A Casa do Medo: Incidente em Ghostland foi uma grata surpresa. É um filme muito competente no que se propõe a fazer. É pesado e frenético do começo ao final, conseguindo ser angustiante e surpreendente. O terror psicológico é muito bem explorado. É uma luta pela sobrevivência, com mocinhas até que bem desenvolvidas e vilões enigmáticos e amedrontadores. A ambientação é primorosa. Também vale elogiar as atuações. Enfim, é um belo filme de terror e vale bastante a pena. Visto na Amazon.
A Lenda de Candyman não é um filme necessariamente ruim, mas peca em aspectos primordiais para que um filme de terror seja bem sucedido. A trama é interessante, a atmosfera é bem construída, a fotografia e a trilha sonora são bonitas e conseguiram estabelecer uma boa conexão entre este e o original. Só que se tratando de terror o filme deixou muito a desejar. Eu sei que não é inteligente ficar traçando uma comparação com o primeiro, que é uma obra-prima do gênero, mas em certos momentos é inevitável. As mortes aqui são bem desprovidas de impacto na sua maioria e a figura do Candyman não é tão marcante assim. Fora a necessidade de inserir a tal da lacração. Não precisava. O original obviamente tem uma crítica muito forte, mas ela é inserida de forma muito mais elegante, sutil e inteligente. Enfim, faltou terror e sobrou lacração. É complicado lidar com essas franquias clássicas de terror, né? Como você vai colocar alguém para ser o Candyman que faça jus à atuação espetacular e irretocável do Tony Todd? Valeu o esforço, mas não veria de novo.
Eu gostei. A fórmula não é inédita, já foi bem explorada em outros filmes e séries, mas tanto o terror quanto a comédia funcionam. É leve e descompromissado. Como disseram abaixo, ele não se leva à sério e isso é um baita mérito. O filme é bem divertido. A protagonista começa como uma personagem bem detestável, mas vai ficando cada vez mais carismática. Ótima atuação. Gostei da parte dramática e de como a protagonista vai revendo as suas ações, mas não gostei muito da reviravolta do final. Enfim, é um bom filme.
O Hospedeiro é um filme que me decepcionou. Não que ele seja ruim, é um bom filme, mas não me senti envolvido por ele em nenhum momento. Gostei da mistura de drama e comédia (algo bem comum se tratando do cinema sul-coreano, sendo que ele gradualmente vai deixando a comédia de lado e ficando bem mais dramático) e o visual da criatura é muito bom. Talvez o maior ponto positivo da obra seja esse: A criatura não é demasiadamente explorada. O monstro aparece nos momentos certos e isso acaba ajudando no suspense e deixando as cenas de carnificina bem mais impactantes. Me lembrou Tubarão nesse aspecto. Os personagens também são bons e até que bem desenvolvidos. A família passa a refletir sobre todas as desavenças e diferenças e acaba se unindo no cenário mais caótico possível. O protagonista é bem carismático e a explicação sobre ele ser do jeito que é acaba comovendo. O grande problema é o enredo mesmo. Fica num marasmo terrível, mesmo tendo bastante cenas de ação, que são muito bem executadas. Parece que ele não flui bem, ele fica repetindo as mesmas situações e não há uma progressão satisfatória. A crítica presente na obra é interessante, mas nada tão espetacular assim. É bom, mas não veria novamente... Tem filmes sul-coreanos infinitamente superiores.
Acredito que eu nunca vi uma comédia tão insossa como essa. Não ri para valer com nenhuma piada. É tão decepcionante, pois o primeiro é uma obra-prima. A trama até que não é tão ruim, mas é totalmente água com açúcar, além de ter se rendido à maldita lacração de hoje em dia. No primeiro tudo funciona tão bem... Além de ter um Eddie Murphy em chamas. Nessa época ele era uma força da natureza na comédia. A dupla perfeita que ele fez com o Arsenio Hall, os vários personagens que ele interpretou... Nossa, o primeiro é brilhante. O segundo tenta emular esses elementos e falha. Mas não vou mentir que é agradável ver todos os atores reprisando seus papéis clássicos. Muito bom ver o James Earl Jones sendo homenageado em vida. Além disso, tem participações especiais bem interessantes como as do Morgan Freeman, Tracy Morgan e Wesley Snipes. Dá para notar que há realmente uma química especial entre todos esses atores, mas o Eddie Murphy me pareceu bem burocrático, desprovido de energia. Sei que tentaram inovar trazendo o filho para Zamunda, mas toda a temática do "peixe fora d'água" funciona muito melhor no primeiro. A Nova Iorque dos anos 80 era um prato cheio para a comédia. Enfim, até tem os seus méritos em termos de fotografia e figurino, mas vale mesmo apenas pela nostalgia e olhe lá. E o primeiro continua sendo uma obra-prima realmente engraçada e que consegue criticar sem querer lacrar.
Eu sempre fui muito fã de terror, principalmente dos slashers. Desde que me conheço por gente eu vejo Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo, Halloween e etc. O Massacre da Serra Elétrica original na minha opinião é o slasher mais influente já feito. O baixo orçamento e a precariedade da produção, por incrível que pareça, fizeram desse filme uma obra-prima crua e perturbadora. Mas como a franquia é maltratada, né? Pelo amor de Deus! Assisti essa bomba hoje. Simplesmente não há nada de marcante aqui. O enredo é super mal explorado e insere personagens clássicos sem o menor capricho. Nunca vi protagonistas tão desinteressantes em um filme de terror. Sim, eu entendi a crítica e que eles não são os "mocinhos", mas aquele grupo de jovens é tão insosso e desprovido de carisma que mesmo quando o Leatherface mata geral você não sente satisfação, sabe? É um "tanto faz" generalizado. Todas as sub-tramas são superficiais. Posso ficar um tempão enumerando os defeitos. Mas vou tentar encontrar qualidades. O Leatherface está bem brutal e ameaçador. É a única coisa boa, mas não gostei do visual dele. Porém, outra coisa que me irrita
é o fato do Leatherface ser tratado como um coitadinho nesses filmes mais recentes, uma legítima vítima das circunstâncias. Sim, desde o primeiro ele foi retratado como um brutamontes com sérios problemas mentais que sempre foi manipulado pela família para fazer o trabalho sujo, mas também foi deixado claro que ele sempre gostou da matança. E outra: Cadê o canibalismo? É uma parte essencial da trama e nem foi citada.
Enfim, na franquia eu amo o primeiro e adoro o segundo, que acho bem injustiçado. O remake é bom. Para por aí. O resto ou é mediano ou é de doer de tão ruim. E olha que esse não é o pior. Aquele O Massacre da Serra Elétrica 3D - A Lenda Continua consegue ser pior.
Secretária é um ótimo filme que transita muito bem entre o drama, a comédia e o romance. Apesar de lidar com temas polêmicos/pesados como fetiches sexuais, automutilação e problemas familiares, não achei o filme apelativo e muito menos gratuito. Tanto o advogado quanto a secretária são muito bem desenvolvidos e você compreende bem o papel de cada um. A construção dos personagens principais é bem gradual. E os coadjuvantes são bem inseridos dentro da relação exótica dos dois. Nos aspectos técnicos o filme é excelente. Ótima direção, fotografia lindíssima, trilha sonora certeira e tudo mais, mas apesar do James Spader estar muito bem, o grande destaque do filme é a atuação maravilhosa da Maggie Gyllenhaal. Ela foi muito corajosa ao encarar um papel tão desafiador. E ela o fez da maneira mais complexa e sensível possível. Cada olhar, cada gesto, cada mudança no tom de voz... Uma das melhores atuações femininas que já vi. Eu amei o fato do comportamento dela ser um no começo e no decorrer ser outro completamente diferente. Por mais que a relação em si entre ela e o advogado pareça doentia à primeira vista, por outro lado ela foi libertadora para ambos. A atmosfera gera estranheza e realmente há cenas bizarras, mas dentro do contexto da obra tudo isso se encaixou perfeitamente. Por incrível que pareça, além de ser ousado e provocador ele consegue ser um filme muito bonito.
Marcados Pelo Destino é um filme fantástico que consegue transitar muito bem entre o drama e o suspense. Há momentos de mais pura tensão e outros singelos de amizade. A direção é ótima, o enredo apesar de simples é muito bem conduzido, a fotografia é lindíssima e a trilha sonora é perfeita. Conta com ótimas atuações e a relação entre o fugitivo Korchinsky e a pequena Gillie é muito verdadeira e tocante. Achei muito interessante como é mostrado que até boas pessoas cometem atitudes ruins. É um filme sobre lealdade e o dilema moral relacionado a fazer o que é o certo mesmo que isso signifique ir contra uma pessoa querida.
Nossa, até certa parte eu estava vendo e pensando: "É o filme de terror mais genérico que eu vi na vida". E realmente ele conta com situações muito clichês e atuações que não são exatamente ruins, mas que carecem de naturalidade. É tudo muito artificial. Até as mortes não estavam empolgando... Mas quando o terror realmente se estabelece de vez eu devo confessar que o filme melhora consideravelmente, mas não foi o suficiente para me fazer gostar. Achei os vilões bem fracos, tanto no visual quanto na motivação. Olha, não recomendo. Não me divertiu o quanto eu estava esperando. Enfim, para não dizer que só estou criticando vou elogiar a bela fotografia que consegue representar bem as lindas paisagens.
Paixões em Fúria é um ótimo noir do mestre John Huston. É um filme que consegue ser poderoso e ousado em toda sua sutileza. Diálogos/cenas com conotação sexual e vícios aparecem por aqui. A trama é interessante, bem elaborada e bem conduzida. O clima de tensão crescente é maravilhoso e está presente do começo ao final. O hotel acaba se tornando um ambiente sufocante e claustrofóbico. O elenco é repleto de grandes nomes como Humphrey Bogart, Edward G. Robinson, Lauren Bacall, Lionel Barrymore e apesar de não conhecê-la bem, devo destacar a Claire Trevor, que provavelmente teve a melhor atuação do filme. As atuações fantásticas fazem dos personagens extremamente interessantes, mas aí vem a maior falha do filme na minha opinião: Ele desenvolve esses personagens até que de maneira satisfatória, mas poderia se aprofundar muito mais no lado psicológico de cada um. A atmosfera é bem ameaçadora, a fotografia é lindíssima e a trilha sonora do Max Steiner é poderosíssima e imponente. Quando falamos de diretores do quilate de um John Huston, eu diria que você sempre tem que dar uma chance e definitivamente Paixões em Fúria é uma experiência muito válida. Vale totalmente a pena dar uma conferida.
Lolita é um filme que sintetiza bem todas as facetas do Stanley Kubrick como diretor. É extremamente técnico (direção precisa, fotografia lindíssima, excelente uso da trilha sonora e etc), ousado, provocador, cínico e à frente do seu tempo. Kubrick lida através de sutilezas com temas bem delicados e controversos até os dias de hoje. O protagonista, fantasticamente interpretado pelo James Mason, parece à primeira vista apenas um homem cegamente apaixonado atrás de um amor proibido, mas ele se mostra totalmente doentio e acaba se tornando cada vez mais abusivo, obcecado e paranoico. Aliás, interessante como todos os personagens são desprovidos de caráter. Eles são violentos fisicamente ou psicologicamente e manipulam uns aos outros por puro interesse. Ou seja, a maioria deles acaba sendo vilão e vítima ao mesmo tempo. O que dizer do gigante Peter Sellers? O filme em si tem um toque de humor negro que é importantíssimo e ele é um dos responsáveis por isso. A sua participação é mínima, mas de vital importância. A atriz que faz a Lolita também fez um ótimo trabalho. A personagem exala inocência e malícia ao mesmo tempo, o que deixa o telespectador bem confuso. Enfim, o filme é cansativo, não vou mentir, e em determinado momento eu pensei que o enredo (que no geral é ótimo) estava ficando disperso demais, mas no final tudo se encaixou de forma magistral. É mais um grande filme do Kubrick. Agora, de longa metragem para mim da filmografia dele só restam Medo e Desejo e A Morte Passou por Perto para serem vistos.
Rocco e Seus Irmãos é uma obra-prima que ilustra muito bem as características do cinema italiano. Muitos dos filmes italianos focam na figura da família, mostrando a ligação forte entre os membros e como a vida pode ser dura e fazer cada um seguir o seu próprio caminho. A ruptura da família em filmes italianos é sempre mostrada de forma muito melancólica e intensa. O filme é longo, mas fez ótimo uso da longa duração. Quase todos os personagens foram bem desenvolvidos e praticamente todos possuem um certo grau de importância para o rumo da história. A fotografia é deslumbrante. Gosto muito das atuações. Elas são sutis quando necessário, mas quando há a necessidade da explosão de sentimentos elas se tornam bem viscerais. Destaque para o Alain Delon, que é um monstro de ator. Eu preciso conhecer muito mais do cinema italiano (e do cinema em geral, quanto mais filmes você assiste mais você percebe que tem uma infinidade de filmes para assistir), mas até o momento o Luchino Visconti é o meu diretor italiano preferido. Ele tem uma maneira de dirigir muito perfeccionista e sempre conduz a trama de uma forma charmosa e elegante. Soma-se tudo isso à trilha de um monstro sagrado como o Nino Rota e simplesmente não tem margem para erro. É um filme essencial.
Tess é um filme tecnicamente impecável, uma verdadeira aula de como se fazer cinema. A direção é sempre segura, elegante, com pleno domínio da narrativa, a fotografia é uma das mais deslumbrantes que eu já vi na vida, as atuações são excelentes dentro da proposta da obra e a trilha sonora é muito bela e bem inserida. Em nenhum momento eu achei o filme cansativo. Apesar da longa duração, eu senti que tudo foi contado no ritmo certo. Eu senti bastante influência do Charles Dickens, já que a Tess é uma figura inicialmente pura e ingênua em um ambiente altamente hostil e malicioso que vai sendo manipulada, usada e descartada por todos que cruzam o seu caminho. O filme em si parece que carece de momentos de clímax e as atuações são mais sutis e contidas (com destaque para a belíssima e muito talentosa Nastassja Kinski), mas dentro do contexto do que é o filme para mim foi uma decisão acertada. Olha, você pode ter todas as restrições do mundo (com razão) em relação ao Polanski, mas não dá para negar que como diretor ele é um gênio e um dos grandes mestres do cinema.
O Sonho de Mary Gray é um bom filme. Poderia ter uma duração maior e explorar mais os conflitos gerados pela situação incomum (um triângulo amoroso entre dois irmãos e uma mulher), mas é bem filmado, tem uma belíssima fotografia (sério, as paisagens desse filme são de encher os olhos), uma ótima trilha sonora e boas atuações. Não é uma maravilha, mas vale a pena conferir. Recomendo.
O Som do Coração é um belíssimo filme em todos os sentidos. Possui uma direção bem elegante, uma fotografia de encher os olhos e o enredo em si, apesar de não ser tão inovador assim, é muito bem executado. A narrativa é muito boa. O ritmo é excelente (nem senti o tempo passar) e adorei como o filme vai contando a jornada do pai, da mãe e do filho de forma separada simultâneamente até tudo se conectar de uma forma bem coesa. Todas as atuações estão excelentes, até os personagens mais coadjuvantes possuem a sua importância. Destaque para o lendário e versátil Robin Williams, que aqui faz um vilão oportunista e explorador. Mas o que me chamou mais a atenção foram os números musicais. Todos eles são repletos de paixão e possuem uma certa magia que me deixaram muito emocionado e entusiasmado. É um baita filme. Vi no Prime Video. Vale muito a pena.
Pontypool tem uma ideia bem criativa e interessante e um bom potencial, mas infelizmente a execução não me agradou. Achei um pouco confuso e sem fluidez. Parece que não há uma continuidade natural de uma cena para a outra, sei lá, fiquei com essa impressão. Tanto que sofri para ver até o final, me pareceu muito mais longo do que realmente é. Mas a ideia em si é bem interessante. Um vírus transmitido através da fala e que transforma as pessoas em zumbis. De ponto positivo eu posso destacar alguns bons personagens e o bom uso da sugestão, algo cada vez mais raro nos filmes de hoje. Em muitos momentos o protagonista está lá na rádio se comunicando com o mundo exterior e apesar de não vermos o que está acontecendo, podemos sentir todo o caos através das descrições de outros personagens que servem de testemunhas oculares. Não veria de novo, mas como curiosidade eu até achei que foi uma experiência enriquecedora.
Cela 211 é um ótimo filme. Consegue ser tenso do começo ao final e por mais que foque mais nos bandidos, você acaba se interessando por eles. Eles possuem personalidades bem distintas e acabam chamando muita atenção. Todo o elenco está muito bem, mas Alberto Ammann e Luis Tosar (que também interpreta um psicopata altamente doentio, metódico e amedrontador no fantástico Enquanto Você Dorme) estão incríveis e realmente se destacam. Gosto muito da ambientação. Ela é caótica e frenética. É muito interessante ver a mudança gradual do personagem Juan Oliver. Também há espaço para a crítica ao sistema prisional e às autoridades e apesar de eu não concordar 100% com ela, admito que ela é bem coerente e contundente. Enfim, é um filmaço. Disponível no Prime Video até o momento.
Amor Bandido é um bom filme, mas não me cativou tanto assim. O romance entre o Mud e a Juniper não foi tão bem desenvolvido quanto poderia ser. Aliás, achei a atuação da Reese Witherspoon bem morna. Não gostei. Mas o filme tem alguns aspectos positivos como a fotografia linda, a trilha sonora sutil e totalmente adequada à proposta da obra, a conexão especial de pura amizade entre o Mud e as crianças, principalmente o Ellis (que talvez seja o personagem mais bem desenvolvido na obra, gostei da relação dele com o pai) e o final, que realmente é bem bacana. O Matthew McConaughey, o Sam Shepard e os jovens Tye Sheridan e Jacob Lofland estão muito bem. Visto no Prime Video.
A Guerra do Fogo é um filme fantástico de aventura, com uma ambientação incrível, fotografia lindíssima e ótimos efeitos de maquiagem. Vendo o filme eu fiquei imaginando a todo instante como deve ser difícil para um ator interpretar um homem das cavernas de maneira convincente, já que é muito fácil cair na caricatura, e por incrível que pareça aqui em nenhum momento as atuações me soaram caricatas. Adoro a didática apresentada na obra. Não há diálogos (leia-se diálogos passíveis de entendimento por parte do telespectador), porém você entende tudo através dos olhares e da linguagem corporal de cada ator/atriz do elenco. Realmente a alma do filme reside nas atuações. Ao contrário de muitos, não achei cansativo e sim altamente imersivo. Há aventura, mas também drama, romance, suspense e até umas pitadas de humor. É uma jornada que me conquistou. Amei como há uma evolução gradual dos seres humanos primitivos, principalmente no final, que é muito esperançoso e belo. Vale muito a pena.
Quando Voam as Cegonhas é um filme tecnicamente primoroso. A direção aliada à trilha sonora dão um ar intenso e repleto de paixão até nas cenas teoricamente mais triviais. Eu diria que não é um filme que foca nos conflitos da guerra e sim nas suas consequências. O romance entre os protagonistas tem muito destaque e ele é retratado de uma maneira bem pura e singela. O enredo em si é até bem simples na minha opinião (o que não é uma crítica, às vezes a simplicidade é melhor do que a complexidade... cada filme tem as suas próprias regras), mas é muito bem executado. Os personagens possuem desejos bem definidos e a trajetória deles é satisfatória. O final é um pouco amargo, porém esperançoso. Outro ponto positivo é a fotografia que é deslumbrante. Eu considero uma obra-prima. O cinema soviético clássico raramente decepciona.
O Homem que Era o Super-Homem é uma visão comovente e pura do verdadeiro significado de heroísmo, mas dentro de um cenário muitas vezes absurdo e engraçado. O drama e a comédia andam de mãos dadas de forma magnífica. Os personagens são extremamente carismáticos, principalmente o protagonista e você aos poucos vai entendendo toda a sua motivação. Passa mensagens belíssimas sobre tomar as decisões corretas e ter confiança em sua própria capacidade independente do que dizem/pensam ao seu redor. Cinema sul-coreano tem muitas pérolas e essa é uma delas. Vale muito a pena.
Haxan é um filme bem revolucionário e único. Ele tem passagens bem macabras e chocantes, mas apesar de tudo ele tenta a todo momento demonstrar uma racionalidade acerca dos fatos ocorridos sempre criticando o excesso de supersticiosidade do homem naquela determinada era. Ele até quebra a quarta parede em alguns momentos. E realmente a estética é marcante demais e um dos pontos mais fortes da obra. A representação do diabo tanto em termos de atuação quanto em termos de maquiagem, por exemplo, é de cair o queixo de tão perfeita. Surpreendentemente eu achei o ritmo do filme bem dinâmico. Tem momentos pesados, mas no geral é um filme gostoso de se assistir por toda a inovação técnica e narrativa presente nele.
O Pranto de um Ídolo é um filme forte e bem cru. O drama é intenso e os personagens são de índole duvidosa e cometem atitudes bem questionáveis. Richard Harris está magnífico. Ele conseguiu interpretar um protagonista com muitos defeitos e agressivo por natureza. No fundo ele até que tem boas intenções e resquícios de bom caráter, mas ele tem um lado bestial e primitivo tão forte que acaba estragando tudo em sua vida pessoal (a sua relação com a mulher é uma das menos saudáveis e mais turbulentas que eu já vi em um filme), mas ao mesmo tempo toda essa impetuosidade acaba ajudando em sua vida profissional. A comparação com Touro Indomável é inevitável. Com certeza O Pranto de um Ídolo influenciou o grande filme do Martin Scorsese. Ambos são fantásticos e dignos de aplausos.
Poucos filmes são tão dolorosos quanto A Morte do Caixeiro Viajante. A trajetória do protagonista é uma jornada decadente repleta de angústia e com toques de loucura. A atuação do Fredric March é de outro mundo. Todos os personagens são bem desenvolvidos e achei o roteiro muito bem amarrado, pois todos eles possuem importância. Eles são bem humanizados, com qualidades e defeitos como qualquer pessoa. Vale muito a pena ver.
A Casa do Medo: Incidente em Ghostland
3.5 752A Casa do Medo: Incidente em Ghostland foi uma grata surpresa. É um filme muito competente no que se propõe a fazer. É pesado e frenético do começo ao final, conseguindo ser angustiante e surpreendente. O terror psicológico é muito bem explorado. É uma luta pela sobrevivência, com mocinhas até que bem desenvolvidas e vilões enigmáticos e amedrontadores. A ambientação é primorosa. Também vale elogiar as atuações. Enfim, é um belo filme de terror e vale bastante a pena. Visto na Amazon.
A Lenda de Candyman
3.3 506 Assista AgoraA Lenda de Candyman não é um filme necessariamente ruim, mas peca em aspectos primordiais para que um filme de terror seja bem sucedido. A trama é interessante, a atmosfera é bem construída, a fotografia e a trilha sonora são bonitas e conseguiram estabelecer uma boa conexão entre este e o original. Só que se tratando de terror o filme deixou muito a desejar. Eu sei que não é inteligente ficar traçando uma comparação com o primeiro, que é uma obra-prima do gênero, mas em certos momentos é inevitável. As mortes aqui são bem desprovidas de impacto na sua maioria e a figura do Candyman não é tão marcante assim. Fora a necessidade de inserir a tal da lacração. Não precisava. O original obviamente tem uma crítica muito forte, mas ela é inserida de forma muito mais elegante, sutil e inteligente. Enfim, faltou terror e sobrou lacração. É complicado lidar com essas franquias clássicas de terror, né? Como você vai colocar alguém para ser o Candyman que faça jus à atuação espetacular e irretocável do Tony Todd? Valeu o esforço, mas não veria de novo.
A Morte Te Dá Parabéns
3.3 1,5K Assista AgoraEu gostei. A fórmula não é inédita, já foi bem explorada em outros filmes e séries, mas tanto o terror quanto a comédia funcionam. É leve e descompromissado. Como disseram abaixo, ele não se leva à sério e isso é um baita mérito. O filme é bem divertido. A protagonista começa como uma personagem bem detestável, mas vai ficando cada vez mais carismática. Ótima atuação. Gostei da parte dramática e de como a protagonista vai revendo as suas ações, mas não gostei muito da reviravolta do final. Enfim, é um bom filme.
O Hospedeiro
3.6 550 Assista AgoraO Hospedeiro é um filme que me decepcionou. Não que ele seja ruim, é um bom filme, mas não me senti envolvido por ele em nenhum momento. Gostei da mistura de drama e comédia (algo bem comum se tratando do cinema sul-coreano, sendo que ele gradualmente vai deixando a comédia de lado e ficando bem mais dramático) e o visual da criatura é muito bom. Talvez o maior ponto positivo da obra seja esse: A criatura não é demasiadamente explorada. O monstro aparece nos momentos certos e isso acaba ajudando no suspense e deixando as cenas de carnificina bem mais impactantes. Me lembrou Tubarão nesse aspecto. Os personagens também são bons e até que bem desenvolvidos. A família passa a refletir sobre todas as desavenças e diferenças e acaba se unindo no cenário mais caótico possível. O protagonista é bem carismático e a explicação sobre ele ser do jeito que é acaba comovendo. O grande problema é o enredo mesmo. Fica num marasmo terrível, mesmo tendo bastante cenas de ação, que são muito bem executadas. Parece que ele não flui bem, ele fica repetindo as mesmas situações e não há uma progressão satisfatória. A crítica presente na obra é interessante, mas nada tão espetacular assim. É bom, mas não veria novamente... Tem filmes sul-coreanos infinitamente superiores.
Um Príncipe em Nova York 2
2.8 460 Assista AgoraAcredito que eu nunca vi uma comédia tão insossa como essa. Não ri para valer com nenhuma piada. É tão decepcionante, pois o primeiro é uma obra-prima. A trama até que não é tão ruim, mas é totalmente água com açúcar, além de ter se rendido à maldita lacração de hoje em dia. No primeiro tudo funciona tão bem... Além de ter um Eddie Murphy em chamas. Nessa época ele era uma força da natureza na comédia. A dupla perfeita que ele fez com o Arsenio Hall, os vários personagens que ele interpretou... Nossa, o primeiro é brilhante. O segundo tenta emular esses elementos e falha. Mas não vou mentir que é agradável ver todos os atores reprisando seus papéis clássicos. Muito bom ver o James Earl Jones sendo homenageado em vida. Além disso, tem participações especiais bem interessantes como as do Morgan Freeman, Tracy Morgan e Wesley Snipes. Dá para notar que há realmente uma química especial entre todos esses atores, mas o Eddie Murphy me pareceu bem burocrático, desprovido de energia. Sei que tentaram inovar trazendo o filho para Zamunda, mas toda a temática do "peixe fora d'água" funciona muito melhor no primeiro. A Nova Iorque dos anos 80 era um prato cheio para a comédia. Enfim, até tem os seus méritos em termos de fotografia e figurino, mas vale mesmo apenas pela nostalgia e olhe lá. E o primeiro continua sendo uma obra-prima realmente engraçada e que consegue criticar sem querer lacrar.
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface
2.2 697 Assista AgoraEu sempre fui muito fã de terror, principalmente dos slashers. Desde que me conheço por gente eu vejo Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo, Halloween e etc. O Massacre da Serra Elétrica original na minha opinião é o slasher mais influente já feito. O baixo orçamento e a precariedade da produção, por incrível que pareça, fizeram desse filme uma obra-prima crua e perturbadora. Mas como a franquia é maltratada, né? Pelo amor de Deus! Assisti essa bomba hoje. Simplesmente não há nada de marcante aqui. O enredo é super mal explorado e insere personagens clássicos sem o menor capricho. Nunca vi protagonistas tão desinteressantes em um filme de terror. Sim, eu entendi a crítica e que eles não são os "mocinhos", mas aquele grupo de jovens é tão insosso e desprovido de carisma que mesmo quando o Leatherface mata geral você não sente satisfação, sabe? É um "tanto faz" generalizado. Todas as sub-tramas são superficiais. Posso ficar um tempão enumerando os defeitos. Mas vou tentar encontrar qualidades. O Leatherface está bem brutal e ameaçador. É a única coisa boa, mas não gostei do visual dele. Porém, outra coisa que me irrita
é o fato do Leatherface ser tratado como um coitadinho nesses filmes mais recentes, uma legítima vítima das circunstâncias. Sim, desde o primeiro ele foi retratado como um brutamontes com sérios problemas mentais que sempre foi manipulado pela família para fazer o trabalho sujo, mas também foi deixado claro que ele sempre gostou da matança. E outra: Cadê o canibalismo? É uma parte essencial da trama e nem foi citada.
Secretária
3.5 296Secretária é um ótimo filme que transita muito bem entre o drama, a comédia e o romance. Apesar de lidar com temas polêmicos/pesados como fetiches sexuais, automutilação e problemas familiares, não achei o filme apelativo e muito menos gratuito. Tanto o advogado quanto a secretária são muito bem desenvolvidos e você compreende bem o papel de cada um. A construção dos personagens principais é bem gradual. E os coadjuvantes são bem inseridos dentro da relação exótica dos dois. Nos aspectos técnicos o filme é excelente. Ótima direção, fotografia lindíssima, trilha sonora certeira e tudo mais, mas apesar do James Spader estar muito bem, o grande destaque do filme é a atuação maravilhosa da Maggie Gyllenhaal. Ela foi muito corajosa ao encarar um papel tão desafiador. E ela o fez da maneira mais complexa e sensível possível. Cada olhar, cada gesto, cada mudança no tom de voz... Uma das melhores atuações femininas que já vi. Eu amei o fato do comportamento dela ser um no começo e no decorrer ser outro completamente diferente. Por mais que a relação em si entre ela e o advogado pareça doentia à primeira vista, por outro lado ela foi libertadora para ambos. A atmosfera gera estranheza e realmente há cenas bizarras, mas dentro do contexto da obra tudo isso se encaixou perfeitamente. Por incrível que pareça, além de ser ousado e provocador ele consegue ser um filme muito bonito.
Marcados Pelo Destino
4.0 6Marcados Pelo Destino é um filme fantástico que consegue transitar muito bem entre o drama e o suspense. Há momentos de mais pura tensão e outros singelos de amizade. A direção é ótima, o enredo apesar de simples é muito bem conduzido, a fotografia é lindíssima e a trilha sonora é perfeita. Conta com ótimas atuações e a relação entre o fugitivo Korchinsky e a pequena Gillie é muito verdadeira e tocante. Achei muito interessante como é mostrado que até boas pessoas cometem atitudes ruins. É um filme sobre lealdade e o dilema moral relacionado a fazer o que é o certo mesmo que isso signifique ir contra uma pessoa querida.
Viagem para o Inferno
1.7 19Nossa, até certa parte eu estava vendo e pensando: "É o filme de terror mais genérico que eu vi na vida". E realmente ele conta com situações muito clichês e atuações que não são exatamente ruins, mas que carecem de naturalidade. É tudo muito artificial. Até as mortes não estavam empolgando... Mas quando o terror realmente se estabelece de vez eu devo confessar que o filme melhora consideravelmente, mas não foi o suficiente para me fazer gostar. Achei os vilões bem fracos, tanto no visual quanto na motivação. Olha, não recomendo. Não me divertiu o quanto eu estava esperando. Enfim, para não dizer que só estou criticando vou elogiar a bela fotografia que consegue representar bem as lindas paisagens.
Paixões em Fúria
3.8 30 Assista AgoraPaixões em Fúria é um ótimo noir do mestre John Huston. É um filme que consegue ser poderoso e ousado em toda sua sutileza. Diálogos/cenas com conotação sexual e vícios aparecem por aqui. A trama é interessante, bem elaborada e bem conduzida. O clima de tensão crescente é maravilhoso e está presente do começo ao final. O hotel acaba se tornando um ambiente sufocante e claustrofóbico. O elenco é repleto de grandes nomes como Humphrey Bogart, Edward G. Robinson, Lauren Bacall, Lionel Barrymore e apesar de não conhecê-la bem, devo destacar a Claire Trevor, que provavelmente teve a melhor atuação do filme. As atuações fantásticas fazem dos personagens extremamente interessantes, mas aí vem a maior falha do filme na minha opinião: Ele desenvolve esses personagens até que de maneira satisfatória, mas poderia se aprofundar muito mais no lado psicológico de cada um. A atmosfera é bem ameaçadora, a fotografia é lindíssima e a trilha sonora do Max Steiner é poderosíssima e imponente. Quando falamos de diretores do quilate de um John Huston, eu diria que você sempre tem que dar uma chance e definitivamente Paixões em Fúria é uma experiência muito válida. Vale totalmente a pena dar uma conferida.
Lolita
3.7 632 Assista AgoraLolita é um filme que sintetiza bem todas as facetas do Stanley Kubrick como diretor. É extremamente técnico (direção precisa, fotografia lindíssima, excelente uso da trilha sonora e etc), ousado, provocador, cínico e à frente do seu tempo. Kubrick lida através de sutilezas com temas bem delicados e controversos até os dias de hoje. O protagonista, fantasticamente interpretado pelo James Mason, parece à primeira vista apenas um homem cegamente apaixonado atrás de um amor proibido, mas ele se mostra totalmente doentio e acaba se tornando cada vez mais abusivo, obcecado e paranoico. Aliás, interessante como todos os personagens são desprovidos de caráter. Eles são violentos fisicamente ou psicologicamente e manipulam uns aos outros por puro interesse. Ou seja, a maioria deles acaba sendo vilão e vítima ao mesmo tempo. O que dizer do gigante Peter Sellers? O filme em si tem um toque de humor negro que é importantíssimo e ele é um dos responsáveis por isso. A sua participação é mínima, mas de vital importância. A atriz que faz a Lolita também fez um ótimo trabalho. A personagem exala inocência e malícia ao mesmo tempo, o que deixa o telespectador bem confuso. Enfim, o filme é cansativo, não vou mentir, e em determinado momento eu pensei que o enredo (que no geral é ótimo) estava ficando disperso demais, mas no final tudo se encaixou de forma magistral. É mais um grande filme do Kubrick. Agora, de longa metragem para mim da filmografia dele só restam Medo e Desejo e A Morte Passou por Perto para serem vistos.
Rocco e Seus Irmãos
4.4 125Rocco e Seus Irmãos é uma obra-prima que ilustra muito bem as características do cinema italiano. Muitos dos filmes italianos focam na figura da família, mostrando a ligação forte entre os membros e como a vida pode ser dura e fazer cada um seguir o seu próprio caminho. A ruptura da família em filmes italianos é sempre mostrada de forma muito melancólica e intensa. O filme é longo, mas fez ótimo uso da longa duração. Quase todos os personagens foram bem desenvolvidos e praticamente todos possuem um certo grau de importância para o rumo da história. A fotografia é deslumbrante. Gosto muito das atuações. Elas são sutis quando necessário, mas quando há a necessidade da explosão de sentimentos elas se tornam bem viscerais. Destaque para o Alain Delon, que é um monstro de ator. Eu preciso conhecer muito mais do cinema italiano (e do cinema em geral, quanto mais filmes você assiste mais você percebe que tem uma infinidade de filmes para assistir), mas até o momento o Luchino Visconti é o meu diretor italiano preferido. Ele tem uma maneira de dirigir muito perfeccionista e sempre conduz a trama de uma forma charmosa e elegante. Soma-se tudo isso à trilha de um monstro sagrado como o Nino Rota e simplesmente não tem margem para erro. É um filme essencial.
Tess: Uma Lição de Vida
3.7 125 Assista AgoraTess é um filme tecnicamente impecável, uma verdadeira aula de como se fazer cinema. A direção é sempre segura, elegante, com pleno domínio da narrativa, a fotografia é uma das mais deslumbrantes que eu já vi na vida, as atuações são excelentes dentro da proposta da obra e a trilha sonora é muito bela e bem inserida. Em nenhum momento eu achei o filme cansativo. Apesar da longa duração, eu senti que tudo foi contado no ritmo certo. Eu senti bastante influência do Charles Dickens, já que a Tess é uma figura inicialmente pura e ingênua em um ambiente altamente hostil e malicioso que vai sendo manipulada, usada e descartada por todos que cruzam o seu caminho. O filme em si parece que carece de momentos de clímax e as atuações são mais sutis e contidas (com destaque para a belíssima e muito talentosa Nastassja Kinski), mas dentro do contexto do que é o filme para mim foi uma decisão acertada. Olha, você pode ter todas as restrições do mundo (com razão) em relação ao Polanski, mas não dá para negar que como diretor ele é um gênio e um dos grandes mestres do cinema.
O Sonho de Mary Gray
2.7 12 Assista AgoraO Sonho de Mary Gray é um bom filme. Poderia ter uma duração maior e explorar mais os conflitos gerados pela situação incomum (um triângulo amoroso entre dois irmãos e uma mulher), mas é bem filmado, tem uma belíssima fotografia (sério, as paisagens desse filme são de encher os olhos), uma ótima trilha sonora e boas atuações. Não é uma maravilha, mas vale a pena conferir. Recomendo.
O Som do Coração
3.9 1,5K Assista AgoraO Som do Coração é um belíssimo filme em todos os sentidos. Possui uma direção bem elegante, uma fotografia de encher os olhos e o enredo em si, apesar de não ser tão inovador assim, é muito bem executado. A narrativa é muito boa. O ritmo é excelente (nem senti o tempo passar) e adorei como o filme vai contando a jornada do pai, da mãe e do filho de forma separada simultâneamente até tudo se conectar de uma forma bem coesa. Todas as atuações estão excelentes, até os personagens mais coadjuvantes possuem a sua importância. Destaque para o lendário e versátil Robin Williams, que aqui faz um vilão oportunista e explorador. Mas o que me chamou mais a atenção foram os números musicais. Todos eles são repletos de paixão e possuem uma certa magia que me deixaram muito emocionado e entusiasmado. É um baita filme. Vi no Prime Video. Vale muito a pena.
Pontypool
3.1 221 Assista AgoraPontypool tem uma ideia bem criativa e interessante e um bom potencial, mas infelizmente a execução não me agradou. Achei um pouco confuso e sem fluidez. Parece que não há uma continuidade natural de uma cena para a outra, sei lá, fiquei com essa impressão. Tanto que sofri para ver até o final, me pareceu muito mais longo do que realmente é. Mas a ideia em si é bem interessante. Um vírus transmitido através da fala e que transforma as pessoas em zumbis. De ponto positivo eu posso destacar alguns bons personagens e o bom uso da sugestão, algo cada vez mais raro nos filmes de hoje. Em muitos momentos o protagonista está lá na rádio se comunicando com o mundo exterior e apesar de não vermos o que está acontecendo, podemos sentir todo o caos através das descrições de outros personagens que servem de testemunhas oculares. Não veria de novo, mas como curiosidade eu até achei que foi uma experiência enriquecedora.
Cela 211
3.8 218 Assista AgoraCela 211 é um ótimo filme. Consegue ser tenso do começo ao final e por mais que foque mais nos bandidos, você acaba se interessando por eles. Eles possuem personalidades bem distintas e acabam chamando muita atenção. Todo o elenco está muito bem, mas Alberto Ammann e Luis Tosar (que também interpreta um psicopata altamente doentio, metódico e amedrontador no fantástico Enquanto Você Dorme) estão incríveis e realmente se destacam. Gosto muito da ambientação. Ela é caótica e frenética. É muito interessante ver a mudança gradual do personagem Juan Oliver. Também há espaço para a crítica ao sistema prisional e às autoridades e apesar de eu não concordar 100% com ela, admito que ela é bem coerente e contundente. Enfim, é um filmaço. Disponível no Prime Video até o momento.
Amor Bandido
3.7 353 Assista AgoraAmor Bandido é um bom filme, mas não me cativou tanto assim. O romance entre o Mud e a Juniper não foi tão bem desenvolvido quanto poderia ser. Aliás, achei a atuação da Reese Witherspoon bem morna. Não gostei. Mas o filme tem alguns aspectos positivos como a fotografia linda, a trilha sonora sutil e totalmente adequada à proposta da obra, a conexão especial de pura amizade entre o Mud e as crianças, principalmente o Ellis (que talvez seja o personagem mais bem desenvolvido na obra, gostei da relação dele com o pai) e o final, que realmente é bem bacana. O Matthew McConaughey, o Sam Shepard e os jovens Tye Sheridan e Jacob Lofland estão muito bem. Visto no Prime Video.
A Guerra do Fogo
3.6 352A Guerra do Fogo é um filme fantástico de aventura, com uma ambientação incrível, fotografia lindíssima e ótimos efeitos de maquiagem. Vendo o filme eu fiquei imaginando a todo instante como deve ser difícil para um ator interpretar um homem das cavernas de maneira convincente, já que é muito fácil cair na caricatura, e por incrível que pareça aqui em nenhum momento as atuações me soaram caricatas. Adoro a didática apresentada na obra. Não há diálogos (leia-se diálogos passíveis de entendimento por parte do telespectador), porém você entende tudo através dos olhares e da linguagem corporal de cada ator/atriz do elenco. Realmente a alma do filme reside nas atuações. Ao contrário de muitos, não achei cansativo e sim altamente imersivo. Há aventura, mas também drama, romance, suspense e até umas pitadas de humor. É uma jornada que me conquistou. Amei como há uma evolução gradual dos seres humanos primitivos, principalmente no final, que é muito esperançoso e belo. Vale muito a pena.
Quando Voam as Cegonhas
4.3 72Quando Voam as Cegonhas é um filme tecnicamente primoroso. A direção aliada à trilha sonora dão um ar intenso e repleto de paixão até nas cenas teoricamente mais triviais. Eu diria que não é um filme que foca nos conflitos da guerra e sim nas suas consequências. O romance entre os protagonistas tem muito destaque e ele é retratado de uma maneira bem pura e singela. O enredo em si é até bem simples na minha opinião (o que não é uma crítica, às vezes a simplicidade é melhor do que a complexidade... cada filme tem as suas próprias regras), mas é muito bem executado. Os personagens possuem desejos bem definidos e a trajetória deles é satisfatória. O final é um pouco amargo, porém esperançoso. Outro ponto positivo é a fotografia que é deslumbrante. Eu considero uma obra-prima. O cinema soviético clássico raramente decepciona.
O Homem que Era o Super-Homem
4.3 94O Homem que Era o Super-Homem é uma visão comovente e pura do verdadeiro significado de heroísmo, mas dentro de um cenário muitas vezes absurdo e engraçado. O drama e a comédia andam de mãos dadas de forma magnífica. Os personagens são extremamente carismáticos, principalmente o protagonista e você aos poucos vai entendendo toda a sua motivação. Passa mensagens belíssimas sobre tomar as decisões corretas e ter confiança em sua própria capacidade independente do que dizem/pensam ao seu redor. Cinema sul-coreano tem muitas pérolas e essa é uma delas. Vale muito a pena.
Haxan: A Feitiçaria Através dos Tempos
4.2 183 Assista AgoraHaxan é um filme bem revolucionário e único. Ele tem passagens bem macabras e chocantes, mas apesar de tudo ele tenta a todo momento demonstrar uma racionalidade acerca dos fatos ocorridos sempre criticando o excesso de supersticiosidade do homem naquela determinada era. Ele até quebra a quarta parede em alguns momentos. E realmente a estética é marcante demais e um dos pontos mais fortes da obra. A representação do diabo tanto em termos de atuação quanto em termos de maquiagem, por exemplo, é de cair o queixo de tão perfeita. Surpreendentemente eu achei o ritmo do filme bem dinâmico. Tem momentos pesados, mas no geral é um filme gostoso de se assistir por toda a inovação técnica e narrativa presente nele.
O Pranto de um Ídolo
4.1 17O Pranto de um Ídolo é um filme forte e bem cru. O drama é intenso e os personagens são de índole duvidosa e cometem atitudes bem questionáveis. Richard Harris está magnífico. Ele conseguiu interpretar um protagonista com muitos defeitos e agressivo por natureza. No fundo ele até que tem boas intenções e resquícios de bom caráter, mas ele tem um lado bestial e primitivo tão forte que acaba estragando tudo em sua vida pessoal (a sua relação com a mulher é uma das menos saudáveis e mais turbulentas que eu já vi em um filme), mas ao mesmo tempo toda essa impetuosidade acaba ajudando em sua vida profissional. A comparação com Touro Indomável é inevitável. Com certeza O Pranto de um Ídolo influenciou o grande filme do Martin Scorsese. Ambos são fantásticos e dignos de aplausos.
A Morte do Caixeiro Viajante
4.1 13Poucos filmes são tão dolorosos quanto A Morte do Caixeiro Viajante. A trajetória do protagonista é uma jornada decadente repleta de angústia e com toques de loucura. A atuação do Fredric March é de outro mundo. Todos os personagens são bem desenvolvidos e achei o roteiro muito bem amarrado, pois todos eles possuem importância. Eles são bem humanizados, com qualidades e defeitos como qualquer pessoa. Vale muito a pena ver.