Comecei a ver despretensiosamente no Netflix guiado apenas pelo fato de gostar muito da Sheryl Lee, minha eterna Laura Palmer, que está muito bem no filme. Felizmente, acabei gostando bem mais do que esperava. Que filme subestimado! Inclusive foi o único filme do diretor cujo a carreira não engatou apesar desse bom início, claro que o longa tem problemas, talvez ele sofra com algumas resoluções fáceis, uma trilha sonora mais do que comum e cenas pouco imaginativas, mas é um drama com dois protagonistas muito bem escritos e complexos. Além disso, trata sobre tantra, abuso, relacionamento e auto conhecimento com um domínio muito interessante, o didatismo do filme sobre esses temas é bastante benéfico e torna tudo mais envolvente, afinal o tantra ainda é algo distante do imaginário popular. Recomendo pra qualquer pessoa que se interesse por algum desses assuntos.
É curioso que apesar dos personagens estarem sempre saindo de situações de extremo risco de vida, para entrar em uma situação pior, Dunkirk ainda consegue ser bem...chato. Toda técnica visual de Nolan é sabotada por personagens inexistentes e que carecem de qualquer capacidade de despertar empatia em alguém. Essas situações de perigo acabam não sendo muito envolventes porque logo tudo se torna cansativo e o suspense passa a ser empurrado com a barriga pela invasiva trilha sonora de Hans Zimmer. De tal modo que, nós simplesmente não nos importamos a respeito de quem vive, ou morre. Esse jeito frio e impessoal torna-se mais bobo quando entra em contraste com o tom de triunfalismo sentimental à respeito dos feitos do povo britânico, algo "digno" de alguns dos filmes de guerra americano mais cafonamente ufanistas.
"Madrugada dos Mortos" encontra "Elefante" em um thriller angustiante, Nocturama usa o cenário de paranóia e medo instalado pelos atentados terroristas na Europa para retratar a apatia de uma geração que já não se identifica com nenhum ideal, talvez apenas se reconheça no ato do consumo. O final é um soco no estômago. Direção e montagem excelentes.
Fraco como terror, principalmente graças a ultra exposição da criatura, e um fracasso quanto drama sobre traumas na infância, crescimento e abuso. Os melhores momentos são quando as crianças estão apenas sendo crianças, isso porque a química entre os atores é boa e o filme entretêm, mas o saldo final é um terror genérico e um drama raso.
Uma cápsula do tempo para os anos áureos da technicolor, acho que nunca vi um trabalho referencial conseguir construir tão perfeitamente essa ambientação, tudo extremamente detalhado, incrível. Ainda assim, nada justifica 2h de filme, the love witch tem um problema sério de ritmo, mas é sem dúvida um trabalho fascinante.
Algumas cenas funcionam isoladamente e de certa forma o filme conseguiu me sensibilizar, mas não dá pra ignorar a atuação irritante do James Franco, o que deveria ser tristeza acaba parecendo um artista babaca fazendo pose de "profundo", dessa forma fica difícil criar uma ligação de empatia com o personagem. Infelizmente esse não é o único problema aqui, se Paris, Texas impressiona pela sua beleza e sutileza, a direção de Wenders dessa vez vai na direção oposta e dá de encontro com um pieguismo bobo. Mas o que é mais incompreensível é o tom de mistério e suspense que emerge do filme em diversos momentos, simplesmente gratuito, não fortalece o argumento de forma alguma. O resultado final é uma bagunça, a edição também atrapalha, o fato é que quanto mais eu penso a respeito desse filme, eu me convenço de que esse é um grande deslize na carreira do diretor.
A cena em que a personagem da Kim Min Hee confronta o diretor é maravilhosa, ainda mais sabendo do tom pessoal dessa história para ela e o Hong Sang Soo, foi como se o filme estivesse questionando a própria existência.
Algumas coisas me chamaram atenção em eaten alive, primeiro é o fato de parecer uma produção tão pequena quanto o massacre da serra elétrica, do mesmo Tobe Hooper, apesar de ter sido lançando depois do sucesso de seu maior clássico. Outra coisa foi o fato de que o crocodilo assassino não faz a linha de "animal maldito" de filmes de terror, ele é mais um elemento do filme e não o grande assassino que o imaginário sugere, mas isso funciona positivamente porque o verdadeiro antagonista é bem elaborado e um tanto perturbador. Ainda que não seja tão tenso, brilhante e angustiante quanto o antecessor do diretor, eaten alive é um filme bem cru e anárquico. Uma boa amostra do cinema B setentista e uma experiência agradável pra quem gosta do gênero.
Talvez seja o filme síntese da nova Hollywood. Experimenta a linguagem do cinema com bastante liberdade ao mesmo tempo que retrata toda àquela geração com naturalidade e de forma bem melancólica.
Funciona muito bem ao estabelecer uma atmosfera de desconfiança e paranóia entre os personagens, It comes at night é um filme constantemente tenso, mas fica estagnado na superfície de filme pós apocalíptico. Há indícios da intenção de assumir mais profundamente o seu contorno sobrenatural, porém esse momento nunca chega, isso me incomoda na medida que o mistério, fundamental para a construção do suspense aqui, acaba sendo escanteado, parece até que faltou um pouco de imaginação para tomar algum rumo.
Uma típica história natalina; laços familiares, os cânticos, religião, a busca pelo presente mais procurado em cima da hora e... Tráfico de drogas. Afinal, ainda é um filme do Ferrara. O diretor aqui insere seu universo aos dos filmes de Natal com sua visão humana e melancólica do submundo do crime. Apesar dessa ousadia e dos personagens bem trabalhados, é sem dúvidas um Ferrara menor, meio contido, mas bom
Narrativa meio formuláica, mas sem deixar de ser um filme com a marca do Cronenberg. No entanto, entre os que ele fez nos anos 80 (praticamente todos excelentes) esse fica como um filme menor pra mim
Enquanto Spider tenta montar o quebra cabeça de um desenho, o público através da percepção desse personagem mentalmente instável, monta o quebra cabeça de seu passado. É aí que Cronenberg confunde e nos coloca dentro da cabeça de um homem doente. Spider é um retrato de uma mente adoecida disfarçada de um filme criminal. O ritmo é lento, mas necessário para melhor examinar o personagem. Mais uma história muito bem contada e ambientada de Cronenberg, o homem é à prova de erros.
Divertido, ágil e engraçado. A estética do filme é criativa e muito bem montada, mas é bem verdade que é também exagerada. O filme vai se tornando cansativo visualmente e cai em um looping narrativo: inicia batalha > acaba batalha > inicia batalha. Ainda assim, Scott Pilgrim é o filme que melhor trouxe a estética do vídeo game para os cinemas e é cheio de boas referências, além de ser uma boa sátira, mas não ofensiva, a cultura nerd/indie, um dos filmes que melhor representa culturalmente essa década.
Uma elegante e charmosa estreia de PTA na direção, o filme é pura classe. Sempre com muito cuidado em relação aos personagens, PTA consegue contar uma boa história com simplicidade estruturando-se em um bom elenco. A mancha na manga de Hall para nos lembrar que temos que viver com o nosso passado? Filme passeia por algimas discussões, mas você terá que vê-las por si próprio, como é de costume na filmografia de Anderson.
Terapia do Prazer
3.4 91Comecei a ver despretensiosamente no Netflix guiado apenas pelo fato de gostar muito da Sheryl Lee, minha eterna Laura Palmer, que está muito bem no filme. Felizmente, acabei gostando bem mais do que esperava.
Que filme subestimado! Inclusive foi o único filme do diretor cujo a carreira não engatou apesar desse bom início, claro que o longa tem problemas, talvez ele sofra com algumas resoluções fáceis, uma trilha sonora mais do que comum e cenas pouco imaginativas, mas é um drama com dois protagonistas muito bem escritos e complexos. Além disso, trata sobre tantra, abuso, relacionamento e auto conhecimento com um domínio muito interessante, o didatismo do filme sobre esses temas é bastante benéfico e torna tudo mais envolvente, afinal o tantra ainda é algo distante do imaginário popular. Recomendo pra qualquer pessoa que se interesse por algum desses assuntos.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraÉ curioso que apesar dos personagens estarem sempre saindo de situações de extremo risco de vida, para entrar em uma situação pior, Dunkirk ainda consegue ser bem...chato. Toda técnica visual de Nolan é sabotada por personagens inexistentes e que carecem de qualquer capacidade de despertar empatia em alguém. Essas situações de perigo acabam não sendo muito envolventes porque logo tudo se torna cansativo e o suspense passa a ser empurrado com a barriga pela invasiva trilha sonora de Hans Zimmer. De tal modo que, nós simplesmente não nos importamos a respeito de quem vive, ou morre. Esse jeito frio e impessoal torna-se mais bobo quando entra em contraste com o tom de triunfalismo sentimental à respeito dos feitos do povo britânico, algo "digno" de alguns dos filmes de guerra americano mais cafonamente ufanistas.
Paterson
3.9 353 Assista AgoraUma ode ao dia-a-dia ordinário.
Nocturama
3.2 45"Madrugada dos Mortos" encontra "Elefante" em um thriller angustiante, Nocturama usa o cenário de paranóia e medo instalado pelos atentados terroristas na Europa para retratar a apatia de uma geração que já não se identifica com nenhum ideal, talvez apenas se reconheça no ato do consumo. O final é um soco no estômago. Direção e montagem excelentes.
O Dia Depois
3.5 40 Assista AgoraKim Min Hee é a maior atriz da atualidade e ninguém irá me convencer do contrário
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraFraco como terror, principalmente graças a ultra exposição da criatura, e um fracasso quanto drama sobre traumas na infância, crescimento e abuso. Os melhores momentos são quando as crianças estão apenas sendo crianças, isso porque a química entre os atores é boa e o filme entretêm, mas o saldo final é um terror genérico e um drama raso.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraQue besteira pretensiosa.
Mirou Polanski e acertou um Projeto X bíblico
A Bruxa do Amor
3.6 205 Assista AgoraUma cápsula do tempo para os anos áureos da technicolor, acho que nunca vi um trabalho referencial conseguir construir tão perfeitamente essa ambientação, tudo extremamente detalhado, incrível. Ainda assim, nada justifica 2h de filme, the love witch tem um problema sério de ritmo, mas é sem dúvida um trabalho fascinante.
Tudo Vai Ficar Bem
2.8 117 Assista grátisAlgumas cenas funcionam isoladamente e de certa forma o filme conseguiu me sensibilizar, mas não dá pra ignorar a atuação irritante do James Franco, o que deveria ser tristeza acaba parecendo um artista babaca fazendo pose de "profundo", dessa forma fica difícil criar uma ligação de empatia com o personagem.
Infelizmente esse não é o único problema aqui, se Paris, Texas impressiona pela sua beleza e sutileza, a direção de Wenders dessa vez vai na direção oposta e dá de encontro com um pieguismo bobo.
Mas o que é mais incompreensível é o tom de mistério e suspense que emerge do filme em diversos momentos, simplesmente gratuito, não fortalece o argumento de forma alguma. O resultado final é uma bagunça, a edição também atrapalha, o fato é que quanto mais eu penso a respeito desse filme, eu me convenço de que esse é um grande deslize na carreira do diretor.
Na Praia à Noite Sozinha
3.6 68A cena em que a personagem da Kim Min Hee confronta o diretor é maravilhosa, ainda mais sabendo do tom pessoal dessa história para ela e o Hong Sang Soo, foi como se o filme estivesse questionando a própria existência.
Devorado Vivo
3.1 65 Assista AgoraAlgumas coisas me chamaram atenção em eaten alive, primeiro é o fato de parecer uma produção tão pequena quanto o massacre da serra elétrica, do mesmo Tobe Hooper, apesar de ter sido lançando depois do sucesso de seu maior clássico. Outra coisa foi o fato de que o crocodilo assassino não faz a linha de "animal maldito" de filmes de terror, ele é mais um elemento do filme e não o grande assassino que o imaginário sugere, mas isso funciona positivamente porque o verdadeiro antagonista é bem elaborado e um tanto perturbador. Ainda que não seja tão tenso, brilhante e angustiante quanto o antecessor do diretor, eaten alive é um filme bem cru e anárquico. Uma boa amostra do cinema B setentista e uma experiência agradável pra quem gosta do gênero.
Amor e Revolução
3.9 298 Assista AgoraDrama apelativo, mal escrito e forçado até dizer chega. Meu Deus, que aberração, o pior é o romance que não convence em momento algum
Corrida Sem Fim
3.9 59Talvez seja o filme síntese da nova Hollywood. Experimenta a linguagem do cinema com bastante liberdade ao mesmo tempo que retrata toda àquela geração com naturalidade e de forma bem melancólica.
Ao Cair da Noite
3.1 976 Assista AgoraFunciona muito bem ao estabelecer uma atmosfera de desconfiança e paranóia entre os personagens, It comes at night é um filme constantemente tenso, mas fica estagnado na superfície de filme pós apocalíptico. Há indícios da intenção de assumir mais profundamente o seu contorno sobrenatural, porém esse momento nunca chega, isso me incomoda na medida que o mistério, fundamental para a construção do suspense aqui, acaba sendo escanteado, parece até que faltou um pouco de imaginação para tomar algum rumo.
Império dos Sonhos
3.8 433Pesadelo filmado.
Uma das experiências mais perturbadoras e intensas que se pode ter com cinema
O Último Grande Herói
3.3 205 Assista AgoraCoisa linda
Das mais bonitas homenagens ao cinema, em especial ao menosprezado cinema de gênero
Sedução e Vingança
3.7 151 Assista AgoraThana did nothing wrong
Olhos de Serpente
3.8 36 Assista AgoraQuando arte e vida se confundem.
Keitel é um dos maiores atores que já viveu
Inimigos Pelo Destino
3.7 23Ferrara >> Shakespeare
Gangues do Gueto
3.4 7Uma típica história natalina; laços familiares, os cânticos, religião, a busca pelo presente mais procurado em cima da hora e... Tráfico de drogas. Afinal, ainda é um filme do Ferrara. O diretor aqui insere seu universo aos dos filmes de Natal com sua visão humana e melancólica do submundo do crime.
Apesar dessa ousadia e dos personagens bem trabalhados, é sem dúvidas um Ferrara menor, meio contido, mas bom
Scanners: Sua Mente Pode Destruir
3.5 251Narrativa meio formuláica, mas sem deixar de ser um filme com a marca do Cronenberg. No entanto, entre os que ele fez nos anos 80 (praticamente todos excelentes) esse fica como um filme menor pra mim
Spider: Desafie Sua Mente
3.5 108 Assista AgoraEnquanto Spider tenta montar o quebra cabeça de um desenho, o público através da percepção desse personagem mentalmente instável, monta o quebra cabeça de seu passado. É aí que Cronenberg confunde e nos coloca dentro da cabeça de um homem doente. Spider é um retrato de uma mente adoecida disfarçada de um filme criminal.
O ritmo é lento, mas necessário para melhor examinar o personagem. Mais uma história muito bem contada e ambientada de Cronenberg, o homem é à prova de erros.
Scott Pilgrim Contra o Mundo
3.9 3,2K Assista AgoraDivertido, ágil e engraçado. A estética do filme é criativa e muito bem montada, mas é bem verdade que é também exagerada. O filme vai se tornando cansativo visualmente e cai em um looping narrativo: inicia batalha > acaba batalha > inicia batalha. Ainda assim, Scott Pilgrim é o filme que melhor trouxe a estética do vídeo game para os cinemas e é cheio de boas referências, além de ser uma boa sátira, mas não ofensiva, a cultura nerd/indie, um dos filmes que melhor representa culturalmente essa década.
Bye and stuff
Jogada de Risco
3.6 102 Assista AgoraUma elegante e charmosa estreia de PTA na direção, o filme é pura classe. Sempre com muito cuidado em relação aos personagens, PTA consegue contar uma boa história com simplicidade estruturando-se em um bom elenco.
A mancha na manga de Hall para nos lembrar que temos que viver com o nosso passado? Filme passeia por algimas discussões, mas você terá que vê-las por si próprio, como é de costume na filmografia de Anderson.