De certo modo, “A Dama de Preto” é um filme muito estranho. Sendo um desavisado, o filme corre sem nenhum problema, você desliga a televisão e vai fazer qualquer outra coisa. Sendo um fã de Samuel Fuller (como eu), você desliga a televisão (ou o computador, sei lá como você assiste filmes) e fica pensando, tentando assimilar um pouco melhor. Não parece um filme de Samuel Fuller. Ou parece. Na verdade, pra se ter uma idéia melhor do porque do filme existir, uma leitura complementar me parece o ideal. Não que a trama precise de uma melhor elucidação, mas sim a própria abordagem de Fuller.
algumas fontes dizem ser o filme favorito do Fuller, de seus próprios. não é de se espantar, mesmo sendo um filme, ao meu ver, fraco perto de seus outros exemplares. dá pra ver na técnica um certo entusiasmo, movimentos de câmera arrojados, ângulos muito bem escolhidos, mas é - dos que vi - mais antifulleriano dos filmes. quando a "guerra" se instala o filme vai pra uma direção mais característica, mas o pacote é pálido. Fuller era jornalista (e admirava a área), então não é de se espantar um filme com mais admiração do que fúria.
incrível, Samuel Fuller quando quer trabalhar a guerra é sempre sensacional. será o melhor diretor de filmes de guerra? pode ser. em "Capacete de Aço" ele mostrava uma abordagem um pouco mais social, com alguns grupos que são marginalizados pela sociedade, já aqui é uma abordagem mais intimista, trabalhando um único indivíduo, e sua dificuldade de se encontrar no meio daquele ambiente insano. a direção como sempre pra lá de sensacional. filmaço, Fuller gênio.
o segundo filme de Fuller, é ele entrando em um cinema com um flerte maior com o social, diferente da estréia. existem alguns equívocos, como o grupo que vai discutindo no começo do filme e que acabam narrando alguns momentos, acaba atrapalhando um pouco. foge um pouco do 'característico' personagem Fulleriano, aqui o que move é a ganância, ambição descontrolada.
Assistir Toquio Violenta é como estar no meio de um turbilhão. Um turbilhão de loucura, cinema em seu estado mais aloprado. Duvidar da sanidade mental de Seijun Suzuki não me parece ser um erro. Mas, sendo doido ou não, nós que somos os privilegiados. São quase 90 minutos de cinema surtado, uma busca infinita pela liberdade criativa, a doideira de seu diretor materializada em cada plano. Uma sede de quebrar paradigmas que resulta em um filme que é quase tudo. Seu principal alicerce ainda são os filmes de yakuza (a máfia da galera japonesa), mas ele não hesita em flertar com outros diversos gêneros, desde os filmes musicais até os westerns.
o pontapé de Samuel Fuller, um dos maiores. tem lá seus tropeços, o que é normal pra uma estréia, mas os acertos já são de gente grande. aquele movimento de câmera que passa dos créditos iniciais para um close no rosto de Jesse James é sensacional. e já é característica de Fuller conseguir espremer o máximo de dramaticidade, sem parecer desnecessário. e Robert Ford se mostra um personagem ideal pra ser retratado no universo Fulleriano, mergulhado num mar de opressões, tendo seus limites testados em todo momento.
uma das melhores comédias. a metralhadora cômica de Hawks no auge. ele dá uma aula, mostra pros diretores atuais que não é preciso fazer a câmera dar um mega flip duplo twist carpado pra ser mestre. tem que saber das coisas. e Hawks sabia.
o ápice da solidão de Boetticher. aqui a vingança se mostra muito mais ardente que em sua outra obra-prima, Sete Homens Sem Destino. todos os personagens carregam suas angústias. as rochas, mais uma vez, como elemento chave da mise-en-scene. aquele plano final é das coisas mais lindas que o cinema já fez. filmaço.
New York. Uma das maiores cidades do mundo. As primeiras imagens que vemos em “Pecado Sem Mácula” são de uma cidade que engole seus habitantes. Os carros que passam pelas ruas são meros insetos para os poderosos arranha-céus que os cercam. A voz que vai narrando nos primeiros momentos a compara com uma selva, uma selva de concreto. Uma sucessão de planos nos vai mostrando a diversidade daquela cidade. Cada pessoa vivendo sua vida, muitas vezes sem relação nenhuma com as outras. Uma delas, ao passar numa loja de roupas, deseja poder comprar um vestido para sua mulher. Desejos todos têm, a vontade de arranjar algum jeito de sair do buraco existe, mesmo naquele ambiente que parece ter sido baseado no pessimismo, dentro de todo o contexto.
Fritz se adaptando. Tem lá seus momentos, mas no todo se mostra enfraquecido. Ele quer dizer muito, é verdade. Mas o discurso acaba se perdendo no meio de tanta coisa. Um pouco mais de foco... Mas eu entendo, mano Fritz.
Alguém interne o Ferrara! Temos de novo a tênue linha entre o céu e o inferno, mas não apenas entre vício e fé, mas também entre criador e criatura, arte e realidade. Como vemos um diretor de cinema no meio dessa encruzilhada (Keitel, o próprio Ferrara?), tudo consegue ficar muito mais assustador. Grande filme.
Michelangelo sai do preto-e-branco para usar as cores como gênio. Som de um verdadeiro filme de terror. Dos filmes mais opressivos que se tem notícia. E tem Monica Vitti... Quando se discutir os maiores artistas que já pisaram nesse nosso planeta, coloque Michelangelo na discussão, por favor. Daquelas obras-primas devastadoras.
Já se fez uma comparação interessante, que Abel Ferrara seria uma espécie de “Scorsese hardcore”, e que “Vício Frenético” seria “o filme que Scorsese nunca fez”. Não quero alongar uma discussão sobre essas afirmações, mas conseguimos traças alguns paralelos entre o filme em questão, e uma temática recorrente nas obras de Martin. “Caminhos Perigosos” me parece um exemplo bem fácil de ser utilizado. No filme de Scorsese, que também conta com Keitel no elenco, o protagonista surge rezando em uma igreja católica, logo após vai para uma espécie de bar que se mostra como um contraste, exibindo o conflito interno vivido pelo personagem. Abel Ferrara, em um plano que se passa no início do filme (após o protagonista deixar os filhos na escola), consegue sintetizar aquilo que vai se passar nos minutos seguintes. O plano consiste em Keitel dando uma cheirada numa droga, e à sua direita, pendurado no retrovisor do carro, um crucifixo.
Desde a primeira cena o clima de pessimismo sugere que vai imperar. E é isso que acontece. A câmera de Zurlini capta o relacionamento dos dois irmãos com uma força rara. Classe social é um mero detalhe. E, rapaz, como já comentaram por aqui, atuação do Mastroianni soberba, sensacional. Ótimo filme.
belíssima direção do Losey. a primeira cena já é um belo cartão de visitas, num sensacional jogo de luz e sombra que me fez lembrar do mestre Tourneur, coisa fina. o roteiro é daqueles intrincados, cheio de pequenas nuances, sob a batuta de Losey a dúvida sempre fica no ar, num ótimo jogo de sugestão e, porque não, impotência, já que a gente acompanha o pai alcoólatra que se perde no espiral de dúvidas. o plano final também carrega uma força poderosíssima. ótimo filme.
Eu acho que pra quem se liga em artes é um sentimento bastante comum esse de imaginar como teria sido nascer em outra época.
Mais um ótimo do Woody. Não adianta, era inevitável pipocar aquele belo termo, "pseudo-intelectual". Paciência. Eu mesmo não conhecia todas as referências, e nem precisa.
A mensagem do Woody é bastante clara, se você saca as piadas (por exemplo, sei lá, a do Anjo Extermiandor) você vai dar umas risadas a mais, mas a maneira como ele discursa sobre esse desejo de viver em outra época é bastante limpa. e na boa, num filme desses ficarem reparando de Owen Wilson faz isso ou aquilo é demais.
Filmaço do Jarmusch. O tédio captado com uma precisão poucas vezes vista. O tempo é esculpido de maneira brilhante, assim como a câmera que parece acompanhar o tédio dos personagens.
direção soberba do Mann, os enquadramentos, fotografia, tudo vai ficando mais sombrio assim como a mente da protagonista. o problema é o final, que parece jogar tudo que foi construindo fora.
Tourneur precisa ser mais lembrado. aqui tem um desfile de cenas sensacionais, dos pontos altos do cinema. o roteiro é um pouco mais complexo do que os outros do Tourneur, mas sempre tem aquele jogo de luz e sombra no qual ele é mestre absoluto. as imagens da Alemanha destruída me lembraram muito "Hiroshima, Meu Amor" de Resnais. grande filme.
a violência como algo normal, algo que está impregnado no cotidiano daquelas pessoas, que não causa mais nenhum tipo de reação. estão indiferentes em relação à ela. o deslocamento geográfico, representa também um deslocamento comportamental, voltando à uma inocência que parece ter sido perdida, até o ponto em que eles começam a fundir as duas vertentes. direção soberba desse tal de Kitano. e a saída que seu personagem encontra é dilacerante. filmaço.
bom filme do Aldrich. antes de Peckinpah, antes de Leone, já temos um western "sujo". daqueles que ninguém é herói, ninguém é vilão, apenas um bando de egoístas visando benefício próprio. e muito interessante também o contraste entre as duas gerações de protagonistas do gênero. Burt interpretando os novos caminhos, e o Trane, soldado na guerra da secessão, lembando mais o típico herói americano, mas que agora se vê desajustado no meio daquela baderna, e que pra passar por tudo aquilo precisa de desprender de preconceitos do passado. gostei muito.
é quase que um aditivo para a obra-prima de Nicholas Ray, "No Silêncio da Noite". incrível a paixão de Ray pelo cinema, e como ele consegue transpor esse sentimento para a tela. paixão essa nascida da oportunidade de poder botar todas suas angústias pra fora. e aqui, o que parece ser conduzido como um filme de gênero (noir, no caso), dá uma virada quando Jim é transferido. a sua relação com a personagem lá da casa é brilhante. mais uma obra-prima de um dos maiores artistas que o mundo teve o privilégio de conhecer.
incrível como até os menores do Welles contém momentos inspiradíssimos. uma trama intrincada, e uma direção fantástica pra caramba. o cara sabia construir clímaxes como poucos.
A Dama de Preto
3.9 10De certo modo, “A Dama de Preto” é um filme muito estranho. Sendo um desavisado, o filme corre sem nenhum problema, você desliga a televisão e vai fazer qualquer outra coisa. Sendo um fã de Samuel Fuller (como eu), você desliga a televisão (ou o computador, sei lá como você assiste filmes) e fica pensando, tentando assimilar um pouco melhor. Não parece um filme de Samuel Fuller. Ou parece. Na verdade, pra se ter uma idéia melhor do porque do filme existir, uma leitura complementar me parece o ideal. Não que a trama precise de uma melhor elucidação, mas sim a própria abordagem de Fuller.
Continua em:
A Dama de Preto
3.9 10algumas fontes dizem ser o filme favorito do Fuller, de seus próprios. não é de se espantar, mesmo sendo um filme, ao meu ver, fraco perto de seus outros exemplares. dá pra ver na técnica um certo entusiasmo, movimentos de câmera arrojados, ângulos muito bem escolhidos, mas é - dos que vi - mais antifulleriano dos filmes. quando a "guerra" se instala o filme vai pra uma direção mais característica, mas o pacote é pálido. Fuller era jornalista (e admirava a área), então não é de se espantar um filme com mais admiração do que fúria.
Baionetas Caladas
3.6 8incrível, Samuel Fuller quando quer trabalhar a guerra é sempre sensacional. será o melhor diretor de filmes de guerra? pode ser. em "Capacete de Aço" ele mostrava uma abordagem um pouco mais social, com alguns grupos que são marginalizados pela sociedade, já aqui é uma abordagem mais intimista, trabalhando um único indivíduo, e sua dificuldade de se encontrar no meio daquele ambiente insano. a direção como sempre pra lá de sensacional. filmaço, Fuller gênio.
O Barão Aventureiro
3.8 8 Assista Agorao segundo filme de Fuller, é ele entrando em um cinema com um flerte maior com o social, diferente da estréia. existem alguns equívocos, como o grupo que vai discutindo no começo do filme e que acabam narrando alguns momentos, acaba atrapalhando um pouco. foge um pouco do 'característico' personagem Fulleriano, aqui o que move é a ganância, ambição descontrolada.
Tóquio Violenta
3.7 29Assistir Toquio Violenta é como estar no meio de um turbilhão. Um turbilhão de loucura, cinema em seu estado mais aloprado. Duvidar da sanidade mental de Seijun Suzuki não me parece ser um erro. Mas, sendo doido ou não, nós que somos os privilegiados. São quase 90 minutos de cinema surtado, uma busca infinita pela liberdade criativa, a doideira de seu diretor materializada em cada plano. Uma sede de quebrar paradigmas que resulta em um filme que é quase tudo. Seu principal alicerce ainda são os filmes de yakuza (a máfia da galera japonesa), mas ele não hesita em flertar com outros diversos gêneros, desde os filmes musicais até os westerns.
Continua em:
Eu Matei Jesse James
3.7 14 Assista Agorao pontapé de Samuel Fuller, um dos maiores. tem lá seus tropeços, o que é normal pra uma estréia, mas os acertos já são de gente grande. aquele movimento de câmera que passa dos créditos iniciais para um close no rosto de Jesse James é sensacional. e já é característica de Fuller conseguir espremer o máximo de dramaticidade, sem parecer desnecessário. e Robert Ford se mostra um personagem ideal pra ser retratado no universo Fulleriano, mergulhado num mar de opressões, tendo seus limites testados em todo momento.
Jejum de Amor
4.0 90 Assista Agorauma das melhores comédias. a metralhadora cômica de Hawks no auge. ele dá uma aula, mostra pros diretores atuais que não é preciso fazer a câmera dar um mega flip duplo twist carpado pra ser mestre. tem que saber das coisas. e Hawks sabia.
O Homem Que Luta Só
3.6 25 Assista Agorao ápice da solidão de Boetticher. aqui a vingança se mostra muito mais ardente que em sua outra obra-prima, Sete Homens Sem Destino. todos os personagens carregam suas angústias. as rochas, mais uma vez, como elemento chave da mise-en-scene. aquele plano final é das coisas mais lindas que o cinema já fez. filmaço.
Pecado Sem Mácula
3.9 8New York. Uma das maiores cidades do mundo. As primeiras imagens que vemos em “Pecado Sem Mácula” são de uma cidade que engole seus habitantes. Os carros que passam pelas ruas são meros insetos para os poderosos arranha-céus que os cercam. A voz que vai narrando nos primeiros momentos a compara com uma selva, uma selva de concreto. Uma sucessão de planos nos vai mostrando a diversidade daquela cidade. Cada pessoa vivendo sua vida, muitas vezes sem relação nenhuma com as outras. Uma delas, ao passar numa loja de roupas, deseja poder comprar um vestido para sua mulher. Desejos todos têm, a vontade de arranjar algum jeito de sair do buraco existe, mesmo naquele ambiente que parece ter sido baseado no pessimismo, dentro de todo o contexto.
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Fúria
4.3 29Fritz se adaptando. Tem lá seus momentos, mas no todo se mostra enfraquecido. Ele quer dizer muito, é verdade. Mas o discurso acaba se perdendo no meio de tanta coisa. Um pouco mais de foco... Mas eu entendo, mano Fritz.
Olhos de Serpente
3.8 36Alguém interne o Ferrara! Temos de novo a tênue linha entre o céu e o inferno, mas não apenas entre vício e fé, mas também entre criador e criatura, arte e realidade. Como vemos um diretor de cinema no meio dessa encruzilhada (Keitel, o próprio Ferrara?), tudo consegue ficar muito mais assustador. Grande filme.
O Deserto Vermelho
4.0 96Michelangelo sai do preto-e-branco para usar as cores como gênio. Som de um verdadeiro filme de terror. Dos filmes mais opressivos que se tem notícia. E tem Monica Vitti... Quando se discutir os maiores artistas que já pisaram nesse nosso planeta, coloque Michelangelo na discussão, por favor. Daquelas obras-primas devastadoras.
Vício Frenético
3.9 124Já se fez uma comparação interessante, que Abel Ferrara seria uma espécie de “Scorsese hardcore”, e que “Vício Frenético” seria “o filme que Scorsese nunca fez”. Não quero alongar uma discussão sobre essas afirmações, mas conseguimos traças alguns paralelos entre o filme em questão, e uma temática recorrente nas obras de Martin. “Caminhos Perigosos” me parece um exemplo bem fácil de ser utilizado. No filme de Scorsese, que também conta com Keitel no elenco, o protagonista surge rezando em uma igreja católica, logo após vai para uma espécie de bar que se mostra como um contraste, exibindo o conflito interno vivido pelo personagem. Abel Ferrara, em um plano que se passa no início do filme (após o protagonista deixar os filhos na escola), consegue sintetizar aquilo que vai se passar nos minutos seguintes. O plano consiste em Keitel dando uma cheirada numa droga, e à sua direita, pendurado no retrovisor do carro, um crucifixo.
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Dois Destinos
4.2 25Desde a primeira cena o clima de pessimismo sugere que vai imperar. E é isso que acontece. A câmera de Zurlini capta o relacionamento dos dois irmãos com uma força rara. Classe social é um mero detalhe. E, rapaz, como já comentaram por aqui, atuação do Mastroianni soberba, sensacional. Ótimo filme.
A Sombra da Forca
4.0 6belíssima direção do Losey. a primeira cena já é um belo cartão de visitas, num sensacional jogo de luz e sombra que me fez lembrar do mestre Tourneur, coisa fina. o roteiro é daqueles intrincados, cheio de pequenas nuances, sob a batuta de Losey a dúvida sempre fica no ar, num ótimo jogo de sugestão e, porque não, impotência, já que a gente acompanha o pai alcoólatra que se perde no espiral de dúvidas. o plano final também carrega uma força poderosíssima. ótimo filme.
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraEu acho que pra quem se liga em artes é um sentimento bastante comum esse de imaginar como teria sido nascer em outra época.
Mais um ótimo do Woody. Não adianta, era inevitável pipocar aquele belo termo, "pseudo-intelectual". Paciência. Eu mesmo não conhecia todas as referências, e nem precisa.
A mensagem do Woody é bastante clara, se você saca as piadas (por exemplo, sei lá, a do Anjo Extermiandor) você vai dar umas risadas a mais, mas a maneira como ele discursa sobre esse desejo de viver em outra época é bastante limpa. e na boa, num filme desses ficarem reparando de Owen Wilson faz isso ou aquilo é demais.
Diretores > atores.
Estranhos no Paraíso
3.9 113 Assista AgoraFilmaço do Jarmusch. O tédio captado com uma precisão poucas vezes vista. O tempo é esculpido de maneira brilhante, assim como a câmera que parece acompanhar o tédio dos personagens.
Mais em:
Pesadelo Horrível
3.8 6direção soberba do Mann, os enquadramentos, fotografia, tudo vai ficando mais sombrio assim como a mente da protagonista. o problema é o final, que parece jogar tudo que foi construindo fora.
mais em:
Expresso para Berlim
3.7 9Tourneur precisa ser mais lembrado. aqui tem um desfile de cenas sensacionais, dos pontos altos do cinema. o roteiro é um pouco mais complexo do que os outros do Tourneur, mas sempre tem aquele jogo de luz e sombra no qual ele é mestre absoluto. as imagens da Alemanha destruída me lembraram muito "Hiroshima, Meu Amor" de Resnais. grande filme.
mais em:
Adrenalina Máxima
4.0 29a violência como algo normal, algo que está impregnado no cotidiano daquelas pessoas, que não causa mais nenhum tipo de reação. estão indiferentes em relação à ela. o deslocamento geográfico, representa também um deslocamento comportamental, voltando à uma inocência que parece ter sido perdida, até o ponto em que eles começam a fundir as duas vertentes. direção soberba desse tal de Kitano. e a saída que seu personagem encontra é dilacerante. filmaço.
Vera Cruz
3.8 35 Assista Agorabom filme do Aldrich. antes de Peckinpah, antes de Leone, já temos um western "sujo". daqueles que ninguém é herói, ninguém é vilão, apenas um bando de egoístas visando benefício próprio. e muito interessante também o contraste entre as duas gerações de protagonistas do gênero. Burt interpretando os novos caminhos, e o Trane, soldado na guerra da secessão, lembando mais o típico herói americano, mas que agora se vê desajustado no meio daquela baderna, e que pra passar por tudo aquilo precisa de desprender de preconceitos do passado. gostei muito.
mais em:
Cinzas que Queimam
3.9 18é quase que um aditivo para a obra-prima de Nicholas Ray, "No Silêncio da Noite". incrível a paixão de Ray pelo cinema, e como ele consegue transpor esse sentimento para a tela. paixão essa nascida da oportunidade de poder botar todas suas angústias pra fora. e aqui, o que parece ser conduzido como um filme de gênero (noir, no caso), dá uma virada quando Jim é transferido. a sua relação com a personagem lá da casa é brilhante. mais uma obra-prima de um dos maiores artistas que o mundo teve o privilégio de conhecer.
O Estranho
3.8 122 Assista Agoraincrível como até os menores do Welles contém momentos inspiradíssimos. uma trama intrincada, e uma direção fantástica pra caramba. o cara sabia construir clímaxes como poucos.
Viver a Vida
4.2 391achei um Godard irregular. alterna ótimos momentos com outros pouco inspirados.