–– Per - fei - to –– Nenhuma choradeira de novela Mexicana, –– tudo extremamente singelo (aos olhos cerrados dos mortos ) e sofisticado ( à visão embasada de lágrimas dos vivos ) –– , o preciosismo se estende ao último estágio da vida, a morte. Àqueles que desconhecem a razão pela qual oferecemos tantas honrarias e luxos aos mortos, esqueceram-se que antes da ascensão da primeira grande pirâmide , antes do Rio Tigre e Eufrates banharem a primeira civilização, nós ,os humanos, dávamos um toque humano à morte de nossos entes queridos. Portanto, celebrar esse último ritual é uma forma de mostrar que aquele ser que agora jaz sem vida foi importante para alguém, que a sua vida foi preciosa, que ele será lembrado com carinho por aqueles que AINDA vivem. A partida , o último adeus , o funeral , o enterro... Um gesto humano de dizer aos que ainda tem o privilégio de viver que o morto fora importante; não foi e não é um simples animal, é um ser humano.
Esse trabalho cinematográfico de Kubrick –– BASEADO EM FATOS REAIS –– é um soco n’alma do milico com recalque de ditadura, um soco nos rins dos soldados que trocaram sua família , seu povo , sua verdadeira nação, por uma corrompida e nespótica instituição: o exército.
Infelizmente, muitas pessoas ainda tem uma visão romântica da guerra. Acreditam que um conflito bélico pode ser a solução ao coque de interesses e diferenças étnicas , culturais, políticas e –– principalmente –– econômicas. Portanto, a obra –– Glória feita de Sangue –– é altamente recomendável àqueles que creem veemente no militarismo , no totalitarismo como um válvula de escape aos problemas da democracia , aos sortilégios do diálogo...
Isso que nos encanta nos filmes de Kubrick... Por um instante estamos estarrecidos diante do final, pois esperávamos um “desfecho tradicional” para o último movimento narrativo. Depois, nossa mente navega por um mar de reflexões, buscando , por uma condição imanente ao ser humano, padrões e significados para tudo que acabamos de testemunhar no filme. Finalmente, depois de alguns dias, lembrei-me que por trás da obra de Kubrick existem atores brilhantes e um encadeamento perfeito entre todos os elos da corrente cinematográfica que envolve “Glória feita de Sangue” .
Apesar de muito infantilizado , o filme –– Mulan –– , da Disney , foi muito melhor que este Hua Mulan. Chegamos a essa conclusão quando percebemos a sucessão repentina dos diversos movimentos narrativos. Além disso, a forma como a Walt Disney expôs os sentimentos das personagens torna o filme mais marcante e divertido.
O filme é –– simplesmente –– medíocre diante da riqueza dos detalhes do livro "Adeus, China". Além do mais, muitos artistas não conseguiram traduzir as personalidades indeléveis às páginas do livro. Posso categoricamente asseverar que o filme –– O Último Dançarino de Mao –– foi desnecessário. Àqueles que não acreditam em minhas palavras, aventurem-se no livro , pois , assim , certamente compartilharão das minhas afirmações.
Bom documentário, principalmente àqueles que usufruem do TPB. ;) A influência das Corporações vinculadas diretamente aos veículos midiáticos é surpreendente. Apesar da resiliência do benevolente The Pirate Bay, a forma como explora-se leis injustas para justificar atos injustos é perversa e descarada.
O surpreendente nesse filme -- Era uma vez na América -- não está no brilhantismo das estrelas que iluminam essa obra, como Robert De Niro e James Woods, pois é magistral e inigualável a forma como o enredo afeta as personagens... " o passado morto ainda vive no coração dos vivos ". Os dilemas repetem-se copiosamente ao longo dos três movimentos narrativos do filme –– a infância , a fase adulta e durante a 3ª idade ––. Jamais esquecerei dos momentos em que Noodles tinha que escolher entre a amada e a vida delituosa : " vá , Noodles ,sua mãe está chamando " –– dizia a moça com seu doce olhar esmeraldado, Deborah ––. Em resumo, não é a violência tétrica , como em Scarface , que chama nossa atenção, mas sim , o elemento humano por trás dela...
Difícil acreditar que a Bolívia –– nossa vizinha –– teve toda sua água privatizada , incluindo a água da chuva em 2000, mas infelizmente essa foi a triste realidade que os bolivianos enfrentaram .
Um filme excelente, como só os espanhóis, sobretudo um distinto Almodóvar sabe fazer. Desde o segundo movimento narrativo, quando a trama torna-se mais clara aos espectadores, eu já sabia que esse seria um dos meus favoritos. A analogia entre o vendedor de roupas femininas e seu surpreendente destino são capturados minuciosamente –– em todas suas nuâncias e detalhes –– , além disso, não esquecerei da atuação primorosa de Elena Anaya ( " Vera " ), Marisa Paredes ( Marília ) e Antonio Banderas ( Robert Ledgard ) ,formando um belo trio de atores. Gostaria de asseverar que Elena Anaya sobressaiu desde o filme "Lúcia e o sexo ", mas aqui, ela é uma artista completa , madura , esplêndida e cativante. Finalmente, em A pele que habito , Almodóvar consegue unir os desígnios da ciência aos requintes da vingança de forma extremamente convincente,–– " verídica", "genuína", mas "falsa"–– pois seu filme é uma obra de arte exposta nas galerias da nossa memória, não nos quadros da realidade.
–– Atire a primeira bala quem nunca compartilhou de algumas emoções de Frank e Roxy –– A criticidade inflamada desse filme é contagiante. Acredito que alguns poucos ,como Gandhi e Madre Tereza, não se deixem contagiar pelo instinto violento e maligno dos personagens Roxy e Frank. Devo trazer à luz que o filme aborda às avessas a temática de Vladimir Nabokov ... Aqui os protagonistas se unem para empreender uma falida revolução em meio a uma sociedade pútrida e sem valores morais. Pessoas que sobressaem ou que seguem algum paradigma social acreditam ter algo que as faz melhores que outros, como se meras circunstâncias socioeconômicas fossem o cerne de nossa existência. Claro, enquanto uma obra cinematográfica, o filme peca um pouco nos quesitos atuação ( das personagens "secundárias" ), na reação policial estadunidense e , sobretudo, na violência gratuita, paradoxalmente condenada e incentivada nos EUA.
Eu deveria dar umas 4 estrelas por esse filme, mas como identifiquei-me muito com certos sentimentos e indignações e principalmente com o uso da violência como uma válvula de escape à "civilização incivilizada", dei 4,5 estrelas forçando. Certamente, nós , meros espectadores, estamos cônscios de nossas ações e das suas consequências... Nossa vida é preciosa demais para ser desperdiçada com indivíduos que não merecem nem a bala que os ceifou –– na China , após a execução por fuzilamento, a conta da bala é enviada à família. ––
–– Vencedor do prêmio de melhor filme estrangeiro em 1975 –– Amarcord nos transporta ... A alma dos italianos parece estar sempre em júbilo, nos recebendo com calorosos abraços. Através do irreverente personagem Titta ( Bruno Zanin ), somos acolhidos nessa receptiva comunidade italiana. Além disso, seus dilemas juvenis, suas divagações , enfim , seus pensamentos e fantasias são emoldurados nas cenas dessa maravilhosa comédia. Apesar da ascensão do regime fascista na Itália, o espírito tépido do povo é imanente. A caricatura de certas personagens –– a prostituta tresloucada (ninfomaníaca) , a gorda peituda da tabacaria , a deseja cabeleireira Gradisca, as discussões altercadas na família de Titta –– todos esses elementos fundem-se concebendo ao filme um "descolamento vivo" , como se o filme fosse a captura de verdadeiros "flashs" da vida real, não composto por um rígido enredo com os movimentos narrativos bem delimitados.
Um ótimo filme certamente, apesar dos recursos escassos do período em que foi produzido, essa obra era a mais onerosa da sua década. Nós , seletos espectadores, podemos testemunhar a unção entre alguns ideais socialistas prolíferos na época e os dilemas da crescente sociedade industrial. Assistimos empolgados o gigantismo das edificações; as obras faraônicas ; os letreiros luminosos espalhados por toda cidade, como os de Nova Iorque; a “vídeo chamada” , entre o patrão Joh Fredersen (Alfred Abel) e o operador da máquina principal ; o “homem-máquina” também rouba a cena...
Essa obra –– Metropolis –– é um arauto à arte cinematográfica. Posso asseverar, assim como muitas pessoas, que esse filme é a semente para 2001 uma odisseia no espaço, Star Wars, Blade Runner ou séries como Star Trek. Alguém como o diretor Fritz Lang tem que ousar para instigar mudanças e inovações. A trilha sonora funde-se muito bem às cenas do filme, arrancando elogios de qualquer um.
Contudo, devo destacar que o expressionismo, o excesso de gesticulações de todas as personagens e o apelo à linguagem corporal conferem um ar falacioso no quesito atuação –– tudo bem, somos complacentes e compreendemos que esses elementos fazem parte do cinema mudo ––. A Paixão de joana D’Arc ( 1928 ) é um filme mudo épico para mim , no qual as expressões, os rostos , os semblantes tudo funde-se para conceber uma obra que foge desse estilo interpretativo dos atores do cinema mudo.
Confesso que o brilho do último filme da trilogia –– O mundo de Apu –– ofuscou um pouco a beleza singela de “A canção da Estrada”, mas sem desmerece-la. O elemento humano em conluio à natureza e à pobreza é o cerne dessa obra. O desenrolar langoroso do filme, apesar de tudo, ainda mantém a esperança n’alma dos espectadores. Gostei da forma como a música indiana se funde ao cenário bucólico da vida afastada dos centros urbanos. Os “closes” no semblante das personagens conferem mais vida a elas , mesmo com a presença do P&B e de ledos problemas sonoros; contudo , algumas das personagens , como a bisavó e a Durga (criança ), certamente têm um quadro na parede da minha memória.
Um bom filme, mas eu certamente destacaria o livro; existem nuâncias e detalhes que acabam escapando ao filme, além do mais, na nossa mente todos as personagens atuam bem e estão idealizadas, diferentemente dessa obra. A atriz Millie Perkins ( Anne Frank ) ora estava fazendo um bom trabalho , ora parecia extremamente superficial e corriqueira –– incapaz de transmitir a energia que fluía pelos fios da trama –– Richard Beymer, o namoradinho de Anne, sustentou bem seu papel no filme, assim como os outros personagens.
Dessa forma, posso asseverar que o primeiro e o segundo movimento narrativo da obra eram entusiasmantes para nós , os espetadores ; o medo , o receio , a cautela , os passos langorosos , os semblantes petrificados a espreita. Além disso, a música de Mozart e Newman formavam um belo par, bailando perfeitamente em cada uma das cenas.
Contudo, o terceiro movimento narrativo foi extenuante, enfadonho, agitado por altercações inconvenientes. O romance juvenil que se desenrolava aqui desgasta o filme em marcha de guerra, pois a interação entre Anne e seu namoradinho não era convincente para os espectadores, abordando reflexões forçosas e maçantes. No entanto, o final desse 3º movimento narrativo foi eletrizante... Jamais esquecerei as palavras de Anne –– “Apesar de tudo, no fundo eu ainda acredito que as pessoas são boas” ––
Por obséquio, resolvi esboçar alguma opinião a respeito desse filme. Ouvi muitos apedrejarem a obra –– As vantagens de ser invisível –– em função do elenco juvenil, contudo a presença da Emma Watson ( famosa pela participação na saga Harry Potter ) e Ezra Miller ( cativante desde o filme “ Temos que falar sobre o Kevin “) foi um alento para mim e a razão que conduziu-me ao tépido , conturbado e instigante universo desses jovens, afinal também somos ( ou fomos ) jovens e em algum momentos nos sentimos ... como é que é mesmo ... ah sim ... –– infinitos ––.
Trilha sonora cuidadosamente vinculado ao filme e fotografia muito minuciosa –– concebendo vida ao nosso tradicional cenário urbano –– ; portanto , àquelas(es) que ainda estão se desfazendo em lágrimas por causa de “Bambi” , “Meia noite em Paris”, “Rei Leão” ... –– favor assistir à obra As Vantagens de Ser Invisível(2012)––
Péssimo elenco, transferindo aos espectadores a ideia da qual o filme possuiu um único e enfadonho movimento narrativo. As cenas que ilustram os furtos são um estímulo em meio às águas serenas e calmas dessa obra. Não há nada de espetacular nesse filme que nos instigue a vê-lo.
Apesar da história do menino cego ser o cerne dessa obra, àqueles que felizmente podem ver, os cenários –– a fotografia –– do filme são simplesmente paradisíacos; retratam vastos campos em flor e florestas vultosas em pleno esplendor.
O drama disposto de forma singela e tênue nos elos da cadeia dessa obra cinematográfica apelam muito à sensibilidade e emoções do espectador, tornando-se assim , muito distante para muitos que testemunharam esse filme.
–– Espetacular –– sublime –– memorável –– indelével –– arauto à justiça e aos vermes que a consomem –– uma obra de arte esse filme é.
Lili Marleen, a canção que era embala por alguns bêbados num boteco alemão, lembro dessa canção da senhorita Marlene Dietrich (que participou desse filme ). Essa sua música era entoada nos dois lados do front –– da tríplice Aliança e da tríplice Entente ––, fazendo de Dietrich um símbolo nacional alemão e trazendo o reconhecimento do resto do mundo. Contudo, Marlene Dietrich tornou-se tão querida e aclamada na Alemanha que o próprio Hitler encarregou-se de expulsá-la –– acreditando que ela roubava um pouco da devoção ao Fünher ––, além disso , o “nada tresloucado” Adolf Hitler mandou proibir a música de Marlene Dietrich em todos os territórios sob domínio alemão. Claro, os soldados passaram a ouvir as canções de Dietrich através de uma estação clandestina que insistia no direito à música.
Se alguém decide deliberadamente proibir uma tépida e simples canção alemã sobre o relacionamento entre um soldado e sua amada, o quê , para essa pessoa, representa a vida humana?! Hitler influenciou as massas do povo alemão e baniu a filosofia e a sociologia , pois sabia que elas significavam a visão translúcida do mundo para as pessoas –– o fim do nada humano e racional nazismo ––. Triste saber que as pessoas não repudiam as ideias pútridas como um simples espirro ou tosse, nós sabemos, ambos só transmitem pestilências.
Não me esquecerei da astúcia do advogado que defendia aqueles nazistas, sua insistência, seus argumentos requintados, e principalmente a forma como ele “desbancava” as testemunhas da acusação. Outrossim, também vou recordar as interpretações aguçadas do juiz Dan Haywood representado pelo impecável Spencer Tracy –– “por ser lógico não significa é correto e nada na face da terra poderá torná-lo correto” –– essas palavras estão indeléveis nas pinturas da minha mente.
Quem viu o filme “ Advogado do Diabo “ e achou que era –– o melhor –– a representar um os trâmites de um processo injusto maquiado de justiça, se enganou.
Tenho certeza que nós, da flor da contemporaneidade, assistimos estarrecidos o fundamentalismo e a cegueira das pessoas diante dos inúmeros elementos palpáveis da vida física. Elas se autoproclamavam porta-vozes de Deus (como se o ser que criou o Universo precisasse de altercados porta-vozes ). Essas pessoas agiam como se Deus impingisse ordens e restrições –– ditando que o simples fato de pensar ou “Raciocinar” configurassem um pecado ––, contudo , não percebiam suas próprias incoerências com a moral e o respeito ao próximo.
Fiquei impressionado com a atuação de Spencer Tracy (Henry Drummond), pois para mim ele não atuava; era o próprio grande advogado Henry Drummond. A atuação das outras personagens também cativava nossa atenção –– principalmente os fanáticos religiosos –– provavelmente porque testemunhamos boquiabertos os atos terroristas e puramente perversos infligidos a outrem; porque conhecemos as atrocidades cometidas em nome de Deus; porque nos recordamos de alguns algozes do mundo islâmico; porque nos vem à mente aqueles que usam a Bíblia e Deus como instrumento de benefício próprio.
Concluindo, àqueles que creem na palavra de Deus, àqueles que não admitem a existência do mundo transcendental, àqueles que se mantêm imparciais, enfim , para a soberania de uma sociedade resiliente e conciliatória, lar para as pessoas, não um inferno, nós não podemos permitir que os dogmas e preceitos de ninguém se sobreponham às leis JUSTAS, pois existem, e nós sabemos , leis injustas.
Sempre que assisto a peças de teatro , apresentações, shows ou um mero desenho animado eu carrego comigo uma arma imanente ao meu ser –– minha percepção e interpretação –– , exemplificando : quando assisti à peça "Conversando com mamãe" e "A Partilha ", meus tão conhecidos atores convenceram-me categoricamente que eles eram os personagens da peça.
A obra Amadeus reconstrói o mundo requintado e pomposo dos músicos e viventes do século XVIII. A forma como o filme traz à luz a influência da música através da personagem "Salieri" é cativante. A trilha sonora e a fotografia não poderiam ser melhoradas –– como mudar ou melhorar o que já é perfeito?! ––. Entretanto, alguns artistas que atuaram nesse filme simplemente não conseguiram convencer-me, desprestigiando um pouco o impacto da obra sobre mim .
Essa obra parece um genuíno arauto àquela história –– O amor é cego e a loucura o acompanha –– , mas, na verdade , é um instigante mergulho no subconsciente. Vou sempre lembrar-me da exclamação do Dr. Jung “ Maldita felicidade “. No século XX e ,até mesmo hoje, no ápice da contemporaneidade, a transgressão, a falta de polimento ou decoro, mas principalmente estar fora dos paradigmas e padrões sociais são alguns elementos condenados pela sociedade. A paixão tépida entre o Dr. Jung e Sabina Spielrein é um bom exemplo dessa problemática que ainda vive nos diais atuais.
Atuações maravilhosas , apesar do fato do enredo e da trama constituírem um verdadeiro banho d’ouro nesse filme; destarte, a relação doutor/paciente ou enfermeira/paciente já nasceu pecaminosa no subconsciente de muitos; é como se a menor “pressão” fosse suficiente para extravasar todo o júbilo da paixão entre o Dr. e a Senhorita Spielrein.
A reconstrução da Rússia sob ocupação Nazista não é suficiente para tornar o filme dramático, eu diria que está longe disso; portanto , a obra é um reflexo de registros históricos que indicam a insanidade , a perversidade e a violência de Stalin diante do povo de sua própria nação e inclusive com seu próprio filho, além do mais, somos presenteados com a luz das reflexões calorosas e psicológicas da Senhorita Spielrein.
O filme poderia ter esmiuçado mais o tênue e vaporoso paralelo (analogia ) entre os fatos vivenciados por Dr. Jung / Sabina S. e o desenrolar da trama regido pelo historiador e a pesquisadora do mundo atual; podemos perceber uma paixão ou desejo tímido sendo esboçado...
Trilha sonora é boa ... Mas não contagia os espectadores como a trilha sonora de Jeanne D'Arc (1928) –– na qual as imagens estão em perfeita unção com a trilha sonora.
Me gusta cualquier película española. ¿Por qué? Aprecio muito a elegância dos filmes espanhóis’ conseguem cativar e surpreender qualquer um sem fazer uso de efeitos especiais –– apesar das inúmeras inovações tecnológicas, as relações interpessoais ainda são o que a humanidade tem de mais especial ––.
Magníficas , espetaculares , Transcendentais ... Todos os personagens dessa “película” nos convencem que são pessoas genuínas, tiradas de suas vidas para atender ao chamado do cinema .
O perfeccionismo e a minúcia são marcas inerentes à civilização nipônica. Aqui, nesse filme estadunidense, mas com a alma do Japão, podemos passear pelo suntuoso mundo das gueixas, despindo seus quimonos sedosos e , assim, trazendo à luz a mulher por trás daquelas vestes , daquela vida de tantas privações e obséquios.
No filme –– Memórias de Uma Gueixa ––, Spielberg consegue traduzir a elegância, o esmero, a preciosidade de uma gueixa através das cenas igualmente serenas e distintas. Contudo, a personalidade “aquática” –– conciliatória e resiliente –– da jovem Chiyo (Ziyi Zhang) instiga uma certa turbulência nas correntezas das águas tranquilas da trama.
Não consegui capturar uma personagem que pecasse em sua atuação, mas gostaria de enaltecer a belíssima interpretação da senhorita Ziyi Zhang (Chiyo ), Kaori Momoi ( dona da Okiya ).
Apesar de emocionante e muito atraente, o filme não bombardeia os espectadores com fortes emoções –– chocantes ––, tudo flui pouco a pouco...
Esse premiadíssimo documentário de Marcos Prado trouxe à luz a realidade tétrica do antigo lixão conhecido como Jardim Gramacho. O mundo assistiu estarrecido às imagens, ao cenário e aos desafortunados personagens que compõe o mundo desse “Jardim”. Contudo, devo destacar que Prado , o diretor , construiu seu documentário sob o olhar ora lúcido , ora tresloucado de Estamira. Àqueles que testemunharam estarrecidos, boquiabertos, incrédulos a interação e as reflexões de Estamira diante de seu mundo talvez não tenham percebido a perfeita unção entre a percepção dela frente a seu universo e seu próprio nome; destarte, assistimos a sua filosofia e criticidade sob “ESTA – MIRA” –– sob o olhar de Estamira.
A Partida
4.3 523 Assista Agora–– Per - fei - to –– Nenhuma choradeira de novela Mexicana, –– tudo extremamente singelo (aos olhos cerrados dos mortos ) e sofisticado ( à visão embasada de lágrimas dos vivos ) –– , o preciosismo se estende ao último estágio da vida, a morte. Àqueles que desconhecem a razão pela qual oferecemos tantas honrarias e luxos aos mortos, esqueceram-se que antes da ascensão da primeira grande pirâmide , antes do Rio Tigre e Eufrates banharem a primeira civilização, nós ,os humanos, dávamos um toque humano à morte de nossos entes queridos. Portanto, celebrar esse último ritual é uma forma de mostrar que aquele ser que agora jaz sem vida foi importante para alguém, que a sua vida foi preciosa, que ele será lembrado com carinho por aqueles que AINDA vivem. A partida , o último adeus , o funeral , o enterro... Um gesto humano de dizer aos que ainda tem o privilégio de viver que o morto fora importante; não foi e não é um simples animal, é um ser humano.
Glória Feita de Sangue
4.4 448 Assista AgoraEsse trabalho cinematográfico de Kubrick –– BASEADO EM FATOS REAIS –– é um soco n’alma do milico com recalque de ditadura, um soco nos rins dos soldados que trocaram sua família , seu povo , sua verdadeira nação, por uma corrompida e nespótica instituição: o exército.
Infelizmente, muitas pessoas ainda tem uma visão romântica da guerra. Acreditam que um conflito bélico pode ser a solução ao coque de interesses e diferenças étnicas , culturais, políticas e –– principalmente –– econômicas. Portanto, a obra –– Glória feita de Sangue –– é altamente recomendável àqueles que creem veemente no militarismo , no totalitarismo como um válvula de escape aos problemas da democracia , aos sortilégios do diálogo...
Isso que nos encanta nos filmes de Kubrick... Por um instante estamos estarrecidos diante do final, pois esperávamos um “desfecho tradicional” para o último movimento narrativo. Depois, nossa mente navega por um mar de reflexões, buscando , por uma condição imanente ao ser humano, padrões e significados para tudo que acabamos de testemunhar no filme. Finalmente, depois de alguns dias, lembrei-me que por trás da obra de Kubrick existem atores brilhantes e um encadeamento perfeito entre todos os elos da corrente cinematográfica que envolve “Glória feita de Sangue” .
Mulan
4.0 163Apesar de muito infantilizado , o filme –– Mulan –– , da Disney , foi muito melhor que este Hua Mulan. Chegamos a essa conclusão quando percebemos a sucessão repentina dos diversos movimentos narrativos. Além disso, a forma como a Walt Disney expôs os sentimentos das personagens torna o filme mais marcante e divertido.
O Último Dançarino de Mao
4.1 235O filme é –– simplesmente –– medíocre diante da riqueza dos detalhes do livro "Adeus, China". Além do mais, muitos artistas não conseguiram traduzir as personalidades indeléveis às páginas do livro. Posso categoricamente asseverar que o filme –– O Último Dançarino de Mao –– foi desnecessário. Àqueles que não acreditam em minhas palavras, aventurem-se no livro , pois , assim , certamente compartilharão das minhas afirmações.
The Pirate Bay Longe do Teclado
3.9 71 Assista AgoraBom documentário, principalmente àqueles que usufruem do TPB. ;)
A influência das Corporações vinculadas diretamente aos veículos midiáticos é surpreendente. Apesar da resiliência do benevolente The Pirate Bay, a forma como explora-se leis injustas para justificar atos injustos é perversa e descarada.
Era uma Vez na América
4.3 531 Assista AgoraO surpreendente nesse filme -- Era uma vez na América -- não está no brilhantismo das estrelas que iluminam essa obra, como Robert De Niro e James Woods, pois é magistral e inigualável a forma como o enredo afeta as personagens... " o passado morto ainda vive no coração dos vivos ". Os dilemas repetem-se copiosamente ao longo dos três movimentos narrativos do filme –– a infância , a fase adulta e durante a 3ª idade ––. Jamais esquecerei dos momentos em que Noodles tinha que escolher entre a amada e a vida delituosa : " vá , Noodles ,sua mãe está chamando " –– dizia a moça com seu doce olhar esmeraldado, Deborah ––. Em resumo, não é a violência tétrica , como em Scarface , que chama nossa atenção, mas sim , o elemento humano por trás dela...
Conflito das Águas
4.0 94 Assista AgoraDifícil acreditar que a Bolívia –– nossa vizinha –– teve toda sua água privatizada , incluindo a água da chuva em 2000, mas infelizmente essa foi a triste realidade que os bolivianos enfrentaram .
Pina
4.4 408Triste, paradoxal , confuso , instigante , tênues risadas , criativo , curioso ...
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraUm filme excelente, como só os espanhóis, sobretudo um distinto Almodóvar sabe fazer. Desde o segundo movimento narrativo, quando a trama torna-se mais clara aos espectadores, eu já sabia que esse seria um dos meus favoritos. A analogia entre o vendedor de roupas femininas e seu surpreendente destino são capturados minuciosamente –– em todas suas nuâncias e detalhes –– , além disso, não esquecerei da atuação primorosa de Elena Anaya ( " Vera " ), Marisa Paredes ( Marília ) e Antonio Banderas ( Robert Ledgard ) ,formando um belo trio de atores. Gostaria de asseverar que Elena Anaya sobressaiu desde o filme "Lúcia e o sexo ", mas aqui, ela é uma artista completa , madura , esplêndida e cativante.
Finalmente, em A pele que habito , Almodóvar consegue unir os desígnios da ciência aos requintes da vingança de forma extremamente convincente,–– " verídica", "genuína", mas "falsa"–– pois seu filme é uma obra de arte exposta nas galerias da nossa memória, não nos quadros da realidade.
Deus Abençoe a América
4.0 798–– Atire a primeira bala quem nunca compartilhou de algumas emoções de Frank e Roxy ––
A criticidade inflamada desse filme é contagiante. Acredito que alguns poucos ,como Gandhi e Madre Tereza, não se deixem contagiar pelo instinto violento e maligno dos personagens Roxy e Frank. Devo trazer à luz que o filme aborda às avessas a temática de Vladimir Nabokov ... Aqui os protagonistas se unem para empreender uma falida revolução em meio a uma sociedade pútrida e sem valores morais. Pessoas que sobressaem ou que seguem algum paradigma social acreditam ter algo que as faz melhores que outros, como se meras circunstâncias socioeconômicas fossem o cerne de nossa existência. Claro, enquanto uma obra cinematográfica, o filme peca um pouco nos quesitos atuação ( das personagens "secundárias" ), na reação policial estadunidense e , sobretudo, na violência gratuita, paradoxalmente condenada e incentivada nos EUA.
Eu deveria dar umas 4 estrelas por esse filme, mas como identifiquei-me muito com certos sentimentos e indignações e principalmente com o uso da violência como uma válvula de escape à "civilização incivilizada", dei 4,5 estrelas forçando.
Certamente, nós , meros espectadores, estamos cônscios de nossas ações e das suas consequências... Nossa vida é preciosa demais para ser desperdiçada com indivíduos que não merecem nem a bala que os ceifou –– na China , após a execução por fuzilamento, a conta da bala é enviada à família. ––
Amarcord
4.2 177 Assista Agora–– Vencedor do prêmio de melhor filme estrangeiro em 1975 ––
Amarcord nos transporta ... A alma dos italianos parece estar sempre em júbilo, nos recebendo com calorosos abraços. Através do irreverente personagem Titta ( Bruno Zanin ), somos acolhidos nessa receptiva comunidade italiana. Além disso, seus dilemas juvenis, suas divagações , enfim , seus pensamentos e fantasias são emoldurados nas cenas dessa maravilhosa comédia. Apesar da ascensão do regime fascista na Itália, o espírito tépido do povo é imanente. A caricatura de certas personagens –– a prostituta tresloucada (ninfomaníaca) , a gorda peituda da tabacaria , a deseja cabeleireira Gradisca, as discussões altercadas na família de Titta –– todos esses elementos fundem-se concebendo ao filme um "descolamento vivo" , como se o filme fosse a captura de verdadeiros "flashs" da vida real, não composto por um rígido enredo com os movimentos narrativos bem delimitados.
Metrópolis
4.4 633 Assista AgoraUm ótimo filme certamente, apesar dos recursos escassos do período em que foi produzido, essa obra era a mais onerosa da sua década. Nós , seletos espectadores, podemos testemunhar a unção entre alguns ideais socialistas prolíferos na época e os dilemas da crescente sociedade industrial. Assistimos empolgados o gigantismo das edificações; as obras faraônicas ; os letreiros luminosos espalhados por toda cidade, como os de Nova Iorque; a “vídeo chamada” , entre o patrão Joh Fredersen (Alfred Abel) e o operador da máquina principal ; o “homem-máquina” também rouba a cena...
Essa obra –– Metropolis –– é um arauto à arte cinematográfica. Posso asseverar, assim como muitas pessoas, que esse filme é a semente para 2001 uma odisseia no espaço, Star Wars, Blade Runner ou séries como Star Trek. Alguém como o diretor Fritz Lang tem que ousar para instigar mudanças e inovações. A trilha sonora funde-se muito bem às cenas do filme, arrancando elogios de qualquer um.
Contudo, devo destacar que o expressionismo, o excesso de gesticulações de todas as personagens e o apelo à linguagem corporal conferem um ar falacioso no quesito atuação –– tudo bem, somos complacentes e compreendemos que esses elementos fazem parte do cinema mudo ––. A Paixão de joana D’Arc ( 1928 ) é um filme mudo épico para mim , no qual as expressões, os rostos , os semblantes tudo funde-se para conceber uma obra que foge desse estilo interpretativo dos atores do cinema mudo.
A Canção da Estrada
4.4 71 Assista AgoraConfesso que o brilho do último filme da trilogia –– O mundo de Apu –– ofuscou um pouco a beleza singela de “A canção da Estrada”, mas sem desmerece-la. O elemento humano em conluio à natureza e à pobreza é o cerne dessa obra. O desenrolar langoroso do filme, apesar de tudo, ainda mantém a esperança n’alma dos espectadores. Gostei da forma como a música indiana se funde ao cenário bucólico da vida afastada dos centros urbanos. Os “closes” no semblante das personagens conferem mais vida a elas , mesmo com a presença do P&B e de ledos problemas sonoros; contudo , algumas das personagens , como a bisavó e a Durga (criança ), certamente têm um quadro na parede da minha memória.
O Diário de Anne Frank
4.2 192Um bom filme, mas eu certamente destacaria o livro; existem nuâncias e detalhes que acabam escapando ao filme, além do mais, na nossa mente todos as personagens atuam bem e estão idealizadas, diferentemente dessa obra. A atriz Millie Perkins ( Anne Frank ) ora estava fazendo um bom trabalho , ora parecia extremamente superficial e corriqueira –– incapaz de transmitir a energia que fluía pelos fios da trama –– Richard Beymer, o namoradinho de Anne, sustentou bem seu papel no filme, assim como os outros personagens.
Dessa forma, posso asseverar que o primeiro e o segundo movimento narrativo da obra eram entusiasmantes para nós , os espetadores ; o medo , o receio , a cautela , os passos langorosos , os semblantes petrificados a espreita. Além disso, a música de Mozart e Newman formavam um belo par, bailando perfeitamente em cada uma das cenas.
Contudo, o terceiro movimento narrativo foi extenuante, enfadonho, agitado por altercações inconvenientes. O romance juvenil que se desenrolava aqui desgasta o filme em marcha de guerra, pois a interação entre Anne e seu namoradinho não era convincente para os espectadores, abordando reflexões forçosas e maçantes. No entanto, o final desse 3º movimento narrativo foi eletrizante... Jamais esquecerei as palavras de Anne –– “Apesar de tudo, no fundo eu ainda acredito que as pessoas são boas” ––
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraPor obséquio, resolvi esboçar alguma opinião a respeito desse filme. Ouvi muitos apedrejarem a obra –– As vantagens de ser invisível –– em função do elenco juvenil, contudo a presença da Emma Watson ( famosa pela participação na saga Harry Potter ) e Ezra Miller ( cativante desde o filme “ Temos que falar sobre o Kevin “) foi um alento para mim e a razão que conduziu-me ao tépido , conturbado e instigante universo desses jovens, afinal também somos ( ou fomos ) jovens e em algum momentos nos sentimos ... como é que é mesmo ... ah sim ... –– infinitos ––.
Trilha sonora cuidadosamente vinculado ao filme e fotografia muito minuciosa –– concebendo vida ao nosso tradicional cenário urbano –– ; portanto , àquelas(es) que ainda estão se desfazendo em lágrimas por causa de “Bambi” , “Meia noite em Paris”, “Rei Leão” ... –– favor assistir à obra As Vantagens de Ser Invisível(2012)––
O Batedor de Carteiras
3.9 117Péssimo elenco, transferindo aos espectadores a ideia da qual o filme possuiu um único e enfadonho movimento narrativo. As cenas que ilustram os furtos são um estímulo em meio às águas serenas e calmas dessa obra. Não há nada de espetacular nesse filme que nos instigue a vê-lo.
A Cor do Paraíso
4.2 194 Assista AgoraApesar da história do menino cego ser o cerne dessa obra, àqueles que felizmente podem ver, os cenários –– a fotografia –– do filme são simplesmente paradisíacos; retratam vastos campos em flor e florestas vultosas em pleno esplendor.
O drama disposto de forma singela e tênue nos elos da cadeia dessa obra cinematográfica apelam muito à sensibilidade e emoções do espectador, tornando-se assim , muito distante para muitos que testemunharam esse filme.
Julgamento em Nuremberg
4.4 140 Assista Agora–– Espetacular –– sublime –– memorável –– indelével –– arauto à justiça e aos vermes que a consomem –– uma obra de arte esse filme é.
Lili Marleen, a canção que era embala por alguns bêbados num boteco alemão, lembro dessa canção da senhorita Marlene Dietrich (que participou desse filme ). Essa sua música era entoada nos dois lados do front –– da tríplice Aliança e da tríplice Entente ––, fazendo de Dietrich um símbolo nacional alemão e trazendo o reconhecimento do resto do mundo. Contudo, Marlene Dietrich tornou-se tão querida e aclamada na Alemanha que o próprio Hitler encarregou-se de expulsá-la –– acreditando que ela roubava um pouco da devoção ao Fünher ––, além disso , o “nada tresloucado” Adolf Hitler mandou proibir a música de Marlene Dietrich em todos os territórios sob domínio alemão. Claro, os soldados passaram a ouvir as canções de Dietrich através de uma estação clandestina que insistia no direito à música.
Se alguém decide deliberadamente proibir uma tépida e simples canção alemã sobre o relacionamento entre um soldado e sua amada, o quê , para essa pessoa, representa a vida humana?! Hitler influenciou as massas do povo alemão e baniu a filosofia e a sociologia , pois sabia que elas significavam a visão translúcida do mundo para as pessoas –– o fim do nada humano e racional nazismo ––. Triste saber que as pessoas não repudiam as ideias pútridas como um simples espirro ou tosse, nós sabemos, ambos só transmitem pestilências.
Não me esquecerei da astúcia do advogado que defendia aqueles nazistas, sua insistência, seus argumentos requintados, e principalmente a forma como ele “desbancava” as testemunhas da acusação. Outrossim, também vou recordar as interpretações aguçadas do juiz Dan Haywood representado pelo impecável Spencer Tracy –– “por ser lógico não significa é correto e nada na face da terra poderá torná-lo correto” –– essas palavras estão indeléveis nas pinturas da minha mente.
O Vento Será Tua Herança
4.4 104 Assista AgoraQuem viu o filme “ Advogado do Diabo “ e achou que era –– o melhor –– a representar um os trâmites de um processo injusto maquiado de justiça, se enganou.
Tenho certeza que nós, da flor da contemporaneidade, assistimos estarrecidos o fundamentalismo e a cegueira das pessoas diante dos inúmeros elementos palpáveis da vida física. Elas se autoproclamavam porta-vozes de Deus (como se o ser que criou o Universo precisasse de altercados porta-vozes ). Essas pessoas agiam como se Deus impingisse ordens e restrições –– ditando que o simples fato de pensar ou “Raciocinar” configurassem um pecado ––, contudo , não percebiam suas próprias incoerências com a moral e o respeito ao próximo.
Fiquei impressionado com a atuação de Spencer Tracy (Henry Drummond), pois para mim ele não atuava; era o próprio grande advogado Henry Drummond. A atuação das outras personagens também cativava nossa atenção –– principalmente os fanáticos religiosos –– provavelmente porque testemunhamos boquiabertos os atos terroristas e puramente perversos infligidos a outrem; porque conhecemos as atrocidades cometidas em nome de Deus; porque nos recordamos de alguns algozes do mundo islâmico; porque nos vem à mente aqueles que usam a Bíblia e Deus como instrumento de benefício próprio.
Concluindo, àqueles que creem na palavra de Deus, àqueles que não admitem a existência do mundo transcendental, àqueles que se mantêm imparciais, enfim , para a soberania de uma sociedade resiliente e conciliatória, lar para as pessoas, não um inferno, nós não podemos permitir que os dogmas e preceitos de ninguém se sobreponham às leis JUSTAS, pois existem, e nós sabemos , leis injustas.
Amadeus
4.4 1,1KSempre que assisto a peças de teatro , apresentações, shows ou um mero desenho animado eu carrego comigo uma arma imanente ao meu ser –– minha percepção e interpretação –– , exemplificando : quando assisti à peça "Conversando com mamãe" e "A Partilha ", meus tão conhecidos atores convenceram-me categoricamente que eles eram os personagens da peça.
A obra Amadeus reconstrói o mundo requintado e pomposo dos músicos e viventes do século XVIII. A forma como o filme traz à luz a influência da música através da personagem "Salieri" é cativante. A trilha sonora e a fotografia não poderiam ser melhoradas –– como mudar ou melhorar o que já é perfeito?! ––. Entretanto, alguns artistas que atuaram nesse filme simplemente não conseguiram convencer-me, desprestigiando um pouco o impacto da obra sobre mim .
Jornada da Alma
3.9 105Essa obra parece um genuíno arauto àquela história –– O amor é cego e a loucura o acompanha –– , mas, na verdade , é um instigante mergulho no subconsciente.
Vou sempre lembrar-me da exclamação do Dr. Jung “ Maldita felicidade “. No século XX e ,até mesmo hoje, no ápice da contemporaneidade, a transgressão, a falta de polimento ou decoro, mas principalmente estar fora dos paradigmas e padrões sociais são alguns elementos condenados pela sociedade. A paixão tépida entre o Dr. Jung e Sabina Spielrein é um bom exemplo dessa problemática que ainda vive nos diais atuais.
Atuações maravilhosas , apesar do fato do enredo e da trama constituírem um verdadeiro banho d’ouro nesse filme; destarte, a relação doutor/paciente ou enfermeira/paciente já nasceu pecaminosa no subconsciente de muitos; é como se a menor “pressão” fosse suficiente para extravasar todo o júbilo da paixão entre o Dr. e a Senhorita Spielrein.
A reconstrução da Rússia sob ocupação Nazista não é suficiente para tornar o filme dramático, eu diria que está longe disso; portanto , a obra é um reflexo de registros históricos que indicam a insanidade , a perversidade e a violência de Stalin diante do povo de sua própria nação e inclusive com seu próprio filho, além do mais, somos presenteados com a luz das reflexões calorosas e psicológicas da Senhorita Spielrein.
O filme poderia ter esmiuçado mais o tênue e vaporoso paralelo (analogia ) entre os fatos vivenciados por Dr. Jung / Sabina S. e o desenrolar da trama regido pelo historiador e a pesquisadora do mundo atual; podemos perceber uma paixão ou desejo tímido sendo esboçado...
Trilha sonora é boa ... Mas não contagia os espectadores como a trilha sonora de Jeanne D'Arc (1928) –– na qual as imagens estão em perfeita unção com a trilha sonora.
Tudo Sobre Minha Mãe
4.2 1,3K Assista AgoraMe gusta cualquier película española. ¿Por qué? Aprecio muito a elegância dos filmes espanhóis’ conseguem cativar e surpreender qualquer um sem fazer uso de efeitos especiais –– apesar das inúmeras inovações tecnológicas, as relações interpessoais ainda são o que a humanidade tem de mais especial ––.
Magníficas , espetaculares , Transcendentais ... Todos os personagens dessa “película” nos convencem que são pessoas genuínas, tiradas de suas vidas para atender ao chamado do cinema .
Memórias de uma Gueixa
4.1 1,4K Assista AgoraO perfeccionismo e a minúcia são marcas inerentes à civilização nipônica. Aqui, nesse filme estadunidense, mas com a alma do Japão, podemos passear pelo suntuoso mundo das gueixas, despindo seus quimonos sedosos e , assim, trazendo à luz a mulher por trás daquelas vestes , daquela vida de tantas privações e obséquios.
No filme –– Memórias de Uma Gueixa ––, Spielberg consegue traduzir a elegância, o esmero, a preciosidade de uma gueixa através das cenas igualmente serenas e distintas. Contudo, a personalidade “aquática” –– conciliatória e resiliente –– da jovem Chiyo (Ziyi Zhang) instiga uma certa turbulência nas correntezas das águas tranquilas da trama.
Não consegui capturar uma personagem que pecasse em sua atuação, mas gostaria de enaltecer a belíssima interpretação da senhorita Ziyi Zhang (Chiyo ), Kaori Momoi ( dona da Okiya ).
Apesar de emocionante e muito atraente, o filme não bombardeia os espectadores com fortes emoções –– chocantes ––, tudo flui pouco a pouco...
Estamira
4.3 375 Assista AgoraEsse premiadíssimo documentário de Marcos Prado trouxe à luz a realidade tétrica do antigo lixão conhecido como Jardim Gramacho. O mundo assistiu estarrecido às imagens, ao cenário e aos desafortunados personagens que compõe o mundo desse “Jardim”. Contudo, devo destacar que Prado , o diretor , construiu seu documentário sob o olhar ora lúcido , ora tresloucado de Estamira. Àqueles que testemunharam estarrecidos, boquiabertos, incrédulos a interação e as reflexões de Estamira diante de seu mundo talvez não tenham percebido a perfeita unção entre a percepção dela frente a seu universo e seu próprio nome; destarte, assistimos a sua filosofia e criticidade sob “ESTA – MIRA” –– sob o olhar de Estamira.