Lucas aprendeu com cada erro que cometeu nos dois primeiros filmes. Em vez de uma tediosa conversa sobre comércio, vamos direto para a ação. O filme começa com uma batalha espacial que era alardeada como sendo a mais grandiosa da série. Talvez em número de naves, mas não em emoção. Não que seja ruim, mas nenhum fã esquece o que ocorreu em O Retorno de Jedi, pra mim a melhor e mais bela sequência de ação no espaço da história do cinema. Não é uma questão de tecnologia, e sim de estilo. Mas, voltemos ao filme. A primeira coisa que notei foi que a luta dos Jedis com os robôs (algo que detestei logo de cara nos novos filmes) está mais realista, humana. Os Jedis demonstram um certo desprezo na hora de lutar com as máquinas, e com razão, porque afinal de contas eles são a elite guerreira da galáxia, não têm de ficar perdendo tempo com meros droids! Outra novidade é que muito do estilo visual das lutas foi tirado dos desenhos de Clone Wars, mas não escapa de ter muitas firulas, tipo "concurso pra ver quem gira mais a espada".
O humor sempre foi parte da saga de Star Wars, mas costumava ser um humor juvenil até o maldito Episódio I, onde ficou infantil e demente. Em episódio III voltamos às raízes do humor discreto e realmente divertido, afinal, Lucas nunca escondeu de ninguém que Star Wars é uma Soap Opera inspirada nas matinês, onde tínhamos um pouco de tudo: ação, amor, humor e aventura, nunca se aprofundando realmente em nada. Por isso mesmo a reivindicação de alguns fãs de que a personalidade de Darth Vader poderia ser mais bem explorada não tem cabimento. Achei a conversão de Anakin pro lado negro muito rápida e simplista. Ele apenas ajoelhou diante de Darth Sidious e... bem, a cena cortou, mas imagino que o treinamento não seja nada que vocês estão pensando. Bastava matar crianças que ele se sentia mais forte, mais animado... nada de treinamento em artes ocultas, ou um duelo com sua sombra, como aconteceu com Luke em O Império Contra-Ataca, ou mesmo o mergulho na própria alma, que ocorreu com Anakin na ótima cena da caverna, do desenho Clone Wars. O problema é que Lucas não tem o menor interesse em dirigir atores ou desenvolver personagens, preferindo cuidar da estética e da ação. Hayden Christensen, que faz o Anakin, confirmou que ele faz um papel que chega a ser irritante para a platéia - especialmente para os fãs - mas que ele tem feito exatamente o que Lucas pediu pra ele fazer. Em compensação os diálogos estão muito melhores, e os conseguem atuar mais naturalmente diante da tela azul do que nos dois filmes anteriores.
Algo que não notei durante o filme mas que me revoltou quando me disseram foi que mudaram a legenda do que seria "Lado Negro da Força" para o politicamente correto "Lado sombrio da Força"... argh... por que não avacalham de vez e colocam "lado afro-descendente da Força"?
O Yoda digital andando é simplesmente perfeito. Parece uma criatura velha, limitada, mas com a Força circulando em suas veias. Bem diferente daquele tísico que andava se arrastando no Ep. II. Só que, nos closes, eu ainda prefiro o velho e bom Yoda de borracha :)
Em resumo, eu gostei do filme, foi um final digno para Guerra nas Estrelas, e desta vez Lucas conseguiu fazer um filme muito bom (depois de Episódios I e II, esperar algo excelente seria querer demais).
Após ler os comentários dos críticos, resolvi baixar e asisstir ao filme original ANTES de ver o cover. Foi a melhor coisa que podia ter feito. Tudo bem que o de 1976 é um pouco arrastado no começo, com uma fotografia um pouco ultrapassada (bem esfumaçada), escura para os padrões atuais, mas sinceramente dava pra melhorar tudo isso com os softwares atuais, refazer a edição, acrescentar as cenas iniciais do novo filme (a única coisa que prestou, na minha opinião) e teríamos um filme de Suspense com S maiúsculo.
Na nova refilmagem o suspense foi nitidamente abandonado, e o que sobra de um filme de suspense sem suspense?! Damien não causa terror. A história não foi feita pra causar terror. Só temos então as mortes, e elas conseguem na maioria das vezes serem piores que o original! Exceção feita à
, que ficou muito melhor editada (sempre fiquei imaginando no filme original o porquê do personagem não dar um passinho pra esquerda ou direita, já que teve tanto tempo), todas as outras só revelam o quanto um bom diretor pode fazer toda a diferença. Todos as mortes que ficaram na minha mente no filme original tinham elementos que foram brilhantemente utilizados, como
a mulher quebrar o vidro após se enforcar, ou os peixinhos dourados se debatendo ao lado do corpo, ou a fantástica cena da degola com o vidro, cujo enquadramento terrivelmente lindo foi abandonado em favor de uma morte estúpida (em todos os sentidos).
Outro ponto que se salva no novo filme é que o roteiro ficou mais bem encadeado, sendo removidas algumas inconsistências do roteiro original. Em compensação, procuram explicar DEMAIS a história... aí fica claro como a platéia do cinema emburreceu nesses quase 30 anos... Além do que, perdeu-se TODA a profundidade do personagem do embaixador, pois se no original ele
poderia muito bem se passar por pai adotivo do diabo (já adota o filho com uma mentira, trai a mulher quase na frente dela, é mal-caráter, etc) no novo ele é um banana corretinho
, cortesia também da falta de interpretação do ator.
No final, só consegui me divertir quando vi que quem dá o tiro final é um policial da SWAT, só faltando aparecer a voz metálica "Counter-terrorist wins" para fixar de vez que esta versão é mesmo para a geração Counter-Strike.
Estou realmente cansado de tanta malhação injustificada com 300. Assisti só ontem, e o que era desconfiança se transformou em revolta. Não tem nada de boiolismo explicito, supervalorização dos bíceps e tanquinhos dos espartanos, o Xerxes não é uma bichona louca, nem ataques ao Irã ou todas essas referências que os críticos a-d-o-r-a-m (com afetação, mesmo) botar nos jornais. Afinal, se não fizerem um monte de referências, talvez não paguem o salário nem o valorizem como crítico (que, na mente deles, é algo como um estudioso, literato do cinema). Não sei como gastaram tantas linhas com um filme pra se ver comendo pipoca com os amigos e que foi fielmente transposto de quadrinhos (repito, QUADRINHOS) para as telas. Até o Arnaldo Jabor, que poderia estar mais ocupado com os nossos deputados que resolveram que segunda feira é um dia muito chato pra trabalhar, dana-se a meter o malho no filme. Deve ser um embate entre a Sombra homossexual dele e o superego. O que eu vi - claramente, diga-se de passagem - foi coerente com a entrevista que o diretor deu no Brasil: uma fábula, contada por um soldado espartano (ou seja, com todos os exageros que um soldado tentando motivar seu povo para a guerra comete, mais ou menos como Herotodo, que exagerou o número de persas pra 5 milhões, quando estudiosos dão no máximo 250.000), falando da vinda de um povo totalmente extravagante dos confins do mundo, trazendo animais que nunca viram antes (e por isso que o rinoceronte é tão deformado) e soldados que eram verdadeiros DEMÔNIOS com garras (e isso está retratado literalmente no filme!!!). O próprio Xerxes é um gigante com voz de trovão (que nem está nos quadrinhos!!). Será que isso não é suficiente para os gêniozinhos do cinema perceberem que é um filme de fantasia?
E a crítica ao visual? Minhanossasenhoradaaparecida, que cara mais ignorante em quadrinhos esse Jabor! Esse é o melhor e mais perfeito retrato de uma HQ que eu já vi na vida, batendo até Sin City! Fique em estado de êxtase o tempo todo, cada cena é uma pintura (de graphic novel, que fique claro) e quem leu os quadrinhos vai se deliciar!! Até nos planos, quando Leonidas está lutando, a cena congela (como um quadrinho) em momentos-chave, tudo estilizado, com o sangue espirrando da mesma forma que nos quadrinhos, e com a cor (magnífica, soberba) usada por Lynn Varley (esposa de Miller). Tem até a narração em off! Só falta mesmo o balão! Os "penhascos góticos laranjas e azuis" que Jabor chama de "horrendas aquarelas de sub-acadêmicos" são a mais alta expressão de arte da cultura pop dos 90, as graphic novels (aliás, foi essa dupla que definiu como se deve "ser" uma graphic novel).
E as críticas que o filme é fascista, valorizador da eugenia? Caramba, THIS IS SPARTA! O cara grita isso o tempo todo nos trailers e não perceberam??!! Em Esparta o ser humano é propriedade do estado! Não culpem o Miller, culpem a história! É um espartano contando, lembra??! Os persas (inimigos) só podiam ser feios e deformados, mesmo! O diretor ainda foi muito gente-boa, colocando um Arcadiano pra representar o bom-senso, pra abanar a cabeça e dizer "isso é insano" (por falar em insanidade, dá pra ver várias vezes um olhar de louco nos olhos de Leônidas e de alguns guerreiros), e lembrar que ELES são um tipo diferente dos demais. Até pra falar do cabelo rastafari do mensageiro persa (nos quadrinhos) falaram! E esqueceram que nos mesmos quadrinhos os espartanos usavam quase o mesmo tipo de pentado. Sem falar que os Imortais são parecidos com Ninjas (uma paixão de Miller), o que é totalmente disassociado da história real. Enfim, esse é o 300 de Esparta de MILLER, QUADRINHOS, nada mais, e esse filme é a melhor TRANSCRIÇÃO (embora eu prefira a ADAPTAÇÃO "Batman Begins") de um quadrinho para a tela e é a partir dai que o filme deveria ser analisado. Qualquer tentativa em contrário é procurar pêlo em ovo, e vai cair no ridículo que foram os Iranianos dizerem que esse filme é parte de uma conspiração contra eles...
Sabe Sinais, do diretor Night Shyamalan? Tem uma cena no porão em que ele faz uma homenagem (ou cópia descarada) ao ritmo de suspense e direção de Spielberg. E não é que Spielberg resolveu fazer um filme de alienígenas que usa intensamente esses elementos "spielberguianos"? Nirvana para os cinéfilos por 2 horas! Spielberg tem o dom de segurar a platéia pelo estômago, e qualquer bobagem parece emocionante, como uma cena em que os personagens discutem no carro enquanto correm na auto-estrada. Outra coisa que se sobressai são os ângulos de câmera inusitados ao retratar os Tripods, como no reflexo do vidro de um carro, através do visor de uma câmera de vídeo ou da janela de um porão. Imagens só possíveis (e críveis) graças aos efeitos visuais irretocáveis e que - algo inovador em um blockbuster de ficção - estão sempre em segundo plano (volto a repetir: desde o filme Cruzada que estamos diante de um novo marco técnico em efeitos visuais... o veterano Dennis Murren se candidata para mais um Oscar).
O tema principal (invasão de alienígenas) é bem fraco, até porque a história original é simplória. Mas algo muito legal que acrescentaram foi a dimensão humana da história, enfocando em COMO as pessoas reagem à invasão. Não é preciso ser bem informado pra ver como Spielberg tirou partido dessa premissa pra fazer um paralelo com o 11 de setembro, no quanto as pessoas estão despreparadas pra encarar um ataque externo em sua própria terra (algo que nunca tinha acontecido em grande escala até 11/09/01), e como a natureza humana se revela na busca pela sobrevivência (o personagem de Tom Cruise está perfeito como alguém humano, arrogante e egoísta, e não como um herói que se espera de um filme de ação). Tim Robbins está excelente como o norte-americano médio, do tipo paranóico, que transpira guerra, andando com uma arma na mão o tempo todo. Tão envolvido fica em suas elucubrações que esquece da sua real situação.
Este é um filme de Spielberg, portanto, temos a relação pai/filhos acentuada, e veremos muitas coisas pelos olhos de uma criança (um adolescente e uma garotinha que, por sinal, tem as melhores e mais dramáticas cenas do filme). Os aliens são apenas figurantes.
Simplesmente o melhor filme já feito a partir de um game, porque dessa vez eles FINALMENTE seguiram a fórmula do em time que está ganhando não se mexe!
Final Fantasy é o nome de uma série de jogos pra videogames que iniciou-se em 1987 no Nintendo 8-bit. Foi criado pela Square, uma produtora de games que estava à beira da falência e resolveu apostar tudo neste último jogo (cujo nome já anunciava: A fantasia final). A aposta foi um sucesso. Na verdade, um dos maiores sucessos do mundo dos videogames (só perdendo pra Mario Bros).
Ironicamente, a série que tirou a Square da falência quase a leva à destruição, em 2001, quando ela investiu tudo no filme Final Fantasy: The Spirits Within. Quatro anos foram gastos, e investimentos altíssimos em computadores e mão-de-obra não se pagaram devido ao fracasso do filme, que não encontrou abrigo entre os fãs da série nem com o público que vai ao cinema para comer pipoca (que achou o filme cabeça demais). Final Fantasy Spirits... foi um marco tecnológico no cinema em termos de realismo da computação gráfica, mas sua história foi formatada para tentar agradar o público ocidental, o que acabou resultando em algo tão falso quanto um japonês tentando se passar por um inglês. A Square escapou novamente da falência lançando vários jogos "Final Fantasy caça-níquel" e juntando-se à produtora de jogos Enix.
Mas, desta vez a Square aprendeu a lição, e resolveu pegar seus personagens mais cativantes e mais queridos pelos fãs de toda a série Final Fantasy (o jogo de nº 7) para fazer um curta-metragem em computação gráfica de 20 minutos. Ficou tão bom, e o projeto foi tão comentado pelos fãs, que antes mesmo de lançar a público eles resolveram que deveriam fazer disso um longa de 100 minutos em computação gráfica, com uma história mais complexa, que se passa 2 anos após o fim do jogo. Surgiu daí Final Fantasy VII: Advent Child.
Graças ao filme-fracasso e à larga experiência aplicada nos filminhos de abertura, final e intervalo dos jogos pra Playstation 1 & 2, a Square pegou um know-how em computação gráfica que não pode ser superado nem pela Disney ou Pixar. Em vez de usar animadores dos EUA, como no filme anterior, aproveitaram todo o time japonês, a começar pelo diretor Tetsuya Nomura e o co-diretor Moto Sakakibara, que dirigiu os filminhos em CG de FF7 e FF8 e também co-dirigiu o primeiro longa Final Fantasy. O design dos personagens segue o do jogo, e a abordagem, dessa vez, foi usar personagens em CG que não pareçam tão reais assim, mantendo as características do traço japonês, como cabelos espetados e olhos grandes e coloridos.
Já as roupas, as texturas, o cenário, tudo é assustadoramente REAL, não só do ponto de vista visual, como sonoro! Aliás, o som é algo que deve ser apreciado no máximo volume possível, com caixas de som surround, pois se beneficia da nova tecnologia THX pm3, especial para salas pequenas, o que talvez explique o porquê dos canais posteriores nunca terem sido tão bem usados num filme quanto foram nesse! Outra decisão acertada do time de criação foi subverter as leis da física nas lutas, no melhor estilo anime, com batalhas de tirar o fôlego (NÃO PISQUEM!). E, desta vez, temos uma narrativa tipicamente japonesa para contar a história, que é mais sombria, pessimista, não muito explicadinha. Afinal, quem precisa de Hollywood?
Enfim, os caras mostraram ao mundo que dominam o que fazem! Acho que eles olharam pra Matrix 2 e 3 e disseram: "QUE M$R#@ é essa?! Podemos fazer melhor que isso!". E fizeram... em algumas cenas, como a da auto-estrada, as comparações com Matrix Reloaded saltam aos olhos, principalmente pelo ESTILO e BELEZA da composição, aliadas ao RITMO e INTENSIDADE da ação, coisa que faltou miseravelmente em Matrix... é, Irmãos Wachowski... vocês ainda têm muito o que aprender com os japoneses...
Toques de saudosismo e bom-humor pontuam o filme, como o celular que toca a fanfarra de vitória - do jogo! - após uma luta, e os diálogos nonsense que os agentes da Shinra trocam entre si. Mas o que vai ficar mesmo na memória são o visual das cenas... cada uma delas é um show, um deleite visual que só o controle absoluto das cores e fotografia em computação gráfica poderia proporcionar. E a música, que FINALMENTE é de Nobuo Uematsu, um dos veteranos e mestres da composição nos games. O cara tem a habilidade de fazer músicas que ficam na memória por anos e parecem que foram feitas EXATAMENTE pra AQUELE personagem NAQUELA situação. Como na música "Divinity", que ele fez pra batalha com o Bahamut, que possui um coral gótico que cria um clima de tensão e grandiosidade melhor do que a música que John Williams fez pra batalha com Darth Maul em Star Wars: Episódio I. E o que dizer da música "The promissed land", que toca em um momento de tristeza e alívio ao mesmo tempo?
A história envolve a filosofia sobre a vida, a morte e o perdão para si mesmo. Foi feita para os FÃS que já terminaram o jogo, e quem não conhece a história toda (como eu, que só terminei o primeiro CD) vai voar um pouco em algumas cenas. Mas não tira a beleza e a sensibilidade com que foi dirigida. Materialistas tenderão a ignorar as aparições de Aerith, encarando-as apenas como fruto da imaginação do personagem principal (Cloud), mas a certeza japonesa da vida após a morte e a interação com os "vivos" está muito bem retratada neste filme. As expressões faciais são incrivelmente realistas, assim como os olhos, que parecem ter vida própria!! A sutileza do rosto de Cloud na última cena me levou quase às lágrimas, pois apenas com essa expressão transmitia-se todo o desfecho psicológico da trama, que, apesar das lutas, nada mais é do que a busca de Cloud pelo próprio perdão.
O curta chama-se "O destino de Miguel", aparentemente feito por um diretor da Globo que reuniu um grupo de atores para fazer uma brincadeira interna: redublar trechos do filme "Shakespeare Apaixonado", contando uma nova e comovente história, que é a de Miguel, um sujeito obcecado cujo único proposito na vida é o de comer a cidade inteira.
Isso mesmo. E ele não é um canibal...
Para isso foi reunido um grande elenco, que inclui o pessoal do SEXO FRÁGIL (Lázaro Ramos e outros), Aramis Trindade, Igor Cavalera, Sidney Magal, entre outros. E o resultado (graças a Deus) vazou na internet.
O filme traz cenas antológicas, que se fundem (no bom sentido) com a expressão dos personagens, como na cena do padre e na que Miguel vai atrás do Governador...
O MAKING-OF
Alguém conseguiu falar com um dos criadores da coisa para saber como foi a idéia de fazer algo tão original:
"Eu e meu grande amigo andré descobrimos que passamos pela mesma experiência religiosa na nossa adolescencia... assistir a uma fica super tosca com umas dublagens.. essa fita rolou pelo brasil todo.. era hilário.. aí, o andré e o zéu britto fizeram uma dublagem de um 5 minutos do senhor dos aneis.. só que bem toscão também.. ligaram o microfone e ficavam passando de mão em mão pra falar besteira inventada na hora... e sem efeitos sonoros e tal... mas mesmo assim super engraçado.. aí eu juntei no andré e disse "putz, temos que fazer isso... só q a gente tem que usar as nossas abilidades de produção pra fazer ficar profissional" (eu e o andré somos produtores musicais)...aí ele topou na hora e nós começamos a escolher o filme... aí eu levei o sheakespeare apaixonado pro andré ver e ficou claro q era o filme perfeito!!.. aí montamos a base aqui no meu estúdio e fomos chamando os nossos "amigos"... das pessoas q "trabalharam" no filme apenas o sidney magal foi chamado no esquema que vc citou acima (chegar pra ele e perguntar na cara dura).. mas ele foi o mais gente boa e aceitou na hora... o cara pirou na ideia... enfim... mas a maioria, vei aqui em casa no estudio gravar suas "falas"... os outros gravaram no powerbook do andré (tipo o caetano e tal)... e quanto ao "roteiro"... eu e o andré inventamos a história e cada um que vinha dava o seu "toque pessoal".. não era um texto pronto... a gente ia fazendo enquanto gravava (o q é muito mais divertido)... aí depois nós fizemos a sonoplastia (sons de passos, papel, agua, espadas e etc...) e colocamos a trilha sonora (cuidadosamente escolhida) ... aí, nós chamamos o hugo para re-editar por cima da edição q eu fiz, a partir do DVD do filme (a edição que eu fiz foi com baixa resolução de imagem)... e foi isso... esse foi o 'making of o destino de miguel' ".
A Segunda Guerra Mundial fascina milhões de pessoas ao redor do globo, especialmente as novas gerações, que hoje podem participar de recriações meticulosas das batalhas graças a jogos como Close Combate, Medal of Honor e Brothers In Arms. Mas o que ressuscitou o interesse pelo assunto foi mesmo o filme de Steven Spielberg, O resgate do Soldado Ryan, que elevou o filme de guerra a um novo patamar de realismo e narrativa visual recriando o estilo do documentário de guerra. Na esteira do sucesso vieram vários documentários autênticos, muitos relançados de outras épocas, muitos feitos com recursos de computação gráfica, mas indubitavelmente a série de maior prestígio no mundo sobre a Segunda Guerra Mundial é uma bem "simples", sem reconstituição, sem investigação, somente com testemunhas e a narração elegante e desapaixonada de Laurence Olivier. Chama-se "O Mundo em Guerra" (The World at War) e passou na TV aberta brasileira há décadas (e no canal GNT mais recentemente).
A idéia nasceu no princípio de 1971 e, quando começou a ser posta em prática, os produtores da Thames Television, uma estação privada com sede em Londres, jamais poderiam imaginar que estavam criando a mais reverenciada série documental sobre a II Guerra Mundial. Nos dois anos seguintes, uma equipe multidisciplinar revisou 914 Km de filmes em arquivos espalhados por 18 países e recolheu 314 km de novo material. Em Outubro de 1973 é apresentado finalmente o primeiro capítulo da série (no interior da Alemanha) e a prova do seu sucesso mediu-se de imediato pelo interesse que suscitou em todo o mundo, com estações de 100 países a encomendarem a obra para transmissão.
Não é difícil explicar as razões que levaram "O Mundo em Guerra" a ganhar prêmios internacionais (entre os quais um Emmy) e a tornar-se uma obra de referência na história do documentário. Porque, sendo uma obra dedicada ao mais mortífero conflito da história mundial, não se circunscreve aos relatos dos atores principais: são entrevistados personagens como Albert Speer ou a dona de casa que resistiu à fome e ao frio nos mil dias de cerco de Leningado. Sem esquecer a estratégia militar dos beligerantes nem as façanhas dos generais, a série preocupa-se em citar os relatos dos soldados da frente. Esta forma de encarar a guerra nas duas diferentes dimensões e experiências torna esse documento imprescindível para se compreender as causas e as consequências de um conflito que provocou mais de 50 milhões de mortes entre Setembro de 1939 e Agosto de 1945.
Cada capítulo cobre um ponto-chave da guerra, começando com a ascenção da Alemanha e terminando com a descoberta pelo mundo do horror de Auschwitz. Ênfase também é dada na cobertura dos enventos do modo como ocorreram dentro da Alemanha, URSS, Inglaterra, USA e Japão, com a propaganda e a ideologia da época, nos fazendo ver cenas até então impensáveis, como os simpatizantes de Hitler organizando grandes reuniões nos moldes nazistas dentro dos EUA, pregando o nacionalismo de forma exarcebada.
A narração de cada episódio é do consagrado ator shakespereano Laurence Olivier. O "box" é imperdível para fãs da 2ª guerra, pois além dos episódios, a coleção proporciona 12 horas de extras que incluem biografias dos principais líderes, mapas, uma galeria de fotos do Museu Imperial de Guerra de Londres e vários gráficos. Uma obra-prima, indispensável para se compreender um dos acontecimentos mais marcantes da História da humanidade.
Há muito, muito tempo, quando eu era um garoto, jurava que tinha visto de madrugada, na TV, um filme sobre um casal que se separava quando crianças, e se reencontram após adultos, no triângulo das Bermudas. A mulher usava o tempo todo um maiô preto, e há uma tartaruga marinha gigante que afunda um barco. Não vou contar tudo senão estraga, mas o roteiro de suspense (do tipo antigo, que deixa você ressabiado por um bom tempo depois de terminado o filme) e suas aterradoras revelações finais causaram uma grande impressão em minha mente, assim como alguns filmes clássicos daquela época (Caça Fantasmas, Krull, Goonies, Exorcista) só que, diferentemente dos filmes citados, o da tartaruga, pra todos os efeitos, simplesmente não existia. Vários anos após eu perguntava às pessoas: "vocês viram aquele filme da tartaruga gigante e da mulher de maiô?" e ninguém, por mais que gostasse de cinema, tinha ouvido falar dele.
Forçando minha memória pra tentar lembrar mais coisas do filme, fiquei noiado com o fato de que, muito provavelmente, os adultos (na casa onde eu estava) estivessem fumando maconha, o que me levou a tecer a hipótese de que eu devia ter estado sob efeito da fumaça alucinógena e imaginado tudo aquilo. Mas era um pensamento muito perturbador pra mim que eu, em tenra idade, tivesse imaginado um roteiro de filme assim, então continuei procurando. Vários anos se passaram, enquanto à noite, ocasionalmente fragmentos do filme assolavam minha mente, como se ele fosse um fantasma pedindo pra ser resgatado do limbo. Em uma dessas ocasiões, com o advento do Google, passei o dia pesquisando na internet palavras-chave que pudessem remeter ao (possível) filme. Foi difícil, mas descobri!!
E fiquei em choque. Ao ler a página, vi que era um relato de um cara também obcecado em descobrir que filme que ele viu quando garoto - e que ninguém mais tinha visto! E era o mesmo filme da tartaruga! Coincidência demais? Sim, mas não é só! Ele conta que OUTRAS pessoas também procuram esse mesmo Graal, e descreve o momento em que ele achou uma dessas pessoas como se fosse a cena "Contatos Imediatos do 3º grau", onde completos estranhos compartilham a mesma obsessão por uma montanha em especial. E era exatamente assim que eu me sentia naquele momento! Estava conectado a algo maior, que escapava do racional, independente da nacionalidade. As palavras que ele usou pra descrever essas pessoas - "haunted by this flick" - definiam com absoluta clareza meu estado de espírito até então. E, graças ao artigo que ele escreveu, o mesmo descobriu mais e mais pessoas que se perguntavam se seriam as únicas a terem visto esse filme.
Graças a ele, descobri que o nome do filme é "The Bermuda depths", feito em 1978 especialmente pra TV por um cineasta japonês, estrelando Burl Ives, Carl Weathers (mais conhecido como Apollo - O doutrinador), e Connie Selleca como a "mulher do maiô".
Oh, Deus. Dá pra ver o dedo de George Lucas em todo lugar. No uso intenso e irritante da trilha sonora (horrível) de Terence Blanchard (e ainda termine com "Deus salve a América") à completa falta de sutileza, diálogos infantis e péssimas atuações dos atores de apoio (geralmente os "brancos"). Mas nem tudo está perdido porque as cenas de ação são muito bem feitas (embora não empolguem) e a recriação da época também. Nas mãos de um bom diretor e produtor esse filme seria realmente comovente e bom. Seria...
Esse documentário mata saudades tanto do Chacrinha, quanto das Chacretes e do Documento Especial (da finada Manchete). Reside neste último aspecto o "charme" (que muitos verão como defeito) do documentário. Ora, quem conhece o programa do Chacrinha sabe que aquilo lá era uma zorra, uma experiência imprevisível, trash, anárquica e humilhante. Assim é o documentário, como se tivesse sido produzido e dirigido pelo Velho Guerreiro. Vemos à fundo a decadência das chacretes, o trauma dos calouros, os artistas saudosos de um jeito que não vemos, por exemplo, se estivessem falando pro videoshow. Um belo registro de uma época que se foi e não existiria no mundo politicamente correto de hoje.
Quem gostou de Goonies vai curtir esse filme, pois tem toda a aventura, a ingenuidade, o companheirismo na adversidade que Goonies tem, sem apelações, sem concessões ao humor barato de hoje.
14 de dezembro de 2012: O dia em que testemunhamos Peter Jackson perder a mão (e um braço) na direção de um filme de Tolkien. O Hobbit é longo, enfadonho, não empolga e só traz de volta a magia dos filmes anteriores quando aparece o Gollum e as belas tomadas aéreas da Terra Média.
Os 48fps não ajudam muito no campo de disfarçar as imperfeições da computação gráfica nas cenas de batalha (dá pra notar claramente que são bonequinhos em CG). Tudo parece um tanto acelerado demais, e deixaram as belas cidades da Terra Média com cara de maquete. Onde os 48fps se destacam são justamente nas panorâmicas belíssimas da Nova Zelândia e em Rivendel, e também nas cenas de chuva. O nível de nitidez da imagem é surpreendente, e você sente como nunca a textura das pedras, roupas e quase dá pra sentir o peso da espada. Mas a movimentação das cenas de ação ficou esquisita. A fotografia do filme, talvez por conta da técnica dos 48fps, ficou muito clara, muito chapada, com tudo em foco e com uma COMPLETA absência de atmosfera. Parece que tudo foi filmado em estúdio (e na maioria das cenas foi mesmo) sem nenhuma poeirinha e com uma luz bem forte em cima. Como um amigo falou, ficou com cara de Trapalhões misturado com Emmanuele. A imensa maioria das cenas "externas" foi gravada em estúdio, caramba. Nos outros Senhor dos Anéis eles gravaram do lado de fora, mesmo! Em O Hobbit abunda falsos pôr do Sol que lembram a cena mais fake de Titanic, que é o pôr do Sol pintado na proa do navio. Pra piorar a luminosidade da tela do cinema 3D do Shopping Recife estava baixa (em comparação com o do Plaza, pelo menos) e deixava tudo sem um bom contraste. O som nem se fala. Baixo, e quase não havia som nas caixas laterais. Algumas pessoas que foram comigo dormiram no meio do filme, e não posso culpá-las. Eu me peguei desejando que acabasse logo, porque estava se tornando cansativo. Daria pra cortar 1 hora de filme FÁCIL, e não ia perder nada do livro, já que muito do material foi inventado (repito, INVENTADO) pra encher linguiça.
E a perseguição dos cachorros a Radagast? Praticamente 15 minutos de filme que podiam ser resumidos em 3, já que sabíamos que nada ia acontecer com os anões, ninguém ia morrer rasgado pelos cachorros, nem nada. A mesma coisa da cena das árvores: não dava pra ficar aflito com nada ali, pois nem um personagem sequer parecia REALMENTE em apuros.
Não era aflitivo! Isso é problema de direção, caramba! Nós sabemos que Indiana Jones não vai morrer, e ainda assim ficamos aflitos por ele. Sabemos que James Bond não vai morrer, e curtimos as cenas de perigo SENTINDO perigo. E isso não acontece em O Hobbit. Talvez o fato de Peter Jackson ter dado as cenas de ação (como segundo diretor) a Andy Serkins não tenha ajudado em nada. Mas King Kong foi um (mau) presságio do que poderia acontecer (e aconteceu) com o Hobbit.
Esse foi o filme que lançou Stephen Chow pro mundo. Existem os filmes em que você ri, existem os engraçados, os muito engraçados e o Shaolin Soccer. Esse filme está num patamar que só "Corra que a Polícia vem aí" e "Apertem os Cintos, o piloto sumiu" chegaram.
O México tem Roberto Bolaños, o Brasil tem Renato Aragão e Hong Kong tem Stephen Chow. Todos são gênios da comédia besteirol, com seus altos e baixos. E os três têm a característica de usar a mesma turma em seus trabalhos. O que verão em God of Cookery é um dos pontos mais altos da carreira de um gênio, tão bom quanto Shaolin Soccer e com cenas que ficarão em sua memória pra sempre. É uma pena que God of Cookery não tenha sequer legendas no Brasil. PS: O gordinho engravatado lembra demais o visual do PSY.
O filme de herói mais doente que você vai ver. Um Batman sem grana e fracassado, com violência ultra-realista. Se for olhar como uma crítica, até que é divertido.
O que aconteceria de fato se uma pessoa normal conseguisse poderes. Muito bem filmado, com boa narrativa, cenas de ação muito boas no final, mas a conclusão eu achei um pouco sem brilho, não teve realmente um clímax, talvez pelo estilo documentário, mesmo, que não favorece grandes cortes ou música de fundo pra dar clima. Ainda sim um bom filme.
Cara, esse filme causou um impacto na minha vida pré-adolescente. Um mulheraço desses, naves espaciais, gore, apocalipse zumbi, terror, raios cortando o céu... isso é mais do que qualquer um podia pedir na época. E vendo o trailer o filme parece bom até hoje (descontando a tosquice dos bonecos, claro).
James Cameron foi o primeiro cara a fazer uma sequência que é tão boa quanto o primeiro, em alguns aspectos até mesmo superando (mérito que alguns fãs atribuem a O Poderoso Chefão Parte II). Seja como for, Cameron foi inteligente em não ir na mesma vibe do primeiro, e fazer um outro estilo de filme, só que respeitando o clima, o personagem, e muito dos elementos visuais do filme de Ridley Scott. Cameron nasceu pra esse tipo de filme, e consegue imprimir um ritmo e uma tensão que fazem esse filme simplesmente não envelhecer, algo que é muito difícil, especialmente no gênero ação/ficção científica.
"Somente após uma desgraça conseguirá despertar Somente depois de perder tudo, poderá fazer o que quiser Nada é estático Tudo é movimento E tudo esta desmoronando Esta é sua vida Melhor do que isso não pode ficar"
Clube da Luta é uma filosofia de vida, um retiro pra dentro de você mesmo. Uma ótima análise, com frases do filme, se encontra aqui
Star Wars, Episódio III: A Vingança dos Sith
4.1 1,1K Assista AgoraLucas aprendeu com cada erro que cometeu nos dois primeiros filmes. Em vez de uma tediosa conversa sobre comércio, vamos direto para a ação. O filme começa com uma batalha espacial que era alardeada como sendo a mais grandiosa da série. Talvez em número de naves, mas não em emoção. Não que seja ruim, mas nenhum fã esquece o que ocorreu em O Retorno de Jedi, pra mim a melhor e mais bela sequência de ação no espaço da história do cinema. Não é uma questão de tecnologia, e sim de estilo. Mas, voltemos ao filme. A primeira coisa que notei foi que a luta dos Jedis com os robôs (algo que detestei logo de cara nos novos filmes) está mais realista, humana. Os Jedis demonstram um certo desprezo na hora de lutar com as máquinas, e com razão, porque afinal de contas eles são a elite guerreira da galáxia, não têm de ficar perdendo tempo com meros droids! Outra novidade é que muito do estilo visual das lutas foi tirado dos desenhos de Clone Wars, mas não escapa de ter muitas firulas, tipo "concurso pra ver quem gira mais a espada".
O humor sempre foi parte da saga de Star Wars, mas costumava ser um humor juvenil até o maldito Episódio I, onde ficou infantil e demente. Em episódio III voltamos às raízes do humor discreto e realmente divertido, afinal, Lucas nunca escondeu de ninguém que Star Wars é uma Soap Opera inspirada nas matinês, onde tínhamos um pouco de tudo: ação, amor, humor e aventura, nunca se aprofundando realmente em nada. Por isso mesmo a reivindicação de alguns fãs de que a personalidade de Darth Vader poderia ser mais bem explorada não tem cabimento. Achei a conversão de Anakin pro lado negro muito rápida e simplista. Ele apenas ajoelhou diante de Darth Sidious e... bem, a cena cortou, mas imagino que o treinamento não seja nada que vocês estão pensando. Bastava matar crianças que ele se sentia mais forte, mais animado... nada de treinamento em artes ocultas, ou um duelo com sua sombra, como aconteceu com Luke em O Império Contra-Ataca, ou mesmo o mergulho na própria alma, que ocorreu com Anakin na ótima cena da caverna, do desenho Clone Wars. O problema é que Lucas não tem o menor interesse em dirigir atores ou desenvolver personagens, preferindo cuidar da estética e da ação. Hayden Christensen, que faz o Anakin, confirmou que ele faz um papel que chega a ser irritante para a platéia - especialmente para os fãs - mas que ele tem feito exatamente o que Lucas pediu pra ele fazer. Em compensação os diálogos estão muito melhores, e os conseguem atuar mais naturalmente diante da tela azul do que nos dois filmes anteriores.
Algo que não notei durante o filme mas que me revoltou quando me disseram foi que mudaram a legenda do que seria "Lado Negro da Força" para o politicamente correto "Lado sombrio da Força"... argh... por que não avacalham de vez e colocam "lado afro-descendente da Força"?
O Yoda digital andando é simplesmente perfeito. Parece uma criatura velha, limitada, mas com a Força circulando em suas veias. Bem diferente daquele tísico que andava se arrastando no Ep. II. Só que, nos closes, eu ainda prefiro o velho e bom Yoda de borracha :)
Em resumo, eu gostei do filme, foi um final digno para Guerra nas Estrelas, e desta vez Lucas conseguiu fazer um filme muito bom (depois de Episódios I e II, esperar algo excelente seria querer demais).
A Profecia
3.0 444 Assista AgoraApós ler os comentários dos críticos, resolvi baixar e asisstir ao filme original ANTES de ver o cover. Foi a melhor coisa que podia ter feito. Tudo bem que o de 1976 é um pouco arrastado no começo, com uma fotografia um pouco ultrapassada (bem esfumaçada), escura para os padrões atuais, mas sinceramente dava pra melhorar tudo isso com os softwares atuais, refazer a edição, acrescentar as cenas iniciais do novo filme (a única coisa que prestou, na minha opinião) e teríamos um filme de Suspense com S maiúsculo.
Na nova refilmagem o suspense foi nitidamente abandonado, e o que sobra de um filme de suspense sem suspense?! Damien não causa terror. A história não foi feita pra causar terror. Só temos então as mortes, e elas conseguem na maioria das vezes serem piores que o original! Exceção feita à
morte por empalamento
a mulher quebrar o vidro após se enforcar, ou os peixinhos dourados se debatendo ao lado do corpo, ou a fantástica cena da degola com o vidro, cujo enquadramento terrivelmente lindo foi abandonado em favor de uma morte estúpida (em todos os sentidos).
Outro ponto que se salva no novo filme é que o roteiro ficou mais bem encadeado, sendo removidas algumas inconsistências do roteiro original. Em compensação, procuram explicar DEMAIS a história... aí fica claro como a platéia do cinema emburreceu nesses quase 30 anos... Além do que, perdeu-se TODA a profundidade do personagem do embaixador, pois se no original ele
poderia muito bem se passar por pai adotivo do diabo (já adota o filho com uma mentira, trai a mulher quase na frente dela, é mal-caráter, etc) no novo ele é um banana corretinho
No final, só consegui me divertir quando vi que quem dá o tiro final é um policial da SWAT, só faltando aparecer a voz metálica "Counter-terrorist wins" para fixar de vez que esta versão é mesmo para a geração Counter-Strike.
300
3.8 1,7K Assista AgoraEstou realmente cansado de tanta malhação injustificada com 300. Assisti só ontem, e o que era desconfiança se transformou em revolta. Não tem nada de boiolismo explicito, supervalorização dos bíceps e tanquinhos dos espartanos, o Xerxes não é uma bichona louca, nem ataques ao Irã ou todas essas referências que os críticos a-d-o-r-a-m (com afetação, mesmo) botar nos jornais. Afinal, se não fizerem um monte de referências, talvez não paguem o salário nem o valorizem como crítico (que, na mente deles, é algo como um estudioso, literato do cinema). Não sei como gastaram tantas linhas com um filme pra se ver comendo pipoca com os amigos e que foi fielmente transposto de quadrinhos (repito, QUADRINHOS) para as telas. Até o Arnaldo Jabor, que poderia estar mais ocupado com os nossos deputados que resolveram que segunda feira é um dia muito chato pra trabalhar, dana-se a meter o malho no filme. Deve ser um embate entre a Sombra homossexual dele e o superego. O que eu vi - claramente, diga-se de passagem - foi coerente com a entrevista que o diretor deu no Brasil: uma fábula, contada por um soldado espartano (ou seja, com todos os exageros que um soldado tentando motivar seu povo para a guerra comete, mais ou menos como Herotodo, que exagerou o número de persas pra 5 milhões, quando estudiosos dão no máximo 250.000), falando da vinda de um povo totalmente extravagante dos confins do mundo, trazendo animais que nunca viram antes (e por isso que o rinoceronte é tão deformado) e soldados que eram verdadeiros DEMÔNIOS com garras (e isso está retratado literalmente no filme!!!). O próprio Xerxes é um gigante com voz de trovão (que nem está nos quadrinhos!!). Será que isso não é suficiente para os gêniozinhos do cinema perceberem que é um filme de fantasia?
E a crítica ao visual? Minhanossasenhoradaaparecida, que cara mais ignorante em quadrinhos esse Jabor! Esse é o melhor e mais perfeito retrato de uma HQ que eu já vi na vida, batendo até Sin City! Fique em estado de êxtase o tempo todo, cada cena é uma pintura (de graphic novel, que fique claro) e quem leu os quadrinhos vai se deliciar!! Até nos planos, quando Leonidas está lutando, a cena congela (como um quadrinho) em momentos-chave, tudo estilizado, com o sangue espirrando da mesma forma que nos quadrinhos, e com a cor (magnífica, soberba) usada por Lynn Varley (esposa de Miller). Tem até a narração em off! Só falta mesmo o balão! Os "penhascos góticos laranjas e azuis" que Jabor chama de "horrendas aquarelas de sub-acadêmicos" são a mais alta expressão de arte da cultura pop dos 90, as graphic novels (aliás, foi essa dupla que definiu como se deve "ser" uma graphic novel).
E as críticas que o filme é fascista, valorizador da eugenia? Caramba, THIS IS SPARTA! O cara grita isso o tempo todo nos trailers e não perceberam??!! Em Esparta o ser humano é propriedade do estado! Não culpem o Miller, culpem a história! É um espartano contando, lembra??! Os persas (inimigos) só podiam ser feios e deformados, mesmo! O diretor ainda foi muito gente-boa, colocando um Arcadiano pra representar o bom-senso, pra abanar a cabeça e dizer "isso é insano" (por falar em insanidade, dá pra ver várias vezes um olhar de louco nos olhos de Leônidas e de alguns guerreiros), e lembrar que ELES são um tipo diferente dos demais. Até pra falar do cabelo rastafari do mensageiro persa (nos quadrinhos) falaram! E esqueceram que nos mesmos quadrinhos os espartanos usavam quase o mesmo tipo de pentado. Sem falar que os Imortais são parecidos com Ninjas (uma paixão de Miller), o que é totalmente disassociado da história real. Enfim, esse é o 300 de Esparta de MILLER, QUADRINHOS, nada mais, e esse filme é a melhor TRANSCRIÇÃO (embora eu prefira a ADAPTAÇÃO "Batman Begins") de um quadrinho para a tela e é a partir dai que o filme deveria ser analisado. Qualquer tentativa em contrário é procurar pêlo em ovo, e vai cair no ridículo que foram os Iranianos dizerem que esse filme é parte de uma conspiração contra eles...
Guerra dos Mundos
3.2 1,3K Assista AgoraSabe Sinais, do diretor Night Shyamalan? Tem uma cena no porão em que ele faz uma homenagem (ou cópia descarada) ao ritmo de suspense e direção de Spielberg. E não é que Spielberg resolveu fazer um filme de alienígenas que usa intensamente esses elementos "spielberguianos"? Nirvana para os cinéfilos por 2 horas! Spielberg tem o dom de segurar a platéia pelo estômago, e qualquer bobagem parece emocionante, como uma cena em que os personagens discutem no carro enquanto correm na auto-estrada. Outra coisa que se sobressai são os ângulos de câmera inusitados ao retratar os Tripods, como no reflexo do vidro de um carro, através do visor de uma câmera de vídeo ou da janela de um porão. Imagens só possíveis (e críveis) graças aos efeitos visuais irretocáveis e que - algo inovador em um blockbuster de ficção - estão sempre em segundo plano (volto a repetir: desde o filme Cruzada que estamos diante de um novo marco técnico em efeitos visuais... o veterano Dennis Murren se candidata para mais um Oscar).
O tema principal (invasão de alienígenas) é bem fraco, até porque a história original é simplória. Mas algo muito legal que acrescentaram foi a dimensão humana da história, enfocando em COMO as pessoas reagem à invasão. Não é preciso ser bem informado pra ver como Spielberg tirou partido dessa premissa pra fazer um paralelo com o 11 de setembro, no quanto as pessoas estão despreparadas pra encarar um ataque externo em sua própria terra (algo que nunca tinha acontecido em grande escala até 11/09/01), e como a natureza humana se revela na busca pela sobrevivência (o personagem de Tom Cruise está perfeito como alguém humano, arrogante e egoísta, e não como um herói que se espera de um filme de ação). Tim Robbins está excelente como o norte-americano médio, do tipo paranóico, que transpira guerra, andando com uma arma na mão o tempo todo. Tão envolvido fica em suas elucubrações que esquece da sua real situação.
Este é um filme de Spielberg, portanto, temos a relação pai/filhos acentuada, e veremos muitas coisas pelos olhos de uma criança (um adolescente e uma garotinha que, por sinal, tem as melhores e mais dramáticas cenas do filme). Os aliens são apenas figurantes.
Final Fantasy VII: Advent Children
4.0 256 Assista AgoraSimplesmente o melhor filme já feito a partir de um game, porque dessa vez eles FINALMENTE seguiram a fórmula do em time que está ganhando não se mexe!
Final Fantasy é o nome de uma série de jogos pra videogames que iniciou-se em 1987 no Nintendo 8-bit. Foi criado pela Square, uma produtora de games que estava à beira da falência e resolveu apostar tudo neste último jogo (cujo nome já anunciava: A fantasia final). A aposta foi um sucesso. Na verdade, um dos maiores sucessos do mundo dos videogames (só perdendo pra Mario Bros).
Ironicamente, a série que tirou a Square da falência quase a leva à destruição, em 2001, quando ela investiu tudo no filme Final Fantasy: The Spirits Within. Quatro anos foram gastos, e investimentos altíssimos em computadores e mão-de-obra não se pagaram devido ao fracasso do filme, que não encontrou abrigo entre os fãs da série nem com o público que vai ao cinema para comer pipoca (que achou o filme cabeça demais). Final Fantasy Spirits... foi um marco tecnológico no cinema em termos de realismo da computação gráfica, mas sua história foi formatada para tentar agradar o público ocidental, o que acabou resultando em algo tão falso quanto um japonês tentando se passar por um inglês. A Square escapou novamente da falência lançando vários jogos "Final Fantasy caça-níquel" e juntando-se à produtora de jogos Enix.
Mas, desta vez a Square aprendeu a lição, e resolveu pegar seus personagens mais cativantes e mais queridos pelos fãs de toda a série Final Fantasy (o jogo de nº 7) para fazer um curta-metragem em computação gráfica de 20 minutos. Ficou tão bom, e o projeto foi tão comentado pelos fãs, que antes mesmo de lançar a público eles resolveram que deveriam fazer disso um longa de 100 minutos em computação gráfica, com uma história mais complexa, que se passa 2 anos após o fim do jogo. Surgiu daí Final Fantasy VII: Advent Child.
Graças ao filme-fracasso e à larga experiência aplicada nos filminhos de abertura, final e intervalo dos jogos pra Playstation 1 & 2, a Square pegou um know-how em computação gráfica que não pode ser superado nem pela Disney ou Pixar. Em vez de usar animadores dos EUA, como no filme anterior, aproveitaram todo o time japonês, a começar pelo diretor Tetsuya Nomura e o co-diretor Moto Sakakibara, que dirigiu os filminhos em CG de FF7 e FF8 e também co-dirigiu o primeiro longa Final Fantasy. O design dos personagens segue o do jogo, e a abordagem, dessa vez, foi usar personagens em CG que não pareçam tão reais assim, mantendo as características do traço japonês, como cabelos espetados e olhos grandes e coloridos.
Já as roupas, as texturas, o cenário, tudo é assustadoramente REAL, não só do ponto de vista visual, como sonoro! Aliás, o som é algo que deve ser apreciado no máximo volume possível, com caixas de som surround, pois se beneficia da nova tecnologia THX pm3, especial para salas pequenas, o que talvez explique o porquê dos canais posteriores nunca terem sido tão bem usados num filme quanto foram nesse! Outra decisão acertada do time de criação foi subverter as leis da física nas lutas, no melhor estilo anime, com batalhas de tirar o fôlego (NÃO PISQUEM!). E, desta vez, temos uma narrativa tipicamente japonesa para contar a história, que é mais sombria, pessimista, não muito explicadinha. Afinal, quem precisa de Hollywood?
Enfim, os caras mostraram ao mundo que dominam o que fazem! Acho que eles olharam pra Matrix 2 e 3 e disseram: "QUE M$R#@ é essa?! Podemos fazer melhor que isso!". E fizeram... em algumas cenas, como a da auto-estrada, as comparações com Matrix Reloaded saltam aos olhos, principalmente pelo ESTILO e BELEZA da composição, aliadas ao RITMO e INTENSIDADE da ação, coisa que faltou miseravelmente em Matrix... é, Irmãos Wachowski... vocês ainda têm muito o que aprender com os japoneses...
Toques de saudosismo e bom-humor pontuam o filme, como o celular que toca a fanfarra de vitória - do jogo! - após uma luta, e os diálogos nonsense que os agentes da Shinra trocam entre si. Mas o que vai ficar mesmo na memória são o visual das cenas... cada uma delas é um show, um deleite visual que só o controle absoluto das cores e fotografia em computação gráfica poderia proporcionar. E a música, que FINALMENTE é de Nobuo Uematsu, um dos veteranos e mestres da composição nos games. O cara tem a habilidade de fazer músicas que ficam na memória por anos e parecem que foram feitas EXATAMENTE pra AQUELE personagem NAQUELA situação. Como na música "Divinity", que ele fez pra batalha com o Bahamut, que possui um coral gótico que cria um clima de tensão e grandiosidade melhor do que a música que John Williams fez pra batalha com Darth Maul em Star Wars: Episódio I. E o que dizer da música "The promissed land", que toca em um momento de tristeza e alívio ao mesmo tempo?
A história envolve a filosofia sobre a vida, a morte e o perdão para si mesmo. Foi feita para os FÃS que já terminaram o jogo, e quem não conhece a história toda (como eu, que só terminei o primeiro CD) vai voar um pouco em algumas cenas. Mas não tira a beleza e a sensibilidade com que foi dirigida. Materialistas tenderão a ignorar as aparições de Aerith, encarando-as apenas como fruto da imaginação do personagem principal (Cloud), mas a certeza japonesa da vida após a morte e a interação com os "vivos" está muito bem retratada neste filme. As expressões faciais são incrivelmente realistas, assim como os olhos, que parecem ter vida própria!! A sutileza do rosto de Cloud na última cena me levou quase às lágrimas, pois apenas com essa expressão transmitia-se todo o desfecho psicológico da trama, que, apesar das lutas, nada mais é do que a busca de Cloud pelo próprio perdão.
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O Destino de Miguel
4.1 29O curta chama-se "O destino de Miguel", aparentemente feito por um diretor da Globo que reuniu um grupo de atores para fazer uma brincadeira interna: redublar trechos do filme "Shakespeare Apaixonado", contando uma nova e comovente história, que é a de Miguel, um sujeito obcecado cujo único proposito na vida é o de comer a cidade inteira.
Isso mesmo. E ele não é um canibal...
Para isso foi reunido um grande elenco, que inclui o pessoal do SEXO FRÁGIL (Lázaro Ramos e outros), Aramis Trindade, Igor Cavalera, Sidney Magal, entre outros. E o resultado (graças a Deus) vazou na internet.
O filme traz cenas antológicas, que se fundem (no bom sentido) com a expressão dos personagens, como na cena do padre e na que Miguel vai atrás do Governador...
O MAKING-OF
Alguém conseguiu falar com um dos criadores da coisa para saber como foi a idéia de fazer algo tão original:
"Eu e meu grande amigo andré descobrimos que passamos pela mesma experiência religiosa na nossa adolescencia... assistir a uma fica super tosca com umas dublagens.. essa fita rolou pelo brasil todo.. era hilário.. aí, o andré e o zéu britto fizeram uma dublagem de um 5 minutos do senhor dos aneis.. só que bem toscão também.. ligaram o microfone e ficavam passando de mão em mão pra falar besteira inventada na hora... e sem efeitos sonoros e tal... mas mesmo assim super engraçado.. aí eu juntei no andré e disse "putz, temos que fazer isso... só q a gente tem que usar as nossas abilidades de produção pra fazer ficar profissional" (eu e o andré somos produtores musicais)...aí ele topou na hora e nós começamos a escolher o filme... aí eu levei o sheakespeare apaixonado pro andré ver e ficou claro q era o filme perfeito!!.. aí montamos a base aqui no meu estúdio e fomos chamando os nossos "amigos"... das pessoas q "trabalharam" no filme apenas o sidney magal foi chamado no esquema que vc citou acima (chegar pra ele e perguntar na cara dura).. mas ele foi o mais gente boa e aceitou na hora... o cara pirou na ideia... enfim... mas a maioria, vei aqui em casa no estudio gravar suas "falas"... os outros gravaram no powerbook do andré (tipo o caetano e tal)... e quanto ao "roteiro"... eu e o andré inventamos a história e cada um que vinha dava o seu "toque pessoal".. não era um texto pronto... a gente ia fazendo enquanto gravava (o q é muito mais divertido)... aí depois nós fizemos a sonoplastia (sons de passos, papel, agua, espadas e etc...) e colocamos a trilha sonora (cuidadosamente escolhida) ... aí, nós chamamos o hugo para re-editar por cima da edição q eu fiz, a partir do DVD do filme (a edição que eu fiz foi com baixa resolução de imagem)... e foi isso... esse foi o 'making of o destino de miguel' ".
O Mundo em Guerra
4.7 14A Segunda Guerra Mundial fascina milhões de pessoas ao redor do globo, especialmente as novas gerações, que hoje podem participar de recriações meticulosas das batalhas graças a jogos como Close Combate, Medal of Honor e Brothers In Arms. Mas o que ressuscitou o interesse pelo assunto foi mesmo o filme de Steven Spielberg, O resgate do Soldado Ryan, que elevou o filme de guerra a um novo patamar de realismo e narrativa visual recriando o estilo do documentário de guerra. Na esteira do sucesso vieram vários documentários autênticos, muitos relançados de outras épocas, muitos feitos com recursos de computação gráfica, mas indubitavelmente a série de maior prestígio no mundo sobre a Segunda Guerra Mundial é uma bem "simples", sem reconstituição, sem investigação, somente com testemunhas e a narração elegante e desapaixonada de Laurence Olivier. Chama-se "O Mundo em Guerra" (The World at War) e passou na TV aberta brasileira há décadas (e no canal GNT mais recentemente).
A idéia nasceu no princípio de 1971 e, quando começou a ser posta em prática, os produtores da Thames Television, uma estação privada com sede em Londres, jamais poderiam imaginar que estavam criando a mais reverenciada série documental sobre a II Guerra Mundial. Nos dois anos seguintes, uma equipe multidisciplinar revisou 914 Km de filmes em arquivos espalhados por 18 países e recolheu 314 km de novo material. Em Outubro de 1973 é apresentado finalmente o primeiro capítulo da série (no interior da Alemanha) e a prova do seu sucesso mediu-se de imediato pelo interesse que suscitou em todo o mundo, com estações de 100 países a encomendarem a obra para transmissão.
Não é difícil explicar as razões que levaram "O Mundo em Guerra" a ganhar prêmios internacionais (entre os quais um Emmy) e a tornar-se uma obra de referência na história do documentário. Porque, sendo uma obra dedicada ao mais mortífero conflito da história mundial, não se circunscreve aos relatos dos atores principais: são entrevistados personagens como Albert Speer ou a dona de casa que resistiu à fome e ao frio nos mil dias de cerco de Leningado. Sem esquecer a estratégia militar dos beligerantes nem as façanhas dos generais, a série preocupa-se em citar os relatos dos soldados da frente. Esta forma de encarar a guerra nas duas diferentes dimensões e experiências torna esse documento imprescindível para se compreender as causas e as consequências de um conflito que provocou mais de 50 milhões de mortes entre Setembro de 1939 e Agosto de 1945.
Cada capítulo cobre um ponto-chave da guerra, começando com a ascenção da Alemanha e terminando com a descoberta pelo mundo do horror de Auschwitz. Ênfase também é dada na cobertura dos enventos do modo como ocorreram dentro da Alemanha, URSS, Inglaterra, USA e Japão, com a propaganda e a ideologia da época, nos fazendo ver cenas até então impensáveis, como os simpatizantes de Hitler organizando grandes reuniões nos moldes nazistas dentro dos EUA, pregando o nacionalismo de forma exarcebada.
A narração de cada episódio é do consagrado ator shakespereano Laurence Olivier. O "box" é imperdível para fãs da 2ª guerra, pois além dos episódios, a coleção proporciona 12 horas de extras que incluem biografias dos principais líderes, mapas, uma galeria de fotos do Museu Imperial de Guerra de Londres e vários gráficos. Uma obra-prima, indispensável para se compreender um dos acontecimentos mais marcantes da História da humanidade.
Nas Profundezas das Bermudas
3.1 16Há muito, muito tempo, quando eu era um garoto, jurava que tinha visto de madrugada, na TV, um filme sobre um casal que se separava quando crianças, e se reencontram após adultos, no triângulo das Bermudas. A mulher usava o tempo todo um maiô preto, e há uma tartaruga marinha gigante que afunda um barco. Não vou contar tudo senão estraga, mas o roteiro de suspense (do tipo antigo, que deixa você ressabiado por um bom tempo depois de terminado o filme) e suas aterradoras revelações finais causaram uma grande impressão em minha mente, assim como alguns filmes clássicos daquela época (Caça Fantasmas, Krull, Goonies, Exorcista) só que, diferentemente dos filmes citados, o da tartaruga, pra todos os efeitos, simplesmente não existia. Vários anos após eu perguntava às pessoas: "vocês viram aquele filme da tartaruga gigante e da mulher de maiô?" e ninguém, por mais que gostasse de cinema, tinha ouvido falar dele.
Forçando minha memória pra tentar lembrar mais coisas do filme, fiquei noiado com o fato de que, muito provavelmente, os adultos (na casa onde eu estava) estivessem fumando maconha, o que me levou a tecer a hipótese de que eu devia ter estado sob efeito da fumaça alucinógena e imaginado tudo aquilo. Mas era um pensamento muito perturbador pra mim que eu, em tenra idade, tivesse imaginado um roteiro de filme assim, então continuei procurando. Vários anos se passaram, enquanto à noite, ocasionalmente fragmentos do filme assolavam minha mente, como se ele fosse um fantasma pedindo pra ser resgatado do limbo. Em uma dessas ocasiões, com o advento do Google, passei o dia pesquisando na internet palavras-chave que pudessem remeter ao (possível) filme. Foi difícil, mas descobri!!
E fiquei em choque. Ao ler a página, vi que era um relato de um cara também obcecado em descobrir que filme que ele viu quando garoto - e que ninguém mais tinha visto! E era o mesmo filme da tartaruga! Coincidência demais? Sim, mas não é só! Ele conta que OUTRAS pessoas também procuram esse mesmo Graal, e descreve o momento em que ele achou uma dessas pessoas como se fosse a cena "Contatos Imediatos do 3º grau", onde completos estranhos compartilham a mesma obsessão por uma montanha em especial. E era exatamente assim que eu me sentia naquele momento! Estava conectado a algo maior, que escapava do racional, independente da nacionalidade. As palavras que ele usou pra descrever essas pessoas - "haunted by this flick" - definiam com absoluta clareza meu estado de espírito até então. E, graças ao artigo que ele escreveu, o mesmo descobriu mais e mais pessoas que se perguntavam se seriam as únicas a terem visto esse filme.
Graças a ele, descobri que o nome do filme é "The Bermuda depths", feito em 1978 especialmente pra TV por um cineasta japonês, estrelando Burl Ives, Carl Weathers (mais conhecido como Apollo - O doutrinador), e Connie Selleca como a "mulher do maiô".
Mais sobre ele aqui
Esquadrão Red Tails
3.5 142 Assista AgoraOh, Deus. Dá pra ver o dedo de George Lucas em todo lugar. No uso intenso e irritante da trilha sonora (horrível) de Terence Blanchard (e ainda termine com "Deus salve a América") à completa falta de sutileza, diálogos infantis e péssimas atuações dos atores de apoio (geralmente os "brancos"). Mas nem tudo está perdido porque as cenas de ação são muito bem feitas (embora não empolguem) e a recriação da época também. Nas mãos de um bom diretor e produtor esse filme seria realmente comovente e bom. Seria...
Alô, Alô, Terezinha!
3.1 35Esse documentário mata saudades tanto do Chacrinha, quanto das Chacretes e do Documento Especial (da finada Manchete). Reside neste último aspecto o "charme" (que muitos verão como defeito) do documentário. Ora, quem conhece o programa do Chacrinha sabe que aquilo lá era uma zorra, uma experiência imprevisível, trash, anárquica e humilhante. Assim é o documentário, como se tivesse sido produzido e dirigido pelo Velho Guerreiro. Vemos à fundo a decadência das chacretes, o trauma dos calouros, os artistas saudosos de um jeito que não vemos, por exemplo, se estivessem falando pro videoshow.
Um belo registro de uma época que se foi e não existiria no mundo politicamente correto de hoje.
ParaNorman
3.6 845 Assista AgoraQuem gostou de Goonies vai curtir esse filme, pois tem toda a aventura, a ingenuidade, o companheirismo na adversidade que Goonies tem, sem apelações, sem concessões ao humor barato de hoje.
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
4.1 4,7K Assista Agora14 de dezembro de 2012: O dia em que testemunhamos Peter Jackson perder a mão (e um braço) na direção de um filme de Tolkien. O Hobbit é longo, enfadonho, não empolga e só traz de volta a magia dos filmes anteriores quando aparece o Gollum e as belas tomadas aéreas da Terra Média.
Os 48fps não ajudam muito no campo de disfarçar as imperfeições da computação gráfica nas cenas de batalha (dá pra notar claramente que são bonequinhos em CG). Tudo parece um tanto acelerado demais, e deixaram as belas cidades da Terra Média com cara de maquete. Onde os 48fps se destacam são justamente nas panorâmicas belíssimas da Nova Zelândia e em Rivendel, e também nas cenas de chuva. O nível de nitidez da imagem é surpreendente, e você sente como nunca a textura das pedras, roupas e quase dá pra sentir o peso da espada. Mas a movimentação das cenas de ação ficou esquisita. A fotografia do filme, talvez por conta da técnica dos 48fps, ficou muito clara, muito chapada, com tudo em foco e com uma COMPLETA absência de atmosfera. Parece que tudo foi filmado em estúdio (e na maioria das cenas foi mesmo) sem nenhuma poeirinha e com uma luz bem forte em cima. Como um amigo falou, ficou com cara de Trapalhões misturado com Emmanuele. A imensa maioria das cenas "externas" foi gravada em estúdio, caramba. Nos outros Senhor dos Anéis eles gravaram do lado de fora, mesmo! Em O Hobbit abunda falsos pôr do Sol que lembram a cena mais fake de Titanic, que é o pôr do Sol pintado na proa do navio. Pra piorar a luminosidade da tela do cinema 3D do Shopping Recife estava baixa (em comparação com o do Plaza, pelo menos) e deixava tudo sem um bom contraste. O som nem se fala. Baixo, e quase não havia som nas caixas laterais. Algumas pessoas que foram comigo dormiram no meio do filme, e não posso culpá-las. Eu me peguei desejando que acabasse logo, porque estava se tornando cansativo. Daria pra cortar 1 hora de filme FÁCIL, e não ia perder nada do livro, já que muito do material foi inventado (repito, INVENTADO) pra encher linguiça.
E a perseguição dos cachorros a Radagast? Praticamente 15 minutos de filme que podiam ser resumidos em 3, já que sabíamos que nada ia acontecer com os anões, ninguém ia morrer rasgado pelos cachorros, nem nada. A mesma coisa da cena das árvores: não dava pra ficar aflito com nada ali, pois nem um personagem sequer parecia REALMENTE em apuros.
Kung-Fu Futebol Clube
3.5 232 Assista AgoraEsse foi o filme que lançou Stephen Chow pro mundo. Existem os filmes em que você ri, existem os engraçados, os muito engraçados e o Shaolin Soccer. Esse filme está num patamar que só "Corra que a Polícia vem aí" e "Apertem os Cintos, o piloto sumiu" chegaram.
O Deus da Cozinha
3.1 2O México tem Roberto Bolaños, o Brasil tem Renato Aragão e Hong Kong tem Stephen Chow. Todos são gênios da comédia besteirol, com seus altos e baixos. E os três têm a característica de usar a mesma turma em seus trabalhos. O que verão em God of Cookery é um dos pontos mais altos da carreira de um gênio, tão bom quanto Shaolin Soccer e com cenas que ficarão em sua memória pra sempre. É uma pena que God of Cookery não tenha sequer legendas no Brasil.
PS: O gordinho engravatado lembra demais o visual do PSY.
Super
3.4 603O filme de herói mais doente que você vai ver. Um Batman sem grana e fracassado, com violência ultra-realista. Se for olhar como uma crítica, até que é divertido.
Poder Sem Limites
3.4 1,7K Assista AgoraO que aconteceria de fato se uma pessoa normal conseguisse poderes. Muito bem filmado, com boa narrativa, cenas de ação muito boas no final, mas a conclusão eu achei um pouco sem brilho, não teve realmente um clímax, talvez pelo estilo documentário, mesmo, que não favorece grandes cortes ou música de fundo pra dar clima. Ainda sim um bom filme.
O Exterminador do Futuro: Gênesis
3.2 1,2K Assista AgoraComo é? O roteiro vai ser do Cameron?
Instituto de Beleza Vênus
3.2 11Filme leve, divertido, despretensioso. Pipocão europeu.
Bem Me Quer, Mal Me Quer
4.0 520Filme perfeito pra uma mulher cativante como Audrey Tautou. Assim como o personagem masculino, ficamos na dúvida se gostamos ou odiamos essa mulher.
Uma Doce Mentira
3.5 356 Assista AgoraFilme levíssimo e gostoso como a brisa do campo.
Força Sinistra
3.4 155 Assista AgoraCara, esse filme causou um impacto na minha vida pré-adolescente. Um mulheraço desses, naves espaciais, gore, apocalipse zumbi, terror, raios cortando o céu... isso é mais do que qualquer um podia pedir na época. E vendo o trailer o filme parece bom até hoje (descontando a tosquice dos bonecos, claro).
O Quinto Elemento
3.7 816Leeloo Dallas multipass!
Aliens: O Resgate
4.0 810 Assista AgoraJames Cameron foi o primeiro cara a fazer uma sequência que é tão boa quanto o primeiro, em alguns aspectos até mesmo superando (mérito que alguns fãs atribuem a O Poderoso Chefão Parte II). Seja como for, Cameron foi inteligente em não ir na mesma vibe do primeiro, e fazer um outro estilo de filme, só que respeitando o clima, o personagem, e muito dos elementos visuais do filme de Ridley Scott. Cameron nasceu pra esse tipo de filme, e consegue imprimir um ritmo e uma tensão que fazem esse filme simplesmente não envelhecer, algo que é muito difícil, especialmente no gênero ação/ficção científica.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraA melhor apresentação pro filme é mesmo a frase de Tyler Durden. Não é spoiler, mas caso alguém não queira ler NADA do filme, escondi abaixo
"Somente após uma desgraça conseguirá despertar
Somente depois de perder tudo, poderá fazer o que quiser
Nada é estático
Tudo é movimento
E tudo esta desmoronando
Esta é sua vida
Melhor do que isso não pode ficar"
Clube da Luta é uma filosofia de vida, um retiro pra dentro de você mesmo. Uma ótima análise, com frases do filme, se encontra aqui