesmos. A herança inteira do mundo científico e cultural, publicada ao longo dos séculos em livros e revistas, é cada vez mais digitalizada e trancada por um punhado de corporações privadas. Quer ler os jornais apresentando os resultados mais famosos das ciências? Você vai precisar enviar enormes quantias para editoras como a Reed Elsevier.
Há aqueles que lutam para mudar esta situação. O Movimento Open Access tem lutado bravamente para garantir que os cientistas não assinem seus direitos autorais por aí, mas, em vez disso, assegura que o seu trabalho é publicado na internet, sob termos que permitem o acesso a qualquer um. Mas mesmo nos melhores cenários, o trabalho deles só será aplicado a coisas publicadas no futuro. Tudo até agora terá sido perdido.
Esse é um preço muito alto a pagar. Obrigar pesquisadores a pagar para ler o trabalho dos seus colegas? Digitalizar bibliotecas inteiras mas apenas permitindo que o pessoal da Google possa lê-las? Fornecer artigos científicos para aqueles em universidades de elite do Primeiro Mundo, mas não para as crianças no Sul Global? Isso é escandaloso e inaceitável.
“Eu concordo”, muitos dizem, “mas o que podemos fazer? As empresas que detêm direitos autorais fazem uma enorme quantidade de dinheiro com a cobrança pelo acesso, e é perfeitamente legal – não há nada que possamos fazer para detê-los. Mas há algo que podemos, algo que já está sendo feito: podemos contra-atacar.
Aqueles com acesso a esses recursos – estudantes, bibliotecários, cientistas – a vocês foi dado um privilégio. Vocês começam a se alimentar nesse banquete de conhecimento, enquanto o resto do mundo está bloqueado. Mas vocês não precisam – na verdade, moralmente, não podem – manter este privilégio para vocês mesmos. Vocês têm um dever de compartilhar isso com o mundo. E vocês têm que negociar senhas com colegas, preencher pedidos de download para amigos.
Enquanto isso, aqueles que foram bloqueados não estão em pé de braços cruzados. Vocês vêm se esgueirando através de buracos e escalado cercas, libertando as informações trancadas pelos editores e as compartilhando com seus amigos.
Mas toda essa ação se passa no escuro, num escondido subsolo. É chamada de roubo ou pirataria, como se compartilhar uma riqueza de conhecimentos fosse o equivalente moral a saquear um navio e assassinar sua tripulação. Mas compartilhar não é imoral – é um imperativo moral. Apenas aqueles cegos pela ganância iriam negar a deixar um amigo fazer uma cópia.
Grandes corporações, é claro, estão cegas pela ganância. As leis sob as quais elas operam exigem isso – seus acionistas iriam se revoltar por qualquer coisinha. E os políticos que eles têm comprado por trás aprovam leis dando-lhes o poder exclusivo de decidir quem pode fazer cópias.
Não há justiça em seguir leis injustas. É hora de vir para a luz e, na grande tradição da desobediência civil, declarar nossa oposição a este roubo privado da cultura pública.
Precisamos levar informação, onde quer que ela esteja armazenada, fazer nossas cópias e compartilhá-la com o mundo. Precisamos levar material que está protegido por direitos autorais e adicioná-lo ao arquivo. Precisamos comprar bancos de dados secretos e colocá-los na Web. Precisamos baixar revistas científicas e subi-las para redes de compartilhamento de arquivos. Precisamos lutar pela Guerilla Open Access.
Se somarmos muitos de nós, não vamos apenas enviar uma forte mensagem de oposição à privatização do conhecimento – vamos transformar essa privatização em algo do passado. Você vai se juntar a nós?
Aaron Swartz
Julho de 2008, Eremo, Itália.
House of Cards
4.2 22"Nada dura para sempre. Até mesmo o reinado mais próspero, longo e resplandecente vai terminar algum dia." - Francis Urquhart (Quebrando a 'quarta parede' enquanto abaixa um retrato de Margaret Thatcher).
Simplesmente uma das introduções mais antológicas que já tive o prazer de assistir.
Quando Explode a Vingança
4.1 133 Assista AgoraNão acho que esse seja o filme "mais fraco" de Sergio Leone, muito pelo contrário, é um filme injustamente subestimado.
O diretor faz uma forte critica as elites dominantes, a tirania através das forças armadas e, principalmente, sobre o conceito de revolução, construindo e desconstruindo o sonho revolucionário através de vários diálogos sarcásticos e momentos dramáticos. Tudo isso tendo como base a amizade "improvável" entre um ex-guerrilheiro do IRA e um ladrão de beira de estrada.
É antológica a cena em que Juan expões suas crenças sobre patriotismo e revolução de maneira tão real e sincera que faz com que John jogue na lama o livro que está lendo ("El Patriotismo" do filosofo anarquista Bakunin), fazendo este perceber que existe um abismo enorme entre teoria e prática.
Sem dúvidas o filme é mais um grande clássico de Leone, que em nada deve as suas demais obras, e que merece ser assistido mais de uma vez.
"Duck, you sucker!"
Amy
4.4 1,0K Assista AgoraA história da Amy é de partir o coração. Impossível não querer dar um abraço forte nela e, também, quebrar a cara do Blake e do Mitchell Winehouse por tudo que eles fizeram ela sofrer.
Mad Men (7ª Temporada)
4.6 387 Assista AgoraEu não sei nem o que dizer, Mad Men é o tipo de série que dá pra se escrever um livro inteiro sobre todas as suas características e nuances e, mesmo assim, ainda seria pouco para descrever tamanha qualidade dessas 7 temporadas.
Quando olho para trás e vejo o quanto todos os personagens evoluíram ao longo dos anos, onde eles chegaram, tudo o que conquistaram e perderam durante o caminho, é como dizer um difícil adeus há amigos com os quais eu ri, chorei, me irritei e amei.
É o fim de uma era, mas a vida continua...
Controle: A História de Ian Curtis
4.3 714♪Don't walk away in silence
Don't walk away♪
:'(
A Pista
4.4 185"Enviado para o momento correto, ele pode permanecer ali e movimentar-se sem esforço.
[...] Ela parece acostumar-se também. Aceita como natural as maneiras do seu visitante que vem e vai, que existe, fala, ri-se com ela, cala-se, esculta-a, e depois desaparece."
Mad Men (7ª Temporada)
4.6 387 Assista AgoraSó uma palavra define essa primeira parte da temporada:
Bravo!
Sons of Anarchy (7ª Temporada)
4.6 575 Assista AgoraSons live, Redwood bleeds... (for ever)
Mad Men (6ª Temporada)
4.5 165 Assista AgoraTodas as vezes que o Ken sofria algum acidente a primeira coisa que eu pensava era: "Oh my God! They Killed Ken! You Bastard!"
César Deve Morrer
4.0 82 Assista AgoraUm teatro filmado, um filme teatralizado, faz pensar, faz sentir. Lindo.
Lemon Tree
4.1 104 Assista AgoraUm filme repleto de simbolismo para retratar a segregação do povo palestino pelo Estado de Israel. É interessante notar a diferença entre padrão de vida israelita e palestino, sendo o israelense vivendo em nome de uma condição de bem estar constante e o palestino em uma luta para sobreviver em seu espaço cada vez menor.
Finais felizes só existem em filmes estadunidenses.
Umberto D.
4.4 124 Assista AgoraComo é dolorido ver a angústia de um idoso que foi desprezado, maltratado ou abandonado à sua própria sorte.
A Mulher Faz o Homem
4.3 172 Assista AgoraA Política é o único lugar onde honestidade é sinônimo de ingenuidade.
Nunca Te Vi, Sempre Te Amei
4.2 172 Assista Agora“Tivesse eu os céus bordados em tecidos envolvidos por luz dourada e prateada, tecidos claros e escuros representando o dia e a noite, eu os espalharia sob seus pés. Caminhe suavemente: Você pisa em meus sonhos.”
O Fantasma da Liberdade
4.2 105Burguesia, quanto maior a aproximação, maior a visão de futilidades...
Terra Sem Pão
4.0 47Buñuel no apresenta aqui os "verdadeiros esquecidos", um lugar onde a terrível realidade nos faz questionar em até que ponto os seres humanos são capazes de suportar a pobreza extrema. O descaso do Estado, a ostentação material da Igreja e de seu clérigo, a morte que está sempre a espreita em um canto qualquer desta vila, e se isso não fosse o bastante, vemos o irônico absurdo que é ensinado na miserável escolinha:
"Respeite a propriedade alheia".
Será que essa realidade mudou ou ainda estamos vivendo ela?
Doctor Who: O Dia do Doutor
4.8 188 Assista AgoraIt's time to go home
Que final lindo, de um especial lindo, da série mais linda do Universo. :'D
Uma Aventura no Espaço e Tempo
4.7 66"One day, I shall come back. Yes, I shall come back. Until then, there must be no regrets, no tears, no anxieties. Just go forward in all your beliefs and prove to me that I am not mistaken in mine."
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraUm pornô hardcore muito bem interpretado e dirigido.