Um balde de água fria para as esperanças de muitos jovens que sonham em se tornar cineastas independentes. E penso se o Mark Borchardt não ficou frustrado ao perceber que o Chris Smith, diretor deste documentário, tinha noções cinematográficas bem mais sólidas que as dele...
Não há muito o que dizer deste filme além do óbvio: completamente diferente das obras consagradas do Robert Altman, um filme de propaganda social visando alertar os pais americanos sobre a delinquência juvenil, com direito a uma daquelas famosas narrações pedagógicas do tipo "esta é a situação, mas o espectador pode fazer a diferença, contamos com você!".
Anthony Mann. O mestre dos Westerns. Em pouco mais de 20 minutos, o clima já está posto e você não larga mais do filme. Todos os lugares-comuns de filmes tipicamente de gênero estão aqui, como nos melhores filmes de Mann: o herói (Robert Taylor numa maquiagem indígena um tanto ingênua, padrão da época), o vilão e os seus comparsas, a dama (com direito a iluminação 'leitosa' durante seus close-ups românticos), as intrigas psicológicas, e, finalmente, um paralelo com a situação norte americana no momento de 1950 - o racismo, a segregação dos negros e a sua fragilidade perante à falta de proteção legal. Bem, posso me empolgar nos filmes dele, mas não consigo imaginar outro diretor que construa tão bem uma história, que faça uma trama tão concisa e interessante fazendo uso de elementos tão básicos das narrativas de ficção. Porém, não é sua obra-prima. Este posto ficaria entre Man of the West e The Tin Star.
O melhor filme que Buñuel não dirigiu! José Isbert está tragicamente hilariante no papel principal. E, claro, muitas conotações ao regime fascista do ditador Franco, de um jeito que deve ter enlouquecido o jovem Almodóvar.
Acho que fica técnico demais em certos momentos, com depoimentos que focam demais em pontos burocráticos, porém temos um balanceamento ótimo com imagens das atrocidades cometidas em uma guerra. O trecho que eles explicam a tática Search and Destroy é dos pontos altos do documentário. Se gostaram, procurem Hearts and Minds, ou Corações e Mentes em português: é provavelmente o melhor documentário da guerra do Vietnam que já vi!
Começa genial, com um dos melhores créditos iniciais que já vi, se mantendo na forma até uns 10 minutos passados. Depois, acaba se transformando numa grande bagunça sem muito sabor, infelizmente...
Discreto e incrivelmente realista. Não tenta forçar emoções ou opiniões (coisa que é muito tentadora em filmes de temas como a puberdade e a adolescência em geral). Narrativa incisiva, lhe coloca como uma testemunha de momentos triviais da vida destes jovens. Não achei uma obra-prima, longe disso, porém é um trabalho um tanto competente.
A trama você já deve ter visto por aí: 'pessoa frustrada com sua rotina burocrática e sem sentido foge para uma libertação pessoal e transgressora'. Tal enredo pode ser trabalhado de forma muito agradável e bem dosada, quando foge do estereótipo edificante que predomina tantas obras. Se a rotina perdeu o sentido, que vire cinema, como o caso deste fantástico Charles Mort ou Vif de Alain Tanner. E pouco a pouco vou descobrindo o cinema suíço...
A clássica trama do policial infiltrado: até um pouco mais da metade acho que o filme é muito bem conduzido, apesar de alguns tratamentos um tanto datados do período em filmes deste gênero. Agora, os 30 e tantos minutos finais ficaram estranhos para mim, caindo demais no lugar-comum. Mas enfim, não deixa de ser um bom filme por causa disso.
Lembra a trama do El Castillo de La Pureza, do Arturo Ripstein, porém com o clima típico dum filme do Michael Haneke e com o surrealismo muito mais aguçado.
Clara influência das narrativas familiares do Ozu, porém com toques muito mais modernos, principalmente nos quesitos estéticos. Mas bem, é meu primeiro Naruse, ainda preciso ver muitos outros filmes da carreira dele para ter uma ideia melhor do seu estilo autoral.
Tão macabro que chega a parecer um 'mockumentary', um documentário falso, com motivos irônicos.
Os documentários, ao contrário de longas-metragens de ficção, podem às vezes me fazer considerar mais o tema do que a forma em si, como é o caso deste Act of Killing. O que mais me impressionou não foi a narrativa do filme em si, mas sim o seu conteúdo. Mas, claro, a maneira singular que o autor (s) escolheu para focar nesta atrocidade histórica não pode ser deixada de lado: daí eu pensar que se assemelha a um documentário de mentira, com muito humor negro e cinismo. Mas, infelizmente, é tudo verdade...
Não é querendo causar controvérias com os fãs do filme, mas vindo do autor de Festa de Família (que eu acho estupendo), eu esperava algo menos convencional, mais ousado. E achei a metáfora da caça aos cervos com a situação do protagonista um tanto óbvia. Talvez eu precise assistir mais filmes do Vinterberg durante essa transição do Dogma 95 até os dias atuais, para digerir melhor a sua evolução como cineasta.
Adaptação simplificada e condensada do clássico do Dashiel Hammett. Tem alguns méritos originais do próprio filme, diferentes do romance original. Grande atuação de William Powell.
Os pontos de intriga e mistério desse estranho thriller/giallo do Umberto Lenzi são conectados de uma maneira pouco sólida, com um resultado pouco satisfatório no fim. Recomendado apenas para fanáticos pelo gênero.
Se está esperando uma adaptação ao pé da letra do Candido, do Voltaire, pode esquecer: da trama original, do século XVIII, saltamos para os anos 1970, guitarras elétricas, figuras históricas diversas, diretores de televisão, personagens completamente diferentes do livro original.
Ainda mais insano que o Babo 73, com tantas punch-lines por minuto que mal dá pra acompanhar o ritmo frenético do filme. É como a revista MAD ou os Mothers of Invention na forma de longa metragem.
Fica melhor na segunda vez que você o assiste, mas mesmo assim, não chega nem perto das espectativas que eu vim criando desde que ouvi falar sobre o tal novo filme do grande Paul Thomas Anderson. Ótimas performances de Phoenix e Seymour Hoffman, pelo menos. E que fotografia espetacular, um absurdo não ter sido indicada ao Oscar.
Não costumo comparar livros com os filmes de onde foram adaptados. Mas neste caso é gritante: o romance Oil! do Upton Sinclair tem pouquíssimos fatores semelhantes ao filme do Paul Thomas Anderson, principalmente no que diz aos personagens.
Uma mistura de Os Bons Companheiros com a vida real do ator pornô John C. Holmes. Assistam ao documentário Wadd: The Life and Times of John C. Holmes, com participação do próprio Paul Thomas Anderson. Notem que há um depoimento do Holmes idêntico a uma cena do Boogie Nights, no documentário criado pela personagem da Julianne Moore.
American Movie
4.1 9 Assista AgoraUm balde de água fria para as esperanças de muitos jovens que sonham em se tornar cineastas independentes. E penso se o Mark Borchardt não ficou frustrado ao perceber que o Chris Smith, diretor deste documentário, tinha noções cinematográficas bem mais sólidas que as dele...
Os Delinquentes
2.6 7 Assista AgoraNão há muito o que dizer deste filme além do óbvio: completamente diferente das obras consagradas do Robert Altman, um filme de propaganda social visando alertar os pais americanos sobre a delinquência juvenil, com direito a uma daquelas famosas narrações pedagógicas do tipo "esta é a situação, mas o espectador pode fazer a diferença, contamos com você!".
O Caminho do Diabo
3.9 5Anthony Mann. O mestre dos Westerns.
Em pouco mais de 20 minutos, o clima já está posto e você não larga mais do filme. Todos os lugares-comuns de filmes tipicamente de gênero estão aqui, como nos melhores filmes de Mann: o herói (Robert Taylor numa maquiagem indígena um tanto ingênua, padrão da época), o vilão e os seus comparsas, a dama (com direito a iluminação 'leitosa' durante seus close-ups românticos), as intrigas psicológicas, e, finalmente, um paralelo com a situação norte americana no momento de 1950 - o racismo, a segregação dos negros e a sua fragilidade perante à falta de proteção legal.
Bem, posso me empolgar nos filmes dele, mas não consigo imaginar outro diretor que construa tão bem uma história, que faça uma trama tão concisa e interessante fazendo uso de elementos tão básicos das narrativas de ficção.
Porém, não é sua obra-prima. Este posto ficaria entre Man of the West e The Tin Star.
O Carrinho
4.1 5O melhor filme que Buñuel não dirigiu! José Isbert está tragicamente hilariante no papel principal. E, claro, muitas conotações ao regime fascista do ditador Franco, de um jeito que deve ter enlouquecido o jovem Almodóvar.
No Ano do Porco
3.6 7 Assista AgoraAcho que fica técnico demais em certos momentos, com depoimentos que focam demais em pontos burocráticos, porém temos um balanceamento ótimo com imagens das atrocidades cometidas em uma guerra. O trecho que eles explicam a tática Search and Destroy é dos pontos altos do documentário.
Se gostaram, procurem Hearts and Minds, ou Corações e Mentes em português: é provavelmente o melhor documentário da guerra do Vietnam que já vi!
Mickey One
3.8 6Começa genial, com um dos melhores créditos iniciais que já vi, se mantendo na forma até uns 10 minutos passados. Depois, acaba se transformando numa grande bagunça sem muito sabor, infelizmente...
Árvore do Conhecimento
3.5 6Discreto e incrivelmente realista. Não tenta forçar emoções ou opiniões (coisa que é muito tentadora em filmes de temas como a puberdade e a adolescência em geral). Narrativa incisiva, lhe coloca como uma testemunha de momentos triviais da vida destes jovens.
Não achei uma obra-prima, longe disso, porém é um trabalho um tanto competente.
O Último a Rir
3.8 5 Assista AgoraA trama você já deve ter visto por aí: 'pessoa frustrada com sua rotina burocrática e sem sentido foge para uma libertação pessoal e transgressora'. Tal enredo pode ser trabalhado de forma muito agradável e bem dosada, quando foge do estereótipo edificante que predomina tantas obras. Se a rotina perdeu o sentido, que vire cinema, como o caso deste fantástico Charles Mort ou Vif de Alain Tanner.
E pouco a pouco vou descobrindo o cinema suíço...
Um Tiro de Misericórdia
3.6 36 Assista AgoraA clássica trama do policial infiltrado: até um pouco mais da metade acho que o filme é muito bem conduzido, apesar de alguns tratamentos um tanto datados do período em filmes deste gênero. Agora, os 30 e tantos minutos finais ficaram estranhos para mim, caindo demais no lugar-comum. Mas enfim, não deixa de ser um bom filme por causa disso.
Dente Canino
3.8 1,2K Assista AgoraLembra a trama do El Castillo de La Pureza, do Arturo Ripstein, porém com o clima típico dum filme do Michael Haneke e com o surrealismo muito mais aguçado.
Tormento
4.3 9Clara influência das narrativas familiares do Ozu, porém com toques muito mais modernos, principalmente nos quesitos estéticos. Mas bem, é meu primeiro Naruse, ainda preciso ver muitos outros filmes da carreira dele para ter uma ideia melhor do seu estilo autoral.
O Ato de Matar
4.3 134Tão macabro que chega a parecer um 'mockumentary', um documentário falso, com motivos irônicos.
Os documentários, ao contrário de longas-metragens de ficção, podem às vezes me fazer considerar mais o tema do que a forma em si, como é o caso deste Act of Killing. O que mais me impressionou não foi a narrativa do filme em si, mas sim o seu conteúdo. Mas, claro, a maneira singular que o autor (s) escolheu para focar nesta atrocidade histórica não pode ser deixada de lado: daí eu pensar que se assemelha a um documentário de mentira, com muito humor negro e cinismo. Mas, infelizmente, é tudo verdade...
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraNão é querendo causar controvérias com os fãs do filme, mas vindo do autor de Festa de Família (que eu acho estupendo), eu esperava algo menos convencional, mais ousado. E achei a metáfora da caça aos cervos com a situação do protagonista um tanto óbvia. Talvez eu precise assistir mais filmes do Vinterberg durante essa transição do Dogma 95 até os dias atuais, para digerir melhor a sua evolução como cineasta.
Eu, Um Negro
4.2 16Grande influência no Acossado de Godard, de acordo com o próprio, que admirava o trabalho de Jean Rouch.
A Ceia dos Acusados
3.8 45 Assista AgoraAdaptação simplificada e condensada do clássico do Dashiel Hammett. Tem alguns méritos originais do próprio filme, diferentes do romance original. Grande atuação de William Powell.
Spasmo
2.8 10Os pontos de intriga e mistério desse estranho thriller/giallo do Umberto Lenzi são conectados de uma maneira pouco sólida, com um resultado pouco satisfatório no fim. Recomendado apenas para fanáticos pelo gênero.
Mondo Candido
3.0 1Se está esperando uma adaptação ao pé da letra do Candido, do Voltaire, pode esquecer: da trama original, do século XVIII, saltamos para os anos 1970, guitarras elétricas, figuras históricas diversas, diretores de televisão, personagens completamente diferentes do livro original.
No More Excuses
3.8 3http://www.youtube.com/watch?v=d_kd044Ca0M&feature=player_embedded#at=89
No More Excuses
3.8 3Robert Downey Sr. A Prince. Um de meus heróis de todos os tempos do Cinema.
Chafed Elbows
4.0 2Ainda mais insano que o Babo 73, com tantas punch-lines por minuto que mal dá pra acompanhar o ritmo frenético do filme. É como a revista MAD ou os Mothers of Invention na forma de longa metragem.
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraFica melhor na segunda vez que você o assiste, mas mesmo assim, não chega nem perto das espectativas que eu vim criando desde que ouvi falar sobre o tal novo filme do grande Paul Thomas Anderson. Ótimas performances de Phoenix e Seymour Hoffman, pelo menos. E que fotografia espetacular, um absurdo não ter sido indicada ao Oscar.
Sangue Negro
4.3 1,2K Assista AgoraNão costumo comparar livros com os filmes de onde foram adaptados. Mas neste caso é gritante: o romance Oil! do Upton Sinclair tem pouquíssimos fatores semelhantes ao filme do Paul Thomas Anderson, principalmente no que diz aos personagens.
Magnólia
4.1 1,3K Assista AgoraRobert Altman reciclado. (isto não é uma crítica negativa, a propósito)
Boogie Nights: Prazer Sem Limites
4.0 551 Assista AgoraUma mistura de Os Bons Companheiros com a vida real do ator pornô John C. Holmes. Assistam ao documentário Wadd: The Life and Times of John C. Holmes, com participação do próprio Paul Thomas Anderson. Notem que há um depoimento do Holmes idêntico a uma cena do Boogie Nights, no documentário criado pela personagem da Julianne Moore.