A pergunta que muitas pessoas devem se fazer ao estar na situação dos personagens centrais é respondida com carisma e simplicidade nesse filme. Eva, interpretada por Julia Louis-Dreyfus (da série Seinfeld), é uma massagista divorciada, cuja filha está prestes a ir para a faculdade, ela não espera muito da vida e provavelmente a vida não espera nada dela, mas o cenário muda quando ela conhece Albert (James Gandolfini, da série The Sopranos) em uma festa. Os dois passam a sair e a se conhecerem melhor, ele também é divorciado e sua filha, por coincidência da vida ou não, também está indo para a faculdade. Os dois se fazem as mesmas perguntas a tempos: O que fazer agora? Pra onde ir? E agora?... Perguntas esperadas, já que o último resquício da vida a dois, daquela vida em família que estavam acostumados estava indo embora... não para sempre, mas nada seria como antes, essa é uma certeza. Os dois travam deliciosos e engraçados diálogos que são a atenção máxima do filme juntamente com suas situações embaraçosas e constrangedoras que vão surgindo conforme a história avança. Eva tem que amadurecer para encarar esses desafios e aos poucos ela aprende coisas valiosas sobre a vida, sem perder o bom humor, o filme trás até algumas reflexões mas nada que imponha ao telespectador tem que pensar demais. O roteiro tem boas sacadas e é bem leve, praticamente nem vemos o tempo passar, os dois atores centrais são ótimos e carregam o filme nas costas, apesar do bom time secundário, Catherine Keener e Toni Collette ajudar um pouco na carga tragicômica do filme, o show é do saudoso Gandolfini e da engraçadíssima Louis-Dreyfus, caso papel relembra um pouco a Christine da série The New Adventures Of Old Christine, outra boa opção para rir descontraidamente.
Como é difícil retratar uma família problemática sem cair no humor nem soar piegas demais. Nesse excelente filme, o retrato realista e pessimista do termo ''família'' com certeza deve afastar alguns da mesma forma que fascinará outros, como eu fiquei fascinado. De início não há como definir a sensação de ver a Meryl Streep atuando, só o fato de ser ela já se auto-classifica como atuação digna de prêmios, ela encarna perfeitamente a personagem em todos os momentos, seja na alegria, no sarcasmo, na tristeza, numa breve conversa sobre maquiagens e mulheres mais velhas, ela está sensacional em todos os momentos, e criou uma mulher de verdade ali, Violet Weston parece tangível, documental. Mas se engana quem pensa que o filme se segura apenas pelas habilidades da matriarca da família. A cena do almoço após o enterro é impressionante, tanto o roteiro como a direção segura de John Weels conduzem uma cena memorável, onde toda a simpatia e o calor familiar parecem desaparecer e só restar as farpas, tudo é jogado na mesa, e o que não é dito, é subentendido, o que não é falado, é sentido. A história em si pode soar novelesca demais para alguns, mas eu vejo com outros olhos, eu vejo a destruição que as grandes famílias tiveram com o tempo, irmãos que não se consideram, crianças querendo ser adultas antes do tempo, maridos bêbados que arrastam a vida com a barriga, homens mais velhos atrás de ninfetas, mulheres amarguradas descontando suas lamúrias nos filhos e maridos e paralelo com isso, o vício corroendo a tudo e a todos de diversas maneiras. Tudo isso soa tão real, tão próximo do comum, que gera uma reflexão, será que nossa família ficará assim? Muitas já são assim, o que fazer para não transformar em uma teia de arame farpado o que outrora chamamos de lar? E é esse realismo e proximidade do que vejo no mundo que me agradou nesse filme, é claro, tem uma fotografia linda e atuação bárbara de todo o elenco, principalmente da já falada Streep e da Julia Roberts, que protagonizam uma das cenas mais tristes do filme pra mim, logo após o tal almoço, quando há uma confusão em torno das pílulas, esse realismo pessimista e conformado do filme trás um tom melancólico totalmente pertinente para a trama. Excelente filme! Merecia estar no páreo para o Oscar 2014 sem dúvidas.
Da série: ''Vamos aproveitar a velhice dos astros e falar sobre isso''. O filme conta com um excelente quarteto central que em alguns momentos chega a funcionar, em outros nem tanto. Foi uma boa sacada mostrar a infância, uma boa desculpa para pegar atores mirins parecidos com os veteranos e nos fazer ficar adivinhando quem é quem. O filme tem bons momentos, principalmente os protagonizados por Morgan Freeman, suas tiradas e respostas sarcásticas são demais, também tem uma boa deixa pro De Niro usar sua performance de mafioso em uma dos melhores momentos do filme, mas, fora isso, a história é bacaninha, arrisca um draminha de fundo que até funciona e gera um conflito interessante entre De Niro e Douglas (esse que era pra ser o protagonista mas acaba ficando um tanto fora de foco), mas acaba sendo um filme comum, daqueles esquecíveis que passam a cada 15 dias na tv aberta. Fazendo um resumão, diverte mas nem tanto, agrada mas nem tanto, os menos exigentes vão gostar, mas eu não durmo no barulho de Hollywood, antes de montar um baita elenco e tentar pegar embalo em sucessos como Se Beber Não Case ou Missão Madrinha de Casamento, vamos nos preocupar em fazer um roteiro mais redondinho, será que dá?
A primeira coisa que pensei quando estava assistindo esse filme foi: quando irão filmar uma adaptação para o livro O Dia do Coringa? Aquelas viagens pelos países nórdicos, toda aquela paisagem e o enredo meio viajado me fizeram realmente pensar no melhor livro que já li na vida, ponto positivo para o filme. Ben Stiller não é um mal ator como outrora já imaginei, em algumas comédias mais contidas ele se sai bem e nesse filme não é diferente. Seu personagem aqui, Walter Mitty, é um homem sem vida, carente de carisma e amor-próprio, que vive no seu próprio mundo, sonhando com aventuras e facetas que o trariam ao centro das atenções, podendo conquistar até o seu maior sonho no momento: uma colega de trabalho chamada Cheryl Melhoff (Kristen Wiig), só que a vida não é um conto de fadas e a revista em que eles trabalham está se tornando on-line, o que acarretará mudanças radicais na vida rotineira e sem sal de Walter. Sean O'Connell (Sean Penn, fazendo uma pontinha importante) lhe envia negativos das fotos da revista lhe dizendo que o negativo 25 é fantástico e deverá ser a capa da última edição, o problema é que o negativo 25 está perdido e Walter Mitty entra numa aventura, dessa vez real, em busca do negativo e acaba encontrando um novo Walter Mitty. Não entendi exatamente o propósito do filme, gostei do seu tom onírico e adorei a trilha e a fotografia, que filme lindo, mas não compartilhei muito da moral da história, talvez seja o fato de ele realmente fazer algo, experimentar um auto-descobrimento, mas não captei muito bem a mensagem. Tirando isso, boa direção do Stiller, que faça mais filmes visualmente belos como esse, os amantes da sétima arte agradecem.
Se me perguntarem se eu gosto de filmes um tanto non-sense, com humor sacana misturado com ação e frases de efeito forçadas, direi que gosto, exceto Red 2. O filme se sustenta no sucesso do primeiro, que pelo pouco que me lembro, era até divertido, diferente dessa tentativa pedante e sem qualidade de divertir o público zombando de sua capacidade mental. John Malkovich (a atração do primeiro filme) está contido, sem muitas piadas relevantes ou situações constrangedoras e o resto do elenco, mesmo recheado de estrelas cumpre seu papel sem muito esforço, o chato mesmo é a história, confusa, sem graça, sem atrativos, tentam mesclar o aspecto de HQ com 007 e artifícios de espionagem mas o que criam é algo forçado sem originalidade e com um roteiro em muitas horas, preguiçoso. Tem poucas cenas de ação que valem a pena, poucas mesmo, de resto, é altamente descartável, até pra comentar no filmow é perda de tempo rs :D
Escrevi sobre para o site da Revista Life Style Tattoo.
Geralmente, o cinema estereotipa a tatuagem, é um fato inegável. O tatuado está sempre ligado à violência, pornografia, drogas ou intolerância. Na visão mais amena sobre o assunto, ele é retratado como irresponsável, ou algum jovem errante e/ou revoltado com os pais e a sociedade. Esse filme belga concorrente ao Oscar 2014 de Melhor Filme Estrangeiro desmente o arquétipo criado durante anos. Aqui a personagem é retratada como um simples ser humano, que sofre, ama, odeia, chora, sorri... E por mais que o filme contenha cenas quentes de sexo, ela também não é uma mulher vinda de outro planeta exclusivamente para satisfazer o prazer sexual masculino, contrariando a imagem libertina da mulher tatuada que muitos filmes tentam vender. Regado a uma excelente trilha sonora, o filme narra a história do simpático casal Didier (Johan Heldenbergh), um músico, e Elise (Veerle Baetens), uma tatuadora, cujas vidas são viradas ao avesso com a descoberta de que a filha Maybelle (Nell Cattrysse), tem câncer. Um dos fatores mais bacanas do filme está na montagem, ele não segue uma narrativa linear, a história pula, por exemplo, de uma cena de sexo apaixonado no inicio do namoro para uma cena de extrema melancolia em volta de uma cama de hospital, ou de uma cena em que eles se apresentam em um bar (sim, eles cantam juntos) trocando sorrisos e olhares apaixonados para uma briga por qualquer besteira, mostrando um certo desgaste no relacionamento. Outro fator interessante são os embates religiosos, uma vez que Elise tem um lado espiritual mais ativo e Didier é um ateu convicto. Essa questão fica mais evidente conforme o tempo passa e os dois são obrigados a lidar com situações emocionais que fogem ao seu controle e capacidades humanas, jogando a crença de um contra a descrença do outro e gerando um discurso forte e interessante sobre o veto americano das pesquisas em células-tronco. Não é um filme para pessoas sensíveis, tem os seus inúmeros momentos alegres com muita música e amor, mas carrega junto de si algo melancólico. De tão humano e sentimental acaba se tornando bem triste em alguns momentos. As atuações do casal principal são sensacionais e mostram que não é só hollywood que detém estrelas, o que eles fazem aqui é digno de prêmios, nos transmitem toda a liberdade do amor recente, toda a dedicação e os dilemas de pais que não sabem exatamente o que dizer a uma filha que está prestes a morrer e toda a culpa e confusão que essa situação pode trazer para um relacionamento a dois. Ninguém é perfeito, tampouco imperfeito, o filme consegue colidir o belo e o melancólico e retratar o caminho entre a vida e a morte em menos de duas horas de duração. Uma obra de arte obrigatória a todos os amantes tanto do cinema como da tatuagem. Talvez seja o filme em que a tatuagem tenha a sua melhor representação. Ela nada mais é do que um estilo de vida e representa o que há de verdade nas pessoas, independente do que isso seja.
Spike Jonze, diretor do não menos fantástico Quero Ser John Malkovich nos presenteia com essa bela analogia da relação homem-tecnologia, assunto em pauta atualmente e que gera boas discussões sobre os prós e os contras dessa nossa ''escravidão virtual''. Theodore (Joaquim Phoenix em mais uma excelente interpretação) é um sujeito melancólico que não consegue esquecer a ex-esposa Catherine (Rooney Mara) e por isso e alguns outros fatores, não se relaciona facilmente com as pessoas. A história se passa numa época onde talvez as pessoas não tenham mais tempo, ou não consigam mais expressar sentimentos ou realmente não queiram se dar ao trabalho de escrever cartas de amor, de saudade ou de um simples parabéns, então, o trabalho de Theodore consiste em fazer esse serviço usando suas palavras somadas com a vida e realidade dos outros, ele é simplesmente um ''escritor de cartas do futuro'', um futuro não muito distante (diga-se de passagem). Todo o sentimento e a afeição que ele renega aos outros e a si mesmo na vida real, ele emprega nas cartas, sendo muitas vezes elogiado pelos colegas de trabalho e simplesmente respondendo: é apenas uma carta. Até que ele conhece o Sistema Operacional que mudaria sua vida, Samantha, com a voz da sempre badalada Scarlett Johansson (até brinco que essa talvez seja a sua melhor atuação), a partir daí observamos a cumplicidade, o auto-descobrimento, as juras de amor e tudo o que poderia e deveria acontecer em um relacionamento real, só que não há o carnal, não há o calor humano, existem palavras, mas palavras distantes, talvez o suficiente para um homem que já vive distante do mundo, mas até que ponto o ser humano iria aguentar tamanho subterfúgio? Se esconder da realidade parece ser a válvula de escape do mundo moderno e o filme trata do assunto de forma ambígua, nos deixando entre dois termos, ao mesmo tempo que consideramos um absurdo a situação e queremos lhe dar uma boa sacudida pra ver se o personagem ''acorda para vida'', nos emocionamos com o fato de ele conseguir de uma forma ou de outra, artificialmente ou não, alcançar uma felicidade, mesmo que falsa. Ao final o que nos resta é a melancolia de saber que estamos caminhando para um ponto onde o ser humano já não é mais humano, ele se mistura com a tecnologia que cria e perde a vida, se torna artificial e programado, perdendo o brilho e se tornando mais um entre milhões que preferem mexer no celular num almoço de domingo do que ouvir as velhas histórias de um avô ou tio que viveu em outra época onde tudo era muito mais ''real''. Obs: A música que os dois cantam juntos num determinado momento do filme é linda!
Em determinado momento do filme, Ron Woodroof (Matthew McConauguey), alega querer apenas uma vida normal, realizar alguns sonhos e poder ao menos aproveitar essa vida pela qual ele tanto luta. Mas na realidade, hoje, com alguns avanços na medicina e talvez algum recuo na ambição das empresas farmacêuticas, ele até conseguiria, mas no auge da AIDS, onde médicos batiam cabeça em todo o mundo tentando manter as pessoas vivas, ele teve que lutar arduamente para poder ter o controle da sua vida e do seu tratamento. Com certeza é a atuação mais visceral do antes astro de comédias românticas McConauguey. Ultimamente, com uma boa escolha de papéis com temas mais sérios, ele tem mostrado ser uma grata surpresa no aspecto dramático. Sua caracterização aqui é impressionante, além de nos convencer sobre se tratar de um cowboy extremamente homofóbico, ele impressiona pela mudança corporal, chegando a perder mais de 20 quilos para viver esse papel. Acompanhamos sua trajetória em uma época onde a AIDS era considerada uma doença exclusiva de homossexuais e bissexuais, e mesmo um ''machão'' declarado como ele, sofreria preconceito por portar o vírus HIV, perdendo amigos, emprego e praticamente sendo expulso de sua casa. Com o veredito médico lhe dando aproximadamente 30 dias de vida, ele deposita sua fichas no tratamento... e quais remédios ele têm a sua disposição? Uma nova droga chamada AZT, extremamente tóxica mas bem financiada e sendo testada nas pobres cobaias humanas. Ao descobrir se tratar de um veneno, Ron busca em outros países drogas que possam ao menos aliviar o seu sofrimento. Enxergando nisso uma boa oportunidade financeira, abre o ''Clube de Compras Dallas'', onde ao contrário de vender as drogas, ele cobra uma taxa de associação e distribui as drogas para outros portadores do vírus, uma ideia genial que incomodou muita gente importante na época e gerou inúmeras disputas com as autoridades locais. Uma das melhores partes da história é realmente a construção do personagem, cenas como o abraço com o personagem Rayon (Jared Leto, em mais uma excelente performance, dessa vez indicado merecidamente ao Oscar) conseguem ser emocionantes sem apelar ao melodrama, e é interessante ver que nada é forçado, Ron aceita e convive com os homossexuais, mas carrega seus trejeitos homofóbicos. O modo bem humorado de tratar a história, como quando ele perde o tesão e fica puto da vida ao se deparar com fotos masculinas coladas na parede enquanto se masturbava olhando fotos femininas, traz um pouco de leveza e quebra o lado sombrio que a história poderia trazer. O que me fez refletir ao final o filme é: Até que ponto a indústria farmacêutica comanda o mundo? Quantas doenças poderiam ser erradicadas mas ainda servem a um propósito milionário de comércio de pílulas, agulhas, seguros saúde e diversos acessórios médicos? Será que um dia as pessoas serão mais importantes que o lucro no fim do mês?
Apesar de inúmeras polêmicas na vida pessoal, Woody Allen tem o dom extraordinário de nos contar histórias interessantes partindo de princípios simples. Seus roteiros possuem um charme único e são graciosamente realistas, conseguindo unir o clima da cidade, as neuroses humanas e os acontecimentos da vida como ninguém. Em Blue Jasmine ele conta uma história peculiar sobre uma mulher, Jasmine (Cate Blanchett) que após a prisão do marido, o milionário Hal (Alec Baldwin), se vê obrigada a morar com a irmã pobre, Ginger (Sallw Hawkins), a premissa não empolga de inicio, porém a forma como a história nos é contada e a atuação da excelente Cate Blanchett dão vida ao enredo e elevam o filme a outros patamares. Graças a uma trilha sonora amena e bem animada vemos graça em todo aquele drama: a chegada da mimada Jasmine a cidade, o choque do primeiro encontro com a nova casa, simples e mal decorada, ou o encontro as escuras arranjado pelo namorado da irmã, tudo soa tão cômico e trágico ao mesmo tempo e trás aquele tom farsesco muito famoso nos filmes do diretor. Como é de praxe, Allen, consegue nos fazer rir e refletir sobre as angustias e anseios da personagem dando a ela trejeitos próprios e a colocando em situações que lhe exigem uma postura dramática diferenciada, hora vemos a empolgada Jasmine em busca de transformação e uma nova vida, hora vemos a velha Jasmine conversando sozinha e tendo ataques de histeria ao lembrar do passado. Esse passado nos é contado em flashbacks, onde aos poucos começamos a entender como tudo aconteceu e vemos mais de perto a construção dos personagens, ajudando a defini-los e interpreta-los de forma mais concreta. Nessas idas e vindas na história, vemos um quadro interessante sobre a falta de amor próprio e o auto-flagelo que isso gera. Jasmine despreza a irmã Ginger pelas más escolhas amorosas e sua falta de auto estima, sem considerar o fato de que ela nunca foi diferente, tendo até que mudar de nome (ela se chamava Jeanette) para se auto-classificar como alguém de classe e/ou respeito, além de se apoiar financeiramente no homem rico com quem se casara. Sua tentativa de independência na nova cidade é até corajosa, mas seu espírito é fraco demais para se erguer sozinha e entre mentiras e uma falsa pose de algo que não é, nossa heroína Jasmine nada mais é do que seu próprio algoz. Entre situações bem humoradas e comparações sociais o filme se sustenta muito bem e Woody Allen prova mais uma vez que apesar de qualquer dúvida contra sua pessoa, é e sempre foi um dos melhores realizadores de cinema de todos os tempos.
É importante ressaltar que estamos falando da primeira obra de um dos diretores mais aclamados dos últimos anos, que se tornou um dos filmes mais pop's e estilizados dos anos 90. A premissa é fodida, não há outra palavra mais ''educada'' para descrevê-la. A organização do assalto, os diálogos (o que é aquela conversa sobre a música ''Like a Virgin'' da Madonna?, algo tão trivial e tão marcante ao mesmo tempo, que acabou se tornou ícone pop do cinema), os personagens e seu trejeitos durante o decorrer dos embates no galpão e o desfecho sangrento, tudo contribui para a fama que o diretor faria posteriormente com outros filmes na mesma linhagem. O roteiro se desenvolve de maneira astuta e num formato que o diretor já demonstrava gostar, em capítulos e flashbacks, contando um pouco sobre a seleção da quadrilha e suas origens. Por mais que ele dê informações interessantes sobre os principais elementos da trama, ele não se aprofunda nos outros personagens, não conhecemos a fundo todos (o que me entristece), esse é um pecado que me intriga hoje: porque não temos mais informações sobre os outros assaltantes? A história se torna singela após a parte que conhecemos mais sobre o Sr. Orange, não vemos a origem do Sr. Pink, Sr. Blue, Sr. Brown, não que estrague o filme, mas seria uma bela contribuição para um roteiro mais redondo. Devo ressaltar que o filme não teria o mesmo efeito sem as atuações monstruosas de Buscemi, Madsen, Roth e Keitel, atores tidos como ''B'' mas que cumprem muito bem o seu papel, Buscemi explicando o porque não acredita em gorjetas ou durante as discussões acaloradas no galpão, Madsen se tornando mito na cena da tortura (outro icone pop) e Roth e Keitel percorrendo quase todas as cenas do filme numa dramática relação de amizade como se fossem ''pai-e-filho''. Toda a parte técnica, como o elegante fato dos ladrões usarem ternos, a fotografia captando cenas memoráveis de ângulos interessantes, a trilha sonora excelente no momento e locais certos, tudo isso contribui para a eternização do filme.
Tirando todos esses fatores que engrandecem o filme, gostaria de gerar uma certa discussão e tirar algumas dúvidas:
Vi e revi a cena da última troca de tiros, Joe atira no Sr. Orange, O Sr. White atira em Joe, Eddie Legal atira no Sr. White e quem diabos atira no Eddie Legal? Não vi nada que se aproxime de uma resposta quando a isso, fico a imaginar que tenha sido o Sr. Pink, mas ao cair dos corpos ele sai de seu esconderijo sem demonstrar nada, apenas foge. E outra dúvida, o Sr. Brown morre de uma hora pra outra na cena do carro, ele havia mesmo levado um tiro da polícia antes de bater o carro? Há alguma cena em que isso seja provado?
Filme forte pra época. Pelo que li por aí, destruiu a carreira do diretor. As cenas das ''filmagens'' da infância do Mark são angustiantes e seu conflito interno nos faz até vê-lo com outros olhos durante o decorrer da história, talvez seja essa ambiguidade sobre o certo e o errado na mente dele, essa confusão, onde amor, sexo, ódio e dor se fundem na mesma coisa, que tenha transformado esse filme em polêmico. O voyeurismo visto de forma humana e doentia, e nós, como público, compartilhamos de sua doença assistindo impassíveis aos assassinatos. Bela fotografia, com cores vibrantes e bons angulos. Filme incomum, com aspecto noir e desfecho forte. Recomendado.
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Em alguns momentos a barra é forçada, como na cena do ''suicídio'', como não ficou nenhum rastro de sangue no caminho até o banheiro? Ou na cena da menininha na janela, jura que ninguém nem se quer acordaria com aquela gritaria toda? Mas fora isso, o roteiro é muito bom e o final onde o mal triunfa é incomum e perfeito, deu o toque de insensibilidade final pra história.
Luis Tosar dá carisma onde ele não existe, é incrível, mais uma excelente atuação.
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Cenas clássicas, zumbis clássicos, é sem dúvida nenhuma um dos melhores do gênero, tão fanfarrão e gore quanto necessário. Adoro a cena do fundo do mar.
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Mais atual impossível. O modo como as supostas ''aberrações'' são retratadas, sendo muito mais humanas do que os tidos como ''normais'' é a grande sacada do filme, gostei dessa analogia, se tornou um dos meus favoritos desde então...
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Por mais que seja o mais inferior da trilogia em questão de roteiro, Dia dos Mortos tem um visual muito bem feito, talvez um dos melhores do gênero até hoje, com muitas tripas, sangue e órgãos espalhados enquanto a pequena sociedade criada entre cientistas e militares começa a ruir. Excelente filme.
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Excelente filme! Tem uma boa história que te prende mesmo na nossa época de cinema ágil e se você reparar no cenário surreal repleto de sombras e distorção, o final faz todo o sentido.
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de seu cenário ao personagem principal, são inúmeras as referências
, o roteiro pode parecer complexo e em alguns momentos você se pega pensando ''A-háá, errou aí'', mas rapidamente o roteirista ganha mais um ponto unindo de forma interessante os acontecimentos. Se tornou um dos meus favoritos.
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O filme começa de modo pacato e aos poucos se torna um banho de sangue bizarro e cruel. O terror francês me impressiona a cada filme, as cenas finais são doentias e toda a carnificina ocorrida dentro da casa é angustiante. Um bom filme, tem os seus excessos mas cumpre bem o seu papel.
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Finalmente consegui escrever sobre essa incrível analogia sobre um servo de Deus sendo obrigado a se tornar uma criatura da noite por meio de seu mais puro altruísmo. A trama tem ritmo cadenciado mas atrai, tanto pelo absurdo como pelo reflexivo, as cenas que exigem efeitos visuais são feitas de forma competente e a fotografia, como é marca dos filmes do diretor, está impecável. As cenas em que a culpa começa a pesar e interferir no psicológico dos personagens quebra um pouco o ritmo sombrio do filme e trás um tom de humor negro, que de inicio estranhamos mas ao fim, eu, particularmente, adorei. Um filme único, talvez polêmico ou diferente demais para agradar todos os gostos, mas é algo a se assistir com calma e mente aberta. Excelente.
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Mais um maravilhoso filme dinamarquês. O cinema agradece a contribuição dos países europeus para balancear o cenário atual, onde inúmeras obras milionárias de Hollywood (que tem o seu devido valor artístico) muitas vezes não conseguem captar a essência da história que conta, como o diretor Thomas Vinterberg conseguiu fazer com esse brilhante A Caça, concorrente ao Oscar 2014 de Melhor Filme Estrangeiro. Acompanhamos a terrível história de Lucas (Mads Mikkelsen), nomeio de terrível, e, creio que todo homem deverá concordar, porque a situação em que o personagem se encontra deve estar no topo da lista dos maiores temores masculinos, uma acusação como essas realmente destrói tudo o que há ao redor de um homem na nossa sociedade cristã-ocidental, o que talvez não funcione em alguns países onde essa prática seja ''normal'', mas é isso é outra discussão. Lucas trabalha em um jardim de infância e em meio a discussões por telefone com a ex-esposa, se diverte com as crianças da cidadezinha, ele é adorado e amado por todas, inclusive pela pequena Klara, que nutre um amor infantil por ele e criando uma inocente raiva da educada rejeição do adulto o acusa de um crime hediondo. Com a cidade contra ele, vemos ele perder praticamente tudo que ama em decorrência dessa acusação, amigos, família, trabalho, até o direito de ir e vir lhe é retirado a força, isso mediante a apenas uma acusação. O filme demonstra a facilidade com que a desconfiança pode se ploriferar e atingir patamares ridículos, o que poderia ser uma simples imaginação ou mentira de uma criança vira uma verdade sólida e proclamada para todos os cantos do local atingindo a tudo e a todos de uma maneira triste e desoladora. O filme termina de forma interessante e subjetiva, será que após uma acusação dessas, poderíamos ser vistos como inocentes novamente? Qual caçador dá a chance da caça recomeçar sua vida outra vez? Um bom retrato da humanidade e seus paradigmas. Se isso acontecesse no Brasil, infelizmente nosso personagem já estaria amarrado a um poste e sendo linchado por inúmeros transeuntes que nem mesmo sabem o que se passou, apenas estão punindo alguém SUSPEITO de cometer um crime inaceitável.
Sempre me falaram muito mal desse filme. E em todas as situações, eu me pegava pensando: os irmãos Coen conseguem fazer algo realmente ruim? Então, resolvi tirar minhas próprias conclusões. Bom, o filme tem um tom farsesco típico dos irmãos, com uma narrativa que remete ao seu grande feito em Fargo, temos a velha mescla de humor negro, crime, bons diálogos, situações cômicas e/ou constrangedoras e relacionamentos. Talvez o fato de contar com Clooney e Pitt no elenco levou o filme a um público que não conhece e/ou não entenda o estilo dos irmãos, isso é só um palpite, pois muitos dos seus filmes ficaram bem populares e tem o reconhecimento de sua qualidade independente de elenco. Acho que o que faltou foi o elemento arte mesmo, a história é simples, porém é bacana da forma que é contada, os personagens são bons, principalmente o de Clooney e da McDormand, mas falta uma interação maior com a técnica, como vemos em outros filmes, fotografia, trilha sonora, edição, são bons mas não são o máximo que os irmãos já reuniram em um filme, o excesso de bons atores também atrapalha, os personagens são bem criados mas pouco desenvolvidos. Lembrem-se: um filme razoável dos irmãos Coen com certeza ainda é um filme cima da média, e eu gostei. De verdade, é sempre uma boa diversão ver essas histórias ''mirabolantemente'' simples que eles nos contam. Se comparado com outras obras dos irmãos, é fraco, mas essas comparações não cabem no cinema, cada filme é uma obra única e tem que ser interpretado dessa forma. Gostei.
Steve McQueen é uma realidade. Um diretor que vem despontando nos últimos anos e dessa vez acertou em cheio. A dúvida entre manter a dignidade ou manter a própria vida deve ter sido reflexão cotidiana para os escravos. Hoje, eu considero simplesmente impossível alguém aceitar ser tratado como lixo e abaixar a cabeça, mas com uma arma encostada na nuca, as coisas podem ser vistas em outra perspectiva, não é mesmo? É isso que acontece nesse excelente filme baseado em fatos reais sobre um negro livre que é enganado e no que deve ter sido o pior dia da sua vida, acorda acorrentado. Chiwetel Ejiofor (não me peça para pronunciar isso) é um grande ator, gosto dele desde que o vi em Coisas Belas e Sujas (2002), e nesse filme ele dá vida e sentimento a história de Solomon Northup que durante doze anos de sua vida teve que aceitar ser chamado de Platt, o que por via das dúvidas era de longe a forma mais agradável que se referiam a ele. Vendido como escravo ele acaba nas mãos do senhorio Edwin Epps (mais uma grande interpretação de Michael Fassbender), onde ele aprende a se mostrar inculto, afinal eles são comprados para trabalhar, não para ler e escrever e, a não contar sua verdadeira história pra ninguém, porque ninguém gostava de negros abusados e mentirosos. Os senhorios utilizando deturpadamente as passagens da bíblia para se justificarem, compram, vendem, emprestam, estupram e matam suas ''propriedades'', afinal eles compraram ''aqueles negros'' e tem total direito sobre ''aqueles negros''. Chiwetel Ejiofor demonstra um sentimento misto de derrota e esperança no olhar que emociona em muitos momentos, são diversas as cenas memoráveis onde a miséria humana e a maldade dos homens vira arte, fazendo-nos exaltar o filme por sua grandeza e xingar o homem por seus ridículos pensamentos retrógrados. Escravidão é um tema recorrente no cinema, diversos diretores já abordaram o tema de diversas maneiras, formas, cores e linguagem, McQueen com 12 Anos de Escravidão, gera revolta, na violência fria e crua, tanto física quanto psicológica, na humilhação do ser humano em sua forma mais intima e silenciosa, nada tão simples e profundo como esse filme foi feito e garanto que jamais farão igual. Fotografia e trilha sonora maravilhosos, é um filme como poucos. Considerações finais sobre o elenco: Chiwetel Ejiofor está excelente, Fassbender se tornou um dos meus favoritos nos últimos anos e agora comprova ser um ator de alto nível com esse senhorio maldoso e confuso querendo descontar todo o azar do mundo em cima de sua ''propriedade''. Lupita Nyong'o está emocionante como a escrava Patsey, levando em consideração que é quase a sua estréia no cinema, a garota tem futuro. Paul Dano e Paul Giamatti fazem pequenas participações mas não menos maléficas e eficazes para a trama. E ainda temos a participação de Brad Pitt, com um papel fundamental na história. Sensacional!
Todo homem quer ser rico? Talvez a resposta seja sim. Para ficar rico, até onde um homem iria? E depois, qual seria o seu limite? Quais vícios e aparências ele iria sustentar e/ou ostentar? Esse magnífico filme é justamente sobre isso, um homem nascido pobre que enriquece através de um dom, o dom de vender, não importa o que seja ou pra quem seja, ele lhe fará pensar que você precisa daquilo e quando você notar, ele já levou até as moedinhas do seu bolso. Com um roteiro esplêndido, um pouco tragicômico, onde o humor negro carrega todo o dinamismo e caracteriza bem a personalidade dos personagens, vemos uma história sem pudor algum, com sexo ''quase'' explícito, muita nudez (algumas cenas até gratuitas, diga-se de passagem), drogas, machismo, egos inflados e os melhores diálogos que já vi nos filmes do diretor. A narrativa em primeira pessoa usada em grande parte do longa nos conta a trajetória de Jordan Belfort (Di Caprio), desde os tempos em que começou na bolsa como um ingênuo e promissor estagiário, quando recebe as dicas que mudariam a sua vida de um suposto mestre do assunto, Mark Hanna (interpretado com brilhantismo por Matthew McConauguey), até o seu bem humorado e esperado declínio financeiro, pessoal, amoroso e de caráter (se é que ele tinha um), quando não há mais alternativas nem para o melhor vendedor de ações. O filme entraria fácil no meu TOP 10 se não perdesse o ritmo nos últimos 40 minutos e ficasse um pouco cansativo, nada que atrapalhe o decorrer da história, mas fiquei com a impressão de que o filme poderia ter se encerrado bem antes, tirando esse fator, a genialidade de Scorcese me impressiona, em algumas cenas o humor é pastelão e difamatório quase beirando o ridículo, mas Scorcese é como um motorista experiente, mesmo que o carro passe por uma estrada esburacada, ele segura firme o volante e chega do outro lado são e salvo, cenas como as dos personagens drogados no avião ou o efeito da droga paralisante justamente em um momento crucial em outras mãos se tornariam ridículas e desnecessárias, mas não nas mãos do monstro Scorcese, tudo flui tão naturalmente que nem ligamos pra isso. Inegavelmente, um dos melhores da carreira de todos os envolvidos, sem pudor algum (algo previamente esperado quando li sobre o número de ''fucks'' no filme), ritmo ágil, roteiro inteligente e personagens muito interessantes. Na questão da nudez e sexo em excesso, como citei, existem as cenas gratuitas mas também há muitas que se encaixam perfeitamente na trama, creio que a intenção era realmente mostrar a falta de respeito pelas pessoas e por eles mesmos, o ''pudor'' que não existe naquela falsa riqueza criada em cima de mentiras e ilegalidades, as mulheres são tratadas como meros objetos feitos exclusivamente para ostentar e transar, nada mais, não diria que é uma boa mensagem, mas em se tratando de realismo, esse machismo escroto existe em qualquer classe social, imagine entre recém chegados ao status de milionário? Caso isso te incomode, não veja ou tente ver com outros olhos, por que é uma realidade persistente no filme. Considerações finais sobre o elenco: Di Caprio merece o Oscar, se ele não ganhar esse ano será uma grande injustiça, Hill mereceu a indicação e se McConaughey tivesse mais umas duas ou três cenas talvez estaria concorrendo em duas categorias esse ano, sua participação é demais, Margot Robbie, como todas as mulheres do filme, é tratada apenas como um objeto e sua atuação não foge muito disso, não que desagrade, mas em meio a um turbilhão de atuações, ficou um pouco apagada, ficando mais a imagem clichê de mulher sedutora atrás de um milionário do que a imagem de esposa e mãe que lhe foi empregada mais a frente na história. Sensacional!
Um dos poucos filmes do excelente Fincher que eu deixei pra trás, me arrependi. O filme tem um bom ritmo e a direção é interessante com várias tomadas minimalistas e pouco usuais, como a parte do poster em que a câmera gira da horizontal pra vertical, pirei ali. Jodie Foster interpreta uma heroína possível e todos os embates com os assaltantes são reais e repletos de adrenalina, o único defeito pra mim
foi no final, quando ela acerta o Raul com a marreta, o malandro cai lá pra baixo e volta como se fosse o Volverine regenerado, realidade zero né?, qualquer ser humano depois daquela pancada só acordaria com desfibrilador
, tirando esse detalhe crucial, por mais que eu goste da atuação do Jared Leto, o personagem dele incomoda um pouco
e quando sai de cena, é notavel que o clima de suspense fica mais sério
Whitaker está competente como sempre, até a fraquinha Stewart não atrapalha em nada. Resumindo, um bom filme de um mestre do suspense, o roteiro tem suas falhas e exageros mas o filme cumpre o que promete, suspense e adrenalina com qualidade. Recomendo.
À Procura do Amor
3.5 275 Assista AgoraA pergunta que muitas pessoas devem se fazer ao estar na situação dos personagens centrais é respondida com carisma e simplicidade nesse filme.
Eva, interpretada por Julia Louis-Dreyfus (da série Seinfeld), é uma massagista divorciada, cuja filha está prestes a ir para a faculdade, ela não espera muito da vida e provavelmente a vida não espera nada dela, mas o cenário muda quando ela conhece Albert (James Gandolfini, da série The Sopranos) em uma festa. Os dois passam a sair e a se conhecerem melhor, ele também é divorciado e sua filha, por coincidência da vida ou não, também está indo para a faculdade.
Os dois se fazem as mesmas perguntas a tempos: O que fazer agora? Pra onde ir? E agora?... Perguntas esperadas, já que o último resquício da vida a dois, daquela vida em família que estavam acostumados estava indo embora... não para sempre, mas nada seria como antes, essa é uma certeza.
Os dois travam deliciosos e engraçados diálogos que são a atenção máxima do filme juntamente com suas situações embaraçosas e constrangedoras que vão surgindo conforme a história avança.
Eva tem que amadurecer para encarar esses desafios e aos poucos ela aprende coisas valiosas sobre a vida, sem perder o bom humor, o filme trás até algumas reflexões mas nada que imponha ao telespectador tem que pensar demais.
O roteiro tem boas sacadas e é bem leve, praticamente nem vemos o tempo passar, os dois atores centrais são ótimos e carregam o filme nas costas, apesar do bom time secundário, Catherine Keener e Toni Collette ajudar um pouco na carga tragicômica do filme, o show é do saudoso Gandolfini e da engraçadíssima Louis-Dreyfus, caso papel relembra um pouco a Christine da série The New Adventures Of Old Christine, outra boa opção para rir descontraidamente.
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista AgoraComo é difícil retratar uma família problemática sem cair no humor nem soar piegas demais.
Nesse excelente filme, o retrato realista e pessimista do termo ''família'' com certeza deve afastar alguns da mesma forma que fascinará outros, como eu fiquei fascinado.
De início não há como definir a sensação de ver a Meryl Streep atuando, só o fato de ser ela já se auto-classifica como atuação digna de prêmios, ela encarna perfeitamente a personagem em todos os momentos, seja na alegria, no sarcasmo, na tristeza, numa breve conversa sobre maquiagens e mulheres mais velhas, ela está sensacional em todos os momentos, e criou uma mulher de verdade ali, Violet Weston parece tangível, documental.
Mas se engana quem pensa que o filme se segura apenas pelas habilidades da matriarca da família. A cena do almoço após o enterro é impressionante, tanto o roteiro como a direção segura de John Weels conduzem uma cena memorável, onde toda a simpatia e o calor familiar parecem desaparecer e só restar as farpas, tudo é jogado na mesa, e o que não é dito, é subentendido, o que não é falado, é sentido.
A história em si pode soar novelesca demais para alguns, mas eu vejo com outros olhos, eu vejo a destruição que as grandes famílias tiveram com o tempo, irmãos que não se consideram, crianças querendo ser adultas antes do tempo, maridos bêbados que arrastam a vida com a barriga, homens mais velhos atrás de ninfetas, mulheres amarguradas descontando suas lamúrias nos filhos e maridos e paralelo com isso, o vício corroendo a tudo e a todos de diversas maneiras.
Tudo isso soa tão real, tão próximo do comum, que gera uma reflexão, será que nossa família ficará assim? Muitas já são assim, o que fazer para não transformar em uma teia de arame farpado o que outrora chamamos de lar? E é esse realismo e proximidade do que vejo no mundo que me agradou nesse filme, é claro, tem uma fotografia linda e atuação bárbara de todo o elenco, principalmente da já falada Streep e da Julia Roberts, que protagonizam uma das cenas mais tristes do filme pra mim, logo após o tal almoço, quando há uma confusão em torno das pílulas, esse realismo pessimista e conformado do filme trás um tom melancólico totalmente pertinente para a trama.
Excelente filme! Merecia estar no páreo para o Oscar 2014 sem dúvidas.
Última Viagem a Vegas
3.5 502 Assista AgoraDa série: ''Vamos aproveitar a velhice dos astros e falar sobre isso''. O filme conta com um excelente quarteto central que em alguns momentos chega a funcionar, em outros nem tanto.
Foi uma boa sacada mostrar a infância, uma boa desculpa para pegar atores mirins parecidos com os veteranos e nos fazer ficar adivinhando quem é quem.
O filme tem bons momentos, principalmente os protagonizados por Morgan Freeman, suas tiradas e respostas sarcásticas são demais, também tem uma boa deixa pro De Niro usar sua performance de mafioso em uma dos melhores momentos do filme, mas, fora isso, a história é bacaninha, arrisca um draminha de fundo que até funciona e gera um conflito interessante entre De Niro e Douglas (esse que era pra ser o protagonista mas acaba ficando um tanto fora de foco), mas acaba sendo um filme comum, daqueles esquecíveis que passam a cada 15 dias na tv aberta.
Fazendo um resumão, diverte mas nem tanto, agrada mas nem tanto, os menos exigentes vão gostar, mas eu não durmo no barulho de Hollywood, antes de montar um baita elenco e tentar pegar embalo em sucessos como Se Beber Não Case ou Missão Madrinha de Casamento, vamos nos preocupar em fazer um roteiro mais redondinho, será que dá?
A Vida Secreta de Walter Mitty
3.8 2,0K Assista AgoraA primeira coisa que pensei quando estava assistindo esse filme foi: quando irão filmar uma adaptação para o livro O Dia do Coringa? Aquelas viagens pelos países nórdicos, toda aquela paisagem e o enredo meio viajado me fizeram realmente pensar no melhor livro que já li na vida, ponto positivo para o filme.
Ben Stiller não é um mal ator como outrora já imaginei, em algumas comédias mais contidas ele se sai bem e nesse filme não é diferente. Seu personagem aqui, Walter Mitty, é um homem sem vida, carente de carisma e amor-próprio, que vive no seu próprio mundo, sonhando com aventuras e facetas que o trariam ao centro das atenções, podendo conquistar até o seu maior sonho no momento: uma colega de trabalho chamada Cheryl Melhoff (Kristen Wiig), só que a vida não é um conto de fadas e a revista em que eles trabalham está se tornando on-line, o que acarretará mudanças radicais na vida rotineira e sem sal de Walter.
Sean O'Connell (Sean Penn, fazendo uma pontinha importante) lhe envia negativos das fotos da revista lhe dizendo que o negativo 25 é fantástico e deverá ser a capa da última edição, o problema é que o negativo 25 está perdido e Walter Mitty entra numa aventura, dessa vez real, em busca do negativo e acaba encontrando um novo Walter Mitty. Não entendi exatamente o propósito do filme, gostei do seu tom onírico e adorei a trilha e a fotografia, que filme lindo, mas não compartilhei muito da moral da história, talvez seja o fato de ele realmente fazer algo, experimentar um auto-descobrimento, mas não captei muito bem a mensagem. Tirando isso, boa direção do Stiller, que faça mais filmes visualmente belos como esse, os amantes da sétima arte agradecem.
RED 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos
3.4 457 Assista AgoraSe me perguntarem se eu gosto de filmes um tanto non-sense, com humor sacana misturado com ação e frases de efeito forçadas, direi que gosto, exceto Red 2.
O filme se sustenta no sucesso do primeiro, que pelo pouco que me lembro, era até divertido, diferente dessa tentativa pedante e sem qualidade de divertir o público zombando de sua capacidade mental.
John Malkovich (a atração do primeiro filme) está contido, sem muitas piadas relevantes ou situações constrangedoras e o resto do elenco, mesmo recheado de estrelas cumpre seu papel sem muito esforço, o chato mesmo é a história, confusa, sem graça, sem atrativos, tentam mesclar o aspecto de HQ com 007 e artifícios de espionagem mas o que criam é algo forçado sem originalidade e com um roteiro em muitas horas, preguiçoso.
Tem poucas cenas de ação que valem a pena, poucas mesmo, de resto, é altamente descartável, até pra comentar no filmow é perda de tempo rs :D
Alabama Monroe
4.3 1,4KEscrevi sobre para o site da Revista Life Style Tattoo.
Geralmente, o cinema estereotipa a tatuagem, é um fato inegável.
O tatuado está sempre ligado à violência, pornografia, drogas ou intolerância. Na visão mais amena sobre o assunto, ele é retratado como irresponsável, ou algum jovem errante e/ou revoltado com os pais e a sociedade.
Esse filme belga concorrente ao Oscar 2014 de Melhor Filme Estrangeiro desmente o arquétipo criado durante anos. Aqui a personagem é retratada como um simples ser humano, que sofre, ama, odeia, chora, sorri... E por mais que o filme contenha cenas quentes de sexo, ela também não é uma mulher vinda de outro planeta exclusivamente para satisfazer o prazer sexual masculino, contrariando a imagem libertina da mulher tatuada que muitos filmes tentam vender.
Regado a uma excelente trilha sonora, o filme narra a história do simpático casal Didier (Johan Heldenbergh), um músico, e Elise (Veerle Baetens), uma tatuadora, cujas vidas são viradas ao avesso com a descoberta de que a filha Maybelle (Nell Cattrysse), tem câncer.
Um dos fatores mais bacanas do filme está na montagem, ele não segue uma narrativa linear, a história pula, por exemplo, de uma cena de sexo apaixonado no inicio do namoro para uma cena de extrema melancolia em volta de uma cama de hospital, ou de uma cena em que eles se apresentam em um bar (sim, eles cantam juntos) trocando sorrisos e olhares apaixonados para uma briga por qualquer besteira, mostrando um certo desgaste no relacionamento.
Outro fator interessante são os embates religiosos, uma vez que Elise tem um lado espiritual mais ativo e Didier é um ateu convicto. Essa questão fica mais evidente conforme o tempo passa e os dois são obrigados a lidar com situações emocionais que fogem ao seu controle e capacidades humanas, jogando a crença de um contra a descrença do outro e gerando um discurso forte e interessante sobre o veto americano das pesquisas em células-tronco.
Não é um filme para pessoas sensíveis, tem os seus inúmeros momentos alegres com muita música e amor, mas carrega junto de si algo melancólico. De tão humano e sentimental acaba se tornando bem triste em alguns momentos.
As atuações do casal principal são sensacionais e mostram que não é só hollywood que detém estrelas, o que eles fazem aqui é digno de prêmios, nos transmitem toda a liberdade do amor recente, toda a dedicação e os dilemas de pais que não sabem exatamente o que dizer a uma filha que está prestes a morrer e toda a culpa e confusão que essa situação pode trazer para um relacionamento a dois. Ninguém é perfeito, tampouco imperfeito, o filme consegue colidir o belo e o melancólico e retratar o caminho entre a vida e a morte em menos de duas horas de duração. Uma obra de arte obrigatória a todos os amantes tanto do cinema como da tatuagem.
Talvez seja o filme em que a tatuagem tenha a sua melhor representação. Ela nada mais é do que um estilo de vida e representa o que há de verdade nas pessoas, independente do que isso seja.
http://www.revistalifestyletattoo.com/#!Msica-amor-e-tatuagem-em-um-retrato-sincero-sobre-a-vida/cz5l/5257DF42-B552-4877-A005-4FABD71D2BE6
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraSpike Jonze, diretor do não menos fantástico Quero Ser John Malkovich nos presenteia com essa bela analogia da relação homem-tecnologia, assunto em pauta atualmente e que gera boas discussões sobre os prós e os contras dessa nossa ''escravidão virtual''.
Theodore (Joaquim Phoenix em mais uma excelente interpretação) é um sujeito melancólico que não consegue esquecer a ex-esposa Catherine (Rooney Mara) e por isso e alguns outros fatores, não se relaciona facilmente com as pessoas.
A história se passa numa época onde talvez as pessoas não tenham mais tempo, ou não consigam mais expressar sentimentos ou realmente não queiram se dar ao trabalho de escrever cartas de amor, de saudade ou de um simples parabéns, então, o trabalho de Theodore consiste em fazer esse serviço usando suas palavras somadas com a vida e realidade dos outros, ele é simplesmente um ''escritor de cartas do futuro'', um futuro não muito distante (diga-se de passagem). Todo o sentimento e a afeição que ele renega aos outros e a si mesmo na vida real, ele emprega nas cartas, sendo muitas vezes elogiado pelos colegas de trabalho e simplesmente respondendo: é apenas uma carta.
Até que ele conhece o Sistema Operacional que mudaria sua vida, Samantha, com a voz da sempre badalada Scarlett Johansson (até brinco que essa talvez seja a sua melhor atuação), a partir daí observamos a cumplicidade, o auto-descobrimento, as juras de amor e tudo o que poderia e deveria acontecer em um relacionamento real, só que não há o carnal, não há o calor humano, existem palavras, mas palavras distantes, talvez o suficiente para um homem que já vive distante do mundo, mas até que ponto o ser humano iria aguentar tamanho subterfúgio? Se esconder da realidade parece ser a válvula de escape do mundo moderno e o filme trata do assunto de forma ambígua, nos deixando entre dois termos, ao mesmo tempo que consideramos um absurdo a situação e queremos lhe dar uma boa sacudida pra ver se o personagem ''acorda para vida'', nos emocionamos com o fato de ele conseguir de uma forma ou de outra, artificialmente ou não, alcançar uma felicidade, mesmo que falsa.
Ao final o que nos resta é a melancolia de saber que estamos caminhando para um ponto onde o ser humano já não é mais humano, ele se mistura com a tecnologia que cria e perde a vida, se torna artificial e programado, perdendo o brilho e se tornando mais um entre milhões que preferem mexer no celular num almoço de domingo do que ouvir as velhas histórias de um avô ou tio que viveu em outra época onde tudo era muito mais ''real''.
Obs: A música que os dois cantam juntos num determinado momento do filme é linda!
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraEm determinado momento do filme, Ron Woodroof (Matthew McConauguey), alega querer apenas uma vida normal, realizar alguns sonhos e poder ao menos aproveitar essa vida pela qual ele tanto luta. Mas na realidade, hoje, com alguns avanços na medicina e talvez algum recuo na ambição das empresas farmacêuticas, ele até conseguiria, mas no auge da AIDS, onde médicos batiam cabeça em todo o mundo tentando manter as pessoas vivas, ele teve que lutar arduamente para poder ter o controle da sua vida e do seu tratamento.
Com certeza é a atuação mais visceral do antes astro de comédias românticas McConauguey. Ultimamente, com uma boa escolha de papéis com temas mais sérios, ele tem mostrado ser uma grata surpresa no aspecto dramático. Sua caracterização aqui é impressionante, além de nos convencer sobre se tratar de um cowboy extremamente homofóbico, ele impressiona pela mudança corporal, chegando a perder mais de 20 quilos para viver esse papel.
Acompanhamos sua trajetória em uma época onde a AIDS era considerada uma doença exclusiva de homossexuais e bissexuais, e mesmo um ''machão'' declarado como ele, sofreria preconceito por portar o vírus HIV, perdendo amigos, emprego e praticamente sendo expulso de sua casa.
Com o veredito médico lhe dando aproximadamente 30 dias de vida, ele deposita sua fichas no tratamento... e quais remédios ele têm a sua disposição? Uma nova droga chamada AZT, extremamente tóxica mas bem financiada e sendo testada nas pobres cobaias humanas. Ao descobrir se tratar de um veneno, Ron busca em outros países drogas que possam ao menos aliviar o seu sofrimento. Enxergando nisso uma boa oportunidade financeira, abre o ''Clube de Compras Dallas'', onde ao contrário de vender as drogas, ele cobra uma taxa de associação e distribui as drogas para outros portadores do vírus, uma ideia genial que incomodou muita gente importante na época e gerou inúmeras disputas com as autoridades locais.
Uma das melhores partes da história é realmente a construção do personagem, cenas como o abraço com o personagem Rayon (Jared Leto, em mais uma excelente performance, dessa vez indicado merecidamente ao Oscar) conseguem ser emocionantes sem apelar ao melodrama, e é interessante ver que nada é forçado, Ron aceita e convive com os homossexuais, mas carrega seus trejeitos homofóbicos. O modo bem humorado de tratar a história, como quando ele perde o tesão e fica puto da vida ao se deparar com fotos masculinas coladas na parede enquanto se masturbava olhando fotos femininas, traz um pouco de leveza e quebra o lado sombrio que a história poderia trazer.
O que me fez refletir ao final o filme é: Até que ponto a indústria farmacêutica comanda o mundo? Quantas doenças poderiam ser erradicadas mas ainda servem a um propósito milionário de comércio de pílulas, agulhas, seguros saúde e diversos acessórios médicos? Será que um dia as pessoas serão mais importantes que o lucro no fim do mês?
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraApesar de inúmeras polêmicas na vida pessoal, Woody Allen tem o dom extraordinário de nos contar histórias interessantes partindo de princípios simples. Seus roteiros possuem um charme único e são graciosamente realistas, conseguindo unir o clima da cidade, as neuroses humanas e os acontecimentos da vida como ninguém.
Em Blue Jasmine ele conta uma história peculiar sobre uma mulher, Jasmine (Cate Blanchett) que após a prisão do marido, o milionário Hal (Alec Baldwin), se vê obrigada a morar com a irmã pobre, Ginger (Sallw Hawkins), a premissa não empolga de inicio, porém a forma como a história nos é contada e a atuação da excelente Cate Blanchett dão vida ao enredo e elevam o filme a outros patamares.
Graças a uma trilha sonora amena e bem animada vemos graça em todo aquele drama: a chegada da mimada Jasmine a cidade, o choque do primeiro encontro com a nova casa, simples e mal decorada, ou o encontro as escuras arranjado pelo namorado da irmã, tudo soa tão cômico e trágico ao mesmo tempo e trás aquele tom farsesco muito famoso nos filmes do diretor. Como é de praxe, Allen, consegue nos fazer rir e refletir sobre as angustias e anseios da personagem dando a ela trejeitos próprios e a colocando em situações que lhe exigem uma postura dramática diferenciada, hora vemos a empolgada Jasmine em busca de transformação e uma nova vida, hora vemos a velha Jasmine conversando sozinha e tendo ataques de histeria ao lembrar do passado.
Esse passado nos é contado em flashbacks, onde aos poucos começamos a entender como tudo aconteceu e vemos mais de perto a construção dos personagens, ajudando a defini-los e interpreta-los de forma mais concreta.
Nessas idas e vindas na história, vemos um quadro interessante sobre a falta de amor próprio e o auto-flagelo que isso gera. Jasmine despreza a irmã Ginger pelas más escolhas amorosas e sua falta de auto estima, sem considerar o fato de que ela nunca foi diferente, tendo até que mudar de nome (ela se chamava Jeanette) para se auto-classificar como alguém de classe e/ou respeito, além de se apoiar financeiramente no homem rico com quem se casara.
Sua tentativa de independência na nova cidade é até corajosa, mas seu espírito é fraco demais para se erguer sozinha e entre mentiras e uma falsa pose de algo que não é, nossa heroína Jasmine nada mais é do que seu próprio algoz.
Entre situações bem humoradas e comparações sociais o filme se sustenta muito bem e Woody Allen prova mais uma vez que apesar de qualquer dúvida contra sua pessoa, é e sempre foi um dos melhores realizadores de cinema de todos os tempos.
Cães de Aluguel
4.2 1,9K Assista AgoraÉ importante ressaltar que estamos falando da primeira obra de um dos diretores mais aclamados dos últimos anos, que se tornou um dos filmes mais pop's e estilizados dos anos 90.
A premissa é fodida, não há outra palavra mais ''educada'' para descrevê-la. A organização do assalto, os diálogos (o que é aquela conversa sobre a música ''Like a Virgin'' da Madonna?, algo tão trivial e tão marcante ao mesmo tempo, que acabou se tornou ícone pop do cinema), os personagens e seu trejeitos durante o decorrer dos embates no galpão e o desfecho sangrento, tudo contribui para a fama que o diretor faria posteriormente com outros filmes na mesma linhagem.
O roteiro se desenvolve de maneira astuta e num formato que o diretor já demonstrava gostar, em capítulos e flashbacks, contando um pouco sobre a seleção da quadrilha e suas origens. Por mais que ele dê informações interessantes sobre os principais elementos da trama, ele não se aprofunda nos outros personagens, não conhecemos a fundo todos (o que me entristece), esse é um pecado que me intriga hoje: porque não temos mais informações sobre os outros assaltantes? A história se torna singela após a parte que conhecemos mais sobre o Sr. Orange, não vemos a origem do Sr. Pink, Sr. Blue, Sr. Brown, não que estrague o filme, mas seria uma bela contribuição para um roteiro mais redondo.
Devo ressaltar que o filme não teria o mesmo efeito sem as atuações monstruosas de Buscemi, Madsen, Roth e Keitel, atores tidos como ''B'' mas que cumprem muito bem o seu papel, Buscemi explicando o porque não acredita em gorjetas ou durante as discussões acaloradas no galpão, Madsen se tornando mito na cena da tortura (outro icone pop) e Roth e Keitel percorrendo quase todas as cenas do filme numa dramática relação de amizade como se fossem ''pai-e-filho''.
Toda a parte técnica, como o elegante fato dos ladrões usarem ternos, a fotografia captando cenas memoráveis de ângulos interessantes, a trilha sonora excelente no momento e locais certos, tudo isso contribui para a eternização do filme.
Tirando todos esses fatores que engrandecem o filme, gostaria de gerar uma certa discussão e tirar algumas dúvidas:
Vi e revi a cena da última troca de tiros, Joe atira no Sr. Orange, O Sr. White atira em Joe, Eddie Legal atira no Sr. White e quem diabos atira no Eddie Legal? Não vi nada que se aproxime de uma resposta quando a isso, fico a imaginar que tenha sido o Sr. Pink, mas ao cair dos corpos ele sai de seu esconderijo sem demonstrar nada, apenas foge. E outra dúvida, o Sr. Brown morre de uma hora pra outra na cena do carro, ele havia mesmo levado um tiro da polícia antes de bater o carro? Há alguma cena em que isso seja provado?
A Tortura do Medo
3.9 149Filme forte pra época. Pelo que li por aí, destruiu a carreira do diretor. As cenas das ''filmagens'' da infância do Mark são angustiantes e seu conflito interno nos faz até vê-lo com outros olhos durante o decorrer da história, talvez seja essa ambiguidade sobre o certo e o errado na mente dele, essa confusão, onde amor, sexo, ódio e dor se fundem na mesma coisa, que tenha transformado esse filme em polêmico. O voyeurismo visto de forma humana e doentia, e nós, como público, compartilhamos de sua doença assistindo impassíveis aos assassinatos. Bela fotografia, com cores vibrantes e bons angulos. Filme incomum, com aspecto noir e desfecho forte. Recomendado.
Saiu na lista da Revista LifeStyle Tattoo sobre filmes assustadores que você precisa ver:
http://www.revistalifestyletattoo.com/#!rev-digital/c9qb
Enquanto Você Dorme
3.6 372Excelente personagem, frieza e maldade ao extremo, talvez um dos mais frios e sinceros que eu tenha visto no cinema.
Em alguns momentos a barra é forçada, como na cena do ''suicídio'', como não ficou nenhum rastro de sangue no caminho até o banheiro? Ou na cena da menininha na janela, jura que ninguém nem se quer acordaria com aquela gritaria toda? Mas fora isso, o roteiro é muito bom e o final onde o mal triunfa é incomum e perfeito, deu o toque de insensibilidade final pra história.
Luis Tosar dá carisma onde ele não existe, é incrível, mais uma excelente atuação.
Saiu na lista da Revista LifeStyle Tattoo sobre filmes assustadores que você precisa ver:
http://www.revistalifestyletattoo.com/#!rev-digital/c9qb
Zombie: A Volta dos Mortos
3.7 182Cenas clássicas, zumbis clássicos, é sem dúvida nenhuma um dos melhores do gênero, tão fanfarrão e gore quanto necessário. Adoro a cena do fundo do mar.
Saiu na lista da Revista LifeStyle Tattoo sobre filmes assustadores que você precisa ver:
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Monstros
4.3 509 Assista AgoraMais atual impossível. O modo como as supostas ''aberrações'' são retratadas, sendo muito mais humanas do que os tidos como ''normais'' é a grande sacada do filme, gostei dessa analogia, se tornou um dos meus favoritos desde então...
Saiu na lista da Revista LifeStyle Tattoo sobre filmes assustadores que você precisa ver:
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Dia dos Mortos
3.7 305 Assista AgoraPor mais que seja o mais inferior da trilogia em questão de roteiro, Dia dos Mortos tem um visual muito bem feito, talvez um dos melhores do gênero até hoje, com muitas tripas, sangue e órgãos espalhados enquanto a pequena sociedade criada entre cientistas e militares começa a ruir. Excelente filme.
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O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 524 Assista AgoraExcelente filme! Tem uma boa história que te prende mesmo na nossa época de cinema ágil e se você reparar no cenário surreal repleto de sombras e distorção, o final faz todo o sentido.
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Triângulo do Medo
3.5 1,3K Assista AgoraTerror diferenciado, dinâmico e uma clara homenagem a O Iluminado,
de seu cenário ao personagem principal, são inúmeras as referências
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A Invasora
3.4 706O filme começa de modo pacato e aos poucos se torna um banho de sangue bizarro e cruel. O terror francês me impressiona a cada filme, as cenas finais são doentias e toda a carnificina ocorrida dentro da casa é angustiante. Um bom filme, tem os seus excessos mas cumpre bem o seu papel.
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Sede de Sangue
3.7 338Finalmente consegui escrever sobre essa incrível analogia sobre um servo de Deus sendo obrigado a se tornar uma criatura da noite por meio de seu mais puro altruísmo. A trama tem ritmo cadenciado mas atrai, tanto pelo absurdo como pelo reflexivo, as cenas que exigem efeitos visuais são feitas de forma competente e a fotografia, como é marca dos filmes do diretor, está impecável. As cenas em que a culpa começa a pesar e interferir no psicológico dos personagens quebra um pouco o ritmo sombrio do filme e trás um tom de humor negro, que de inicio estranhamos mas ao fim, eu, particularmente, adorei. Um filme único, talvez polêmico ou diferente demais para agradar todos os gostos, mas é algo a se assistir com calma e mente aberta. Excelente.
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A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraMais um maravilhoso filme dinamarquês. O cinema agradece a contribuição dos países europeus para balancear o cenário atual, onde inúmeras obras milionárias de Hollywood (que tem o seu devido valor artístico) muitas vezes não conseguem captar a essência da história que conta, como o diretor Thomas Vinterberg conseguiu fazer com esse brilhante A Caça, concorrente ao Oscar 2014 de Melhor Filme Estrangeiro.
Acompanhamos a terrível história de Lucas (Mads Mikkelsen), nomeio de terrível, e, creio que todo homem deverá concordar, porque a situação em que o personagem se encontra deve estar no topo da lista dos maiores temores masculinos, uma acusação como essas realmente destrói tudo o que há ao redor de um homem na nossa sociedade cristã-ocidental, o que talvez não funcione em alguns países onde essa prática seja ''normal'', mas é isso é outra discussão.
Lucas trabalha em um jardim de infância e em meio a discussões por telefone com a ex-esposa, se diverte com as crianças da cidadezinha, ele é adorado e amado por todas, inclusive pela pequena Klara, que nutre um amor infantil por ele e criando uma inocente raiva da educada rejeição do adulto o acusa de um crime hediondo.
Com a cidade contra ele, vemos ele perder praticamente tudo que ama em decorrência dessa acusação, amigos, família, trabalho, até o direito de ir e vir lhe é retirado a força, isso mediante a apenas uma acusação.
O filme demonstra a facilidade com que a desconfiança pode se ploriferar e atingir patamares ridículos, o que poderia ser uma simples imaginação ou mentira de uma criança vira uma verdade sólida e proclamada para todos os cantos do local atingindo a tudo e a todos de uma maneira triste e desoladora.
O filme termina de forma interessante e subjetiva, será que após uma acusação dessas, poderíamos ser vistos como inocentes novamente? Qual caçador dá a chance da caça recomeçar sua vida outra vez? Um bom retrato da humanidade e seus paradigmas. Se isso acontecesse no Brasil, infelizmente nosso personagem já estaria amarrado a um poste e sendo linchado por inúmeros transeuntes que nem mesmo sabem o que se passou, apenas estão punindo alguém SUSPEITO de cometer um crime inaceitável.
Queime Depois de Ler
3.2 1,3K Assista AgoraSempre me falaram muito mal desse filme. E em todas as situações, eu me pegava pensando: os irmãos Coen conseguem fazer algo realmente ruim? Então, resolvi tirar minhas próprias conclusões.
Bom, o filme tem um tom farsesco típico dos irmãos, com uma narrativa que remete ao seu grande feito em Fargo, temos a velha mescla de humor negro, crime, bons diálogos, situações cômicas e/ou constrangedoras e relacionamentos.
Talvez o fato de contar com Clooney e Pitt no elenco levou o filme a um público que não conhece e/ou não entenda o estilo dos irmãos, isso é só um palpite, pois muitos dos seus filmes ficaram bem populares e tem o reconhecimento de sua qualidade independente de elenco.
Acho que o que faltou foi o elemento arte mesmo, a história é simples, porém é bacana da forma que é contada, os personagens são bons, principalmente o de Clooney e da McDormand, mas falta uma interação maior com a técnica, como vemos em outros filmes, fotografia, trilha sonora, edição, são bons mas não são o máximo que os irmãos já reuniram em um filme, o excesso de bons atores também atrapalha, os personagens são bem criados mas pouco desenvolvidos. Lembrem-se: um filme razoável dos irmãos Coen com certeza ainda é um filme cima da média, e eu gostei. De verdade, é sempre uma boa diversão ver essas histórias ''mirabolantemente'' simples que eles nos contam. Se comparado com outras obras dos irmãos, é fraco, mas essas comparações não cabem no cinema, cada filme é uma obra única e tem que ser interpretado dessa forma. Gostei.
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KSteve McQueen é uma realidade. Um diretor que vem despontando nos últimos anos e dessa vez acertou em cheio. A dúvida entre manter a dignidade ou manter a própria vida deve ter sido reflexão cotidiana para os escravos. Hoje, eu considero simplesmente impossível alguém aceitar ser tratado como lixo e abaixar a cabeça, mas com uma arma encostada na nuca, as coisas podem ser vistas em outra perspectiva, não é mesmo? É isso que acontece nesse excelente filme baseado em fatos reais sobre um negro livre que é enganado e no que deve ter sido o pior dia da sua vida, acorda acorrentado. Chiwetel Ejiofor (não me peça para pronunciar isso) é um grande ator, gosto dele desde que o vi em Coisas Belas e Sujas (2002), e nesse filme ele dá vida e sentimento a história de Solomon Northup que durante doze anos de sua vida teve que aceitar ser chamado de Platt, o que por via das dúvidas era de longe a forma mais agradável que se referiam a ele. Vendido como escravo ele acaba nas mãos do senhorio Edwin Epps (mais uma grande interpretação de Michael Fassbender), onde ele aprende a se mostrar inculto, afinal eles são comprados para trabalhar, não para ler e escrever e, a não contar sua verdadeira história pra ninguém, porque ninguém gostava de negros abusados e mentirosos.
Os senhorios utilizando deturpadamente as passagens da bíblia para se justificarem, compram, vendem, emprestam, estupram e matam suas ''propriedades'', afinal eles compraram ''aqueles negros'' e tem total direito sobre ''aqueles negros''. Chiwetel Ejiofor demonstra um sentimento misto de derrota e esperança no olhar que emociona em muitos momentos, são diversas as cenas memoráveis onde a miséria humana e a maldade dos homens vira arte, fazendo-nos exaltar o filme por sua grandeza e xingar o homem por seus ridículos pensamentos retrógrados. Escravidão é um tema recorrente no cinema, diversos diretores já abordaram o tema de diversas maneiras, formas, cores e linguagem, McQueen com 12 Anos de Escravidão, gera revolta, na violência fria e crua, tanto física quanto psicológica, na humilhação do ser humano em sua forma mais intima e silenciosa, nada tão simples e profundo como esse filme foi feito e garanto que jamais farão igual. Fotografia e trilha sonora maravilhosos, é um filme como poucos.
Considerações finais sobre o elenco: Chiwetel Ejiofor está excelente, Fassbender se tornou um dos meus favoritos nos últimos anos e agora comprova ser um ator de alto nível com esse senhorio maldoso e confuso querendo descontar todo o azar do mundo em cima de sua ''propriedade''. Lupita Nyong'o está emocionante como a escrava Patsey, levando em consideração que é quase a sua estréia no cinema, a garota tem futuro. Paul Dano e Paul Giamatti fazem pequenas participações mas não menos maléficas e eficazes para a trama. E ainda temos a participação de Brad Pitt, com um papel fundamental na história.
Sensacional!
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraTodo homem quer ser rico? Talvez a resposta seja sim. Para ficar rico, até onde um homem iria? E depois, qual seria o seu limite? Quais vícios e aparências ele iria sustentar e/ou ostentar? Esse magnífico filme é justamente sobre isso, um homem nascido pobre que enriquece através de um dom, o dom de vender, não importa o que seja ou pra quem seja, ele lhe fará pensar que você precisa daquilo e quando você notar, ele já levou até as moedinhas do seu bolso. Com um roteiro esplêndido, um pouco tragicômico, onde o humor negro carrega todo o dinamismo e caracteriza bem a personalidade dos personagens, vemos uma história sem pudor algum, com sexo ''quase'' explícito, muita nudez (algumas cenas até gratuitas, diga-se de passagem), drogas, machismo, egos inflados e os melhores diálogos que já vi nos filmes do diretor. A narrativa em primeira pessoa usada em grande parte do longa nos conta a trajetória de Jordan Belfort (Di Caprio), desde os tempos em que começou na bolsa como um ingênuo e promissor estagiário, quando recebe as dicas que mudariam a sua vida de um suposto mestre do assunto, Mark Hanna (interpretado com brilhantismo por Matthew McConauguey), até o seu bem humorado e esperado declínio financeiro, pessoal, amoroso e de caráter (se é que ele tinha um), quando não há mais alternativas nem para o melhor vendedor de ações. O filme entraria fácil no meu TOP 10 se não perdesse o ritmo nos últimos 40 minutos e ficasse um pouco cansativo, nada que atrapalhe o decorrer da história, mas fiquei com a impressão de que o filme poderia ter se encerrado bem antes, tirando esse fator, a genialidade de Scorcese me impressiona, em algumas cenas o humor é pastelão e difamatório quase beirando o ridículo, mas Scorcese é como um motorista experiente, mesmo que o carro passe por uma estrada esburacada, ele segura firme o volante e chega do outro lado são e salvo, cenas como as dos personagens drogados no avião ou o efeito da droga paralisante justamente em um momento crucial em outras mãos se tornariam ridículas e desnecessárias, mas não nas mãos do monstro Scorcese, tudo flui tão naturalmente que nem ligamos pra isso. Inegavelmente, um dos melhores da carreira de todos os envolvidos, sem pudor algum (algo previamente esperado quando li sobre o número de ''fucks'' no filme), ritmo ágil, roteiro inteligente e personagens muito interessantes. Na questão da nudez e sexo em excesso, como citei, existem as cenas gratuitas mas também há muitas que se encaixam perfeitamente na trama, creio que a intenção era realmente mostrar a falta de respeito pelas pessoas e por eles mesmos, o ''pudor'' que não existe naquela falsa riqueza criada em cima de mentiras e ilegalidades, as mulheres são tratadas como meros objetos feitos exclusivamente para ostentar e transar, nada mais, não diria que é uma boa mensagem, mas em se tratando de realismo, esse machismo escroto existe em qualquer classe social, imagine entre recém chegados ao status de milionário? Caso isso te incomode, não veja ou tente ver com outros olhos, por que é uma realidade persistente no filme.
Considerações finais sobre o elenco: Di Caprio merece o Oscar, se ele não ganhar esse ano será uma grande injustiça, Hill mereceu a indicação e se McConaughey tivesse mais umas duas ou três cenas talvez estaria concorrendo em duas categorias esse ano, sua participação é demais, Margot Robbie, como todas as mulheres do filme, é tratada apenas como um objeto e sua atuação não foge muito disso, não que desagrade, mas em meio a um turbilhão de atuações, ficou um pouco apagada, ficando mais a imagem clichê de mulher sedutora atrás de um milionário do que a imagem de esposa e mãe que lhe foi empregada mais a frente na história.
Sensacional!
O Quarto do Pânico
3.4 959Um dos poucos filmes do excelente Fincher que eu deixei pra trás, me arrependi. O filme tem um bom ritmo e a direção é interessante com várias tomadas minimalistas e pouco usuais, como a parte do poster em que a câmera gira da horizontal pra vertical, pirei ali. Jodie Foster interpreta uma heroína possível e todos os embates com os assaltantes são reais e repletos de adrenalina, o único defeito pra mim
foi no final, quando ela acerta o Raul com a marreta, o malandro cai lá pra baixo e volta como se fosse o Volverine regenerado, realidade zero né?, qualquer ser humano depois daquela pancada só acordaria com desfibrilador
e quando sai de cena, é notavel que o clima de suspense fica mais sério