Alguns pontos importantes que identifiquei no filme: - Amy estava deslocada, era uma imigrante, num colégio novo, sem conhecer ninguém de sua idade; - Como desde cedo ela já sofre a pressão de cuidar da casa e viver em função de ser esposa, mesmo sabendo que sua mãe entrou em desgraça ao ser trocada pelo marido por uma esposa mais nova; - Esperam-se atitudes adultas das crianças, e com isso elas acabam acreditando que não são mais crianças, de tanto ouvir coisas como “nossa, ela tá uma mocinha”, “como você cresceu”, “tem que ajudar sua mãe a cuidar da casa”; - Crianças negligenciadas pelos pais fazem de tudo pra chamar atenção e fazer parte de alguma coisa. É o que acontece com as Mignonnes, elas querem participar de um concurso de dança, imitando poses e passos que suas ídolas fazem; - O quão problemática pode ser essa postura da indústria da música pop no que diz respeito a sexualização precoce de crianças? Não é difícil saber que a maior parte dos fãs de artistas que vendem essa imagem apelativa do corpo são crianças ou adolescentes, que não possuem filtro e aceitam qualquer porcaria imposta pela indústria; - Após aprontar várias coisas terríveis, Amy finalmente consegue dançar no concurso, mas estando ali ela percebe o papel de troxa que está fazendo e como nada daquilo ali tem a ver com quem ela é de verdade (uma criança inocente); - Chegando em casa, ao invés de receber uma dura da mãe, ela é amparada e recebe um abraço. Pela primeira vez no filme ela se sente querida, e recebe a devida atenção. Logo em seguida ela vai pra rua brincar de pular corda, enquanto sorri genuinamente também pela primeira vez. Ela finalmente está no lugar certo, sendo criança, e é ali que ela consegue pular mais alto e ir mais longe .
Fiquei incomodado com algumas liberdades e suposições que fizeram nesse roteiro, e achei pretensioso demais tentar, mesmo que um pouco, entender os motivos por trás dos assassinatos.
A atuação do Darren merece aplausos, e a atmosfera mórbida que envolve essa temporada é interessante, chega até a ser desconfortável em alguns momentos.
A grande sacada está no título apesar do fato de Cunanan ser o personagem central da história. A queda do gigante repercute mais do que a “vitória” do pequeno, e mesmo que o assassino tenha cometido o crime buscando fama, ele ficará eternamente ofuscado e na sombra de sua última vítima.
Ainda estou intrigado com o plano de mestre do Ingemar, foi esnobado pela Connie, dai resolveu levar ela e o noivo para morrerem na Suécia, e no fim ainda se voluntaria pra fogueira. Realmente, não há nada como não conseguir superar uma decepção amorosa.
Decaiu bastante, antes o humor mais bobinho combinava com a idade das crianças, mas agora era esperado um grau maior de maturidade, que infelizmente não acontece, muito pelo contrário, até transformaram o Hopper num personagem extremamente bobalhão. Perderam a mão também da sopa referencial que eles vinham tentando cozinhar, lamentável o Arnold Schwarzenegger genérico que incluíram. Continua divertindo, mas esperava mais, a expectativa era que a trama amadurecesse igual aconteceu com a saga Harry Potter, mas preferiram tornar a série uma experiência normie e bem pastelão.
Os produtores conseguiram, finalmente, enterrar a série. O que começou a decair a partir da quinta temporada, com a ausência dos diálogos e das tramas geniais elaboradas pelo George R. R. Martin, encontrou o seu derradeiro final, de forma apressada, incoerente e frustrante. A série desde seu início sempre teve como marca registrada suas surpresas, principalmente quando tratavam-se de mortes inesperadas, no entanto, na grande maioria das vezes, essas mortes eram acompanhadas por grandes planos, como Mindinho tramando todo conflito entre Lannister x Stark, ou como o Tywin mexendo as peças para o acontecimento do casamento vermelho, ou até mesmo Olenna Tyrell armando a morte do Joffrey. Quando a série ficou totalmente por conta dos roteiristas, tudo desandou, e começaram a focar apenas nas surpresas, mesmo que delas resultassem coisas sem sentido e sem muita coerência, só para elevar a popularidade da série e recheá-la de momentos "pop". No fim isso provavelmente resultou na série mais assistida, mais rentável e mais decepcionante de todos os tempos, levando em conta a equação expectativa x resultado.
Não vou entrar no mérito se o destino dos personagens e os principais acontecimentos que fecharam a série foram boas ou más escolhas. O problema é o como chegaram nesses desfechos e é impossível pontuar esse turbilhão de furos e defeitos sem lançar spoilers, começando com a Daenerys:
Daenerys ficou louca? Não, definitivamente não. Seu pai de forma gradativa enlouqueceu, e conforme isso foi acontecendo, perdeu a lealdade dos seus aliados e uma dúvida pairou sobre os Sete Reinos, fora que visivelmente ele dava indícios de sua insanidade (unhas gigantes, perda de peso, frequentemente se cortava nas lâminas do trono de ferro, entre outras loucuras que não envolviam apenas queimar os outros). Quiseram de forma apressada tornar a Daenerys numa vilã, e usaram como desculpa sua família, em nenhum momento ela matou inocentes antes, chegando até a prender seus dragões por, supostamente, um deles ter matado uma criança em Meeren. Ela sempre foi uma conquistadora, sim, deu indícios de tirania em certos momentos, mas sempre deu oportunidade para os oprimidos se juntarem a ela, sempre zelou por aqueles que sofriam abusos de seus soberanos. Estranho ela não atentar contra a vida de Jaime Lannister, responsável pela morte de seu pai, ou até mesmo de Cersei Lannister, a atual rainha, que na visão da garota representava o último obstáculo para que ela enfim recuperasse o trono que um dia pertenceu a sua família.
O personagem que por muitas vezes se assemelhou ao seu tio/pai de criação Ned Stark, por sempre defender aquilo que acredita ser o certo, por colocar o dever e a justiça acima de outros assuntos, chegando até mesmo a morrer por aquilo que acreditava. De repente ele se torna uma figura omissa, fazendo vista grossa a decisões descabidas de sua rainha. Como um dia disse sua mãe "O amor é uma coisa bela, mas não muda a natureza de um homem", pelo jeito os roteiristas não leram nem o maldito material que originou a série. Seu final, sob outra perspectiva, poderia ter ficado interessante, com ele vivendo junto aos selvagens, onde ele encontrou sua primeira paixão. Mas o rapaz passou por toda jornada do herói para se tornar um pau mandado, trair a rainha/amada com uma APUNHALADA estilo Commodus ou Jaime Lannister, se tornando assim um Queenslayer assassino. E o Dragão todo consciente, preferiu queimar o trono ao invés de queimar o assassino da "mãe" dele, não fez muito sentido. Acho que era melhor o Jon ter continuado morto mesmo depois da traição na Muralha.
Simplesmente jogaram no lixo todo desenvolvimento do personagem, transformando Jaime em um simples "corno manso". Tudo bem que na série ele nunca se redimiu como foi nos livros, chegando até a matar um primo e estuprando a irmã no velório de um parente próximo. E a profecia da Cersei? Não dá pra considerar uma tentativa de fuga frustrada, com um desabamento de pedras causado pelo dragão, como uma morte nas mãos de seu irmão mais novo em seu pescoço, sufocando-a até a morte.
Poucos são os personagens que entendem o que significa ser o Corvo de Três Olhos. Poucos acreditam na sua existência, e provavelmente seriam necessárias diversas provas pra comprovar isso. Como que os lordes restantes do reino confiam num garoto aleijado, que diz ser essa entidade, para ocupar o tão cobiçado trono? Lembrando que Brynden Rives, o anterior a carregar esse poder, era mal visto no reino, principalmente por este ser um poder que traz muita desconfiança e medo.
Apesar de eu achar o fim dela bastante coerente, não deu pra engolir o fato de todos os lordes do reino aceitarem o desmembramento do Norte e sua independência, sem nem tentarem fazer o mesmo. Ainda mais as Ilhas de Ferro, famosas por sempre lutarem pelo retorno do "costume antigo" e a independência do seu território. Não vou nem comentar sobre Dorne que daí bate a vontade de dar meia estrela.
Mano, botaram o Agostinho Carrara de Westeros como o Mestre das Moedas, não dá pra levar a sério essa série, parece uma paródia do Porta dos Fundos de tão ruim.
Já no final, em uma cena onde Abigail está mandando retirar as mobílias dos aposentos da rival, a Sarah lhe diz algo como "Coitada, você está achando que venceu", ela sabia que quando acabassem as lisonjas e as bajulações, a máscara cairia e a vida da prima se tornaria um inferno, pois bem, é exatamente assim que acaba o filme.
Um dos melhores do ano, sem dúvidas. O filme carrega muito bem a crítica social e ainda consegue abordar tudo sem perder o senso de humor. A dupla principal está muito bem, e a empolgante música tema do Ron gruda na cabeça. Pena que o filme, assim como a maioria que aborda críticas sociais relacionadas ao racismo, não esteja passando em muitos cinemas aqui no Brasil.
Filme simples, leve e voltado para o público adolescente. Tem uma pegada bastante sessão da tarde, mas é divertido de assistir e tem aquele clima "feels good". Não é um clássico do gênero nem nada próximo a isso, mas cumpre bem o seu papel ao abordar seu tema sem exagerar nos estereótipos.
Lady Bird é um filme fácil de se identificar, principalmente para aqueles que são auto-conscientes o suficiente, e que se sentiram deslocados ou com dificuldade de se encontrar em meio aos obstáculos do início da vida adulta.
O choque de geração entre pais e filhos demonstrado no filme também é muito comum atualmente, com os pais prezando pela estabilidade e os filhos o hedonismo.
Não importa se gostamos ou não das coisas que nos acontecem, do ambiente ou cidade em que vivemos, das nossas relações, sejam familiares, de amizade ou amorosas. Todas essas experiências, positivas ou negativas, contribuem para nossa formação como seres-humanos.
Essa série merecia mais reconhecimento. Assim como o seu protagonista, ela é facilmente julgada pela sua "capa", parece que é mais um besteirol descartável, mas é uma ótima sátira aos documentários sobre assassinatos, além de carregar um grande número de detalhes e ser um dos melhores dramas adolescente que já vi.
Achei o final bastante satisfatório, ele te dá pistas o suficiente para você se convencer sobre o culpado, mas não bate o martelo, deixando uma lição de moral interessante, uma reflexão de certo modo inesperada e até mesmo profunda sobre estereótipos e o problema de julgar precipitadamente.
O filme traz uma abordagem bastante sensível sobre o amadurecimento, o descobrimento e a curiosidade que nutrimos acerca de nossos sentimentos. A ambientação e as atuações são muito boas, mas o especial do filme é a maneira como ele consegue retratar a amizade/romance dos personagens de uma forma livre de estereótipos.
Sem entrar no mérito se os personagens são homossexuais, ou se apenas viveram uma única vez uma relação homossexual pois realmente sentiram uma ligação especial entre eles que transcende esse tipo de classificação, o filme dá pistas bacanas sobre essas questões. No início, Elio lê um trecho de uma anotação do Oliver que diz algo como "nós temos que passar por mudanças para continuarmos a sermos o que somos". A parte em que o pai de Elio passa os slides da estátua também diz um pouco mais sobre o que a presença do Oliver representava, uma pessoa com traços irresistíveis, que todos gostavam. A grande mensagem que o filme me passou é que se conseguíssemos nos esquivar dos nossos preconceitos e dos estereótipos que os outros nos impõe, e fossemos fiéis aos nossos sentimentos e nos deixássemos levar pela curiosidade, seríamos muito mais autênticos e talvez vivenciaríamos experiências mais significativas, seja em relações homossexuais ou não. Como o pai diz para o filho no fim do filme, a gente batalha tanto para ocultar e apagar alguns sentimentos, que em certo momento da vida, ficamos sem sentimento algum, e isso é um sintoma triste demais da nossa sociedade atual.
Achei a temporada menos brilhante de Fargo, mas ainda assim é muito boa. David Thewlis arrasa no papel do vilão V. M. Varga, e o restante do elenco também faz um ótimo trabalho. A fotografia continua sendo um dos pontos altos da série. Apesar do final e de em outros momentos acontecerem coisas estranhas, acho que durante os episódios tivemos pistas o suficiente para conseguir desvendar o final e esses outros momentos, como por exemplo, o do Judeu Errante.
Na abertura do episódio 4, onde os personagens são apresentados pelo narrador (Billy Bob Thornton), como se fossem figuras do conto Pedro e o Lobo, podemos fazer uma releitura sobre o destino dos personagens, sobretudo da Gloria e do Varga. Para quem não é familiar com a história, recomendo pesquisar sobre. Mas, resumidamente, ela se encerra com Pedro (que na série é a Gloria) capturando o Lobo (V. M. Varga), e o levando ao zoológico (pode ser facilmente interpretado nesse caso como a prisão).
O filme é diferente do original, diferente do que eu esperava, e possivelmente uma obra-prima moderna. Visualmente ele é perfeito, como sequência ele respeita o filme anterior e expande o universo de uma forma magnífica, alimentando nossa imaginação com diferentes e criativas características de um futuro cyberpunk.
Roger Deakins é "O CARA" desse filme, a fotografia está estonteante, ele merece, mais do que nunca, o seu atrasado Óscar. A trilha-sonora também casa perfeitamente com a ambientação do filme. Denis Villeneuve é o melhor diretor que surgiu nesses últimos 10 anos, possui uma filmografia curta e impecável, que só vem crescendo, e em apenas 2 anos ele já se tornou um mestre da ficção científica.
Quanto aos personagens, todos estão muito bem, eu até fiquei achando que o Jared Leto apareceu pouco, seu personagem ficou bem interessante. Mas o grande destaque é a Sylvia Hoeks.
É menos cerebral que o primeiro, e a mensagem é menos profunda do que o emblemático e inesquecível "como lágrimas na chuva". Mas assim como um filho de replicantes, o filme tem alma e irá revolucionar o gênero.
A primeira temporada foi perfeita, e agora com essa segunda, a série se consolidou como a melhor sendo exibida atualmente. Nada é desperdiçado, cada acontecimento tem um propósito, as coisas se encaixam magnificamente, o desenvolvimento dos personagens é primoroso, não dá pra não aplaudir esse roteiro, a cada dúvida criada e resposta fornecida, a satisfação que se cria é muito grande. A fotografia da série também é um espetáculo.
O filme fecha a trilogia de uma forma muito satisfatória, explicando vários pontos e fazendo, finalmente, uma ligação bem bacana com o original de 1968. O melhor dessa trilogia é que os filmes mantiveram o bom nível, mesmo alterando os protagonistas humanos em cada filme, e dando um salto cronológico de um para o outro. No Planeta dos Macacos: A Guerra temos bons momentos de ação, e uma exploração interessante do significado de humanidade, além de uma abordagem interessante de como os humanos têm grandes problemas para se unirem e se entenderem por completo.
Bacana que a garotinha infectada se apresenta mais humana do que as pessoas que ainda possuem a consciência em perfeitas condições. A mesma coisa para os macacos, que respeitam mais a regra de não atentar contra seus iguais, e também respeitam mais os seres humanos do que os humanos respeitam a si.
Dunkirk é o filme mais sóbrio do Nolan, o realizador tem absoluto controle e consciência da sua obra, e entrega um filme de guerra muito diferente do habitual, e perfeito em sua forma técnica. Achei estranho antes de assistir o filme essa duração "curta", mas ela foi mais do que o suficiente, pois sem exagerar, Dunkirk traz um clímax de 1h46min, que é acompanhado com a sempre presente, tensa e martelante trilha-sonora do Hans Zimmer.
A ideia de dividir o longa em 3 segmentos também foi muito feliz, e apresentou uma ótica completa do conflito, sob a perspectiva dos Aliados (e não dar cara para os inimigos também foi bastante interessante, durante o longa você não vê nenhum soldado alemão*). O elenco mescla jovens com consagrados atores, meio que colocando um destaque em cada segmento para acompanhar os atores jovens (Mark Rylance no barco, Tom Hardy no avião, Cillian Murphy entre os resgatados em alto-mar e Kenneth Branagh como oficial na praia).
Muitos reclamam que o filme não deu profundidade ou destaque para os personagens, e que não possui uma bagagem emocional satisfatória para um filme do tema. Eu discordo completamente, primeiro porque o filme não foca no heroísmo individual, e sim no heroísmo dos civis indiretamente envolvidos na guerra, sendo que a maioria destes eram homens mais velhos, que tinham filhos batalhando na guerra, e se sentiam incapazes de ajudar, até aparecer essa convocação para auxiliar no resgate de Dunkirk. Em segundo, que esse acontecimento não foi só uma tragédia militar, mas também uma vitória humana, pelo menos para os ingleses, que injetou ânimo e moral nos jovens soldados derrotados e desmotivados.
Eu particularmente achei emocionante a parte em que o Mark Rylance, desesperadamente, parte para salvar o piloto que pousou o avião na água, com a ideia de que sempre há a possibilidade de sobrevivência do piloto, sendo que posteriormente é revelado que seu filho mais velho era piloto e morreu no início da guerra. Outro fator emocionante é o amadurecimento do filho mais novo do personagem, que precisa amadurecer rapidamente para dar o amparo necessário para os soldados afetados mentalmente com o desespero da guerra, sendo que alguns deles, como é o caso do Cillian Murphy e do Harry Styles, perdem por alguns momentos sua humanidade, e demonstram um egoísmo em nome da sobrevivência individual.
Eu fiquei pensando que o filme acabaria sem mostrar se o personagem do Tom Hardy conseguiria ou não pousar o avião, tendo em vista os finais abertos e polêmicos que o Nolan tanto adora. Não foi o caso dessa vez, mas achei esse final maravilhoso.
*No final, o personagem do Tom Hardy é capturado pelos inimigos, mas não é mostrado o rosto dos alemães.
Criativo, simples e de uma sensibilidade peculiar. Desperta a vontade e curiosidade de conhecer novos restaurantes e arriscar novos pratos. O Kasumi é de um carisma enorme, espero que lancem mais temporadas.
Adorei o filme, e vou bater na mesma tecla que muitos já bateram, O FILME É NOSTALGIA PURA. Ele fala sobre nostalgia, sobre como é difícil se desvencilhar das assombrações e efeitos do passado, e como algumas pessoas nunca conseguem sair dessa sombra. O elenco reunido foi sensacional, e terem revisitado cenas e trilhas, foi de encher o coração e os olhos. Acredito que quem não só gostou do primeiro, mas captou a essência, vai se maravilhar com essa homenagem/sequência.
Sensacional, reflexivo e subestimado. Talvez o preconceito que alguns tenham em relação ao catolicismo ou religiões em geral, tenha os cegado para a percepção do verdadeiro significado do filme. O conflito interno de uma pessoa que tem que enfrentar/questionar sua própria fé, ou ser forçado a ir contra e abandonar suas convicções, é algo extremamente cruel. O filme é repleto de cenas belas e fortes, e o elenco se sobressai, Andrew Garfield se destaca bastante, Liam Neeson, Adam Driver e Issei Ogata fazem ótimos coadjuvantes.
A devoção de Scorsese é tocante, e no final é bela a mensagem de que uma pessoa carrega até o final o que ela é, mesmo que durante a vida ela seja forçada a abandonar suas verdadeiras convicções, a romper com aquilo que está enraizado em si mesmo. Ferreira e Rodrigues são forçados a abandonar a própria essência, e se tornam homens quebrados, você não sente mais convicção nos personagens após abandonarem a fé. Agora transfira essa interpretação pra outro contexto que não o religioso, e você verá que ela se aplica da mesma forma. A mensagem é bela não por se tratar da fé religiosa apenas, e sim por se adequar a diversos contextos, pois é triste a imagem do indiferente, desmotivado e desacreditado.
Genial, tem um valor de replay PERFEITO, fica melhor ao assistir de novo. A trilha-sonora é excepcional e o Elliot é um puta personagem. Tem umas sacadas muito boas que só peguei ao rever:
Quando a Shayla entra no apartamento do Elliot e encontra a Darlene, a Darlene fala algo mais ou menos assim "Não vai me apresentar ? Você poderia começar com "Essa é Darlene, a minha..." e então o Elliot interrompe ela e manda ela sair do apartamento. A série dá pistas o tempo todo, sensacional.
Outra sacada muito boa é que sempre que o Mr. Robot fala, ninguém olha pra ele, só quando ele aparece à sós com outros personagens, que na verdade significa que é o Elliot que está ali, um lance meio Fight Club.
No começo você acaba imaginando que o Elliot vai na psiquiatra por ter dificuldade de comunicação, ou algo do tipo, e acaba vinculando automaticamente as sessões de terapia à sua esquisitice, depois no desenrolar da série você conecta isso aos problemas dele na infância, e no fim fica tudo esclarecido que o personagem realmente tem uns problemas psicológicos pesados.
Enfim, a série é muito boa, na primeira vez que assisti achei forçado o plot twist, mas depois de pegar os detalhes na 2ª assistida, percebi o quão espetacular foi essa 1ª temporada. E o encerramento é muito bom também, tanto o cliffhanger de alguém batendo na porta quanto o Whiterose naquela reunião meio Illuminati.
O tipo de filme que subestima a inteligência do espectador. O começo é interessante, depois se torna um filme de ação repleto de exageros, pra completar a bizarrice só faltaram umas explosões. Alguns acontecimentos deixam a sensação do roteiro ser preguiçoso, e outras reviravoltas chegam a ser forçadas demais. Não vou falar que fiquei entediado, mas eu não recomendaria o filme.
O twist com o irmão achei extremamente bizarro, e ainda conseguiram piorar com o melodrama da conciliação dos dois depois de uma briguinha. E pensar que é o mesmo diretor do bom filme "Warrior", será que todo filme dele tem que acabar com uma luta entre irmãos ?
Um filme para não ser levado a sério, só que com uma trama interessante e uma boa ambientação de Los Angeles dos anos 70. Ri bastante durante o filme, a química entre Russel Crowe e Ryan Gosling foi muito bem construída, e a atriz mirim Angourie Rice também se saiu muito bem. É o tipo de humor esculachado que você encontraria em Kingsman e Kick-ass, só que dessa vez num gênero noir.
O filme é um tanto quanto melancólico e mostra um casal de idosos, que não tiveram filhos, prestes a celebrar seus 45 anos de casamento, quando são surpreendidos por uma carta que os leva de volta ao passado. O belo cenário do interior inglês ajuda bastante na construção do clima meio triste do filme.
O principal drama, e que torna o filme melancólico, é a descoberta de Kate de que, talvez, ela não seja a grande paixão da vida de seu marido, após uma vida inteira juntos. O maior choque é quando ela descobre que a ex de Geoff estava grávida quando morreu. O fim é bonito, e apesar de Geoff sentir saudades da sua antiga amada, e ter ficado um tanto quanto depressivo com a carta, ele consegue redirecionar o foco para sua esposa e deixar o passado e a nostalgia de lado, ao notar que tinha plantado uma dúvida na mente de Kate a respeito de seu amor por ela.
"Engraçado como se esquece as coisas na vida que te fazem feliz."
Lindinhas
3.0 195 Assista AgoraLindinhas é uma crítica da melodyzação da infância e também das amarras que a tradição e religião podem trazer pros menos instruídos.
Alguns pontos importantes que identifiquei no filme:
- Amy estava deslocada, era uma imigrante, num colégio novo, sem conhecer ninguém de sua idade;
- Como desde cedo ela já sofre a pressão de cuidar da casa e viver em função de ser esposa, mesmo sabendo que sua mãe entrou em desgraça ao ser trocada pelo marido por uma esposa mais nova;
- Esperam-se atitudes adultas das crianças, e com isso elas acabam acreditando que não são mais crianças, de tanto ouvir coisas como “nossa, ela tá uma mocinha”, “como você cresceu”, “tem que ajudar sua mãe a cuidar da casa”;
- Crianças negligenciadas pelos pais fazem de tudo pra chamar atenção e fazer parte de alguma coisa. É o que acontece com as Mignonnes, elas querem participar de um concurso de dança, imitando poses e passos que suas ídolas fazem;
- O quão problemática pode ser essa postura da indústria da música pop no que diz respeito a sexualização precoce de crianças? Não é difícil saber que a maior parte dos fãs de artistas que vendem essa imagem apelativa do corpo são crianças ou adolescentes, que não possuem filtro e aceitam qualquer porcaria imposta pela indústria;
- Após aprontar várias coisas terríveis, Amy finalmente consegue dançar no concurso, mas estando ali ela percebe o papel de troxa que está fazendo e como nada daquilo ali tem a ver com quem ela é de verdade (uma criança inocente);
- Chegando em casa, ao invés de receber uma dura da mãe, ela é amparada e recebe um abraço. Pela primeira vez no filme ela se sente querida, e recebe a devida atenção. Logo em seguida ela vai pra rua brincar de pular corda, enquanto sorri genuinamente também pela primeira vez. Ela finalmente está no lugar certo, sendo criança, e é ali que ela consegue pular mais alto e ir mais longe .
American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace (2ª Temporada)
4.1 392 Assista AgoraFiquei incomodado com algumas liberdades e suposições que fizeram nesse roteiro, e achei pretensioso demais tentar, mesmo que um pouco, entender os motivos por trás dos assassinatos.
A atuação do Darren merece aplausos, e a atmosfera mórbida que envolve essa temporada é interessante, chega até a ser desconfortável em alguns momentos.
A grande sacada está no título apesar do fato de Cunanan ser o personagem central da história. A queda do gigante repercute mais do que a “vitória” do pequeno, e mesmo que o assassino tenha cometido o crime buscando fama, ele ficará eternamente ofuscado e na sombra de sua última vítima.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraAinda estou intrigado com o plano de mestre do Ingemar, foi esnobado pela Connie, dai resolveu levar ela e o noivo para morrerem na Suécia, e no fim ainda se voluntaria pra fogueira. Realmente, não há nada como não conseguir superar uma decepção amorosa.
Stranger Things (3ª Temporada)
4.2 1,3KDecaiu bastante, antes o humor mais bobinho combinava com a idade das crianças, mas agora era esperado um grau maior de maturidade, que infelizmente não acontece, muito pelo contrário, até transformaram o Hopper num personagem extremamente bobalhão. Perderam a mão também da sopa referencial que eles vinham tentando cozinhar, lamentável o Arnold Schwarzenegger genérico que incluíram. Continua divertindo, mas esperava mais, a expectativa era que a trama amadurecesse igual aconteceu com a saga Harry Potter, mas preferiram tornar a série uma experiência normie e bem pastelão.
Game of Thrones (8ª Temporada)
3.0 2,2K Assista AgoraOs produtores conseguiram, finalmente, enterrar a série. O que começou a decair a partir da quinta temporada, com a ausência dos diálogos e das tramas geniais elaboradas pelo George R. R. Martin, encontrou o seu derradeiro final, de forma apressada, incoerente e frustrante. A série desde seu início sempre teve como marca registrada suas surpresas, principalmente quando tratavam-se de mortes inesperadas, no entanto, na grande maioria das vezes, essas mortes eram acompanhadas por grandes planos, como Mindinho tramando todo conflito entre Lannister x Stark, ou como o Tywin mexendo as peças para o acontecimento do casamento vermelho, ou até mesmo Olenna Tyrell armando a morte do Joffrey. Quando a série ficou totalmente por conta dos roteiristas, tudo desandou, e começaram a focar apenas nas surpresas, mesmo que delas resultassem coisas sem sentido e sem muita coerência, só para elevar a popularidade da série e recheá-la de momentos "pop". No fim isso provavelmente resultou na série mais assistida, mais rentável e mais decepcionante de todos os tempos, levando em conta a equação expectativa x resultado.
Não vou entrar no mérito se o destino dos personagens e os principais acontecimentos que fecharam a série foram boas ou más escolhas. O problema é o como chegaram nesses desfechos e é impossível pontuar esse turbilhão de furos e defeitos sem lançar spoilers, começando com a Daenerys:
Daenerys ficou louca? Não, definitivamente não. Seu pai de forma gradativa enlouqueceu, e conforme isso foi acontecendo, perdeu a lealdade dos seus aliados e uma dúvida pairou sobre os Sete Reinos, fora que visivelmente ele dava indícios de sua insanidade (unhas gigantes, perda de peso, frequentemente se cortava nas lâminas do trono de ferro, entre outras loucuras que não envolviam apenas queimar os outros). Quiseram de forma apressada tornar a Daenerys numa vilã, e usaram como desculpa sua família, em nenhum momento ela matou inocentes antes, chegando até a prender seus dragões por, supostamente, um deles ter matado uma criança em Meeren. Ela sempre foi uma conquistadora, sim, deu indícios de tirania em certos momentos, mas sempre deu oportunidade para os oprimidos se juntarem a ela, sempre zelou por aqueles que sofriam abusos de seus soberanos. Estranho ela não atentar contra a vida de Jaime Lannister, responsável pela morte de seu pai, ou até mesmo de Cersei Lannister, a atual rainha, que na visão da garota representava o último obstáculo para que ela enfim recuperasse o trono que um dia pertenceu a sua família.
Jon Snow:
O personagem que por muitas vezes se assemelhou ao seu tio/pai de criação Ned Stark, por sempre defender aquilo que acredita ser o certo, por colocar o dever e a justiça acima de outros assuntos, chegando até mesmo a morrer por aquilo que acreditava. De repente ele se torna uma figura omissa, fazendo vista grossa a decisões descabidas de sua rainha. Como um dia disse sua mãe "O amor é uma coisa bela, mas não muda a natureza de um homem", pelo jeito os roteiristas não leram nem o maldito material que originou a série. Seu final, sob outra perspectiva, poderia ter ficado interessante, com ele vivendo junto aos selvagens, onde ele encontrou sua primeira paixão. Mas o rapaz passou por toda jornada do herói para se tornar um pau mandado, trair a rainha/amada com uma APUNHALADA estilo Commodus ou Jaime Lannister, se tornando assim um Queenslayer assassino. E o Dragão todo consciente, preferiu queimar o trono ao invés de queimar o assassino da "mãe" dele, não fez muito sentido. Acho que era melhor o Jon ter continuado morto mesmo depois da traição na Muralha.
Jaime e Cersei:
Simplesmente jogaram no lixo todo desenvolvimento do personagem, transformando Jaime em um simples "corno manso". Tudo bem que na série ele nunca se redimiu como foi nos livros, chegando até a matar um primo e estuprando a irmã no velório de um parente próximo. E a profecia da Cersei? Não dá pra considerar uma tentativa de fuga frustrada, com um desabamento de pedras causado pelo dragão, como uma morte nas mãos de seu irmão mais novo em seu pescoço, sufocando-a até a morte.
Bran:
Poucos são os personagens que entendem o que significa ser o Corvo de Três Olhos. Poucos acreditam na sua existência, e provavelmente seriam necessárias diversas provas pra comprovar isso. Como que os lordes restantes do reino confiam num garoto aleijado, que diz ser essa entidade, para ocupar o tão cobiçado trono? Lembrando que Brynden Rives, o anterior a carregar esse poder, era mal visto no reino, principalmente por este ser um poder que traz muita desconfiança e medo.
Sansa:
Apesar de eu achar o fim dela bastante coerente, não deu pra engolir o fato de todos os lordes do reino aceitarem o desmembramento do Norte e sua independência, sem nem tentarem fazer o mesmo. Ainda mais as Ilhas de Ferro, famosas por sempre lutarem pelo retorno do "costume antigo" e a independência do seu território. Não vou nem comentar sobre Dorne que daí bate a vontade de dar meia estrela.
Bronn:
Mano, botaram o Agostinho Carrara de Westeros como o Mestre das Moedas, não dá pra levar a sério essa série, parece uma paródia do Porta dos Fundos de tão ruim.
Howland Reed: CADÊ?
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraAs atuações estão muito boas, e a química entre as atrizes também funciona muito bem.
Já no final, em uma cena onde Abigail está mandando retirar as mobílias dos aposentos da rival, a Sarah lhe diz algo como "Coitada, você está achando que venceu", ela sabia que quando acabassem as lisonjas e as bajulações, a máscara cairia e a vida da prima se tornaria um inferno, pois bem, é exatamente assim que acaba o filme.
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraUm dos melhores do ano, sem dúvidas. O filme carrega muito bem a crítica social e ainda consegue abordar tudo sem perder o senso de humor. A dupla principal está muito bem, e a empolgante música tema do Ron gruda na cabeça.
Pena que o filme, assim como a maioria que aborda críticas sociais relacionadas ao racismo, não esteja passando em muitos cinemas aqui no Brasil.
Com Amor, Simon
4.0 1,2K Assista AgoraFilme simples, leve e voltado para o público adolescente. Tem uma pegada bastante sessão da tarde, mas é divertido de assistir e tem aquele clima "feels good". Não é um clássico do gênero nem nada próximo a isso, mas cumpre bem o seu papel ao abordar seu tema sem exagerar nos estereótipos.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraLady Bird é um filme fácil de se identificar, principalmente para aqueles que são auto-conscientes o suficiente, e que se sentiram deslocados ou com dificuldade de se encontrar em meio aos obstáculos do início da vida adulta.
O choque de geração entre pais e filhos demonstrado no filme também é muito comum atualmente, com os pais prezando pela estabilidade e os filhos o hedonismo.
Não importa se gostamos ou não das coisas que nos acontecem, do ambiente ou cidade em que vivemos, das nossas relações, sejam familiares, de amizade ou amorosas. Todas essas experiências, positivas ou negativas, contribuem para nossa formação como seres-humanos.
Vândalo Americano (1ª Temporada)
4.1 97 Assista AgoraEssa série merecia mais reconhecimento. Assim como o seu protagonista, ela é facilmente julgada pela sua "capa", parece que é mais um besteirol descartável, mas é uma ótima sátira aos documentários sobre assassinatos, além de carregar um grande número de detalhes e ser um dos melhores dramas adolescente que já vi.
Achei o final bastante satisfatório, ele te dá pistas o suficiente para você se convencer sobre o culpado, mas não bate o martelo, deixando uma lição de moral interessante, uma reflexão de certo modo inesperada e até mesmo profunda sobre estereótipos e o problema de julgar precipitadamente.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraO filme traz uma abordagem bastante sensível sobre o amadurecimento, o descobrimento e a curiosidade que nutrimos acerca de nossos sentimentos. A ambientação e as atuações são muito boas, mas o especial do filme é a maneira como ele consegue retratar a amizade/romance dos personagens de uma forma livre de estereótipos.
Sem entrar no mérito se os personagens são homossexuais, ou se apenas viveram uma única vez uma relação homossexual pois realmente sentiram uma ligação especial entre eles que transcende esse tipo de classificação, o filme dá pistas bacanas sobre essas questões. No início, Elio lê um trecho de uma anotação do Oliver que diz algo como "nós temos que passar por mudanças para continuarmos a sermos o que somos".
A parte em que o pai de Elio passa os slides da estátua também diz um pouco mais sobre o que a presença do Oliver representava, uma pessoa com traços irresistíveis,
que todos gostavam. A grande mensagem que o filme me passou é que se conseguíssemos nos esquivar dos nossos preconceitos e dos estereótipos que os outros nos impõe, e fossemos fiéis aos nossos sentimentos e nos deixássemos levar pela curiosidade, seríamos muito mais autênticos e talvez vivenciaríamos experiências mais significativas, seja em relações homossexuais ou não. Como o pai diz para o filho no fim do filme, a gente batalha tanto para ocultar e apagar alguns sentimentos, que em certo momento da vida, ficamos sem sentimento algum, e isso é um sintoma triste demais da nossa sociedade atual.
Fargo (3ª Temporada)
4.1 209Achei a temporada menos brilhante de Fargo, mas ainda assim é muito boa. David Thewlis arrasa no papel do vilão V. M. Varga, e o restante do elenco também faz um ótimo trabalho. A fotografia continua sendo um dos pontos altos da série. Apesar do final e de em outros momentos acontecerem coisas estranhas, acho que durante os episódios tivemos pistas o suficiente para conseguir desvendar o final e esses outros momentos, como por exemplo, o do Judeu Errante.
Na abertura do episódio 4, onde os personagens são apresentados pelo narrador (Billy Bob Thornton), como se fossem figuras do conto Pedro e o Lobo, podemos fazer uma releitura sobre o destino dos personagens, sobretudo da Gloria e do Varga. Para quem não é familiar com a história, recomendo pesquisar sobre. Mas, resumidamente, ela se encerra com Pedro (que na série é a Gloria) capturando o Lobo (V. M. Varga), e o levando ao zoológico (pode ser facilmente interpretado nesse caso como a prisão).
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraO filme é diferente do original, diferente do que eu esperava, e possivelmente uma obra-prima moderna. Visualmente ele é perfeito, como sequência ele respeita o filme anterior e expande o universo de uma forma magnífica, alimentando nossa imaginação com diferentes e criativas características de um futuro cyberpunk.
Roger Deakins é "O CARA" desse filme, a fotografia está estonteante, ele merece, mais do que nunca, o seu atrasado Óscar. A trilha-sonora também casa perfeitamente com a ambientação do filme. Denis Villeneuve é o melhor diretor que surgiu nesses últimos 10 anos, possui uma filmografia curta e impecável, que só vem crescendo, e em apenas 2 anos ele já se tornou um mestre da ficção científica.
Quanto aos personagens, todos estão muito bem, eu até fiquei achando que o Jared Leto apareceu pouco, seu personagem ficou bem interessante. Mas o grande destaque é a Sylvia Hoeks.
É menos cerebral que o primeiro, e a mensagem é menos profunda do que o emblemático e inesquecível "como lágrimas na chuva". Mas assim como um filho de replicantes, o filme tem alma e irá revolucionar o gênero.
Mr. Robot (2ª Temporada)
4.4 518A primeira temporada foi perfeita, e agora com essa segunda, a série se consolidou como a melhor sendo exibida atualmente. Nada é desperdiçado, cada acontecimento tem um propósito, as coisas se encaixam magnificamente, o desenvolvimento dos personagens é primoroso, não dá pra não aplaudir esse roteiro, a cada dúvida criada e resposta fornecida, a satisfação que se cria é muito grande. A fotografia da série também é um espetáculo.
Planeta dos Macacos: A Guerra
4.0 963 Assista AgoraO filme fecha a trilogia de uma forma muito satisfatória, explicando vários pontos e fazendo, finalmente, uma ligação bem bacana com o original de 1968. O melhor dessa trilogia é que os filmes mantiveram o bom nível, mesmo alterando os protagonistas humanos em cada filme, e dando um salto cronológico de um para o outro. No Planeta dos Macacos: A Guerra temos bons momentos de ação, e uma exploração interessante do significado de humanidade, além de uma abordagem interessante de como os humanos têm grandes problemas para se unirem e se entenderem por completo.
Bacana que a garotinha infectada se apresenta mais humana do que as pessoas que ainda possuem a consciência em perfeitas condições. A mesma coisa para os macacos, que respeitam mais a regra de não atentar contra seus iguais, e também respeitam mais os seres humanos do que os humanos respeitam a si.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraDunkirk é o filme mais sóbrio do Nolan, o realizador tem absoluto controle e consciência da sua obra, e entrega um filme de guerra muito diferente do habitual, e perfeito em sua forma técnica. Achei estranho antes de assistir o filme essa duração "curta", mas ela foi mais do que o suficiente, pois sem exagerar, Dunkirk traz um clímax de 1h46min, que é acompanhado com a sempre presente, tensa e martelante trilha-sonora do Hans Zimmer.
A ideia de dividir o longa em 3 segmentos também foi muito feliz, e apresentou uma ótica completa do conflito, sob a perspectiva dos Aliados (e não dar cara para os inimigos também foi bastante interessante, durante o longa você não vê nenhum soldado alemão*). O elenco mescla jovens com consagrados atores, meio que colocando um destaque em cada segmento para acompanhar os atores jovens (Mark Rylance no barco, Tom Hardy no avião, Cillian Murphy entre os resgatados em alto-mar e Kenneth Branagh como oficial na praia).
Muitos reclamam que o filme não deu profundidade ou destaque para os personagens, e que não possui uma bagagem emocional satisfatória para um filme do tema. Eu discordo completamente, primeiro porque o filme não foca no heroísmo individual, e sim no heroísmo dos civis indiretamente envolvidos na guerra, sendo que a maioria destes eram homens mais velhos, que tinham filhos batalhando na guerra, e se sentiam incapazes de ajudar, até aparecer essa convocação para auxiliar no resgate de Dunkirk. Em segundo, que esse acontecimento não foi só uma tragédia militar, mas também uma vitória humana, pelo menos para os ingleses, que injetou ânimo e moral nos jovens soldados derrotados e desmotivados.
Eu particularmente achei emocionante a parte em que o Mark Rylance, desesperadamente, parte para salvar o piloto que pousou o avião na água, com a ideia de que sempre há a possibilidade de sobrevivência do piloto, sendo que posteriormente é revelado que seu filho mais velho era piloto e morreu no início da guerra. Outro fator emocionante é o amadurecimento do filho mais novo do personagem, que precisa amadurecer rapidamente para dar o amparo necessário para os soldados afetados mentalmente com o desespero da guerra, sendo que alguns deles, como é o caso do Cillian Murphy e do Harry Styles, perdem por alguns momentos sua humanidade, e demonstram um egoísmo em nome da sobrevivência individual.
Eu fiquei pensando que o filme acabaria sem mostrar se o personagem do Tom Hardy conseguiria ou não pousar o avião, tendo em vista os finais abertos e polêmicos que o Nolan tanto adora. Não foi o caso dessa vez, mas achei esse final maravilhoso.
*No final, o personagem do Tom Hardy é capturado pelos inimigos, mas não é mostrado o rosto dos alemães.
Samurai Gourmet
4.2 28Criativo, simples e de uma sensibilidade peculiar. Desperta a vontade e curiosidade de conhecer novos restaurantes e arriscar novos pratos. O Kasumi é de um carisma enorme, espero que lancem mais temporadas.
T2: Trainspotting
4.0 695 Assista AgoraAdorei o filme, e vou bater na mesma tecla que muitos já bateram, O FILME É NOSTALGIA PURA. Ele fala sobre nostalgia, sobre como é difícil se desvencilhar das assombrações e efeitos do passado, e como algumas pessoas nunca conseguem sair dessa sombra. O elenco reunido foi sensacional, e terem revisitado cenas e trilhas, foi de encher o coração e os olhos. Acredito que quem não só gostou do primeiro, mas captou a essência, vai se maravilhar com essa homenagem/sequência.
Silêncio
3.8 576Sensacional, reflexivo e subestimado. Talvez o preconceito que alguns tenham em relação ao catolicismo ou religiões em geral, tenha os cegado para a percepção do verdadeiro significado do filme. O conflito interno de uma pessoa que tem que enfrentar/questionar sua própria fé, ou ser forçado a ir contra e abandonar suas convicções, é algo extremamente cruel. O filme é repleto de cenas belas e fortes, e o elenco se sobressai, Andrew Garfield se destaca bastante, Liam Neeson, Adam Driver e Issei Ogata fazem ótimos coadjuvantes.
A devoção de Scorsese é tocante, e no final é bela a mensagem de que uma pessoa carrega até o final o que ela é, mesmo que durante a vida ela seja forçada a abandonar suas verdadeiras convicções, a romper com aquilo que está enraizado em si mesmo. Ferreira e Rodrigues são forçados a abandonar a própria essência, e se tornam homens quebrados, você não sente mais convicção nos personagens após abandonarem a fé. Agora transfira essa interpretação pra outro contexto que não o religioso, e você verá que ela se aplica da mesma forma. A mensagem é bela não por se tratar da fé religiosa apenas, e sim por se adequar a diversos contextos, pois é triste a imagem do indiferente, desmotivado e desacreditado.
Desafio à Corrupção
4.1 65 Assista Agora- Shoot pool, Fast Eddie.
- I'm shooting pool, Fats. When I miss, you can shoot.
Mr. Robot (1ª Temporada)
4.5 1,0KGenial, tem um valor de replay PERFEITO, fica melhor ao assistir de novo. A trilha-sonora é excepcional e o Elliot é um puta personagem. Tem umas sacadas muito boas que só peguei ao rever:
Quando a Shayla entra no apartamento do Elliot e encontra a Darlene, a Darlene fala algo mais ou menos assim "Não vai me apresentar ? Você poderia começar com "Essa é Darlene, a minha..." e então o Elliot interrompe ela e manda ela sair do apartamento. A série dá pistas o tempo todo, sensacional.
Outra sacada muito boa é que sempre que o Mr. Robot fala, ninguém olha pra ele, só quando ele aparece à sós com outros personagens, que na verdade significa que é o Elliot que está ali, um lance meio Fight Club.
No começo você acaba imaginando que o Elliot vai na psiquiatra por ter dificuldade de comunicação, ou algo do tipo, e acaba vinculando automaticamente as sessões de terapia à sua esquisitice, depois no desenrolar da série você conecta isso aos problemas dele na infância, e no fim fica tudo esclarecido que o personagem realmente tem uns problemas psicológicos pesados.
Enfim, a série é muito boa, na primeira vez que assisti achei forçado o plot twist, mas depois de pegar os detalhes na 2ª assistida, percebi o quão espetacular foi essa 1ª temporada. E o encerramento é muito bom também, tanto o cliffhanger de alguém batendo na porta quanto o Whiterose naquela reunião meio Illuminati.
O Contador
3.7 647 Assista AgoraO tipo de filme que subestima a inteligência do espectador. O começo é interessante, depois se torna um filme de ação repleto de exageros, pra completar a bizarrice só faltaram umas explosões. Alguns acontecimentos deixam a sensação do roteiro ser preguiçoso, e outras reviravoltas chegam a ser forçadas demais. Não vou falar que fiquei entediado, mas eu não recomendaria o filme.
O twist com o irmão achei extremamente bizarro, e ainda conseguiram piorar com o melodrama da conciliação dos dois depois de uma briguinha. E pensar que é o mesmo diretor do bom filme "Warrior", será que todo filme dele tem que acabar com uma luta entre irmãos ?
Dois Caras Legais
3.6 637 Assista AgoraUm filme para não ser levado a sério, só que com uma trama interessante e uma boa ambientação de Los Angeles dos anos 70. Ri bastante durante o filme, a química entre Russel Crowe e Ryan Gosling foi muito bem construída, e a atriz mirim Angourie Rice também se saiu muito bem. É o tipo de humor esculachado que você encontraria em Kingsman e Kick-ass, só que dessa vez num gênero noir.
You know who else was just following orders? Adolf Hitler.
45 Anos
3.7 254 Assista AgoraO filme é um tanto quanto melancólico e mostra um casal de idosos, que não tiveram filhos, prestes a celebrar seus 45 anos de casamento, quando são surpreendidos por uma carta que os leva de volta ao passado. O belo cenário do interior inglês ajuda bastante na construção do clima meio triste do filme.
O principal drama, e que torna o filme melancólico, é a descoberta de Kate de que, talvez, ela não seja a grande paixão da vida de seu marido, após uma vida inteira juntos. O maior choque é quando ela descobre que a ex de Geoff estava grávida quando morreu. O fim é bonito, e apesar de Geoff sentir saudades da sua antiga amada, e ter ficado um tanto quanto depressivo com a carta, ele consegue redirecionar o foco para sua esposa e deixar o passado e a nostalgia de lado, ao notar que tinha plantado uma dúvida na mente de Kate a respeito de seu amor por ela.
"Engraçado como se esquece as coisas na vida que te fazem feliz."