Espero que essa série nunca acabe: continua sendo a melhor de investigação policial. Por não haver um enredo único, não acho totalmente justo comparar uma temporada com as outras, visto que são autônomas. Mas é inevitável... Eu vi pontas soltas que me desagradaram, e também o modo como a verdade veio à tona toda de vez não foi tão elegante. Questão de estilo. Acho que os caras ainda podem fazer muita coisa boa com esse selo, não perderam a mão não. Ocorre que a primeira temporada é uma obra-prima. E obras-primas não são fáceis de replicar.
Fãs de Naruto criticam Dragon Ball Z (o raiz) por algumas incoerências, e o fazem com razão. Mas o que dizer dos efeitos do Rasengan em diferentes circunstâncias?
Eu havia desistido de ver essa temporada ao ver a nota 3,6 há algumas semanas. Despencou ainda mais. Porém, diante do final medíocre de que todos estão falando, terei de ver pra tirar minhas próprias conclusões.
Do pouco que conheço, trata-se de uma sociedade mística "discreta" formada pelas elites locais, com viés bastante conservador. Digo isso antes de ver o documentário, para registro. Vou deixar a verdade do filme se desvelar para mim.
Ver O Mecanismo, para mim, era demonstrar meu respeito pelo diretor de Tropa de Elite, um dos melhores filmes nacionais de todos os tempos. Mas a série não chega nem no chulé dos dois Tropas. Fato 1: Padilha tem tara em polícia. Para ele o "agente revolucionário" não é o trabalhador, o intelectual e, tampouco, o político: é o policial. Fato 2: Padilha é maniqueísta: há os bons e os ruins. Não há meio termo ou complexidade: ou você é um lixo corrupto ou corruptível, ou você é contra "essa merda toda" e fará de tudo opara obliterar o "mal". Fato 3: Padilha teve preguiça de compreender o real mecanismo: seja por ter parado no meio das leituras sobre patrimonialismo (ou por ter lido só o que lhe era confortável e satisfizesse suas crenças), seja por não compreender nada de Direito, sistemas de Justiça ou Estado Democrático, Padilha acredita que a instância Política só serve para abrigar corruptos que buscam enriquecer a si próprios em detrimento do povo. Para ele, não há lei ou política pública, não há progressismo, não há nada de valor na Política. O valor reside nos agentes primários da lei, que são os policiais (eles têm mais valor, ao ver do diretor, do que juízes ou promotores). Desde sempre Padilha apostou em policiais, mas isso não é problema algum. A questão é que nos Tropa, ao menos, havia alguns elementos de complexidade e até mesmo algum suspense em torno de compreender o "sistema". NO Mecanismo não, o diretor já escolheu o lado bom e o mal, mocinhos e bandidos: então não tem suspense, não tem nem o humor escrachados das personagens de Tropa (Capitão Fábio era brilhante), enfim, não tem muitos dos elementos que fizeram de Tropa de Elite um campeão nacional. Apesar de todos os pesares, acho que essa série e Padilha deixam um legado que pode ser aproveitado por outra mente brilhante do cinema: quem coopta quem nesse jogo político? Quem saiu perdendo ou ganhando após o espetáculo da lava-jato? E quem não foi maculado por ela? PS: Selton Mello está intragável nesse personagem!
O documentário promove uma montanha russa de sensações no espectador. É curioso se deparar querendo escolher um lado mas ser confrontado com tanta "realidade". Será que aprenderemos, um dia, que só há santos no Paraíso - e este talvez nem exista? Noutra perspectiva, se há algo que fica cada vez mais evidente para mim é que o sistema de Justiça não é imparcial como nos faz crer a representação vendada da deusa (Thêmis ou Dikê? Nunca soube ao certo): em verdade ele é seletivo e serve de véu para os reais motivos pelos quais sua espada é apontada para alguma causa ou alguém (lembro do conceito nietzschiano de genealogia). Apesar de eu não ter conseguido compreender o porquê de tanto fascínio em torno de Osho, a complexidade das questões suscitadas pela história e narradas no documentário o tornam uma figura excepcional, embora haja vários personagens relevantes na trama.
Avaliando o conjunto da obra, não é nenhum desbunde. Contudo, todo episódio tem alguns pontos altos, especialmente algumas falas com alguma densidade filosófica. Destaque para a fotografia também. Ao fim, valeu a pena ter visto: se é verdade que não fiquei deslumbrado, passou longe de me decepcionar.
Roteiro bacana e um argumento excelente sendo estendidos para além de sua elasticidade natural: eis o grande erro da série, a meu ver. Se os diretores/produtores sacassem fora grande parte da pieguice forçada pra encher linguiça (e render mais episódios/temporadas) a série teria outro impacto. Algo em especial careceu: o passado de Berlim e do Professor e sua relação com a tal "resistência". Se tivessem focado nisso nessas duas temporadas, tirado os momentos mais melosos e se aprofundado na questão financeira subjacente ao "atraco" (mencionada muito en passant pelo Professor), poderíamos estar lidando com uma obra-prima. A série se preocupou mais em lançar algumas frases de efeito (uma das quais virou até camiseta mas cuja coerência caiu por terra no episódio seguinte) e dar destaque a personagens pouco sólidos (Tokyo) do que revolver as entranhas do processo que os levou ao crime (em especial Professor e Berlim, os idealizadores).
De fato o personagem Lorne Malvo é primorosamente interpretado; que humor sulfúrico! Mas definitivamente não gostei das cenas finais, quais sejam, os desfechos de Malvo, Lester e do núcleo familiar da policial Solverson (que aliás, foi a personagem chatonilda da série). Mesmo assim, valeu a pena e me fará ver a outra temporada. O clima da Delegacia de Bemidji me remeteu à de Twin Peaks, o que me deixou nostálgico e confortável pra terminar a série, que é de humor primacialmente.
O último episódio me emocionou de verdade, especialmente quando foram dados os contornos de nossa insignificância e estupidez. Mas a Ciência ainda nos salva, vale se fiar dela.
Poderia ser chamado de Tropa de Elite 3. Interessante como Padilha aposta na Polícia como redentora da nação: acho que isso diz muito sobre o diretor e do que ele é feito. Até as pedras sabem que essa aposta dele no "homem incorruptível" é pueril, ainda mais porque, em se tratando de policial (como o Cap. Nascimento), essa purificação se dá por meio da violência. Então é mais ou menos assim: "Eu, último pilar da moralidade do país, vou descer a madeira na bandidagem e assim fundar um Brasil decente". Como se: a) esse "homem moral" pudesse vir da polícia; b) a violência e o encarceramento do inimigo fosse o antídoto para os males que assolam o país. Padilha precisa se reformular, acho que tem talento para reconhecer a complexidade do fenômeno social e sofisticar o que ele há dez anos sugere como solução.
True Detective (3ª Temporada)
4.0 285Espero que essa série nunca acabe: continua sendo a melhor de investigação policial.
Por não haver um enredo único, não acho totalmente justo comparar uma temporada com as outras, visto que são autônomas. Mas é inevitável...
Eu vi pontas soltas que me desagradaram, e também o modo como a verdade veio à tona toda de vez não foi tão elegante. Questão de estilo.
Acho que os caras ainda podem fazer muita coisa boa com esse selo, não perderam a mão não. Ocorre que a primeira temporada é uma obra-prima. E obras-primas não são fáceis de replicar.
The Sinner (2ª Temporada)
3.6 352Começou muito bem e se perdeu do meio pro fim.
Gosto das coisas "bem amarradinhas".
Vou ver a primeira temporada, de que falam tão bem.
Naruto (6ª Temporada)
4.2 43Fãs de Naruto criticam Dragon Ball Z (o raiz) por algumas incoerências, e o fazem com razão.
Mas o que dizer dos efeitos do Rasengan em diferentes circunstâncias?
numa ele faz uma cratera num material duro como aço ou madeira, noutra faz o cara rodopiar como peão e levantar em seguida
🤷🏾♂️
House of Cards (6ª Temporada)
3.1 202 Assista AgoraEu havia desistido de ver essa temporada ao ver a nota 3,6 há algumas semanas. Despencou ainda mais. Porém, diante do final medíocre de que todos estão falando, terei de ver pra tirar minhas próprias conclusões.
Naruto (4ª Temporada)
4.3 52Essa temporada é um grande filler.
House of Cards (6ª Temporada)
3.1 202 Assista AgoraPensando bem, acho que não vou ver esta temporada. Pelo visto caiu muito!
Maçonaria - Segredos Revelados
2.6 10Do pouco que conheço, trata-se de uma sociedade mística "discreta" formada pelas elites locais, com viés bastante conservador.
Digo isso antes de ver o documentário, para registro. Vou deixar a verdade do filme se desvelar para mim.
O Mecanismo (1ª Temporada)
3.5 526Ver O Mecanismo, para mim, era demonstrar meu respeito pelo diretor de Tropa de Elite, um dos melhores filmes nacionais de todos os tempos. Mas a série não chega nem no chulé dos dois Tropas.
Fato 1: Padilha tem tara em polícia. Para ele o "agente revolucionário" não é o trabalhador, o intelectual e, tampouco, o político: é o policial.
Fato 2: Padilha é maniqueísta: há os bons e os ruins. Não há meio termo ou complexidade: ou você é um lixo corrupto ou corruptível, ou você é contra "essa merda toda" e fará de tudo opara obliterar o "mal".
Fato 3: Padilha teve preguiça de compreender o real mecanismo: seja por ter parado no meio das leituras sobre patrimonialismo (ou por ter lido só o que lhe era confortável e satisfizesse suas crenças), seja por não compreender nada de Direito, sistemas de Justiça ou Estado Democrático, Padilha acredita que a instância Política só serve para abrigar corruptos que buscam enriquecer a si próprios em detrimento do povo. Para ele, não há lei ou política pública, não há progressismo, não há nada de valor na Política. O valor reside nos agentes primários da lei, que são os policiais (eles têm mais valor, ao ver do diretor, do que juízes ou promotores).
Desde sempre Padilha apostou em policiais, mas isso não é problema algum. A questão é que nos Tropa, ao menos, havia alguns elementos de complexidade e até mesmo algum suspense em torno de compreender o "sistema". NO Mecanismo não, o diretor já escolheu o lado bom e o mal, mocinhos e bandidos: então não tem suspense, não tem nem o humor escrachados das personagens de Tropa (Capitão Fábio era brilhante), enfim, não tem muitos dos elementos que fizeram de Tropa de Elite um campeão nacional.
Apesar de todos os pesares, acho que essa série e Padilha deixam um legado que pode ser aproveitado por outra mente brilhante do cinema: quem coopta quem nesse jogo político? Quem saiu perdendo ou ganhando após o espetáculo da lava-jato? E quem não foi maculado por ela?
PS: Selton Mello está intragável nesse personagem!
Vikings (1ª Temporada)
4.3 779 Assista AgoraPor que o misticismo dos outros é sempre "mais verde" que o nosso?
Wild Wild Country
4.3 265 Assista AgoraO documentário promove uma montanha russa de sensações no espectador. É curioso se deparar querendo escolher um lado mas ser confrontado com tanta "realidade".
Será que aprenderemos, um dia, que só há santos no Paraíso - e este talvez nem exista?
Noutra perspectiva, se há algo que fica cada vez mais evidente para mim é que o sistema de Justiça não é imparcial como nos faz crer a representação vendada da deusa (Thêmis ou Dikê? Nunca soube ao certo): em verdade ele é seletivo e serve de véu para os reais motivos pelos quais sua espada é apontada para alguma causa ou alguém (lembro do conceito nietzschiano de genealogia).
Apesar de eu não ter conseguido compreender o porquê de tanto fascínio em torno de Osho, a complexidade das questões suscitadas pela história e narradas no documentário o tornam uma figura excepcional, embora haja vários personagens relevantes na trama.
História de um Clã
4.0 8Avaliando o conjunto da obra, não é nenhum desbunde. Contudo, todo episódio tem alguns pontos altos, especialmente algumas falas com alguma densidade filosófica.
Destaque para a fotografia também.
Ao fim, valeu a pena ter visto: se é verdade que não fiquei deslumbrado, passou longe de me decepcionar.
La Casa de Papel (Parte 2)
4.2 942 Assista AgoraRoteiro bacana e um argumento excelente sendo estendidos para além de sua elasticidade natural: eis o grande erro da série, a meu ver.
Se os diretores/produtores sacassem fora grande parte da pieguice forçada pra encher linguiça (e render mais episódios/temporadas) a série teria outro impacto.
Algo em especial careceu: o passado de Berlim e do Professor e sua relação com a tal "resistência". Se tivessem focado nisso nessas duas temporadas, tirado os momentos mais melosos e se aprofundado na questão financeira subjacente ao "atraco" (mencionada muito en passant pelo Professor), poderíamos estar lidando com uma obra-prima.
A série se preocupou mais em lançar algumas frases de efeito (uma das quais virou até camiseta mas cuja coerência caiu por terra no episódio seguinte) e dar destaque a personagens pouco sólidos (Tokyo) do que revolver as entranhas do processo que os levou ao crime (em especial Professor e Berlim, os idealizadores).
True Detective (3ª Temporada)
4.0 285Chega chegando!
Cara Gente Branca (Volume 2)
4.2 123 Assista AgoraA primeira a gente nunca esquece, mas essa foi tão boa quanto!
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraDe quebra a música da intro da série é uma das mais inesquecíveis de todas.
Fargo (2ª Temporada)
4.4 337 Assista AgoraParei de ver no início do ep 03: modorrenta pra krlh.
Toda glória à primeira temporada.
Fargo (1ª Temporada)
4.5 511 Assista AgoraDe fato o personagem Lorne Malvo é primorosamente interpretado; que humor sulfúrico!
Mas definitivamente não gostei das cenas finais, quais sejam, os desfechos de Malvo, Lester e do núcleo familiar da policial Solverson (que aliás, foi a personagem chatonilda da série).
Mesmo assim, valeu a pena e me fará ver a outra temporada.
O clima da Delegacia de Bemidji me remeteu à de Twin Peaks, o que me deixou nostálgico e confortável pra terminar a série, que é de humor primacialmente.
La Casa de Papel (Parte 2)
4.2 942 Assista AgoraSaber da terceira temporada me desestimulou a ver a segunda :/
Cosmos: Uma Odisséia No Espaço Tempo
4.8 344O último episódio me emocionou de verdade, especialmente quando foram dados os contornos de nossa insignificância e estupidez.
Mas a Ciência ainda nos salva, vale se fiar dela.
O Mecanismo (1ª Temporada)
3.5 526Poderia ser chamado de Tropa de Elite 3.
Interessante como Padilha aposta na Polícia como redentora da nação: acho que isso diz muito sobre o diretor e do que ele é feito.
Até as pedras sabem que essa aposta dele no "homem incorruptível" é pueril, ainda mais porque, em se tratando de policial (como o Cap. Nascimento), essa purificação se dá por meio da violência. Então é mais ou menos assim: "Eu, último pilar da moralidade do país, vou descer a madeira na bandidagem e assim fundar um Brasil decente". Como se: a) esse "homem moral" pudesse vir da polícia; b) a violência e o encarceramento do inimigo fosse o antídoto para os males que assolam o país.
Padilha precisa se reformular, acho que tem talento para reconhecer a complexidade do fenômeno social e sofisticar o que ele há dez anos sugere como solução.
Merlí (1ª Temporada)
4.5 220Malhação como nós queríamos que fosse.
PS: "sisplau" entrou pro meu vocabulário.
O Mecanismo (1ª Temporada)
3.5 526Alguém que viu pode me dizer se há diferença, em termos argumentativos, em relação a "Polícia Federal - a lei é para todos"?
House of Cards (6ª Temporada)
3.1 202 Assista AgoraMesmo sem um dos melhores personagens que já vi na vida, vou te dar uma chance.
Twin Peaks (3ª Temporada)
4.4 622 Assista AgoraObra de arte feita para a posteridade.