Alguns pontos importantes que identifiquei no filme: - Amy estava deslocada, era uma imigrante, num colégio novo, sem conhecer ninguém de sua idade; - Como desde cedo ela já sofre a pressão de cuidar da casa e viver em função de ser esposa, mesmo sabendo que sua mãe entrou em desgraça ao ser trocada pelo marido por uma esposa mais nova; - Esperam-se atitudes adultas das crianças, e com isso elas acabam acreditando que não são mais crianças, de tanto ouvir coisas como “nossa, ela tá uma mocinha”, “como você cresceu”, “tem que ajudar sua mãe a cuidar da casa”; - Crianças negligenciadas pelos pais fazem de tudo pra chamar atenção e fazer parte de alguma coisa. É o que acontece com as Mignonnes, elas querem participar de um concurso de dança, imitando poses e passos que suas ídolas fazem; - O quão problemática pode ser essa postura da indústria da música pop no que diz respeito a sexualização precoce de crianças? Não é difícil saber que a maior parte dos fãs de artistas que vendem essa imagem apelativa do corpo são crianças ou adolescentes, que não possuem filtro e aceitam qualquer porcaria imposta pela indústria; - Após aprontar várias coisas terríveis, Amy finalmente consegue dançar no concurso, mas estando ali ela percebe o papel de troxa que está fazendo e como nada daquilo ali tem a ver com quem ela é de verdade (uma criança inocente); - Chegando em casa, ao invés de receber uma dura da mãe, ela é amparada e recebe um abraço. Pela primeira vez no filme ela se sente querida, e recebe a devida atenção. Logo em seguida ela vai pra rua brincar de pular corda, enquanto sorri genuinamente também pela primeira vez. Ela finalmente está no lugar certo, sendo criança, e é ali que ela consegue pular mais alto e ir mais longe .
Ainda estou intrigado com o plano de mestre do Ingemar, foi esnobado pela Connie, dai resolveu levar ela e o noivo para morrerem na Suécia, e no fim ainda se voluntaria pra fogueira. Realmente, não há nada como não conseguir superar uma decepção amorosa.
Já no final, em uma cena onde Abigail está mandando retirar as mobílias dos aposentos da rival, a Sarah lhe diz algo como "Coitada, você está achando que venceu", ela sabia que quando acabassem as lisonjas e as bajulações, a máscara cairia e a vida da prima se tornaria um inferno, pois bem, é exatamente assim que acaba o filme.
Um dos melhores do ano, sem dúvidas. O filme carrega muito bem a crítica social e ainda consegue abordar tudo sem perder o senso de humor. A dupla principal está muito bem, e a empolgante música tema do Ron gruda na cabeça. Pena que o filme, assim como a maioria que aborda críticas sociais relacionadas ao racismo, não esteja passando em muitos cinemas aqui no Brasil.
Filme simples, leve e voltado para o público adolescente. Tem uma pegada bastante sessão da tarde, mas é divertido de assistir e tem aquele clima "feels good". Não é um clássico do gênero nem nada próximo a isso, mas cumpre bem o seu papel ao abordar seu tema sem exagerar nos estereótipos.
Lady Bird é um filme fácil de se identificar, principalmente para aqueles que são auto-conscientes o suficiente, e que se sentiram deslocados ou com dificuldade de se encontrar em meio aos obstáculos do início da vida adulta.
O choque de geração entre pais e filhos demonstrado no filme também é muito comum atualmente, com os pais prezando pela estabilidade e os filhos o hedonismo.
Não importa se gostamos ou não das coisas que nos acontecem, do ambiente ou cidade em que vivemos, das nossas relações, sejam familiares, de amizade ou amorosas. Todas essas experiências, positivas ou negativas, contribuem para nossa formação como seres-humanos.
O filme traz uma abordagem bastante sensível sobre o amadurecimento, o descobrimento e a curiosidade que nutrimos acerca de nossos sentimentos. A ambientação e as atuações são muito boas, mas o especial do filme é a maneira como ele consegue retratar a amizade/romance dos personagens de uma forma livre de estereótipos.
Sem entrar no mérito se os personagens são homossexuais, ou se apenas viveram uma única vez uma relação homossexual pois realmente sentiram uma ligação especial entre eles que transcende esse tipo de classificação, o filme dá pistas bacanas sobre essas questões. No início, Elio lê um trecho de uma anotação do Oliver que diz algo como "nós temos que passar por mudanças para continuarmos a sermos o que somos". A parte em que o pai de Elio passa os slides da estátua também diz um pouco mais sobre o que a presença do Oliver representava, uma pessoa com traços irresistíveis, que todos gostavam. A grande mensagem que o filme me passou é que se conseguíssemos nos esquivar dos nossos preconceitos e dos estereótipos que os outros nos impõe, e fossemos fiéis aos nossos sentimentos e nos deixássemos levar pela curiosidade, seríamos muito mais autênticos e talvez vivenciaríamos experiências mais significativas, seja em relações homossexuais ou não. Como o pai diz para o filho no fim do filme, a gente batalha tanto para ocultar e apagar alguns sentimentos, que em certo momento da vida, ficamos sem sentimento algum, e isso é um sintoma triste demais da nossa sociedade atual.
O filme é diferente do original, diferente do que eu esperava, e possivelmente uma obra-prima moderna. Visualmente ele é perfeito, como sequência ele respeita o filme anterior e expande o universo de uma forma magnífica, alimentando nossa imaginação com diferentes e criativas características de um futuro cyberpunk.
Roger Deakins é "O CARA" desse filme, a fotografia está estonteante, ele merece, mais do que nunca, o seu atrasado Óscar. A trilha-sonora também casa perfeitamente com a ambientação do filme. Denis Villeneuve é o melhor diretor que surgiu nesses últimos 10 anos, possui uma filmografia curta e impecável, que só vem crescendo, e em apenas 2 anos ele já se tornou um mestre da ficção científica.
Quanto aos personagens, todos estão muito bem, eu até fiquei achando que o Jared Leto apareceu pouco, seu personagem ficou bem interessante. Mas o grande destaque é a Sylvia Hoeks.
É menos cerebral que o primeiro, e a mensagem é menos profunda do que o emblemático e inesquecível "como lágrimas na chuva". Mas assim como um filho de replicantes, o filme tem alma e irá revolucionar o gênero.
O filme fecha a trilogia de uma forma muito satisfatória, explicando vários pontos e fazendo, finalmente, uma ligação bem bacana com o original de 1968. O melhor dessa trilogia é que os filmes mantiveram o bom nível, mesmo alterando os protagonistas humanos em cada filme, e dando um salto cronológico de um para o outro. No Planeta dos Macacos: A Guerra temos bons momentos de ação, e uma exploração interessante do significado de humanidade, além de uma abordagem interessante de como os humanos têm grandes problemas para se unirem e se entenderem por completo.
Bacana que a garotinha infectada se apresenta mais humana do que as pessoas que ainda possuem a consciência em perfeitas condições. A mesma coisa para os macacos, que respeitam mais a regra de não atentar contra seus iguais, e também respeitam mais os seres humanos do que os humanos respeitam a si.
Dunkirk é o filme mais sóbrio do Nolan, o realizador tem absoluto controle e consciência da sua obra, e entrega um filme de guerra muito diferente do habitual, e perfeito em sua forma técnica. Achei estranho antes de assistir o filme essa duração "curta", mas ela foi mais do que o suficiente, pois sem exagerar, Dunkirk traz um clímax de 1h46min, que é acompanhado com a sempre presente, tensa e martelante trilha-sonora do Hans Zimmer.
A ideia de dividir o longa em 3 segmentos também foi muito feliz, e apresentou uma ótica completa do conflito, sob a perspectiva dos Aliados (e não dar cara para os inimigos também foi bastante interessante, durante o longa você não vê nenhum soldado alemão*). O elenco mescla jovens com consagrados atores, meio que colocando um destaque em cada segmento para acompanhar os atores jovens (Mark Rylance no barco, Tom Hardy no avião, Cillian Murphy entre os resgatados em alto-mar e Kenneth Branagh como oficial na praia).
Muitos reclamam que o filme não deu profundidade ou destaque para os personagens, e que não possui uma bagagem emocional satisfatória para um filme do tema. Eu discordo completamente, primeiro porque o filme não foca no heroísmo individual, e sim no heroísmo dos civis indiretamente envolvidos na guerra, sendo que a maioria destes eram homens mais velhos, que tinham filhos batalhando na guerra, e se sentiam incapazes de ajudar, até aparecer essa convocação para auxiliar no resgate de Dunkirk. Em segundo, que esse acontecimento não foi só uma tragédia militar, mas também uma vitória humana, pelo menos para os ingleses, que injetou ânimo e moral nos jovens soldados derrotados e desmotivados.
Eu particularmente achei emocionante a parte em que o Mark Rylance, desesperadamente, parte para salvar o piloto que pousou o avião na água, com a ideia de que sempre há a possibilidade de sobrevivência do piloto, sendo que posteriormente é revelado que seu filho mais velho era piloto e morreu no início da guerra. Outro fator emocionante é o amadurecimento do filho mais novo do personagem, que precisa amadurecer rapidamente para dar o amparo necessário para os soldados afetados mentalmente com o desespero da guerra, sendo que alguns deles, como é o caso do Cillian Murphy e do Harry Styles, perdem por alguns momentos sua humanidade, e demonstram um egoísmo em nome da sobrevivência individual.
Eu fiquei pensando que o filme acabaria sem mostrar se o personagem do Tom Hardy conseguiria ou não pousar o avião, tendo em vista os finais abertos e polêmicos que o Nolan tanto adora. Não foi o caso dessa vez, mas achei esse final maravilhoso.
*No final, o personagem do Tom Hardy é capturado pelos inimigos, mas não é mostrado o rosto dos alemães.
Adorei o filme, e vou bater na mesma tecla que muitos já bateram, O FILME É NOSTALGIA PURA. Ele fala sobre nostalgia, sobre como é difícil se desvencilhar das assombrações e efeitos do passado, e como algumas pessoas nunca conseguem sair dessa sombra. O elenco reunido foi sensacional, e terem revisitado cenas e trilhas, foi de encher o coração e os olhos. Acredito que quem não só gostou do primeiro, mas captou a essência, vai se maravilhar com essa homenagem/sequência.
Sensacional, reflexivo e subestimado. Talvez o preconceito que alguns tenham em relação ao catolicismo ou religiões em geral, tenha os cegado para a percepção do verdadeiro significado do filme. O conflito interno de uma pessoa que tem que enfrentar/questionar sua própria fé, ou ser forçado a ir contra e abandonar suas convicções, é algo extremamente cruel. O filme é repleto de cenas belas e fortes, e o elenco se sobressai, Andrew Garfield se destaca bastante, Liam Neeson, Adam Driver e Issei Ogata fazem ótimos coadjuvantes.
A devoção de Scorsese é tocante, e no final é bela a mensagem de que uma pessoa carrega até o final o que ela é, mesmo que durante a vida ela seja forçada a abandonar suas verdadeiras convicções, a romper com aquilo que está enraizado em si mesmo. Ferreira e Rodrigues são forçados a abandonar a própria essência, e se tornam homens quebrados, você não sente mais convicção nos personagens após abandonarem a fé. Agora transfira essa interpretação pra outro contexto que não o religioso, e você verá que ela se aplica da mesma forma. A mensagem é bela não por se tratar da fé religiosa apenas, e sim por se adequar a diversos contextos, pois é triste a imagem do indiferente, desmotivado e desacreditado.
O tipo de filme que subestima a inteligência do espectador. O começo é interessante, depois se torna um filme de ação repleto de exageros, pra completar a bizarrice só faltaram umas explosões. Alguns acontecimentos deixam a sensação do roteiro ser preguiçoso, e outras reviravoltas chegam a ser forçadas demais. Não vou falar que fiquei entediado, mas eu não recomendaria o filme.
O twist com o irmão achei extremamente bizarro, e ainda conseguiram piorar com o melodrama da conciliação dos dois depois de uma briguinha. E pensar que é o mesmo diretor do bom filme "Warrior", será que todo filme dele tem que acabar com uma luta entre irmãos ?
Um filme para não ser levado a sério, só que com uma trama interessante e uma boa ambientação de Los Angeles dos anos 70. Ri bastante durante o filme, a química entre Russel Crowe e Ryan Gosling foi muito bem construída, e a atriz mirim Angourie Rice também se saiu muito bem. É o tipo de humor esculachado que você encontraria em Kingsman e Kick-ass, só que dessa vez num gênero noir.
O filme é um tanto quanto melancólico e mostra um casal de idosos, que não tiveram filhos, prestes a celebrar seus 45 anos de casamento, quando são surpreendidos por uma carta que os leva de volta ao passado. O belo cenário do interior inglês ajuda bastante na construção do clima meio triste do filme.
O principal drama, e que torna o filme melancólico, é a descoberta de Kate de que, talvez, ela não seja a grande paixão da vida de seu marido, após uma vida inteira juntos. O maior choque é quando ela descobre que a ex de Geoff estava grávida quando morreu. O fim é bonito, e apesar de Geoff sentir saudades da sua antiga amada, e ter ficado um tanto quanto depressivo com a carta, ele consegue redirecionar o foco para sua esposa e deixar o passado e a nostalgia de lado, ao notar que tinha plantado uma dúvida na mente de Kate a respeito de seu amor por ela.
"Engraçado como se esquece as coisas na vida que te fazem feliz."
Um filme bastante sensível, com grandes atuações. Falam da Brie Larson e os prêmios que ela tem conquistado, mas na minha opinião, o melhor do filme é o Jacob Tremblay, o garotinho realmente rouba a cena. Uma coisa que me desagradou foi o trailer, ele estraga algumas surpresas do roteiro, sendo que poderiam explorar no trailer só a parte do quarto e mesmo assim deixar o espectador com vontade de assistir ao filme, como por exemplo o trailer do Garota Exemplar.
A primeira parte do filme me lembrou bastante A Vida É Bela, com a mãe criando uma espécie de realidade alternativa para maquiar o horror em que ela e o filho estavam inseridos, amenizando o choque e o trauma da criança.
Isso faz com que o garoto consiga se recuperar mais rapidamente do que a mãe ao finalmente serem resgatados do cativeiro, claro que isso se deve também a idade dele, como o próprio médico do filme diz, que foi bom que o menino saiu do Quarto ainda "verde", ou seja, com uma mente ainda aberta para novas possibilidades, sem uma concepção do mundo fixada em sua cabeça. Justamente quando sua mãe fica afastada por estar internada, é que Jack dá o grande passo para se adaptar, se torna mais comunicativo e começa a experimentar novas coisas, talvez por cortar, mesmo que por alguns dias, o único contato que ele ainda tinha com algum elemento do Quarto.
Outras coisas interessantes são abordadas, como a dificuldade da mãe em se readaptar, a incapacidade do avô de separar a imagem da criança e do sequestrador, a saudade que o garoto tem do seu antigo "mundo", achei genial ele ter montado o Quarto com as peças de Lego, e a cena final quando eles revisitam o cativeiro, e Jack desconstrói a imagem que tinha do local ao ver ele desmontado, mas é evidente que o trauma ainda se encontra nos dois, quando o garoto sugere que é melhor não fechar a porta, e quando a mãe demonstra sua ansiedade em deixar o local, dessa vez, para sempre.
Fotografia estonteante, é a principal marca do filme, a ambientação é fantástica, realmente te insere na trama e cria um clima de tensão. Os longos períodos sem diálogo são supridos pela belíssima filmagem, os ângulos são incríveis, e as cenas de ação sem muitos cortes mostram o potencial de Iñárritu, que entrega uma abertura eletrizante e espetacular, deve ter sido difícil demais gravar aquilo ali e o grau de realidade de algumas cenas são inexplicáveis.
As atuações são muito boas, deve ter sido muito complicado gravar nesse clima extremo, DiCaprio se entregou bastante, mesmo não tendo muitos diálogos, o personagem tem várias reações e emoções que foram muito bem representadas pelo ator, mas mesmo assim, não foi a melhor atuação dele. Tom Hardy traz um personagem interessantíssimo, mas o perfil dele é semelhante à vários outros papéis que o ator já fez,um homem de temperamento explosivo e bastante intolerante.
O enredo do filme não traz nada de novo, é uma história bastante crua sobre vingança, mas os cenários, a ambientação, e os ângulos de filmagem, principalmente nas cenas de ação, tornam o filme uma experiência incrível.
A cena do urso realmente é muito bem feita, alguns reclamaram que foi surreal o personagem ter sobrevivido ali, mas muitas pessoas já sobreviveram à ataques de ursos, eu particularmente achei a cena do Glass caindo do penhasco com o cavalo e amortecendo a queda nos galhos da árvore muito mais forçada. As partes mais memoráveis são do Fitzgerald falando pro Glass piscar, a ironia e provocação dessa cena é excelente, e ele contando sobre o encontro do pai com Deus na forma de um esquilo também foi bastante debochante.
Trilha-sonora eletrizante do começo ao fim, os cenários também são muito fodas, e o filme prende a atenção o tempo todo.Tom Hardy assume bem o papel de Max badass, Charlize detona como Furiosa e o Nicholas Hoult surpreendeu bastante como o divertidíssimo Nux. Bela surpresa o filme, resgata uma velha franquia, e eu diria que esse é o melhor da série.
Sensacional, o filme é cheio de exageros, mas todos me agradaram, Colin Firth tá espetacular, e Taron Egerton é uma grande revelação, o garoto mandou bem demais. O filme é uma zoeira elegante, que talvez ofenda alguns, mas rendeu várias risadas e me surpreendeu bastante.
A cena da igreja muito boa “I’m a Catholic whore, currently enjoying congress out of wedlock with my black Jewish boyfriend who works at a military abortion clinic. Hail Satan, and have a lovely afternoon madam."
Birdman aborda de forma brilhante a crise existencial e o ego, com um roteiro bastante original e atuações de alto nível. A crítica ao cinema americano também é muito boa, temos celebridades em excesso, e artistas em falta.
O próprio Riggan é a típica celebridade, que só é reconhecido pelo seu papel, todo mundo que viu ele na rua falou: "Olha só, o Birdman", as pessoas nem sabem o nome do ator, e é o que acontece hoje em dia com os filmes da Marvel principalmente. A cena dos pontos no papel higiênico que marcam o tempo que o ser humano está na terra, e o que ele representa, também achei genial, é um tapa na cara do egocentrismo do ser humano
Não acho que o filme seja sobre a perda, tampouco sobre a homossexualidade, a verdadeira mensagem que o filme traz é muito mais positiva do que aparenta ser. Como o título original já diz, acho que o tema na verdade é sobre começar/recomeçar, e nos mostra isso primeiramente com o Hal, que começou a viver de verdade com 75 anos, ao assumir a homossexualidade (isso mostra que nunca é tarde para começar)
Nos seus últimos 4 anos de vida ele se mostra outra pessoa, muito mais feliz, revelando o seu verdadeira "eu", o próprio filho reconhece isso, ele nota que o pai foi mais feliz durante seus últimos 4 anos de vida do que durante seus outros 75
Enquanto que Oliver, com seus 38 anos, vivia preso no passado e totalmente acomodado com a rotina, sentindo o peso do relacionamento frio entre os pais, e a falta da figura paterna em sua vida (ele até cita isso num diálogo com o pai). Mas ao conhecer Anna isso muda, com ele saindo da sua rotina de sempre, mas com medo de se envolver demais (reflexo do que acontecia em casa, ele fica com medo de relacionamentos sérios, pois acha que eles nunca darão certo no final).
No fim ele consegue compreender esse recomeço do seu pai, ele tinha aceitado a homossexualidade do mesmo, e em nenhum momento ele aparenta reprovar tal atitude, só que de início ele não compreendia o porque, mas de alguma forma conhecer Anna ajudou ele a consertar isso, dá pra notar quando ele abraça o Andy no final, sendo que antes ele tratava o mesmo com indiferença, ao compreender isso tudo, ele se livra do peso do passado, e decide "arriscar tudo" por Anna (que também leva uma vida conturbada, no relacionamento com o pai, na incapacidade de se fixar num só lugar), e eles acabam prontos para ter um novo começo, ou seja, começar a vida de verdade
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Lindinhas
3.0 195 Assista AgoraLindinhas é uma crítica da melodyzação da infância e também das amarras que a tradição e religião podem trazer pros menos instruídos.
Alguns pontos importantes que identifiquei no filme:
- Amy estava deslocada, era uma imigrante, num colégio novo, sem conhecer ninguém de sua idade;
- Como desde cedo ela já sofre a pressão de cuidar da casa e viver em função de ser esposa, mesmo sabendo que sua mãe entrou em desgraça ao ser trocada pelo marido por uma esposa mais nova;
- Esperam-se atitudes adultas das crianças, e com isso elas acabam acreditando que não são mais crianças, de tanto ouvir coisas como “nossa, ela tá uma mocinha”, “como você cresceu”, “tem que ajudar sua mãe a cuidar da casa”;
- Crianças negligenciadas pelos pais fazem de tudo pra chamar atenção e fazer parte de alguma coisa. É o que acontece com as Mignonnes, elas querem participar de um concurso de dança, imitando poses e passos que suas ídolas fazem;
- O quão problemática pode ser essa postura da indústria da música pop no que diz respeito a sexualização precoce de crianças? Não é difícil saber que a maior parte dos fãs de artistas que vendem essa imagem apelativa do corpo são crianças ou adolescentes, que não possuem filtro e aceitam qualquer porcaria imposta pela indústria;
- Após aprontar várias coisas terríveis, Amy finalmente consegue dançar no concurso, mas estando ali ela percebe o papel de troxa que está fazendo e como nada daquilo ali tem a ver com quem ela é de verdade (uma criança inocente);
- Chegando em casa, ao invés de receber uma dura da mãe, ela é amparada e recebe um abraço. Pela primeira vez no filme ela se sente querida, e recebe a devida atenção. Logo em seguida ela vai pra rua brincar de pular corda, enquanto sorri genuinamente também pela primeira vez. Ela finalmente está no lugar certo, sendo criança, e é ali que ela consegue pular mais alto e ir mais longe .
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraAinda estou intrigado com o plano de mestre do Ingemar, foi esnobado pela Connie, dai resolveu levar ela e o noivo para morrerem na Suécia, e no fim ainda se voluntaria pra fogueira. Realmente, não há nada como não conseguir superar uma decepção amorosa.
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraAs atuações estão muito boas, e a química entre as atrizes também funciona muito bem.
Já no final, em uma cena onde Abigail está mandando retirar as mobílias dos aposentos da rival, a Sarah lhe diz algo como "Coitada, você está achando que venceu", ela sabia que quando acabassem as lisonjas e as bajulações, a máscara cairia e a vida da prima se tornaria um inferno, pois bem, é exatamente assim que acaba o filme.
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraUm dos melhores do ano, sem dúvidas. O filme carrega muito bem a crítica social e ainda consegue abordar tudo sem perder o senso de humor. A dupla principal está muito bem, e a empolgante música tema do Ron gruda na cabeça.
Pena que o filme, assim como a maioria que aborda críticas sociais relacionadas ao racismo, não esteja passando em muitos cinemas aqui no Brasil.
Com Amor, Simon
4.0 1,2K Assista AgoraFilme simples, leve e voltado para o público adolescente. Tem uma pegada bastante sessão da tarde, mas é divertido de assistir e tem aquele clima "feels good". Não é um clássico do gênero nem nada próximo a isso, mas cumpre bem o seu papel ao abordar seu tema sem exagerar nos estereótipos.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraLady Bird é um filme fácil de se identificar, principalmente para aqueles que são auto-conscientes o suficiente, e que se sentiram deslocados ou com dificuldade de se encontrar em meio aos obstáculos do início da vida adulta.
O choque de geração entre pais e filhos demonstrado no filme também é muito comum atualmente, com os pais prezando pela estabilidade e os filhos o hedonismo.
Não importa se gostamos ou não das coisas que nos acontecem, do ambiente ou cidade em que vivemos, das nossas relações, sejam familiares, de amizade ou amorosas. Todas essas experiências, positivas ou negativas, contribuem para nossa formação como seres-humanos.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraO filme traz uma abordagem bastante sensível sobre o amadurecimento, o descobrimento e a curiosidade que nutrimos acerca de nossos sentimentos. A ambientação e as atuações são muito boas, mas o especial do filme é a maneira como ele consegue retratar a amizade/romance dos personagens de uma forma livre de estereótipos.
Sem entrar no mérito se os personagens são homossexuais, ou se apenas viveram uma única vez uma relação homossexual pois realmente sentiram uma ligação especial entre eles que transcende esse tipo de classificação, o filme dá pistas bacanas sobre essas questões. No início, Elio lê um trecho de uma anotação do Oliver que diz algo como "nós temos que passar por mudanças para continuarmos a sermos o que somos".
A parte em que o pai de Elio passa os slides da estátua também diz um pouco mais sobre o que a presença do Oliver representava, uma pessoa com traços irresistíveis,
que todos gostavam. A grande mensagem que o filme me passou é que se conseguíssemos nos esquivar dos nossos preconceitos e dos estereótipos que os outros nos impõe, e fossemos fiéis aos nossos sentimentos e nos deixássemos levar pela curiosidade, seríamos muito mais autênticos e talvez vivenciaríamos experiências mais significativas, seja em relações homossexuais ou não. Como o pai diz para o filho no fim do filme, a gente batalha tanto para ocultar e apagar alguns sentimentos, que em certo momento da vida, ficamos sem sentimento algum, e isso é um sintoma triste demais da nossa sociedade atual.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraO filme é diferente do original, diferente do que eu esperava, e possivelmente uma obra-prima moderna. Visualmente ele é perfeito, como sequência ele respeita o filme anterior e expande o universo de uma forma magnífica, alimentando nossa imaginação com diferentes e criativas características de um futuro cyberpunk.
Roger Deakins é "O CARA" desse filme, a fotografia está estonteante, ele merece, mais do que nunca, o seu atrasado Óscar. A trilha-sonora também casa perfeitamente com a ambientação do filme. Denis Villeneuve é o melhor diretor que surgiu nesses últimos 10 anos, possui uma filmografia curta e impecável, que só vem crescendo, e em apenas 2 anos ele já se tornou um mestre da ficção científica.
Quanto aos personagens, todos estão muito bem, eu até fiquei achando que o Jared Leto apareceu pouco, seu personagem ficou bem interessante. Mas o grande destaque é a Sylvia Hoeks.
É menos cerebral que o primeiro, e a mensagem é menos profunda do que o emblemático e inesquecível "como lágrimas na chuva". Mas assim como um filho de replicantes, o filme tem alma e irá revolucionar o gênero.
Planeta dos Macacos: A Guerra
4.0 954 Assista AgoraO filme fecha a trilogia de uma forma muito satisfatória, explicando vários pontos e fazendo, finalmente, uma ligação bem bacana com o original de 1968. O melhor dessa trilogia é que os filmes mantiveram o bom nível, mesmo alterando os protagonistas humanos em cada filme, e dando um salto cronológico de um para o outro. No Planeta dos Macacos: A Guerra temos bons momentos de ação, e uma exploração interessante do significado de humanidade, além de uma abordagem interessante de como os humanos têm grandes problemas para se unirem e se entenderem por completo.
Bacana que a garotinha infectada se apresenta mais humana do que as pessoas que ainda possuem a consciência em perfeitas condições. A mesma coisa para os macacos, que respeitam mais a regra de não atentar contra seus iguais, e também respeitam mais os seres humanos do que os humanos respeitam a si.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraDunkirk é o filme mais sóbrio do Nolan, o realizador tem absoluto controle e consciência da sua obra, e entrega um filme de guerra muito diferente do habitual, e perfeito em sua forma técnica. Achei estranho antes de assistir o filme essa duração "curta", mas ela foi mais do que o suficiente, pois sem exagerar, Dunkirk traz um clímax de 1h46min, que é acompanhado com a sempre presente, tensa e martelante trilha-sonora do Hans Zimmer.
A ideia de dividir o longa em 3 segmentos também foi muito feliz, e apresentou uma ótica completa do conflito, sob a perspectiva dos Aliados (e não dar cara para os inimigos também foi bastante interessante, durante o longa você não vê nenhum soldado alemão*). O elenco mescla jovens com consagrados atores, meio que colocando um destaque em cada segmento para acompanhar os atores jovens (Mark Rylance no barco, Tom Hardy no avião, Cillian Murphy entre os resgatados em alto-mar e Kenneth Branagh como oficial na praia).
Muitos reclamam que o filme não deu profundidade ou destaque para os personagens, e que não possui uma bagagem emocional satisfatória para um filme do tema. Eu discordo completamente, primeiro porque o filme não foca no heroísmo individual, e sim no heroísmo dos civis indiretamente envolvidos na guerra, sendo que a maioria destes eram homens mais velhos, que tinham filhos batalhando na guerra, e se sentiam incapazes de ajudar, até aparecer essa convocação para auxiliar no resgate de Dunkirk. Em segundo, que esse acontecimento não foi só uma tragédia militar, mas também uma vitória humana, pelo menos para os ingleses, que injetou ânimo e moral nos jovens soldados derrotados e desmotivados.
Eu particularmente achei emocionante a parte em que o Mark Rylance, desesperadamente, parte para salvar o piloto que pousou o avião na água, com a ideia de que sempre há a possibilidade de sobrevivência do piloto, sendo que posteriormente é revelado que seu filho mais velho era piloto e morreu no início da guerra. Outro fator emocionante é o amadurecimento do filho mais novo do personagem, que precisa amadurecer rapidamente para dar o amparo necessário para os soldados afetados mentalmente com o desespero da guerra, sendo que alguns deles, como é o caso do Cillian Murphy e do Harry Styles, perdem por alguns momentos sua humanidade, e demonstram um egoísmo em nome da sobrevivência individual.
Eu fiquei pensando que o filme acabaria sem mostrar se o personagem do Tom Hardy conseguiria ou não pousar o avião, tendo em vista os finais abertos e polêmicos que o Nolan tanto adora. Não foi o caso dessa vez, mas achei esse final maravilhoso.
*No final, o personagem do Tom Hardy é capturado pelos inimigos, mas não é mostrado o rosto dos alemães.
T2: Trainspotting
4.0 695 Assista AgoraAdorei o filme, e vou bater na mesma tecla que muitos já bateram, O FILME É NOSTALGIA PURA. Ele fala sobre nostalgia, sobre como é difícil se desvencilhar das assombrações e efeitos do passado, e como algumas pessoas nunca conseguem sair dessa sombra. O elenco reunido foi sensacional, e terem revisitado cenas e trilhas, foi de encher o coração e os olhos. Acredito que quem não só gostou do primeiro, mas captou a essência, vai se maravilhar com essa homenagem/sequência.
Silêncio
3.8 576Sensacional, reflexivo e subestimado. Talvez o preconceito que alguns tenham em relação ao catolicismo ou religiões em geral, tenha os cegado para a percepção do verdadeiro significado do filme. O conflito interno de uma pessoa que tem que enfrentar/questionar sua própria fé, ou ser forçado a ir contra e abandonar suas convicções, é algo extremamente cruel. O filme é repleto de cenas belas e fortes, e o elenco se sobressai, Andrew Garfield se destaca bastante, Liam Neeson, Adam Driver e Issei Ogata fazem ótimos coadjuvantes.
A devoção de Scorsese é tocante, e no final é bela a mensagem de que uma pessoa carrega até o final o que ela é, mesmo que durante a vida ela seja forçada a abandonar suas verdadeiras convicções, a romper com aquilo que está enraizado em si mesmo. Ferreira e Rodrigues são forçados a abandonar a própria essência, e se tornam homens quebrados, você não sente mais convicção nos personagens após abandonarem a fé. Agora transfira essa interpretação pra outro contexto que não o religioso, e você verá que ela se aplica da mesma forma. A mensagem é bela não por se tratar da fé religiosa apenas, e sim por se adequar a diversos contextos, pois é triste a imagem do indiferente, desmotivado e desacreditado.
Desafio à Corrupção
4.1 65 Assista Agora- Shoot pool, Fast Eddie.
- I'm shooting pool, Fats. When I miss, you can shoot.
O Contador
3.7 647 Assista AgoraO tipo de filme que subestima a inteligência do espectador. O começo é interessante, depois se torna um filme de ação repleto de exageros, pra completar a bizarrice só faltaram umas explosões. Alguns acontecimentos deixam a sensação do roteiro ser preguiçoso, e outras reviravoltas chegam a ser forçadas demais. Não vou falar que fiquei entediado, mas eu não recomendaria o filme.
O twist com o irmão achei extremamente bizarro, e ainda conseguiram piorar com o melodrama da conciliação dos dois depois de uma briguinha. E pensar que é o mesmo diretor do bom filme "Warrior", será que todo filme dele tem que acabar com uma luta entre irmãos ?
Dois Caras Legais
3.6 637 Assista AgoraUm filme para não ser levado a sério, só que com uma trama interessante e uma boa ambientação de Los Angeles dos anos 70. Ri bastante durante o filme, a química entre Russel Crowe e Ryan Gosling foi muito bem construída, e a atriz mirim Angourie Rice também se saiu muito bem. É o tipo de humor esculachado que você encontraria em Kingsman e Kick-ass, só que dessa vez num gênero noir.
You know who else was just following orders? Adolf Hitler.
45 Anos
3.7 254 Assista AgoraO filme é um tanto quanto melancólico e mostra um casal de idosos, que não tiveram filhos, prestes a celebrar seus 45 anos de casamento, quando são surpreendidos por uma carta que os leva de volta ao passado. O belo cenário do interior inglês ajuda bastante na construção do clima meio triste do filme.
O principal drama, e que torna o filme melancólico, é a descoberta de Kate de que, talvez, ela não seja a grande paixão da vida de seu marido, após uma vida inteira juntos. O maior choque é quando ela descobre que a ex de Geoff estava grávida quando morreu. O fim é bonito, e apesar de Geoff sentir saudades da sua antiga amada, e ter ficado um tanto quanto depressivo com a carta, ele consegue redirecionar o foco para sua esposa e deixar o passado e a nostalgia de lado, ao notar que tinha plantado uma dúvida na mente de Kate a respeito de seu amor por ela.
"Engraçado como se esquece as coisas na vida que te fazem feliz."
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraUm filme bastante sensível, com grandes atuações. Falam da Brie Larson e os prêmios que ela tem conquistado, mas na minha opinião, o melhor do filme é o Jacob Tremblay, o garotinho realmente rouba a cena. Uma coisa que me desagradou foi o trailer, ele estraga algumas surpresas do roteiro, sendo que poderiam explorar no trailer só a parte do quarto e mesmo assim deixar o espectador com vontade de assistir ao filme, como por exemplo o trailer do Garota Exemplar.
A primeira parte do filme me lembrou bastante A Vida É Bela, com a mãe criando uma espécie de realidade alternativa para maquiar o horror em que ela e o filho estavam inseridos, amenizando o choque e o trauma da criança.
Isso faz com que o garoto consiga se recuperar mais rapidamente do que a mãe ao finalmente serem resgatados do cativeiro, claro que isso se deve também a idade dele, como o próprio médico do filme diz, que foi bom que o menino saiu do Quarto ainda "verde", ou seja, com uma mente ainda aberta para novas possibilidades, sem uma concepção do mundo fixada em sua cabeça. Justamente quando sua mãe fica afastada por estar internada, é que Jack dá o grande passo para se adaptar, se torna mais comunicativo e começa a experimentar novas coisas, talvez por cortar, mesmo que por alguns dias, o único contato que ele ainda tinha com algum elemento do Quarto.
Outras coisas interessantes são abordadas, como a dificuldade da mãe em se readaptar, a incapacidade do avô de separar a imagem da criança e do sequestrador, a saudade que o garoto tem do seu antigo "mundo", achei genial ele ter montado o Quarto com as peças de Lego, e a cena final quando eles revisitam o cativeiro, e Jack desconstrói a imagem que tinha do local ao ver ele desmontado, mas é evidente que o trauma ainda se encontra nos dois, quando o garoto sugere que é melhor não fechar a porta, e quando a mãe demonstra sua ansiedade em deixar o local, dessa vez, para sempre.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraFotografia estonteante, é a principal marca do filme, a ambientação é fantástica, realmente te insere na trama e cria um clima de tensão. Os longos períodos sem diálogo são supridos pela belíssima filmagem, os ângulos são incríveis, e as cenas de ação sem muitos cortes mostram o potencial de Iñárritu, que entrega uma abertura eletrizante e espetacular, deve ter sido difícil demais gravar aquilo ali e o grau de realidade de algumas cenas são inexplicáveis.
As atuações são muito boas, deve ter sido muito complicado gravar nesse clima extremo, DiCaprio se entregou bastante, mesmo não tendo muitos diálogos, o personagem tem várias reações e emoções que foram muito bem representadas pelo ator, mas mesmo assim, não foi a melhor atuação dele. Tom Hardy traz um personagem interessantíssimo, mas o perfil dele é semelhante à vários outros papéis que o ator já fez,um homem de temperamento explosivo e bastante intolerante.
O enredo do filme não traz nada de novo, é uma história bastante crua sobre vingança, mas os cenários, a ambientação, e os ângulos de filmagem, principalmente nas cenas de ação, tornam o filme uma experiência incrível.
A cena do urso realmente é muito bem feita, alguns reclamaram que foi surreal o personagem ter sobrevivido ali, mas muitas pessoas já sobreviveram à ataques de ursos, eu particularmente achei a cena do Glass caindo do penhasco com o cavalo e amortecendo a queda nos galhos da árvore muito mais forçada. As partes mais memoráveis são do Fitzgerald falando pro Glass piscar, a ironia e provocação dessa cena é excelente, e ele contando sobre o encontro do pai com Deus na forma de um esquilo também foi bastante debochante.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraTrilha-sonora eletrizante do começo ao fim, os cenários também são muito fodas, e o filme prende a atenção o tempo todo.Tom Hardy assume bem o papel de Max badass, Charlize detona como Furiosa e o Nicholas Hoult surpreendeu bastante como o divertidíssimo Nux. Bela surpresa o filme, resgata uma velha franquia, e eu diria que esse é o melhor da série.
Kingsman: Serviço Secreto
4.0 2,2K Assista AgoraSensacional, o filme é cheio de exageros, mas todos me agradaram, Colin Firth tá espetacular, e Taron Egerton é uma grande revelação, o garoto mandou bem demais. O filme é uma zoeira elegante, que talvez ofenda alguns, mas rendeu várias risadas e me surpreendeu bastante.
A cena da igreja muito boa “I’m a Catholic whore, currently enjoying congress out of wedlock with my black Jewish boyfriend who works at a military abortion clinic. Hail Satan, and have a lovely afternoon madam."
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraBirdman aborda de forma brilhante a crise existencial e o ego, com um roteiro bastante original e atuações de alto nível. A crítica ao cinema americano também é muito boa, temos celebridades em excesso, e artistas em falta.
O próprio Riggan é a típica celebridade, que só é reconhecido pelo seu papel, todo mundo que viu ele na rua falou: "Olha só, o Birdman", as pessoas nem sabem o nome do ator, e é o que acontece hoje em dia com os filmes da Marvel principalmente. A cena dos pontos no papel higiênico que marcam o tempo que o ser humano está na terra, e o que ele representa, também achei genial, é um tapa na cara do egocentrismo do ser humano
Anjos da Lei 2
3.5 748 Assista AgoraMelhores créditos finais que já vi.
Toda Forma de Amor
4.0 1,0K Assista AgoraNão acho que o filme seja sobre a perda, tampouco sobre a homossexualidade, a verdadeira mensagem que o filme traz é muito mais positiva do que aparenta ser. Como o título original já diz, acho que o tema na verdade é sobre começar/recomeçar, e nos mostra isso primeiramente com o Hal, que começou a viver de verdade com 75 anos, ao assumir a homossexualidade (isso mostra que nunca é tarde para começar)
Nos seus últimos 4 anos de vida ele se mostra outra pessoa, muito mais feliz, revelando o seu verdadeira "eu", o próprio filho reconhece isso, ele nota que o pai foi mais feliz durante seus últimos 4 anos de vida do que durante seus outros 75
Enquanto que Oliver, com seus 38 anos, vivia preso no passado e totalmente acomodado com a rotina, sentindo o peso do relacionamento frio entre os pais, e a falta da figura paterna em sua vida (ele até cita isso num diálogo com o pai). Mas ao conhecer Anna isso muda, com ele saindo da sua rotina de sempre, mas com medo de se envolver demais (reflexo do que acontecia em casa, ele fica com medo de relacionamentos sérios, pois acha que eles nunca darão certo no final).
No fim ele consegue compreender esse recomeço do seu pai, ele tinha aceitado a homossexualidade do mesmo, e em nenhum momento ele aparenta reprovar tal atitude, só que de início ele não compreendia o porque, mas de alguma forma conhecer Anna ajudou ele a consertar isso, dá pra notar quando ele abraça o Andy no final, sendo que antes ele tratava o mesmo com indiferença, ao compreender isso tudo, ele se livra do peso do passado, e decide "arriscar tudo" por Anna (que também leva uma vida conturbada, no relacionamento com o pai, na incapacidade de se fixar num só lugar), e eles acabam prontos para ter um novo começo, ou seja, começar a vida de verdade