Breaking Bad é série preferida e o filme me deu uma dose extra de um dos meus personagens preferidos da vida, Jesse Pinkman. El Camino não deixou ares de heroísmo pra ninguém, continuou com uma atmosfera pesada como deve ser. Pinkman amadurecido, mas ao mesmo tempo traumatizado e agora mais humanizado ainda, já que sua condição de banditismo nunca deixou esse lado morrer, parte seguindo o caminho para a esperança de um futuro e mudança de vida, muito embora as dores da alma estejam enraizadas talvez para sempre. Compreendo quem não se sentiu satisfeito com a produção, pois as vezes se espera algo bombástico para uma série com esta qualidade, porém, tudo está nos moldes de mais um capítulo de Breaking Bad e na vibe dramática que ela sempre colocou em foco quando necessário. Achei bem realista, pois continua o drama do personagem, tanto no presente quanto em suas memórias passadas, não dando fôlego para risos, só as consequências colhidas com os anos de tráfico, contudo e ainda bem, reservando para ele a possibilidade de vida nova futura. Todas as participações de personagens foram colocadas funcionalmente e não só para matarmos saudades(e quantas participações fodásticas). E, apesar do bad guy Walter White ter uma construção que o torna perfeito como personagem na série, que bom que teve participação discreta nesse projeto que é indissociavelmente para Jesse. Além disso, que puta homenagem ao ator Robert Forster com seu personagem em cenas importantes, e que tristemente no dia da estreia do filme na Netflix, infelizmente veio a falecer. O genial Gilligan caprichou como sempre e fez nesse filme mais dois episódios decentes. Amei demais.
O filme é um bom passatempo e causa alguma tensão, mas em termos de reviravoltas tenta nos conduzir a surpresas que já não surpreendem mais, pelo menos pra maioria acostumada a esse tipo de abordagem. Aliás, sou do tipo que não acha que o filme precisa de plot twist mirabolante pra ser bom, eu penso mais na execução do todo, mas quando ele se presta a fazer isso como foco principal, seria importante caprichar no roteiro. Mas, no geral é um suspense bom, soube criar ação e uma atmosfera psicológica instigante mesmo com as possibilidades de desfechos óbvias. Sam Worthington eu considero um ator inexpressivo pra certos papéis, mas até que conseguiu me comover aqui.
Patrick Wilson, te amo num terror, aliás, te amo em tudo, mas que fiasco. Cadê a trama desse filme? Não tem uma razão que nos apeguemos, nem no ciclo do tempo de situações repetitivas que parecia interessante, mas não deu em absolutamente nada. Tinha um cenário incrível e claustrofóbico e só. Não souberam o que escrever. Aliás, mirem-se em Triângulo do Medo, ali sim as pontas e filosofia sobre morrer e viver continuamente se amarram num mistério com terror e propósito.
Falar do Coringa sempre me remeteu a quatro coisas, a genial loucura, a maldade, a fantasia macabra do palhaço que ri de tudo ou de nada e ao arqui-inimigo do Batman. Quando conhecemos sua história no novo filme de Todd Phillips, o elemento do palhaço triste fica muito mais forte. Há um processo de empatia constante da maioria em quase todos os detalhes que envolvem o personagem, suas agruras psicológicas, sociais, familiares, sentimentais. Muito se fala que o filme traz uma mensagem perigosa do ídolo psicopata que sai estraçalhando algozes, no caso aqui, quase sempre os representantes burgueses, soberbos, insensíveis, dominadores e sádicos. E passa isso para um grande segmento dos revoltados sociais vestidos de palhaço(que com razão ou não) encontram na violência a saída brutal para resolver os problemas das injustiças. De fato, o entendimento de que há heroísmo nas atitudes do Coringa é nocivo, mas acredito que para quem entende a personalidade doentia dele, ou como disse antes, ainda que vítima da crueldade humana e social, há de perceber que sua representação não é a de um revolucionário em nome de uma causa, pelo contrário, o Coringa só conhece a sua própria dor e absorveu o caminho do crime para lidar com ela ou livrar-se dela, ou ainda, só deixou a loucura entrar. Um puta personagem e vilão. Joaquim Phoenix está soberbo, mas não seria novidade, é um ator que estuda minuciosamente o que vai fazer com o personagem e coloca isso em prática com maestria. Corpo arqueado, esquelético, ligeiro, cabelo de um verde com fundo dourado perfeito, maquiagem borrada na medida da perfeição, risada frenética que mistura dor, raiva e nenhuma felicidade real, as expressões ao modo Joaquim dispensam comentários. É único e visceral. Eu tenho transtorno de ansiedade e posso dizer que não foi fácil aguentar as pancadas do filme, foi forte pra mim, coração disparou algumas vezes, principalmente quando me senti na pele dele em situações de pressão e digo que a fantástica frase:“A pior parte de se ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você se comporte como se não tivesse, já é uma das minhas favoritas da vida. Se levo algo dele pra minha vida não é a violência é a dança. O resto é ver pra crer. Filmaço.
Apesar de ambientado num futuro ou espaço atemporal, o filme é atualíssimo. Primeiro, pode-se notar tristemente que a primeira parte do filme seja a que cause mais estranhamento, pois está contido o ponto principal de revelação do nosso regionalismo, cultura, e forma contemplativa de contar a história daqueles personagens e principalmente daquela cidade, Bacurau(é o nordeste em pauta, na riqueza, pobreza, exclusão e força). Então, quando chega a segunda metade, entram os gringos e suas tecnologias em cena, procurando amarrar uma trama com traços e moldes americanos(propositalmente), fazendo com que haja uma identificação imediata do público. Isso é sintomático, afinal, somos os copiadores mais fervorosos do tio Sam. Mas, felizmente, todo o contexto do filme carrega a identidade brasileira e da visão do Kleber Mendonça e isso é bem colocado até sob o aspecto da violência no último ato, que beirou uma naturalidade e realidade brilhante, sem recorrer aos artifícios e caricaturas do badass americano, deixando a história com nossa cara, nosso estilo diverso e nossa realista interpretação do que é apenas vencer uma batalha e não a guerra, já que esta é muito mais penosa e só está começando. É um filme que traz metáforas e elementos diversos para se discutir política, sociedade, sordidez humana, força coletiva, pode-se então enxergar a deturpação na identificação cultural dos brasileiro, fascismo, entreguismo, viralatismo, racismo, dominação, banhado em filosofia e história. É uma experiência extasiante para o bem e para o mal.
Democracia sempre que os ricos se sentem ameaçados, o resto é poder sujo e oligárquico. Isso define muito bem a palhaçada de um povo gado nas ruas em 2013, de um povo que nem sabia ao certo se estava insatisfeito, mas trabalhou ensandecidamente e fervorosamente para aqueles que com certeza estavam, ou seja, a elite. Maravilhoso e angustiante em certas partes, pesado pra quem tem consciência da derrocada democrática que sofreu este país nos últimos anos e bem detalhado para a compreensão do seu alvo, os expectadores de fora do Brasil.
Eu sou suspeita. Se há uma lembrança mais antiga de minha memória musical, certamente Elton John vai estar lá, aliás, nasci nos anos 70 e embalou minha primeira infância e depois adolescência. É um filme que apesar dos clichês do gênero, por outro lado traz uma originalidade na forma e no modo de contar. Bem bonito e de fato, há um amontoado de momentos fortes da história do ídolo, nada muito certinho e expressado nos pontos principais abordados pela terapia de um Elton John conturbado. Muitas músicas lindas, som pra cima, musical orgânico. A cena da piscina me fez chorar. Engraçado que falam muito da falta de semelhança de Taron com Elton, mas eu vi o Elton em praticamente tudo na atuação desse rapaz. Rocketman é ótimo.
Bom, alguns críticos estão dizendo que esse filme de 2019 é melhor que o outro e dessa vez eu vou contra. Adianto que não costumo ser apegada ao passado como insuperável, achei, por exemplo, que It, a Coisa(baseado no também Stephen King) reparou quase todos os erros de It, Uma Obra Prima do Medo(muito embora eu ame o filme de 90, não deixo de reconhecer que ele pecou em vários aspecto). Pelo contrário, Cemitério Maldito de 89 tem todos os elementos que foram perdidos nessa nova versão, os quais provocavam sensações de medo, tristeza, humor e desconforto. Ok, tecnicamente e tecnologicamente esse Pet Sematary de 2019 é melhor(30 anos depois né mores?), pois ele consegue deixar tudo menos grosseiro, ele é dirigido com cuidado para que tudo funcione na fórmula exata dos filmes de terror atual, ele tem melhores atuações, porém, o roteiro não mudou quase nada e subtraiu coisas que achava bem melhores na versão original, com exceção da
morte do Gage ser substituída por Ellie, particularmente acho que só isso foi melhor. Apesar do apego que tenho a cena da morte do bebê e seu retorno sanguinolento, admito que parecia mais o boneco Chucky e me faz rir até hoje. Já a garotinha, por ser mais velha e conseguir se entregar mais a atuação, trouxe um clima mais horripilante e crível
Enfim, nada apaga o medo que tinha de ver a Zelda em 89, da forma como o drama era mais intenso e dosava com um certo humor, e a forma sinistra de contar a história pela boca do velho Jud. Eu achei a atmosfera agora bem menos envolvente, menos detalhista. Muitas vezes me perguntei se não seria porque já conhecia toda a história, mas depois cheguei a conclusão que não, não foi isso, faltou mesmo um fio de dramaticidade(considero a filosofia da história um drama dos bons antes mesmo de ser terror), faltou estranheza e carisma.
Embora muitos críticos que gosto estejam falando que o filme de 2019 é melhor, porque o de 89 é um tanto tosco, não vejo dessa forma de jeito nenhum. E não é porque sou aquele tipo de cinéfila que sempre quer preservar os clássicos como sendo obras insuperáveis, ou seja, baseado no próprio Setephen King, por exemplo, considero It, a Coisa, um filme mais enxuto e que reparou quase todos os erros de It, Uma obra-prima do medo. Já em Cemitério Maldito não acho que isso ocorreu. A não ser em alguns aspectos técnicos e tecnológicos, esse filme de 2019 tem uma atmosfera mais batida, menos dramática e que nem produziu medo e nem tristeza ou humor como o seu antecessor. Tá, confesso que as atuações atuais são um tanto melhores, mas nem tanto assim. A canastrice dos atores de 89 era quase teatralizada, mas cabia naquele contexto meio trash que o terror era encarado na época. Sei que não é só o saudosismo pelo filme o que ele me provocou, pois assisti há uns 4 anos e o desconforto na atmosfera era o mesmo, o drama misturado ao horror eram mais comoventes, portanto, funcionava melhor pra mim. E Ramones ao final, fechou na medida.
Cenas inesquecíveis na medida da palavra, Zelda me provocava medo demais e Gage sendo atropelado, o cachorro do velho voltando, a esposa de Louis sem um sapato e sem um olho, a forma como ele contava a história era mais assustadora e enigmática
O filme é muito bom. Foi feito em 2003, naquela época tinham muito menos plot twists que hoje em dia(cá pra nós, isso virou isca pra pegar público), então, a artimanha surpreendeu sim muita gente como eu. Rola algumas ideias confusas, uma execução mediana, mas no geral, é um filme ótimo.
Bom, preciso ver o original, mas vamos lá. Achei o filme bem bom. Confesso que esperava mais estabilidade na atmosfera de terror e ele acabou cansando em determinados pontos. A cena mais tenebrosa amarra uma dança ao ritual de tortura, então, preparem-se para minutos agonizantes que marcaram o desvelar da realidade macabra. Desde O Exorcismo de Emily Rose que não fico agoniada assim com um contorcionismo. A mocinha dos 50 tons de cinza na verdade só tem um tom, mas foi eficiente para a personagem. A Tilda Swinton é de interpretação multifacetada, muito embora nem tudo tenha convencido, não por culpa dela, mas por invencionismo. Enfim, o filme é bom, tem um terror psicológico instigante e ao mesmo tempo um terror explícito mediano. O roteiro não é tão fácil de se amarrar, mas alguns mistérios vão sendo colocados na dose exata e depois temos que interpretar a lógica da bruxaria toda e seus personagens. Poderia ter aproveitado mais o tanto de elementos de terror que colocou na história, mas gostei do sufocamento que passa através de sussurros, gemidos, das danças e dos comportamentos desconfortantes de alguns personagens.
Primeiro, detesto a propaganda enganosa que os títulos brasileiros dão aos filmes pra chamar público. Não nos subestimem tanto. Segundo, toda vez que se trata de abordar sobre crianças prodígios eu fico desconfiada, já imaginando que vão trazer uma mini chatice da arrogância. Não foi muito diferente nesse filme, mas pelo menos os diálogos são inteligentes em meio a um roteiro fraco. As situações não nos tacham de burros, mas também não ousa na criatividade, abraçando velhos clichês do gênero, inclusive na conclusão. As atuações são na medida do filme, fracas, porém, já fazem muito por não serem irritantes, conseguem trazer o clima sempre austero sem cair em piadinhas bobas.
A protagonista seria perfeita com uma dose a menos, pois achei um tanto over. Focar na relação de amizade enquanto a fossa pelo término de namoro ocorre foi um acerto do roteiro, desviando a história também para as relações pessoais das amigas. Os flash back mostrando o amor e relacionamento de Jenny e Nate me cativaram, a atuação de Stanfield( o ex) me incomodou um pouco por uma certa frieza, mas consegui entender que era pra contrastar sua personalidade mais introspectiva com a da namorada, tão efusiva como só Gina sabe ser. Eles se amavam muito sem ser clichê, terminaram o namoro sem culpados, sendo que o sofrimento foi super dosado com a alegria da amizade. Enfim. É uma comédia romântica com alguns exageros chatos, mas boa no geral.
É interessante falar de um filme que já vi há tanto tempo, mas revi estes dias e não posso deixar de constar aqui, Jogos Mortais abre a temporada de excelentes plot twist em filmes de terror, que parecem ser clichês, mas é um pop gore até meio cult para um filme tipo B, de baixo orçamento e gravado em 18 dias apenas. James Wan tem o talento desde o início para a direção que cativa e instiga no suspense. É sim um filme que busca o público pop, mas também com o elemento cult do terror psicológico, do mistério e de uma arquitetura de game horripilante, tudo bem montado. Lembro-me de pegar esse filme ainda em locadora, lá por 2006, de ter torcido a boca porque pensava ser mais um sexta feira 13 sustinho, porém, fiquei boquiaberta quando imergi na história e descobri o desfecho. Atuações medianas e eficazes, tem Danny Glover para dar status e deu. Enfim, é isso aqui que vale, o primeiro filme da série é uma pérola em que vários filmes tipo A não chegam aos pés, pois cabe talento e empenho. Game over, meu bem. Saw só estava começando e deveria ter parado no segundo filme, pois virou uma sucessão de desastres e comércio
Pode falar o que quiser, gosto de ver filmes em que homens são sacanas e se dão mal o tempo todo, acho que ficou engraçado em todos os sentidos. A Ingrid tem um timing cômico ótimo e sabe fazer de uma cena boba um riso largo.Sua personagem é a representação fiel de como a mulher é vista no casamento por homens quando chega a uma certa idade e tempo de união, chata, feia e desinteressante. Isso é uma realidade porca, mas infelizmente ainda real; a mulher é quem tem que mudar para o casamento ficar legal, o homem pode continuar a coçar o saco e tomar cerveja, ter cabelos brancos e parecer atraente mesmo sem ser. Caco Ciocler tem um personagem desprezível e bem tolo, mas consegue passar essa essência bem, fazendo o contrabalanceamento com a esposa. Já Domingos Ferreira(que saudades, me lembro que fui assistir esse filme no cinema por sorte, pois não é o tipo que eu curto, mas foi um dia antes da morte dele), tá perfeito como o namorado falso mocorongo e dosando humor negro com pastelão. Enfim, é um filme com fortes doses de piadas politicamente incorretas, mas tem que se desligar disso por algum tempo, eu consigo, mas respeito quem não.
Eu olho alguns comentários e penso, bela zona de conforto a do menino, ainda bem que ele saiu dela(ironic mode on). Tem gente que utiliza um filme lindo desses pra falar na aceitação da meritocracia em sistemas injustos, muita sacanagem isso! Filme que nos mostra a realidade paupérrima de um lugar e de um povo cercado por ditadores e governantes que nada fazem e onde de fato o vento é uma força rica e o menino é um engenheiro e um cientista em potencial para usar conhecimento labutado a duras penas em meio a esse caos. É um ótimo filme pelo conjunto da obra. Há mérito sim no jovem, mas a todo momento sabia ser exceção onde não dá para ser regra de jeito nenhum e por isso mesmo, lutou pelo povo sabendo das dificuldades de cada um, dos erros e acertos de cada um, sobretudo de seus pais, já que naquela realidade seria praticamente impossível certos feitos como o dele. William Kamkwamba, palmas pra você e Maxwell soube captar a essência com simplicidade.
O que me incomoda no cinema espanhol atual e que tá fazendo sucesso com o público brasileiro é que seus longas têm uma certa novelização na trama e na narrativa. Durante a Tormenta tem uma premissa interessante e também desenvolve a história com um certo cuidado, mesmo assim, deixa algumas pontas pra amarrar . O maior mérito é que sabe envolver com o clima de suspense e mesmo a temática não sendo muito original, consegue trabalhar o mistério por trás de um crime, auxiliado por fatos do presente e do passado e por fim, atua algum romance e amor maternal nessa enrolada toda. Adriana Ugarte é muito convincente, tem a dosagem certa na interpretação de uma mulher atordoada com a bagunça de sua vida e angustiada por resolver. Não fiquei super satisfeita com o desfecho, como disse, quando parte para a dramatização faz-se um certo exagero, mas fechou razoavelmente bem e vale a conferida.
Liam Neeson deve pegar o roteiro dos filmes e dizer, vamos lá ganhar dinheiro de novo, salvar alguém e vingar mais um filho, porque o povão da pipoca gosta disso. O problema não é fazer alguns filmes como badass, o problema é ficar marcado por esses filmes com mais de 60 anos de idade e parecer que é normal depois de ter vários papéis primorosos em grandes filmes. Eu juro que assisto e me divirto um pouco, mas é meio triste constatar que poderia ser um entretenimento mais consubstanciado, porém se encerra no besteirol de ação.
Eu gostei um tiquinho a menos que Get Out, mas não teve como dar menos de 5 estrelas para o original Jordan Peele. Essa forma dele fazer horror aliada ao roteiro e trama que cria reflexões sociais, filosóficas, psicológicas, políticas não tem pra ninguém hoje em dia, acho o melhor. A atmosfera desconfortante, bizarra muito bem montada e aliviada naturalmente pelo humor é de deixar gente boquiaberta. Queria ter uma câmera me filmando, tenho certeza que foram muitas caras e bocas no cinema. A trilha sonora é um conceito a parte, uma composição própria pra ocasião e pra assustar. É muito detalhe e referência num desfecho precioso, aliás, US é um filme que transcende ao horror como Get Out, é uma experiência ímparl. Fico imaginando como Lupita consegue ser tão linda, aterrorizada e aterrorizadora ao mesmo tempo? Personagem feito pra ela em todos os níveis. O elenco tá afiado, a indigestão tá na mesa e nem a exposição de detalhes finais prejudicou o filme.
Algumas passagens bacanas, outras bregas, mas no geral é um filme gostosinho de se ver. A cachorra é uma fofa e tem situações que dá vontade de levar pra morar com a gente sem pestanejar. Mas, prefiro 4 Vidas de um cachorro, porque pende mais pra comédia e não fica se pegando num dono só. Ah, e a dublagem é sem graça, que vontade de ver o original.
Aí você pensa que vai rolar um terror psicológico e de repente a bagaça começa a surtar no sangue, horror e loucura. Eu amo tramas de vingança, pois por trás existe um cabeça bem bolado que resolve bolar metas, mas neste caso, não é uma trama, é um impulso de vingança sem eira nem beira e muito ódio, mas que Cage nos oferta com carinho. Noite vermelha, dias laranjas, cores, desenhos malucos, uma cena fodástica de Red Miller no banheiro; que interpretação, Mr. Nicolas!
sacada boa demais começar a destruição pelos cabeças, os maiorais, os mais temidos e só depois destruir os que se acham servidores do "senhor" e cometem atrocidades em nome desse
O comportamento lento e atônito dos personagens me lembra obras de Lynch e aquela mistura de coisas simbólicas que não deixa saber em que lugar ou tempo se encontra o cenário, além de uma trilha sonora soberba, certas horas achava que o Pink Floyd entraria em palco. Eis uma bizarrice bem feita.
Primeiro, eu não aguento mais ver Keira Knightley vestida com roupas de época e com essa composição. Até acho que ela diferencia razoavelmente os papéis, mas já deu. Segundo, o filme tem um roteiro que segue um formato tão batido de relações entre marido e mulher, muito embora queira parecer que não, esses dilemas sobre roubo de ideias e personalidade, desejo sexual ambíguo, reprimido, desvelado e subvertido, enfim, nem em filmes antigos é mais novidade. Vale mais para mostrar como essa mulher era prafrentex ao seu tempo e como o machismo roubava até as habilidades da mulher pra si, ou seja, não é só repressão é supressão da mulher para tomar dela seu melhor lado frente a sociedade.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 842 Assista AgoraBreaking Bad é série preferida e o filme me deu uma dose extra de um dos meus personagens preferidos da vida, Jesse Pinkman. El Camino não deixou ares de heroísmo pra ninguém, continuou com uma atmosfera pesada como deve ser. Pinkman amadurecido, mas ao mesmo tempo traumatizado e agora mais humanizado ainda, já que sua condição de banditismo nunca deixou esse lado morrer, parte seguindo o caminho para a esperança de um futuro e mudança de vida, muito embora as dores da alma estejam enraizadas talvez para sempre. Compreendo quem não se sentiu satisfeito com a produção, pois as vezes se espera algo bombástico para uma série com esta qualidade, porém, tudo está nos moldes de mais um capítulo de Breaking Bad e na vibe dramática que ela sempre colocou em foco quando necessário. Achei bem realista, pois continua o drama do personagem, tanto no presente quanto em suas memórias passadas, não dando fôlego para risos, só as consequências colhidas com os anos de tráfico, contudo e ainda bem, reservando para ele a possibilidade de vida nova futura. Todas as participações de personagens foram colocadas funcionalmente e não só para matarmos saudades(e quantas participações fodásticas). E, apesar do bad guy Walter White ter uma construção que o torna perfeito como personagem na série, que bom que teve participação discreta nesse projeto que é indissociavelmente para Jesse. Além disso, que puta homenagem ao ator Robert Forster com seu personagem em cenas importantes, e que tristemente no dia da estreia do filme na Netflix, infelizmente veio a falecer. O genial Gilligan caprichou como sempre e fez nesse filme mais dois episódios decentes. Amei demais.
Fratura
3.3 919O filme é um bom passatempo e causa alguma tensão, mas em termos de reviravoltas tenta nos conduzir a surpresas que já não surpreendem mais, pelo menos pra maioria acostumada a esse tipo de abordagem. Aliás, sou do tipo que não acha que o filme precisa de plot twist mirabolante pra ser bom, eu penso mais na execução do todo, mas quando ele se presta a fazer isso como foco principal, seria importante caprichar no roteiro. Mas, no geral é um suspense bom, soube criar ação e uma atmosfera psicológica instigante mesmo com as possibilidades de desfechos óbvias. Sam Worthington eu considero um ator inexpressivo pra certos papéis, mas até que conseguiu me comover aqui.
Campo do Medo
2.7 732 Assista AgoraPatrick Wilson, te amo num terror, aliás, te amo em tudo, mas que fiasco. Cadê a trama desse filme? Não tem uma razão que nos apeguemos, nem no ciclo do tempo de situações repetitivas que parecia interessante, mas não deu em absolutamente nada. Tinha um cenário incrível e claustrofóbico e só. Não souberam o que escrever. Aliás, mirem-se em Triângulo do Medo, ali sim as pontas e filosofia sobre morrer e viver continuamente se amarram num mistério com terror e propósito.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraFalar do Coringa sempre me remeteu a quatro coisas, a genial loucura, a maldade, a fantasia macabra do palhaço que ri de tudo ou de nada e ao arqui-inimigo do Batman. Quando conhecemos sua história no novo filme de Todd Phillips, o elemento do palhaço triste fica muito mais forte. Há um processo de empatia constante da maioria em quase todos os detalhes que envolvem o personagem, suas agruras psicológicas, sociais, familiares, sentimentais. Muito se fala que o filme traz uma mensagem perigosa do ídolo psicopata que sai estraçalhando algozes, no caso aqui, quase sempre os representantes burgueses, soberbos, insensíveis, dominadores e sádicos. E passa isso para um grande segmento dos revoltados sociais vestidos de palhaço(que com razão ou não) encontram na violência a saída brutal para resolver os problemas das injustiças. De fato, o entendimento de que há heroísmo nas atitudes do Coringa é nocivo, mas acredito que para quem entende a personalidade doentia dele, ou como disse antes, ainda que vítima da crueldade humana e social, há de perceber que sua representação não é a de um revolucionário em nome de uma causa, pelo contrário, o Coringa só conhece a sua própria dor e absorveu o caminho do crime para lidar com ela ou livrar-se dela, ou ainda, só deixou a loucura entrar. Um puta personagem e vilão. Joaquim Phoenix está soberbo, mas não seria novidade, é um ator que estuda minuciosamente o que vai fazer com o personagem e coloca isso em prática com maestria. Corpo arqueado, esquelético, ligeiro, cabelo de um verde com fundo dourado perfeito, maquiagem borrada na medida da perfeição, risada frenética que mistura dor, raiva e nenhuma felicidade real, as expressões ao modo Joaquim dispensam comentários. É único e visceral. Eu tenho transtorno de ansiedade e posso dizer que não foi fácil aguentar as pancadas do filme, foi forte pra mim, coração disparou algumas vezes, principalmente quando me senti na pele dele em situações de pressão e digo que a fantástica frase:“A pior parte de se ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você se comporte como se não tivesse, já é uma das minhas favoritas da vida. Se levo algo dele pra minha vida não é a violência é a dança. O resto é ver pra crer. Filmaço.
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraApesar de ambientado num futuro ou espaço atemporal, o filme é atualíssimo. Primeiro, pode-se notar tristemente que a primeira parte do filme seja a que cause mais estranhamento, pois está contido o ponto principal de revelação do nosso regionalismo, cultura, e forma contemplativa de contar a história daqueles personagens e principalmente daquela cidade, Bacurau(é o nordeste em pauta, na riqueza, pobreza, exclusão e força). Então, quando chega a segunda metade, entram os gringos e suas tecnologias em cena, procurando amarrar uma trama com traços e moldes americanos(propositalmente), fazendo com que haja uma identificação imediata do público. Isso é sintomático, afinal, somos os copiadores mais fervorosos do tio Sam. Mas, felizmente, todo o contexto do filme carrega a identidade brasileira e da visão do Kleber Mendonça e isso é bem colocado até sob o aspecto da violência no último ato, que beirou uma naturalidade e realidade brilhante, sem recorrer aos artifícios e caricaturas do badass americano, deixando a história com nossa cara, nosso estilo diverso e nossa realista interpretação do que é apenas vencer uma batalha e não a guerra, já que esta é muito mais penosa e só está começando. É um filme que traz metáforas e elementos diversos para se discutir política, sociedade, sordidez humana, força coletiva, pode-se então enxergar a deturpação na identificação cultural dos brasileiro, fascismo, entreguismo, viralatismo, racismo, dominação, banhado em filosofia e história. É uma experiência extasiante para o bem e para o mal.
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KDemocracia sempre que os ricos se sentem ameaçados, o resto é poder sujo e oligárquico. Isso define muito bem a palhaçada de um povo gado nas ruas em 2013, de um povo que nem sabia ao certo se estava insatisfeito, mas trabalhou ensandecidamente e fervorosamente para aqueles que com certeza estavam, ou seja, a elite. Maravilhoso e angustiante em certas partes, pesado pra quem tem consciência da derrocada democrática que sofreu este país nos últimos anos e bem detalhado para a compreensão do seu alvo, os expectadores de fora do Brasil.
Rocketman
4.0 922 Assista AgoraEu sou suspeita. Se há uma lembrança mais antiga de minha memória musical, certamente Elton John vai estar lá, aliás, nasci nos anos 70 e embalou minha primeira infância e depois adolescência. É um filme que apesar dos clichês do gênero, por outro lado traz uma originalidade na forma e no modo de contar. Bem bonito e de fato, há um amontoado de momentos fortes da história do ídolo, nada muito certinho e expressado nos pontos principais abordados pela terapia de um Elton John conturbado. Muitas músicas lindas, som pra cima, musical orgânico. A cena da piscina me fez chorar. Engraçado que falam muito da falta de semelhança de Taron com Elton, mas eu vi o Elton em praticamente tudo na atuação desse rapaz. Rocketman é ótimo.
Cemitério Maldito
2.7 891Bom, alguns críticos estão dizendo que esse filme de 2019 é melhor que o outro e dessa vez eu vou contra. Adianto que não costumo ser apegada ao passado como insuperável, achei, por exemplo, que It, a Coisa(baseado no também Stephen King) reparou quase todos os erros de It, Uma Obra Prima do Medo(muito embora eu ame o filme de 90, não deixo de reconhecer que ele pecou em vários aspecto). Pelo contrário, Cemitério Maldito de 89 tem todos os elementos que foram perdidos nessa nova versão, os quais provocavam sensações de medo, tristeza, humor e desconforto. Ok, tecnicamente e tecnologicamente esse Pet Sematary de 2019 é melhor(30 anos depois né mores?), pois ele consegue deixar tudo menos grosseiro, ele é dirigido com cuidado para que tudo funcione na fórmula exata dos filmes de terror atual, ele tem melhores atuações, porém, o roteiro não mudou quase nada e subtraiu coisas que achava bem melhores na versão original, com exceção da
morte do Gage ser substituída por Ellie, particularmente acho que só isso foi melhor. Apesar do apego que tenho a cena da morte do bebê e seu retorno sanguinolento, admito que parecia mais o boneco Chucky e me faz rir até hoje. Já a garotinha, por ser mais velha e conseguir se entregar mais a atuação, trouxe um clima mais horripilante e crível
Enfim, nada apaga o medo que tinha de ver a Zelda em 89, da forma como o drama era mais intenso e dosava com um certo humor, e a forma sinistra de contar a história pela boca do velho Jud. Eu achei a atmosfera agora bem menos envolvente, menos detalhista. Muitas vezes me perguntei se não seria porque já conhecia toda a história, mas depois cheguei a conclusão que não, não foi isso, faltou mesmo um fio de dramaticidade(considero a filosofia da história um drama dos bons antes mesmo de ser terror), faltou estranheza e carisma.
Cemitério Maldito
3.7 1,1K Assista AgoraEmbora muitos críticos que gosto estejam falando que o filme de 2019 é melhor, porque o de 89 é um tanto tosco, não vejo dessa forma de jeito nenhum. E não é porque sou aquele tipo de cinéfila que sempre quer preservar os clássicos como sendo obras insuperáveis, ou seja, baseado no próprio Setephen King, por exemplo, considero It, a Coisa, um filme mais enxuto e que reparou quase todos os erros de It, Uma obra-prima do medo. Já em Cemitério Maldito não acho que isso ocorreu. A não ser em alguns aspectos técnicos e tecnológicos, esse filme de 2019 tem uma atmosfera mais batida, menos dramática e que nem produziu medo e nem tristeza ou humor como o seu antecessor. Tá, confesso que as atuações atuais são um tanto melhores, mas nem tanto assim. A canastrice dos atores de 89 era quase teatralizada, mas cabia naquele contexto meio trash que o terror era encarado na época. Sei que não é só o saudosismo pelo filme o que ele me provocou, pois assisti há uns 4 anos e o desconforto na atmosfera era o mesmo, o drama misturado ao horror eram mais comoventes, portanto, funcionava melhor pra mim. E Ramones ao final, fechou na medida.
Cenas inesquecíveis na medida da palavra, Zelda me provocava medo demais e Gage sendo atropelado, o cachorro do velho voltando, a esposa de Louis sem um sapato e sem um olho, a forma como ele contava a história era mais assustadora e enigmática
Identidade
3.8 868 Assista AgoraO filme é muito bom. Foi feito em 2003, naquela época tinham muito menos plot twists que hoje em dia(cá pra nós, isso virou isca pra pegar público), então, a artimanha surpreendeu sim muita gente como eu. Rola algumas ideias confusas, uma execução mediana, mas no geral, é um filme ótimo.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista AgoraBom, preciso ver o original, mas vamos lá. Achei o filme bem bom. Confesso que esperava mais estabilidade na atmosfera de terror e ele acabou cansando em determinados pontos. A cena mais tenebrosa amarra uma dança ao ritual de tortura, então, preparem-se para minutos agonizantes que marcaram o desvelar da realidade macabra. Desde O Exorcismo de Emily Rose que não fico agoniada assim com um contorcionismo. A mocinha dos 50 tons de cinza na verdade só tem um tom, mas foi eficiente para a personagem. A Tilda Swinton é de interpretação multifacetada, muito embora nem tudo tenha convencido, não por culpa dela, mas por invencionismo. Enfim, o filme é bom, tem um terror psicológico instigante e ao mesmo tempo um terror explícito mediano. O roteiro não é tão fácil de se amarrar, mas alguns mistérios vão sendo colocados na dose exata e depois temos que interpretar a lógica da bruxaria toda e seus personagens. Poderia ter aproveitado mais o tanto de elementos de terror que colocou na história, mas gostei do sufocamento que passa através de sussurros, gemidos, das danças e dos comportamentos desconfortantes de alguns personagens.
Maligna
2.6 100 Assista AgoraPrimeiro, detesto a propaganda enganosa que os títulos brasileiros dão aos filmes pra chamar público. Não nos subestimem tanto. Segundo, toda vez que se trata de abordar sobre crianças prodígios eu fico desconfiada, já imaginando que vão trazer uma mini chatice da arrogância. Não foi muito diferente nesse filme, mas pelo menos os diálogos são inteligentes em meio a um roteiro fraco. As situações não nos tacham de burros, mas também não ousa na criatividade, abraçando velhos clichês do gênero, inclusive na conclusão. As atuações são na medida do filme, fracas, porém, já fazem muito por não serem irritantes, conseguem trazer o clima sempre austero sem cair em piadinhas bobas.
Alguém Especial
3.4 305 Assista AgoraA protagonista seria perfeita com uma dose a menos, pois achei um tanto over. Focar na relação de amizade enquanto a fossa pelo término de namoro ocorre foi um acerto do roteiro, desviando a história também para as relações pessoais das amigas. Os flash back mostrando o amor e relacionamento de Jenny e Nate me cativaram, a atuação de Stanfield( o ex) me incomodou um pouco por uma certa frieza, mas consegui entender que era pra contrastar sua personalidade mais introspectiva com a da namorada, tão efusiva como só Gina sabe ser. Eles se amavam muito sem ser clichê, terminaram o namoro sem culpados, sendo que o sofrimento foi super dosado com a alegria da amizade. Enfim. É uma comédia romântica com alguns exageros chatos, mas boa no geral.
O Date Perfeito
2.7 515 Assista AgoraSono
After
2.3 375 Assista AgoraDeus me livre!
Jogos Mortais
3.7 1,6K Assista AgoraÉ interessante falar de um filme que já vi há tanto tempo, mas revi estes dias e não posso deixar de constar aqui, Jogos Mortais abre a temporada de excelentes plot twist em filmes de terror, que parecem ser clichês, mas é um pop gore até meio cult para um filme tipo B, de baixo orçamento e gravado em 18 dias apenas. James Wan tem o talento desde o início para a direção que cativa e instiga no suspense. É sim um filme que busca o público pop, mas também com o elemento cult do terror psicológico, do mistério e de uma arquitetura de game horripilante, tudo bem montado. Lembro-me de pegar esse filme ainda em locadora, lá por 2006, de ter torcido a boca porque pensava ser mais um sexta feira 13 sustinho, porém, fiquei boquiaberta quando imergi na história e descobri o desfecho. Atuações medianas e eficazes, tem Danny Glover para dar status e deu. Enfim, é isso aqui que vale, o primeiro filme da série é uma pérola em que vários filmes tipo A não chegam aos pés, pois cabe talento e empenho. Game over, meu bem. Saw só estava começando e deveria ter parado no segundo filme, pois virou uma sucessão de desastres e comércio
Um Namorado Para Minha Mulher
3.1 163Pode falar o que quiser, gosto de ver filmes em que homens são sacanas e se dão mal o tempo todo, acho que ficou engraçado em todos os sentidos. A Ingrid tem um timing cômico ótimo e sabe fazer de uma cena boba um riso largo.Sua personagem é a representação fiel de como a mulher é vista no casamento por homens quando chega a uma certa idade e tempo de união, chata, feia e desinteressante. Isso é uma realidade porca, mas infelizmente ainda real; a mulher é quem tem que mudar para o casamento ficar legal, o homem pode continuar a coçar o saco e tomar cerveja, ter cabelos brancos e parecer atraente mesmo sem ser. Caco Ciocler tem um personagem desprezível e bem tolo, mas consegue passar essa essência bem, fazendo o contrabalanceamento com a esposa. Já Domingos Ferreira(que saudades, me lembro que fui assistir esse filme no cinema por sorte, pois não é o tipo que eu curto, mas foi um dia antes da morte dele), tá perfeito como o namorado falso mocorongo e dosando humor negro com pastelão. Enfim, é um filme com fortes doses de piadas politicamente incorretas, mas tem que se desligar disso por algum tempo, eu consigo, mas respeito quem não.
O Menino que Descobriu o Vento
4.3 741Eu olho alguns comentários e penso, bela zona de conforto a do menino, ainda bem que ele saiu dela(ironic mode on). Tem gente que utiliza um filme lindo desses pra falar na aceitação da meritocracia em sistemas injustos, muita sacanagem isso! Filme que nos mostra a realidade paupérrima de um lugar e de um povo cercado por ditadores e governantes que nada fazem e onde de fato o vento é uma força rica e o menino é um engenheiro e um cientista em potencial para usar conhecimento labutado a duras penas em meio a esse caos. É um ótimo filme pelo conjunto da obra. Há mérito sim no jovem, mas a todo momento sabia ser exceção onde não dá para ser regra de jeito nenhum e por isso mesmo, lutou pelo povo sabendo das dificuldades de cada um, dos erros e acertos de cada um, sobretudo de seus pais, já que naquela realidade seria praticamente impossível certos feitos como o dele. William Kamkwamba, palmas pra você e Maxwell soube captar a essência com simplicidade.
Durante a Tormenta
4.0 901 Assista AgoraO que me incomoda no cinema espanhol atual e que tá fazendo sucesso com o público brasileiro é que seus longas têm uma certa novelização na trama e na narrativa. Durante a Tormenta tem uma premissa interessante e também desenvolve a história com um certo cuidado, mesmo assim, deixa algumas pontas pra amarrar . O maior mérito é que sabe envolver com o clima de suspense e mesmo a temática não sendo muito original, consegue trabalhar o mistério por trás de um crime, auxiliado por fatos do presente e do passado e por fim, atua algum romance e amor maternal nessa enrolada toda. Adriana Ugarte é muito convincente, tem a dosagem certa na interpretação de uma mulher atordoada com a bagunça de sua vida e angustiada por resolver. Não fiquei super satisfeita com o desfecho, como disse, quando parte para a dramatização faz-se um certo exagero, mas fechou razoavelmente bem e vale a conferida.
Vingança a Sangue Frio
2.7 219 Assista AgoraLiam Neeson deve pegar o roteiro dos filmes e dizer, vamos lá ganhar dinheiro de novo, salvar alguém e vingar mais um filho, porque o povão da pipoca gosta disso. O problema não é fazer alguns filmes como badass, o problema é ficar marcado por esses filmes com mais de 60 anos de idade e parecer que é normal depois de ter vários papéis primorosos em grandes filmes. Eu juro que assisto e me divirto um pouco, mas é meio triste constatar que poderia ser um entretenimento mais consubstanciado, porém se encerra no besteirol de ação.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraEu gostei um tiquinho a menos que Get Out, mas não teve como dar menos de 5 estrelas para o original Jordan Peele. Essa forma dele fazer horror aliada ao roteiro e trama que cria reflexões sociais, filosóficas, psicológicas, políticas não tem pra ninguém hoje em dia, acho o melhor. A atmosfera desconfortante, bizarra muito bem montada e aliviada naturalmente pelo humor é de deixar gente boquiaberta. Queria ter uma câmera me filmando, tenho certeza que foram muitas caras e bocas no cinema. A trilha sonora é um conceito a parte, uma composição própria pra ocasião e pra assustar. É muito detalhe e referência num desfecho precioso, aliás, US é um filme que transcende ao horror como Get Out, é uma experiência ímparl. Fico imaginando como Lupita consegue ser tão linda, aterrorizada e aterrorizadora ao mesmo tempo? Personagem feito pra ela em todos os níveis. O elenco tá afiado, a indigestão tá na mesa e nem a exposição de detalhes finais prejudicou o filme.
A Caminho de Casa
3.6 223 Assista AgoraAlgumas passagens bacanas, outras bregas, mas no geral é um filme gostosinho de se ver. A cachorra é uma fofa e tem situações que dá vontade de levar pra morar com a gente sem pestanejar. Mas, prefiro 4 Vidas de um cachorro, porque pende mais pra comédia e não fica se pegando num dono só. Ah, e a dublagem é sem graça, que vontade de ver o original.
Mandy: Sede de Vingança
3.3 537 Assista AgoraAí você pensa que vai rolar um terror psicológico e de repente a bagaça começa a surtar no sangue, horror e loucura. Eu amo tramas de vingança, pois por trás existe um cabeça bem bolado que resolve bolar metas, mas neste caso, não é uma trama, é um impulso de vingança sem eira nem beira e muito ódio, mas que Cage nos oferta com carinho. Noite vermelha, dias laranjas, cores, desenhos malucos, uma cena fodástica de Red Miller no banheiro; que interpretação, Mr. Nicolas!
sacada boa demais começar a destruição pelos cabeças, os maiorais, os mais temidos e só depois destruir os que se acham servidores do "senhor" e cometem atrocidades em nome desse
O comportamento lento e atônito dos personagens me lembra obras de Lynch e aquela mistura de coisas simbólicas que não deixa saber em que lugar ou tempo se encontra o cenário, além de uma trilha sonora soberba, certas horas achava que o Pink Floyd entraria em palco. Eis uma bizarrice bem feita.
Colette
3.7 171 Assista AgoraPrimeiro, eu não aguento mais ver Keira Knightley vestida com roupas de época e com essa composição. Até acho que ela diferencia razoavelmente os papéis, mas já deu. Segundo, o filme tem um roteiro que segue um formato tão batido de relações entre marido e mulher, muito embora queira parecer que não, esses dilemas sobre roubo de ideias e personalidade, desejo sexual ambíguo, reprimido, desvelado e subvertido, enfim, nem em filmes antigos é mais novidade. Vale mais para mostrar como essa mulher era prafrentex ao seu tempo e como o machismo roubava até as habilidades da mulher pra si, ou seja, não é só repressão é supressão da mulher para tomar dela seu melhor lado frente a sociedade.