Eu tava levando fé, porém me decepcionou bastante. A melhor atuação é a do Michael C. Hall, mas ainda assim incomoda. Achei péssimo o roteiro e tal, meu Deus, muito ruim. Então não dá para saber se as atuações em geral que foram fracas demais ou o roteiro e situações que foram forçadas mesmo. Me deu um pouco de vergonha alheia pelo Daniel, mas eu ainda acredito nele, acredito que pode ser melhor, então colocarei culpa na direção - mas já não sei se ele daria conta de um papel forte ou qualquer desafio do tipo. Pra mim não funcionou. É uma pena, um desperdício de tema, personagens, atores. Mas apesar desse filme ser quase uma ofensa, qualquer coisinha da geração beat e dessa trindade iluminada já faz o tempo não ter sido gasto em vão, então ok.
Dos que vi, achei o menos legal do Emir Kusturica. Mas ainda dá um frio na barriga (como quando ouvimos uma música pela primeira vez e ela é tão aconchegante que parece que a conhecemos desde sempre) e tem aquele encanto que só ele sabe ter, um encanto que não consigo explicar. Algo de cômico, algo de triste, algo de singelo, algo de bonito, com algumas coisas aleatórias e surreais, que se encaixam tão bem que criam juntas uma espécie de quadro, e são quadros inesquecíveis. Ele passa uma sensação tão única que eu achava que era só comigo. Foi ainda mais incrível quando li (em outros filmes) comentários sobre mais ou menos isso que sinto sobre os filmes do Emir. Queria saber qual o segredo desse cara. Pena que tem poucos filmes, mas sou grata por conhecê-lo!
Ps: Impagável a cena do soldado cantando The End do The Doors! E que amor esse cachorro hiperativo e esse gato que parece o frajola, hahaha.
Já me ganhou pela crueza do início e pela trilha sonora delicada. O roteiro me prendeu muito e a história é muito original e perigosamente bonita. E que atuação é essa desse menino? O garoto tem falas quase nulas e ainda assim consegue se expressar graciosamente bem. Seja através do olhar, das mãos, passos... olfato. O olfato é um sentido tão pouco desenvolvido nos humanos, e tão complicado de dizer em palavras (tais que são sem dúvida importante guia, fonte de magia, mas inútil muitas vezes diante do inefável), porém... teve certos momentos que quase pude sentir o cheiro desse filme (ruins ou bons). É uma coisa louca isso, um acordo mágico, um segredo.
O filme é tão sensorial e performático que lembra uma peça de teatro em alguns aspectos. A forma que o menino se salva desde recém nascido até o final parece um tanto quanto exagerada, burlesca, até tragicômica. Mas esse universo é retratado com tanta delicadeza e poesia que aceitamos com certa naturalidade chocante. E, falando em chocante, e teatral...
O final. Esse final foi tão estupendo (nunca usei essa palavra antes, eu acho, mas se encaixa perfeitamente aqui) que sinceramente não sei o que sentir sobre ele por enquanto. Um dos finais mais interessantes que já vi.
Tanto a sufocante (mas linda) cena dos "devoradores" do mercado de peixe, como a da orgia pública. Aquela mega orgia foi uma coisa linda de se ver. Nunca imaginei que uma orgia pudesse ser tão amável. Não tive vontade de rir nem achei nojenta e nem qualquer outro sentimento que poderia despertar nessas circunstâncias, a não ser que foi bonita pra caramba. Diante de um menino que quase foi crucificado, parece que todo o povo voltou ao jardim do Éden, sem medo ou vergonha de nudez. Daí já não sei se sinto isso como algo bonito ou uma profanação... e porque não ambos?
Aliás, é uma história cheia de contradições. Não sabia se queria que a Laura se salvasse, ou se fosse capturada finalmente. Não sabia se torcia pelo sucesso do garoto ou para que fosse pego de uma vez. E já não sei, até agora, se queria o menino morto também ou se sinto pena, medo, admiração, empatia - ou tudo isso junto. Ou nada disso.
Bom pra caramba. Sedutor, elegante e imundo. Geoffrey Rush numa atuação diabólica e, sinceramente, tentadora. Kate Winslet perfeita como sempre, e Joaquin Phoenix nem se fala.
Só fiquei triste com a morte da Madeleine. Digo, queria pelo menos que o Coulmier e ela pudessem ter concretizado o amor (ou algo assim) antes disso acontecer. Mas ah, se essa era a condição de ver um pouquinho de um Joaquin insano, valeu totalmente a pena. Aqueles olhos...
E atenção também para esse pôster, parece que o Marquês está guiando Madeleine. E não esteve? Lindo pôster. Aliás, eu sempre achei que era o Alan Rickman ali, hahaha. Faria um belo de um Marquês de Sade, também, mas Rush não deixou a desejar.
Como é bom ver um filme cheio de estrelas, só atuação monstro. Eu achei que seria puxado mais para o humor que para o drama, e por fim me saiu um filme bem emocionante. É, parente é serpente. Algumas coisas são clichês, mas isso faz parte de todo álbum de família né? Gostei do final e fiquei chocada ao saber que a atriz que faz a Jean é a menina de Pequena Miss Sunshine. Tô me sentindo velha pra caramba.
Como não se apaixonar pelo Phoenix? Ele faz com que atuar de maneira espetacular pareça fácil, flua naturalmente. E a história do filme vale nota máxima também, é extremamente original e sensível, faz a gente perceber o amor com outros recursos, outros sentidos.
E pensar que o artificial também está mais do que presente em encontros e reencontros pessoalmente. Um exemplo disso é o encontro do Theodore com a personagem da Olivia Wilde. Ela cobra uma atenção e firmeza num relacionamento recém sugerido, algo que soa totalmente natural porque estamos acostumados à isso, porém se pararmos para pensar, é algo totalmente automático e teatral. Se isso é normal, namorar um sistema operacional deveria nos causar tanta estranheza? Por outro lado, gostei muito também do modo em que o filme mostra que entre as pessoas "reais" haverá sempre instabilidade, altos e baixos, não é sempre que poderemos ver os encantos do mundo - mas na realidade são nesses momentos inusitados que tudo fica ainda mais bonito.
A melhor coisa do filme é o Bale. De resto, achei uma história aparentemente pretensiosa, mas que não se garante, com atuações em sua maioria afetadas e verborrágicas (tipo em O Lado Bom da Vida) e clima bastante irregular. Enfim, não funcionou comigo. Foi um sufoco acabar o filme.
Podiam ter aproveitado mais o Viggo Mortensen como Old Bull Lee (pra mim, um dos melhores e mais loucos personagens do livro), podiam ter deixado o Carlo menos lamentoso, mas o que me deixou mais decepcionada foi o Dean. Esperava-o menos saudável e mais enlouquecido. Garrett Hedlund tem uma aura bacana e sua voz é bonita, mas para o mito de Dean Moriarty, imagino o tempo todo uma voz rouca completamente viva, apaixonada e impressionável, olhos energéticos e inquietos sem destino algum e cabeça concordando com tudo "sim, sim, sim", como um vagabundo sagrado que era. Isso sem contar que o filme focou mais no sexo que na estrada propriamente dita. Mas claro que há pontos positivos também. Me arrepiava com trechos e momentos quase retirados das páginas do On the Road, e Sam Riley me cativou como Sal. Aliás, esse cara é foda, já não bastava viver nas telas o Ian Curtis, agora vive Sal Paradise!
Enfim, não me tocou muito, mas também não achei nenhum lixo. On the Road é um livro difícil de se adaptar, porque a beleza dele está nos detalhes e na descrição, na narração (que ficaria exagerada e quase que incoerente numa forma de arte onde o maior dos vários recursos é o visual). Mas sabe, qualquer pontinha de algo de On the Road já vale a pena.
Odiei esse protagonista cretino, mas o clima anos 60 compensa, e o final é bem curioso. Vale também pelo show do The Yardbirds, o solo do Jimmy e o Beck imitando o Pete Townshend.
Steve McQueen é o cara. Ainda não assisti "Hunger", mas "Shame" me conquistou de primeira e "12 Years a Slave" não me decepcionou. A história é muito triste, principalmente sabendo que é baseada em fatos reais, e Chiwetel Ejiofor soube transmitir muito bem a emoção e sensação de injustiça de seu personagem Solomon. Aliás, todo o elenco está de parabéns, e que elenco! Brad, Sarah Paulson, Paul Dano (que sabe ser nojento quando quer, heim?) e meu querido Benedict Cumberbatch. Sem falar na revelação Lupita Nyong'o, que além de belíssima, é uma ótima atriz. Vale citar também a trilha sonora, achei maravilhosa.
Jared é um artista completo, abençoado tanto na música quanto no cinema. Mesmo em outros papéis, consideravelmente menores, na minha opinião ele se destaca. É um cara muito versátil, e se entrega totalmente ao personagem. E, mesmo o acompanhando há um tempo, ele sempre consegue me surpreender. Ele e o Matthew estão de arrepiar, desde a primeira visão de seus físicos. A história do filme assusta, principalmente sabendo que é biográfica. Enfim, um filmão, digno de todo prestígio. Agora é só esperar pelos Oscars desses dois.
Uma experiência inexplicável. Muita coisa passou na minha cabeça durante o filme. Vaga entre o caótico, absurdo (no sentido camuniano mesmo), e o belo, pacífico. Dispensa comentários, na verdade.
Lembrei das duas últimas estrofes do poema "Salmo Perdido", do poeta carioca Dante Milano:
"O mundo não é mais a paisagem antiga, A paisagem sagrada.
Cidades vertiginosas, edifícios a pique, Torres, pontes, mastros, luzes, fios, apitos, sinais. Sonhamos tanto que o mundo não nos reconhece mais, As aves, os montes, as nuvens não nos reconhecem mais, Deus não nos reconhece mais."
A versatilidade do Matheus Nachtergaele me assusta. De bicha má(cumbeira) de Amarelo Manga, prum cara desprezível e ameaçador de Baixio das Bestas. Aliás, praticamente todos os personagens são umas verdadeiras bestas mesmo.
"Sabe o quê que é o melhor do cinema? É que no cinema tu pode fazer o que tu quer". Essa frase, proferida inclusive por um dos personagens do filme, olhando assim, diretamente pra câmera, resume bem o que é o cinema manguebeat de Cláudio Assis. É um cinema cru, visceral, sujo e sem pudor algum. E o pior? É real.
Outra coisa que eu queria comentar é a cena da orgia. O modo de filmagem me lembrou muito Gaspar Noé, e não foi a primeira vez que a direção de Assis me lembrou a de Noé. Maravilha!
E pra dar um pouco de poesia à essa exposição de entranhas, a cena que o cortejo de maracatu invade a casa do velho é uma das coisa mais surpreendentemente bonitas que já vi.
Amarelo nos pelos, amarelo do carro, amarelo da manga e do mangue. Bom pra caramba! Diferente de um ou dois comentários que li, não achei exagerada a quantidade de palavrão não. Achei o texto muito bem sacado. As atuações são fenomenais, principalmente do Matheus Nachtergaele, que se sobressai facilmente em qualquer papel que faça (só faltou cenas do terreiro dele, poxa, haha).
Dá uns sustos muito bons, a história prende bastante, o cenário, a fotografia e a trilha sonora são perfeitos, as atuações ótimas e o final é lindo. Esse filme é muito mais do que eu esperava, tô apaixonada.
Haneke é famoso por sua habilidade incomparável de transformar seus telespectadores em observadores impotentes. Mas aqui ele foi além disso. Não me senti somente impotente, como também cúmplice de tudo aquilo, voyuer sádica, perversa e pervertida. E fui mesmo. Assisti ao filme em busca de violência, e toda sugestão dela me deixava apreensiva, mas nem por isso ansiava menos tais cenas. Foi aí que percebi que sou o próprio alvo do filme.
Aceitei suas provocações; apostei, quando ele propõe o jogo, que a família morreria; esperava que houvesse estupro na hora que a Anna se despe; esperei que houvesse sangue em todas as demais mortes do filme.
Arno Frisch realmente se dirigia a mim. Quando ele se dirigiu à câmera pela primeira vez, achei que estivesse ficando louca, mas depois entrei no "funny game". E quando ele brinca com a Anna de "quente/frio" e pisca, percebi que intimamente estava me divertindo sim, e assim participando daquilo. Mesmo estando horrorizada com a maldade da dupla, quando eles saíram, quis que voltassem logo. E bem, a cena do controle remoto eu nem consigo comentar.
Enfim, fui atingida em cheio por esse filme. Brilhante. Assim como Naked City. Tô ouvindo Bonehead sem parar!
O Expresso da Meia-Noite
4.1 476 Assista AgoraEssa capa é lindíssima, tão intensa quanto o filme.
Versos de um Crime
3.6 666 Assista AgoraEu tava levando fé, porém me decepcionou bastante. A melhor atuação é a do Michael C. Hall, mas ainda assim incomoda. Achei péssimo o roteiro e tal, meu Deus, muito ruim. Então não dá para saber se as atuações em geral que foram fracas demais ou o roteiro e situações que foram forçadas mesmo. Me deu um pouco de vergonha alheia pelo Daniel, mas eu ainda acredito nele, acredito que pode ser melhor, então colocarei culpa na direção - mas já não sei se ele daria conta de um papel forte ou qualquer desafio do tipo. Pra mim não funcionou. É uma pena, um desperdício de tema, personagens, atores. Mas apesar desse filme ser quase uma ofensa, qualquer coisinha da geração beat e dessa trindade iluminada já faz o tempo não ter sido gasto em vão, então ok.
A Vida é um Milagre
3.8 22Dos que vi, achei o menos legal do Emir Kusturica. Mas ainda dá um frio na barriga (como quando ouvimos uma música pela primeira vez e ela é tão aconchegante que parece que a conhecemos desde sempre) e tem aquele encanto que só ele sabe ter, um encanto que não consigo explicar. Algo de cômico, algo de triste, algo de singelo, algo de bonito, com algumas coisas aleatórias e surreais, que se encaixam tão bem que criam juntas uma espécie de quadro, e são quadros inesquecíveis. Ele passa uma sensação tão única que eu achava que era só comigo. Foi ainda mais incrível quando li (em outros filmes) comentários sobre mais ou menos isso que sinto sobre os filmes do Emir. Queria saber qual o segredo desse cara. Pena que tem poucos filmes, mas sou grata por conhecê-lo!
Ps: Impagável a cena do soldado cantando The End do The Doors! E que amor esse cachorro hiperativo e esse gato que parece o frajola, hahaha.
Perfume: A História de um Assassino
4.0 2,2KJá me ganhou pela crueza do início e pela trilha sonora delicada. O roteiro me prendeu muito e a história é muito original e perigosamente bonita. E que atuação é essa desse menino? O garoto tem falas quase nulas e ainda assim consegue se expressar graciosamente bem. Seja através do olhar, das mãos, passos... olfato. O olfato é um sentido tão pouco desenvolvido nos humanos, e tão complicado de dizer em palavras (tais que são sem dúvida importante guia, fonte de magia, mas inútil muitas vezes diante do inefável), porém... teve certos momentos que quase pude sentir o cheiro desse filme (ruins ou bons). É uma coisa louca isso, um acordo mágico, um segredo.
O filme é tão sensorial e performático que lembra uma peça de teatro em alguns aspectos. A forma que o menino se salva desde recém nascido até o final parece um tanto quanto exagerada, burlesca, até tragicômica. Mas esse universo é retratado com tanta delicadeza e poesia que aceitamos com certa naturalidade chocante. E, falando em chocante, e teatral...
O final. Esse final foi tão estupendo (nunca usei essa palavra antes, eu acho, mas se encaixa perfeitamente aqui) que sinceramente não sei o que sentir sobre ele por enquanto. Um dos finais mais interessantes que já vi.
Tanto a sufocante (mas linda) cena dos "devoradores" do mercado de peixe, como a da orgia pública. Aquela mega orgia foi uma coisa linda de se ver. Nunca imaginei que uma orgia pudesse ser tão amável. Não tive vontade de rir nem achei nojenta e nem qualquer outro sentimento que poderia despertar nessas circunstâncias, a não ser que foi bonita pra caramba. Diante de um menino que quase foi crucificado, parece que todo o povo voltou ao jardim do Éden, sem medo ou vergonha de nudez. Daí já não sei se sinto isso como algo bonito ou uma profanação... e porque não ambos?
Aliás, é uma história cheia de contradições. Não sabia se queria que a Laura se salvasse, ou se fosse capturada finalmente. Não sabia se torcia pelo sucesso do garoto ou para que fosse pego de uma vez. E já não sei, até agora, se queria o menino morto também ou se sinto pena, medo, admiração, empatia - ou tudo isso junto. Ou nada disso.
Agora vou é atrás do livro!
Contos Proibidos do Marquês de Sade
3.9 424Bom pra caramba. Sedutor, elegante e imundo. Geoffrey Rush numa atuação diabólica e, sinceramente, tentadora. Kate Winslet perfeita como sempre, e Joaquin Phoenix nem se fala.
Só fiquei triste com a morte da Madeleine. Digo, queria pelo menos que o Coulmier e ela pudessem ter concretizado o amor (ou algo assim) antes disso acontecer. Mas ah, se essa era a condição de ver um pouquinho de um Joaquin insano, valeu totalmente a pena. Aqueles olhos...
E atenção também para esse pôster, parece que o Marquês está guiando Madeleine. E não esteve? Lindo pôster. Aliás, eu sempre achei que era o Alan Rickman ali, hahaha. Faria um belo de um Marquês de Sade, também, mas Rush não deixou a desejar.
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraFazia muito tempo que eu não me divertia tanto com um filme, há tantos diálogos e o filme é longo, porém sinceramente não vi passar essas três horas.
Ri demais principalmente na cena em que eles tomam aquela droga e o efeito vem mais tarde, meu Deus, cena GENIAL.
E puta que pariu, o Leonardo DiCaprio está INCRÍVEL, sem palavras!
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista AgoraComo é bom ver um filme cheio de estrelas, só atuação monstro. Eu achei que seria puxado mais para o humor que para o drama, e por fim me saiu um filme bem emocionante. É, parente é serpente. Algumas coisas são clichês, mas isso faz parte de todo álbum de família né? Gostei do final e fiquei chocada ao saber que a atriz que faz a Jean é a menina de Pequena Miss Sunshine. Tô me sentindo velha pra caramba.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraComo não se apaixonar pelo Phoenix? Ele faz com que atuar de maneira espetacular pareça fácil, flua naturalmente. E a história do filme vale nota máxima também, é extremamente original e sensível, faz a gente perceber o amor com outros recursos, outros sentidos.
E pensar que o artificial também está mais do que presente em encontros e reencontros pessoalmente. Um exemplo disso é o encontro do Theodore com a personagem da Olivia Wilde. Ela cobra uma atenção e firmeza num relacionamento recém sugerido, algo que soa totalmente natural porque estamos acostumados à isso, porém se pararmos para pensar, é algo totalmente automático e teatral. Se isso é normal, namorar um sistema operacional deveria nos causar tanta estranheza? Por outro lado, gostei muito também do modo em que o filme mostra que entre as pessoas "reais" haverá sempre instabilidade, altos e baixos, não é sempre que poderemos ver os encantos do mundo - mas na realidade são nesses momentos inusitados que tudo fica ainda mais bonito.
Trapaça
3.4 2,2K Assista AgoraA melhor coisa do filme é o Bale. De resto, achei uma história aparentemente pretensiosa, mas que não se garante, com atuações em sua maioria afetadas e verborrágicas (tipo em O Lado Bom da Vida) e clima bastante irregular. Enfim, não funcionou comigo. Foi um sufoco acabar o filme.
Na Estrada
3.3 1,9KPodiam ter aproveitado mais o Viggo Mortensen como Old Bull Lee (pra mim, um dos melhores e mais loucos personagens do livro), podiam ter deixado o Carlo menos lamentoso, mas o que me deixou mais decepcionada foi o Dean. Esperava-o menos saudável e mais enlouquecido. Garrett Hedlund tem uma aura bacana e sua voz é bonita, mas para o mito de Dean Moriarty, imagino o tempo todo uma voz rouca completamente viva, apaixonada e impressionável, olhos energéticos e inquietos sem destino algum e cabeça concordando com tudo "sim, sim, sim", como um vagabundo sagrado que era. Isso sem contar que o filme focou mais no sexo que na estrada propriamente dita. Mas claro que há pontos positivos também. Me arrepiava com trechos e momentos quase retirados das páginas do On the Road, e Sam Riley me cativou como Sal. Aliás, esse cara é foda, já não bastava viver nas telas o Ian Curtis, agora vive Sal Paradise!
Enfim, não me tocou muito, mas também não achei nenhum lixo. On the Road é um livro difícil de se adaptar, porque a beleza dele está nos detalhes e na descrição, na narração (que ficaria exagerada e quase que incoerente numa forma de arte onde o maior dos vários recursos é o visual). Mas sabe, qualquer pontinha de algo de On the Road já vale a pena.
Blow-Up: Depois Daquele Beijo
3.9 370 Assista AgoraOdiei esse protagonista cretino, mas o clima anos 60 compensa, e o final é bem curioso. Vale também pelo show do The Yardbirds, o solo do Jimmy e o Beck imitando o Pete Townshend.
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KSteve McQueen é o cara. Ainda não assisti "Hunger", mas "Shame" me conquistou de primeira e "12 Years a Slave" não me decepcionou. A história é muito triste, principalmente sabendo que é baseada em fatos reais, e Chiwetel Ejiofor soube transmitir muito bem a emoção e sensação de injustiça de seu personagem Solomon. Aliás, todo o elenco está de parabéns, e que elenco! Brad, Sarah Paulson, Paul Dano (que sabe ser nojento quando quer, heim?) e meu querido Benedict Cumberbatch. Sem falar na revelação Lupita Nyong'o, que além de belíssima, é uma ótima atriz. Vale citar também a trilha sonora, achei maravilhosa.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraJared é um artista completo, abençoado tanto na música quanto no cinema. Mesmo em outros papéis, consideravelmente menores, na minha opinião ele se destaca. É um cara muito versátil, e se entrega totalmente ao personagem. E, mesmo o acompanhando há um tempo, ele sempre consegue me surpreender. Ele e o Matthew estão de arrepiar, desde a primeira visão de seus físicos. A história do filme assusta, principalmente sabendo que é biográfica. Enfim, um filmão, digno de todo prestígio. Agora é só esperar pelos Oscars desses dois.
E ah, adorei T.Rex na trilha sonora!
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraA Léa Seydoux tá a cara da Cássia Eller nesse filme.
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraAnsi( )sa
Versos de um Crime
3.6 666 Assista AgoraMuito ansiosa.
Mistérios da Carne
4.1 975Esse filme me doeu. É muito bonito e também muito impactante. Joseph nunca decepciona, mas aqui ele está em sua melhor atuação, na minha opinião.
Koyaanisqatsi - Uma Vida Fora de Equilíbrio
4.4 236 Assista AgoraUma experiência inexplicável. Muita coisa passou na minha cabeça durante o filme. Vaga entre o caótico, absurdo (no sentido camuniano mesmo), e o belo, pacífico. Dispensa comentários, na verdade.
Lembrei das duas últimas estrofes do poema "Salmo Perdido", do poeta carioca Dante Milano:
"O mundo não é mais a paisagem antiga,
A paisagem sagrada.
Cidades vertiginosas, edifícios a pique,
Torres, pontes, mastros, luzes, fios, apitos, sinais.
Sonhamos tanto que o mundo não nos reconhece mais,
As aves, os montes, as nuvens não nos reconhecem mais,
Deus não nos reconhece mais."
Febre do Rato
4.0 657Coisa linda.
Baixio das Bestas
3.5 397A versatilidade do Matheus Nachtergaele me assusta. De bicha má(cumbeira) de Amarelo Manga, prum cara desprezível e ameaçador de Baixio das Bestas. Aliás, praticamente todos os personagens são umas verdadeiras bestas mesmo.
"Sabe o quê que é o melhor do cinema? É que no cinema tu pode fazer o que tu quer". Essa frase, proferida inclusive por um dos personagens do filme, olhando assim, diretamente pra câmera, resume bem o que é o cinema manguebeat de Cláudio Assis. É um cinema cru, visceral, sujo e sem pudor algum. E o pior? É real.
Outra coisa que eu queria comentar é a cena da orgia. O modo de filmagem me lembrou muito Gaspar Noé, e não foi a primeira vez que a direção de Assis me lembrou a de Noé. Maravilha!
E pra dar um pouco de poesia à essa exposição de entranhas, a cena que o cortejo de maracatu invade a casa do velho é uma das coisa mais surpreendentemente bonitas que já vi.
Amarelo Manga
3.8 542 Assista AgoraAmarelo nos pelos, amarelo do carro, amarelo da manga e do mangue. Bom pra caramba! Diferente de um ou dois comentários que li, não achei exagerada a quantidade de palavrão não. Achei o texto muito bem sacado. As atuações são fenomenais, principalmente do Matheus Nachtergaele, que se sobressai facilmente em qualquer papel que faça (só faltou cenas do terreiro dele, poxa, haha).
"Pois vê só: Seu Bianor inventou de morrer" "Mas ele num tava vivo?" fiquei rindo disso, haha.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraPor mais que eu assista, não consigo enjoar nem achar esse filme menos impressionante, sinceramente.
Your head will collapse but there's nothing in it, and you'll ask yourself "Where is my mind?"
O Orfanato
3.7 1,3KDá uns sustos muito bons, a história prende bastante, o cenário, a fotografia e a trilha sonora são perfeitos, as atuações ótimas e o final é lindo. Esse filme é muito mais do que eu esperava, tô apaixonada.
Violência Gratuita
3.8 738 Assista AgoraHaneke é famoso por sua habilidade incomparável de transformar seus telespectadores em observadores impotentes. Mas aqui ele foi além disso. Não me senti somente impotente, como também cúmplice de tudo aquilo, voyuer sádica, perversa e pervertida. E fui mesmo. Assisti ao filme em busca de violência, e toda sugestão dela me deixava apreensiva, mas nem por isso ansiava menos tais cenas. Foi aí que percebi que sou o próprio alvo do filme.
Aceitei suas provocações; apostei, quando ele propõe o jogo, que a família morreria; esperava que houvesse estupro na hora que a Anna se despe; esperei que houvesse sangue em todas as demais mortes do filme.
Arno Frisch realmente se dirigia a mim. Quando ele se dirigiu à câmera pela primeira vez, achei que estivesse ficando louca, mas depois entrei no "funny game". E quando ele brinca com a Anna de "quente/frio" e pisca, percebi que intimamente estava me divertindo sim, e assim participando daquilo. Mesmo estando horrorizada com a maldade da dupla, quando eles saíram, quis que voltassem logo. E bem, a cena do controle remoto eu nem consigo comentar.
Enfim, fui atingida em cheio por esse filme. Brilhante. Assim como Naked City. Tô ouvindo Bonehead sem parar!