Esse filme ficou na minha cabeça por muito tempo..me fez pensar de como atitudes machistas e predatórias estão tão bem inseridas no nosso cotidiano, que passam a ser tratadas com naturalidade, triste realidade universal. Que devemos nos policiar pra não propagarmos. Nossa "persona" de macho hetero-alfa destrutiva, jogada na nossa cara de forma agridoce e ao mesmo tempo perturbadora, que nos faz rir um riso vergonhoso e culposo. Òtimo filme que se faz necessário, pra que esse tipo de atitude não se prolongue por mais tempo. Torço pelo roteiro no Oscar, Simples, rápido, ferino, que ao tratar de assunto tão pesado é leve sem cair na mesmice e pieguice, senão inova é rápido certeiro com um bom "plot". Ótima trilha que mistura o pop com arranjos mais refinados dando uma cara ao mesmo tempo alegre e vivaz, mas sem tirar o foco daquilo transmitido no filme. Carrie Mulligan perfeita nas alternâncias, nas pequenas nuances da personalidade fragmentada de Cassie, a gente percebe e se identifica com sua busca pela vingança e entende seus meios pra os fins. Uma direção segura e competente, em um dos bons filmes desse Oscar, que tem minha torcida, por trazer a luz um assunto polêmico e bem vivo na nossa sociedade. Filmaço !!
Na onda das premiações e principalmente, logo após conferir o ótimo e necessário documentário sobre vida, obra e misteriosa morte do cantor de Soul Sam Cooke. Resolvi dar uma chance a esse filme que trata de uma noite citada no documentário. E que grata surpresa, esse retrato de uma época não tão longe mas igualmente turbulenta nos EUA. Regina King de forma competente e com alguma assinatura pessoal, pega essa peça teatral e transforma num belo documento, de uma época, de um momento divisor de aguas, na luta pelos direitos civis. O filme é rápido, contundente, coloca frente á frente personalidades, celebridades e vozes negras pra discutir os rumos da politica de segregação racial, levada a cabo na cidade da disputa do campeonato mundial de boxe. E também pra oficializar a entrada de Cassius Clay, jovem campeão Mundial, naquela mesma noite, na fé muçulmana. Todo embate de ideias e razões, toda fala e situação é visceral o discutir de ideias, os pensamentos controversos e divergentes entre Malcolm X ( o ótimo Kingsley Ben-Adir) e o jovem e cantor de sucesso Sam Cooke (Leslie Odom Jr., perfeito!) Incendeia a tela e coloca frente a frente duas atuações memoráveis, o filme é desses atores em suas falas e opiniões. O filme caminha nesse embate travado em um quarto simples afastado da grande Miami, onde a maioria branca comemora a vitória do jovem campeão relegado a um quarto barato devido as leis segregacionistas. O filme tem esse tom melancólico e de urgência do se levantar, de dar voz e rosto a uma luta travada de forma desigual. Momentos emocionantes, de uma história real que choca e entristece com seu desfecho, que não é surpresa pra ninguém, mas que plantou ideia e ideais que continuam significativos e importantes, mais do que nunca em momentos como esses. A luta é eterna, assim como a obra dessas pessoas e a bela musica de Sam Cooke.
Primeiro longa de Ari Aster, diretor do òtimo, ao menos pra mim, Midsommar. Aqui vemos ele aplicando sua formula já de forma competente. A mistura de gêneros, de forma competente e aprofundada, há história, bem construída, bem escrita, de forma crível e real. Não há o terror fácil, a todo momento, não há "jumpscare" programado, o terror aqui é trabalhado, e não imediato. Ele busca assustar no close, no detalhe, na estranheza, no quadro lento, na musica curta e ao mesmo tempo impertinente. O terror vem da situação limite estendida, do desconforto no que é mostrado onde nos sentimos agoniados por tal situação nos mostrada de forma tão crua. O enredo é tão bem construído, o plot é tão bem arquitetado, que nos vemos inclusos em meio a essa família tão bizarra e disfuncional. Destaque pra Toni Collette, que como sempre atua magistralmente, mesmo em momentos tão singulares, seja na dor e melancolia, seja na explosão ou bizarrice. Ótimo filme que assusta, faz pensar questionando, mas também mostrando um lado do ser humano, mais comum do que muitos acreditam existir.
Essa pincelada na história do Blues e da musica negra americana do começo do século, consegue em pouco mais de 1 hora e meia , apontar o dedo e o colocar nas feridas abertas do racismo, da apropriação da cultura e por que não mesmo dentro de sua própria etnia, demonstrar a desigualdade dos degraus ocupados por esse e aquele. O filme é intenso, diálogos longos mas contundentes cheios de significados e razões de ser e existirem, ao final de cada fala de cada exposição de situação há uma reflexão um aprendizado, você não passa e nem sai indiferente ao que acabou de ver e ouvir. Intepretações monstruosas e desafiadoras...há o embate de ideias de gerações e Viola e Boseman protagonizam isso com força intensidade e talento, num Oscar meio apagado como o próximo, com certeza apareceram favoritos, mas mereciam mais, uma ovação por tal empenho e entrega. Chadwick merece o Oscar, não o póstumo, como uma consolação pela perda de sua vida e talento tão jovem. Mas sim pela entrega apaixonada e emocional, Leeve é isso, uma entrega visceral de quem se vive uma vez. O final é
A simplicidade do drama da perda da audição, que não deixa de ser atroz, mostrada e documentada de forma tão íntima e sem maneirismos exagerados, nos da uma impressão de testemunho tão próximo e cativante que é impossível passar incólume pelo drama do jovem Ruben, ainda mais quando vc também passa, ou passou no meu caso, por em maior ou menor grau algo parecido. A imersão e a empatia é imediata, por que você percebe como aquilo é agoniante, aterrorizante pra ele pra sua namorada, e pro modo de vida que levam. Vida fragil conturbada, seja pelos traços emocionais de fragilidade na personalidade de recém limpo Ruben, temendo uma recaída e a perda de sua namorada. (A cena da despedida deles no estacionamento, tão triste e melancolica.) e por Lou demonstrada fisicamente nos seus pulsos semi-cortados (Olivia Cooke, numa interpretação delicada e sucinta, mas igualmente bela.) Um drama atual honesto e simples que não apela pra pieguices e nem resoluções padrões. Demonstra modos de encarar uma nova realidade e seus estágios de aceitação, não ha o julgamento por atitudes, você só as aceita como espectador.. e se emociona com que lhe é mostrado. Belo filme.
Mais um primor de animação produzida pela Pixar, pelas mãos de Pete Docter, que já tinha entregado a maravilha emocionante e inteligente "Divertidamente". Aqui mais uma vez ele busca uma explicação plausível e ao mesmo tempo lírica pra uma das maiores indagações do ser humano : nem falo do que acontece no "vida após a morte". Mas falo do famoso " e se..", a segunda chance, o despertar para os momentos, mesmo os pequenos. O filme reúne sem uma necessidade didática, crenças e mitos, sem implantar nada, sem forçar nada, ele não te empurra goela abaixo, crenças, religiões, ele não da forma e nomes, ele apenas imagina como seria. Tão leve e plausível que você embarca, e sente a leveza ao tratar de um assunto delicado e cercado de duvidas e mistérios. Ele é leve e há partes divertidas, as quais fazem rir o adulto e a criança, mas quando parte para os momentos de reflexão, é de forma inteligente madura, que nos fazem pensar de forma mais ampla acerca de nosso próprio modo de ver, encarar coisas, e nossa vida. Há uma moral simples e clichê que poderia vir carregada de uma pieguice, mas não, é verdadeira a constatação...cheia de verdade e transmitida de forma inteligente, ao mesmo tempo com seriedade para o adulto, que pode refletir e para a criança vir a aprender. Viver a vida, aproveitar o hoje, dar o melhor de si, com paixão. E "Onde não puderes amar, não se demore."
Villeneuve dirige com maestria, cada cena é pensada e calculada, parece uma pintura de tão belo. Conseguiu captar o futuro ao mesmo tempo escuro, úmido e chuvoso, com a paisagem árida, laranja desértica e desolada. O cuidado com visual é sua marca e a trilha, misturando peças antigas do primeiro filme com pequenos sons minimalistas dão o tom certinho do demonstrado em tela. Goslin não compromete no calado policial K ás voltas com um caso que lhe parece corriqueiro, mas que desenrola em uma revelação que pode mudar o destino de todos. È um bom enredo que deixa furos, mas mais para uma interpretação própria do que como falha de roteiro, pelo menos enxerguei assim. Destaque para as atrizes talentosas e lindas Sylvia Hoecks, Carla Juri e também pra Ana de Armas linda e cativante como a "AI" Joi. Bom andamento na obra de Phillip K. Dick, que talvez tenha como único porém sua duração. Talvez com uns 30 min a menos não teria sido alvo de tantas criticas. Mas os filmes de Villeneuve são contemplativos e belos, com cenas longas e cheias de significado.
O filme não inova, mas acho que entrega de forma competente, o que se propõe, e o que os fãs de Rob Zombie e desses personagens esperam : Violência, obscenidades, falas espirituosas, tudo que Baby, Otis e agora Wolfman fazem desde o primeiro minuto de filme. Sheri Moon , nasceu pra esse papel, de "bad girl psico", ao mesmo tempo doce e animalesca. Rob tenta impor estilo, filma bem, tem boas ideias, nas cores e câmeras, o que as vezes pode causar aborrecimento, no meio q exagero de psicodelia e câmeras em slow, mas pra mim não chega a afetar. Boa trilha sonora cheia de rocks setentistas que em muitas circunstancias casam perfeitamente com o mostrado em cena. Personagens bizarros, algum gore..e "Rednecks" insanos, "A America sendo grande de novo."
Luta de classes universal, independente do idioma ela faz parte da vida de qualquer um que se identifica com esse moedor de carne humana, travestido de livre comercio, ou livre iniciativa, ou qualquer nome pomposo que sirva pra amenizar, o que realmente é. E o filme mostra, escancara, abre a ferida, a lacuna e expõe desigualdades. Bong Joon-ho, cria a alegoria perfeita, traveste em gêneros cinematográficos, e vc se diverte, se emociona e fica chocado até onde essa cadeia alimentar leva o ser humano. Impossível o distanciamento, impossível o não se importar, a não ser que vc tenha a vida de plástico da família rica do condomínio planejado, mas se em algum momento você sentiu na pele a opressão que a pobreza e a marginalização, por não ser da casta alta da sociedade, esse filme é para você. Direção primorosa desde o cuidado, e planejamento das cenas a escolha dos lugares a fotografia, que cria esses dois ambientes tão distintos que parecem serem tão distantes, mas ao mesmo tempo se encontram e se completam. O filme prima em vários aspectos, tanto na parte técnica, quanto no enredo...mesmo simples intrincado que poderia cair no drama raso, mas que a cada fala, ato e cena cresce e se transforma nesse turbilhão de emoções do qual impossível passar incólume. Prêmios merecidos e consagração justa, mas o melhor é levar pra tantas pessoas essa mensagem de que nem todos, ou até quase ninguém, vive nessa família perfeita, de família de comercial de margarina. Olhe com cuidado, olhe mais de perto. Perceba quem parasita quem.
Visto com baixa expectativa pelas criticas negativas, acho q o medo do lacre exacerbado ou do "empoderamento excessivo" fez com que as pessoas ja o taxasse negativamente. Me pergunto, e daí qual o problema ? Não vi o "lacre" se é que teve, de forma pretensiosa e o empoderamento, são mulheres lindas com uma legitimidade nisso, e com habilidades que não deixam a desejar quando exigidas no seus esforços para o cumprimento das missões. Esse é o mote das panteras, sempre foi, desde a série. Ha um bom "plot twist". cenas de ação ótimas e um carisma e uma quimica bem natural entre as protagonistas. Kristen esta linda e parece se divertir fazendo, meu crush por ela só aumentou. E pra quem exige expressões dela, aqui ela tem todas e consegue ser essa pessoa linda, sexy, mortal e sem filtro. Naomi Scott também esta ótima, um achado, na nerd e fofa sem saber direito onde se meteu. Um bom filme na competente direção de Elisabeth Banks, que também se sai bem como Bosley. Homens tolos e estereotipados podem ferir masculinidades fragéis, pra mim é divertido como as vezes ou na maioria delas, agimos como seres superiores, sem saber realmente do que se trata, hahaha !! Bom humor, boa musica e boa diversão. Uma pena as criticas pesadas, esperava ver se essa nova franquia podia ser tão divertida quanto a anterior. Capaz que nunca iremos saber.
"Millenials from Hell" dei risada de coisas toscas e absurdas como o "colar de bolinhas", e a Irmã do Thor, Annabelle, mais assustadora que a boneca, hahaha !! . Tem produção do Seth Rogen, imagino que muitas piadas toscas devem ter vindo dele. Stephen Merchant como "potencial pedofilo", comprador de card raro e boneca de treinamentos para primeiros socorros impagável. O filme tem esse senso de amizade e turma mas foge do clichê e brinca até com isso em algumas passagens, divertido engraçado e nada politicamente correto. Adorei !!
Muito se fala do esmero técnico, de toda a preocupação com cada cena, com cada frame..pensado, coreografado, cada "take". O plano sequencia que enche a tela e a experiencia vívida, e intensamente ocular, da luta pela sobrevivência em meio ao combate sangrento de uma guerra mundial. Mas todos cuidados técnicos e a exuberância da fotografia e a direção primorosa de Sam Mendes, não sobrepõe a humanidade da história, na verdade ela potencializa. Porque nos coloca tão perto dos eventos, tão junto dos jovens soldados que a imersão é imediata. E a experiencia é sublime e inesquecível. O filme brilha nos quesitos técnicos mas a relação dos dois jovens soldados ligados a missão de forma tão pessoal nos faz colar na cadeira(uma pena não ter visto no cinema). Muito se dá também pela atuação dos atores que conseguem impor uma carga emocional impressionante nas cenas, em seus dramas e atitudes. O filme é frenético, câmera nervosa documental, uma reconstituição de época perfeita e cuidadosa, mas ha momentos tão sublimes, emocionais e tão singelos e ao mesmo tempo cheios de significado que elevam o filme, não o relegando apenas ao lote de filme de guerra, não que também seja algum demérito, já que se posta como um dos melhores do gênero nos últimos anos. Mas ele é sobre sobreviver, sobre ir além e não desistir. Filmaço.
Se começa com Nirvana "Something in the way", não tem como errar. Charada, psicótico.Mulher gato ladra, um Bruce wayne, transtornado, e um Batman, sem filtro, inexperiente e violento. Pro pouco mostrado se ve que o filme promete, ótimo cartão de visitas de Matt Reeves. Esperar pelo filme com ansiedade a mil.
Taika conseguiu, talvez nunca mais veremos o humor tão bem acentuado sobre um assunto tão pesado, doloroso como esse. Não se trate talvez de humor, mas sim de expor ao ridículo o quanto uma massa de manobra sem identidade pode ser bastante permissiva com pensamentos supremacistas ridículos. O quanto uma criança solitária, e carente de amigos não tem controle sobre o meio ao qual é apresentado. O filme mostra "Rabbit" como o garoto ao mesmo tempo sensível e supremacista, sem nem ter certeza do que se trata isso, ele parece querer ser parte de um clube, ser aceito nele. O amadurecimento vem aos poucos, nos diálogos com a mãe (Scarlett magnifica de uma luminosidade !!) do contato com a garota judia (Thomasin McKenzie, um achado !), que vão tomando a atenção e afeto de Jojo, antes direcionado a um "amigo imaginário" um tanto quanto inconsequente, pra dizer o minimo. O humor é bem feito, não ha exagero, o humor é negro, ferino, coloca o dedo na ferida com a premissa de fazer rir, mas nunca esquecendo de demonstrar o ridículo de tais ideologias, onde uma mentira contada mil vezes tem o peso de verdades. O filme passeia por todas as emoções e acompanhamos o amadurecimento de Jojo, seja pelo amor, compaixão..pela perda. O filme emociona, mas é leve e deixa prevalecer a ideia de que no fim, vencemos.
Òtima ambientação, reconstituição de época, de um momento de ruptura dentro da musica. Que talvez tenha sido só por um breve momento,criando um pequeno nicho chamado "glam rock", mas que nos deu nomes tão fortes e icônicos até hoje : Bowie, Iggy, Marc Bolan (T-REX). O filme narra esses anos 70 sem perder o pique, usando de histórias bem conhecidas, mudando nomes e criando outros contextos, fica clara a relação Curt-Slade como Iggy Pop e David Bowie o que cria mais um atrativo pro fã da musica desse período. A relação conturbada desses dois "rockstars", tão carregadas de paixão, selvageria, e egos inflados, consegue tirar ótimas atuações do trio principal(Macgregor, Collette e Jonathan Rhys Meyers ). Cabendo ao jornalista Arthur (Christian Bale impecável como sempre !!) revisitar um passado que talvez hoje ele não sinta falta, mas que no decorrer, dos acontecimentos e situações revistas o fazem querer mais daquilo. O filme é irretocável tecnicamente, um visual belo exagerado como o próprio glam, o cuidado visual a direção de arte e figurino saltam aos olhos. Todd Haynes é exímio diretor de filmes onde a musica é tratada como personagem, como no ótimo "Não estou lá." O filme é intenso carregado de momentos lindos e viscerais, talvez um pouco subestimado, que eu demorei muito pra ver. Mas serve como retrato muito lindo e competente de um momento de transição de comportamento e da musica conhecida como rock. Òtimo !!
Nicolas Winding Refn, aqui também continua no seu emprego de cores e luzes como mais um personagem, e o neon que ele tanto gosta e busca, esta até no nome dessa sua obra. Ele tem seu estilo e mesmo no exagero, se sobressai o lindo e intenso jogo de luzes e cores. Como filme se assemelha pra mim a algo como "Suspiria", o de Argento, seja no plot da jovem e ingenua começando uma carreira promissora em um lugar diferente, e por vezes brutal, seja no jogo de vaidades com as novas "amigas". A trilha sonora também me remete a essa obra de Argento, seca, pulsante, incomôda. Elle Fanning é mesmo de beleza invejável, e guardado os exageros e clichês, o mundo da moda, é em maior ou menor grau, predatório. Boa participação de Keanu Reeves e Christina Hendricks linda e odiosa como a agenciadora de modelos. O filme é impactante e bizarro as vezes, mas sem danificar o apelo "assistivel" dele. Bom filme de Nicolas Winding Refn..que tenta diferenciar seus trabalhos, sem perder sua marca visual exagerada, para uns, e agradável e bela para outros.
Mais um bom retrato da segunda guerra que se não inova ao menos se coloca ao lado de ótimas obras modernas sobre esse tema. Se pode-se levar por inovação o ambiente, o espaço do qual se trata, o tanque, ja bem degradado de varias batalhas, o qual serve de espaço para seus operadores criarem um elo, tão forte de amizade, companheirismo que resulta também na coragem com que se embrenham em meio ao campo de batalha inimigo resultando em missões suicidas. Trabalho mais coeso e maduro dos que vi do bom diretor David Ayer (Esquadrão Suicida, Bright), ele consegue filmar uma obra densa realista que não exagera na violencia mas que retrata com realizade e crueza. E trabalha bem a equipe dos operadores do tanque dando dimensão, importância e tela para o elenco, desses 4 homens demonstrarem suas emoções, dramas, raivas, psicoses, sentimentos convergentes frente ao maior mal que o homem pode proporcionar a ele mesmo. Cabe ao jovem Norman o amadurecimento forçado frente a realidade das batalhas e de presenciar e causar mortes. Papel carregado perfeitamente por Logan Lerman. Cabe tbm adjetivos a Brad Pitt no frio, tarimbado Don, lider e mentor do jovem Norman num equilíbrio de atuação de Pitt. Os quatro estão ótimos, aqui Ayer encontro o ponto certo do trabalho em equipe, o que talvez faltou em seu "Esquadrão Suicida", onde o senso de equipe ficou meio capenga o que resultou num filme de regular, para ruim. Aqui não, ele conseguiu extrair o maximo dos ótimos atores em uma história simples e bem resolvida com pequenos cliches aqui e ali, mas que não estragam esse belo filme de guerra. Filmaço !
Uma ótima obra distópica bem criativa e de enredo envolvente, te prendendo desde o começo. Muito bem orquestrada por um promissor e desconhecido(pra mim pelo menos) diretor Norueguês Tommy Wirkola, que cria uma obra tensa, violenta e bem verossímil de um futuro hostil superpopuloso onde se toma medidas drásticas quanto a esse problema. Indo na contramão do problema do ótimo também "Filho da esperança", aqui a natalidade e a superpopulação, privam as famílias de mais filhos sendo aceito apenas um filho único. E Esse é o problema de Terrence Settman (Willen Defoe òtimo come sempre!!) e suas 7 netas. Todas vividas magistralmente por Noomi Rapace na fase adulta. A atriz consegue criar as personas das 7 irmãs de forma tão convincente que nem parece se tratarem da mesma atriz interpretando. Òtimo resultado que coloca uma verdade no filme e no drama das mulheres tão vivas e independentes, mas presas nessa unica personalidade.Uma grata surpresa, em mais uma obra futurista, que carrega na ação e em alguma violência mas que se sobressai, muito em conta no grande talento da protagonista. Filmaço !!
Filme simples de uma fotografia linda bucólica em preto e branco que retrata a cidade pequena, suas ruas e casas, de um interior americano parado no tempo. Que funciona metaforicamente pra esse relacionamento parado no tempo..no "e se"..em reticencias nunca expressas. A musica também simples minimalista que funciona como o silencio..no seu desconforto de ter o que falar, mas de não saber como. O roteiro é simples, nada muito rebuscado é só sobre relacionamento, ao mesmo tempo, infantil e marcante, cheio de uma ingenuidade colegial..que foi afrontado com a realidade de forma tão avassaladora..e quando se é jovem é normal a atitude de se assustar. Duplass é um ótimo ator, transmite toda a carga de ter parado no tempo de ter falhado de levar a vida a margem do que podia ter sido, uma vida tediosa modesta sem brilho ele coloca isso no olhar em cada fala e falta delas, ótima atuação, talvez facilitada por ter ajudado no roteiro.Sarah Paulson, mais brilhante, colorida até mesmo na melancolia, demonstra uma curiosidade genuína de como Jim viveu até ali..é saudosa, nostálgica, mais animada em reviver aquele passado bonitinho e piegas da época do colegial..mas sua caída em si..é triste e emocional. Os momentos de casal fofos, são tão genuínos, bobos e apaixonados no teatrinho de faz de conta e isso que nos faz (ao menos a mim) se identificar tanto com o filme. Essa pequena obra romântica que tinha tudo pra ser perfeita..mas o que é perfeição? Coisa são feitas pra quebrar. E o filme faz isso da forma mais singela, bonita e delicada. Mas não menos indolor.
Final de trilogia bem bom, bem feito, de acordo com o que o próprio J.J. Abrams começou em "despertar da força" sem ousar muito e colocando o drama e a carga emocional, o bastante para manter o fã da saga satisfeito. Como eu ja tinha dito em "Ultimos Jedi" é um filme de fã para fã. Talvez a critica esteja esperando algo diferente daquilo que o fã mais experiente goste, talvez com Star wars, não funcione assim. Quando tentaram fazer coisas novas, ou criar novos nucleos a coisa não foi tão bem..e tentaram voltar pro básico naquilo que o fã ja se acostumou. E isso me chateou um pouco, como a dinâmica Finn/Rose foi deixada de lado nesse, em vista do que foi criado em "ultimos jedi", muito se deu as criticas ferozes com a atriz Kelly Marie Tran..criticas as quais não compartilho. Como filme ao final, funcionou pra mim, porque sou fã incondicional da saga e mesmo esses personagens não sendo tão marcantes( Talvez Rey e Finn) qualquer pequeno contato com o universo dessa saga me deixa feliz. O filme tem nostalgia, tem "fanservice" pra todos os gostos e diverte. è competente tecnicamente, e se não é um primor de história..não da pra exigir muito de uma mitologia que se sustenta numa luta de bem ou mal..força e lado negro da força, onde o equilíbrio dessas duas "entidades", gerem o Universo. Nunca houve nada muito diferente disso. Talvez em novos filmes procurem algo diferente a explorar, um novo tom, algo mais simples mesmo como "The Mandalorian" que pra mim é uma grata surpresa. Conseguindo um nova direção a ser tomada quanto a esses personagens. Com a confirmação de Taika Waikiki a frente do projeto confio num bom futuro dentro dessa mitologia. Que fecha um ciclo agora de maneira ao menos respeitável e divertida.
Assisti o filme com baixas expectativas e não entendi as criticas tão pesadas e negativas em relação a ele. O filme é redondo, rápido, bem cuidado tecnicamente, Harbour, da um ar mais jovial e rebelde á Hellboy, quase me fazendo esquecer Ron Pearlman, que fora perfeito. O filme é bem mais sombrio que os de Del Toro, que tem uma visão mais bela límpida e fantasiosa do personagem. Esse parece ser espelho direto da obra sombria de Mignola. Os monstros e seres, são bem construídos, bem feitos..o clima de terror é bem construído e as criaturas estão bem inseridas(Baba Yaga, perfeita !!). O filme se assume grotesco, com violência exagerada, quase trash..e talvez foi pra isso que torceram o nariz? Não sei, pra mim foi ótimo, um hellboy desbocado e violento bem mais violento que os outros, e isso é bem positivo. E digo isso sendo fã do que Del Toro já tinha feito. Personagens coadjuvantes, ótimos com personalidade e com profundidade. Adorei Ben Daimio, na relutância de ser o que é, lutando contra si mesmo e as outras criaturas. Mesma coisa Hellboy de forma até mais profunda, lutando e destruindo seus semelhantes, questionamento que levanta com seu pai, e também com a Rainha de Sangue tentando mostrar seu lugar no Apocalipse vindouro. Milla sempre competente e intensa além de claro, muito linda !! Uma pena o filme não ter tido boa repercussão, por que pra mim o caminho pra uma nova franquia estaria aberto.Porque se o tom do filme se assemelha-se a esse, eu iria ver de bom grado. Uma boa e respeitosa leitura de da obra de MIke Mignola. Ah lobster johnson é foda !!
Filmaço !! Agudo, direto ao ponto, onde respirar não é uma opção. O enredo a ambientação de uma Londres totalitária, num futuro não tão distante assim, nem falo em questão de datas, mas sim de acontecimentos, uma caça ás bruxas, á imigrantes, especificamente falando. O trato com esse futuro se dá de forma bastante convincente em sua ambientação e em sua construção, o principal motivo pode ser inverossímil, mas e por que não ? A escassez de recursos levam a varias situações e também por que não a essa ? Os planos sequencias são perfeitos, esquematizados aumentam a tensão da situação a picos quase incontroláveis, Clive Owen parece tão incrédulo de escapar das ações tanto quanto nós, que só podemos assistir. A câmera tremula que parece ir no ombro, da essa sensação viva e documental, quase sufocante. Eximia técnica de um diretor resoluto e competente desde seu começo("E sua mãe também", "Princesinha" ) de carreira até em obras posteriores("Gravidade", ótimo !!). Um filme mais que necessário e atemporal por se tratar de um futuro obscuro (tanto quanto o nosso), onde pequenas liberdades, quando na verdade não são nada pequenas, nos são cerceadas a fórceps..por coisas que talvez em um primeiro momento não temos o poder de intervir. Mas hoje, mais do que nunca nos são mais que pertinentes.
Fim melancólico, para a história dos X-men, na fox, que começou bem, mas com a pressa em contar uma saga tão complexa como A fênix, tanto no final da primeira leva,quanto nessa, deixaram a desejar. O resultado foi um amontoado de situações sem aprofundamento, sem carga dramática necessária que essa história merece. Roteiro e direção parecem não pegarem o básico do material dessa saga e fazem o filme a muitas mãos, com revisões, erros de andamento, ordens dos fatos, enfim uma bagunça, que me parece apressado e sem rumo, e cheio de refilmagens. O filme é algo genérico, muito pouco a ver com o quadrinho. Para o fã dos personagens, e da saga nos gibis fica difícil levar em consideração o filme como a releitura do quadrinho. Talvez se tivesse feito, como guerra civil e aceitassem a limitação a levar aquele quadrinho pro cinema. Mas não..nem partiram da premissa direito. James Macvoy talvez o único que ainda consegue tirar algo do seu Charles, mas os outros pecam, não por eles, ótimos atores, mas pela pobreza da história e de uma direção burocrática e sem paixão de Kinberg. Mais uma coisa, porque Psylocke, não esta nesse, talvez o único acerto de "Apocalipse" não aparece, ela podia muito bem estar na vila do Magneto, mas optaram por mostrar mutantes genéricos sem nenhuma relevância, na mitologia.Tomara que pelas mãos da Marvel os mutantes voltem melhorados, com uma história clássica e digna do rico material já escrito em muitos dos seu anos.
A técnica apurada e o cuidado da animação salta aos olhos, em uma mistura de "animatronics", "stop and motion", miniaturas com expressões faciais tão ricas e detalhadas, Anderson mais uma vez meticuloso, com a técnica com enquadramentos no exímio tratamento visual. Como filme é bonito, singelo, uma história que coincide com atualidade, onde é facil apontar um culpado, plantar um na verdade..e elimina-lo, afasta-lo. Onde um governo extremista realiza um fim quase sem justificar seu meio. E se levantar contra isso..é ser submetido ao mesmo tratamento. Gostei da delicadeza, do humor acido e agridoce e do carisma dos cães protagonistas. Gostei da ideia dos felinos serem os queridos e vilanescos..num mundo onde os cães são marginalizados, hahha..bem atual isso..mesmo metaforicamente. A animação prima pela delicadeza assim como a história. Os personagens casam perfeitamente com seus interpretes(Cranston, Norton, Scarlett, ótimos !!) o que da uma identidade bem forte aos cães. Adorei a assistente do médico se chamar yoko e para minha surpresa quem faz sua voz é também Yoko Ono. Mais uma pequena perola de Wes Anderson.
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraEsse filme ficou na minha cabeça por muito tempo..me fez pensar de como atitudes machistas e predatórias estão tão bem inseridas no nosso cotidiano, que passam a ser tratadas com naturalidade, triste realidade universal. Que devemos nos policiar pra não propagarmos. Nossa "persona" de macho hetero-alfa destrutiva, jogada na nossa cara de forma agridoce e ao mesmo tempo perturbadora, que nos faz rir um riso vergonhoso e culposo. Òtimo filme que se faz necessário, pra que esse tipo de atitude não se prolongue por mais tempo. Torço pelo roteiro no Oscar, Simples, rápido, ferino, que ao tratar de assunto tão pesado é leve sem cair na mesmice e pieguice, senão inova é rápido certeiro com um bom "plot". Ótima trilha que mistura o pop com arranjos mais refinados dando uma cara ao mesmo tempo alegre e vivaz, mas sem tirar o foco daquilo transmitido no filme. Carrie Mulligan perfeita nas alternâncias, nas pequenas nuances da personalidade fragmentada de Cassie, a gente percebe e se identifica com sua busca pela vingança e entende seus meios pra os fins. Uma direção segura e competente, em um dos bons filmes desse Oscar, que tem minha torcida, por trazer a luz um assunto polêmico e bem vivo na nossa sociedade. Filmaço !!
Uma Noite em Miami...
3.7 189 Assista AgoraNa onda das premiações e principalmente, logo após conferir o ótimo e necessário documentário sobre vida, obra e misteriosa morte do cantor de Soul Sam Cooke. Resolvi dar uma chance a esse filme que trata de uma noite citada no documentário. E que grata surpresa, esse retrato de uma época não tão longe mas igualmente turbulenta nos EUA. Regina King de forma competente e com alguma assinatura pessoal, pega essa peça teatral e transforma num belo documento, de uma época, de um momento divisor de aguas, na luta pelos direitos civis. O filme é rápido, contundente, coloca frente á frente personalidades, celebridades e vozes negras pra discutir os rumos da politica de segregação racial, levada a cabo na cidade da disputa do campeonato mundial de boxe. E também pra oficializar a entrada de Cassius Clay, jovem campeão Mundial, naquela mesma noite, na fé muçulmana. Todo embate de ideias e razões, toda fala e situação é visceral o discutir de ideias, os pensamentos controversos e divergentes entre Malcolm X ( o ótimo Kingsley Ben-Adir) e o jovem e cantor de sucesso Sam Cooke (Leslie Odom Jr., perfeito!) Incendeia a tela e coloca frente a frente duas atuações memoráveis, o filme é desses atores em suas falas e opiniões. O filme caminha nesse embate travado em um quarto simples afastado da grande Miami, onde a maioria branca comemora a vitória do jovem campeão relegado a um quarto barato devido as leis segregacionistas. O filme tem esse tom melancólico e de urgência do se levantar, de dar voz e rosto a uma luta travada de forma desigual. Momentos emocionantes, de uma história real que choca e entristece com seu desfecho, que não é surpresa pra ninguém, mas que plantou ideia e ideais que continuam significativos e importantes, mais do que nunca em momentos como esses. A luta é eterna, assim como a obra dessas pessoas e a bela musica de Sam Cooke.
Hereditário
3.8 3,0K Assista AgoraPrimeiro longa de Ari Aster, diretor do òtimo, ao menos pra mim, Midsommar. Aqui vemos ele aplicando sua formula já de forma competente. A mistura de gêneros, de forma competente e aprofundada, há história, bem construída, bem escrita, de forma crível e real. Não há o terror fácil, a todo momento, não há "jumpscare" programado, o terror aqui é trabalhado, e não imediato. Ele busca assustar no close, no detalhe, na estranheza, no quadro lento, na musica curta e ao mesmo tempo impertinente. O terror vem da situação limite estendida, do desconforto no que é mostrado onde nos sentimos agoniados por tal situação nos mostrada de forma tão crua. O enredo é tão bem construído, o plot é tão bem arquitetado, que nos vemos inclusos em meio a essa família tão bizarra e disfuncional. Destaque pra Toni Collette, que como sempre atua magistralmente, mesmo em momentos tão singulares, seja na dor e melancolia, seja na explosão ou bizarrice. Ótimo filme que assusta, faz pensar questionando, mas também mostrando um lado do ser humano, mais comum do que muitos acreditam existir.
A Voz Suprema do Blues
3.5 540 Assista AgoraEssa pincelada na história do Blues e da musica negra americana do começo do século, consegue em pouco mais de 1 hora e meia , apontar o dedo e o colocar nas feridas abertas do racismo, da apropriação da cultura e por que não mesmo dentro de sua própria etnia, demonstrar a desigualdade dos degraus ocupados por esse e aquele. O filme é intenso, diálogos longos mas contundentes cheios de significados e razões de ser e existirem, ao final de cada fala de cada exposição de situação há uma reflexão um aprendizado, você não passa e nem sai indiferente ao que acabou de ver e ouvir. Intepretações monstruosas e desafiadoras...há o embate de ideias de gerações e Viola e Boseman protagonizam isso com força intensidade e talento, num Oscar meio apagado como o próximo, com certeza apareceram favoritos, mas mereciam mais, uma ovação por tal empenho e entrega. Chadwick merece o Oscar, não o póstumo, como uma consolação pela perda de sua vida e talento tão jovem. Mas sim pela entrega apaixonada e emocional, Leeve é isso, uma entrega visceral de quem se vive uma vez. O final é
abrupto e impactante, um soco no estomago. Bem dado e duradouro, que só dura quase uns 100 anos.
O Som do Silêncio
4.1 986 Assista AgoraA simplicidade do drama da perda da audição, que não deixa de ser atroz, mostrada e documentada de forma tão íntima e sem maneirismos exagerados, nos da uma impressão de testemunho tão próximo e cativante que é impossível passar incólume pelo drama do jovem Ruben, ainda mais quando vc também passa, ou passou no meu caso, por em maior ou menor grau algo parecido. A imersão e a empatia é imediata, por que você percebe como aquilo é agoniante, aterrorizante pra ele pra sua namorada, e pro modo de vida que levam. Vida fragil conturbada, seja pelos traços emocionais de fragilidade na personalidade de recém limpo Ruben, temendo uma recaída e a perda de sua namorada. (A cena da despedida deles no estacionamento, tão triste e melancolica.) e por Lou demonstrada fisicamente nos seus pulsos semi-cortados (Olivia Cooke, numa interpretação delicada e sucinta, mas igualmente bela.) Um drama atual honesto e simples que não apela pra pieguices e nem resoluções padrões. Demonstra modos de encarar uma nova realidade e seus estágios de aceitação, não ha o julgamento por atitudes, você só as aceita como espectador.. e se emociona com que lhe é mostrado. Belo filme.
Soul
4.3 1,4KMais um primor de animação produzida pela Pixar, pelas mãos de Pete Docter, que já tinha entregado a maravilha emocionante e inteligente "Divertidamente". Aqui mais uma vez ele busca uma explicação plausível e ao mesmo tempo lírica pra uma das maiores indagações do ser humano : nem falo do que acontece no "vida após a morte". Mas falo do famoso " e se..", a segunda chance, o despertar para os momentos, mesmo os pequenos. O filme reúne sem uma necessidade didática, crenças e mitos, sem implantar nada, sem forçar nada, ele não te empurra goela abaixo, crenças, religiões, ele não da forma e nomes, ele apenas imagina como seria. Tão leve e plausível que você embarca, e sente a leveza ao tratar de um assunto delicado e cercado de duvidas e mistérios. Ele é leve e há partes divertidas, as quais fazem rir o adulto e a criança, mas quando parte para os momentos de reflexão, é de forma inteligente madura, que nos fazem pensar de forma mais ampla acerca de nosso próprio modo de ver, encarar coisas, e nossa vida. Há uma moral simples e clichê que poderia vir carregada de uma pieguice, mas não, é verdadeira a constatação...cheia de verdade e transmitida de forma inteligente, ao mesmo tempo com seriedade para o adulto, que pode refletir e para a criança vir a aprender. Viver a vida, aproveitar o hoje, dar o melhor de si, com paixão. E "Onde não puderes amar, não se demore."
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraVilleneuve dirige com maestria, cada cena é pensada e calculada, parece uma pintura de tão belo. Conseguiu captar o futuro ao mesmo tempo escuro, úmido e chuvoso, com a paisagem árida, laranja desértica e desolada. O cuidado com visual é sua marca e a trilha, misturando peças antigas do primeiro filme com pequenos sons minimalistas dão o tom certinho do demonstrado em tela. Goslin não compromete no calado policial K ás voltas com um caso que lhe parece corriqueiro, mas que desenrola em uma revelação que pode mudar o destino de todos. È um bom enredo que deixa furos, mas mais para uma interpretação própria do que como falha de roteiro, pelo menos enxerguei assim. Destaque para as atrizes talentosas e lindas Sylvia Hoecks, Carla Juri e também pra Ana de Armas linda e cativante como a "AI" Joi. Bom andamento na obra de Phillip K. Dick, que talvez tenha como único porém sua duração. Talvez com uns 30 min a menos não teria sido alvo de tantas criticas. Mas os filmes de Villeneuve são contemplativos e belos, com cenas longas e cheias de significado.
Os 3 Infernais
2.7 143 Assista AgoraO filme não inova, mas acho que entrega de forma competente, o que se propõe, e o que os fãs de Rob Zombie e desses personagens esperam : Violência, obscenidades, falas espirituosas, tudo que Baby, Otis e agora Wolfman fazem desde o primeiro minuto de filme. Sheri Moon , nasceu pra esse papel, de "bad girl psico", ao mesmo tempo doce e animalesca. Rob tenta impor estilo, filma bem, tem boas ideias, nas cores e câmeras, o que as vezes pode causar aborrecimento, no meio q exagero de psicodelia e câmeras em slow, mas pra mim não chega a afetar. Boa trilha sonora cheia de rocks setentistas que em muitas circunstancias casam perfeitamente com o mostrado em cena. Personagens bizarros, algum gore..e "Rednecks" insanos, "A America sendo grande de novo."
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraLuta de classes universal, independente do idioma ela faz parte da vida de qualquer um que se identifica com esse moedor de carne humana, travestido de livre comercio, ou livre iniciativa, ou qualquer nome pomposo que sirva pra amenizar, o que realmente é. E o filme mostra, escancara, abre a ferida, a lacuna e expõe desigualdades. Bong Joon-ho, cria a alegoria perfeita, traveste em gêneros cinematográficos, e vc se diverte, se emociona e fica chocado até onde essa cadeia alimentar leva o ser humano. Impossível o distanciamento, impossível o não se importar, a não ser que vc tenha a vida de plástico da família rica do condomínio planejado, mas se em algum momento você sentiu na pele a opressão que a pobreza e a marginalização, por não ser da casta alta da sociedade, esse filme é para você. Direção primorosa desde o cuidado, e planejamento das cenas a escolha dos lugares a fotografia, que cria esses dois ambientes tão distintos que parecem serem tão distantes, mas ao mesmo tempo se encontram e se completam. O filme prima em vários aspectos, tanto na parte técnica, quanto no enredo...mesmo simples intrincado que poderia cair no drama raso, mas que a cada fala, ato e cena cresce e se transforma nesse turbilhão de emoções do qual impossível passar incólume. Prêmios merecidos e consagração justa, mas o melhor é levar pra tantas pessoas essa mensagem de que nem todos, ou até quase ninguém, vive nessa família perfeita, de família de comercial de margarina. Olhe com cuidado, olhe mais de perto. Perceba quem parasita quem.
As Panteras
3.1 706 Assista AgoraVisto com baixa expectativa pelas criticas negativas, acho q o medo do lacre exacerbado ou do "empoderamento excessivo" fez com que as pessoas ja o taxasse negativamente. Me pergunto, e daí qual o problema ? Não vi o "lacre" se é que teve, de forma pretensiosa e o empoderamento, são mulheres lindas com uma legitimidade nisso, e com habilidades que não deixam a desejar quando exigidas no seus esforços para o cumprimento das missões. Esse é o mote das panteras, sempre foi, desde a série. Ha um bom "plot twist". cenas de ação ótimas e um carisma e uma quimica bem natural entre as protagonistas. Kristen esta linda e parece se divertir fazendo, meu crush por ela só aumentou. E pra quem exige expressões dela, aqui ela tem todas e consegue ser essa pessoa linda, sexy, mortal e sem filtro. Naomi Scott também esta ótima, um achado, na nerd e fofa sem saber direito onde se meteu. Um bom filme na competente direção de Elisabeth Banks, que também se sai bem como Bosley. Homens tolos e estereotipados podem ferir masculinidades fragéis, pra mim é divertido como as vezes ou na maioria delas, agimos como seres superiores, sem saber realmente do que se trata, hahaha !! Bom humor, boa musica e boa diversão. Uma pena as criticas pesadas, esperava ver se essa nova franquia podia ser tão divertida quanto a anterior. Capaz que nunca iremos saber.
Bons Meninos
3.5 227"Millenials from Hell" dei risada de coisas toscas e absurdas como o "colar de bolinhas", e a Irmã do Thor, Annabelle, mais assustadora que a boneca, hahaha !! . Tem produção do Seth Rogen, imagino que muitas piadas toscas devem ter vindo dele. Stephen Merchant como "potencial pedofilo", comprador de card raro e boneca de treinamentos para primeiros socorros impagável. O filme tem esse senso de amizade e turma mas foge do clichê e brinca até com isso em algumas passagens, divertido engraçado e nada politicamente correto. Adorei !!
1917
4.2 1,8K Assista AgoraMuito se fala do esmero técnico, de toda a preocupação com cada cena, com cada frame..pensado, coreografado, cada "take". O plano sequencia que enche a tela e a experiencia vívida, e intensamente ocular, da luta pela sobrevivência em meio ao combate sangrento de uma guerra mundial. Mas todos cuidados técnicos e a exuberância da fotografia e a direção primorosa de Sam Mendes, não sobrepõe a humanidade da história, na verdade ela potencializa. Porque nos coloca tão perto dos eventos, tão junto dos jovens soldados que a imersão é imediata. E a experiencia é sublime e inesquecível. O filme brilha nos quesitos técnicos mas a relação dos dois jovens soldados ligados a missão de forma tão pessoal nos faz colar na cadeira(uma pena não ter visto no cinema). Muito se dá também pela atuação dos atores que conseguem impor uma carga emocional impressionante nas cenas, em seus dramas e atitudes. O filme é frenético, câmera nervosa documental, uma reconstituição de época perfeita e cuidadosa, mas ha momentos tão sublimes, emocionais e tão singelos e ao mesmo tempo cheios de significado que elevam o filme, não o relegando apenas ao lote de filme de guerra, não que também seja algum demérito, já que se posta como um dos melhores do gênero nos últimos anos. Mas ele é sobre sobreviver, sobre ir além e não desistir. Filmaço.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraSe começa com Nirvana "Something in the way", não tem como errar. Charada, psicótico.Mulher gato ladra, um Bruce wayne, transtornado, e um Batman, sem filtro, inexperiente e violento. Pro pouco mostrado se ve que o filme promete, ótimo cartão de visitas de Matt Reeves. Esperar pelo filme com ansiedade a mil.
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraTaika conseguiu, talvez nunca mais veremos o humor tão bem acentuado sobre um assunto tão pesado, doloroso como esse. Não se trate talvez de humor, mas sim de expor ao ridículo o quanto uma massa de manobra sem identidade pode ser bastante permissiva com pensamentos supremacistas ridículos. O quanto uma criança solitária, e carente de amigos não tem controle sobre o meio ao qual é apresentado. O filme mostra "Rabbit" como o garoto ao mesmo tempo sensível e supremacista, sem nem ter certeza do que se trata isso, ele parece querer ser parte de um clube, ser aceito nele. O amadurecimento vem aos poucos, nos diálogos com a mãe (Scarlett magnifica de uma luminosidade !!) do contato com a garota judia (Thomasin McKenzie, um achado !), que vão tomando a atenção e afeto de Jojo, antes direcionado a um "amigo imaginário" um tanto quanto inconsequente, pra dizer o minimo. O humor é bem feito, não ha exagero, o humor é negro, ferino, coloca o dedo na ferida com a premissa de fazer rir, mas nunca esquecendo de demonstrar o ridículo de tais ideologias, onde uma mentira contada mil vezes tem o peso de verdades. O filme passeia por todas as emoções e acompanhamos o amadurecimento de Jojo, seja pelo amor, compaixão..pela perda. O filme emociona, mas é leve e deixa prevalecer a ideia de que no fim, vencemos.
Velvet Goldmine
3.9 333 Assista AgoraÒtima ambientação, reconstituição de época, de um momento de ruptura dentro da musica. Que talvez tenha sido só por um breve momento,criando um pequeno nicho chamado "glam rock", mas que nos deu nomes tão fortes e icônicos até hoje : Bowie, Iggy, Marc Bolan (T-REX). O filme narra esses anos 70 sem perder o pique, usando de histórias bem conhecidas, mudando nomes e criando outros contextos, fica clara a relação Curt-Slade como Iggy Pop e David Bowie o que cria mais um atrativo pro fã da musica desse período. A relação conturbada desses dois "rockstars", tão carregadas de paixão, selvageria, e egos inflados, consegue tirar ótimas atuações do trio principal(Macgregor, Collette e Jonathan Rhys Meyers ). Cabendo ao jornalista Arthur (Christian Bale impecável como sempre !!) revisitar um passado que talvez hoje ele não sinta falta, mas que no decorrer, dos acontecimentos e situações revistas o fazem querer mais daquilo. O filme é irretocável tecnicamente, um visual belo exagerado como o próprio glam, o cuidado visual a direção de arte e figurino saltam aos olhos. Todd Haynes é exímio diretor de filmes onde a musica é tratada como personagem, como no ótimo "Não estou lá." O filme é intenso carregado de momentos lindos e viscerais, talvez um pouco subestimado, que eu demorei muito pra ver. Mas serve como retrato muito lindo e competente de um momento de transição de comportamento e da musica conhecida como rock. Òtimo !!
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraNicolas Winding Refn, aqui também continua no seu emprego de cores e luzes como mais um personagem, e o neon que ele tanto gosta e busca, esta até no nome dessa sua obra. Ele tem seu estilo e mesmo no exagero, se sobressai o lindo e intenso jogo de luzes e cores. Como filme se assemelha pra mim a algo como "Suspiria", o de Argento, seja no plot da jovem e ingenua começando uma carreira promissora em um lugar diferente, e por vezes brutal, seja no jogo de vaidades com as novas "amigas". A trilha sonora também me remete a essa obra de Argento, seca, pulsante, incomôda. Elle Fanning é mesmo de beleza invejável, e guardado os exageros e clichês, o mundo da moda, é em maior ou menor grau, predatório. Boa participação de Keanu Reeves e Christina Hendricks linda e odiosa como a agenciadora de modelos. O filme é impactante e bizarro as vezes, mas sem danificar o apelo "assistivel" dele. Bom filme de Nicolas Winding Refn..que tenta diferenciar seus trabalhos, sem perder sua marca visual exagerada, para uns, e agradável e bela para outros.
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraMais um bom retrato da segunda guerra que se não inova ao menos se coloca ao lado de ótimas obras modernas sobre esse tema. Se pode-se levar por inovação o ambiente, o espaço do qual se trata, o tanque, ja bem degradado de varias batalhas, o qual serve de espaço para seus operadores criarem um elo, tão forte de amizade, companheirismo que resulta também na coragem com que se embrenham em meio ao campo de batalha inimigo resultando em missões suicidas. Trabalho mais coeso e maduro dos que vi do bom diretor David Ayer (Esquadrão Suicida, Bright), ele consegue filmar uma obra densa realista que não exagera na violencia mas que retrata com realizade e crueza. E trabalha bem a equipe dos operadores do tanque dando dimensão, importância e tela para o elenco, desses 4 homens demonstrarem suas emoções, dramas, raivas, psicoses, sentimentos convergentes frente ao maior mal que o homem pode proporcionar a ele mesmo. Cabe ao jovem Norman o amadurecimento forçado frente a realidade das batalhas e de presenciar e causar mortes. Papel carregado perfeitamente por Logan Lerman. Cabe tbm adjetivos a Brad Pitt no frio, tarimbado Don, lider e mentor do jovem Norman num equilíbrio de atuação de Pitt. Os quatro estão ótimos, aqui Ayer encontro o ponto certo do trabalho em equipe, o que talvez faltou em seu "Esquadrão Suicida", onde o senso de equipe ficou meio capenga o que resultou num filme de regular, para ruim. Aqui não, ele conseguiu extrair o maximo dos ótimos atores em uma história simples e bem resolvida com pequenos cliches aqui e ali, mas que não estragam esse belo filme de guerra. Filmaço !
Onde Está Segunda?
3.6 1,3K Assista AgoraUma ótima obra distópica bem criativa e de enredo envolvente, te prendendo desde o começo. Muito bem orquestrada por um promissor e desconhecido(pra mim pelo menos) diretor Norueguês Tommy Wirkola, que cria uma obra tensa, violenta e bem verossímil de um futuro hostil superpopuloso onde se toma medidas drásticas quanto a esse problema. Indo na contramão do problema do ótimo também "Filho da esperança", aqui a natalidade e a superpopulação, privam as famílias de mais filhos sendo aceito apenas um filho único. E Esse é o problema de Terrence Settman (Willen Defoe òtimo come sempre!!) e suas 7 netas. Todas vividas magistralmente por Noomi Rapace na fase adulta. A atriz consegue criar as personas das 7 irmãs de forma tão convincente que nem parece se tratarem da mesma atriz interpretando. Òtimo resultado que coloca uma verdade no filme e no drama das mulheres tão vivas e independentes, mas presas nessa unica personalidade.Uma grata surpresa, em mais uma obra futurista, que carrega na ação e em alguma violência mas que se sobressai, muito em conta no grande talento da protagonista. Filmaço !!
Blue Jay
3.8 265 Assista AgoraFilme simples de uma fotografia linda bucólica em preto e branco que retrata a cidade pequena, suas ruas e casas, de um interior americano parado no tempo. Que funciona metaforicamente pra esse relacionamento parado no tempo..no "e se"..em reticencias nunca expressas. A musica também simples minimalista que funciona como o silencio..no seu desconforto de ter o que falar, mas de não saber como. O roteiro é simples, nada muito rebuscado é só sobre relacionamento, ao mesmo tempo, infantil e marcante, cheio de uma ingenuidade colegial..que foi afrontado com a realidade de forma tão avassaladora..e quando se é jovem é normal a atitude de se assustar. Duplass é um ótimo ator, transmite toda a carga de ter parado no tempo de ter falhado de levar a vida a margem do que podia ter sido, uma vida tediosa modesta sem brilho ele coloca isso no olhar em cada fala e falta delas, ótima atuação, talvez facilitada por ter ajudado no roteiro.Sarah Paulson, mais brilhante, colorida até mesmo na melancolia, demonstra uma curiosidade genuína de como Jim viveu até ali..é saudosa, nostálgica, mais animada em reviver aquele passado bonitinho e piegas da época do colegial..mas sua caída em si..é triste e emocional. Os momentos de casal fofos, são tão genuínos, bobos e apaixonados no teatrinho de faz de conta e isso que nos faz (ao menos a mim) se identificar tanto com o filme. Essa pequena obra romântica que tinha tudo pra ser perfeita..mas o que é perfeição? Coisa são feitas pra quebrar. E o filme faz isso da forma mais singela, bonita e delicada. Mas não menos indolor.
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraFinal de trilogia bem bom, bem feito, de acordo com o que o próprio J.J. Abrams começou em "despertar da força" sem ousar muito e colocando o drama e a carga emocional, o bastante para manter o fã da saga satisfeito. Como eu ja tinha dito em "Ultimos Jedi" é um filme de fã para fã. Talvez a critica esteja esperando algo diferente daquilo que o fã mais experiente goste, talvez com Star wars, não funcione assim. Quando tentaram fazer coisas novas, ou criar novos nucleos a coisa não foi tão bem..e tentaram voltar pro básico naquilo que o fã ja se acostumou. E isso me chateou um pouco, como a dinâmica Finn/Rose foi deixada de lado nesse, em vista do que foi criado em "ultimos jedi", muito se deu as criticas ferozes com a atriz Kelly Marie Tran..criticas as quais não compartilho. Como filme ao final, funcionou pra mim, porque sou fã incondicional da saga e mesmo esses personagens não sendo tão marcantes( Talvez Rey e Finn) qualquer pequeno contato com o universo dessa saga me deixa feliz. O filme tem nostalgia, tem "fanservice" pra todos os gostos e diverte. è competente tecnicamente, e se não é um primor de história..não da pra exigir muito de uma mitologia que se sustenta numa luta de bem ou mal..força e lado negro da força, onde o equilíbrio dessas duas "entidades", gerem o Universo. Nunca houve nada muito diferente disso. Talvez em novos filmes procurem algo diferente a explorar, um novo tom, algo mais simples mesmo como "The Mandalorian" que pra mim é uma grata surpresa. Conseguindo um nova direção a ser tomada quanto a esses personagens. Com a confirmação de Taika Waikiki a frente do projeto confio num bom futuro dentro dessa mitologia. Que fecha um ciclo agora de maneira ao menos respeitável e divertida.
Hellboy
2.6 422 Assista AgoraAssisti o filme com baixas expectativas e não entendi as criticas tão pesadas e negativas em relação a ele. O filme é redondo, rápido, bem cuidado tecnicamente, Harbour, da um ar mais jovial e rebelde á Hellboy, quase me fazendo esquecer Ron Pearlman, que fora perfeito. O filme é bem mais sombrio que os de Del Toro, que tem uma visão mais bela límpida e fantasiosa do personagem. Esse parece ser espelho direto da obra sombria de Mignola. Os monstros e seres, são bem construídos, bem feitos..o clima de terror é bem construído e as criaturas estão bem inseridas(Baba Yaga, perfeita !!). O filme se assume grotesco, com violência exagerada, quase trash..e talvez foi pra isso que torceram o nariz? Não sei, pra mim foi ótimo, um hellboy desbocado e violento bem mais violento que os outros, e isso é bem positivo. E digo isso sendo fã do que Del Toro já tinha feito. Personagens coadjuvantes, ótimos com personalidade e com profundidade. Adorei Ben Daimio, na relutância de ser o que é, lutando contra si mesmo e as outras criaturas. Mesma coisa Hellboy de forma até mais profunda, lutando e destruindo seus semelhantes, questionamento que levanta com seu pai, e também com a Rainha de Sangue tentando mostrar seu lugar no Apocalipse vindouro. Milla sempre competente e intensa além de claro, muito linda !! Uma pena o filme não ter tido boa repercussão, por que pra mim o caminho pra uma nova franquia estaria aberto.Porque se o tom do filme se assemelha-se a esse, eu iria ver de bom grado. Uma boa e respeitosa leitura de da obra de MIke Mignola. Ah lobster johnson é foda !!
Filhos da Esperança
3.9 940 Assista AgoraFilmaço !! Agudo, direto ao ponto, onde respirar não é uma opção. O enredo a ambientação de uma Londres totalitária, num futuro não tão distante assim, nem falo em questão de datas, mas sim de acontecimentos, uma caça ás bruxas, á imigrantes, especificamente falando. O trato com esse futuro se dá de forma bastante convincente em sua ambientação e em sua construção, o principal motivo pode ser inverossímil, mas e por que não ? A escassez de recursos levam a varias situações e também por que não a essa ? Os planos sequencias são perfeitos, esquematizados aumentam a tensão da situação a picos quase incontroláveis, Clive Owen parece tão incrédulo de escapar das ações tanto quanto nós, que só podemos assistir. A câmera tremula que parece ir no ombro, da essa sensação viva e documental, quase sufocante. Eximia técnica de um diretor resoluto e competente desde seu começo("E sua mãe também", "Princesinha" ) de carreira até em obras posteriores("Gravidade", ótimo !!). Um filme mais que necessário e atemporal por se tratar de um futuro obscuro (tanto quanto o nosso), onde pequenas liberdades, quando na verdade não são nada pequenas, nos são cerceadas a fórceps..por coisas que talvez em um primeiro momento não temos o poder de intervir. Mas hoje, mais do que nunca nos são mais que pertinentes.
X-Men: Fênix Negra
2.6 1,1K Assista AgoraFim melancólico, para a história dos X-men, na fox, que começou bem, mas com a pressa em contar uma saga tão complexa como A fênix, tanto no final da primeira leva,quanto nessa, deixaram a desejar. O resultado foi um amontoado de situações sem aprofundamento, sem carga dramática necessária que essa história merece. Roteiro e direção parecem não pegarem o básico do material dessa saga e fazem o filme a muitas mãos, com revisões, erros de andamento, ordens dos fatos, enfim uma bagunça, que me parece apressado e sem rumo, e cheio de refilmagens. O filme é algo genérico, muito pouco a ver com o quadrinho. Para o fã dos personagens, e da saga nos gibis fica difícil levar em consideração o filme como a releitura do quadrinho. Talvez se tivesse feito, como guerra civil e aceitassem a limitação a levar aquele quadrinho pro cinema. Mas não..nem partiram da premissa direito. James Macvoy talvez o único que ainda consegue tirar algo do seu Charles, mas os outros pecam, não por eles, ótimos atores, mas pela pobreza da história e de uma direção burocrática e sem paixão de Kinberg. Mais uma coisa, porque Psylocke, não esta nesse, talvez o único acerto de "Apocalipse" não aparece, ela podia muito bem estar na vila do Magneto, mas optaram por mostrar mutantes genéricos sem nenhuma relevância, na mitologia.Tomara que pelas mãos da Marvel os mutantes voltem melhorados, com uma história clássica e digna do rico material já escrito em muitos dos seu anos.
Ilha dos Cachorros
4.2 655 Assista AgoraA técnica apurada e o cuidado da animação salta aos olhos, em uma mistura de "animatronics", "stop and motion", miniaturas com expressões faciais tão ricas e detalhadas, Anderson mais uma vez meticuloso, com a técnica com enquadramentos no exímio tratamento visual. Como filme é bonito, singelo, uma história que coincide com atualidade, onde é facil apontar um culpado, plantar um na verdade..e elimina-lo, afasta-lo. Onde um governo extremista realiza um fim quase sem justificar seu meio. E se levantar contra isso..é ser submetido ao mesmo tratamento. Gostei da delicadeza, do humor acido e agridoce e do carisma dos cães protagonistas. Gostei da ideia dos felinos serem os queridos e vilanescos..num mundo onde os cães são marginalizados, hahha..bem atual isso..mesmo metaforicamente. A animação prima pela delicadeza assim como a história. Os personagens casam perfeitamente com seus interpretes(Cranston, Norton, Scarlett, ótimos !!) o que da uma identidade bem forte aos cães. Adorei a assistente do médico se chamar yoko e para minha surpresa quem faz sua voz é também Yoko Ono. Mais uma pequena perola de Wes Anderson.