Reunião vasta dos objetos ópticos do pré-cinema, bastante rica e expositiva. Deu vontade de colecionar aqueles instrumentos, tal qual uma falsa nostalgia por nunca tê-los experimentado. A trilha sonora é um deleite à parte.
Imagens bonitas, mas insípidas. O texto do filme é constrangedoramente óbvio e irritante na imensa maioria das passagens. A mulher mais parece filha (tanto que só soube que era esposa depois que li a sinopse) com falas/atitude/atuação saídas diretamente de novela teen. Não tenho problema com silêncio ou com pouca ação, mas aqui nada sustenta essa insipidez disfarçada de apatia existencial.
Acho que gostaria mais se tivesse permanecido num clima parecido com O Inquilino do Polanski: estranheza em cada detalhe, mas sem nenhuma "criatura monstruosa", ou ao menos não mostrada explicitamente. Esse potencial de loucura cotidiana estava presente em grande parte da obra e a tornava mais interessante justamente por não sabermos qual era a linha entre delírio e sobrenatural. Havia sempre uma ambiguidade intrigante. Acho que o desfecho e a opção do monstro criaram uma saída fácil que castrou a unicidade do filme.
No mais, vale a pena assistir. Ainda é uma boa obra em termos de roteiro, atuação e direção.
O final poderia ter sido menos melodramático, especialmente no clímax do confronto entre as personagens, mas o que importa mesmo é que eu queria morar nos cenários dessa animação. Que delicadeza de cores, luz, ângulos e todo o conjunto de elementos visuais...
Devo ser bem amarga porque achei revoltante ver o nome do Ghibli envolvido num filme cuja nem a trilha original é, de fato, imbuída de criatividade. Uma mistura bem clichê/pastiche de Náufrago, Lagoa Azul e algum romance bíblico.
Uma estrela por ser visualmente bonito e ter começado bem, apesar do desenvolvimento ser absolutamente frustrante.
Esse filme me perturbou de um jeito muito estranho. Ainda não sei o que vi, como concatenar direito todas as peças da história, mas acho que gosto do todo, embora pudesse ser alguns minutos mais curto. De qualquer modo, o mal-estar foi a sensação que me dominou imediatamente ao fim da sessão. Tem algo a ver com as inúmeras possibilidades de loucura que poderiam justificar (?) esse enredo ou seja lá o que for. A repetição ajuda a azuretar.
Faz muito tempo que não vejo um filme do Woody Allen, além deste, mas acredito que ele desenvolve melhor suas idéias dentro do diálogo acelerado que lhe é característico. Como "narrador de documentário" - algo mais lento que a conversação, mas que, no entanto, requer certa fluidez e condução nos encadeamentos - não funcionou. Conseguiu ser tedioso e prolongou-se mais do que deveria, apesar da curta duração.
Essencialmente bobo e fraco, até mesmo para um mockumentary.
Não sei que nota dar a este filme, pois me foi um martírio assisti-lo. Mas essa falta de ar, esse sofrimento em vê-lo não se dá por qualquer falha, mas justamente porque há algo ali que propicia uma imersão claustrofóbica, que traz à tona uma angústia aprisionante, um paradoxal "quero que acabe logo" ao mesmo tempo em que se reconhece a qualidade com que é feito para provocar estas emoções. É uma experiência pesada que vem do conjunto entre as expressões desnorteadas das personagens, filmadas de perto, especialmente Karin; vem dos diálogos que, mesmo no meu caso ateu, falam mais do que "apenas" metafísica; está presente também nos cenários, no papel de parede rasgado, na solidão da ilha e na deteriorização não só das relações, mas dos ambientes. Eu não saberia - ao menos por agora - dar nota a algo que me maltratou tanto justamente por ser tão bom.
Este é meu quinto Bergman, diretor com quem compartilho até então uma relação alinear: tive grandes decepções com Gritos e Sussuros e a fraqueza d'O Sétimo Selo, decepção média com A Paixão de Ana e admiração por Persona, mesmo que dele me recorde menos do que gostaria pelo tempo visto. Mas acredito que, por enquanto, é Através de um Espelho que me causou o baque definitivo. Não tenho coragem de ver os demais da trilogia agora.
Ainda não me recuperei da overdose perceptiva que esse filme me causou. ALIÁS, ainda tem ópera tocando na minha cabeça e, inclusive, não entendo como aqui só figuram comentários sóbrios. O filme me impressionou bastante pelo uso criativo de todo e qualquer elemento, além da mise en scène pictórica/teatral/surreal. É um caos imagético que produz uma sensação muito desnorteadora, seja visual, narrativa ou sonora. Tem seus méritos na ousadia, mas... cansa absurdamente. Realmente continuo aturdida, ou melhor, azuada - e com a maldita cantoria de agudos altíssimos na cabeça.
Em poucas palavras: visualmente bonito [tableau vivant, movimento de câmera impressionante, composições]; entretanto, decepciona um pouco por recorrer ao lugar-comum da pieguice. As sequências móveis possuem a mesma felicidade irreal e composição de um vídeo publicitário ou comercial de margarina. A clássica trilha sonora de "algumas notinhas ao piano" completa o rol de elementos apelativos -- no qual figura, inclusive, o componente epistolar. Parece mais um caso de bom diretor e mau roteirista.
Ainda assim, me emocionei e fiquei bem triste com o fato de ser uma história real.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraÉ um bom filme e pode render discussões interessantes, mas é facilmente esquecível. Não vale o hype.
Coringa
4.4 4,1K Assista Agoradesigualdade social for dummies.
Com Amor, Van Gogh
4.3 1,0K Assista Agoralindo visualmente, mas o roteiro é uma atrocidade.
Pequena Floresta: Inverno/Primavera
4.2 16Inferior e mais "normal" do que o Summer/Autumn, mas, ainda assim, é um filme bonito. Destaque pra carta da mãe e a reflexão sobre espirais.
Retratos de Identificação
4.3 13Interessante que num filme baseado em relatos o momento mais impactante seja justamente o do vazio silencioso.
Cathy Come Home
3.9 5Ótimo docudrama, tanto em questões técnicas quanto na própria condução do enredo.
Pica-paus Não Têm Dor de Cabeça
3.6 4a patom?
Filme Antes do Filme
3.7 5Reunião vasta dos objetos ópticos do pré-cinema, bastante rica e expositiva. Deu vontade de colecionar aqueles instrumentos, tal qual uma falsa nostalgia por nunca tê-los experimentado. A trilha sonora é um deleite à parte.
Infelizmente Para Mim
3.6 14Estranho, confuso, mas tem um ritmo bom e acredito que a intenção seja mesmo a de provocar desordem. Funciona bem em sua esquisitice.
Paz Para Nós em Nossos Sonhos
3.6 16Imagens bonitas, mas insípidas. O texto do filme é constrangedoramente óbvio e irritante na imensa maioria das passagens. A mulher mais parece filha (tanto que só soube que era esposa depois que li a sinopse) com falas/atitude/atuação saídas diretamente de novela teen. Não tenho problema com silêncio ou com pouca ação, mas aqui nada sustenta essa insipidez disfarçada de apatia existencial.
Não recomendo.
As Duas Faces Da Felicidade
4.0 120 Assista AgoraÉ uma pena que um visual tão bom tenha sido desperdiçado com um roteiro tão cretino.
Mozart in Love
3.2 1Mise en scène bem cuidada, interessante, mas vinte minutos a menos de duração fariam muito bem ao filme.
Por Que Agrado Aos Homens
2.5 6Borowczyk estava precisando de um dinheirinho e fez esse filme breguíssimo de qualquer jeito só pra poder pagar as contas.
Possessão
3.9 586Acho que gostaria mais se tivesse permanecido num clima parecido com O Inquilino do Polanski: estranheza em cada detalhe, mas sem nenhuma "criatura monstruosa", ou ao menos não mostrada explicitamente. Esse potencial de loucura cotidiana estava presente em grande parte da obra e a tornava mais interessante justamente por não sabermos qual era a linha entre delírio e sobrenatural. Havia sempre uma ambiguidade intrigante. Acho que o desfecho e a opção do monstro criaram uma saída fácil que castrou a unicidade do filme.
No mais, vale a pena assistir. Ainda é uma boa obra em termos de roteiro, atuação e direção.
O Jardim das Palavras
4.0 363O final poderia ter sido menos melodramático, especialmente no clímax do confronto entre as personagens, mas o que importa mesmo é que eu queria morar nos cenários dessa animação. Que delicadeza de cores, luz, ângulos e todo o conjunto de elementos visuais...
Sussurros do Coração
4.3 482 Assista AgoraO desfecho é um tanto abrupto e um pouco estranho, mas meu coração otaku não resiste ao amor que há nesses filmes.
A Tartaruga Vermelha
4.1 392 Assista AgoraDevo ser bem amarga porque achei revoltante ver o nome do Ghibli envolvido num filme cuja nem a trilha original é, de fato, imbuída de criatividade. Uma mistura bem clichê/pastiche de Náufrago, Lagoa Azul e algum romance bíblico.
Uma estrela por ser visualmente bonito e ter começado bem, apesar do desenvolvimento ser absolutamente frustrante.
A Cidade dos Piratas
4.0 9Esse filme me perturbou de um jeito muito estranho. Ainda não sei o que vi, como concatenar direito todas as peças da história, mas acho que gosto do todo, embora pudesse ser alguns minutos mais curto. De qualquer modo, o mal-estar foi a sensação que me dominou imediatamente ao fim da sessão. Tem algo a ver com as inúmeras possibilidades de loucura que poderiam justificar (?) esse enredo ou seja lá o que for. A repetição ajuda a azuretar.
Uma Noite de Crime
3.2 2,2K Assista AgoraIdéia boa, mas desperdiçada numa avalanche de clichês. Execução fraquíssima e altamente previsível, até mesmo para os filmes do gênero.
A moral da história é: não tenha filhos.
Zelig
4.2 355Faz muito tempo que não vejo um filme do Woody Allen, além deste, mas acredito que ele desenvolve melhor suas idéias dentro do diálogo acelerado que lhe é característico. Como "narrador de documentário" - algo mais lento que a conversação, mas que, no entanto, requer certa fluidez e condução nos encadeamentos - não funcionou. Conseguiu ser tedioso e prolongou-se mais do que deveria, apesar da curta duração.
Essencialmente bobo e fraco, até mesmo para um mockumentary.
O Éden e Após
3.6 13Robbe-Grillet tem boas idéias e um senso estético apurado, mas é apático como diretor.
Através de um Espelho
4.3 249Não sei que nota dar a este filme, pois me foi um martírio assisti-lo. Mas essa falta de ar, esse sofrimento em vê-lo não se dá por qualquer falha, mas justamente porque há algo ali que propicia uma imersão claustrofóbica, que traz à tona uma angústia aprisionante, um paradoxal "quero que acabe logo" ao mesmo tempo em que se reconhece a qualidade com que é feito para provocar estas emoções. É uma experiência pesada que vem do conjunto entre as expressões desnorteadas das personagens, filmadas de perto, especialmente Karin; vem dos diálogos que, mesmo no meu caso ateu, falam mais do que "apenas" metafísica; está presente também nos cenários, no papel de parede rasgado, na solidão da ilha e na deteriorização não só das relações, mas dos ambientes. Eu não saberia - ao menos por agora - dar nota a algo que me maltratou tanto justamente por ser tão bom.
Este é meu quinto Bergman, diretor com quem compartilho até então uma relação alinear: tive grandes decepções com Gritos e Sussuros e a fraqueza d'O Sétimo Selo, decepção média com A Paixão de Ana e admiração por Persona, mesmo que dele me recorde menos do que gostaria pelo tempo visto. Mas acredito que, por enquanto, é Através de um Espelho que me causou o baque definitivo. Não tenho coragem de ver os demais da trilogia agora.
A Última Tempestade
3.9 19 Assista AgoraAinda não me recuperei da overdose perceptiva que esse filme me causou. ALIÁS, ainda tem ópera tocando na minha cabeça e, inclusive, não entendo como aqui só figuram comentários sóbrios. O filme me impressionou bastante pelo uso criativo de todo e qualquer elemento, além da mise en scène pictórica/teatral/surreal. É um caos imagético que produz uma sensação muito desnorteadora, seja visual, narrativa ou sonora. Tem seus méritos na ousadia, mas... cansa absurdamente. Realmente continuo aturdida, ou melhor, azuada - e com a maldita cantoria de agudos altíssimos na cabeça.
Se você quer ENDOIDAR UM esse é o filme certo.
Na Ventania
3.9 25 Assista AgoraEm poucas palavras: visualmente bonito [tableau vivant, movimento de câmera impressionante, composições]; entretanto, decepciona um pouco por recorrer ao lugar-comum da pieguice. As sequências móveis possuem a mesma felicidade irreal e composição de um vídeo publicitário ou comercial de margarina. A clássica trilha sonora de "algumas notinhas ao piano" completa o rol de elementos apelativos -- no qual figura, inclusive, o componente epistolar. Parece mais um caso de bom diretor e mau roteirista.
Ainda assim, me emocionei e fiquei bem triste com o fato de ser uma história real.