É sempre uma questão nas reviews de filmes de terror navegar entre o que realmente tem a ver com a qualidade do filme e o que é só expectativa frustrada das pessoas (e pelas quais o filme não tem nenhuma responsabilidade). Cargo é um daqueles filmes de uma tendência mais recente de mistura forte de terror com drama (o que funciona bem no filme mas, como todo filme que tem a ver com drama, depende muito da sua boa vontade de ver o filme, porque deixa o clima bem mais pesado que se fosse só terror), cheio de simbolismos (alguns com muito a ver com a história da Austrália e com a relação entre os brancos e os aborígenes; outros mais universais, tipo o bebê como futuro da humanidade, etc) e sem muito gore ou muito destaque pros zumbis em si, com uma ou outra cena só. É um filme com boa qualidade técnica, com paisagens bonitas, boa direção, boas atuações, boa maquiagem. Tem uma história interessante, com temas humanos bastante simples e fáceis de empatizar, um ritmo um pouco lento (que talvez não tenha sido tão intencional assim) e bons personagens. A partir daí vai do estilo e disponibilidade de cada um de curtir o filme.
a ficar com o cara que ela é afim, e ao mesmo tempo a amiga dela dando chilique por causa disso sendo que a menina ia literalmente morrer se não fizesse isso
Um filme de ficção científica que dá uma versão de extinção da raça humana mais próxima do que provavelmente será (claro que com um bom tom de fantasia). A gente se acostumou a pensar na nossa extinção como uma catástrofe: um monstro, um meteoro, um terremoto, uma bomba. A extinção da maioria das espécies não foi assim. Foi um processo de competição com outras espécies (no filme, o alien) e adaptação até que os no molde original não conseguissem mais sobreviver ao meio, e os novos fossem tão diferentes quanto iguais àqueles que os precederam. Quando a nossa espécie (do modo como a conhecemos hoje) ficar ultrapassada e desaparecer, não necessariamente vai ser um grande desastre, o mundo vai continuar a florescer, e de formas que a gente não consegue nem conceber hoje. Claro que há um enorme componente de fantasia no filme, senão não seria Hollywood. E os efeitos visuais são absolutamente maravilhosos. Mas no meio disso tudo, tem uma mensagem muito difícil de encontrar no cinema blockbuster sobre ciência, sobre evolução e sobre qual é o lugar da nossa espécie nisso tudo (como aquela que modera os processos naturais ou que só se ilude achando que não é só mais um componente das ordens naturais)
O herói que a gente nem sempre tem certeza de que fez o certo e pelos motivos certos, e o vilão que a gente não tem muito claro até onde é bom ou mau ou se só fez escolhas ruins por um bom motivo.
Infelizmente, o filme descaracterizou todos os personagens, inclusive o Poirot. O livro é muito delicado e cheio de sutilezas. É um livro bem curto (não chega nem a 200 pgs), com narrativa objetiva e cuidadosa. O filme, por outro lado, além de ter transformado a personalidade da maioria dos personagens em algo mais cinematográfico, dá saltos lógicos (porque eliminou sem muita razão algumas falas chave pra dedução do Poirot, inclusive até inverteu totalmente algumas), e coloca cenas de ação onde não havia. Nunca vi exemplo mais didático do que é a dificuldade de fazer um filme de um livro. O livro pode ser lido no seu próprio ritmo, você pode parar, voltar dali a 10 minutos, dali a 10 anos, o quanto precisar pra digerir e pensar na história. Um filme tem que ser palatável todo de uma vez, se perder a atenção do espectador, ele nunca mais volta. O filme fez o possível pra uma narrativa elegante virar um filme empolgante. Ficou divertido, mas talvez decepcione um pouco quem é fã da história original
Toda vez que eu vejo um filme de exorcismo eu lembro porque eu não vejo muitos filmes de exorcismo. É sempre a mesma fórmula, ligeiramente alterada de filme pra filme, com os mesmos personagens: 1 - o descrente ou questionando a fé (geralmente um padre, um jornalista ou um médico) 2 - o da fé inabalável (geralmente outro padre, mas pode ser um familiar do possuído) 3 - o possuído (99% das vezes uma mulher de uns 13 - 25 anos, difícil ser outra pessoa) 4 - o familiar assustado que acompanhou todo o processo de possessão 5 - o demônio (sempre muito poderoso, adora levitar as coisas)
Foi um filme diferente, com um elenco muito bom, mas faltou alguma coisa. A sensação é de que a ideia pro roteiro saiu de uma série de livros e esse filme veio do 3o livro da série. Uma sensação de que a gente já pegou o bonde andando e que algumas coisas já teriam sido explicadas no passado (só que não foram). Se virar uma série de filmes, quem sabe as coisas fiquem melhores.
1: a Molly que chega de carro com Nick. Ela é irritante, sem iniciativa, afetada e meio burra, a bem da verdade (aquela cena em que ela vai pegar as coisas no carro e deixa a porta do lado dela aberta mesmo quando vê que o zumbi não está mais na frente do carro) 2: a Molly I que é perseguida pelo zumbi. No começo, ela tenta fugir dele, mas logo vê que é uma tarefa impossível. Ele é incansável, ela não. A princípio, ela não tem coragem de enfrentá-lo porque tem medo de morrer. É um momento de muito desespero pra ela. O flashback que ela tem nesse momento é o dela abraçando o filho enquanto ele chora (uma cena literal e simbólica, uma necessidade de conforto). Com o passar das horas, Molly começa a ficar insuportavelmente solitária. Ao que tudo indica, ela costumava beber, cheirar e fumar pra esquecer dos problemas. No deserto, eles a encontram tão rápido quanto o zumbi que a persegue. Sem outros recursos, Molly começa a conversar com o zumbi, e atribuir a ele os problemas dela. Ela diz que ele é um escroto, um pegador que não valoriza as mulheres, que deve fazer isso porque tem pinto pequeno (daí o apelido de Smallsy que ela dá pra ele). Ele, que é o problema dela naquele momento, representa todos os problemas práticos que ela teve por toda a vida. O flashback que ela tem nesse momento é o dela trabalhando como stripper (a relação disso com os problemas práticos dela com homens não carece de explicação) 3: a Molly II que é perseguida pelo zumbi. Depois que ela achou que seria resgatada, mas foi estuprada por um homem na beira da estrada e "salva" pelo zumbi, Molly entrou num momento muito menos inconformado e muito mais resolutivo. Vejam, no livro "Zumbi - o livro dos mortos" (que é uma análise retrospectiva de todos os filmes de zumbi lançados até o começo dos anos 2000), o autor Jamie Russell diz que o zumbi é uma metáfora pra perda de autonomia e individualidade. Realmente, o zumbi não tem escolha, ele faz tudo que os instintos mandam. Se ele quisesse se refrear, ele não poderia. A Molly dialoga muito com isso durante o filme todo. Se no momento anterior ela sentia que não vivia como gostaria porque os homens ao redor dela manipulavam o destino dela, nesse momento ela viveu uma das expressões máximas da perda de autonomia e controle, que é o estupro. Tem um momento em que ela e o zumbi se entreolham e os dois ficam boquiabertos por um momento, até o zumbi voltar pro que está fazendo. Esse me pareceu um momento de identidade, dela reconhecendo que esse arquétipo do zumbi também servia pra ela. Logo em seguida, ela retoma a caminhada, com o zumbi sempre atrás. Só que agora, ela não está mais agressiva. Depois desse momento de identidade, ela começa a se afeiçoar ao zumbi. Tem um conceito psicanalítico chamado "transferência"e foi exatamente isso que aconteceu ali. O zumbi era ela agora, era todos os problemas que ela tinha tido na vida, então ela não conseguia deixar ele pra trás, mesmo quando finalmente conseguiu. Ela começa a ir um pouco além do que só reclamar quando conversa com ele. Ela fala sobre o filho e sobre não se sentir capaz de cuidar dele. Por um momento ela até parece que não liga muito pra isso, mas ela depois entrega que sim, até anda com a latinha dele na bolsa o tempo todo. O flashback que aparece nesse momento é dela fazendo carinho no filho (um momento de conciliação, de cuidado). Ela vai a extremos com a essa projeção, protegendo o zumbi do exército. Mas o que acontece quando você projeta seus problemas nos outros por muito tempo pra não ter que lidar com nada? Você se ferra. E ela foi mordida e perdeu o dedo por causa disso. Ainda assim ela carrega o zumbi por mais um tempo, até ver que não dá mais. Talvez tivesse continuado carregando ele um pouco mais se não tivesse achado a carteira dele. Aí o zumbi ganhou uma identidade. Ele não era a Molly, não era o Smallsy, ele era Darren Gibson, que tinha uma família e costumava ser uma pessoa. Aí ela consegue lidar com ele não como ela lida com ela mesma, arrastando tudo consigo, mas como uma outra pessoa (que mereceu a compaixão dela e não o egoísmo de insistir que ele ficasse vivendo naquele estado) 4: a nova Molly. Ela enfim chega onde tentou chegar o filme todo. E aí percebe que não era lá que ela queria estar. Fugir da epidemia e ir pro México ficar bêbada com uns caras que não davam a mínima pra ela era o o plano da velha Molly. A nova Molly enfrenta vários zumbis (lembrando que no começo do filme ela tinha medo de lidar com um sozinho, agora ela se propõe a brigar com vários) pra conseguir chegar até o filho e depois protegê-lo. O que ela queria era poder ser uma mãe pra ele. Pode-se dizer que ela escolheu reformar a vida que tinha em vez de ignorar e começar uma nova.
Eu imagino que um monte de gente detestou porque tem pouco gore. Realmente, se é pra ver sangue, se é pra ver abrigo de sobreviventes brigando pela água, se é pra ver ação, cena de fuga, correria, esse não é o filme que deveria escolher. Ele é um bom filme de terror naquilo que o terror tem de tradicional, que é externalizar as neuroses das pessoas na forma de monstros. Não é um bom filme de terror + ação, com os jumpscares, com as cenas de luta, com as mortes mirabolantes. Acho que cada tipo tem seu público, e isso explica muito as notas baixas nesse filme aqui.
Tem a parte ruim, que é a execução do final que ficou meio estranha, mas teve a parte boa de não ser clichê, você faz várias hipóteses sobre o que tava rolando e aí ele te surpreende
Ele é muito bem filmado, tem umas cenas com cores muito boas e vários detalhes de imagem interessantes, mas o roteiro é bem fraquinho e com furos. Acho que o furo que mais me incomodou é quando a Helen começa a ficar fora de si, as personagens falarem que ela não é louca que nem a mãe dela, sendo que nada indicava que a mãe dela fosse louca. Ela era uma prostituta que se sentia mal com todos os clientes, foi estuprada e engravidou como resultado desse estupro, morava em um motel provavelmente porque o dinheiro não dava pra nada além disso, não tem nenhuma família ou amigas que tenham mostrado... ela não precisa ser louca pra ter se matado vivendo uma situação dessas
Como é que ela consegue deixar a câmera do celular ou do pc sempre virada pra cara dela, mesmo quando tá dentro da bolsa tá dando pra ver ela, que é isso
Não é ruim per se. É só esquecível. Tem umas coisas boas, tipo o fato de serem 3 tipos de criatura envolvidas na história, da gente duvidar até certo ponto se os monstros são reais (mas sabendo que se não fossem, não ia ter filme), enfim. Só que no geral, é mais do mesmo. Se você viu qualquer filme sobre uma equipe de cinegrafistas que vão filmar um documentário paranormal em uma casa esquisita, você viu esse aqui também. E olha que são muitos filmes desse tipo.
Realmente, eu só gosto dos filmes do Chucky quando eles são farofa (tipo A Noiva de Chucky, O Filho de Chucky), porque os que são sérios não dá pra mim.
No site em que eu tinha lido a sinopse só falava de grupo de 5 exploradores urbanos que entra no subterrâneo de Berlim e aí as coisas começam a ir prum rumo inesperado. Eu honestamente achei que o tom era mais sobrenatural, que nem "Assim na Terra como no Inferno", ainda mais que no começo do filme eles cantam essa bola de "espíritos de nazistas/ monstros que se escondem no subterrâneo". Mas é uma história no tom de "O Albergue" e "Turistas", de um grupo de estrangeiros que cai nas mãos de um sádico. Particularmente, não é meu estilo de filme preferido, e se eu soubesse que era essa a trama, eu acho que nem teria parado pra ver.
Não achei um filme ruim. O roteiro é bem simples de entender e propõe alguns conflitos bem atuais e bem humanos (e não importa muito qual a resposta que o filme deu pra esses conflitos, importa mais o que a gente vai pensando deles ao longo da história): o papel da mídia nas nossas vidas, quais são nossos princípios e do que precisa pra que a gente comece a traí-los, o que tem de tão fascinante em assistir ao sofrimento dos outros (mesmo de mentirinha... e o pessoal aqui nas reviews pedindo mais gore não é um pouco parecido com o pessoal que assistia o programa no filme, querendo mortes cada vez mais gráficas?), até onde você precisaria sofrer ou estar desesperado pra ser como um dos participantes do programa...
E não é que foi melhor do que eu esperava? Pelo tema, eu tava me preparando pra uma coisa mais de mau gosto e um protagonista mais grotesco, mas no fim, até que não foi bem por aí, e o Jonathan até consegue inspirar bastante empatia na gente
Eu adoro uns conceitos nada a ver e achei que esse seria divertido, mas parece que ele foi filmado e produzido por um adolescente emo de 16 anos, com umas tomadas de câmera toscas e uns efeitos de imagem que parecem de fotolog
Cargo
3.1 457 Assista AgoraÉ sempre uma questão nas reviews de filmes de terror navegar entre o que realmente tem a ver com a qualidade do filme e o que é só expectativa frustrada das pessoas (e pelas quais o filme não tem nenhuma responsabilidade). Cargo é um daqueles filmes de uma tendência mais recente de mistura forte de terror com drama (o que funciona bem no filme mas, como todo filme que tem a ver com drama, depende muito da sua boa vontade de ver o filme, porque deixa o clima bem mais pesado que se fosse só terror), cheio de simbolismos (alguns com muito a ver com a história da Austrália e com a relação entre os brancos e os aborígenes; outros mais universais, tipo o bebê como futuro da humanidade, etc) e sem muito gore ou muito destaque pros zumbis em si, com uma ou outra cena só. É um filme com boa qualidade técnica, com paisagens bonitas, boa direção, boas atuações, boa maquiagem. Tem uma história interessante, com temas humanos bastante simples e fáceis de empatizar, um ritmo um pouco lento (que talvez não tenha sido tão intencional assim) e bons personagens. A partir daí vai do estilo e disponibilidade de cada um de curtir o filme.
Verdade ou Desafio
2.6 718 Assista AgoraAchei um filme com uma boa ideia, mas um pouco mal conduzido. Vários personagens desafiados a fazer coisas terríveis, a protagonista desafiada
a ficar com o cara que ela é afim, e ao mesmo tempo a amiga dela dando chilique por causa disso sendo que a menina ia literalmente morrer se não fizesse isso
Aniquilação
3.4 1,6K Assista AgoraUm filme de ficção científica que dá uma versão de extinção da raça humana mais próxima do que provavelmente será (claro que com um bom tom de fantasia). A gente se acostumou a pensar na nossa extinção como uma catástrofe: um monstro, um meteoro, um terremoto, uma bomba. A extinção da maioria das espécies não foi assim. Foi um processo de competição com outras espécies (no filme, o alien) e adaptação até que os no molde original não conseguissem mais sobreviver ao meio, e os novos fossem tão diferentes quanto iguais àqueles que os precederam. Quando a nossa espécie (do modo como a conhecemos hoje) ficar ultrapassada e desaparecer, não necessariamente vai ser um grande desastre, o mundo vai continuar a florescer, e de formas que a gente não consegue nem conceber hoje. Claro que há um enorme componente de fantasia no filme, senão não seria Hollywood. E os efeitos visuais são absolutamente maravilhosos. Mas no meio disso tudo, tem uma mensagem muito difícil de encontrar no cinema blockbuster sobre ciência, sobre evolução e sobre qual é o lugar da nossa espécie nisso tudo (como aquela que modera os processos naturais ou que só se ilude achando que não é só mais um componente das ordens naturais)
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista AgoraTirando o fato de que o groot é um fofo, pra mim esse continua sendo o pior filme da marvel até agora
Pantera Negra
4.2 2,3K Assista AgoraEsse filme tem o melhor tipo de herói e o melhor tipo de vilão.
O herói que a gente nem sempre tem certeza de que fez o certo e pelos motivos certos, e o vilão que a gente não tem muito claro até onde é bom ou mau ou se só fez escolhas ruins por um bom motivo.
Assassinato no Expresso do Oriente
3.4 938 Assista AgoraInfelizmente, o filme descaracterizou todos os personagens, inclusive o Poirot. O livro é muito delicado e cheio de sutilezas. É um livro bem curto (não chega nem a 200 pgs), com narrativa objetiva e cuidadosa. O filme, por outro lado, além de ter transformado a personalidade da maioria dos personagens em algo mais cinematográfico, dá saltos lógicos (porque eliminou sem muita razão algumas falas chave pra dedução do Poirot, inclusive até inverteu totalmente algumas), e coloca cenas de ação onde não havia. Nunca vi exemplo mais didático do que é a dificuldade de fazer um filme de um livro. O livro pode ser lido no seu próprio ritmo, você pode parar, voltar dali a 10 minutos, dali a 10 anos, o quanto precisar pra digerir e pensar na história. Um filme tem que ser palatável todo de uma vez, se perder a atenção do espectador, ele nunca mais volta. O filme fez o possível pra uma narrativa elegante virar um filme empolgante. Ficou divertido, mas talvez decepcione um pouco quem é fã da história original
Exorcismos e Demônios
2.3 171 Assista AgoraToda vez que eu vejo um filme de exorcismo eu lembro porque eu não vejo muitos filmes de exorcismo. É sempre a mesma fórmula, ligeiramente alterada de filme pra filme, com os mesmos personagens:
1 - o descrente ou questionando a fé (geralmente um padre, um jornalista ou um médico)
2 - o da fé inabalável (geralmente outro padre, mas pode ser um familiar do possuído)
3 - o possuído (99% das vezes uma mulher de uns 13 - 25 anos, difícil ser outra pessoa)
4 - o familiar assustado que acompanhou todo o processo de possessão
5 - o demônio (sempre muito poderoso, adora levitar as coisas)
Aqui não é difícil organizar isso aqui assim
1- Nicole
2 - Anton
3 - Adelina e depois Nicole
4 - Vaduva
Enfim, espero que ao final do filme a Nicole seja uma cristã melhor do que é repórter, porque como jornalista ela só deu mancada.
Bright
3.1 804 Assista AgoraFoi um filme diferente, com um elenco muito bom, mas faltou alguma coisa. A sensação é de que a ideia pro roteiro saiu de uma série de livros e esse filme veio do 3o livro da série. Uma sensação de que a gente já pegou o bonde andando e que algumas coisas já teriam sido explicadas no passado (só que não foram). Se virar uma série de filmes, quem sabe as coisas fiquem melhores.
It Stains the Sands Red
2.6 27Nesse filme, a protagonista Molly tem 4 fases
1: a Molly que chega de carro com Nick. Ela é irritante, sem iniciativa, afetada e meio burra, a bem da verdade (aquela cena em que ela vai pegar as coisas no carro e deixa a porta do lado dela aberta mesmo quando vê que o zumbi não está mais na frente do carro)
2: a Molly I que é perseguida pelo zumbi. No começo, ela tenta fugir dele, mas logo vê que é uma tarefa impossível. Ele é incansável, ela não. A princípio, ela não tem coragem de enfrentá-lo porque tem medo de morrer. É um momento de muito desespero pra ela. O flashback que ela tem nesse momento é o dela abraçando o filho enquanto ele chora (uma cena literal e simbólica, uma necessidade de conforto). Com o passar das horas, Molly começa a ficar insuportavelmente solitária. Ao que tudo indica, ela costumava beber, cheirar e fumar pra esquecer dos problemas. No deserto, eles a encontram tão rápido quanto o zumbi que a persegue. Sem outros recursos, Molly começa a conversar com o zumbi, e atribuir a ele os problemas dela. Ela diz que ele é um escroto, um pegador que não valoriza as mulheres, que deve fazer isso porque tem pinto pequeno (daí o apelido de Smallsy que ela dá pra ele). Ele, que é o problema dela naquele momento, representa todos os problemas práticos que ela teve por toda a vida. O flashback que ela tem nesse momento é o dela trabalhando como stripper (a relação disso com os problemas práticos dela com homens não carece de explicação)
3: a Molly II que é perseguida pelo zumbi. Depois que ela achou que seria resgatada, mas foi estuprada por um homem na beira da estrada e "salva" pelo zumbi, Molly entrou num momento muito menos inconformado e muito mais resolutivo. Vejam, no livro "Zumbi - o livro dos mortos" (que é uma análise retrospectiva de todos os filmes de zumbi lançados até o começo dos anos 2000), o autor Jamie Russell diz que o zumbi é uma metáfora pra perda de autonomia e individualidade. Realmente, o zumbi não tem escolha, ele faz tudo que os instintos mandam. Se ele quisesse se refrear, ele não poderia. A Molly dialoga muito com isso durante o filme todo. Se no momento anterior ela sentia que não vivia como gostaria porque os homens ao redor dela manipulavam o destino dela, nesse momento ela viveu uma das expressões máximas da perda de autonomia e controle, que é o estupro. Tem um momento em que ela e o zumbi se entreolham e os dois ficam boquiabertos por um momento, até o zumbi voltar pro que está fazendo. Esse me pareceu um momento de identidade, dela reconhecendo que esse arquétipo do zumbi também servia pra ela. Logo em seguida, ela retoma a caminhada, com o zumbi sempre atrás. Só que agora, ela não está mais agressiva. Depois desse momento de identidade, ela começa a se afeiçoar ao zumbi. Tem um conceito psicanalítico chamado "transferência"e foi exatamente isso que aconteceu ali. O zumbi era ela agora, era todos os problemas que ela tinha tido na vida, então ela não conseguia deixar ele pra trás, mesmo quando finalmente conseguiu. Ela começa a ir um pouco além do que só reclamar quando conversa com ele. Ela fala sobre o filho e sobre não se sentir capaz de cuidar dele.
Por um momento ela até parece que não liga muito pra isso, mas ela depois entrega que sim, até anda com a latinha dele na bolsa o tempo todo. O flashback que aparece nesse momento é dela fazendo carinho no filho (um momento de conciliação, de cuidado).
Ela vai a extremos com a essa projeção, protegendo o zumbi do exército. Mas o que acontece quando você projeta seus problemas nos outros por muito tempo pra não ter que lidar com nada? Você se ferra. E ela foi mordida e perdeu o dedo por causa disso. Ainda assim ela carrega o zumbi por mais um tempo, até ver que não dá mais. Talvez tivesse continuado carregando ele um pouco mais se não tivesse achado a carteira dele. Aí o zumbi ganhou uma identidade. Ele não era a Molly, não era o Smallsy, ele era Darren Gibson, que tinha uma família e costumava ser uma pessoa. Aí ela consegue lidar com ele não como ela lida com ela mesma, arrastando tudo consigo, mas como uma outra pessoa (que mereceu a compaixão dela e não o egoísmo de insistir que ele ficasse vivendo naquele estado)
4: a nova Molly. Ela enfim chega onde tentou chegar o filme todo. E aí percebe que não era lá que ela queria estar. Fugir da epidemia e ir pro México ficar bêbada com uns caras que não davam a mínima pra ela era o o plano da velha Molly. A nova Molly enfrenta vários zumbis (lembrando que no começo do filme ela tinha medo de lidar com um sozinho, agora ela se propõe a brigar com vários) pra conseguir chegar até o filho e depois protegê-lo. O que ela queria era poder ser uma mãe pra ele. Pode-se dizer que ela escolheu reformar a vida que tinha em vez de ignorar e começar uma nova.
Eu imagino que um monte de gente detestou porque tem pouco gore. Realmente, se é pra ver sangue, se é pra ver abrigo de sobreviventes brigando pela água, se é pra ver ação, cena de fuga, correria, esse não é o filme que deveria escolher. Ele é um bom filme de terror naquilo que o terror tem de tradicional, que é externalizar as neuroses das pessoas na forma de monstros. Não é um bom filme de terror + ação, com os jumpscares, com as cenas de luta, com as mortes mirabolantes. Acho que cada tipo tem seu público, e isso explica muito as notas baixas nesse filme aqui.
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraAnsiosa pro próximo capítulo de "Será que agora Kylo Ren começa a terapia?"
Imagens do Mal
2.1 13 Assista AgoraO maior problema do filme é que ele é muito cansativo, apesar de ter menos de 2h parece que você viveu por 1 semana enquanto assistia.
Diabólico
2.1 96 Assista AgoraTem a parte ruim, que é a execução do final que ficou meio estranha, mas teve a parte boa de não ser clichê, você faz várias hipóteses sobre o que tava rolando e aí ele te surpreende
Deixe Ela Sair
2.1 18Ele é muito bem filmado, tem umas cenas com cores muito boas e vários detalhes de imagem interessantes, mas o roteiro é bem fraquinho e com furos. Acho que o furo que mais me incomodou é quando a Helen começa a ficar fora de si, as personagens falarem que ela não é louca que nem a mãe dela, sendo que nada indicava que a mãe dela fosse louca. Ela era uma prostituta que se sentia mal com todos os clientes, foi estuprada e engravidou como resultado desse estupro, morava em um motel provavelmente porque o dinheiro não dava pra nada além disso, não tem nenhuma família ou amigas que tenham mostrado... ela não precisa ser louca pra ter se matado vivendo uma situação dessas
Perseguição
2.3 206 Assista AgoraComo é que ela consegue deixar a câmera do celular ou do pc sempre virada pra cara dela, mesmo quando tá dentro da bolsa tá dando pra ver ela, que é isso
Fotografia de um Assassinato
2.3 86É meio suspense de sessão da tarde mas é legal
O Projeto Monstro
2.1 41 Assista AgoraNão é ruim per se. É só esquecível. Tem umas coisas boas, tipo o fato de serem 3 tipos de criatura envolvidas na história, da gente duvidar até certo ponto se os monstros são reais (mas sabendo que se não fossem, não ia ter filme), enfim. Só que no geral, é mais do mesmo. Se você viu qualquer filme sobre uma equipe de cinegrafistas que vão filmar um documentário paranormal em uma casa esquisita, você viu esse aqui também. E olha que são muitos filmes desse tipo.
Brinquedo Assassino 2
3.1 456 Assista AgoraRealmente, eu só gosto dos filmes do Chucky quando eles são farofa (tipo A Noiva de Chucky, O Filho de Chucky), porque os que são sérios não dá pra mim.
Urban Explorer
2.8 47No site em que eu tinha lido a sinopse só falava de grupo de 5 exploradores urbanos que entra no subterrâneo de Berlim e aí as coisas começam a ir prum rumo inesperado. Eu honestamente achei que o tom era mais sobrenatural, que nem "Assim na Terra como no Inferno", ainda mais que no começo do filme eles cantam essa bola de "espíritos de nazistas/ monstros que se escondem no subterrâneo". Mas é uma história no tom de "O Albergue" e "Turistas", de um grupo de estrangeiros que cai nas mãos de um sádico. Particularmente, não é meu estilo de filme preferido, e se eu soubesse que era essa a trama, eu acho que nem teria parado pra ver.
Esta É A Sua Morte
2.8 177 Assista AgoraNão achei um filme ruim. O roteiro é bem simples de entender e propõe alguns conflitos bem atuais e bem humanos (e não importa muito qual a resposta que o filme deu pra esses conflitos, importa mais o que a gente vai pensando deles ao longo da história): o papel da mídia nas nossas vidas, quais são nossos princípios e do que precisa pra que a gente comece a traí-los, o que tem de tão fascinante em assistir ao sofrimento dos outros (mesmo de mentirinha... e o pessoal aqui nas reviews pedindo mais gore não é um pouco parecido com o pessoal que assistia o programa no filme, querendo mortes cada vez mais gráficas?), até onde você precisaria sofrer ou estar desesperado pra ser como um dos participantes do programa...
Decay
2.3 10E não é que foi melhor do que eu esperava? Pelo tema, eu tava me preparando pra uma coisa mais de mau gosto e um protagonista mais grotesco, mas no fim, até que não foi bem por aí, e o Jonathan até consegue inspirar bastante empatia na gente
Granny of the Dead
1.1 1Eu adoro uns conceitos nada a ver e achei que esse seria divertido, mas parece que ele foi filmado e produzido por um adolescente emo de 16 anos, com umas tomadas de câmera toscas e uns efeitos de imagem que parecem de fotolog
American Poltergeist 2: Na Floresta de Borley
1.5 27Não é assim "bom" mas é muito melhor do que o primeiro (mas consideremos que o primeiro foi desastroso)
Mumia: A Ressurreição
1.4 39 Assista AgoraA netflix podia remover essas bombas do catálogo e colocar umas coisas mais interessantes, né
Grito de Horror: Lua Nova, Sangue Novo
1.7 117 Assista AgoraÉ um filme bem adolescente, mas tem uma boa trilha sonora haha
O maior mistério, no fim, foi pq esse filme tá como "terror" no netflix