Foi uma experiência interessante de se assistir uma obra cinematográfica de uma adaptação teatral. Acho que houve uma conexão muito boa entre Colin Farrell e Jessica Chastain e mal se sente a ausência de outros personagens mesmo com o tanto de coisas que se desenvolvem ali. Pra quem procura por um drama de época, essa é uma boa oportunidade, especialmente de se prestigiar a direção de uma atriz consagrada como a Liv Ullman.
Esses filmes de exemplo de superações de perrengues que "deram certo" na vida naturalmente tendem quase sempre a serem superestimados. As aspas no dar certo é unicamente por conta de que sob essa ótica hollywoodiana, o "dar certo" na vida é quem ou fez algo verdadeiramente significativo na história da humanidade ou ficou extremamente rico. Ou as duas coisas juntas! Enfim, a fórmula desses tipos de filme usualmente é exatamente o que se vê aqui na presente obra: obstinação, resiliência (palavra tão cultuada hoje em dia) e um tanto de obsessão compulsiva. Contudo, tudo isso não anda isolado. Por detrás de um sonho (ou obsessão) pessoal, sempre há inúmeras pessoas que estão nos bastidores fazendo com que isso seja possível. Chega a ser hedonista a interpretação de mundo dessas pessoas, e não raro realmente o é. Vejamos o caso da história contada neste filme: para cuidar de toda a sua tropa de filhos, sua mulher abriu mão de seus sonhos pessoais e até mesmo de ter um marido presente. Topou os sacrifícios e engoliu a seco se converter em uma dona de casa e desistir de seu sonho pessoal. Também o caso de seus filhos que praticamente viveram sem pai, pois treinar pra astronauta é entregar sua vida ali. Também o caso de seus pais que, sendo trabalhadores rurais itinerantes perderam um deles que os ajudaria na colheita. Mas indo além, a construção desse tipo de filme é persuasiva e dissimula com o espectador, incutindo falsas ideias que faz-nos confundir aonde se encontra esforço pessoal para o sucesso e dedicação com sofrimento causados por condições de trabalho exploratórias. A cartilha de fórmulas que o pai em dado momento do filme transmite ao filho e é traduzida em supostas receitas para o sucesso é um argumento traiçoeiro que esse filme nos apresenta, sendo provavelmente das coisas que mais me incomodaram.
A minha ideia não é querer desmerecer o feito do personagem real, que de fato é louvável, mas sim a infeliz adaptação às telas. Podemos facilmente o categorizar como um filme destinado para o público juvenil, mas muito me preocupa esse tipo de mensagem que o mesmo se propõe a trazer para os jovens, uma verdadeira armadilha de cunho social.
Essa temporada veio um pouquinho melhor do que a anterior, graças a um início de desvinculamento da dependência do personagem Charlie, mesmo que feito de uma forma bem medíocre. Esse arco que se cria em cima de uma suposta necessidade de Walden ter Alan em sua vida é tão inverossível que chega a ser ridícula. Tenta-se por todas as formas traduzir uma espécie de Síndrome de Estocolmo que não faz qualquer sentido. Chega a ser uma pena, pois a premissa do personagem de Walden é bem interessante a priori, mas cai em grandes inconsistências e instabilidades que acabam por arruinar sua essência, coisa que em raríssimos momentos aconteceu com o personagem de Charlie. Alan sempre foi um parasita, nunca ninguém interpretou de outra maneira, mas a face assumida e escancarada do que se assumiu a esse respeito ficou desmedida.
A série já definhava há algum tempo. Realmente é um mistério como chegou a 12 temporadas.
Um filme merecidíssimo para uma lenda do futebol. Esperei muito desde que anunciaram sua produção, e não me decepcionei. Triste demais que não tenha ido para a Copa de 1994, muito provavelmente a melhor geração de colombianos no futebol.
Filme ótimo! A trama central circunda uma família humilde que pai e filho vendem linguiça e a filha trabalha em uma casa de ricos, presumindo-se que ela seja doméstica. Neste enredo, imbricam-se relações amorosas dos filhos com parceiros de outras classes sociais, e aí que a trama ganha corpo, traduzindo-se nas problemáticas de relações de ricos com pobres e a forma de como esses extratos sociais se sobrepõe e se intercalam (ou muitas vezes não).
Ao meu ver o filme fica muito interessante mesmo a partir do momento que o casal se une e trazem os pais para morarem com eles.
As confusões por mais que sejam levadas a cabo por meio da comédia, de forma alguma passam batidas e ignoradas, exibindo de forma explícita as incongruências e choque de cultura.
História pra bem de inverossímil, apesar de trazer aqui e acolá uns momentos de retratação de realidades da época, como o caso de casamentos arranjados por dotes ou solucionar os problemas financeiros. Tem suas cenas engraçadas (como as do baile de celebração) e de incompatibilidade de classes sociais (nisso os filmes do Mazzaropi são sempre primorosos). Pode não ser um dos melhores do artista, mas sem dúvida vale a pena conferir!
Me lembro que em 2018, primeira vez que assisti Fitzcarraldo, foram inúmeras as vezes que eu dormi ou pesquei. Entretanto, ficou gravado em minha cabeça que não se tratava de um filme ruim, e sim que eu estava com muito sono e o ritmo de fato era arrastado. Enfim... era um objetivo ter um novo contato e reavaliar.
Conta com presenças pontuais e ilustres como Milton Nascimento e Grande Otelo, tal como Claudia Cardinale. Esse elefante branco de Herzog, fruto que gerou e continua gerando inúmeras polêmicas é um filme que elucida os feitos ou objetivos faraônicos de pessoas megalomaníacas. O megalomaníaco em questão nesta obra é Fitzgerald, um dos muitos gringos que vieram para a América do Sul em busca de lucro fácil explorando os recursos naturais e concessões oferecidas pelos governos locais a custo de bananas. Este já passa a ser um ponto inicial de discussão interessantíssima do filme que coloca em questão quem de fato lucrou nessas empreitadas. Quando falamos do ciclo da borracha, um dos panos de fundo centrais neste filme, imediatamente imaginamos os barões locais como os verdadeiros donos dos meios de produção, mas isso acaba sendo uma falácia muito mal disseminada. Desde a época do Colonialismo, os estrangeiros dominaram o processo de exploração e foram protagonistas velados desse sistema. Os indígenas, como mostrados no filme, também foram fundamentais para as engrenagens desse processo devastador, e não raro eram "pagos" com quinquilharias (
o bloco de gelo presenteado ao cacique por Fitzgerald representa ironicamente essa prática
). Dessa maneira, seguimos aos feitos da ambição desmedida que punha em risco letal todos esses desbravadores. Não obstante da morte iminente, tudo valia para conquistar suas ambições, e colocar outras muitas vidas em jogo, fossem eles assalariados ou não pouco importava para alcançá-los. Não havia absurdos prementes (isso representado
pelo barco atravessando um imenso trecho de terra firme coberto por uma floresta
), e sim barreiras a serem transpostas.
É uma obra excelente do diretor e sem dúvida permanecerá imortalizada. Foi extremamente bem-sucedida em seu argumento, mas talvez nem tanto por sua execução e interesse.
Reassisti tudo do começo de novo especialmente com a finalidade de chegar no novo arco sem o Charlie Sheen e, finalmente, encarar o final da série cujas duas últimas temporadas eu nunca vi.
Rapaz, eu não lembrava como tinha sido uma queda abrupta da 8a pra 9a temporada, chega a ser rídiculo. Alguns pontos positivos devem ser ressaltados, tais como a vontade voraz que o novo protagonista, Ashton Kutcher, chegou para a série. Nota-se nitidamente que ele veio com a intenção de somar e não somente não deixar a série morrer mas sim dar novas cores a ela. Isso até certo ponto funciona, contudo algumas transformações inevitáveis acabaram por ser uma faca de dois gumes nessa série. Esse novo formato vem por ressaltar como o personagem Alan é extremamente insuportável, quase que comparável ao Geroge (o do Seinfeld). E não que ele tenha mudado tanto assim em seu âmago, mas na verdade ele acabou por ficar em maior evidência, infelizmente. Um outro ponto positivo para a saída de Sheen foi a presença constante da personagem Berta, sem dúvida a melhor da série. Conchata foi uma excelente atriz e segurou as pontas nesse novo perfil. Outra coisa que me chamou a atenção positivamente: pela primeira vez, uma cena na praia. Era de impressionar que uma série com o cenário na beira da praia até então não tivesse nenhuma cena gravada na areia. Jake em confabulo com Eldrige também funcionou legal. Nas temporadas passadas ele chegava a ser irritante e descartável, mas para essa temporada ele salvou muitas cenas que seriam horrorosas. Por fim, a criação dessa personagem Zoey foi lastimável. Não me recordava como foi sem graça e inerte. Acabei ficando com medo do que vem por aí, honestamente. Serão mais 3 temporadas que prometem ser sofridas, especialmente sabendo que Angus Jones irá sair de cena em algum momento.
Abriu na minha cabeça um novo parâmetro de filme ruim.
Cada cena subsequente consegue superar a anterior, é algo de fato inacreditável. Eu durante quase todo o filme fiquei pensando quem teria encomendado um roteiro tão horroroso... (será que teve um?) E vejam bem, o desastre não foi algo que veio necessariamente da direção, pois Roberto Farias se provou como um grande profissional que nos entregou O Assalto ao Trem Pagador, um clássico do cinema nacional. Não! A fanfarronice foi proposital. Primaram aqui em apresentar dos maiores absurdos já vistos no cinema até então protagonizados por um artista ilustre da época, com a finalidade clara de trazer público em uma época que ainda não se imaginavam muitos efeitos especiais e tampouco adaptações de histórias de HQ para agregar grandes bilheterias.
É um filme que não funciona direito nem mesmo para assistir chapado, de tão descabeçado que ele é. A cena do paraquedas é especialmente icônica para definir e selar de vez a bomba de que se trata isso aqui.
Daqueles filmes que você esquece toda a trama depois de um tempo mas se lembra bem que é excepcional. Trata-se de uma das obras do cinema mais bem-sucedidas em entrelaçar uma trama bem elaborada, ação e comédia, quase tudo ao mesmo tempo sem brecar por um segundo.
Estava achando que a nota era exagerada, mas não. É um filme C mesmo dotado de uma produção cafajeste de ruim e um roteiro pra lá de previsível e mal costurado. Triste fim pro Bruce Willis que segue o mesmo fim do Nicolas Cage, ainda que o primeiro tenha a justificativa de sua doença.
Me pegou desprevenido esse filme, que rasteira! É interessante como o diretor trabalhou com a descaracterização das conquistas, ascensão social, materialismo e tudo o que mais para trazer à tona uma ruptura completa e oferecer ao espectador um incômodo tremendo convertido em todas as formas possíveis. É também muito relevante notar como o estilo de filmagem traduz-se em um segundo plano dos personagens humanos e coloca o protagonismo tanto no cenário como no próprio espectador. As cenas dos objetos sendo filmados ao longo do filme causa a impressão que podemos simplesmente esticar a mão e alcançá-los, ou até mesmo manejá-los. É de causar repulsa em nós mesmos de não podermos evitar que algo aconteça, mesmo que saibamos que isso não seria possível. A reta final é maestral. Já vamos sendo conduzidos ao que sabemos que vai ocorrer, e tudo que nos resta é testemunhar a transição para a viagem. Nem mesmo os motivos ficam tão evidentes, ainda que presumíveis, só que acredito que de fato não é mesmo o enfoque que o realizador deseja. A marca autêntica de Haneke é sempre causar o incômodo, sem precisar explicar o porquê dele de forma explícita.
História e execução simples em suas propostas, mas não me cativou como eu gostaria. Vale uma revisita daqui uns anos para ver se meu estado de espírito muda e consigo encarar de outra forma.
Esbarrei meio que sem querer com esse filme, e até mesmo por sua curta duração resolvi dar uma chance encaixando-o em um momento oportuno. De fato, foi uma experiência satisfatória, embora não tão perturbadora quanto a proposta poderia ter se enveredado. Não sei se por se tratar de um trabalho de estreia a diretora se sentiu acanhada ou insegura de lançar mão de uma abordagem mais expandida do tema, agarrando-se em pontos de curto alcance para garantir a eficácia em sua narrativa. Todavia, o resultado é uma obra interessante que aborda a problemática da abstinência na vida de um casal de viciados, ainda que se valha mais de suas questões cotidianas do que necessariamente dos pontos culminantes de suas crises. Interessante também mencionar as técnicas utilizadas pela diretora: majoritariamente escolheu-se pelo enfoque dos personagens de maneira que muitas vezes eles fossem maiores do que o próprio enquadramento, o que reforça a sensação angustiante de suas tristezas e insatisfações. Em momentos de ar livre, os mesmos personagens são afastados, e eles se tornam pequenos diante do ambiente, mesmo se tratando de uma cidade pequena que os comprimem.
Além de surpreender com uma guinada que não esperava por vir, o que estava sendo apresentado já era bom suficiente para um filme do nível que se espera do diretor.
Distúrbio era um filme que já estava passando batido por mim. Realmente não tive nenhum conhecimento da existência dela, e teria sido realmente uma pena. Obrigado, Mubi, mais uma vez!
Em minha última revisão deste filme 9 anos atrás eu já deixei registrado como de tempos em tempos esse clássico merece ser revisto, e ainda concordo com meu eu do passado. De fato muito tempo se passou, tanto da última vez que o vi e muito mais da primeira que nem me lembro mais quando foi, possivelmente quando eu ainda era adolescente. Inacreditável como são quase 4 horas que passam voando, sem nenhum momento de tédio, mesmo que seja ditado por um dos ritmos mais lentos considerando-se filmes de máfia (acho que só perde para o infame Homem da Máfia estrelado por Brad Pitt). A ambientação e conexão entre os personagens é primorosa, e deve-se também destacar a dramatização pontual que cenas mais sensíveis impõem.
Ainda que claramente bebendo na fonte da atmosfera marcada do Entrevista com um Vampiro, Jarmusch conseguiu fazer prevalecer uma autenticidade impressionante ao retratar o que seria a realidade e crises existenciais de um ser imortal. Interessante também esse ponto, pois não necessariamente eles são imortais. Existem meios supostos de esses seres morrerem, ou melhor, deixarem de existirem de fato.
É explorado com maestria a diferenciação da passagem do tempo para nós mortais e são evocadas épocas as quais não vivemos e o interessante é que mesmo assim, a obra nos faz sentirmos lá, embora nem mesmo são trazidas necessariamente imagens ou cenas dessas épocas. Por sinal, o filme é permeado por essa nostalgia em forma de sedução. Jarmusch é um dos diretores que, em minha opinião, melhor explora essas nuances de retratar lugares como personagens. Essa é uma de suas qualidades as quais mais sou fã!
Extremamente superestimado só por ser um Truffaut protagonizado pelo Leaud. Esse personagem de Antoine Doinel é tão pedante que se tornou algo para ser esquecido na história do cinema. É impossível crer que um coisa desse fosse realmente ser aturado por mulheres inteligentes que se dispõe a relacionar com ele ou mesmo com qualquer pessoa que faria mais do que 10 contatos com esse sujeito, exceto o camarada trambiqueiro que consegue arrancar um troco toda vez que o encontra (acho que foram os únicos momentos do filme que realmente me diverti).
Pela nota parece ruim, mas não é. Filme que se mantém na média. Verdade que não é nenhuma obra-prima, mas não vejo porque deixar de dar uma chance para um revival do gênero que anda tão esquecido ultimamente.
Um dos gênios da música brasileira que teve a oportunidade de ser reconhecido mundialmente tal como João Gilberto, Tom Jobim, mas preferiu permanecer no âmbito nacional por sua paixão pela terra natal. Para ele já era demais ter saído de sua amada Bahia, imaginem abrir mão do Brasil...
Infelizmente, em dias atuais pouco se vê as novas gerações vasculhando a obra desse exímio compositor, então creio que seja uma obra que esteja fadada a morrer com o tempo, ou na melhor das hipóteses, permanecer na mente de alguns poucos eruditos. Enquanto isso, vamos aproveitar para enaltecê-la e aprecia-la.
Usualmente eu acabo gostando de quase todos os curtas que o Lynch realiza, mas esse aqui definitivamente não foi um deles. Demorou para surgir a oportunidade de encontrá-lo devidamente legendado, e a espera não se traduziu em satisfação. Dos mais fracos...
Bem, para cá comigo, tenho a clara intenção de assistir tudo que o Lav Diaz lançar e esteja a meu alcance. Mais um item da lista completado depois de alguns dias de dedicação e chego à uma possibilidade a fins de análise de dividir essa obra em dois atos bem definidos.
O primeiro deles trata-se de uma abordagem existencialista, a princípio não muito bem estabelecida e que ganha corpo bem lenta e gradativamente, como quase tudo que o diretor se propõe a realizar. As tomadas longuíssimas e quase sem muita coisa ao redor acontecendo nos ajuda a estabelecer o descobrimento e a transformação de Heremias, um vendedor de artesanatos que faz parte de um grupo itinerante. O protagonista passa a questionar o seu verdadeiro lugar, o sentido do que está fazendo, mesmo que nada disso seja verbalizado em momento algum. O ponto de ruptura é quando ele decide que irá desbandar do grupo e partir em uma nova jornada a qual nem mesmo ele sabe o que busca, pra onde vai ou o que vai fazer. Até este momento, eu considero uma obra perfeita.
O seguindo deles é o que de fato pouco me agradou. De um personagem questionador e cheio de dúvidas, Heremias passa a ser um errante que toma todas as decisões equivocadas que se pode fazer. Ainda que se considere o protagonista como um ser de alma pura (o próprio conto que traz parte do nome do filme, Princesa Lagarto, reforça essa tese), a ingenuidade de Heremias em minha opinião não pode ser confundida como mera inocência. E ele chega a ser tão ingênuo que confesso não ter sido capaz de me convencer ou mesmo me compadecer com suas atitudes, mesmo que elas tenham total coerência com seu caráter.
Sem dúvida, até o momento, a obra de Lav Diaz que menos me agradou. Não digo que é ruim, mas não é brilhante.
Miss Julie
3.2 83Foi uma experiência interessante de se assistir uma obra cinematográfica de uma adaptação teatral.
Acho que houve uma conexão muito boa entre Colin Farrell e Jessica Chastain e mal se sente a ausência de outros personagens mesmo com o tanto de coisas que se desenvolvem ali.
Pra quem procura por um drama de época, essa é uma boa oportunidade, especialmente de se prestigiar a direção de uma atriz consagrada como a Liv Ullman.
A Milhões de Quilômetros
3.9 49 Assista AgoraEsses filmes de exemplo de superações de perrengues que "deram certo" na vida naturalmente tendem quase sempre a serem superestimados. As aspas no dar certo é unicamente por conta de que sob essa ótica hollywoodiana, o "dar certo" na vida é quem ou fez algo verdadeiramente significativo na história da humanidade ou ficou extremamente rico. Ou as duas coisas juntas!
Enfim, a fórmula desses tipos de filme usualmente é exatamente o que se vê aqui na presente obra: obstinação, resiliência (palavra tão cultuada hoje em dia) e um tanto de obsessão compulsiva.
Contudo, tudo isso não anda isolado. Por detrás de um sonho (ou obsessão) pessoal, sempre há inúmeras pessoas que estão nos bastidores fazendo com que isso seja possível. Chega a ser hedonista a interpretação de mundo dessas pessoas, e não raro realmente o é.
Vejamos o caso da história contada neste filme: para cuidar de toda a sua tropa de filhos, sua mulher abriu mão de seus sonhos pessoais e até mesmo de ter um marido presente. Topou os sacrifícios e engoliu a seco se converter em uma dona de casa e desistir de seu sonho pessoal. Também o caso de seus filhos que praticamente viveram sem pai, pois treinar pra astronauta é entregar sua vida ali.
Também o caso de seus pais que, sendo trabalhadores rurais itinerantes perderam um deles que os ajudaria na colheita.
Mas indo além, a construção desse tipo de filme é persuasiva e dissimula com o espectador, incutindo falsas ideias que faz-nos confundir aonde se encontra esforço pessoal para o sucesso e dedicação com sofrimento causados por condições de trabalho exploratórias.
A cartilha de fórmulas que o pai em dado momento do filme transmite ao filho e é traduzida em supostas receitas para o sucesso é um argumento traiçoeiro que esse filme nos apresenta, sendo provavelmente das coisas que mais me incomodaram.
A minha ideia não é querer desmerecer o feito do personagem real, que de fato é louvável, mas sim a infeliz adaptação às telas.
Podemos facilmente o categorizar como um filme destinado para o público juvenil, mas muito me preocupa esse tipo de mensagem que o mesmo se propõe a trazer para os jovens, uma verdadeira armadilha de cunho social.
Dois Homens e Meio (10ª Temporada)
3.3 140 Assista AgoraEssa temporada veio um pouquinho melhor do que a anterior, graças a um início de desvinculamento da dependência do personagem Charlie, mesmo que feito de uma forma bem medíocre.
Esse arco que se cria em cima de uma suposta necessidade de Walden ter Alan em sua vida é tão inverossível que chega a ser ridícula.
Tenta-se por todas as formas traduzir uma espécie de Síndrome de Estocolmo que não faz qualquer sentido.
Chega a ser uma pena, pois a premissa do personagem de Walden é bem interessante a priori, mas cai em grandes inconsistências e instabilidades que acabam por arruinar sua essência, coisa que em raríssimos momentos aconteceu com o personagem de Charlie.
Alan sempre foi um parasita, nunca ninguém interpretou de outra maneira, mas a face assumida e escancarada do que se assumiu a esse respeito ficou desmedida.
A série já definhava há algum tempo. Realmente é um mistério como chegou a 12 temporadas.
Higuita: El camino del Escorpión
3.6 8Um filme merecidíssimo para uma lenda do futebol.
Esperei muito desde que anunciaram sua produção, e não me decepcionei.
Triste demais que não tenha ido para a Copa de 1994, muito provavelmente a melhor geração de colombianos no futebol.
O Vendedor de Linguiça
3.6 57Filme ótimo!
A trama central circunda uma família humilde que pai e filho vendem linguiça e a filha trabalha em uma casa de ricos, presumindo-se que ela seja doméstica.
Neste enredo, imbricam-se relações amorosas dos filhos com parceiros de outras classes sociais, e aí que a trama ganha corpo, traduzindo-se nas problemáticas de relações de ricos com pobres e a forma de como esses extratos sociais se sobrepõe e se intercalam (ou muitas vezes não).
Ao meu ver o filme fica muito interessante mesmo a partir do momento que o casal se une e trazem os pais para morarem com eles.
As confusões por mais que sejam levadas a cabo por meio da comédia, de forma alguma passam batidas e ignoradas, exibindo de forma explícita as incongruências e choque de cultura.
Zé do Periquito
3.4 22História pra bem de inverossímil, apesar de trazer aqui e acolá uns momentos de retratação de realidades da época, como o caso de casamentos arranjados por dotes ou solucionar os problemas financeiros.
Tem suas cenas engraçadas (como as do baile de celebração) e de incompatibilidade de classes sociais (nisso os filmes do Mazzaropi são sempre primorosos).
Pode não ser um dos melhores do artista, mas sem dúvida vale a pena conferir!
Passagens
3.4 81 Assista AgoraTraz um enredo diferentão dos padrões mas não vi lá muita coisa que se destacasse do que assisti.
Tomas deve ter aprendido que "quem muito quer, nada tem".
Fitzcarraldo
4.2 148 Assista AgoraMe lembro que em 2018, primeira vez que assisti Fitzcarraldo, foram inúmeras as vezes que eu dormi ou pesquei.
Entretanto, ficou gravado em minha cabeça que não se tratava de um filme ruim, e sim que eu estava com muito sono e o ritmo de fato era arrastado.
Enfim... era um objetivo ter um novo contato e reavaliar.
Conta com presenças pontuais e ilustres como Milton Nascimento e Grande Otelo, tal como Claudia Cardinale.
Esse elefante branco de Herzog, fruto que gerou e continua gerando inúmeras polêmicas é um filme que elucida os feitos ou objetivos faraônicos de pessoas megalomaníacas. O megalomaníaco em questão nesta obra é Fitzgerald, um dos muitos gringos que vieram para a América do Sul em busca de lucro fácil explorando os recursos naturais e concessões oferecidas pelos governos locais a custo de bananas.
Este já passa a ser um ponto inicial de discussão interessantíssima do filme que coloca em questão quem de fato lucrou nessas empreitadas. Quando falamos do ciclo da borracha, um dos panos de fundo centrais neste filme, imediatamente imaginamos os barões locais como os verdadeiros donos dos meios de produção, mas isso acaba sendo uma falácia muito mal disseminada. Desde a época do Colonialismo, os estrangeiros dominaram o processo de exploração e foram protagonistas velados desse sistema. Os indígenas, como mostrados no filme, também foram fundamentais para as engrenagens desse processo devastador, e não raro eram "pagos" com quinquilharias (
o bloco de gelo presenteado ao cacique por Fitzgerald representa ironicamente essa prática
Dessa maneira, seguimos aos feitos da ambição desmedida que punha em risco letal todos esses desbravadores. Não obstante da morte iminente, tudo valia para conquistar suas ambições, e colocar outras muitas vidas em jogo, fossem eles assalariados ou não pouco importava para alcançá-los.
Não havia absurdos prementes (isso representado
pelo barco atravessando um imenso trecho de terra firme coberto por uma floresta
É uma obra excelente do diretor e sem dúvida permanecerá imortalizada. Foi extremamente bem-sucedida em seu argumento, mas talvez nem tanto por sua execução e interesse.
Dois Homens e Meio (9ª Temporada)
3.2 528 Assista AgoraReassisti tudo do começo de novo especialmente com a finalidade de chegar no novo arco sem o Charlie Sheen e, finalmente, encarar o final da série cujas duas últimas temporadas eu nunca vi.
Rapaz, eu não lembrava como tinha sido uma queda abrupta da 8a pra 9a temporada, chega a ser rídiculo.
Alguns pontos positivos devem ser ressaltados, tais como a vontade voraz que o novo protagonista, Ashton Kutcher, chegou para a série.
Nota-se nitidamente que ele veio com a intenção de somar e não somente não deixar a série morrer mas sim dar novas cores a ela.
Isso até certo ponto funciona, contudo algumas transformações inevitáveis acabaram por ser uma faca de dois gumes nessa série.
Esse novo formato vem por ressaltar como o personagem Alan é extremamente insuportável, quase que comparável ao Geroge (o do Seinfeld). E não que ele tenha mudado tanto assim em seu âmago, mas na verdade ele acabou por ficar em maior evidência, infelizmente.
Um outro ponto positivo para a saída de Sheen foi a presença constante da personagem Berta, sem dúvida a melhor da série. Conchata foi uma excelente atriz e segurou as pontas nesse novo perfil.
Outra coisa que me chamou a atenção positivamente: pela primeira vez, uma cena na praia. Era de impressionar que uma série com o cenário na beira da praia até então não tivesse nenhuma cena gravada na areia.
Jake em confabulo com Eldrige também funcionou legal. Nas temporadas passadas ele chegava a ser irritante e descartável, mas para essa temporada ele salvou muitas cenas que seriam horrorosas.
Por fim, a criação dessa personagem Zoey foi lastimável. Não me recordava como foi sem graça e inerte.
Acabei ficando com medo do que vem por aí, honestamente.
Serão mais 3 temporadas que prometem ser sofridas, especialmente sabendo que Angus Jones irá sair de cena em algum momento.
Roberto Carlos em Ritmo de Aventura
2.8 65Abriu na minha cabeça um novo parâmetro de filme ruim.
Cada cena subsequente consegue superar a anterior, é algo de fato inacreditável.
Eu durante quase todo o filme fiquei pensando quem teria encomendado um roteiro tão horroroso... (será que teve um?)
E vejam bem, o desastre não foi algo que veio necessariamente da direção, pois Roberto Farias se provou como um grande profissional que nos entregou O Assalto ao Trem Pagador, um clássico do cinema nacional. Não! A fanfarronice foi proposital. Primaram aqui em apresentar dos maiores absurdos já vistos no cinema até então protagonizados por um artista ilustre da época, com a finalidade clara de trazer público em uma época que ainda não se imaginavam muitos efeitos especiais e tampouco adaptações de histórias de HQ para agregar grandes bilheterias.
É um filme que não funciona direito nem mesmo para assistir chapado, de tão descabeçado que ele é. A cena do paraquedas é especialmente icônica para definir e selar de vez a bomba de que se trata isso aqui.
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes
4.2 580 Assista AgoraDaqueles filmes que você esquece toda a trama depois de um tempo mas se lembra bem que é excepcional.
Trata-se de uma das obras do cinema mais bem-sucedidas em entrelaçar uma trama bem elaborada, ação e comédia, quase tudo ao mesmo tempo sem brecar por um segundo.
Conspiração Explosiva
1.7 10 Assista AgoraEstava achando que a nota era exagerada, mas não. É um filme C mesmo dotado de uma produção cafajeste de ruim e um roteiro pra lá de previsível e mal costurado.
Triste fim pro Bruce Willis que segue o mesmo fim do Nicolas Cage, ainda que o primeiro tenha a justificativa de sua doença.
O Sétimo Continente
4.0 174 Assista AgoraMe pegou desprevenido esse filme, que rasteira!
É interessante como o diretor trabalhou com a descaracterização das conquistas, ascensão social, materialismo e tudo o que mais para trazer à tona uma ruptura completa e oferecer ao espectador um incômodo tremendo convertido em todas as formas possíveis.
É também muito relevante notar como o estilo de filmagem traduz-se em um segundo plano dos personagens humanos e coloca o protagonismo tanto no cenário como no próprio espectador. As cenas dos objetos sendo filmados ao longo do filme causa a impressão que podemos simplesmente esticar a mão e alcançá-los, ou até mesmo manejá-los. É de causar repulsa em nós mesmos de não podermos evitar que algo aconteça, mesmo que saibamos que isso não seria possível.
A reta final é maestral. Já vamos sendo conduzidos ao que sabemos que vai ocorrer, e tudo que nos resta é testemunhar a transição para a viagem.
Nem mesmo os motivos ficam tão evidentes, ainda que presumíveis, só que acredito que de fato não é mesmo o enfoque que o realizador deseja. A marca autêntica de Haneke é sempre causar o incômodo, sem precisar explicar o porquê dele de forma explícita.
Close Up
4.3 117História e execução simples em suas propostas, mas não me cativou como eu gostaria.
Vale uma revisita daqui uns anos para ver se meu estado de espírito muda e consigo encarar de outra forma.
Werewolf
3.3 3 Assista AgoraEsbarrei meio que sem querer com esse filme, e até mesmo por sua curta duração resolvi dar uma chance encaixando-o em um momento oportuno.
De fato, foi uma experiência satisfatória, embora não tão perturbadora quanto a proposta poderia ter se enveredado.
Não sei se por se tratar de um trabalho de estreia a diretora se sentiu acanhada ou insegura de lançar mão de uma abordagem mais expandida do tema, agarrando-se em pontos de curto alcance para garantir a eficácia em sua narrativa.
Todavia, o resultado é uma obra interessante que aborda a problemática da abstinência na vida de um casal de viciados, ainda que se valha mais de suas questões cotidianas do que necessariamente dos pontos culminantes de suas crises.
Interessante também mencionar as técnicas utilizadas pela diretora: majoritariamente escolheu-se pelo enfoque dos personagens de maneira que muitas vezes eles fossem maiores do que o próprio enquadramento, o que reforça a sensação angustiante de suas tristezas e insatisfações. Em momentos de ar livre, os mesmos personagens são afastados, e eles se tornam pequenos diante do ambiente, mesmo se tratando de uma cidade pequena que os comprimem.
Distúrbio
3.4 257Além de surpreender com uma guinada que não esperava por vir, o que estava sendo apresentado já era bom suficiente para um filme do nível que se espera do diretor.
Distúrbio era um filme que já estava passando batido por mim. Realmente não tive nenhum conhecimento da existência dela, e teria sido realmente uma pena.
Obrigado, Mubi, mais uma vez!
Era uma Vez na América
4.3 531 Assista AgoraEm minha última revisão deste filme 9 anos atrás eu já deixei registrado como de tempos em tempos esse clássico merece ser revisto, e ainda concordo com meu eu do passado.
De fato muito tempo se passou, tanto da última vez que o vi e muito mais da primeira que nem me lembro mais quando foi, possivelmente quando eu ainda era adolescente.
Inacreditável como são quase 4 horas que passam voando, sem nenhum momento de tédio, mesmo que seja ditado por um dos ritmos mais lentos considerando-se filmes de máfia (acho que só perde para o infame Homem da Máfia estrelado por Brad Pitt).
A ambientação e conexão entre os personagens é primorosa, e deve-se também destacar a dramatização pontual que cenas mais sensíveis impõem.
Amantes Eternos
3.8 781 Assista AgoraAinda que claramente bebendo na fonte da atmosfera marcada do Entrevista com um Vampiro, Jarmusch conseguiu fazer prevalecer uma autenticidade impressionante ao retratar o que seria a realidade e crises existenciais de um ser imortal.
Interessante também esse ponto, pois não necessariamente eles são imortais. Existem meios supostos de esses seres morrerem, ou melhor, deixarem de existirem de fato.
É explorado com maestria a diferenciação da passagem do tempo para nós mortais e são evocadas épocas as quais não vivemos e o interessante é que mesmo assim, a obra nos faz sentirmos lá, embora nem mesmo são trazidas necessariamente imagens ou cenas dessas épocas.
Por sinal, o filme é permeado por essa nostalgia em forma de sedução.
Jarmusch é um dos diretores que, em minha opinião, melhor explora essas nuances de retratar lugares como personagens. Essa é uma de suas qualidades as quais mais sou fã!
Domicílio Conjugal
4.1 114 Assista AgoraExtremamente superestimado só por ser um Truffaut protagonizado pelo Leaud.
Esse personagem de Antoine Doinel é tão pedante que se tornou algo para ser esquecido na história do cinema. É impossível crer que um coisa desse fosse realmente ser aturado por mulheres inteligentes que se dispõe a relacionar com ele ou mesmo com qualquer pessoa que faria mais do que 10 contatos com esse sujeito, exceto o camarada trambiqueiro que consegue arrancar um troco toda vez que o encontra (acho que foram os únicos momentos do filme que realmente me diverti).
Sombras de um Crime
2.4 59 Assista AgoraPela nota parece ruim, mas não é. Filme que se mantém na média.
Verdade que não é nenhuma obra-prima, mas não vejo porque deixar de dar uma chance para um revival do gênero que anda tão esquecido ultimamente.
O Reino II
3.9 18Essa série é a pira máxima do Lars Von Trier, mas não no bom sentido.
Sou fã do diretor, mas cada episódio vai ficando mais difícil de ser terminado.
Dê Lembranças a Todos
4.0 6Um dos gênios da música brasileira que teve a oportunidade de ser reconhecido mundialmente tal como João Gilberto, Tom Jobim, mas preferiu permanecer no âmbito nacional por sua paixão pela terra natal.
Para ele já era demais ter saído de sua amada Bahia, imaginem abrir mão do Brasil...
Infelizmente, em dias atuais pouco se vê as novas gerações vasculhando a obra desse exímio compositor, então creio que seja uma obra que esteja fadada a morrer com o tempo, ou na melhor das hipóteses, permanecer na mente de alguns poucos eruditos.
Enquanto isso, vamos aproveitar para enaltecê-la e aprecia-la.
O Cowboy e o francês
3.2 22Usualmente eu acabo gostando de quase todos os curtas que o Lynch realiza, mas esse aqui definitivamente não foi um deles.
Demorou para surgir a oportunidade de encontrá-lo devidamente legendado, e a espera não se traduziu em satisfação.
Dos mais fracos...
Heremias: Livro Um - A Lenda da Princesa Lagarto
3.8 1 Assista AgoraBem, para cá comigo, tenho a clara intenção de assistir tudo que o Lav Diaz lançar e esteja a meu alcance.
Mais um item da lista completado depois de alguns dias de dedicação e chego à uma possibilidade a fins de análise de dividir essa obra em dois atos bem definidos.
O primeiro deles trata-se de uma abordagem existencialista, a princípio não muito bem estabelecida e que ganha corpo bem lenta e gradativamente, como quase tudo que o diretor se propõe a realizar.
As tomadas longuíssimas e quase sem muita coisa ao redor acontecendo nos ajuda a estabelecer o descobrimento e a transformação de Heremias, um vendedor de artesanatos que faz parte de um grupo itinerante.
O protagonista passa a questionar o seu verdadeiro lugar, o sentido do que está fazendo, mesmo que nada disso seja verbalizado em momento algum.
O ponto de ruptura é quando ele decide que irá desbandar do grupo e partir em uma nova jornada a qual nem mesmo ele sabe o que busca, pra onde vai ou o que vai fazer.
Até este momento, eu considero uma obra perfeita.
O seguindo deles é o que de fato pouco me agradou.
De um personagem questionador e cheio de dúvidas, Heremias passa a ser um errante que toma todas as decisões equivocadas que se pode fazer.
Ainda que se considere o protagonista como um ser de alma pura (o próprio conto que traz parte do nome do filme, Princesa Lagarto, reforça essa tese), a ingenuidade de Heremias em minha opinião não pode ser confundida como mera inocência.
E ele chega a ser tão ingênuo que confesso não ter sido capaz de me convencer ou mesmo me compadecer com suas atitudes, mesmo que elas tenham total coerência com seu caráter.
Sem dúvida, até o momento, a obra de Lav Diaz que menos me agradou. Não digo que é ruim, mas não é brilhante.