Realmente deve haver algo de errado comigo, porque não achei o filme essa maravilha toda que tanta gente fala. Não que seja ruim, mas, pra mim, está longe de ser um filme excelente. O pessoal falou muito do retrato que o filme faz do paraíso, mas que é quase idêntico ao que se vê em Amor além da vida, outro filme chatíssimo. Talvez se eu não tivesse lido tantos comentários positivos, não tivesse criado tanta expectativa. Em termos de filmes que retratam a vida após a morte, acho que há opções bem melhores, como Linha mortal e O sexto sentido, por exemplo. Decepcionou, mas faz parte.
Cada um de nós pode reclamar sobre o que quiser dessa série, mas ninguém pode dizer que ela não é surpreendente e imprevisível! Não se trata de gostar ou não gostar do rumo da história, que na vida real também não nos dão essa chance. Gostando ou não gostando, a gente vai vivendo, dia a dia. Na vida real, coisas ruins acontecem para pessoas boas...o tempo todo.
No dia em que eu conseguir prever o que vai acontecer em GOT, já posso parar de assistir, porque terá perdido seu maior mérito: a imprevisibilidade, tão real quanto a própria vida. Quando meu pai morreu, sabem onde eu estava? Num bar, me divertindo com os meus amigos. Foi justo eu não ter tido a chance de dizer adeus? Não. Acontece que a vida é assim mesmo. E o que eu fiz? O que todos nós fazemos: segui em frente. Também fiquei com um mal-estar depois do 3x09. E o que eu fiz? Segui em frente e assisti o 3x10.
Mas agora falando dos aspectos práticos, achei que o pessoal pegou pesado na violência nessa 3ª temporada. Meu medo era que eles começassem a exagerar na magia e a série acabasse virando um Harry Potter para adultos. Ao invés disso, exageraram na violência e nesse ritmo vai acabar virando uma Sexta-feira 13 da vida. Não chegou a comprometer a temporada como um todo, mas espero mesmo que eles deem uma pisada no freio nesse aspecto, porque senão começa a virar apelação, bem no estilo de Premonição e outros stuff movies.
Parece que o autor tem uma obsessão por emasculação, castração, incesto, estupro e tortura. Sei que a Idade Média foi um período muito violento (embora não se possa dizer que nosso tempo não seja...), mas é uma questão de ênfase. Gosto quando a série enfatiza os dramas pessoais dos personagens, a dualidade de suas humanas personalidades, gosto das tramas ardilosas, da perversão, do egoísmo e sei que a violência permeia todas essas coisas. Apenas não gosto quando a ênfase é na violência em si, porque daí tudo vira pretexto para mostrar mais sangue - e isso não é digno de uma história tão grandiosa quanto Game of Thrones.
Ainda assim, continua sendo uma série maravilhosa, que prende a atenção e a gente assiste a 4, 5 episódios consecutivamente, sem sentir o tempo passar. Poucas séries tem essa capacidade de envolver tanto o expectador.
Destaque para os persongens Khaleesi, Tywin Lannister, Jamie Lannister, Tyrion Lannister e Arya.
Confesso que antes de começar a assistir a série, achava que seria uma história pouco atraente para alguém da minha idade (tenho 35), mais voltada pra esse pessoal que curte andar por aí vestido como Harry Potter e jogando videogame (nada contra quem gosta disso, ok?). NÃO PODERIA ESTAR MAIS ENGANADO. Que bom que venci meu preconceito e comecei a assistir a série. Hoje sou um fã incondicional. Mas vamos considerar alguns pontos relevantes (podem ler sem medo, spoilers devidamente marcados):
1)Vamos começar por 2 aspectos negativos, mas que não chegam a comprometer:
retomada de Winterfell e do acordo entre os Lannisters e os Tyrell, coisas que não ficaram bem claras
, mas nada que comprometa o conjunto. Sei que algumas coisas precisam ser suprimidas na adaptação.
b)Percebi um aumento da presença do elemento "magia", o que realmente me preocupa um pouco. Acho que isso é fundamental para adicionar um pouco de fantasia, porque a proposta é realmente transpor o expectador para um mundo mais interessante do que o mundo real, então, até aí, tudo bem. Apenas espero que eles não exagerem nessa parte, para não acabar virando um Harry Potter para adultos.
2)Pra quem curte história, é interessante notar como eles usam o sistema feudal como base para a construção das relações políticas e, nesse sentido, a série é muito fidedigna.
3)Li um comentário aí, criticando a história, por ela parecer shakespeariana. De fato, é, mas, pra mim, esse é um aspecto positivo. Se não me engano, Shakespeare é considerado um dramaturgo bem relevante....kkkk....Estranho alguém comparar uma coisa com uma obra de Shakespeare, na intenção de fazer uma crítica...kkkk. Assim como Shakespeare fazia, o autor usa um grande número de personagens, todos muito bem construídos e cria uma trama realmente intrigante, repleta de traições e reviravoltas...Como alguém pode achar isso ruim? Mas vá lá, respeito quem não gosta de Shakespeare, afinal nenhum de nós é obrigado a gostar de nada.
4)Tenho refletido sobre o apelo que histórias épicas e / ou fantásticas têm para homens e mulheres, considerando o sucesso de O Senhor dos Aneis, Harry Potter, Crepúsculo e Game of Thrones. Antes que alguém reclame, não estou comparando as obras, ok? Entretanto, acredito que o apelo desse tipo de literatura / filme / série, embora diferente para homens e mulheres, tem uma mesma natureza. Para os homens, acho que o apelo reside na percepção de que houve ou poderia haver uma época em, quando se queria algo, era possível simplesmente tomá-lo e cada um carregava a lei na cintura, porque a espada era a lei. Acho que essa ideia de poder, de dominação, de uso da força exerce um certo fascínio sobre os homens, o que explicaria o fato de tantos serem devotos desse tipo de história. Já para as mulheres, acredito que o encantamento esteja no resgate do conceito de cavaleiros e donzelas, com uma distinção clara de gêneros. Homens que prezavam a honra e que exalavam virilidade; e mulheres que preservavam sua feminilidade, apesar de terem de usar toda a sua força para sobreviver numa sociedade machista. Em outras palavras, acho que o segredo de tantos de nós gostarmos tanto de Game fo Thrones, reside no fato de que é uma história que, com todo respeito, retrata homens mais masculinos e mulheres mais femininas do que normalmente se vê numa sociedade que caminha no sentido oposto a este, com homens cada vez mais metrossexuais e mulheres cada vez mais masculinizadas. Digo isso com todo o respeito, não sou sexista nem homofóbico, pelo contrário, faço parte dessa nova geração de homens, que usa cosméticos e fala sobre seus sentimentos, mas há algo em mim que admira esse aspecto mais selvagem, mais animalesco. Reparem na quantidade de reality shows de TV de sobrevivência na selva! Todos são um sucesso de audiência! Estamos todos cada vez mais distantes de nossos instintos mais básicos, estamos urbanizados demais. Somem-se a tudo isso alguns toques de magia e fantasia, uma história bem escrita e uma produção bem cuidada e aí está o segredo do sucesso de Game of Thrones, uma das melhores séries de todos os tempos!
Parece que eu encontrei a primeira unanimidade do Filmow... A série é realmente excelente! Eu não sou um grande fã de histórias sobre espada e magia, porque as acho repetitivas e muito menos sou um grande fã de histórias contadas a conta-gotas, só para aumentar os lucros. Ainda assim, tive de me render a Game of Thrones. Há alguns aspectos interessantes, que gostaria de destacar (podem ler sem medo, nada de spoilers...):
1)Pra quem é fã de séries, sabe como esse mercado funciona: o que determina a duração de uma série é a audiência, de modo que, quando a série está indo bem, os reteiristas têm de se virar para ficar prolongando a história e renovando o interesse do público. Quando a série perde audiência, os caras mandam encerrar, bem no meio de uma temporada qualquer. Essa lógica mercantilista já estragou grandes histórias, que por conta desse sistema ficam criando situações cada vez mais absurdas (como em House e Supernatural, por exemplo) e, quando terminam, acabam deixando muitas pontas soltas, de tantas maluquices que os roteiristas tiveram de inventar.
2)Não sou um expert em séries, mas, até onde eu saiba, essa é a primeira que é uma adaptação de livros que também foram escritos em série. Já tínhamos visto isso (coincidentemente acerca de outras histórias sobre espada e magia) em O senhor dos aneis, Harry Potter e Crepúsculo, mas, nesses casos, viraram filmes e não séries. Pra mim, essa é a verdadeira vantagem de Game of Thrones: ao contrário das séries convencionais, eles não ficam inventando a história na medida em que ela se desenrola; a história já está escrita e, portanto, tem início, meio e um dia, espero, terá um fim - decente e digno da grandeza dessa história.
3)Na verdade, Game of Thrones é o que temos de mais próximo das telenovelas brasileiras, é mais uma novela do que uma série: é preciso acompanhar a história desde o começo para poder entender o que está acontecendo. Numa série comum, bastam uns 2 ou 3 episódios para o cara se situar, porque as séries comuns são feitas para audiências flutuantes.
4)Reparem que, desde o início, a série já apresenta uma quantidade enorme de personagens e ainda vai introduzindo outros, na medida em que eles se fazem necessários. Isso é muito diferente de uma série que começa com um núcleo de 6 ou 8 personagens, que vão se renovando de tempos em tempos. Além disso, numa série comum, a história se desenrola num único ambiente (um hospital, uma escola, etc). Game of Thrones é muito dinâmica, é mesmo um livro em forma de série.
5)E o que dizer das atuações impecáveis? Nikolaj Coster-Waldau me lembra muito o Sawyer de Lost, tanto na aparência, quanto na interpretação e características do personagem. Fotografia? Perfeita. Trilha sonora, abertura, tudo.
6)E claro, não poderia deixar de citar aquele que, pra mim, é um dos pares mais perfeitos de todas as séries que eu já vi: Drogo e Khalesee (sei lá como se escrevem esses nomes...kkkk).
Enfim, a construção dos personagens é muito rica, os diálogos são inteligentes, excelentes cenas de ação e cenas de sexo muito picantes também...Vale muito a pena e é viciante. Eu não li os livros...ainda...
Agora são 16h, de uma tarde fria aqui no Paraná. Acabei de assistir ao filme. Na verdade, levei mais de 10 anos para finalmente decidir assisti-lo...Não me arrependo. Se eu o tivesse assistido quando tinha 20 e poucos anos, provavelmente não o teria apreciado tanto, assim como hoje não aprecio tanto alguns filmes que foram marcantes pra mim naquela época. Talvez tudo na vida tenha um tempo ideal para ser vivido. Para gostar desse filme, acho que a gente tem de ter uns 30 anos de vida e pelo menos uns 27 de amargura. Nunca fui um grande fã do cinema latino, talvez porque não aprecie muito o idioma. Tenho a impressão de que em espanhol (assim como em Alemão) tudo o que se diz soa como um xingamento... Mas não sei o que deu em mim essa semana e acabei assistindo 3 filmes latinos em sequência: El sexo de los ángeles, y tu mamá también e este. Gostei de todos. Acho que às vezes o pessoal endeusa demais o Almodóvar, mas, nesse caso, ele merece. O filme é realmente uma aula de interpretação, não tem como não reconhecer o talento do elenco. A fotografia e a trilha sonora também são perfeitas. É uma história densa, dramática. Parece que os latinos realmente gostam de um bom drama, com muitos exageros e choro. Tenho alguns amigos na Noruega e um dia falávamos sobre a morte. Eles disseram que lá a morte não é tão grave quanto para os latinos. A morte lá é discreta, a dor é calada. Aqui não, a morte é trágica, é escandalosa, somos mesmo um povo passional. Esse filme é tudo isso. Pra mim o destaque fica com Marisa Paredes, no papel de Huma. Até fiquei com vontade de ir ao teatro novamente.
Bom, o simples fato de o filme gerar opiniões tão controversas, que vão de meia estrela pra uns e 5 para outros, já demonstra que, pelo menos, cumpriu sua função como obra de arte: causou impacto, o que é melhor do que a indiferenaça.
A Briena fez um comentário muito interessante sobre o simbolismo da viagem. Achei um ponto-de-vista interessantíssimo e vale a pena vocês darem uma lida no que ela disse.
Achei o título fraco, desconectado com o teor principal do filme. Todo vez que vejo esse título, fico me lembrando do Pedro Almodóvar, que é um cara que eu sinceramente não acho tão genial quanto o pessoal costuma dizer. Acho que poderiam ter escolhido um título mais sugestivo, mas tudo bem, não chega a comprometer.
Road-movies são sempre complicados, porque precisam escolher entre a fantasia hollywoodiana e a vida real, que nunca é tão glamourosa assim... Esse ficou no meio-termo: não é muito realista, mas também não fica acrescentando coisas aritificialmente impactantes.
Gostei da simplicidade da proposta. Já tive muitas conversas filosóficas na vida, mas não me lembro de nenhuma delas...No fim das contas, a gente lembra mesmo é dos momentos felizes, das bobagens, das besteiras, das encrencas em que nos metemos. Papo-cabeça é uma coisa legal, mas em 2 ou 3 dias a gente já esqueceu tudo. Acho que filmes e livros despretenciosos como esse, muitas vezes, acabam dizendo mais do que aqueles que se propõem a ser cult, como o chatíssimo "Sunset limited". Nesse sentido, acho que o filme se saiu muito bem.
Boa fotografia, boas interpretações, boa trilha sonora. Também gostei do recurso da narrativa com o corte do áudio do filme. Achei interessante que o narrador revelasse como terminariam as histórias de alguns personagens secundários. É perturbador dar-se conta de que a maioria das histórias de vida não tem nada de especial. Provavelmente 99,9% de nós vão passar por esse mundo sem fazer muita diferença para a humanidade. Com sorte a gente consegue a fazer a diferença na vida de umas 2 ou 3 pessoas. E o que sobra no fim? No fim o que sobra são momentos como os que eles tiveram ao longo da viagem. Acho que é nesse tipo de coisa que a gente pensa quando está à beira da morte. Aquele beijo, aquela noite de loucura, aquele lugar estranho, as risadas, os amigos que deixamos para trás...
Uma coisa interessante é que eu realmente não percebi nenhum tipo de desejo homossexual latente entre os caras. O ménage do final acho que tem mais a ver com libertação do que com sacanagem ou desejo reprimido. Não acho que eles nutrissem qualquer desejo um pelo outro. Isso me lembra um curta brasileiro chamado "Velinhas". Quem é que não muda, pelo menos um pouco, o seu comportamento, quando está num lugar diferente...Agora imagine: uma viagem surreal, uma praia paradisíaca, uma mulher liberal com quem ambos já transaram, bebidas, drogas, calor...Numa situação dessas, você acha que alguém vai ligar para as convenções sociais? Eles estavam vivendo num universo particular, a exemplo do que se vê em "Os sonhadores" ou na clássica cena de "Três formas de amar" que empresta sua imagem à capa do filme. Mais ou menos assim: o fato de um cara tomar um porre não faz dele um alcoólatra, né?
Acho que o filme vale a pena sim. Mas não espere demais...Lembre-se de que se você não gosta do que vê no espelho, a culpa não é do espelho...
Agora é meio-dia, de uma segunda-feira chuvosa no Paraná e acabei de assistir ao filme. É um horário pouco convencional para ver um filme desses, mas vá lá...
Bem, vejamos: eu sou muito fã de filmes sobre triângulos amorosos e assisto todos os que encontro. Com o tempo, a gente vai ganhando condições de fazer um comparativo entre eles e as diversas abordagens possíveis do tema.
Esse me surpreendeu positivamente. O trio central, de fato, é incrivelmente bonito, embora a química entre eles não tenha sido tão boa quanto a que se vê em "Eu te amo Renato". É engraçado ler os outros comentários e ver que as pessoas têm opiniões tão diferentes a respeito desse filme... Uns elogiam as atuações; outros criticam...
Acho que, na verdade, os atores se saíram bem, embora parecessem pouco à vontade nas cenas mais íntimas, que, aliás, foram comportadas demais. Confesso que esperava uma carga maior de erotismo, típico em filmes do gênero, mas há 2 aspectos muito positivos que chamaram a minha atenção:
1)O roteiro é bastante verossímil, coisa rara nesse tipo de produção. Geralmente esses filmes criam situações muito pouco críveis, como se namorar a 3 fosse a coisa mais normal do mundo. E não é. Nesse caso, eles conseguiram colocar todos os elementos que se esperaria numa situação dessas na vida real: dúvida, ciúme, mentira, traição e contrariedade dos amigos. Achei muito interessante que eles não tenham tentado descrever a situação como se fosse uma coisa natural e fácil de lidar. As reações dos personagens a cada situação são bastante compatíveis com a vida real e isso ficou muito legal, deu credibilidade ao roteiro.
2)Eles conseguiram fugir do manjadíssimo "fim em aberto", tão comum nesse tipo de filme. Detesto esses filmes em que o diretor / roteirista não têm coragem de colocar um fim na história. Daí fica aquela coisa inacabada, "para que o expectador possa decidir...". Ora, se eu quisesse ficar imaginando coisas, deitaria na cama e ficaria divagando! Quando assisto a um filme ou leio um livro, espero uma história completa. Claro que não vou contar como o filme termina, mas acreditem: ele termina.
Entre os aspectos negativos, destaco:
1)O excesso de informação. Há muitos elementos supérfluos no filme, o que o torna um pouco enfadonho em certos momentos. Prefereria que, a exemplo dos clássicos "Três formas de amar" e "Os sonhadores", eles se focassem mais no triângulo amoroso em si, retirando o que é acessório. Isso permitiria explorar ainda mais a natureza da relação entre eles, já que a abordagem que o filme dá para esse aspecto é uma das mais realistas que já vi.
2)Faltou um pouco de erotismo, achei o filme comportado demais.
Ainda assim, é um bom filme para quem curte o gênero. Ainda não fizeram o filme perfeito sobre um triângulo amoroso, continuo aguardando. Pra mim, um filme perfeito seria a junção do que há de melhor nos seguintes filmes:
1)Um misto da abordagem emocional dada em "O sexo dos anjos" e em "Eu te amo Renato"; 2)O erotismo e química entre o trio de "Eu te amo Renato"; 3)A trilha sonora, fotografia e energia de "Três formas de amar"; 4)As atuações de "Os sonhadores".
Vou continuar esperando, mas acho que vai demorar....
Ok, sempre há muita coisa para se dizer sobre On the road, então vamos por partes:
1)Não dá para você assistir ao filme, antes de ler o livro. Nem tente. Se fizer isso, o filme vai mesmo parecer meio chato, meio sem sentido. No mínimo, você tem de ler On the road, mas o ideal é ler também Os vagabundos iluminados, a biografia de Jack Keouac e fazer uma pesquisa sobre a Geração Beat. Daí tudo vai ficar mais contextualizado.
2)Vi muitos comentários no sentido de que o filme é meio parado, longo, cansativo. Vocês têm razão, mas acredito que a proposta seja essa mesma, porque a literatura beat nunca se propôs a ser hollywoodiana. Ela é crua e reflete a vida real. E como todos nós sabemos, a vida real nunca é tão glamourosa quanto nos filmes.
3)Li esse livro quando tinha 21 anos de idade. Hoje tenho 35. Foi um marco na minha vida, uma porta para uma nova visão de mundo. Não existe glamour, romance, nem acontecimentos extraordinários. Só a estrada. E "a estrada é a vida".
4)Kerouac foi tão frenético ao escrever o livro, que o fez numa espécie de pergaminho, para não ter de parar para colocar mais folhas na máquina. Dizem que ele escreveu sem parar. Aliás, ele sequer usa pontuação.
5)É preciso entender que o que ele quis mostrar é um retrato da vida real, do submundo, das desventuras, das vidas sem objetivo. A frase de que mais gosto no livro: "Eu não era nada mas eu era tudo o que eu queria ser.".
6)A leitura de Kerouac é uma experiência libertadora, ideal para se ler quando se é jovem ainda. Não se privem dessa experiência.
A respeito do filme propriamente dito, gostei das atuações, à exceção de Kristen Stewart, embora tenha de reconhecer que, considerando a vida pessoal dela, ela está, com certeza, mais à vontade no papel da promíscua Marylou do que como a virginal Bella Swan...kkkkkk
Não assista a esse filme esperando que ele vá mudar a sua vida. O filme é apenas uma lembrança plástica para aqueles que se deixaram seduzir pelo livro, que, aliás, resolvi ler novamente. Leiam o livro, depois assistam ao filme e preparem-se para a libertação.
Bem, parece que eu vou nadar contra a corrente de novo, mas vá lá. Numa coisa eu concordo com todos os que comentaram: a atuação de Lee Pace é impagável. Realmente uma performance impecável, digna de Oscar. Já o filme, como um todo, pra mim, deixou um pouco a desejar. Explico por que: o filme dá pinceladas em diversos temas diferentes, como homossexualidade, identidade de gênero, preconceito, violência, política do "don't ask, don't tell", perfil dos militares americanos e o "amercian way of life". Entretanto, não se aprofunda em nenhum deles. Preferiria que o filme se focassa mais num desses temas (todos interessantíssimos) e explorasse-o mais a fundo. Sem dúvidas é um bom filme, mas eu realmente esperava mais. Ainda assim, o que mais chama a atenção é o fato de que todos os soldados retrados no filme pareciam ser retardados (acho que pro cara se alistar no exército americano tem mesmo de ser meio retardo...kkkkk). Os soldados retratados eram o estereótipo dos "rednecks" e fazem a gente realmente sentir muita raiva dos americanos. E o pior é que isso é bem assim nos EUA: são provavelmente o povo mais alienado do mundo e realmente acreditam nessa balela de que dão suas vidas para preservar a liberdade dos americanos. Os caras acham mesmo que são a polícia do mundo e que quem mata outras pessoas é um herói. Não me admira que haja tantas chacinas nos EUA: são um povo violento e profundamente ignorantes. E isso é uma política de Estado nos EUA. Uma vergonha para os americanos, vergonha mesmo, que coloquem armas nas mãos de pobres coitados, vítimas de um ardiloso processo de lavagem cerebral. Fiquei com nojo, nojo mesmo.
Realmente um dos piores filmes que já vi. Perdi 1 hora da minha vida. O problema nem é o roteiro; é falta dele. O filme é uma coleção de recortes sem sentido, incapaz de se situar sequer no tempo e no espaço. Quer uma dica? Nem perca seu tempo.
Olha, não quero ser chato, mas tenho de acrescentar mais uma coisa à minha avaliação: pessoal, vejam só: primeiro nós temos de estabelecer a diferença entre um "triângulo amoroso" e uma pessoa "dividida entre 2 amores". No triângulo amoroso, todos estão emocionalmente envolvidos com todos. Assim, de cabeça, poderia citar: Três formas de amar, Splendor, Castelos de papel, Os 3 e Uma casa no fim do mundo. Entretanto, fazendo-se um comparativo entre todos eles, Eu te amo Renato foi, com certeza, o que melhor conseguiu descrever a natureza desse tipo de relação. Além disso, conseguiu fugir de velhos clichês que sempre permeiam esse tipo de história. É verdade que o roteiro acaba se perdendo em certo ponto, mas há uma sequência interessantíssima que merece ser comentada:
depois de já terem consolidado sua relação, Beto começa a demonstrar um afeto diferenciado por André. André recusa e alega que, sem a presença de Adriana, não rola. Então há uma sequência em que o trio vai para o sítio do pai de André. Lá, Beto investe no amigo novamente. André reluta, mas acaba cedendo. Secretamente Adriana flagra os dois, sai correndo, atira-se na piscina e chora, por sentir-se traída e rejeitada. Pouco tempo depois, os rapazes juntam-se a ela na piscina e nem reparam no seu choro. Ora, o que é que todo mundo espera depois disso? Que a menina dê um pití e vá embora ou queira fazer uma daquelas manjadíssimas discussões de relação. E foi aí que o filme me ganhou: ela engole seco, pensa um pouco, se recompõe e, acreditem, usa a razão para decidir o que fazer: ela abre mão! Isso mesmo, ela abre mão da exclusividade e do próprio egoísmo, e simplesmente toca o barco, como se nada tivesse acontecido. É uma sacada genial do filme: a pessoa compreende que não pode ter tudo, que, para viver algo tão bom e inusitado, vai ter de abrir mão de alguma coisa igualmente valiosa. Ela se submete a, eventualmente, ficar em segundo plano, para poder continuar aquele lance. Não é autosacrifício; é apenas racionalidade. Achei realmente genial, porque 99,99999% das pessoas jamais aceitaria ser o nº 2, pelo menos não por muito tempo. (e claro, depois ela vai à forra e paga na mesma moeda...).
Disse antes e repito: o trio central tem uma química impressionante. Graças à Deus que eu assisti ao filme sozinho, porque as cenas são tão realistas que eu acho que morreria de vergonha se tivesse alguém do meu lado...kkkk
SURPREENDENTE. Agora são 3h da manhã e acabei de assistir ao filme. Li todos os comentários anteriores, quase todos muito bem fundamentados. Entretanto, quando a gente vai avaliar um filme, não dá para considerar que todos os filmes competem em pé de igualdade. Gente, o filme custou 35 mil reais! Nenhum dos atores recebeu cachê! Foi distribuído pela web! Isso, por si só, já tem que valer, pelo menos, 2 estrelas, né? É fato que o filme tem muitas falhas, dentre as quais eu destacaria: 1)O assassinato das músicas do Legião, cuja interpretação foi torturante;
2)A ambientação do bar escroto onde eles sempre se enfiavam, que realmente não se parece, nem de longe, com um bar de verdade e por isso não convence. Acho que muito do amadorismo que a gente percebe no filme se deve especificamente às cenas e interpretações que ocorrem no tal "bar";
3)O áudio, que é tão ruim que, se fosse possível, eu teria assistido ao filme com legendas; 4)O roteiro que, apesar de ser interessantíssimo, se perde nalguns momentos, criando situações desconexas, deixando lacunas ou mesmo sendo quase surreal;
, seria perfeita; 2)A trilha sonora é de peso, quase demais até. Acho que podiam ter se limitado ao repertório do Legião, não precisava enfiar todos os cults da época; 3)O trio central funciona muito bem, com muita naturalidade. Realmente não entendi por que o pessoal malhou tanto a atuação deles. Comparem com o que se vê em Os 3 e perceberão que este trio funciona muito melhor do que aquele; 4)Alta carga de sensualidade, sem vulgaridade. Adoro filmes sobre triângulos amorosos, mas, em termos de sensualidade, este deixa até mesmo clássicos, como Três formas de amar, comendo poeira. 5)Iluminação interessante, que dá um ar mais de documentário do que de filme.
Eu gostaria que o filme fosse um pouco mais longo e que tivesse se concentrado mais na questão do triângulo, ignorando os acréscimos supérfluos, que saíram do nada e chegaram a lugar nenhum. O filme podia ter só os 3 protagonistas. Reparem que durante os créditos eles utilizam muitas cenas (não sei se deletadas ou feitas especialmente para isso) que poderiam muito bem estar inclusas na montagem.
Mas gente, apesar de tudo, não dá pra negar que é um dos filmes mais interessantes sobre um triângulo amoroso que há por aí. Muito superior a Os 3 ou Castelos de Papel, por exemplo. R$ 35.000,00 e vocês estão dando 2 estrelas...nem acredito.
Excelente. Geralmente curtas com temática gay são chatíssimos (sempre com os velhos clichês de amor impossível, final trágico, blá, blá, blá). Esse foi surpreendente. Bem simples, meio surreal
QUASE. Outra produção nacional que quase chegou lá. Parece que é uma praga de madrinha sobre os filmes brasileiros: quando acertam o roteiro, os atores são uma desgraça; quando os atores funcionam, o roteiro é um fracasso. Nesse caso, o roteiro até que é bom (vejo algumas semelhanças com Shelter), embora um pouco vago, mas os atores parecem estar fazendo uma peça de teatro da escola. Ainda assim, é muito legal ver a efervecência criativa dos brasileiros. Está cheio de argumentos fantásticos por aí, o que está faltando é uma produção mais profissional.
QUASE. É a melhor palavra que posso encontrar para definir esse filme: ele quase chegou lá. É claramente inspirado em Três formas de amar, o que não chega a ser um problema, já que filmes sobre triângulos amorosos tendem a se copiar. O filme apresenta uma série de problemas técnicos: parte dos diálogos fica quase inaudível (o áudio dos filmes nacionais ainda precisa evoluir muito); a iluminação deixa a desejar (os brasileiros ainda acham que toda cena noturna tem de ser filmada realmente no escuro...); faltou uma trilha sonora à altura e a fotografia também deixou a desejar (a foto da capa é linda, mas a fotografia como um todo não mantém esse padrão estético); o argumento não é original, mas o roteiro tentou acrescentar certa criatividade, com o negócio de
tiveram de acelerar a história e com isso sacrificaram a coisa mais fundamental numa história sobre um triângulo amoroso: a construção do clima. Ora, ninguém se atira numa relação dessas assim, do nada! Uma coisa é fazer uma farra de uma noite, outra bem diferente é viver um amor a três. Faltou um pouco de sensualidade, de lascívia, de desejo.
Os atores (por culpa do diretor) deixaram a desejar, simplesmente porque os diálogos eram artificiais, com uma gramática impecável. Faltou naturalidade, de fato parecia uma peça de teatro da escola. Ainda assim, o filme consegue ser divertido nalguns momentos e até tem boas sacadas, como o fato de
eles terem se conhecido no banheiro, o banho na caixa d'água, os diálogos na escada. O negócio do site de vendas foi ridículo, simplesmente não convence.
Bem, o fato é que o cinema nacional tem evoluído. Têm surgido boas ideias, mas faltam executores competentes. Às vezes os caras pegam um ótimo argumento (como em Do começo ao fim) e conseguem fazer um filme péssimo. Precisamos de roteiristas de verdade!
É a única sitcom que eu assisto, e é simplesmente fantástica. O elenco todo é fabuloso, mas Jim Parsons e Simon Helberg são impagáveis. Essa temporada teve uns episódios fraquinhos, mas o episódio sobre o Professor Próton é de morrer de rir! Atualmente é o programa não-esportivo mais assistido nos EUA, com audiência recorde nessa 6ª temporada. Quem acredita que Jim Parsons completou 40 anos!!! Destaque também para as atuações de Kaley Cuoco e Mayim Bialik, cada vez melhores. Sabem o que eu adoraria ver? Um encontro de Jim Parsons e Hugh Laurie, dois titãs da TV americana...
Ainda é a minha série preferida, mas deixou muito a desejar. Para nós, que somos fãs, as séries parecem apenas entretenimento, mas a gente acaba esquecendo que elas são, antes de tudo, um negócio milionário nos Estados Unidos. Isso faz toda a diferença, porque as séries precisam ficar no ar enquanto forem lucrativas. É justamente por isso que quase todas as grandes séries já produzidas acabaram se prolongando além do que seria artisticamente necessário. House poderia ter acabado em grande estilo 2 ou 3 anos antes, ao invés de se tornar quase (e eu disse quase) decadente. Chega um ponto em que, para dar seguimento à história, sem deixar perder o ritmo, os roteiristas se obrigam a criar situações cada vez mais bizarras, cada vez menos verossímeis - e isso prejudica a identidade da história e dos personagens, sem falar que torna cada vez difícil criar um fim decente, que amarre todas essas pontas. As últimas temporadas já começavam a apresentar sinais de desgaste, repletas de situações exageradas, que acabaram saindo do surpreendente e caindo no caricato. Tenho a impressão de que
entra-e-sai de médicos, um constante contrata-demite
e aí os exageros começaram. A coisa mais legal sobre o personagem House é que ele faz aquilo que qualquer um de nós poderia e gostaria de fazer, sem se deixar deter pelo medo. Soma-se a isso um brilhantismo excepcional e uma vida amargurada e está criado o personagem perfeito. Mas quando ele começou a fazer coisas impossíveis
o que aconteceu com a Cuddy (uma das personagens principais da série e que foi simplesmente ignorada na 8ª temporada); forçaram a barra com as alucinações do House, vendo o Kutner (com quem ele nem tinha uma relação tão intensa) e a Amber (de novo!) e, no entanto, a Cuddy ele não viu!; não explicaram quem era, afinal de contas, o pai biológico dele (uma das bizarrices da série); não resolveram a tensão sexual (outra bizarrice) entre o Chase e a Parker; não explicaram o papel da Adams; não exploraram o vazio interior do Foreman. O House ter forjado a própria morte foi uma boa ideia, mas não explicaram como ele fez isso ("troquei os registros dentários..."). Até na trilha sonora foram relapsos.
Enfim, esperava mais, muito mais. Para mim, o fim ideal seria o seguinte:
ao invés de forjar a própria morte, o House deveria simplesmente pedir demissão, passar os últimos meses com o Wilson, na esperança de que alguma coisa fosse mudar. Depois fariam o enterro do Wilson, com o House observando à distância e voltando para sua "miserable life", trabalhando em outro hospital, morando em outro apartamento, mas igualmente atormentado e solitário (people don't change). O Foreman seria o diretor do hospital, mas com uma vida pessoal nula (nova Cuddy); o Chase seria o chefe do departamento, mas não teria se recuperado totalmente da paralisia e precisaria de bengala (novo House). E finalmente mostraria os minutos finais da vida do próprio House, morrendo sozinho, em busca de uma verdade que ninguém jamais será capaz de alcançar.
Um Olhar do Paraíso
3.7 2,7K Assista AgoraRealmente deve haver algo de errado comigo, porque não achei o filme essa maravilha toda que tanta gente fala. Não que seja ruim, mas, pra mim, está longe de ser um filme excelente. O pessoal falou muito do retrato que o filme faz do paraíso, mas que é quase idêntico ao que se vê em Amor além da vida, outro filme chatíssimo. Talvez se eu não tivesse lido tantos comentários positivos, não tivesse criado tanta expectativa. Em termos de filmes que retratam a vida após a morte, acho que há opções bem melhores, como Linha mortal e O sexto sentido, por exemplo. Decepcionou, mas faz parte.
Game of Thrones (3ª Temporada)
4.6 1,8K Assista AgoraCada um de nós pode reclamar sobre o que quiser dessa série, mas ninguém pode dizer que ela não é surpreendente e imprevisível! Não se trata de gostar ou não gostar do rumo da história, que na vida real também não nos dão essa chance. Gostando ou não gostando, a gente vai vivendo, dia a dia. Na vida real, coisas ruins acontecem para pessoas boas...o tempo todo.
No dia em que eu conseguir prever o que vai acontecer em GOT, já posso parar de assistir, porque terá perdido seu maior mérito: a imprevisibilidade, tão real quanto a própria vida. Quando meu pai morreu, sabem onde eu estava? Num bar, me divertindo com os meus amigos. Foi justo eu não ter tido a chance de dizer adeus? Não. Acontece que a vida é assim mesmo. E o que eu fiz? O que todos nós fazemos: segui em frente. Também fiquei com um mal-estar depois do 3x09. E o que eu fiz? Segui em frente e assisti o 3x10.
Mas agora falando dos aspectos práticos, achei que o pessoal pegou pesado na violência nessa 3ª temporada. Meu medo era que eles começassem a exagerar na magia e a série acabasse virando um Harry Potter para adultos. Ao invés disso, exageraram na violência e nesse ritmo vai acabar virando uma Sexta-feira 13 da vida. Não chegou a comprometer a temporada como um todo, mas espero mesmo que eles deem uma pisada no freio nesse aspecto, porque senão começa a virar apelação, bem no estilo de Premonição e outros stuff movies.
Parece que o autor tem uma obsessão por emasculação, castração, incesto, estupro e tortura. Sei que a Idade Média foi um período muito violento (embora não se possa dizer que nosso tempo não seja...), mas é uma questão de ênfase. Gosto quando a série enfatiza os dramas pessoais dos personagens, a dualidade de suas humanas personalidades, gosto das tramas ardilosas, da perversão, do egoísmo e sei que a violência permeia todas essas coisas. Apenas não gosto quando a ênfase é na violência em si, porque daí tudo vira pretexto para mostrar mais sangue - e isso não é digno de uma história tão grandiosa quanto Game of Thrones.
Ainda assim, continua sendo uma série maravilhosa, que prende a atenção e a gente assiste a 4, 5 episódios consecutivamente, sem sentir o tempo passar. Poucas séries tem essa capacidade de envolver tanto o expectador.
Destaque para os persongens Khaleesi, Tywin Lannister, Jamie Lannister, Tyrion Lannister e Arya.
Game of Thrones (2ª Temporada)
4.6 1,6K Assista AgoraO SEGREDO DO SUCESSO DE GAME OF THRONES
Confesso que antes de começar a assistir a série, achava que seria uma história pouco atraente para alguém da minha idade (tenho 35), mais voltada pra esse pessoal que curte andar por aí vestido como Harry Potter e jogando videogame (nada contra quem gosta disso, ok?). NÃO PODERIA ESTAR MAIS ENGANADO. Que bom que venci meu preconceito e comecei a assistir a série. Hoje sou um fã incondicional. Mas vamos considerar alguns pontos relevantes (podem ler sem medo, spoilers devidamente marcados):
1)Vamos começar por 2 aspectos negativos, mas que não chegam a comprometer:
a)Notei algumas lacunas, como na questão da
retomada de Winterfell e do acordo entre os Lannisters e os Tyrell, coisas que não ficaram bem claras
b)Percebi um aumento da presença do elemento "magia", o que realmente me preocupa um pouco. Acho que isso é fundamental para adicionar um pouco de fantasia, porque a proposta é realmente transpor o expectador para um mundo mais interessante do que o mundo real, então, até aí, tudo bem. Apenas espero que eles não exagerem nessa parte, para não acabar virando um Harry Potter para adultos.
2)Pra quem curte história, é interessante notar como eles usam o sistema feudal como base para a construção das relações políticas e, nesse sentido, a série é muito fidedigna.
3)Li um comentário aí, criticando a história, por ela parecer shakespeariana. De fato, é, mas, pra mim, esse é um aspecto positivo. Se não me engano, Shakespeare é considerado um dramaturgo bem relevante....kkkk....Estranho alguém comparar uma coisa com uma obra de Shakespeare, na intenção de fazer uma crítica...kkkk. Assim como Shakespeare fazia, o autor usa um grande número de personagens, todos muito bem construídos e cria uma trama realmente intrigante, repleta de traições e reviravoltas...Como alguém pode achar isso ruim? Mas vá lá, respeito quem não gosta de Shakespeare, afinal nenhum de nós é obrigado a gostar de nada.
4)Tenho refletido sobre o apelo que histórias épicas e / ou fantásticas têm para homens e mulheres, considerando o sucesso de O Senhor dos Aneis, Harry Potter, Crepúsculo e Game of Thrones. Antes que alguém reclame, não estou comparando as obras, ok? Entretanto, acredito que o apelo desse tipo de literatura / filme / série, embora diferente para homens e mulheres, tem uma mesma natureza. Para os homens, acho que o apelo reside na percepção de que houve ou poderia haver uma época em, quando se queria algo, era possível simplesmente tomá-lo e cada um carregava a lei na cintura, porque a espada era a lei. Acho que essa ideia de poder, de dominação, de uso da força exerce um certo fascínio sobre os homens, o que explicaria o fato de tantos serem devotos desse tipo de história. Já para as mulheres, acredito que o encantamento esteja no resgate do conceito de cavaleiros e donzelas, com uma distinção clara de gêneros. Homens que prezavam a honra e que exalavam virilidade; e mulheres que preservavam sua feminilidade, apesar de terem de usar toda a sua força para sobreviver numa sociedade machista. Em outras palavras, acho que o segredo de tantos de nós gostarmos tanto de Game fo Thrones, reside no fato de que é uma história que, com todo respeito, retrata homens mais masculinos e mulheres mais femininas do que normalmente se vê numa sociedade que caminha no sentido oposto a este, com homens cada vez mais metrossexuais e mulheres cada vez mais masculinizadas. Digo isso com todo o respeito, não sou sexista nem homofóbico, pelo contrário, faço parte dessa nova geração de homens, que usa cosméticos e fala sobre seus sentimentos, mas há algo em mim que admira esse aspecto mais selvagem, mais animalesco. Reparem na quantidade de reality shows de TV de sobrevivência na selva! Todos são um sucesso de audiência! Estamos todos cada vez mais distantes de nossos instintos mais básicos, estamos urbanizados demais. Somem-se a tudo isso alguns toques de magia e fantasia, uma história bem escrita e uma produção bem cuidada e aí está o segredo do sucesso de Game of Thrones, uma das melhores séries de todos os tempos!
Game of Thrones (1ª Temporada)
4.6 2,3K Assista AgoraParece que eu encontrei a primeira unanimidade do Filmow... A série é realmente excelente! Eu não sou um grande fã de histórias sobre espada e magia, porque as acho repetitivas e muito menos sou um grande fã de histórias contadas a conta-gotas, só para aumentar os lucros. Ainda assim, tive de me render a Game of Thrones. Há alguns aspectos interessantes, que gostaria de destacar (podem ler sem medo, nada de spoilers...):
1)Pra quem é fã de séries, sabe como esse mercado funciona: o que determina a duração de uma série é a audiência, de modo que, quando a série está indo bem, os reteiristas têm de se virar para ficar prolongando a história e renovando o interesse do público. Quando a série perde audiência, os caras mandam encerrar, bem no meio de uma temporada qualquer. Essa lógica mercantilista já estragou grandes histórias, que por conta desse sistema ficam criando situações cada vez mais absurdas (como em House e Supernatural, por exemplo) e, quando terminam, acabam deixando muitas pontas soltas, de tantas maluquices que os roteiristas tiveram de inventar.
2)Não sou um expert em séries, mas, até onde eu saiba, essa é a primeira que é uma adaptação de livros que também foram escritos em série. Já tínhamos visto isso (coincidentemente acerca de outras histórias sobre espada e magia) em O senhor dos aneis, Harry Potter e Crepúsculo, mas, nesses casos, viraram filmes e não séries. Pra mim, essa é a verdadeira vantagem de Game of Thrones: ao contrário das séries convencionais, eles não ficam inventando a história na medida em que ela se desenrola; a história já está escrita e, portanto, tem início, meio e um dia, espero, terá um fim - decente e digno da grandeza dessa história.
3)Na verdade, Game of Thrones é o que temos de mais próximo das telenovelas brasileiras, é mais uma novela do que uma série: é preciso acompanhar a história desde o começo para poder entender o que está acontecendo. Numa série comum, bastam uns 2 ou 3 episódios para o cara se situar, porque as séries comuns são feitas para audiências flutuantes.
4)Reparem que, desde o início, a série já apresenta uma quantidade enorme de personagens e ainda vai introduzindo outros, na medida em que eles se fazem necessários. Isso é muito diferente de uma série que começa com um núcleo de 6 ou 8 personagens, que vão se renovando de tempos em tempos. Além disso, numa série comum, a história se desenrola num único ambiente (um hospital, uma escola, etc). Game of Thrones é muito dinâmica, é mesmo um livro em forma de série.
5)E o que dizer das atuações impecáveis? Nikolaj Coster-Waldau me lembra muito o Sawyer de Lost, tanto na aparência, quanto na interpretação e características do personagem. Fotografia? Perfeita. Trilha sonora, abertura, tudo.
6)E claro, não poderia deixar de citar aquele que, pra mim, é um dos pares mais perfeitos de todas as séries que eu já vi: Drogo e Khalesee (sei lá como se escrevem esses nomes...kkkk).
Enfim, a construção dos personagens é muito rica, os diálogos são inteligentes, excelentes cenas de ação e cenas de sexo muito picantes também...Vale muito a pena e é viciante. Eu não li os livros...ainda...
No Caminho das Dunas
3.7 306Credo, acho que não entendi o filme então, porque eu achei chatíssimo.
Tudo Sobre Minha Mãe
4.2 1,3K Assista AgoraAgora são 16h, de uma tarde fria aqui no Paraná. Acabei de assistir ao filme. Na verdade, levei mais de 10 anos para finalmente decidir assisti-lo...Não me arrependo. Se eu o tivesse assistido quando tinha 20 e poucos anos, provavelmente não o teria apreciado tanto, assim como hoje não aprecio tanto alguns filmes que foram marcantes pra mim naquela época. Talvez tudo na vida tenha um tempo ideal para ser vivido. Para gostar desse filme, acho que a gente tem de ter uns 30 anos de vida e pelo menos uns 27 de amargura. Nunca fui um grande fã do cinema latino, talvez porque não aprecie muito o idioma. Tenho a impressão de que em espanhol (assim como em Alemão) tudo o que se diz soa como um xingamento... Mas não sei o que deu em mim essa semana e acabei assistindo 3 filmes latinos em sequência: El sexo de los ángeles, y tu mamá también e este. Gostei de todos. Acho que às vezes o pessoal endeusa demais o Almodóvar, mas, nesse caso, ele merece. O filme é realmente uma aula de interpretação, não tem como não reconhecer o talento do elenco. A fotografia e a trilha sonora também são perfeitas. É uma história densa, dramática. Parece que os latinos realmente gostam de um bom drama, com muitos exageros e choro. Tenho alguns amigos na Noruega e um dia falávamos sobre a morte. Eles disseram que lá a morte não é tão grave quanto para os latinos. A morte lá é discreta, a dor é calada. Aqui não, a morte é trágica, é escandalosa, somos mesmo um povo passional. Esse filme é tudo isso. Pra mim o destaque fica com Marisa Paredes, no papel de Huma. Até fiquei com vontade de ir ao teatro novamente.
E Sua Mãe Também
4.0 519Bom, o simples fato de o filme gerar opiniões tão controversas, que vão de meia estrela pra uns e 5 para outros, já demonstra que, pelo menos, cumpriu sua função como obra de arte: causou impacto, o que é melhor do que a indiferenaça.
A Briena fez um comentário muito interessante sobre o simbolismo da viagem. Achei um ponto-de-vista interessantíssimo e vale a pena vocês darem uma lida no que ela disse.
Achei o título fraco, desconectado com o teor principal do filme. Todo vez que vejo esse título, fico me lembrando do Pedro Almodóvar, que é um cara que eu sinceramente não acho tão genial quanto o pessoal costuma dizer. Acho que poderiam ter escolhido um título mais sugestivo, mas tudo bem, não chega a comprometer.
Road-movies são sempre complicados, porque precisam escolher entre a fantasia hollywoodiana e a vida real, que nunca é tão glamourosa assim... Esse ficou no meio-termo: não é muito realista, mas também não fica acrescentando coisas aritificialmente impactantes.
Gostei da simplicidade da proposta. Já tive muitas conversas filosóficas na vida, mas não me lembro de nenhuma delas...No fim das contas, a gente lembra mesmo é dos momentos felizes, das bobagens, das besteiras, das encrencas em que nos metemos. Papo-cabeça é uma coisa legal, mas em 2 ou 3 dias a gente já esqueceu tudo. Acho que filmes e livros despretenciosos como esse, muitas vezes, acabam dizendo mais do que aqueles que se propõem a ser cult, como o chatíssimo "Sunset limited". Nesse sentido, acho que o filme se saiu muito bem.
Boa fotografia, boas interpretações, boa trilha sonora. Também gostei do recurso da narrativa com o corte do áudio do filme. Achei interessante que o narrador revelasse como terminariam as histórias de alguns personagens secundários. É perturbador dar-se conta de que a maioria das histórias de vida não tem nada de especial. Provavelmente 99,9% de nós vão passar por esse mundo sem fazer muita diferença para a humanidade. Com sorte a gente consegue a fazer a diferença na vida de umas 2 ou 3 pessoas. E o que sobra no fim? No fim o que sobra são momentos como os que eles tiveram ao longo da viagem. Acho que é nesse tipo de coisa que a gente pensa quando está à beira da morte. Aquele beijo, aquela noite de loucura, aquele lugar estranho, as risadas, os amigos que deixamos para trás...
Uma coisa interessante é que eu realmente não percebi nenhum tipo de desejo homossexual latente entre os caras. O ménage do final acho que tem mais a ver com libertação do que com sacanagem ou desejo reprimido. Não acho que eles nutrissem qualquer desejo um pelo outro. Isso me lembra um curta brasileiro chamado "Velinhas". Quem é que não muda, pelo menos um pouco, o seu comportamento, quando está num lugar diferente...Agora imagine: uma viagem surreal, uma praia paradisíaca, uma mulher liberal com quem ambos já transaram, bebidas, drogas, calor...Numa situação dessas, você acha que alguém vai ligar para as convenções sociais? Eles estavam vivendo num universo particular, a exemplo do que se vê em "Os sonhadores" ou na clássica cena de "Três formas de amar" que empresta sua imagem à capa do filme. Mais ou menos assim: o fato de um cara tomar um porre não faz dele um alcoólatra, né?
Acho que o filme vale a pena sim. Mas não espere demais...Lembre-se de que se você não gosta do que vê no espelho, a culpa não é do espelho...
O Sexo dos Anjos
3.8 73Agora é meio-dia, de uma segunda-feira chuvosa no Paraná e acabei de assistir ao filme. É um horário pouco convencional para ver um filme desses, mas vá lá...
Bem, vejamos: eu sou muito fã de filmes sobre triângulos amorosos e assisto todos os que encontro. Com o tempo, a gente vai ganhando condições de fazer um comparativo entre eles e as diversas abordagens possíveis do tema.
Esse me surpreendeu positivamente. O trio central, de fato, é incrivelmente bonito, embora a química entre eles não tenha sido tão boa quanto a que se vê em "Eu te amo Renato". É engraçado ler os outros comentários e ver que as pessoas têm opiniões tão diferentes a respeito desse filme... Uns elogiam as atuações; outros criticam...
Acho que, na verdade, os atores se saíram bem, embora parecessem pouco à vontade nas cenas mais íntimas, que, aliás, foram comportadas demais. Confesso que esperava uma carga maior de erotismo, típico em filmes do gênero, mas há 2 aspectos muito positivos que chamaram a minha atenção:
1)O roteiro é bastante verossímil, coisa rara nesse tipo de produção. Geralmente esses filmes criam situações muito pouco críveis, como se namorar a 3 fosse a coisa mais normal do mundo. E não é. Nesse caso, eles conseguiram colocar todos os elementos que se esperaria numa situação dessas na vida real: dúvida, ciúme, mentira, traição e contrariedade dos amigos. Achei muito interessante que eles não tenham tentado descrever a situação como se fosse uma coisa natural e fácil de lidar. As reações dos personagens a cada situação são bastante compatíveis com a vida real e isso ficou muito legal, deu credibilidade ao roteiro.
2)Eles conseguiram fugir do manjadíssimo "fim em aberto", tão comum nesse tipo de filme. Detesto esses filmes em que o diretor / roteirista não têm coragem de colocar um fim na história. Daí fica aquela coisa inacabada, "para que o expectador possa decidir...". Ora, se eu quisesse ficar imaginando coisas, deitaria na cama e ficaria divagando! Quando assisto a um filme ou leio um livro, espero uma história completa. Claro que não vou contar como o filme termina, mas acreditem: ele termina.
Entre os aspectos negativos, destaco:
1)O excesso de informação. Há muitos elementos supérfluos no filme, o que o torna um pouco enfadonho em certos momentos. Prefereria que, a exemplo dos clássicos "Três formas de amar" e "Os sonhadores", eles se focassem mais no triângulo amoroso em si, retirando o que é acessório. Isso permitiria explorar ainda mais a natureza da relação entre eles, já que a abordagem que o filme dá para esse aspecto é uma das mais realistas que já vi.
2)Faltou um pouco de erotismo, achei o filme comportado demais.
Ainda assim, é um bom filme para quem curte o gênero. Ainda não fizeram o filme perfeito sobre um triângulo amoroso, continuo aguardando. Pra mim, um filme perfeito seria a junção do que há de melhor nos seguintes filmes:
1)Um misto da abordagem emocional dada em "O sexo dos anjos" e em "Eu te amo Renato";
2)O erotismo e química entre o trio de "Eu te amo Renato";
3)A trilha sonora, fotografia e energia de "Três formas de amar";
4)As atuações de "Os sonhadores".
Vou continuar esperando, mas acho que vai demorar....
Na Estrada
3.3 1,9KOk, sempre há muita coisa para se dizer sobre On the road, então vamos por partes:
1)Não dá para você assistir ao filme, antes de ler o livro. Nem tente. Se fizer isso, o filme vai mesmo parecer meio chato, meio sem sentido. No mínimo, você tem de ler On the road, mas o ideal é ler também Os vagabundos iluminados, a biografia de Jack Keouac e fazer uma pesquisa sobre a Geração Beat. Daí tudo vai ficar mais contextualizado.
2)Vi muitos comentários no sentido de que o filme é meio parado, longo, cansativo. Vocês têm razão, mas acredito que a proposta seja essa mesma, porque a literatura beat nunca se propôs a ser hollywoodiana. Ela é crua e reflete a vida real. E como todos nós sabemos, a vida real nunca é tão glamourosa quanto nos filmes.
3)Li esse livro quando tinha 21 anos de idade. Hoje tenho 35. Foi um marco na minha vida, uma porta para uma nova visão de mundo. Não existe glamour, romance, nem acontecimentos extraordinários. Só a estrada. E "a estrada é a vida".
4)Kerouac foi tão frenético ao escrever o livro, que o fez numa espécie de pergaminho, para não ter de parar para colocar mais folhas na máquina. Dizem que ele escreveu sem parar. Aliás, ele sequer usa pontuação.
5)É preciso entender que o que ele quis mostrar é um retrato da vida real, do submundo, das desventuras, das vidas sem objetivo. A frase de que mais gosto no livro: "Eu não era nada mas eu era tudo o que eu queria ser.".
6)A leitura de Kerouac é uma experiência libertadora, ideal para se ler quando se é jovem ainda. Não se privem dessa experiência.
A respeito do filme propriamente dito, gostei das atuações, à exceção de Kristen Stewart, embora tenha de reconhecer que, considerando a vida pessoal dela, ela está, com certeza, mais à vontade no papel da promíscua Marylou do que como a virginal Bella Swan...kkkkkk
Não assista a esse filme esperando que ele vá mudar a sua vida. O filme é apenas uma lembrança plástica para aqueles que se deixaram seduzir pelo livro, que, aliás, resolvi ler novamente. Leiam o livro, depois assistam ao filme e preparem-se para a libertação.
A Garota do Soldado
4.2 94Bem, parece que eu vou nadar contra a corrente de novo, mas vá lá. Numa coisa eu concordo com todos os que comentaram: a atuação de Lee Pace é impagável. Realmente uma performance impecável, digna de Oscar. Já o filme, como um todo, pra mim, deixou um pouco a desejar. Explico por que: o filme dá pinceladas em diversos temas diferentes, como homossexualidade, identidade de gênero, preconceito, violência, política do "don't ask, don't tell", perfil dos militares americanos e o "amercian way of life". Entretanto, não se aprofunda em nenhum deles. Preferiria que o filme se focassa mais num desses temas (todos interessantíssimos) e explorasse-o mais a fundo. Sem dúvidas é um bom filme, mas eu realmente esperava mais. Ainda assim, o que mais chama a atenção é o fato de que todos os soldados retrados no filme pareciam ser retardados (acho que pro cara se alistar no exército americano tem mesmo de ser meio retardo...kkkkk). Os soldados retratados eram o estereótipo dos "rednecks" e fazem a gente realmente sentir muita raiva dos americanos. E o pior é que isso é bem assim nos EUA: são provavelmente o povo mais alienado do mundo e realmente acreditam nessa balela de que dão suas vidas para preservar a liberdade dos americanos. Os caras acham mesmo que são a polícia do mundo e que quem mata outras pessoas é um herói. Não me admira que haja tantas chacinas nos EUA: são um povo violento e profundamente ignorantes. E isso é uma política de Estado nos EUA. Uma vergonha para os americanos, vergonha mesmo, que coloquem armas nas mãos de pobres coitados, vítimas de um ardiloso processo de lavagem cerebral. Fiquei com nojo, nojo mesmo.
Como um Irmão
2.2 15Realmente um dos piores filmes que já vi. Perdi 1 hora da minha vida. O problema nem é o roteiro; é falta dele. O filme é uma coleção de recortes sem sentido, incapaz de se situar sequer no tempo e no espaço. Quer uma dica? Nem perca seu tempo.
Eu Te Amo Renato
3.2 153Olha, não quero ser chato, mas tenho de acrescentar mais uma coisa à minha avaliação: pessoal, vejam só: primeiro nós temos de estabelecer a diferença entre um "triângulo amoroso" e uma pessoa "dividida entre 2 amores". No triângulo amoroso, todos estão emocionalmente envolvidos com todos. Assim, de cabeça, poderia citar: Três formas de amar, Splendor, Castelos de papel, Os 3 e Uma casa no fim do mundo. Entretanto, fazendo-se um comparativo entre todos eles, Eu te amo Renato foi, com certeza, o que melhor conseguiu descrever a natureza desse tipo de relação. Além disso, conseguiu fugir de velhos clichês que sempre permeiam esse tipo de história. É verdade que o roteiro acaba se perdendo em certo ponto, mas há uma sequência interessantíssima que merece ser comentada:
depois de já terem consolidado sua relação, Beto começa a demonstrar um afeto diferenciado por André. André recusa e alega que, sem a presença de Adriana, não rola. Então há uma sequência em que o trio vai para o sítio do pai de André. Lá, Beto investe no amigo novamente. André reluta, mas acaba cedendo. Secretamente Adriana flagra os dois, sai correndo, atira-se na piscina e chora, por sentir-se traída e rejeitada. Pouco tempo depois, os rapazes juntam-se a ela na piscina e nem reparam no seu choro. Ora, o que é que todo mundo espera depois disso? Que a menina dê um pití e vá embora ou queira fazer uma daquelas manjadíssimas discussões de relação. E foi aí que o filme me ganhou: ela engole seco, pensa um pouco, se recompõe e, acreditem, usa a razão para decidir o que fazer: ela abre mão! Isso mesmo, ela abre mão da exclusividade e do próprio egoísmo, e simplesmente toca o barco, como se nada tivesse acontecido. É uma sacada genial do filme: a pessoa compreende que não pode ter tudo, que, para viver algo tão bom e inusitado, vai ter de abrir mão de alguma coisa igualmente valiosa. Ela se submete a, eventualmente, ficar em segundo plano, para poder continuar aquele lance. Não é autosacrifício; é apenas racionalidade. Achei realmente genial, porque 99,99999% das pessoas jamais aceitaria ser o nº 2, pelo menos não por muito tempo. (e claro, depois ela vai à forra e paga na mesma moeda...).
Disse antes e repito: o trio central tem uma química impressionante. Graças à Deus que eu assisti ao filme sozinho, porque as cenas são tão realistas que eu acho que morreria de vergonha se tivesse alguém do meu lado...kkkk
Eu Te Amo Renato
3.2 153SURPREENDENTE. Agora são 3h da manhã e acabei de assistir ao filme. Li todos os comentários anteriores, quase todos muito bem fundamentados. Entretanto, quando a gente vai avaliar um filme, não dá para considerar que todos os filmes competem em pé de igualdade. Gente, o filme custou 35 mil reais! Nenhum dos atores recebeu cachê! Foi distribuído pela web! Isso, por si só, já tem que valer, pelo menos, 2 estrelas, né? É fato que o filme tem muitas falhas, dentre as quais eu destacaria:
1)O assassinato das músicas do Legião, cuja interpretação foi torturante;
2)A ambientação do bar escroto onde eles sempre se enfiavam, que realmente não se parece, nem de longe, com um bar de verdade e por isso não convence. Acho que muito do amadorismo que a gente percebe no filme se deve especificamente às cenas e interpretações que ocorrem no tal "bar";
3)O áudio, que é tão ruim que, se fosse possível, eu teria assistido ao filme com legendas;
4)O roteiro que, apesar de ser interessantíssimo, se perde nalguns momentos, criando situações desconexas, deixando lacunas ou mesmo sendo quase surreal;
5)O fim forçado, com excesso de melodrama;
Ainda assim, achei o filme realmente muito bom e gostaria de chamar a atenção para os aspectos positivos:
1)A fotografia, se não fosse pelas cenas
do bar escroto
2)A trilha sonora é de peso, quase demais até. Acho que podiam ter se limitado ao repertório do Legião, não precisava enfiar todos os cults da época;
3)O trio central funciona muito bem, com muita naturalidade. Realmente não entendi por que o pessoal malhou tanto a atuação deles. Comparem com o que se vê em Os 3 e perceberão que este trio funciona muito melhor do que aquele;
4)Alta carga de sensualidade, sem vulgaridade. Adoro filmes sobre triângulos amorosos, mas, em termos de sensualidade, este deixa até mesmo clássicos, como Três formas de amar, comendo poeira.
5)Iluminação interessante, que dá um ar mais de documentário do que de filme.
Eu gostaria que o filme fosse um pouco mais longo e que tivesse se concentrado mais na questão do triângulo, ignorando os acréscimos supérfluos, que saíram do nada e chegaram a lugar nenhum. O filme podia ter só os 3 protagonistas. Reparem que durante os créditos eles utilizam muitas cenas (não sei se deletadas ou feitas especialmente para isso) que poderiam muito bem estar inclusas na montagem.
Treze Minutos ou Perto Disso
3.6 76Excelente. Geralmente curtas com temática gay são chatíssimos (sempre com os velhos clichês de amor impossível, final trágico, blá, blá, blá). Esse foi surpreendente. Bem simples, meio surreal
(para quem diz que nunca sentiu atração por homens, o cara até que tinha um discurso bem prontinho...),
Café com Leite
3.5 364QUASE. Outra produção nacional que quase chegou lá. Parece que é uma praga de madrinha sobre os filmes brasileiros: quando acertam o roteiro, os atores são uma desgraça; quando os atores funcionam, o roteiro é um fracasso. Nesse caso, o roteiro até que é bom (vejo algumas semelhanças com Shelter), embora um pouco vago, mas os atores parecem estar fazendo uma peça de teatro da escola. Ainda assim, é muito legal ver a efervecência criativa dos brasileiros. Está cheio de argumentos fantásticos por aí, o que está faltando é uma produção mais profissional.
Castelos de Papel
3.0 17Hein? Filme fraquinho, a história começa do nada e chega a lugar nenhum.
Os 3
3.4 561QUASE. É a melhor palavra que posso encontrar para definir esse filme: ele quase chegou lá. É claramente inspirado em Três formas de amar, o que não chega a ser um problema, já que filmes sobre triângulos amorosos tendem a se copiar. O filme apresenta uma série de problemas técnicos: parte dos diálogos fica quase inaudível (o áudio dos filmes nacionais ainda precisa evoluir muito); a iluminação deixa a desejar (os brasileiros ainda acham que toda cena noturna tem de ser filmada realmente no escuro...); faltou uma trilha sonora à altura e a fotografia também deixou a desejar (a foto da capa é linda, mas a fotografia como um todo não mantém esse padrão estético); o argumento não é original, mas o roteiro tentou acrescentar certa criatividade, com o negócio de
um triângulo amoroso platônico que finge ser um triângulo amoroso de verdade, quando todo mundo gostaria que de fato fosse.
tiveram de acelerar a história e com isso sacrificaram a coisa mais fundamental numa história sobre um triângulo amoroso: a construção do clima. Ora, ninguém se atira numa relação dessas assim, do nada! Uma coisa é fazer uma farra de uma noite, outra bem diferente é viver um amor a três. Faltou um pouco de sensualidade, de lascívia, de desejo.
eles terem se conhecido no banheiro, o banho na caixa d'água, os diálogos na escada. O negócio do site de vendas foi ridículo, simplesmente não convence.
Big Bang: A Teoria (6ª Temporada)
4.4 384 Assista AgoraÉ a única sitcom que eu assisto, e é simplesmente fantástica. O elenco todo é fabuloso, mas Jim Parsons e Simon Helberg são impagáveis. Essa temporada teve uns episódios fraquinhos, mas o episódio sobre o Professor Próton é de morrer de rir! Atualmente é o programa não-esportivo mais assistido nos EUA, com audiência recorde nessa 6ª temporada. Quem acredita que Jim Parsons completou 40 anos!!! Destaque também para as atuações de Kaley Cuoco e Mayim Bialik, cada vez melhores. Sabem o que eu adoraria ver? Um encontro de Jim Parsons e Hugh Laurie, dois titãs da TV americana...
Dr. House (8ª Temporada)
4.4 436 Assista AgoraAinda é a minha série preferida, mas deixou muito a desejar. Para nós, que somos fãs, as séries parecem apenas entretenimento, mas a gente acaba esquecendo que elas são, antes de tudo, um negócio milionário nos Estados Unidos. Isso faz toda a diferença, porque as séries precisam ficar no ar enquanto forem lucrativas. É justamente por isso que quase todas as grandes séries já produzidas acabaram se prolongando além do que seria artisticamente necessário. House poderia ter acabado em grande estilo 2 ou 3 anos antes, ao invés de se tornar quase (e eu disse quase) decadente. Chega um ponto em que, para dar seguimento à história, sem deixar perder o ritmo, os roteiristas se obrigam a criar situações cada vez mais bizarras, cada vez menos verossímeis - e isso prejudica a identidade da história e dos personagens, sem falar que torna cada vez difícil criar um fim decente, que amarre todas essas pontas. As últimas temporadas já começavam a apresentar sinais de desgaste, repletas de situações exageradas, que acabaram saindo do surpreendente e caindo no caricato. Tenho a impressão de que
a subsituição da equipe original foi precipitada.
entra-e-sai de médicos, um constante contrata-demite
(como deduzir o conteúdo dos sonhos eróticos de sua equipe)
o que aconteceu com a Cuddy (uma das personagens principais da série e que foi simplesmente ignorada na 8ª temporada); forçaram a barra com as alucinações do House, vendo o Kutner (com quem ele nem tinha uma relação tão intensa) e a Amber (de novo!) e, no entanto, a Cuddy ele não viu!; não explicaram quem era, afinal de contas, o pai biológico dele (uma das bizarrices da série); não resolveram a tensão sexual (outra bizarrice) entre o Chase e a Parker; não explicaram o papel da Adams; não exploraram o vazio interior do Foreman. O House ter forjado a própria morte foi uma boa ideia, mas não explicaram como ele fez isso ("troquei os registros dentários..."). Até na trilha sonora foram relapsos.
ao invés de forjar a própria morte, o House deveria simplesmente pedir demissão, passar os últimos meses com o Wilson, na esperança de que alguma coisa fosse mudar. Depois fariam o enterro do Wilson, com o House observando à distância e voltando para sua "miserable life", trabalhando em outro hospital, morando em outro apartamento, mas igualmente atormentado e solitário (people don't change). O Foreman seria o diretor do hospital, mas com uma vida pessoal nula (nova Cuddy); o Chase seria o chefe do departamento, mas não teria se recuperado totalmente da paralisia e precisaria de bengala (novo House). E finalmente mostraria os minutos finais da vida do próprio House, morrendo sozinho, em busca de uma verdade que ninguém jamais será capaz de alcançar.