- Mãe, aquela mulher no supermercado hoje...você não fez nada para ajudá-la. - Eu falei, não era da nossa conta. - Eu acho que quando alguém machuca outra pessoa, eu acho que é da nossa conta. - Eu sei que parece que sim, mas não tinha nada que pudesse fazer. - Mãe, se todo mundo fizesse isso, então não teria ninguém para cuidar das pessoas que não conseguem cuidar de si mesmas. - Então o que eu deveria ter feito? Não queria que ficasse violento. - Violência não é a pior coisa do mundo. - O que é então? - Apatia.
Quando fossemos procurar o significado de deleite no dicionário, deveria estar escrito: sensação pós filme da Nancy Meyers rs.
É incrível como ela consegue contar histórias comuns/do cotidiano de uma maneira muito agradável. Você começa assistindo e não quer que termine de tão gostosinho que é.
Recomendável assistir em domingos chuvosos, debaixo do cobertor com um chocolate quente na mão.
Que belo trabalho encontramos aqui. Roteiro, direção e atuação impecáveis.
Pesquisando mais sobre o filme, podemos ver que Trey Edward Shults além de atuar, dirige e roteiriza o longa, o que o torna ainda mais interessante. Sem contar que grande parte do elenco é composta por família e amigos.
Krisha Fairchild, atriz e tia de Shults, entrega uma atuação tão primorosa que nos faz pensar que ela já passou por tal situação. Tudo parece muito verdadeiro e concreto. Só quem tem uma "Krisha" na família, sabe o quão difícil (e desastrosa) pode ser a convivência familiar.
A cena em que ela conversa com o filho no quarto, a que vê sua mãe que de início não a reconhece e a cena final na mesa de jantar, seguido da câmera fechando em seu rosto angustiante, cortaram meu coração.
Fiquei inquieto e aflito o tempo todo, torcendo por Krisha e pela sua reconciliação com a família.
Ah, mais uma (grata) surpresa da Netflix. Não esperava gostar tanto desse filme, confesso que até passei por ele várias vezes antes de assistir.
Os diálogos são ótimos, daqueles que dão vontade de anotar em um caderninho para usar em determinado momento rs. Não é sempre que encontramos comédias românticas das boas assim.
Manter uma narrativa centrada em apenas dois personagens, tendo o diálogo como principal fio condutor da história, já é algo desafiador. E Blue Jay consegue ir além: te mantém preso e atento a história e aos personagens de uma forma intensa. E ponto para a escolha dos atores que conseguiram transmitir isso de uma forma arrebatadora (que química a deles!).
O filme consegue retratar bem a efemeridade da vida, o quanto o tempo escapa pelas nossas mãos e que devemos sempre demonstrar nossos sentimentos, que guardar para gente pode causar uma dor ainda maior.
Não ficava tão aflito (e com o rosto inchado de tanto chorar rs) desde Alabama Monroe (outro baita filme!).
Assim como a obra literária, não consegui sentir empatia/aproximação por nenhuma das personagens da história, mesmo a obra cinematográfica ter tentado deixar as mesmas um pouco menos desagradáveis. Uma das (poucas) coisas boas do filme é a atuação da Emily Blunt. Um filme que você vai assistir e logo menos vai esquecer.
Depois deste filme, me tornei fã de John Carney. Once é sua obra prima e se tornou um dos meus filmes preferidos. Sing Street veio pra dividir o espaço.
Eu estava aos prantos no término do filme, enquanto subia os créditos finais, quando minha mãe passou por trás de mim na sala e perguntou: - É bonito o filme? - É sim mãe, eu disse ainda sem palavras. - Há filmes que mexem com a gente né?
Sim, mãe. Há filmes que mexem com a gente. E esse foi um deles.
Esse filme estava na minha lista de 'quero ver' faz tempo. E agora me pergunto por que levei tanto tempo para assisti-lo. Nem vou tentar descrever o (que senti sobre o) filme, pois sei que irei falhar. O enredo traz dois temas que eu me interesso muito, o que ficou mais fácil de me conquistar rs: a descoberta da homossexualidade e a relação pai-filho (e a relação com a família, no geral).
Sem dúvida entrou para a minha lista de favoritos, e de filmes que vou ver incontáveis vezes.
Sabe aquele filme que acaba só na tela, mas que sua história vai permanecer com você por um bom tempo? Assim é (o magnífico) "Cinco graças".
Foram vários os sentimentos que tive ao longo do filme: inquietação, raiva, medo, angústia. Empatia, ternura. Na maioria, todos de uma única vez. É revoltante (e sufocante) ver a liberdade das "cinco graças" serem dizimadas. O direito de viver. O direito de terem suas próprias escolhas. O direito sobre o próprio corpo.
A nossa voz é calada junto à delas. Queremos gritar, mas somos impedidos.
O mais interessante é que além de mostrar o quão o fundamentalismo/conservadorismo religioso é perigoso (e nos impede de ter discernimento e nos toma a liberdade), a obra nos apresenta uma sociedade presa à regras, que são aplicadas sem serem questionadas.
As atuações são brilhantes, principalmente das cinco irmãs. Há cenas deslumbrantes,
como a da avó ‘castigando’ as meninas e da morte da irmã do meio.
Um filme necessário e indispensável! Que maravilha ver uma obra deste tema ser indicado a grandes premiações. Que assim ela possa ser conferida por pessoas de todos os cantos. E que, assim como a irmã mais nova, nos revoltemos em busca da nossa liberdade, e que nunca deveria ser tomada de nós.
Lembro que encontrei "Quarto" por acaso e desde então sempre quis lê-lo. Só fui conferir (o livro) depois de confirmado a adaptação para os cinemas. E nunca fiquei tão ansioso para assistir um filme (tanto que vejo o trailer toda semana rs).
De todas as coisas lindas de "O filho da noiva", a que mais me encantou foi a Dona Norma. Com seu jeito engraçado, com seu sorriso encantador e com seu imenso amor, a querida noiva me fez lembrar minha avó.
Minha avó foi diagnosticada com o mal de Alzheimer há um tempo, e tudo que podemos fazer é viver um dia de cada vez. Lutar um dia de cada vez. Há dias de normalidade, e há dias, em que a (p*rra da) doença dificulta as coisas, e não é nada fácil.
Mas assim como Norma, ela sorri. O sorriso mais encantador que existe na face da terra. Que ilumina e transborda amor. E percebemos que a Dona Nair (minha avó) de sempre, continua alí.
E eu agradeço, por minha avó ter um Nino em sua vida. Que, mesmo do seu modo, a ama incondicionalmente.
No diálogo em que Nino tem com Rafa no restaurante, me veio a imagem da minha vó na cabeça.
"[...]As pessoas entravam e davam de cara com aquela pintura. E a Norma verdadeira aparecia, mais alegre, luminosa. As pessoas achavam que estavam no paraíso, no mínimo...Ela fazia você sentir único. Sempre que ela ia a cozinha, todos, mulheres, homens e crianças ficavam olhando para ela feito bobos. Não sabiam se ela era terrena, ou um fantasma. Temiam que ela não voltasse. E aí, ela os surpreendiam de novo. Parada ali como num ato de mágica...como um anjo, meu anjo."
"Como eu gostei desse filme", disse minha mãe com lágrimas nos olhos, enquanto subia os créditos finais.
Que filme encantador, em todas as suas formas. História belíssima, personagens cativantes, fotografia e trilha sonora maravilhosas, que nos preenche de lembranças e sentimentos, de modo que se torna difícil segurar toda a emoção e o choro sai fácil. Aniela é uma das personagens mais bem construída que já vi. Dificilmente vou me esquecer desta senhora cativante, engraçada e humana. Minha mãe sempre disse que temos muito o que aprender com os idosos, pois em cada traço e linhas do rosto, carregam muitas histórias. E temos muito o que aprender com essa velha ranzinza rs. Mesmo não se aprofundando em sua vida no passado, ao longo do filme, vamos descobrindo um pouco de quem foi (e quem é) Aniela. Seja pelos (encantadores) flashbacks, que são um dos pontos altos do filmes, seja pela casa e seus objetos – que se tornam ainda mais significativos com a (melancólica) fotografia em preto e branco. E, pra tornar tudo mais encantador, nos é apresentando Filadélfia, a cadelinha que acompanha Aniela, em todo o canto, com os olhos brilhantes. ‘Fila’ não é só a cadela de Aniela. É sua única companhia, e todos os momentos mais belos do filme, são interligados a sua presença (alguém entregue uma estatueta de melhor atriz coadjuvante para Fila, por favor). Vou conservar a cena final na minha memória e no meu coração para sempre:
“Graças a Deus, não vou precisar tomar chá numa caneca...O que eu sinto mais é deixar você, Filadelfia. Minha querida Fila, navegue comigo. Onde achará lugar melhor do que o céu?”
"Como eu gostei também, mãe", eu respondi, também com lágrimas nos olhos.
É impressionante como os filmes de animação conseguem retratar assuntos complexos/abstratos, de forma tão inteligente, delicada e singular. “Divertida mente” consegue transformar as complexidades da mente em uma alegoria extremamente inteligente e profunda. São vários os conceitos que são apresentados de forma tão criativa, que nos encantam e nos fazem aproveitar ao máximo essa experiência.
A construção dos sonhos pelo estúdio/produtora; o mecanismo de armazenamento/descarte de fatos da vida; a idealização do inconsciente; a associação e simbologia das cores com os estados emocionais; a definição da personalidade – construída através das ilhas que se moldam através das sensações/emoções bases, e tantas outras questões ‘psicológicas’ adaptadas em animação.
O filme entretém (para a alegria da Alegria rs), encanta e emociona (para a alegria da Tristeza) de uma forma única.
Achei muito interessante o modo com que a animação desconstrói o ideal de felicidade e desmistifica as emoções/sensações ruins. E a ‘sala de comando’ dos gatos e cachorros, apresentadas durante os créditos finais, encerrou o filme da melhor da forma rs.
Apesar de ser destinado ao público infantil, creio que o longa será melhor aproveitado pelo público adulto. Um filme ousado e encantador!
"Então, elas me levaram ao seu quarto. Tinham tubos por todo o seu corpo, saindo do seu peito. Seu rosto estava coberto, mas você podia ver. [...]Eu fiquei parado por um tempo, não sabia o que fazer. Mas o único lugar que eu podia colocar a mão era na sua perna. E eu bati, você sabe, um 'toc, toc, toc'".
‘Take Shelter’ estava na minha lista de ‘quero ver’ há algum tempo, mas resolvi assisti-lo somente agora, quando disponível no Netflix. Gosto muito de filmes que apontam vários ‘caminhos’, de modo com que o público/telespectador decida qual seguir (ou optar em não seguir nenhum rumo), tornando-se condutores da história. Neste, nos é mostrado duas possibilidades: o personagem sofre de algum tipo de transtorno/alucinação ou os acontecimentos seriam pressentimentos/premonições? Seria doença ou algo sobrenatural? O roteiro é tão bem realizado, que nos faz acreditar e desacreditar em várias hipóteses. A atuação magnífica de Michael Shannon e Jessica Chanstain (que bela química há entre os dois) tornam as coisas ainda mais densas/intensas. Vários momentos/cenas me levam a acreditar que se trata de uma doença e da proporção que a mesma atinge, afetando não somente a pessoa que sofre dela, mas a todos do seu convívio. A doença estava lá, no seu passado e no seu presente. Curtis tinha consciência disto, mas ela o queria frágil/vulnerável. Veio de forma sorrateira, como uma tempestade, até que se manifestasse de forma intensa e perversa. Porém, há duas cenas que faz com que eu realmente acredite que se trata de um transtorno:
As cenas do abrigo e a da praia. Curtis construiu o abrigo, temendo a grande tempestade que estava por vir, para proteger a si e sua família. Agora ele estava lá e a tempestade não iria atingi-los. Porém, a tempestade aqui é outra, e não há abrigo físico que possa protegê-lo. Curtis sabe disso, por isso tem medo de abrir a porta: tudo está lá fora, tudo virá novamente. Quando abre a porta do abrigo, ele vê o que realmente temia: ele sofria de uma doença e o abrigo se torna inútil perante ela. Até que, em um revés inesperado, a tempestade realmente acontece...se não fosse mais uma de suas alucinações (ao meu ver, é claro). É novamente a doença vindo sorrateiramente. Porém agora, ele não está sozinho: todos estão envolvidos com sua doença. Todos, por amor, resolvem ‘vivenciar’ suas alucinações. Agora, ele realmente encontrou o verdadeiro abrigo.
Impactante e aterrorizante (não encontro palavras pra descrever este filme, mas talvez estas possam descrever a reação que o mesmo provoca). O longa, que conta a história de Maria - uma adolescente nascida e criada em uma família católica conservadora/fundamentalista - associada ao caminho/trajeto seguido por Jesus em sua morte (via-sacra), é de uma estética primorosa. Sua fotografia (com seus planos, em sua maioria imóveis), roteiro, atuações - destaque aqui para as intérpretes de Maria e sua (assustadora) mãe – são excelentes. Uma história ‘ficcional’ que retrata a linha tênue entre a religiosidade e o fanatismo. Quantas Marias não existem por aí que são privadas de viver por obediência excessiva/literal à religião? Quantas famílias pregam que tudo que excede a vontade de Deus e de doutrinas religiosas (mesmo se aqui for uma música, um livro, um filme, uma paixão...) é maligno e deve ser combatido? O fervor excessivo e irracional (não me refiro aqui somente a religião) nos impede de discernir/refletir sobre determinada coisa. Um filme arrebatador – e totalmente necessário.
Estava muito cansado, tinha certeza que ia pegar no sono se colocasse algum filme pra assistir, mas resolvi assistir mesmo assim. 'Happythankyoumoreplease' estava na lista de 'filmes pra assistir', e como queria um filme bem tranquilo - realmente esperando cair no sono rs - resolvi assisti-lo. E, para minha surpresa, não peguei no sono (mesmo o filme tendo um ritmo um pouco lento). E que sensação gostosa tive ao terminá-lo. Não tem grande pretensão e nem tão pouco conta uma história 'daquelas que te faz pensar'. Muito pelo contrário: é simples, é delicado, é bacana. É uma 'delicinha' rs.
"[...] Então, aqui vai o que eu quero te dizer antes que o bipe me corte: tristeza, vai embora. Vamos ser pessoas que merecem ser amadas. Que valem a pena. Porque valemos a pena! Valemos mesmo! Você me diz isso há anos e agora eu posso dizer de volta. Vá ser amado. É isso".
Eu estava com (muito) medo/receio de assistir este filme e adiei assisti-lo o tanto que pude. Sim, por culpa da inevitável comparação de 'Begin Again' com o maravilhoso 'Once'. Que alívio perceber que foi só estupidez da minha parte.
Um dos critérios que tenho pra definir se um filme é bom (ao meu ver, logicamente rs), é se ele me faz sentir alguma coisa, se me transmite algum sentimento ou me traz algo da qual não imaginava. Fui assistir Cake sem nenhum preconceito, sem nenhuma pretensão. Não levei em conta a opinião/crítica sobre o filme e até esqueci o certo receio de ver Jennifer Aniston (mais conhecida por suas atuações em comédia/comédia romântica) atuando em um filme dramático. O filme se desenrola em um ritmo lento, creio que para refletir a condição em que a personagem se encontra (o sofrimento lento e doloroso de perder o filho e ter que lidar com a situação do luto). Senti que todo o filme foi desenvolvido para refletir o estado da personagem, por isso se torna denso, moroso, depressivo, pessimista. Creio que o foco aqui não é revelar os acontecimentos e sim a dificuldade de lidar com a dor (mais do que física) da morte do filho. Não é nada fácil lidar com a perda de alguém próximo e cada um tem sua maneira de 'encarar' essa - terrível - situação. Há quem permaneça no luto durante muito tempo se tornando uma pessoa pessimista, arrogante, depressiva, assim como Claire (estou evitando relatar partes da história, pois o interessante é se colocar no lugar da personagem na capacidade de compreender o sentimento/reação da mesma). Realmente senti que o enredo deveria ser melhor aproveitado, mas é um bom filme. E analisando (novamente) os meus critérios para definir se um filme é bom, posso dizer que é um ótimo filme. Se fosse de outra forma, (acho que) não seria tão bom.
O Livro de Henry
3.8 312- Mãe, aquela mulher no supermercado hoje...você não fez nada para ajudá-la.
- Eu falei, não era da nossa conta.
- Eu acho que quando alguém machuca outra pessoa, eu acho que é da nossa conta.
- Eu sei que parece que sim, mas não tinha nada que pudesse fazer.
- Mãe, se todo mundo fizesse isso, então não teria ninguém para cuidar das pessoas que não conseguem cuidar de si mesmas.
- Então o que eu deveria ter feito? Não queria que ficasse violento.
- Violência não é a pior coisa do mundo.
- O que é então?
- Apatia.
Pra mim, esse diálogo já valeu por todo o filme.
Mãe!
4.0 3,9KA frase "não sei o que dizer, apenas sentir" nunca fez tanto sentido após este filme.
Um Senhor Estagiário
3.9 1,2K Assista AgoraQuando fossemos procurar o significado de deleite no dicionário, deveria estar escrito: sensação pós filme da Nancy Meyers rs.
É incrível como ela consegue contar histórias comuns/do cotidiano de uma maneira muito agradável. Você começa assistindo e não quer que termine de tão gostosinho que é.
Recomendável assistir em domingos chuvosos, debaixo do cobertor com um chocolate quente na mão.
Krisha
3.7 83Que belo trabalho encontramos aqui. Roteiro, direção e atuação impecáveis.
Pesquisando mais sobre o filme, podemos ver que Trey Edward Shults além de atuar, dirige e roteiriza o longa, o que o torna ainda mais interessante. Sem contar que grande parte do elenco é composta por família e amigos.
Krisha Fairchild, atriz e tia de Shults, entrega uma atuação tão primorosa que nos faz pensar que ela já passou por tal situação. Tudo parece muito verdadeiro e concreto. Só quem tem uma "Krisha" na família, sabe o quão difícil (e desastrosa) pode ser a convivência familiar.
A cena em que ela conversa com o filho no quarto, a que vê sua mãe que de início não a reconhece e a cena final na mesa de jantar, seguido da câmera fechando em seu rosto angustiante, cortaram meu coração.
Fiquei inquieto e aflito o tempo todo, torcendo por Krisha e pela sua reconciliação com a família.
Mas no fim, o que vemos, nada mais é que a vida real.
Nossos Amantes
3.6 91Ah, mais uma (grata) surpresa da Netflix. Não esperava gostar tanto desse filme, confesso que até passei por ele várias vezes antes de assistir.
Os diálogos são ótimos, daqueles que dão vontade de anotar em um caderninho para usar em determinado momento rs. Não é sempre que encontramos comédias românticas das boas assim.
Maria Madalena
3.4 166Joaquin Phoenix não contente em ser um Deus, agora vai ser Jesus (piadinha sem graça, eu sei).
Já vai pra listinha dos filmes deste ano.
Lion: Uma Jornada para Casa
4.3 1,9KSe eu choro até com entrega de casa no programa do Gugu, certamente que eu iria chorar neste filme (só não achei que seria tanto rs).
Blue Jay
3.8 265Manter uma narrativa centrada em apenas dois personagens, tendo o diálogo como principal fio condutor da história, já é algo desafiador. E Blue Jay consegue ir além: te mantém preso e atento a história e aos personagens de uma forma intensa. E ponto para a escolha dos atores que conseguiram transmitir isso de uma forma arrebatadora (que química a deles!).
O filme consegue retratar bem a efemeridade da vida, o quanto o tempo escapa pelas nossas mãos e que devemos sempre demonstrar nossos sentimentos, que guardar para gente pode causar uma dor ainda maior.
Não ficava tão aflito (e com o rosto inchado de tanto chorar rs) desde Alabama Monroe (outro baita filme!).
A Garota no Trem
3.6 1,6KAssim como a obra literária, não consegui sentir empatia/aproximação por nenhuma das personagens da história, mesmo a obra cinematográfica ter tentado deixar as mesmas um pouco menos desagradáveis. Uma das (poucas) coisas boas do filme é a atuação da Emily Blunt. Um filme que você vai assistir e logo menos vai esquecer.
Sing Street - Música e Sonho
4.1 714Depois deste filme, me tornei fã de John Carney. Once é sua obra prima e se tornou um dos meus filmes preferidos. Sing Street veio pra dividir o espaço.
Coisa linda <3
O Mundo de Leland
3.9 119Eu estava aos prantos no término do filme, enquanto subia os créditos finais, quando minha mãe passou por trás de mim na sala e perguntou:
- É bonito o filme?
- É sim mãe, eu disse ainda sem palavras.
- Há filmes que mexem com a gente né?
Sim, mãe. Há filmes que mexem com a gente. E esse foi um deles.
C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor
4.2 712Esse filme estava na minha lista de 'quero ver' faz tempo. E agora me pergunto por que levei tanto tempo para assisti-lo. Nem vou tentar descrever o (que senti sobre o) filme, pois sei que irei falhar. O enredo traz dois temas que eu me interesso muito, o que ficou mais fácil de me conquistar rs: a descoberta da homossexualidade e a relação pai-filho (e a relação com a família, no geral).
Sem dúvida entrou para a minha lista de favoritos, e de filmes que vou ver incontáveis vezes.
Cinco Graças
4.3 329Sabe aquele filme que acaba só na tela, mas que sua história vai permanecer com você por um bom tempo? Assim é (o magnífico) "Cinco graças".
Foram vários os sentimentos que tive ao longo do filme: inquietação, raiva, medo, angústia. Empatia, ternura. Na maioria, todos de uma única vez. É revoltante (e sufocante) ver a liberdade das "cinco graças" serem dizimadas. O direito de viver. O direito de terem suas próprias escolhas. O direito sobre o próprio corpo.
A nossa voz é calada junto à delas. Queremos gritar, mas somos impedidos.
O mais interessante é que além de mostrar o quão o fundamentalismo/conservadorismo religioso é perigoso (e nos impede de ter discernimento e nos toma a liberdade), a obra nos apresenta uma sociedade presa à regras, que são aplicadas sem serem questionadas.
As atuações são brilhantes, principalmente das cinco irmãs.
Há cenas deslumbrantes,
como a brincadeira ingênua no mar
como a da avó ‘castigando’ as meninas e da morte da irmã do meio.
Um filme necessário e indispensável!
Que maravilha ver uma obra deste tema ser indicado a grandes premiações. Que assim ela possa ser conferida por pessoas de todos os cantos. E que, assim como a irmã mais nova, nos revoltemos em busca da nossa liberdade, e que nunca deveria ser tomada de nós.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraLembro que encontrei "Quarto" por acaso e desde então sempre quis lê-lo. Só fui conferir (o livro) depois de confirmado a adaptação para os cinemas. E nunca fiquei tão ansioso para assistir um filme (tanto que vejo o trailer toda semana rs).
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraNo lugar da Jessica Chastain, tinha soltado Watney no momento em que disse que tinha mal gosto pra música. Como assim gente? Rs.
ABBA <3
O Filho da Noiva
4.1 297De todas as coisas lindas de "O filho da noiva", a que mais me encantou foi a Dona Norma. Com seu jeito engraçado, com seu sorriso encantador e com seu imenso amor, a querida noiva me fez lembrar minha avó.
Minha avó foi diagnosticada com o mal de Alzheimer há um tempo, e tudo que podemos fazer é viver um dia de cada vez. Lutar um dia de cada vez. Há dias de normalidade, e há dias, em que a (p*rra da) doença dificulta as coisas, e não é nada fácil.
Mas assim como Norma, ela sorri. O sorriso mais encantador que existe na face da terra. Que ilumina e transborda amor. E percebemos que a Dona Nair (minha avó) de sempre, continua alí.
E eu agradeço, por minha avó ter um Nino em sua vida. Que, mesmo do seu modo, a ama incondicionalmente.
No diálogo em que Nino tem com Rafa no restaurante, me veio a imagem da minha vó na cabeça.
"[...]As pessoas entravam e davam de cara com aquela pintura. E a Norma verdadeira aparecia, mais alegre, luminosa. As pessoas achavam que estavam no paraíso, no mínimo...Ela fazia você sentir único. Sempre que ela ia a cozinha, todos, mulheres, homens e crianças ficavam olhando para ela feito bobos. Não sabiam se ela era terrena, ou um fantasma. Temiam que ela não voltasse. E aí, ela os surpreendiam de novo. Parada ali como num ato de mágica...como um anjo, meu anjo."
Hora de Morrer
4.3 61"Como eu gostei desse filme", disse minha mãe com lágrimas nos olhos, enquanto subia os créditos finais.
Que filme encantador, em todas as suas formas.
História belíssima, personagens cativantes, fotografia e trilha sonora maravilhosas, que nos preenche de lembranças e sentimentos, de modo que se torna difícil segurar toda a emoção e o choro sai fácil.
Aniela é uma das personagens mais bem construída que já vi. Dificilmente vou me esquecer desta senhora cativante, engraçada e humana. Minha mãe sempre disse que temos muito o que aprender com os idosos, pois em cada traço e linhas do rosto, carregam muitas histórias. E temos muito o que aprender com essa velha ranzinza rs.
Mesmo não se aprofundando em sua vida no passado, ao longo do filme, vamos descobrindo um pouco de quem foi (e quem é) Aniela. Seja pelos (encantadores) flashbacks, que são um dos pontos altos do filmes, seja pela casa e seus objetos – que se tornam ainda mais significativos com a (melancólica) fotografia em preto e branco.
E, pra tornar tudo mais encantador, nos é apresentando Filadélfia, a cadelinha que acompanha Aniela, em todo o canto, com os olhos brilhantes. ‘Fila’ não é só a cadela de Aniela. É sua única companhia, e todos os momentos mais belos do filme, são interligados a sua presença (alguém entregue uma estatueta de melhor atriz coadjuvante para Fila, por favor).
Vou conservar a cena final na minha memória e no meu coração para sempre:
“Graças a Deus, não vou precisar tomar chá numa caneca...O que eu sinto mais é deixar você, Filadelfia. Minha querida Fila, navegue comigo. Onde achará lugar melhor do que o céu?”
"Como eu gostei também, mãe", eu respondi, também com lágrimas nos olhos.
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraÉ impressionante como os filmes de animação conseguem retratar assuntos complexos/abstratos, de forma tão inteligente, delicada e singular. “Divertida mente” consegue transformar as complexidades da mente em uma alegoria extremamente inteligente e profunda.
São vários os conceitos que são apresentados de forma tão criativa, que nos encantam e nos fazem aproveitar ao máximo essa experiência.
A construção dos sonhos pelo estúdio/produtora; o mecanismo de armazenamento/descarte de fatos da vida; a idealização do inconsciente; a associação e simbologia das cores com os estados emocionais; a definição da personalidade – construída através das ilhas que se moldam através das sensações/emoções bases, e tantas outras questões ‘psicológicas’ adaptadas em animação.
O filme entretém (para a alegria da Alegria rs), encanta e emociona (para a alegria da Tristeza) de uma forma única.
Achei muito interessante o modo com que a animação desconstrói o ideal de felicidade e desmistifica as emoções/sensações ruins. E a ‘sala de comando’ dos gatos e cachorros, apresentadas durante os créditos finais, encerrou o filme da melhor da forma rs.
Apesar de ser destinado ao público infantil, creio que o longa será melhor aproveitado pelo público adulto.
Um filme ousado e encantador!
Bridegroom
4.3 159"Então, elas me levaram ao seu quarto. Tinham tubos por todo o seu corpo, saindo do seu peito. Seu rosto estava coberto, mas você podia ver. [...]Eu fiquei parado por um tempo, não sabia o que fazer. Mas o único lugar que eu podia colocar a mão era na sua perna. E eu bati, você sabe, um 'toc, toc, toc'".
E meu coração caiu em pedaços.
O Abrigo
3.6 720‘Take Shelter’ estava na minha lista de ‘quero ver’ há algum tempo, mas resolvi assisti-lo somente agora, quando disponível no Netflix.
Gosto muito de filmes que apontam vários ‘caminhos’, de modo com que o público/telespectador decida qual seguir (ou optar em não seguir nenhum rumo), tornando-se condutores da história. Neste, nos é mostrado duas possibilidades: o personagem sofre de algum tipo de transtorno/alucinação ou os acontecimentos seriam pressentimentos/premonições? Seria doença ou algo sobrenatural?
O roteiro é tão bem realizado, que nos faz acreditar e desacreditar em várias hipóteses. A atuação magnífica de Michael Shannon e Jessica Chanstain (que bela química há entre os dois) tornam as coisas ainda mais densas/intensas.
Vários momentos/cenas me levam a acreditar que se trata de uma doença e da proporção que a mesma atinge, afetando não somente a pessoa que sofre dela, mas a todos do seu convívio. A doença estava lá, no seu passado e no seu presente. Curtis tinha consciência disto, mas ela o queria frágil/vulnerável. Veio de forma sorrateira, como uma tempestade, até que se manifestasse de forma intensa e perversa.
Porém, há duas cenas que faz com que eu realmente acredite que se trata de um transtorno:
As cenas do abrigo e a da praia.
Curtis construiu o abrigo, temendo a grande tempestade que estava por vir, para proteger a si e sua família. Agora ele estava lá e a tempestade não iria atingi-los. Porém, a tempestade aqui é outra, e não há abrigo físico que possa protegê-lo. Curtis sabe disso, por isso tem medo de abrir a porta: tudo está lá fora, tudo virá novamente.
Quando abre a porta do abrigo, ele vê o que realmente temia: ele sofria de uma doença e o abrigo se torna inútil perante ela.
Até que, em um revés inesperado, a tempestade realmente acontece...se não fosse mais uma de suas alucinações (ao meu ver, é claro).
É novamente a doença vindo sorrateiramente. Porém agora, ele não está sozinho: todos estão envolvidos com sua doença. Todos, por amor, resolvem ‘vivenciar’ suas alucinações. Agora, ele realmente encontrou o verdadeiro abrigo.
14 Estações de Maria
4.0 78Impactante e aterrorizante (não encontro palavras pra descrever este filme, mas talvez estas possam descrever a reação que o mesmo provoca).
O longa, que conta a história de Maria - uma adolescente nascida e criada em uma família católica conservadora/fundamentalista - associada ao caminho/trajeto seguido por Jesus em sua morte (via-sacra), é de uma estética primorosa. Sua fotografia (com seus planos, em sua maioria imóveis), roteiro, atuações - destaque aqui para as intérpretes de Maria e sua (assustadora) mãe – são excelentes.
Uma história ‘ficcional’ que retrata a linha tênue entre a religiosidade e o fanatismo. Quantas Marias não existem por aí que são privadas de viver por obediência excessiva/literal à religião? Quantas famílias pregam que tudo que excede a vontade de Deus e de doutrinas religiosas (mesmo se aqui for uma música, um livro, um filme, uma paixão...) é maligno e deve ser combatido?
O fervor excessivo e irracional (não me refiro aqui somente a religião) nos impede de discernir/refletir sobre determinada coisa.
Um filme arrebatador – e totalmente necessário.
Tudo Acontece em Nova York
3.6 254Estava muito cansado, tinha certeza que ia pegar no sono se colocasse algum filme pra assistir, mas resolvi assistir mesmo assim. 'Happythankyoumoreplease' estava na lista de 'filmes pra assistir', e como queria um filme bem tranquilo - realmente esperando cair no sono rs - resolvi assisti-lo. E, para minha surpresa, não peguei no sono (mesmo o filme tendo um ritmo um pouco lento). E que sensação gostosa tive ao terminá-lo. Não tem grande pretensão e nem tão pouco conta uma história 'daquelas que te faz pensar'. Muito pelo contrário: é simples, é delicado, é bacana. É uma 'delicinha' rs.
"[...] Então, aqui vai o que eu quero te dizer antes que o bipe me corte: tristeza, vai embora. Vamos ser pessoas que merecem ser amadas. Que valem a pena. Porque valemos a pena! Valemos mesmo! Você me diz isso há anos e agora eu posso dizer de volta. Vá ser amado. É isso".
Mesmo se Nada der Certo
4.0 1,9K Assista AgoraEu estava com (muito) medo/receio de assistir este filme e adiei assisti-lo o tanto que pude. Sim, por culpa da inevitável comparação de 'Begin Again' com o maravilhoso 'Once'. Que alívio perceber que foi só estupidez da minha parte.
Cake - Uma Razão Para Viver
3.4 698 Assista AgoraUm dos critérios que tenho pra definir se um filme é bom (ao meu ver, logicamente rs), é se ele me faz sentir alguma coisa, se me transmite algum sentimento ou me traz algo da qual não imaginava. Fui assistir Cake sem nenhum preconceito, sem nenhuma pretensão. Não levei em conta a opinião/crítica sobre o filme e até esqueci o certo receio de ver Jennifer Aniston (mais conhecida por suas atuações em comédia/comédia romântica) atuando em um filme dramático. O filme se desenrola em um ritmo lento, creio que para refletir a condição em que a personagem se encontra (o sofrimento lento e doloroso de perder o filho e ter que lidar com a situação do luto). Senti que todo o filme foi desenvolvido para refletir o estado da personagem, por isso se torna denso, moroso, depressivo, pessimista. Creio que o foco aqui não é revelar os acontecimentos e sim a dificuldade de lidar com a dor (mais do que física) da morte do filho. Não é nada fácil lidar com a perda de alguém próximo e cada um tem sua maneira de 'encarar' essa - terrível - situação. Há quem permaneça no luto durante muito tempo se tornando uma pessoa pessimista, arrogante, depressiva, assim como Claire (estou evitando relatar partes da história, pois o interessante é se colocar no lugar da personagem na capacidade de compreender o sentimento/reação da mesma). Realmente senti que o enredo deveria ser melhor aproveitado, mas é um bom filme. E analisando (novamente) os meus critérios para definir se um filme é bom, posso dizer que é um ótimo filme. Se fosse de outra forma, (acho que) não seria tão bom.