Como em um trecho próprio do documentário revela: “É incontestável a importância do Made In Brazil para o rock nacional, a pessoa pode até não gostar, mas não tem como contestar esse fato.” Sem dúvida um documentário muito bem montado e planejado, com diversos trechos de entrevistas, compilações de vídeos históricos e reunião de inúmeros integrantes da banda que provavelmente foi a que mais elencou participantes durante sua carreira. Depois de assisti-lo me despertou ainda mais a curiosidade se os mesmos ainda vão ter o gás de prosseguir, mesmo depois do problema de saúde do Oswaldo e principalmente nesse cenário pandêmico que impôs uma pausa sobre todos os artistas.
Iniciando-se com algumas tomadas um tanto caóticas, Tata Amaral discorre como é de sua praxe sobre uma família típica da classe proletária e a escolha da filmagem na Mooca acho que não é por acaso para representá-la. A argumentação que em alguns momentos parece cair na psicodelia lembrou-me em muito com o também nacional Durval Discos, onde em alguns momentos nos questionamos até sobre a possibilidade de tais situações ocorrerem.
Por fim, creio que o desfecho vem exitoso, constatando-se que a classe pobre só é digna das telas e consequentemente desperta interesse da sociedade quando a tragédia acontece.
Um filme em formato teatral o qual lida à flor da pele com a sensação de um diretor que viveu as mazelas da repressão da época da Ditadura Militar. Tata Amaral explora ao extremo os sentimentos de forma metalinguística. Algumas atuações ficam a desejar mas o trabalho é soberbo.
Filme que se analisado sem a devida crítica pode acabar se perdendo como batido ou de roteiro inocente, mas é muito mais do que aparenta. No primeiro filme dirigido por uma djibutiana, ele aborda a amizade de 3 adolescentes de castas diferentes, sem saber ao certo se este é um termo de uso correto para esta sociedade. A diretora acima de tudo tem grande mérito de nos revelar sobre a sociedade de um país extremamente misterioso para nós e instigar-nos com estas discussões. Achei muito interessante.
Creio que seja um filme que funcione muito bem para quem acompanhou ao menos parte da carreira de Baggio e sabe o quanto ele foi um jogador grandioso. Digo isso pois, para quem não o viu, se depara aqui com uma biografia mutilada e selecionada em demasia sem demonstrar grandes feitos do mesmo. Além disto, as atuações não são lá tão eficientes e a condução um tanto novelesca, mas mesmo assim gostei muito.
Eu simplesmente adoro os filmes estadunidenses que se colocam em xeque na questão de sociedade perfeita e desnuda em si seus profundos problemas sociais devido à ausência de suas obrigações estatais. Ainda que passe longe de ser um filme que enfie suas garras nesta crítica, não perde em nenhum momento este teor e nos deslumbra com uma atuação impecável de Glenn Close, talvez a melhor de sua carreira.
Acabei deixando passar muito tempo para escrever alguma coisa a respeito e já esqueci muitos detalhes, contudo para mim ficou bem marcado como as características antagônicas dos personagens se conversa, e como os diálogos entre eles fazem abstrações profundas sobre sentimentos. Umas das grandes lembranças que guardo também consiste da última entrevista que Paul demonstra a alienação inerente da entrevistada e como ele mesmo se insatisfaz com os resultados e seus métodos.
Já foi surpresa o bastante saber que nada menos que Wim Wanders havia feito esse documentário sobre o Buena Vista. Não menos foi constatar o trabalho belíssimo aqui elaborado não somente se limitando a explorar as nuances da esplêndida reunião de notáveis músicos cubanos como ainda explorar em um ambiente pra lá de intimista um rolê pelas ruas de Havana. Sério, não há palavras! Aplausos intermináveis...
Uma das últimas obras de Fassbinder nos traz um contexto da Segunda Guerra, desta vez vista sob a ótica dos alemães, contudo não fazendo propaganda nacionalista ou qualquer coisa do tipo. A grande sacada aqui é justamente mostrar como o povo alemão fora das frentes de batalha era constantemente alienado e iludido do que realmente estava acontecendo ideologicamente dentro de seu país e até mesmo sua ignorância quanto à guerra e suas atrocidades desde seus princípios.
É um filme bem divertido em boa parte de sua duração, mas não vou negar que fui um dos que também achou ele meio superestimado. Ele tem suas características intensas relacionadas à camaradagem e até mesmo aos riscos do consumo exagerado do álcool, mas acho que fica muito em cima do muro e não desenrola nem mesmo de forma mais superficial os arcos relacionais que puxa de seus protagonistas. Bom, mas com ressalvas.
Trata-se de uma releitura bem distinta da refilmagem que o Pacino protagonizou, o personagem deste quase nada tem a ver com aquele, ainda que ambos sejam cegos e excêntricos. Nada temos aqui daquele ar romantizado e envolvente, este capitão aqui é cruel e de ar até mesmo sádico, e nem mesmo dança tango. Comparado com esta versão, o dos anos 90 é uma obra-prima. De toda maneira, temos aqui um grande filme que tem seu apelo emocional muito bem impresso.
Esse é um caso claro de documentário o qual já de antemão não temos qualquer dúvida que será no mínimo gostoso de assistir. Muitíssimo bem produzido, contando com convidados de muito peso para entrevistas e cenas de época devidamente bem selecionadas, Rockfield se desnuda como uma nostalgia viva na cena rock & roll. Um lugar de pura inovação e experimentalismo fez com que muitos grandes artistas começassem a abrir suas asas para brilhar. É notável ainda a lista completa de artistas que por lá passaram, outras grandes bandas de muita competência.
Pena que demorei tanto para escrever algo sobre o filme, agora já não lembro mais de todos os detalhes. Contudo, é de se notar que Elio Petri representou de forma tão concreta a forma estrutural da busca pela "verdade" que é (e tem de ser) maior do que o próprio envolvido e realizados dessa tal verdade. Os sistema sempre tem de ser sólido e inabalável frente aos próprios componentes que o formam, de forma que não há qualquer problema de se contradizer, contanto que ele se sustente e se reclicle constantemente.
Não só mais um filme para o interminável rol de “à espera da morte”, mas este aqui brilhantemente prima também por conflitos existenciais, deliciosas passagens filosóficas e, acima de tudo, o encontro entre amigos de uma vida. É certo que não podemos deixar de lado a reconciliação entre pai e filho que são personagens completamente antagônicos, mas mesmo isso ainda não atinge o nível da amizade expressa no enredo. É difícil determinar o quê ou como este filme consegue se assentar de forma tão eficaz, talvez sua simplicidade, suas mensagens sutis, não sei ao certo, mas realmente funcionou muito bem comigo e eu elencaria facilmente como um dos melhores filmes sobre a temática que já vi. Aquela clássica busca por um propósito ou um sentido na vida, como se fossemos muito mais importante do que a própria existência e que, por fim, notamos que tudo isso estava a nossa volta a todo momento sem nos apercebermos disto.
Pena que dessa vez devido à escassez de tempo tive que dividir esse filme em uma 6 ou 7 partes. Ainda assim, assistir Lav Diaz é sempre uma tarefa prazerosa, independente da forma que se faça. Novamente o cineasta nos entrega uma pancada, contemplando de sua forma única os planos de uma sociedade massacrada pela ditadura. Revela-se uma comunidade de zona rural/litorânea afastada onde outrora entende-se que houve prosperidade, contudo, o medo e as condições miseráveis tomaram conta.
Essa comunidade que prova do esquecimento e negligência só é relembrada em um momento que torna-se palco de uma possível busca por subversivos comunistas, e isso basta para arruinarem com a rotina e pouca esperança que resta a essa população.
É um faroeste meio que genérico, mas que se sobressai com bastante senso de humor e algumas situações inusitadas. Nada de muito memorável, contudo um ótimo passatempo.
Roteiro simples, descompromissado e muito eficaz. Em sua estreia, Polanski conduziu com extrema destreza um filme que prende e instiga com grande entrosamento por parte do trio. Pelo que parece foi o único longa polonês que o diretor realizou. Uma pena, gostaria de ver mais filmes dele nesta língua.
Um filme brilhante que soube captar com primor as facetas perniciosas que se traduz no próprio sistema da estrutura social. A escolha por ser a mulher escolhida da vez traz consigo a recompensa, traduzida na massagem, ambicionada por todas as envolvidades (até mesmo mais do que o próprio ato da escolha/atenção do marido). A disputa entre as mesmas, lendo-se de maneira que elas representem uma classe inferiorizada na sociedade e todas tentando se destruir ao invés de unirem-se para colidir contra o opressor também é uma dica do que se tenta passar. É evidente que a mensagem da submissão das mulheres em servir os homens não se faz menos importante, mas quero crer que ambas, tanto a mensagem concreta quanto as analogias se fazem presentes em igual hierarquia, tendo-se em conta que a diminuição do papel da mulher na sociedade também faz parte da estrutura social-econômica vigente.
Traz uma proposta interessante de desmistificar a teoria arqueológica inicial sobre alguns dos fosséis encontrados em Pompeia, mas esgotou-se em suas próprias limitações. É interessante até certo ponto.
Ah! O filme é bom, vai... Não tem porque ser tão menosprezado pela galera. Cada vez mais vou sendo cativado pelo estilo do cinema independente, e o estadunidense não fica pra trás só por conta da birra que podemos ter com a homogeinização de Hollywood. São duas coisas bem distintas.
A premissa é bem simples, mas imaginando a situação, as atuações das possíveis reações são muito reais!
O documentário do documentarista. Uma ideia nada menos que digna e brilhante. Realizado por iniciativa do Sesc para um projeto voltado aos idosos, o convidado aqui foi o genial Eduardo Coutinho, o documentarista que com sua naturalidade impressionante nunca demandou necessariamente uma pesquisa prévia ou mesmo um tema pré-definido para executar suas produções, essas, por sua vez, sempre dotadas de grande simplicidade e essência. Nessa obra, em posição invertida, o entrevistado se mostra uma pessoa que de fato não está presente em seus filmes. A figura cordial e muitas vezes paternal que ali se encontra, por sua vez é assumidamente uma persona e ainda que os excertos exibidos sejam um tanto demasiados, não chegam a ser exagerados. Fuindamental para quem é fã de seus documentários.
Tentei começar direto pelo clássico e não deu lá muito certo. Tem seus méritos em alguns aspectos, mas não vi nada de espetacular ou chamativo. Ademais, as transições aceleradas e o uso de free handcam são usados de forma bem exagerada. Não sei se é um estilo do diretor ou se foi uma intenção apenas para esse filme, mas para mim certamente entrou como ponto negativo, tal como o personagem mudo por trauma de uma lata de fruta em conserva que também não me comprou.
Uma banda Made in Brazil
4.0 1Como em um trecho próprio do documentário revela: “É incontestável a importância do Made In Brazil para o rock nacional, a pessoa pode até não gostar, mas não tem como contestar esse fato.”
Sem dúvida um documentário muito bem montado e planejado, com diversos trechos de entrevistas, compilações de vídeos históricos e reunião de inúmeros integrantes da banda que provavelmente foi a que mais elencou participantes durante sua carreira.
Depois de assisti-lo me despertou ainda mais a curiosidade se os mesmos ainda vão ter o gás de prosseguir, mesmo depois do problema de saúde do Oswaldo e principalmente nesse cenário pandêmico que impôs uma pausa sobre todos os artistas.
Um Céu de Estrelas
3.5 13Iniciando-se com algumas tomadas um tanto caóticas, Tata Amaral discorre como é de sua praxe sobre uma família típica da classe proletária e a escolha da filmagem na Mooca acho que não é por acaso para representá-la.
A argumentação que em alguns momentos parece cair na psicodelia lembrou-me em muito com o também nacional Durval Discos, onde em alguns momentos nos questionamos até sobre a possibilidade de tais situações ocorrerem.
Por fim, creio que o desfecho vem exitoso, constatando-se que a classe pobre só é digna das telas e consequentemente desperta interesse da sociedade quando a tragédia acontece.
Trago comigo
3.6 9Um filme em formato teatral o qual lida à flor da pele com a sensação de um diretor que viveu as mazelas da repressão da época da Ditadura Militar. Tata Amaral explora ao extremo os sentimentos de forma metalinguística. Algumas atuações ficam a desejar mas o trabalho é soberbo.
Para os Felinos que Amamos
3.4 10Assisti inteiro unicamente porque sou um maluco por gatos, mas confesso que esse formato de animal-narrador para mim ficou extremamente chata.
Juventude
3.6 2Filme que se analisado sem a devida crítica pode acabar se perdendo como batido ou de roteiro inocente, mas é muito mais do que aparenta.
No primeiro filme dirigido por uma djibutiana, ele aborda a amizade de 3 adolescentes de castas diferentes, sem saber ao certo se este é um termo de uso correto para esta sociedade.
A diretora acima de tudo tem grande mérito de nos revelar sobre a sociedade de um país extremamente misterioso para nós e instigar-nos com estas discussões. Achei muito interessante.
O Divino Baggio
3.2 21 Assista AgoraCreio que seja um filme que funcione muito bem para quem acompanhou ao menos parte da carreira de Baggio e sabe o quanto ele foi um jogador grandioso.
Digo isso pois, para quem não o viu, se depara aqui com uma biografia mutilada e selecionada em demasia sem demonstrar grandes feitos do mesmo. Além disto, as atuações não são lá tão eficientes e a condução um tanto novelesca, mas mesmo assim gostei muito.
Era Uma Vez um Sonho
3.5 448 Assista AgoraEu simplesmente adoro os filmes estadunidenses que se colocam em xeque na questão de sociedade perfeita e desnuda em si seus profundos problemas sociais devido à ausência de suas obrigações estatais.
Ainda que passe longe de ser um filme que enfie suas garras nesta crítica, não perde em nenhum momento este teor e nos deslumbra com uma atuação impecável de Glenn Close, talvez a melhor de sua carreira.
Masculino-Feminino
3.9 159 Assista AgoraAcabei deixando passar muito tempo para escrever alguma coisa a respeito e já esqueci muitos detalhes, contudo para mim ficou bem marcado como as características antagônicas dos personagens se conversa, e como os diálogos entre eles fazem abstrações profundas sobre sentimentos. Umas das grandes lembranças que guardo também consiste da última entrevista que Paul demonstra a alienação inerente da entrevistada e como ele mesmo se insatisfaz com os resultados e seus métodos.
Alice nas Cidades
4.3 96 Assista AgoraHistória meio maluca, muitas coisas não fizeram muito sentido pra mim. Mesmo assim, um filme com um clima muito cativante.
Buena Vista Social Club
4.3 130 Assista AgoraJá foi surpresa o bastante saber que nada menos que Wim Wanders havia feito esse documentário sobre o Buena Vista. Não menos foi constatar o trabalho belíssimo aqui elaborado não somente se limitando a explorar as nuances da esplêndida reunião de notáveis músicos cubanos como ainda explorar em um ambiente pra lá de intimista um rolê pelas ruas de Havana.
Sério, não há palavras! Aplausos intermináveis...
Lili Marlene
3.8 40Uma das últimas obras de Fassbinder nos traz um contexto da Segunda Guerra, desta vez vista sob a ótica dos alemães, contudo não fazendo propaganda nacionalista ou qualquer coisa do tipo. A grande sacada aqui é justamente mostrar como o povo alemão fora das frentes de batalha era constantemente alienado e iludido do que realmente estava acontecendo ideologicamente dentro de seu país e até mesmo sua ignorância quanto à guerra e suas atrocidades desde seus princípios.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraÉ um filme bem divertido em boa parte de sua duração, mas não vou negar que fui um dos que também achou ele meio superestimado. Ele tem suas características intensas relacionadas à camaradagem e até mesmo aos riscos do consumo exagerado do álcool, mas acho que fica muito em cima do muro e não desenrola nem mesmo de forma mais superficial os arcos relacionais que puxa de seus protagonistas. Bom, mas com ressalvas.
Perfume de Mulher
3.8 24Trata-se de uma releitura bem distinta da refilmagem que o Pacino protagonizou, o personagem deste quase nada tem a ver com aquele, ainda que ambos sejam cegos e excêntricos.
Nada temos aqui daquele ar romantizado e envolvente, este capitão aqui é cruel e de ar até mesmo sádico, e nem mesmo dança tango. Comparado com esta versão, o dos anos 90 é uma obra-prima.
De toda maneira, temos aqui um grande filme que tem seu apelo emocional muito bem impresso.
Rockfield: a fazenda do rock
3.6 4Esse é um caso claro de documentário o qual já de antemão não temos qualquer dúvida que será no mínimo gostoso de assistir.
Muitíssimo bem produzido, contando com convidados de muito peso para entrevistas e cenas de época devidamente bem selecionadas, Rockfield se desnuda como uma nostalgia viva na cena rock & roll. Um lugar de pura inovação e experimentalismo fez com que muitos grandes artistas começassem a abrir suas asas para brilhar. É notável ainda a lista completa de artistas que por lá passaram, outras grandes bandas de muita competência.
Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita
4.2 45Pena que demorei tanto para escrever algo sobre o filme, agora já não lembro mais de todos os detalhes.
Contudo, é de se notar que Elio Petri representou de forma tão concreta a forma estrutural da busca pela "verdade" que é (e tem de ser) maior do que o próprio envolvido e realizados dessa tal verdade.
Os sistema sempre tem de ser sólido e inabalável frente aos próprios componentes que o formam, de forma que não há qualquer problema de se contradizer, contanto que ele se sustente e se reclicle constantemente.
As Invasões Bárbaras
4.0 203Não só mais um filme para o interminável rol de “à espera da morte”, mas este aqui brilhantemente prima também por conflitos existenciais, deliciosas passagens filosóficas e, acima de tudo, o encontro entre amigos de uma vida. É certo que não podemos deixar de lado a reconciliação entre pai e filho que são personagens completamente antagônicos, mas mesmo isso ainda não atinge o nível da amizade expressa no enredo.
É difícil determinar o quê ou como este filme consegue se assentar de forma tão eficaz, talvez sua simplicidade, suas mensagens sutis, não sei ao certo, mas realmente funcionou muito bem comigo e eu elencaria facilmente como um dos melhores filmes sobre a temática que já vi.
Aquela clássica busca por um propósito ou um sentido na vida, como se fossemos muito mais importante do que a própria existência e que, por fim, notamos que tudo isso estava a nossa volta a todo momento sem nos apercebermos disto.
Do Que Vem Antes
4.4 12 Assista AgoraPena que dessa vez devido à escassez de tempo tive que dividir esse filme em uma 6 ou 7 partes. Ainda assim, assistir Lav Diaz é sempre uma tarefa prazerosa, independente da forma que se faça.
Novamente o cineasta nos entrega uma pancada, contemplando de sua forma única os planos de uma sociedade massacrada pela ditadura.
Revela-se uma comunidade de zona rural/litorânea afastada onde outrora entende-se que houve prosperidade, contudo, o medo e as condições miseráveis tomaram conta.
Essa comunidade que prova do esquecimento e negligência só é relembrada em um momento que torna-se palco de uma possível busca por subversivos comunistas, e isso basta para arruinarem com a rotina e pouca esperança que resta a essa população.
Montana: Terra Proibida
3.5 5 Assista AgoraÉ um faroeste meio que genérico, mas que se sobressai com bastante senso de humor e algumas situações inusitadas. Nada de muito memorável, contudo um ótimo passatempo.
A Faca na Água
3.8 69 Assista AgoraRoteiro simples, descompromissado e muito eficaz. Em sua estreia, Polanski conduziu com extrema destreza um filme que prende e instiga com grande entrosamento por parte do trio. Pelo que parece foi o único longa polonês que o diretor realizou. Uma pena, gostaria de ver mais filmes dele nesta língua.
Lanternas Vermelhas
4.3 201Um filme brilhante que soube captar com primor as facetas perniciosas que se traduz no próprio sistema da estrutura social.
A escolha por ser a mulher escolhida da vez traz consigo a recompensa, traduzida na massagem, ambicionada por todas as envolvidades (até mesmo mais do que o próprio ato da escolha/atenção do marido).
A disputa entre as mesmas, lendo-se de maneira que elas representem uma classe inferiorizada na sociedade e todas tentando se destruir ao invés de unirem-se para colidir contra o opressor também é uma dica do que se tenta passar.
É evidente que a mensagem da submissão das mulheres em servir os homens não se faz menos importante, mas quero crer que ambas, tanto a mensagem concreta quanto as analogias se fazem presentes em igual hierarquia, tendo-se em conta que a diminuição do papel da mulher na sociedade também faz parte da estrutura social-econômica vigente.
Pompeia: Revelações Inéditas
3.4 1Traz uma proposta interessante de desmistificar a teoria arqueológica inicial sobre alguns dos fosséis encontrados em Pompeia, mas esgotou-se em suas próprias limitações.
É interessante até certo ponto.
O Dia Da Transa
2.8 73Ah! O filme é bom, vai... Não tem porque ser tão menosprezado pela galera.
Cada vez mais vou sendo cativado pelo estilo do cinema independente, e o estadunidense não fica pra trás só por conta da birra que podemos ter com a homogeinização de Hollywood. São duas coisas bem distintas.
A premissa é bem simples, mas imaginando a situação, as atuações das possíveis reações são muito reais!
Eduardo Coutinho - 7 de Outubro
4.2 17O documentário do documentarista.
Uma ideia nada menos que digna e brilhante. Realizado por iniciativa do Sesc para um projeto voltado aos idosos, o convidado aqui foi o genial Eduardo Coutinho, o documentarista que com sua naturalidade impressionante nunca demandou necessariamente uma pesquisa prévia ou mesmo um tema pré-definido para executar suas produções, essas, por sua vez, sempre dotadas de grande simplicidade e essência.
Nessa obra, em posição invertida, o entrevistado se mostra uma pessoa que de fato não está presente em seus filmes. A figura cordial e muitas vezes paternal que ali se encontra, por sua vez é assumidamente uma persona e ainda que os excertos exibidos sejam um tanto demasiados, não chegam a ser exagerados.
Fuindamental para quem é fã de seus documentários.
Anjos Caídos
4.0 266 Assista AgoraTentei começar direto pelo clássico e não deu lá muito certo.
Tem seus méritos em alguns aspectos, mas não vi nada de espetacular ou chamativo.
Ademais, as transições aceleradas e o uso de free handcam são usados de forma bem exagerada. Não sei se é um estilo do diretor ou se foi uma intenção apenas para esse filme, mas para mim certamente entrou como ponto negativo, tal como o personagem mudo por trauma de uma lata de fruta em conserva que também não me comprou.