grande filme do Polanski. muita influência de Hitchcock. um mistério pra prender a atenção da galera enquanto desenvolve seu rico subtexto. o homem deslocado de seu local de conforto, não só geograficamente quando psicologicamente depois do sequestro. precisa enfrentar suas próprias convicções, seus próprios hábitos - e agir impulsivamente, fator inexistente em seu cotidiano.
tem seus exageros, mas porque o amor dos dois é assim. as cores de Kar-Wai são incríveis, o quase preto-e-branco do tempo turbulento, para o verde do dia, o vermelho/laranja/seilá da noite. o amor como catalisador da degradação.
o cara vai tem que ir pra guerra forçado, "pelo país". quando volta, tudo aquilo que ele deixou é negado. é esquecido pela sociedade que ele supostamente protegeu. um "herói". a alternativa é recorrer a caminhos ilícitos. grande retrato de Walsh, ao mostrar a montanha-russa que era a situação. o cara se torna o chefão da cidade, logo depois, a queda. os planos tortos nas passagens narradas são sensacionais.
por esse filme já dá pra entender porque o Losey teve que fugir lá da terra do Tio Sam. um belo filme anti-guerra, com uma abordagem “leve” – até certo ponto – como se fosse um conto infantil, o foco sendo as crianças. bom pequeno filme.
a gente continua tendo vários dos temas de Abel Ferrara nesse aqui, como sexo, muitas drogas, e muito álcool. mas esteticamente representa uma ruptura com os filmes que vieram antes. o filme é demente demais, esse filme deve ter sido montado sob o efeito de alucinógenos, só pode. mas o resultado é sensacional, pode até espantar aqueles que preferem um filme mais ‘clássico’, mas não tem jeito, Ferrara é gênio.
ótimo filme. curioso que o John Woo sofre bastante preconceito, muita gente tem a ideia de que ele é um simples diretor de filmecos de ação de Hollywood, quando ele possui um ótimo currículo lá pela Ásia. “O Matador” é um belo exemplo. a violência corre solta, muitas vezes um tiro basta para matar uma pessoa, mas Woo faz questão de uma carnificina, são gastas, sei lá, umas 15 balas em cada um, haha. e ele faz um belo uso da câmera lenta, recurso que dificilmente é bem utilizado geralmente – mesmo o Woo exagerando em algumas passagens. mas é daqueles filmes de ação que têm um cuidado especial com seus personagens, suas aflições. ótimo filme.
em alguns aspectos, até me lembrou "Vera Cruz", do Aldrich, por esse link entre os velhos heróis do oeste, e a direção que o gênero tava tomando. e tem uma fala bastante importante no meio do filme, não lembro exatamente de qual personagem, mas que é algo sobre ninguém ser totalmente bom, nem totalmente mau. retrata um mundo machista, com as mulheres ainda lutando por maior espaço, mas com as dificuldades óbvias. bom filme.
um dos melhores do gordo. curioso que, na minha visão, não existe mistério, causando até um pouco de contraste com outras das obras mais conhecidas do Alfred. não fiquei lá pensando, "quem matou", "quem fugiu", ou coisas do tipo. o que interessa mais é o desenvolvimento, a atmosfera. e o cara alopra. sensacional, um dos meus filmes favoritos desde já.
sensacional. a direção do John Carpenter pode parecer simples, mas o domínio que o cara tem de espaço/tempo é fenomenal, poucos diretores possuem a mesma habilidade ao conduzir uma história. tematicamente é uma evolução de alguns filmes que vieram antes. personagens marginalizados, um herói nada convencional - um prisioneiro. e mais forte ainda ao botar o presidente pra ser engolido pelo monstro que ele mesmo criou. baita filme, pessoal.
olha só, grata surpresa. o melhor de tudo é que serve como um belo tapa no tal "chick flick". dificilmente vemos personagens femininas como aqui, desbocadas, sem medo do ridículo, e, porque não, errantes, contrastando bastante com o que a gente vê normalmente. tem esse lado bom, mas infelizmente ainda cai em alguns vícios do cinema mainstream norte-americano, o que enfraquece o resultado final. baita performance do elenco, com destaque, obviamente, pra Wiig, que já manda muito bem no Saturday Night Live.
por aí se lê uma definição interessante de cinema, "a arte de contar histórias através de imagens". essa frase serviria perfeitamente para definir o cinema de Anthony Mann. a narração em off me incomodou bastante, mas o que o Mann faz com a câmera é de cair o queixo. sempre os ângulos mais adequados para extrair o máximo de dramaticidade da cena, uma iluminação que parece ser quase que uma síntese do noir. muito bom.
em um primeiro momento até causa estranheza. o grande mérito de Tourneur, onde melhor construiu sua fama, é o preto e branco, aquele genial jogo de luz e sombras que ele utiliza em seus filmes de terror, e até mesmo nos noirs. então vem o choque, um filme colorido, e western! mas é um baita filme, que às vezes até lembra um filme de Budd Boetticher. comprova a versatilidade desse mestre, que até filme de pirata fez.
Existe uma cena emblemática em “Assalto à 13 DP”. A cena do caminhão de sorvete. Não posso descrevê-la com detalhes porque estaria entregando importantes fatos do filme, que deverão ser recebidos sem qualquer tipo de aviso prévio. Mas ela consegue sintetizar o tom que Carpenter buscou imprimir durante todo seu filme. Um assustador grupo de quatro pessoas nos é introduzido no começo do filme, não sabemos quem são, suas motivações, nem mesmo seus nomes. Uma trilha sonora marcante e perturbadora pontua as aparições do grupo, mas nesse momento Carpenter coloca a trilha pra descansar um pouco, e deixa a música do caminhão de sorvete rolar. Mesmo a trilha, e até o ambiente, nos remetendo a algum momento inofensivo, nós sabemos que algo pode dar muito errado.
um Seijun Suzuki aparentemente mais são, mas as loucuras tão ali no aquecimento, só esperando o chamado. o filme é costurado com uma calma até estranha pro diretor, com uma mise-en-scène pra lá de elegante, até chegar o clímax, onde o choque se torna grande com as características suzukianas. ah, e por curiosidade, no final do filme dá pra ver que Tarantino deve ter se inspirado bastante nesse filme pra construir Kill Bill. filmaço.
os 'patinhos feios' da filmografia são esse e "Jackie Brown". ou seja, baita carreira do cara, ter dois ótimos filmes como esses como os mais fracos - isso a partir de um "consenso" que parece existir na cinefilia, não de minha parte. por mais que eu goste do início de carreira do Tarantino, vejo seus filmes dos anos 2000 como seu grande auge. o cinema mais cinéfilo. são espetáculos cinematográficos de primeira grandeza, muitas vezes incompreendido por ser algo, talvez, tematicamente descompromissado - aparentemente. mas Tarantino faz filmes sobre cinema, pelo cinema. o que é aquela perseguição? sensacional. baita legado que esse doido tá deixando até o momento.
só um toque pros moderadores: o nome em português é "Portal da Carne".
o cinema de Seijun Suzuki é um caminhão desgovernado. ele trabalha com fiapos de histórias, e a partir disso constrói o cinema. o poder das imagens de seus filmes é imenso, ele não pensa duas vezes antes de arriscar, de experimentar. cinema sem amarras, lindo de se ver. um dos gigantes do cinema japonês, deveria ser mais lembrado. mesmo que mestres, o Japão não fica 'apenas' na trinca Kurosawa/Ozu/Mizoguchi. filmaço.
Wyatt faz o mínimo. eu percebi que vários blockbusters dos últimos anos (não assisto muitos, eu sei) sofriam de uma afetação de seus diretores, uma tal de câmera que não conseguia parar de tremer, e que me incomodava profundamente. felizmente, nesse aqui, o diretor se mostra mais seguro nesse quesito. o carinho maior é reservado pro Caesar mesmo, já que os humanos não têm muita utilidade - do ponto de vista de desenvolvimento. agora, pra mim ficou claro que a intenção principal do Wyatt era entreter, essas questões sociológicas ficaram de lado mesmo. tudo foi costurado pra dar força ao clímax.
Mesmo em tempos onde a pregação da união entre os povos parece ser mais evidente, o racismo ainda está longe de ser algo que pode ser apontado como morto. E é triste saber que “Cão Branco”, mesmo com seus quase trinta anos, continua sendo relevante. Por toda a importância que o racismo tem na sociedade, podemos dizer que é um tema extremamente difícil de ser abordado pelo cinema, ou qualquer outra arte. Mas como discutir o racismo? É claro que é algo nocivo e que precisa ser eliminado, mas como é um problema complexo, o caminho que precisa ser percorrido durante uma discussão séria também precisa ser. Então Fuller, inimigo das convenções, escolhe um cachorro, pastor alemão, todo branco, representando o homem racista, pra ser o protagonista – ou um dos – de um belo filme de suspense.
incrível, Fuller é dos seres humanos mais corajosos a pegarem uma câmera. a força de suas imagens são de uma potência imensurável. ele pega o "sonho americano" e vai dando porrada atrás de porrada. sério, tem de tudo nesse filme. a vontade da prostituta em viver o tal sonho, mas não consegue alcançá-lo porque ele não existe. filmaço, filmaço.
as imagens reais que Fuller alterna são de uma força imensa. ver aquelas imagens dos campos de concentração justifica seu discurso. importantíssimo também, e totalmente coerente a frase que Helga diz em determinado momento, que nem todo alemão é nazista, já que David se mostrava preconceituoso e colocava todos os alemães no mesmo balaio. mas mesmo assim, antes de ter qualquer nacionalidade, todo mundo é ser humano, suscetível a falhas. Fuller combina com o tal "filme de guerra".
o primeiro filme colorido de Samuel Fuller é uma ótima aventura. Adam Jones é um típico personagem fulleriano, marginalizado, a única coisa que defende é seus próprios interesses. essa espécie de pensamento "sem-pátria" é tema recorrente na filmografia do velho Sam. esses temas estão presentes, mas o filme recebe uma embalagem bastante divertida, com cenas de perseguição submarina, tiroteios, talentosamente orquestradas. bom filme.
Fuller tem seus westerns, seus filmes de guerra, mas os noirs também se apresentaram como um cenário perfeito para a apresentação de suas angústias, sua fúria, seus personagens marginalizados. Convencional seria uma palavra que fugiria de qualquer tentativa de enquadramento da obra do velho Sam. E vemos o reflexo do diretor em seus personagens. Sem nenhum glamour em vista, são derrotados. Pessoas que não conseguiram fazer parte das engrenagens propostas pela sociedade, e que fazem o que podem para tentar seguir o rumo da vida. Tendo essa percepção em mente, “Anjo do Mal” se mostra como um legítimo filme fulleriano.
O primeiro filme de Samuel Fuller é essencial. Essencial porque é o início de uma das carreiras mais brilhantes do cinema. Um início que já se preocupa em nos apresentar vários dos principais pontos que Fuller expressaria através de seus filmes posteriores. O cenário escolhido foi um western. Não um convencional, com ares mais revisionistas. O típico herói americano passa longe das preferências do diretor, sua câmera é atraída pelos perdedores, os coadjuvantes. Jesse James é a figura célebre, uma espécie de Robin Hood do velho oeste. Não é a prioridade de Fuller, ele quer saber é de Robert Ford, o pilantra, que escolheu a forma mais covarde para executar o ato que dá título ao filme.
Busca Frenética
3.5 103 Assista Agoragrande filme do Polanski. muita influência de Hitchcock. um mistério pra prender a atenção da galera enquanto desenvolve seu rico subtexto. o homem deslocado de seu local de conforto, não só geograficamente quando psicologicamente depois do sequestro. precisa enfrentar suas próprias convicções, seus próprios hábitos - e agir impulsivamente, fator inexistente em seu cotidiano.
Felizes Juntos
4.2 261 Assista Agoratem seus exageros, mas porque o amor dos dois é assim. as cores de Kar-Wai são incríveis, o quase preto-e-branco do tempo turbulento, para o verde do dia, o vermelho/laranja/seilá da noite. o amor como catalisador da degradação.
Heróis Esquecidos
4.2 17 Assista Agorao cara vai tem que ir pra guerra forçado, "pelo país". quando volta, tudo aquilo que ele deixou é negado. é esquecido pela sociedade que ele supostamente protegeu. um "herói". a alternativa é recorrer a caminhos ilícitos. grande retrato de Walsh, ao mostrar a montanha-russa que era a situação. o cara se torna o chefão da cidade, logo depois, a queda. os planos tortos nas passagens narradas são sensacionais.
O Menino dos Cabelos Verdes
3.9 24por esse filme já dá pra entender porque o Losey teve que fugir lá da terra do Tio Sam. um belo filme anti-guerra, com uma abordagem “leve” – até certo ponto – como se fosse um conto infantil, o foco sendo as crianças. bom pequeno filme.
Blackout
3.7 16a gente continua tendo vários dos temas de Abel Ferrara nesse aqui, como sexo, muitas drogas, e muito álcool. mas esteticamente representa uma ruptura com os filmes que vieram antes. o filme é demente demais, esse filme deve ter sido montado sob o efeito de alucinógenos, só pode. mas o resultado é sensacional, pode até espantar aqueles que preferem um filme mais ‘clássico’, mas não tem jeito, Ferrara é gênio.
O Matador
4.0 76 Assista Agoraótimo filme. curioso que o John Woo sofre bastante preconceito, muita gente tem a ideia de que ele é um simples diretor de filmecos de ação de Hollywood, quando ele possui um ótimo currículo lá pela Ásia. “O Matador” é um belo exemplo. a violência corre solta, muitas vezes um tiro basta para matar uma pessoa, mas Woo faz questão de uma carnificina, são gastas, sei lá, umas 15 balas em cada um, haha. e ele faz um belo uso da câmera lenta, recurso que dificilmente é bem utilizado geralmente – mesmo o Woo exagerando em algumas passagens. mas é daqueles filmes de ação que têm um cuidado especial com seus personagens, suas aflições. ótimo filme.
Pistoleiros do Entardecer
3.9 29 Assista Agoraem alguns aspectos, até me lembrou "Vera Cruz", do Aldrich, por esse link entre os velhos heróis do oeste, e a direção que o gênero tava tomando. e tem uma fala bastante importante no meio do filme, não lembro exatamente de qual personagem, mas que é algo sobre ninguém ser totalmente bom, nem totalmente mau. retrata um mundo machista, com as mulheres ainda lutando por maior espaço, mas com as dificuldades óbvias. bom filme.
O Homem Errado
3.9 96 Assista Agoraum dos melhores do gordo. curioso que, na minha visão, não existe mistério, causando até um pouco de contraste com outras das obras mais conhecidas do Alfred. não fiquei lá pensando, "quem matou", "quem fugiu", ou coisas do tipo. o que interessa mais é o desenvolvimento, a atmosfera. e o cara alopra. sensacional, um dos meus filmes favoritos desde já.
Fuga de Nova York
3.5 301 Assista Agorasensacional. a direção do John Carpenter pode parecer simples, mas o domínio que o cara tem de espaço/tempo é fenomenal, poucos diretores possuem a mesma habilidade ao conduzir uma história. tematicamente é uma evolução de alguns filmes que vieram antes. personagens marginalizados, um herói nada convencional - um prisioneiro. e mais forte ainda ao botar o presidente pra ser engolido pelo monstro que ele mesmo criou. baita filme, pessoal.
Coincidências do Amor
3.4 1,1K Assista Agoranão funciona como nada.
Missão Madrinha de Casamento
3.2 1,7K Assista Agoraolha só, grata surpresa. o melhor de tudo é que serve como um belo tapa no tal "chick flick". dificilmente vemos personagens femininas como aqui, desbocadas, sem medo do ridículo, e, porque não, errantes, contrastando bastante com o que a gente vê normalmente. tem esse lado bom, mas infelizmente ainda cai em alguns vícios do cinema mainstream norte-americano, o que enfraquece o resultado final. baita performance do elenco, com destaque, obviamente, pra Wiig, que já manda muito bem no Saturday Night Live.
Moeda Falsa
3.6 8por aí se lê uma definição interessante de cinema, "a arte de contar histórias através de imagens". essa frase serviria perfeitamente para definir o cinema de Anthony Mann. a narração em off me incomodou bastante, mas o que o Mann faz com a câmera é de cair o queixo. sempre os ângulos mais adequados para extrair o máximo de dramaticidade da cena, uma iluminação que parece ser quase que uma síntese do noir. muito bom.
Choque de Ódios
3.8 6em um primeiro momento até causa estranheza. o grande mérito de Tourneur, onde melhor construiu sua fama, é o preto e branco, aquele genial jogo de luz e sombras que ele utiliza em seus filmes de terror, e até mesmo nos noirs. então vem o choque, um filme colorido, e western! mas é um baita filme, que às vezes até lembra um filme de Budd Boetticher. comprova a versatilidade desse mestre, que até filme de pirata fez.
Assalto à 13ª DP
3.7 83Existe uma cena emblemática em “Assalto à 13 DP”. A cena do caminhão de sorvete. Não posso descrevê-la com detalhes porque estaria entregando importantes fatos do filme, que deverão ser recebidos sem qualquer tipo de aviso prévio. Mas ela consegue sintetizar o tom que Carpenter buscou imprimir durante todo seu filme. Um assustador grupo de quatro pessoas nos é introduzido no começo do filme, não sabemos quem são, suas motivações, nem mesmo seus nomes. Uma trilha sonora marcante e perturbadora pontua as aparições do grupo, mas nesse momento Carpenter coloca a trilha pra descansar um pouco, e deixa a música do caminhão de sorvete rolar. Mesmo a trilha, e até o ambiente, nos remetendo a algum momento inofensivo, nós sabemos que algo pode dar muito errado.
Continua em:
A Vida de um Tatuado
4.0 7um Seijun Suzuki aparentemente mais são, mas as loucuras tão ali no aquecimento, só esperando o chamado. o filme é costurado com uma calma até estranha pro diretor, com uma mise-en-scène pra lá de elegante, até chegar o clímax, onde o choque se torna grande com as características suzukianas. ah, e por curiosidade, no final do filme dá pra ver que Tarantino deve ter se inspirado bastante nesse filme pra construir Kill Bill. filmaço.
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista Agoraos 'patinhos feios' da filmografia são esse e "Jackie Brown". ou seja, baita carreira do cara, ter dois ótimos filmes como esses como os mais fracos - isso a partir de um "consenso" que parece existir na cinefilia, não de minha parte. por mais que eu goste do início de carreira do Tarantino, vejo seus filmes dos anos 2000 como seu grande auge. o cinema mais cinéfilo. são espetáculos cinematográficos de primeira grandeza, muitas vezes incompreendido por ser algo, talvez, tematicamente descompromissado - aparentemente. mas Tarantino faz filmes sobre cinema, pelo cinema. o que é aquela perseguição? sensacional. baita legado que esse doido tá deixando até o momento.
Portal da Carne
4.1 13só um toque pros moderadores: o nome em português é "Portal da Carne".
o cinema de Seijun Suzuki é um caminhão desgovernado. ele trabalha com fiapos de histórias, e a partir disso constrói o cinema. o poder das imagens de seus filmes é imenso, ele não pensa duas vezes antes de arriscar, de experimentar. cinema sem amarras, lindo de se ver. um dos gigantes do cinema japonês, deveria ser mais lembrado. mesmo que mestres, o Japão não fica 'apenas' na trinca Kurosawa/Ozu/Mizoguchi. filmaço.
Planeta dos Macacos: A Origem
3.8 3,2K Assista AgoraWyatt faz o mínimo. eu percebi que vários blockbusters dos últimos anos (não assisto muitos, eu sei) sofriam de uma afetação de seus diretores, uma tal de câmera que não conseguia parar de tremer, e que me incomodava profundamente. felizmente, nesse aqui, o diretor se mostra mais seguro nesse quesito. o carinho maior é reservado pro Caesar mesmo, já que os humanos não têm muita utilidade - do ponto de vista de desenvolvimento. agora, pra mim ficou claro que a intenção principal do Wyatt era entreter, essas questões sociológicas ficaram de lado mesmo. tudo foi costurado pra dar força ao clímax.
Cão Branco
3.7 182Mesmo em tempos onde a pregação da união entre os povos parece ser mais evidente, o racismo ainda está longe de ser algo que pode ser apontado como morto. E é triste saber que “Cão Branco”, mesmo com seus quase trinta anos, continua sendo relevante. Por toda a importância que o racismo tem na sociedade, podemos dizer que é um tema extremamente difícil de ser abordado pelo cinema, ou qualquer outra arte. Mas como discutir o racismo? É claro que é algo nocivo e que precisa ser eliminado, mas como é um problema complexo, o caminho que precisa ser percorrido durante uma discussão séria também precisa ser. Então Fuller, inimigo das convenções, escolhe um cachorro, pastor alemão, todo branco, representando o homem racista, pra ser o protagonista – ou um dos – de um belo filme de suspense.
Continua em:
O Beijo Amargo
4.2 54 Assista Agoraincrível, Fuller é dos seres humanos mais corajosos a pegarem uma câmera. a força de suas imagens são de uma potência imensurável. ele pega o "sonho americano" e vai dando porrada atrás de porrada. sério, tem de tudo nesse filme. a vontade da prostituta em viver o tal sonho, mas não consegue alcançá-lo porque ele não existe. filmaço, filmaço.
Proibido!
3.8 7as imagens reais que Fuller alterna são de uma força imensa. ver aquelas imagens dos campos de concentração justifica seu discurso. importantíssimo também, e totalmente coerente a frase que Helga diz em determinado momento, que nem todo alemão é nazista, já que David se mostrava preconceituoso e colocava todos os alemães no mesmo balaio. mas mesmo assim, antes de ter qualquer nacionalidade, todo mundo é ser humano, suscetível a falhas. Fuller combina com o tal "filme de guerra".
Tormenta Sob Os Mares
3.3 9o primeiro filme colorido de Samuel Fuller é uma ótima aventura. Adam Jones é um típico personagem fulleriano, marginalizado, a única coisa que defende é seus próprios interesses. essa espécie de pensamento "sem-pátria" é tema recorrente na filmografia do velho Sam. esses temas estão presentes, mas o filme recebe uma embalagem bastante divertida, com cenas de perseguição submarina, tiroteios, talentosamente orquestradas. bom filme.
Anjo do Mal
3.9 61 Assista AgoraFuller tem seus westerns, seus filmes de guerra, mas os noirs também se apresentaram como um cenário perfeito para a apresentação de suas angústias, sua fúria, seus personagens marginalizados. Convencional seria uma palavra que fugiria de qualquer tentativa de enquadramento da obra do velho Sam. E vemos o reflexo do diretor em seus personagens. Sem nenhum glamour em vista, são derrotados. Pessoas que não conseguiram fazer parte das engrenagens propostas pela sociedade, e que fazem o que podem para tentar seguir o rumo da vida. Tendo essa percepção em mente, “Anjo do Mal” se mostra como um legítimo filme fulleriano.
Continua em:
Eu Matei Jesse James
3.7 14 Assista AgoraO primeiro filme de Samuel Fuller é essencial. Essencial porque é o início de uma das carreiras mais brilhantes do cinema. Um início que já se preocupa em nos apresentar vários dos principais pontos que Fuller expressaria através de seus filmes posteriores. O cenário escolhido foi um western. Não um convencional, com ares mais revisionistas. O típico herói americano passa longe das preferências do diretor, sua câmera é atraída pelos perdedores, os coadjuvantes. Jesse James é a figura célebre, uma espécie de Robin Hood do velho oeste. Não é a prioridade de Fuller, ele quer saber é de Robert Ford, o pilantra, que escolheu a forma mais covarde para executar o ato que dá título ao filme.
Continua em: