Ainda que se deva ter todo o cuidado para nesses casos não enaltecermos produções que hoje facilmente podemos considerar como protopornográficas, não é possível tirar o mérito dessa cena que também serviu para conseguir fazer sobreviver e realavancar o cinema nacional, ainda que a duras penas. Como dito no próprio documentário, esse cinema independente foi resposável pela formação de grandes profissionais muito talentosos e qualificados, ainda que tenha-se criado outras facetas como o caso do débil mental do Sady Baby, por exemplo.
Muito ainda se dirá sobre a qualidade duvidosa desses filmes, de seus atores, roteiros e afins... o gosto está aí para quem quiser provar. Contudo, a cena deve ser lembrada e contada, e esse documentário é relevante para tal.
Ficou uma salada meio doida de coisas. Ainda que a produção neste aqui tenha sido um pouco aquém, não chegou a prejudicar o conjunto da obra de um Mazzaropi sempre consistente.
É certo que a partir da efetivação da Lee Douglas na banda houve uma evolução gigantesca no Anathema, contudo essa fase do Moment in time já é extremamente interessante e ela entra pra cantar Natural Disaster. Uma excelente lista de músicas e um belíssimo show!
É um filme bom que transmite com muito primor o bucolismo do local, traz personagens interessantes, uma proposta e um contexto legal, só que uma pena de se limitar a um superficialismo incrível.
Depois de alguns anos, ao reassisti-lo, percebo que ele foi mal nomeado. Não se trata de um filme apenas do Garrincha que serviu somente de gancho inicial, e sim de um tributo ao futebol como um ser orgânico e indivisível. Poderia muito bem chamar apenas "A Alegria do Povo".
- O burguês argumenta em favor de sua privacidade, mas não hesita na hora de dar aquela espiadela quando o vizinho está com visita. - A arrogância do burguês é tão imensa que nos faz o detestar muito mais do que o próprio vizinho barulhento. - O burguês canta de galo na frente dos amigos contando a história com o vizinho, mas se caga inteiro cada vez que o mesmo o procura. - A maior ironia talvez é seu desfecho, o qual o vizinho chega a levar uma bala para proteger a filha e a casa de seu "amigo".
Realmente não foi uma obra primorosa do diretor. Logo após do grande sucesso de Cassino, Scorcese resolveu se aventurar em algo totalmente diferente da sua zona de conforto. O resultado não foi terrível, mas trata-se de um filme inconsistente como um todo que emplaca uma narrativa desinteressante em grande parte do filme, sustentada por um arcabouço histórico dos recentes acontecimentos no Tibete.
Demorei muito para adentrar no mundo do Mazzaropi, mas meu Deus! O cara realmente foi um gênio do nosso cinema. Espetacular com que facilidade as suas críticas sociais atreladas a um testemunho fidedigno do cotidiano caipira do início do século passado permeiam suas produções. Sua postura de peitar o mais influente e tirar onda se utilizando do humor seco vai de encontro com o imagético do homem simples da época, o povo miscegenado do Brasil pós-República, onde o Governo incentivou a vinda dos imigrantes europeus e entra em choque com sua população que lá já encontrava e foi deixada às margens das oportunidades. Seus filmes falham em não retratar devidamente a população escravizada recém-liberta, é verdade, contudo não deve-se tirar seus acertos por isso.
Um clássico eterno do gênero e eu acabei por ficar quase 10 anos sem fazer uma revisita. Finalmente chegou o momento e o impacto foi ainda foi mais brutal. Vejo os comentários da galera que declaram o filme como superestimado e que envelheceu mal. Apenas lamento por quem não conseguiu absorver mais essa atuação soberba de Al Pacino, um roteiro impecável (em coautoria de nada menos que Oliver Stone) para o contexto abordado sobre ganância e a ideologia do crescimento no sistema capitalista e uma das mais brilhantes direções de Brian De Palma. Para quem é apreciador de todos esses elementos, com certeza esse filme ainda tem muita lenha pra queimar!
Por todas as genialidades que o diretor já nos apresentou, realmente esse filme passou um pouco longe de entrar para o rol de seus grandes feitos. Contudo, é válido salientar que foi um retorno triunfal à sua antiga estética e proposta, cujas obras tinham ficado para trás sendo substituidas pelo terror psicológico, deixando muitas saudades.
Contesto veementemente (como em todos os filmes que ela aparece) a presença de Kristen Stewart nesse filme, uma escalação completamente desnecessária e que creio eu que seu agente deve estar esmolando sua presença em todos os meios possíveis devido à sua inevitável precoce decadência em termos de atuação. Já não era sem tempo e graças a deus que ela apareceu em momentos pontuais, sem comprometer a integridade do filme!
Quanto ao enredo, vejo como uma versão de um de seus primeiros filmes (para quem não sabe o Crimes do Futuro foi realizado em 1970 e é infinitamente mais doido que esse!) adaptada pontualmente para os tempos modernos. Assistí-lo como um show de horrores gratuito é reduzir e muito seu impacto, tal como em quase qualquer obra do diretor.
Creio que o filme não esteja limitado a apenas uma interpretação ortodoxa, mas talvez a mais evidente que se possa realizar é a transição de uma sociedade que passa a enxergar a beleza interna não mais a conceitos de sentimentos e sim como nós enxergamos a beleza externa hoje: fria, supérflua baseada necessariamente no estético. Daí podemos constatar a aplicação de tatuagens nos órgãos, ou seja, exatamente o mesmo que a sociedade o faz em sua pele (o visível). Ainda assim, as transformações dessa sociedade distópica não parariam por aí. O diretor possivelmente vislumbra uma destruição do mundo o qual o conhecemos hoje, uma consequente escassez de alimento para parcela mais perene da sociedade e uma mutação inevitável a qual deva buscar por novas formas de alimentação, entrando, por sua vez, a gangue devoradora de plásticos que buscou intervenção cirúrgica (essa já banalizada) para atingir seus fins.
Cronenberg retorna sua antiga estética de forma extremamente satisfatória, eu diria.
Um filme noir político, totalmente protagonizado por uma personagem feminina trazendo uma Anna Karina mais que brilhante! Vale-se igualmente destacar a estética maravilhosa por um Godard influenciado no pop art característico dos fins dos anos 60. Por fim, os diálogos, mais especificamente a reflexão da cena final... Coisa mais linda de se ver!
Fiquei surpreso com o fácil entendimento de primeira que tive com esse filme. A nível de Godard, essa não costuma ser uma tarefa fácil para mim, ainda que adore seu estilo e método característico. Muito bom suas transições, cortes e desenvolvimento.
Uma verdadeira salada de frutas que em boa parte do filme não dá nem pra entender direito qual é o enredo. Possivelmente um dos mais fracos que vi do diretor até agora.
Filme difícil de ir até o fim, por mais que eu goste de ambientações psicodélicas. Acho que o grande mérito da diretora foi captar como registro um recorte de uma vivência hippie de época, mas foi só.
Com um marido desse e 3 filhos para criar sozinha não me espanta em nada que a mulher tenha perdido a linha. Cassavettes talvez tenha sido dos pioneiros em retratar essa disfunção de gênero dentro da sociedade representando o melhor do cinema independente estadunidense. Que filme perturbador!
Uma treta que começa por uma latinha de refrigerante e põe a cidade em estado de sítio. Punks que usam maquiagem e são taxados de comunistas, patrulhas que fazem rondas no meio do mato... é, tem das suas bizarrices, mas o filme até que é divertido. Não que o filme seja ruim, longe disso, mas suas limitações evidentes não o fazem merecer mais que uma nota 5.
Um daqueles filmes que acabo assistindo por ser de um país inusitado no mundo do cinema que encontrei no Mubi. Um grande filme que expõe as (ainda) tão presentes heranças malditas do colonialismo. Para quem não sabe, a criação das ditas etnias hutus e tútsis foi feita pelos belgas afim de separar o povo ruandês e criar benesses para uma classe com a intenção de subjugar e explorar o povo em geral, tendo respaldo e apoio político. Fisiologicamente as diferenças desses grupos são minímas, identificados por suas alturas, tamanho do nariz e outras características específicas. Dessa forma, mesmo com a expulsão dos europeus, as mazelas ainda persistem tais como suas antigas rivalidades e intolerâncias, como podemos acompanhar durante o filme.
Essa é uma obra que foge um pouco das características do diretor. Marcado por muito mais diálogo e tomadas internas, Lav Diaz nos trás uma protagonista forte e traumatizada por décadas de cárcere cumpridos injustamente. Novamente explicita a fragilidade das instituições filipinas, caracterzida por forte corrupção e elitismo.
Horacia demonstra sua dualidade constante como pessoa, sendo generosa e solidária com desconhecidos, ainda que se saiba que existe intenções evidentes nesta rede de contatos que se vai criando. Entretanto, Hollanda é a prova de que essa benevolência está latente em sua vivência, trazendo à tona o desfecho desejado por ela, ainda que estivesse em dúvida de levar a cabo esse ato. Por fim, a cena final trazendo o vazio que nunca poderá ser preenchido: a dúvida de seu filho ainda estar vivo, deixando-a em perpétua agonia.
Ainda que incomode alguns depoimentos extremamente ridículos e escrachados de claros simpatizantes desse movimento bizarro, o criador mantém o mérito documental-científico de tender a imparcialidade, método esse justificado e explicado por um de seus entrevistados, inclusive. Contudo, o próprio não é imparcial em sua exposição, e nem deveria o ser pois estamos falando de nazismo, e isso ele deixa suficientemente claro em seu roteiro.
Achei muito interessante todo o aprofundamento histórico e contextualização tanto em escalas de análise nacionais quanto internacionais, sabendo alterná-las em momentos oportunos. Realmente muito ainda se fala sobre o nazismo, mas pouco recordamos sobre esse movimento especificamente brasileiro que teve extrema relevância para os acontecimentos políticos dos anos de 1930.
É interessantíssimo o joguete de épocas que a diretora faz através das características estéticas e comportamentais dos personagens. O assisti sem nem ler a sinopse e confesso
que a princípio imaginei que o filme se passasse nos altos do século XVIII. Pouco a pouco as dicas vão aparecendo, começando pelos veículos, que já dão a impressão de poder ser os anos 1960 talvez. Ao aparecer o celular do marquês, finalmente a data é estipulada e tudo que você estava pensando a respeito do filme desaba em uma denúncia ao trabalho escravo contemporâneo e a alienação absoluta daquele povo
.
Contudo, o filme não se detém aí e em sua segunda camada começa a revelar analogias explícitas entre a exploração rural não remunerada versus a falta de oportunidade e descaso do poder público com essa mesma população que se viu forçada a migrar do campo para a cidade, e tudo isso atrelado ao conto bíblico que em nenhum momento deixa-se perder!
Boca do Lixo: A Bollywood Brasileira
4.1 14Ainda que se deva ter todo o cuidado para nesses casos não enaltecermos produções que hoje facilmente podemos considerar como protopornográficas, não é possível tirar o mérito dessa cena que também serviu para conseguir fazer sobreviver e realavancar o cinema nacional, ainda que a duras penas.
Como dito no próprio documentário, esse cinema independente foi resposável pela formação de grandes profissionais muito talentosos e qualificados, ainda que tenha-se criado outras facetas como o caso do débil mental do Sady Baby, por exemplo.
Muito ainda se dirá sobre a qualidade duvidosa desses filmes, de seus atores, roteiros e afins... o gosto está aí para quem quiser provar. Contudo, a cena deve ser lembrada e contada, e esse documentário é relevante para tal.
No Paraíso das Solteironas
3.2 26Ficou uma salada meio doida de coisas.
Ainda que a produção neste aqui tenha sido um pouco aquém, não chegou a prejudicar o conjunto da obra de um Mazzaropi sempre consistente.
Anathema - A Moment in Time
4.8 1É certo que a partir da efetivação da Lee Douglas na banda houve uma evolução gigantesca no Anathema, contudo essa fase do Moment in time já é extremamente interessante e ela entra pra cantar Natural Disaster.
Uma excelente lista de músicas e um belíssimo show!
El Vuelco del Cangrejo
3.1 7 Assista AgoraÉ um filme bom que transmite com muito primor o bucolismo do local, traz personagens interessantes, uma proposta e um contexto legal, só que uma pena de se limitar a um superficialismo incrível.
Garrincha, Alegria do Povo
3.8 31 Assista AgoraDepois de alguns anos, ao reassisti-lo, percebo que ele foi mal nomeado.
Não se trata de um filme apenas do Garrincha que serviu somente de gancho inicial, e sim de um tributo ao futebol como um ser orgânico e indivisível.
Poderia muito bem chamar apenas "A Alegria do Povo".
O Homem ao Lado
3.6 125 Assista AgoraEsse filme lança mão de diversas ironias para o espectador reforçar seus pontos:
- O burguês argumenta em favor de sua privacidade, mas não hesita na hora de dar aquela espiadela quando o vizinho está com visita.
- A arrogância do burguês é tão imensa que nos faz o detestar muito mais do que o próprio vizinho barulhento.
- O burguês canta de galo na frente dos amigos contando a história com o vizinho, mas se caga inteiro cada vez que o mesmo o procura.
- A maior ironia talvez é seu desfecho, o qual o vizinho chega a levar uma bala para proteger a filha e a casa de seu "amigo".
Kundun
3.4 52Realmente não foi uma obra primorosa do diretor.
Logo após do grande sucesso de Cassino, Scorcese resolveu se aventurar em algo totalmente diferente da sua zona de conforto. O resultado não foi terrível, mas trata-se de um filme inconsistente como um todo que emplaca uma narrativa desinteressante em grande parte do filme, sustentada por um arcabouço histórico dos recentes acontecimentos no Tibete.
Jeca Tatu
3.5 48 Assista AgoraDemorei muito para adentrar no mundo do Mazzaropi, mas meu Deus! O cara realmente foi um gênio do nosso cinema.
Espetacular com que facilidade as suas críticas sociais atreladas a um testemunho fidedigno do cotidiano caipira do início do século passado permeiam suas produções.
Sua postura de peitar o mais influente e tirar onda se utilizando do humor seco vai de encontro com o imagético do homem simples da época, o povo miscegenado do Brasil pós-República, onde o Governo incentivou a vinda dos imigrantes europeus e entra em choque com sua população que lá já encontrava e foi deixada às margens das oportunidades. Seus filmes falham em não retratar devidamente a população escravizada recém-liberta, é verdade, contudo não deve-se tirar seus acertos por isso.
Já estou bem decidido: vou explorar tudo!
Scarface
4.4 1,8K Assista AgoraUm clássico eterno do gênero e eu acabei por ficar quase 10 anos sem fazer uma revisita.
Finalmente chegou o momento e o impacto foi ainda foi mais brutal.
Vejo os comentários da galera que declaram o filme como superestimado e que envelheceu mal. Apenas lamento por quem não conseguiu absorver mais essa atuação soberba de Al Pacino, um roteiro impecável (em coautoria de nada menos que Oliver Stone) para o contexto abordado sobre ganância e a ideologia do crescimento no sistema capitalista e uma das mais brilhantes direções de Brian De Palma.
Para quem é apreciador de todos esses elementos, com certeza esse filme ainda tem muita lenha pra queimar!
O Mistério do Farol
2.8 96 Assista AgoraAchei interessante. Mesmo com poucos personagens e uma paisagem bucólica soube segurar bem o suspense.
O Homem de Toronto
3.0 120 Assista AgoraMais ou menos.
Filme mais pra ação do que pra comédia, apesar da clara tentativa.
Crimes do Futuro
3.2 265 Assista AgoraPor todas as genialidades que o diretor já nos apresentou, realmente esse filme passou um pouco longe de entrar para o rol de seus grandes feitos.
Contudo, é válido salientar que foi um retorno triunfal à sua antiga estética e proposta, cujas obras tinham ficado para trás sendo substituidas pelo terror psicológico, deixando muitas saudades.
Contesto veementemente (como em todos os filmes que ela aparece) a presença de Kristen Stewart nesse filme, uma escalação completamente desnecessária e que creio eu que seu agente deve estar esmolando sua presença em todos os meios possíveis devido à sua inevitável precoce decadência em termos de atuação. Já não era sem tempo e graças a deus que ela apareceu em momentos pontuais, sem comprometer a integridade do filme!
Quanto ao enredo, vejo como uma versão de um de seus primeiros filmes (para quem não sabe o Crimes do Futuro foi realizado em 1970 e é infinitamente mais doido que esse!) adaptada pontualmente para os tempos modernos.
Assistí-lo como um show de horrores gratuito é reduzir e muito seu impacto, tal como em quase qualquer obra do diretor.
Creio que o filme não esteja limitado a apenas uma interpretação ortodoxa, mas talvez a mais evidente que se possa realizar é a transição de uma sociedade que passa a enxergar a beleza interna não mais a conceitos de sentimentos e sim como nós enxergamos a beleza externa hoje: fria, supérflua baseada necessariamente no estético. Daí podemos constatar a aplicação de tatuagens nos órgãos, ou seja, exatamente o mesmo que a sociedade o faz em sua pele (o visível).
Ainda assim, as transformações dessa sociedade distópica não parariam por aí. O diretor possivelmente vislumbra uma destruição do mundo o qual o conhecemos hoje, uma consequente escassez de alimento para parcela mais perene da sociedade e uma mutação inevitável a qual deva buscar por novas formas de alimentação, entrando, por sua vez, a gangue devoradora de plásticos que buscou intervenção cirúrgica (essa já banalizada) para atingir seus fins.
Cronenberg retorna sua antiga estética de forma extremamente satisfatória, eu diria.
Made in U.S.A.
3.6 30Um filme noir político, totalmente protagonizado por uma personagem feminina trazendo uma Anna Karina mais que brilhante!
Vale-se igualmente destacar a estética maravilhosa por um Godard influenciado no pop art característico dos fins dos anos 60.
Por fim, os diálogos, mais especificamente a reflexão da cena final...
Coisa mais linda de se ver!
Carmen de Godard
3.4 31 Assista AgoraFiquei surpreso com o fácil entendimento de primeira que tive com esse filme.
A nível de Godard, essa não costuma ser uma tarefa fácil para mim, ainda que adore seu estilo e método característico.
Muito bom suas transições, cortes e desenvolvimento.
Detetive
3.2 8Uma verdadeira salada de frutas que em boa parte do filme não dá nem pra entender direito qual é o enredo. Possivelmente um dos mais fracos que vi do diretor até agora.
Anônimo
3.7 746Clássico clichê que veio na onda de John Wick com alguns toques de comédia.
Valeu mais pra matar saudade do Christopher Lloyd.
O Sacrifício
4.3 148Como já diz o ditado: "Promessa é dívida".
Sem dúvida o filme mais Bergman do Tarkovski e em questão de compreensão o mais fácil. Apesar disso, não achei lá muito interessante.
O Amor dos Leões
3.4 13 Assista AgoraFilme difícil de ir até o fim, por mais que eu goste de ambientações psicodélicas.
Acho que o grande mérito da diretora foi captar como registro um recorte de uma vivência hippie de época, mas foi só.
Uma Mulher Sob Influência
4.3 159 Assista AgoraCom um marido desse e 3 filhos para criar sozinha não me espanta em nada que a mulher tenha perdido a linha.
Cassavettes talvez tenha sido dos pioneiros em retratar essa disfunção de gênero dentro da sociedade representando o melhor do cinema independente estadunidense.
Que filme perturbador!
Punk Vacation
2.1 3Uma treta que começa por uma latinha de refrigerante e põe a cidade em estado de sítio.
Punks que usam maquiagem e são taxados de comunistas, patrulhas que fazem rondas no meio do mato... é, tem das suas bizarrices, mas o filme até que é divertido.
Não que o filme seja ruim, longe disso, mas suas limitações evidentes não o fazem merecer mais que uma nota 5.
Munyurangabo
3.7 5Um daqueles filmes que acabo assistindo por ser de um país inusitado no mundo do cinema que encontrei no Mubi.
Um grande filme que expõe as (ainda) tão presentes heranças malditas do colonialismo.
Para quem não sabe, a criação das ditas etnias hutus e tútsis foi feita pelos belgas afim de separar o povo ruandês e criar benesses para uma classe com a intenção de subjugar e explorar o povo em geral, tendo respaldo e apoio político. Fisiologicamente as diferenças desses grupos são minímas, identificados por suas alturas, tamanho do nariz e outras características específicas.
Dessa forma, mesmo com a expulsão dos europeus, as mazelas ainda persistem tais como suas antigas rivalidades e intolerâncias, como podemos acompanhar durante o filme.
A Mulher Que Se Foi
4.1 16Essa é uma obra que foge um pouco das características do diretor. Marcado por muito mais diálogo e tomadas internas, Lav Diaz nos trás uma protagonista forte e traumatizada por décadas de cárcere cumpridos injustamente.
Novamente explicita a fragilidade das instituições filipinas, caracterzida por forte corrupção e elitismo.
Horacia demonstra sua dualidade constante como pessoa, sendo generosa e solidária com desconhecidos, ainda que se saiba que existe intenções evidentes nesta rede de contatos que se vai criando. Entretanto, Hollanda é a prova de que essa benevolência está latente em sua vivência, trazendo à tona o desfecho desejado por ela, ainda que estivesse em dúvida de levar a cabo esse ato.
Por fim, a cena final trazendo o vazio que nunca poderá ser preenchido: a dúvida de seu filho ainda estar vivo, deixando-a em perpétua agonia.
Anauê! O Integralismo e o Nazismo na Região de Blumenau
4.2 2Ainda que incomode alguns depoimentos extremamente ridículos e escrachados de claros simpatizantes desse movimento bizarro, o criador mantém o mérito documental-científico de tender a imparcialidade, método esse justificado e explicado por um de seus entrevistados, inclusive.
Contudo, o próprio não é imparcial em sua exposição, e nem deveria o ser pois estamos falando de nazismo, e isso ele deixa suficientemente claro em seu roteiro.
Achei muito interessante todo o aprofundamento histórico e contextualização tanto em escalas de análise nacionais quanto internacionais, sabendo alterná-las em momentos oportunos.
Realmente muito ainda se fala sobre o nazismo, mas pouco recordamos sobre esse movimento especificamente brasileiro que teve extrema relevância para os acontecimentos políticos dos anos de 1930.
Lazzaro Felice
4.1 217 Assista AgoraÉ interessantíssimo o joguete de épocas que a diretora faz através das características estéticas e comportamentais dos personagens.
O assisti sem nem ler a sinopse e confesso
que a princípio imaginei que o filme se passasse nos altos do século XVIII. Pouco a pouco as dicas vão aparecendo, começando pelos veículos, que já dão a impressão de poder ser os anos 1960 talvez. Ao aparecer o celular do marquês, finalmente a data é estipulada e tudo que você estava pensando a respeito do filme desaba em uma denúncia ao trabalho escravo contemporâneo e a alienação absoluta daquele povo
Contudo, o filme não se detém aí e em sua segunda camada começa a revelar analogias explícitas entre a exploração rural não remunerada versus a falta de oportunidade e descaso do poder público com essa mesma população que se viu forçada a migrar do campo para a cidade, e tudo isso atrelado ao conto bíblico que em nenhum momento deixa-se perder!
Uma pérola oculta da Netflix.