Uma dica valiosa para quem faz download via torrent, na tentativa de baixar o primeiro filme "Twin peaks - os últimos dias de Laura Palmer" eu baixei esse porque quando pesquisei, o primeiro torrent no piratebay era desse filme, ou seja uparam com o nome errado. Então, cuidado para não confundir o que você viu.
Não é fiel as formalidades e nem as personalidades dos personagens do universo da HQ, mas se você não se importar muito com isso, verá o que talvez seja o filme mais engraçado desse ano com um humor cheio de boas referências à cultura pop. Frenético do início ao fim (por horas demais), o filme mostra um Batman mais egoísta e solitário, ao mesmo tempo que explora de forma satírica a relação de dependência entre heróis e vilões
Apesar da narrativa às vezes ficar presa demais a nostalgia com o uso exagerado de referências ao primeiro filme e de alguns vícios visuais cansativos da direção (colagem e cgi sem necessidade), T2 tem momentos ora engraçados, ora impactantes sobre passagem do tempo, família, vício e amizade. Uma atualização madura, mas não menos pessimista ao "Choose Life", mostrando as mudanças de realidade, ou a falta delas que remetem a mesma sensação de vazio do primeiro filme.
Spud, Begbie, Renton e Sickboy são melhores aprofundados aqui, principalmente Spud que ganha uma importância muito maior nessa sequência. De certo não é icônico e impactante como o primeiro, confesso que não mexeu muito comigo mas é um desfecho eficiente
Pontos positivos: - todo o universo das amazonas e a ilha paraíso - o romance convence e é bem acima da média dentre os filmes de heróis - a história da origem da mulher maravilha é possivelmente a mais interessante das recém contadas no cinema entre os filmes da Marvel e dc - os choques de cultura de uma amazona inserida no mundo moderno que passa pela primeira guerra mundial garantem algum dos melhores momentos do filme
- o equilíbrio entre uma personagem forte, mas que ainda é pura e inocente é muito acertado
Pontos negativos: - praticamente todas as cenas de ação, o cgi destoa do resto do filme nelas, fica com aquela estética irritante de vídeo game herdada dos filmes do Snyder - Personagens secundários e vilões pouco memoráveis - Antes do clímax o filme fica um pouco repetitivo, com Diana entrando seguidamente em conflitos iguais.
Mulher Maravilha não chega a ser excelente mas é sim muito bom, é a esperança de dias melhores para a Dc e para blockbusters com mulheres no centro da ação.
Sequência que torna o universo de John Wick ainda mais interessante com novos personagens, os códigos morais desse mundo e assassinos profissionais que perambulam por toda Nova York. Muito neon, sequências de ações bem coreografadas e cena da invasão à boate, com os truques de câmera e espelho, é uma das melhores coisas no cinema esse ano.
Não com frequência encontramos bons exemplos de filmes de terror com um comentário social por trás, ou como é aqui, no primeiro plano da trama. “Corra!” mescla muito bem seu humor satírico com a tensão do horror surreal do filme.
A forma de abordar o racismo sai do lugar comum do preconceito explícito e se choca com o preconceito enraizado de pessoas que se apresentam como progressistas. Através dessas sugestões de tensão e desconforto muito palpável de como é, por exemplo, ser o único negro em um ambiente de pessoas brancas que o filme acha espaço para um humor cheio de nervosismo. Uma cena que representa bem essa tensão racial sugerida é quando vemos uma viatura chegar e há uma espera nervosa por não sabermos se devemos temer pelo protagonista.
O diretor segura bem as expectativas e deixa o público fomentar teorias sobre o mistério do filme e ainda assim conseguimos ser surpreendidos em algum grau. Quando finalmente “Corra!” abraça o terror, mantém a qualidade, com mortes criativas e alguns planos sinistros. Porém, é preciso fazer uma ressalva aqui, tenho a sensação de que esse momento é muito efêmero, ficamos aguardando ele chegar e quando vem à impressão final é que ele foi bem breve.
Daniel Kaluuya e Allisson Williams têm duas ótimas atuações, LilRel Howery (Rod) é o alívio cômico que funciona na maior parte das cenas, mas em outras nem tanto.
Um thriller psicológico que bebe da fonte dos clássicos noir. Simplesmente excelente, aumentou minha convicção de que Verhoeven é muito subestimado. Todas as cenas em que Michael Douglas e Sharon Stone contracenam são uma pérola. As provocações, a tensão sexual e os jogos mentais entre dois personagens desequilibrados são hipnóticos. Guiam muito bem um suspense que, em sua primeira hora, não apresenta hipóteses sobre outros suspeitos e nem por isso deixa de ser menos envolvente. O mistério é gradual e crescente, construído muito bem com o auxílio da boa trilha sonora e da ótima direção de fotografia.
Num filme irregular, Zemeckis tem como grande mérito trazer elementos de Hitchcock para seu thriller de forma satisfatória. O primeiro ato, por exemplo, tem influência clara de Janela Indiscreta, depois o filme muda para um tom que me fez recordar de Rebecca do mestre do suspense. Se o diretor acerta em criar uma atmosfera de tensão e voyeurismo nos dois primeiros atos, infelizmente ele acaba pecando em exageros.
Algumas cenas são grandes micos,como a que Ford bate a cabeça, ou a que ele é arrastado para o mar pela sua ex amante morta. E essas, infelizmente, não são as únicas cenas que ficamos com uma certa vergonha alheia. Outras situações do roteiro são difíceis de levar a sério como fato de Claire não desconfiar do seu marido assim que descobre do seu caso extraconjugal, ou por exemplo, a esposa de seu vizinho utilizando uma desculpa bem esfarrapada para justificar sua histeria no início do filme. Uma visível maneira mal trabalhada de justificar o mistério abordado inicialmente que envolve o casal de vizinhos.
A exagerada extensão do final e o caminho óbvio que o filme indica tomar o tornam um tanto desinteressante a partir do terceiro ato e isso também o prejudica.
Apesar de todos os problemas, eu gosto muito de como os personagens são trabalhados, a esposa que se priva de sua individualidade mentindo para si mesma que está satisfeita no casamento, o marido obcecado com o trabalho e que odeia se sentir na sombra do pai são situações bem reais. O fato de desconfiarmos até certo ponto da sanidade de Michelle Pfeiffer é outro ponto a se destacar na trama. Além disso, o trabalho dos protagonistas é excelente, é interessante como o casal demonstra química na cena que abre o filme e conforme a trama se desenrola, o desempenho de ambos só cresce, principalmente de Michelle que consegue transmitir os sentimentos mais diversos em sua performance.
Toda a direção de fotografia e a trilha sonora também bebem de uma fonte Hitchcockiana. O uso dos espelhos para criar cenas de suspense e a trilha "clássica" fazem parte dessa influência visível. É difícil não terminar o filme com um sabor amargo porque é justamente no final em que ele se perde, mas consegui pesar alguns pontos positivos, principalmente técnicos. Um filme que dificilmente agradará muito alguém, porém é corajoso e com um punhado de qualidades.
A constante mudança de gêneros, do drama sobre luto e perda, ao suspense fúnebre, funciona bem. Assayas consegue criar o clima de mistério através de sugestão sutis e nos manter em constante dúvida sobre o que vemos. Um filme angustiante e envolvente, o final me derrubou. Quanto a Kristen Stewart... Nunca critiquei, quem criticou será cobrado
Homens comuns sendo tentados pelo dinheiro até o extremo, diversas situações que nos colocamos na pele dos personagens, nos perguntando sobre o que faríamos diante de cada empecilho. Os personagens são densos todos com camadas bem trabalhadas (conflitos familiares, vícios, diferenças veladas e etc). O pano de fundo do lugar pacato e interioriano contrasta com a maldade de suas ações, e o clima gelado; inóspito; agrega muito em atmosfera, ajudando a reforçar a tentação por uma outra realidade. Gosto do certo humor tragicómico que aparecem como obstáculos no caminho dos personagens, pra mim funciona bem aqui. Em suma, excelente filme, talvez até o melhor de Sam Raimi.
Tem algumas resoluções fáceis e bobas demais, mas é um filme rico em atmosfera e é esteticamente cativante. Os personagens e algumas cenas me ganharam, porém é um longa repleto de problemas claros.
Quem me conhece sabe que tenho um fraco por filmes teen e que tratam desse universo particular do ensino médio, se a grande maioria é formada por filmes esquecíveis, às vezes me deparo com alguns que justificam meu gosto. Quase 18 é o melhor que vi em um bom tempo. Se o filme não traz algo novo ao gênero ele recompensa sendo essencialmente cativante e genuinamente engraçado. A protagonista é a jovem insegura quanto a sua aparência e impopular, lidando com a ansiedade de iniciar a vida sexual e com os problemas decorrentes da ausência dos pais. Não é difícil de se relacionar com seus dramas e dos outros personagens que passam por outros problemas típicos da idade. O filme capta bem a essência da adolescência, desde a super dramatização de pequenas coisas e a sensação de insegurança quanto à vida adulta. Um filme bem editado, ágil, divertido e com Hailee Steinfeld se destacando muito no elenco.
Assisti com as expectativas lá em baixo, não esperava nada do novo filme de Robert Zemeckis por já ter ouvido bastante coisa negativa sobre, acabei surpreendido positivamente.
O filme é dividido em dois atos. O primeiro por horas é vagaroso demais e em e outros momentos muito apressado, porém tem uma série de bons momentos (sim, estou pensando na cena de sexo no carro e na matança que fecha essa primeira parte). Além disso, Cotillard consegue nos manter interessado, apesar do brad pitt estar numa pose blasé e parecer sempre meio desinteressado.
É no segundo ato que o filme me ganhou, além de inicialmente imprevisível tem um clima bom de desconfiança e mistério que é muito bem sugerido através do trabalho de câmera. A partir daí, o filme começa a fluir e pitt também melhora, de forma que, até consigo ignorar a carta piegas que estende o final desnecessariamente.
Um filme apático que não empolga em momento algum e nem justifica suas duas horas de duração. Não acho que seja de todo ruim, mas parece que Affleck busca vários rumos e chega a lugar nenhum.
A atmosfera de tensão é criada desde o princípio quando Kevin realiza o sequestro, aqui algumas das ferramentas desse suspense já são bem apresentadas, como a câmera subjetiva e as cenas claustrofóbicas em pequenos espaços. Com uma trama mais expositiva e direta, shyamalan aposta na sua habilidade de criar tensão nos momentos certos e na força das atuações de James McAvoy e Anya Taylor-Joy para envolver o público num clima instigante. McAvoy realmente brilha aqui, as nuances das suas personalidades são bem reais e em alguns momentos conseguimos até rir com suas diferentes personalidades. O que ajuda a dar ênfase na intenção do diretor de termos empatia ao personagem, que também é vítima de seu transtorno. Se os melhores flashback ajudam a trazer a questão das consequências dos traumas em seus protagonistas, os piores quebram o ritmo do filme, mas tudo termina com um saldo muito positivo quando a surpresa
"Western" futurista que se passa em Marte com a pegada dos filmes de ação dos anos 80, tendo no elenco ice cube, pam grier e Jason statham, tudo isso acompanhado da trilha sonora do Anthrax. Simplesmente surreal, não há como descrever melhor. Em temática é como se fosse a fusão de vampiros e assalto à 13 DP do diretor. Alguns recursos visuais me incomodaram um pouco, mas pra quem gosta de cinema B, scify e filmes de ação dos anos 80 é um prato cheio.
Abel ferrara aqui revisita os temas favoritos de sua filmografia: a culpa, os vícios, o desejo de mudança e a redenção que não vem. Entristece que o trabalho desse mestre do cinema seja tão subestimado, aqui temos mais uma pérola dele pouco reconhecida. A mente embaralhada e os pesadelos do protagonista ditam a narrativa de forma angustiante, o plot twist é inteligente e eleva toda a aflição do drama. Matthew Modine e Dennis Hopper estão muito bem no filme.
Filme parcialmente injustiçado pelo público, talvez porque não segue a cartilha de drama de guerra que esperam, Guerra ao terror fica mais próximo de um suspense por ser um filme incrivelmente tenso e atmosférico. A diretora nos coloca no olho da guerra desde o princípio, fazendo o público esperar pelo pior sempre, assim como seus protagonistas. Esse exercício de temor constante é aumentado com os takes longos da direção e ampliados pela excelente montagem.
Em essência, é um trabalho acerca do impacto da guerra em cada indivíduo, sem glorificar e nem vilanizar seus personagens, a obra explora como cada um é afetado pelo ambiente da guerra, tendo como trunfo o interessante personagem de Jeremy Renner (muito bem no filme), que acaba "se viciando" na adrenalina do combate, vale ressaltar que ele poderia ter caído na caricatura de soldado frio e irrealista que já vimos muitas vezes, mas existe um cuidado para que esse personagem seja humano, dando a devida atenção para o drama pessoal do protagonista que já não consegue se adaptar com o mundo fora da zona de combate.
Ao contrário do que falam o filme não tem nada de americanista e nem glorifica a guerra, isso não passa de uma análise rasa de quem chegou a essa conclusão porque o filme é americano. Pelo amor de Deus, o filme mostra a situação caótica que o Iraque está sob controle militar americano e os soldados lá se tornando mentalmente e emocionalmente instáveis graças a uma guerra mesquinha...assistam de novo para não passar vergonha.
As alegorias e a elegância de ford funcionam e a maneira com que a trama é desenhada torna a atmosfera de mistério envolvente, mas acaba desequilibrando as narrativas e a tensão criada se esvai com o tempo. Todo elenco está muito bem, mas me parece que Amy Adams poderia ter sido melhor aproveitada e até aprofundada.
A melancolia e a tristeza transbordam de Casey Affleck invadindo a cinematografia e o ambiente em torno do personagem, Manchester By the Sea é um natural e profundo trabalho sobre perda, lidar(ou não) com o passado e a dificuldade de ter que seguir em frente quando você ficou para trás, sem redenções e sem a cura rápida no outro, um estudo de comportamento real e doloroso.
Um dos filmes mais ricos em entretenimento relacionado à WWII, A espiã é quase uma aventura que prende quem vê desde seu início, sem deixar de ser um estudo sobre o comportamento humano durante a guerra e o ódio revanchista do pós guerra. O filme desconstrói os heróis e vilões de uma guerra, explorando a covardia do lado nazista e dos holandeses. A narrativa tem o erotismo típico dos filmes de Verhoeven e também o ar tradicional dos filmes sobre segunda guerra mundial da Hollywood Golden Age.
Maravilhoso, um filme muito forte. A maneira que o De Palma traz características dos seus thrillers pra um drama de Guerra é brilhante. J Fox me deixou positivamente surpreso, se saiu muito bem saindo de sua zona de conforto.
Nesse filme de guerra gospel, Mel Gibson cria seu super herói americano, uma mistura de Jesus Cristo e herói de HQ que tem sua crença de não violência testada quando precisa proteger seu amado país.
O filme trata desse conflito interno do protagonista nos lembrando o tempo todo de como esse homem é perfeito, usando uma série de enlatados de Hollywood que incluem um romance brega para tentar nos fazer ter simpatia com o protagonista e uma cena apelativa em um tribunal. No geral, é uma biopic que, simplesmente, não dá pra crer que nada ali ocorreu.
Bom, as cenas de guerra são realmente um espetáculo visual e são de fato horrorizantes, mas Gibson não parece achar o tom para elas. Em alguns momentos parecem se tratar de um relato antibelicista, mas em outros parece servir apenas para testar os limites da crença desse herói e vilanizar o inimigo que é sub-humano no filme. Parece que a guerra, no filme, é horrorosa só quando o atingido é americano.
O ufanismo imbecil chega aos céus quando vemos dezenas de japoneses sendo aniquilados sob uma trilha sonora triunfal, antes disso, claro, nosso herói abençoa seu time com uma oração para realizar a matança.
Andrew Garfield no geral está bem, mas me pergunto, por que diabos ele parece imitar o Forrest Gump no primeiro ato?
Twin Peaks: O Mistério
4.0 45Uma dica valiosa para quem faz download via torrent, na tentativa de baixar o primeiro filme "Twin peaks - os últimos dias de Laura Palmer" eu baixei esse porque quando pesquisei, o primeiro torrent no piratebay era desse filme, ou seja uparam com o nome errado. Então, cuidado para não confundir o que você viu.
LEGO Batman: O Filme
3.9 383 Assista AgoraNão é fiel as formalidades e nem as personalidades dos personagens do universo da HQ, mas se você não se importar muito com isso, verá o que talvez seja o filme mais engraçado desse ano com um humor cheio de boas referências à cultura pop.
Frenético do início ao fim (por horas demais), o filme mostra um Batman mais egoísta e solitário, ao mesmo tempo que explora de forma satírica a relação de dependência entre heróis e vilões
T2: Trainspotting
4.0 695 Assista AgoraApesar da narrativa às vezes ficar presa demais a nostalgia com o uso exagerado de referências ao primeiro filme e de alguns vícios visuais cansativos da direção (colagem e cgi sem necessidade), T2 tem momentos ora engraçados, ora impactantes sobre passagem do tempo, família, vício e amizade.
Uma atualização madura, mas não menos pessimista ao "Choose Life", mostrando as mudanças de realidade, ou a falta delas que remetem a mesma sensação de vazio do primeiro filme.
Spud, Begbie, Renton e Sickboy são melhores aprofundados aqui, principalmente Spud que ganha uma importância muito maior nessa sequência.
De certo não é icônico e impactante como o primeiro, confesso que não mexeu muito comigo mas é um desfecho eficiente
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraPontos positivos: - todo o universo das amazonas e a ilha paraíso
- o romance convence e é bem acima da média dentre os filmes de heróis
- a história da origem da mulher maravilha é possivelmente a mais interessante das recém contadas no cinema entre os filmes da Marvel e dc - os choques de cultura de uma amazona inserida no mundo moderno que passa pela primeira guerra mundial garantem algum dos melhores momentos do filme
- o equilíbrio entre uma personagem forte, mas que ainda é pura e inocente é muito acertado
Pontos negativos: - praticamente todas as cenas de ação, o cgi destoa do resto do filme nelas, fica com aquela estética irritante de vídeo game herdada dos filmes do Snyder
- Personagens secundários e vilões pouco memoráveis
- Antes do clímax o filme fica um pouco repetitivo, com Diana entrando seguidamente em conflitos iguais.
Mulher Maravilha não chega a ser excelente mas é sim muito bom, é a esperança de dias melhores para a Dc e para blockbusters com mulheres no centro da ação.
John Wick: Um Novo Dia Para Matar
3.9 1,1K Assista AgoraSequência que torna o universo de John Wick ainda mais interessante com novos personagens, os códigos morais desse mundo e assassinos profissionais que perambulam por toda Nova York.
Muito neon, sequências de ações bem coreografadas e cena da invasão à boate, com os truques de câmera e espelho, é uma das melhores coisas no cinema esse ano.
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraNão com frequência encontramos bons exemplos de filmes de terror com um comentário social por trás, ou como é aqui, no primeiro plano da trama. “Corra!” mescla muito bem seu humor satírico com a tensão do horror surreal do filme.
A forma de abordar o racismo sai do lugar comum do preconceito explícito e se choca com o preconceito enraizado de pessoas que se apresentam como progressistas. Através dessas sugestões de tensão e desconforto muito palpável de como é, por exemplo, ser o único negro em um ambiente de pessoas brancas que o filme acha espaço para um humor cheio de nervosismo. Uma cena que representa bem essa tensão racial sugerida é quando vemos uma viatura chegar e há uma espera nervosa por não sabermos se devemos temer pelo protagonista.
O diretor segura bem as expectativas e deixa o público fomentar teorias sobre o mistério do filme e ainda assim conseguimos ser surpreendidos em algum grau. Quando finalmente “Corra!” abraça o terror, mantém a qualidade, com mortes criativas e alguns planos sinistros. Porém, é preciso fazer uma ressalva aqui, tenho a sensação de que esse momento é muito efêmero, ficamos aguardando ele chegar e quando vem à impressão final é que ele foi bem breve.
Daniel Kaluuya e Allisson Williams têm duas ótimas atuações, LilRel Howery (Rod) é o alívio cômico que funciona na maior parte das cenas, mas em outras nem tanto.
Instinto Selvagem
3.6 551 Assista AgoraUm thriller psicológico que bebe da fonte dos clássicos noir. Simplesmente excelente, aumentou minha convicção de que Verhoeven é muito subestimado.
Todas as cenas em que Michael Douglas e Sharon Stone contracenam são uma pérola. As provocações, a tensão sexual e os jogos mentais entre dois personagens desequilibrados são hipnóticos. Guiam muito bem um suspense que, em sua primeira hora, não apresenta hipóteses sobre outros suspeitos e nem por isso deixa de ser menos envolvente. O mistério é gradual e crescente, construído muito bem com o auxílio da boa trilha sonora e da ótima direção de fotografia.
Revelação
3.4 332 Assista AgoraNum filme irregular, Zemeckis tem como grande mérito trazer elementos de Hitchcock para seu thriller de forma satisfatória. O primeiro ato, por exemplo, tem influência clara de Janela Indiscreta, depois o filme muda para um tom que me fez recordar de Rebecca do mestre do suspense. Se o diretor acerta em criar uma atmosfera de tensão e voyeurismo nos dois primeiros atos, infelizmente ele acaba pecando em exageros.
Algumas cenas são grandes micos,como a que Ford bate a cabeça, ou a que ele é arrastado para o mar pela sua ex amante morta. E essas, infelizmente, não são as únicas cenas que ficamos com uma certa vergonha alheia. Outras situações do roteiro são difíceis de levar a sério como fato de Claire não desconfiar do seu marido assim que descobre do seu caso extraconjugal, ou por exemplo, a esposa de seu vizinho utilizando uma desculpa bem esfarrapada para justificar sua histeria no início do filme. Uma visível maneira mal trabalhada de justificar o mistério abordado inicialmente que envolve o casal de vizinhos.
A exagerada extensão do final e o caminho óbvio que o filme indica tomar o tornam um tanto desinteressante a partir do terceiro ato e isso também o prejudica.
Apesar de todos os problemas, eu gosto muito de como os personagens são trabalhados, a esposa que se priva de sua individualidade mentindo para si mesma que está satisfeita no casamento, o marido obcecado com o trabalho e que odeia se sentir na sombra do pai são situações bem reais. O fato de desconfiarmos até certo ponto da sanidade de Michelle Pfeiffer é outro ponto a se destacar na trama. Além disso, o trabalho dos protagonistas é excelente, é interessante como o casal demonstra química na cena que abre o filme e conforme a trama se desenrola, o desempenho de ambos só cresce, principalmente de Michelle que consegue transmitir os sentimentos mais diversos em sua performance.
Toda a direção de fotografia e a trilha sonora também bebem de uma fonte Hitchcockiana. O uso dos espelhos para criar cenas de suspense e a trilha "clássica" fazem parte dessa influência visível. É difícil não terminar o filme com um sabor amargo porque é justamente no final em que ele se perde, mas consegui pesar alguns pontos positivos, principalmente técnicos. Um filme que dificilmente agradará muito alguém, porém é corajoso e com um punhado de qualidades.
Personal Shopper
3.1 384 Assista AgoraA constante mudança de gêneros, do drama sobre luto e perda, ao suspense fúnebre, funciona bem. Assayas consegue criar o clima de mistério através de sugestão sutis e nos manter em constante dúvida sobre o que vemos.
Um filme angustiante e envolvente, o final me derrubou.
Quanto a Kristen Stewart... Nunca critiquei, quem criticou será cobrado
Um Plano Simples
3.8 92Homens comuns sendo tentados pelo dinheiro até o extremo, diversas situações que nos colocamos na pele dos personagens, nos perguntando sobre o que faríamos diante de cada empecilho. Os personagens são densos todos com camadas bem trabalhadas (conflitos familiares, vícios, diferenças veladas e etc). O pano de fundo do lugar pacato e interioriano contrasta com a maldade de suas ações, e o clima gelado; inóspito; agrega muito em atmosfera, ajudando a reforçar a tentação por uma outra realidade. Gosto do certo humor tragicómico que aparecem como obstáculos no caminho dos personagens, pra mim funciona bem aqui. Em suma, excelente filme, talvez até o melhor de Sam Raimi.
Quando Chega A Escuridão
3.3 132Tem algumas resoluções fáceis e bobas demais, mas é um filme rico em atmosfera e é esteticamente cativante. Os personagens e algumas cenas me ganharam, porém é um longa repleto de problemas claros.
Quase 18
3.7 605 Assista AgoraQuem me conhece sabe que tenho um fraco por filmes teen e que tratam desse universo particular do ensino médio, se a grande maioria é formada por filmes esquecíveis, às vezes me deparo com alguns que justificam meu gosto.
Quase 18 é o melhor que vi em um bom tempo. Se o filme não traz algo novo ao gênero ele recompensa sendo essencialmente cativante e genuinamente engraçado.
A protagonista é a jovem insegura quanto a sua aparência e impopular, lidando com a ansiedade de iniciar a vida sexual e com os problemas decorrentes da ausência dos pais. Não é difícil de se relacionar com seus dramas e dos outros personagens que passam por outros problemas típicos da idade.
O filme capta bem a essência da adolescência, desde a super dramatização de pequenas coisas e a sensação de insegurança quanto à vida adulta.
Um filme bem editado, ágil, divertido e com Hailee Steinfeld se destacando muito no elenco.
Aliados
3.5 452 Assista AgoraAssisti com as expectativas lá em baixo, não esperava nada do novo filme de Robert Zemeckis por já ter ouvido bastante coisa negativa sobre, acabei surpreendido positivamente.
O filme é dividido em dois atos. O primeiro por horas é vagaroso demais e em e outros momentos muito apressado, porém tem uma série de bons momentos (sim, estou pensando na cena de sexo no carro e na matança que fecha essa primeira parte). Além disso, Cotillard consegue nos manter interessado, apesar do brad pitt estar numa pose blasé e parecer sempre meio desinteressado.
É no segundo ato que o filme me ganhou, além de inicialmente imprevisível tem um clima bom de desconfiança e mistério que é muito bem sugerido através do trabalho de câmera. A partir daí, o filme começa a fluir e pitt também melhora, de forma que, até consigo ignorar a carta piegas que estende o final desnecessariamente.
A Lei da Noite
3.2 208 Assista AgoraUm filme apático que não empolga em momento algum e nem justifica suas duas horas de duração. Não acho que seja de todo ruim, mas parece que Affleck busca vários rumos e chega a lugar nenhum.
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraA atmosfera de tensão é criada desde o princípio quando Kevin realiza o sequestro, aqui algumas das ferramentas desse suspense já são bem apresentadas, como a câmera subjetiva e as cenas claustrofóbicas em pequenos espaços. Com uma trama mais expositiva e direta, shyamalan aposta na sua habilidade de criar tensão nos momentos certos e na força das atuações de James McAvoy e Anya Taylor-Joy para envolver o público num clima instigante. McAvoy realmente brilha aqui, as nuances das suas personalidades são bem reais e em alguns momentos conseguimos até rir com suas diferentes personalidades. O que ajuda a dar ênfase na intenção do diretor de termos empatia ao personagem, que também é vítima de seu transtorno.
Se os melhores flashback ajudam a trazer a questão das consequências dos traumas em seus protagonistas, os piores quebram o ritmo do filme, mas tudo termina com um saldo muito positivo quando a surpresa
de que estamos diante de uma sequência de Corpo fechado é revelada.
Fantasmas de Marte
2.3 164 Assista Agora"Western" futurista que se passa em Marte com a pegada dos filmes de ação dos anos 80, tendo no elenco ice cube, pam grier e Jason statham, tudo isso acompanhado da trilha sonora do Anthrax. Simplesmente surreal, não há como descrever melhor.
Em temática é como se fosse a fusão de vampiros e assalto à 13 DP do diretor. Alguns recursos visuais me incomodaram um pouco, mas pra quem gosta de cinema B, scify e filmes de ação dos anos 80 é um prato cheio.
Blackout
3.7 16Abel ferrara aqui revisita os temas favoritos de sua filmografia: a culpa, os vícios, o desejo de mudança e a redenção que não vem. Entristece que o trabalho desse mestre do cinema seja tão subestimado, aqui temos mais uma pérola dele pouco reconhecida.
A mente embaralhada e os pesadelos do protagonista ditam a narrativa de forma angustiante, o plot twist é inteligente e eleva toda a aflição do drama. Matthew Modine e Dennis Hopper estão muito bem no filme.
Guerra ao Terror
3.5 1,4K Assista AgoraFilme parcialmente injustiçado pelo público, talvez porque não segue a cartilha de drama de guerra que esperam, Guerra ao terror fica mais próximo de um suspense por ser um filme incrivelmente tenso e atmosférico. A diretora nos coloca no olho da guerra desde o princípio, fazendo o público esperar pelo pior sempre, assim como seus protagonistas. Esse exercício de temor constante é aumentado com os takes longos da direção e ampliados pela excelente montagem.
Em essência, é um trabalho acerca do impacto da guerra em cada indivíduo, sem glorificar e nem vilanizar seus personagens, a obra explora como cada um é afetado pelo ambiente da guerra, tendo como trunfo o interessante personagem de Jeremy Renner (muito bem no filme), que acaba "se viciando" na adrenalina do combate, vale ressaltar que ele poderia ter caído na caricatura de soldado frio e irrealista que já vimos muitas vezes, mas existe um cuidado para que esse personagem seja humano, dando a devida atenção para o drama pessoal do protagonista que já não consegue se adaptar com o mundo fora da zona de combate.
Ao contrário do que falam o filme não tem nada de americanista e nem glorifica a guerra, isso não passa de uma análise rasa de quem chegou a essa conclusão porque o filme é americano. Pelo amor de Deus, o filme mostra a situação caótica que o Iraque está sob controle militar americano e os soldados lá se tornando mentalmente e emocionalmente instáveis graças a uma guerra mesquinha...assistam de novo para não passar vergonha.
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraAs alegorias e a elegância de ford funcionam e a maneira com que a trama é desenhada torna a atmosfera de mistério envolvente, mas acaba desequilibrando as narrativas e a tensão criada se esvai com o tempo. Todo elenco está muito bem, mas me parece que Amy Adams poderia ter sido melhor aproveitada e até aprofundada.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraA melancolia e a tristeza transbordam de Casey Affleck invadindo a cinematografia e o ambiente em torno do personagem, Manchester By the Sea é um natural e profundo trabalho sobre perda, lidar(ou não) com o passado e a dificuldade de ter que seguir em frente quando você ficou para trás, sem redenções e sem a cura rápida no outro, um estudo de comportamento real e doloroso.
A Espiã
4.0 212 Assista AgoraUm dos filmes mais ricos em entretenimento relacionado à WWII, A espiã é quase uma aventura que prende quem vê desde seu início, sem deixar de ser um estudo sobre o comportamento humano durante a guerra e o ódio revanchista do pós guerra. O filme desconstrói os heróis e vilões de uma guerra, explorando a covardia do lado nazista e dos holandeses. A narrativa tem o erotismo típico dos filmes de Verhoeven e também o ar tradicional dos filmes sobre segunda guerra mundial da Hollywood Golden Age.
Pecados de Guerra
3.8 154 Assista AgoraMaravilhoso, um filme muito forte. A maneira que o De Palma traz características dos seus thrillers pra um drama de Guerra é brilhante.
J Fox me deixou positivamente surpreso, se saiu muito bem saindo de sua zona de conforto.
O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger
3.4 393 Assista AgoraMuita coisa envelheceu mal, mas a maneira que Wes Craven interage com o próprio universo e o reinventa dentro dele é brilhante demais.
Até o Último Homem
4.2 2,0K Assista AgoraNesse filme de guerra gospel, Mel Gibson cria seu super herói americano, uma mistura de Jesus Cristo e herói de HQ que tem sua crença de não violência testada quando precisa proteger seu amado país.
O filme trata desse conflito interno do protagonista nos lembrando o tempo todo de como esse homem é perfeito, usando uma série de enlatados de Hollywood que incluem um romance brega para tentar nos fazer ter simpatia com o protagonista e uma cena apelativa em um tribunal. No geral, é uma biopic que, simplesmente, não dá pra crer que nada ali ocorreu.
Bom, as cenas de guerra são realmente um espetáculo visual e são de fato horrorizantes, mas Gibson não parece achar o tom para elas. Em alguns momentos parecem se tratar de um relato antibelicista, mas em outros parece servir apenas para testar os limites da crença desse herói e vilanizar o inimigo que é sub-humano no filme. Parece que a guerra, no filme, é horrorosa só quando o atingido é americano.
O ufanismo imbecil chega aos céus quando vemos dezenas de japoneses sendo aniquilados sob uma trilha sonora triunfal, antes disso, claro, nosso herói abençoa seu time com uma oração para realizar a matança.
Andrew Garfield no geral está bem, mas me pergunto, por que diabos ele parece imitar o Forrest Gump no primeiro ato?