As óbvias referências à então recentíssima Revolução Russa me fizeram assistir o filme mal-humorado. Lillian Gish está perfeita como sempre, os cenários e figurinos dão aquela ambientação histórica impecável que Griffith sempre garante - tudo de bom que se pode esperar de uma direção de Griffith está presente. Por outro lado, depois de assistir uma sequência dos melodramas anteriores desse diretor, o esquemão clássico já começa a perder eficácia (aqui já é adequado chamá-lo de "clicheroso", mesmo que tenha sido ele a inventar - ou transportar para o cinema - a maior parte desses clichês, alguns anos atrás). De resto, apesar da tentativa de transformar o filme num alerta contra o comunismo e o anarquismo, um respeito mediano à facticidade histórica permitiu um mínimo de ambigüidade política ao filme (mesmo contra a intenção do diretor), condição essencial para um tratamento razoável da Revolução Francesa.
Incrível que esse filme seja de 1955 - feito, portanto, ainda na poeira da passagem do então já moribundo macartismo. Num clima noir de jogatina, traição, drogas e embuste que, se realizado dois ou três anos antes, teria lançado Preminger e Sinatra no ostracismo, embalado por uma excelente trilha sonora jazzística, o filme foca um lado decadente e marginal dos anos 50 poucas vezes lembrado.
Um John Wayne beberrão, uma feminista avant-garde em pleno Velho Oeste, um combo de piadas sobre texanos ao longo do filme e a fotografia em locações deslumbrantes garantem o filme - ao menos para quem curte faroestes clássicos. De minha parte, já percebi que não superarei mesmo meu problema com o gênero (ao menos quando ele se exibe assim, praticamente em estado puro).
Excelente como tudo que Fellini faz. Sou fã de Giulietta Masina, mas essa atuação de Mastroianni... puta que pariu! Um dos filmes mais nostálgicos que já vi.
Spike Lee implacável como sempre. Os estereótipos raciais e sexuais que se constroem em cada comunidade étnica americana jogados de volta em suas respectivas caras com o impacto de uma bofetada, sem perdoar ninguém.
Mais um dos filmes de horror clássicos da Universal; pessoalmente, acho esse bem melhor do que, por exemplo, o "Drácula" chatinho com Bela Lugosi, além da figura do homem invisível se prestar às mais variadas metáforas sobre a corruptibilidade do poder insubordinado a uma vigilância que o enxergue em sua transparência (com o perdão do trocadilho).
Descobri esse filme tempos atrás, numa sessão madrugada adentro (regada a doses copiosas de café) que contara antes com "Persona" e "A Hora do Lobo". Nunca assisti uma sequência tão angustiante antes! Chegar a uma reflexão bergmaniana sobre o impacto da guerra nas relações e existência humanas depois de um percurso pelos filmes existencialistas do sueco é de deixar os nervos de qualquer um em frangalhos!
(lição do dia: algumas coisas na vida são boas em doses pequeninas, mesmo seu diretor favorito. E nada de café com Bergman de hoje em diante.)
Será que não entendi direito? Seja como for, o filme que menos gostei de Bergman. O que não significa que o filme seja ruim; "ruim" e "Ingmar Bergman" são mutualmente excludentes quando usados na mesma frase. E de qualquer forma, a temática, o ambiente e os personagens não poderiam ser mais legitimamente bergmanianos.
Me parece parcialmente baseado na experiẽncia de George Orwell ao lado das forças libertárias na guerra civil espanhola. Bom retrato da luta das forças libertárias (anarquistas) contra fascismo e stalinismo. Quanto a esse último aspecto, tem lá suas lições aos movimentos estudantil e trabalhista.
Sem dúvidas um dos melhores filmes latino-americanos já feito. As inserções documentais no filme são feitas genialmente na dose certa. O ponto de vista do burguês superado pelos fatos não só dá uma dimensão existencial ao filme, como impede que politicamente ele se torne meramente panfletário. Perfeito!
"Metapráxis? Puta que pariu!" [2] Vocês vão achar que tô de sacanagem, mas trata-se de um filme muito inteligente... poucos assuntos se encaixam tão bem numa metalinguagem tão deslavada. Além do mais: o negócio é hilário do começo ao fim. Recomendado aos curiosos e curiosas, junto com as sugestões dadas pelo diretor ao longo do filme.
Putz! Primeiro filme da nouvelle vague que assisti. Dificilmente se acharão outros filmes tão sucintos sobre os mesmos assuntos - mortalidade, condição feminina, angústia, obcessão pela auto-imagem, relações afetivas... tudo em 90 minutos! Gratidão eterna a Agnès Varda por esse longa.
A classificação de gênero está mais equivocada do que de costume... melhor seria classificar como "suspense, musical, terror". As músicas são parte importante da caracterização das crenças dos ilhéus, e têm seu papel na trama também.
Giulietta Masina é impossível. Estou procurando, mas ainda não achei nenhuma atuação dela que seja algo menos que impecável. (bem, essa ainda foi minha terceira tentativa, farei outras!)
Começa excelente, mas vai caindo de nível, primeiro devagar, depois em queda livre, e termina um filme engraçadinho, caricato, e bobão. Pior filme de Tarantino. Três estrelinhas pelo "engraçadinho" e em consideração aos dois capítulos iniciais.
Órfãs da Tempestade
3.8 33 Assista AgoraAs óbvias referências à então recentíssima Revolução Russa me fizeram assistir o filme mal-humorado. Lillian Gish está perfeita como sempre, os cenários e figurinos dão aquela ambientação histórica impecável que Griffith sempre garante - tudo de bom que se pode esperar de uma direção de Griffith está presente. Por outro lado, depois de assistir uma sequência dos melodramas anteriores desse diretor, o esquemão clássico já começa a perder eficácia (aqui já é adequado chamá-lo de "clicheroso", mesmo que tenha sido ele a inventar - ou transportar para o cinema - a maior parte desses clichês, alguns anos atrás). De resto, apesar da tentativa de transformar o filme num alerta contra o comunismo e o anarquismo, um respeito mediano à facticidade histórica permitiu um mínimo de ambigüidade política ao filme (mesmo contra a intenção do diretor), condição essencial para um tratamento razoável da Revolução Francesa.
O Homem do Braço de Ouro
3.9 31 Assista AgoraIncrível que esse filme seja de 1955 - feito, portanto, ainda na poeira da passagem do então já moribundo macartismo. Num clima noir de jogatina, traição, drogas e embuste que, se realizado dois ou três anos antes, teria lançado Preminger e Sinatra no ostracismo, embalado por uma excelente trilha sonora jazzística, o filme foca um lado decadente e marginal dos anos 50 poucas vezes lembrado.
Bravura Indômita
3.9 140 Assista AgoraUm John Wayne beberrão, uma feminista avant-garde em pleno Velho Oeste, um combo de piadas sobre texanos ao longo do filme e a fotografia em locações deslumbrantes garantem o filme - ao menos para quem curte faroestes clássicos. De minha parte, já percebi que não superarei mesmo meu problema com o gênero (ao menos quando ele se exibe assim, praticamente em estado puro).
Ginger e Fred
3.9 34 Assista AgoraExcelente como tudo que Fellini faz. Sou fã de Giulietta Masina, mas essa atuação de Mastroianni... puta que pariu! Um dos filmes mais nostálgicos que já vi.
Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro
4.1 3,5K Assista AgoraTão bom que desfaz boa parte da merda ideológica lançada no ar pelo primeiro.
Amar é Minha Profissão
3.7 13Essa foi minha primeira vez com Brigitte Bardot... não posso dizer que me arrependi!
A Hora do Show
4.0 33Spike Lee, visceral e inquietante como sempre. Sem dúvida um de seus melhores filmes.
Febre da Selva
3.8 36Spike Lee implacável como sempre. Os estereótipos raciais e sexuais que se constroem em cada comunidade étnica americana jogados de volta em suas respectivas caras com o impacto de uma bofetada, sem perdoar ninguém.
O Homem Invisível
3.9 156 Assista AgoraMais um dos filmes de horror clássicos da Universal; pessoalmente, acho esse bem melhor do que, por exemplo, o "Drácula" chatinho com Bela Lugosi, além da figura do homem invisível se prestar às mais variadas metáforas sobre a corruptibilidade do poder insubordinado a uma vigilância que o enxergue em sua transparência (com o perdão do trocadilho).
Os Irmãos Marx No Circo
3.7 10 Assista AgoraUma obra menor dos irmãos Marx. Mas, bem, são os irmãos Marx.
Um Dia Nas Corridas
3.9 11Meu primeiro contato com os irmãos Marx. Incrivelmente engraçado! Os diálogos de Groucho e as expressões de Harpo não são deste mundo. Insuperáveis!
Vergonha
4.3 118Descobri esse filme tempos atrás, numa sessão madrugada adentro (regada a doses copiosas de café) que contara antes com "Persona" e "A Hora do Lobo". Nunca assisti uma sequência tão angustiante antes! Chegar a uma reflexão bergmaniana sobre o impacto da guerra nas relações e existência humanas depois de um percurso pelos filmes existencialistas do sueco é de deixar os nervos de qualquer um em frangalhos!
(lição do dia: algumas coisas na vida são boas em doses pequeninas, mesmo seu diretor favorito. E nada de café com Bergman de hoje em diante.)
O Rosto
3.9 46 Assista AgoraSerá que não entendi direito? Seja como for, o filme que menos gostei de Bergman. O que não significa que o filme seja ruim; "ruim" e "Ingmar Bergman" são mutualmente excludentes quando usados na mesma frase. E de qualquer forma, a temática, o ambiente e os personagens não poderiam ser mais legitimamente bergmanianos.
Meus Caros Amigos
4.1 31Ciganada já! Sem dúvida a melhor comédia que já vi, assombrosamente inteligente. Nunca chorei assim num filme - e de tanto rir!
Nashville
3.8 64A indústria da música expondo suas vísceras. Excelente.
Terra e Liberdade
4.1 45Me parece parcialmente baseado na experiẽncia de George Orwell ao lado das forças libertárias na guerra civil espanhola. Bom retrato da luta das forças libertárias (anarquistas) contra fascismo e stalinismo. Quanto a esse último aspecto, tem lá suas lições aos movimentos estudantil e trabalhista.
Memórias do Subdesenvolvimento
4.1 45Sem dúvidas um dos melhores filmes latino-americanos já feito. As inserções documentais no filme são feitas genialmente na dose certa. O ponto de vista do burguês superado pelos fatos não só dá uma dimensão existencial ao filme, como impede que politicamente ele se torne meramente panfletário. Perfeito!
Oh! Rebuceteio
3.2 104"Metapráxis? Puta que pariu!" [2] Vocês vão achar que tô de sacanagem, mas trata-se de um filme muito inteligente... poucos assuntos se encaixam tão bem numa metalinguagem tão deslavada. Além do mais: o negócio é hilário do começo ao fim. Recomendado aos curiosos e curiosas, junto com as sugestões dadas pelo diretor ao longo do filme.
Cléo das 5 às 7
4.2 201 Assista AgoraPutz! Primeiro filme da nouvelle vague que assisti. Dificilmente se acharão outros filmes tão sucintos sobre os mesmos assuntos - mortalidade, condição feminina, angústia, obcessão pela auto-imagem, relações afetivas... tudo em 90 minutos! Gratidão eterna a Agnès Varda por esse longa.
O Homem de Palha
4.0 483 Assista AgoraA classificação de gênero está mais equivocada do que de costume... melhor seria classificar como "suspense, musical, terror". As músicas são parte importante da caracterização das crenças dos ilhéus, e têm seu papel na trama também.
A Estrada da Vida
4.3 228 Assista AgoraGiulietta Masina é impossível. Estou procurando, mas ainda não achei nenhuma atuação dela que seja algo menos que impecável. (bem, essa ainda foi minha terceira tentativa, farei outras!)
A Maçã
3.9 101IMPOSSÍVEL fazer esse filme com dezoito anos! Essa "tal" Samira Makhmalbaf mente a idade quando perguntam para ela!
Sorrisos de uma Noite de Amor
4.0 58Bergman me fazendo ficar feliz, como sempre, mas desta vez sem precisar ficar triste para isso.
Bastardos Inglórios
4.4 4,9K Assista AgoraComeça excelente, mas vai caindo de nível, primeiro devagar, depois em queda livre, e termina um filme engraçadinho, caricato, e bobão. Pior filme de Tarantino. Três estrelinhas pelo "engraçadinho" e em consideração aos dois capítulos iniciais.