Adorei o filme e adorei os personagens. O filme é longo: sim. Isso foi um problema pra mim durante a sessão: de jeito nenhum. O absurdismo é a tônica geral da(s) narrativa(s) que retrata(m) essa Hollywood antiga e afundada em crises, vícios, exageros, megalomanias e perversões. Gostei especialmente da performance da Margot que é um verdadeiro furacão incontrolável. Alguns dos melhores momentos do filme envolvem a personagem dela . Dificilmente esquecerei: A absurda sequência do elefante logo no início A cena que a Nellie repetiu a exaustão e que estava com problema na marcação e na captação de som A cena em que a personagem da Nellie precisa chorar ao ver a entrada de outra personagem em cena Toda a sequência da cobra no Deserto A aventura de Manuel no submundo para pagar as dividas de Nellie.
Enfim, acho que as críticas foram severas com esse filme. Seu fracasso de público não deveria ser o playback subliminar de toda fala com direcionamento ruim para o filme. Vi arte aqui, vi desbunde, vi caos orquestrado e uma experiência cinematográfica muito distante da banalidade que filmes celebrados na temporada despertaram em mim...
Muito doloroso... Não entendi a nota tão baixa aqui no Filmow. Considero um bom documentário. Claro que eu gostaria de ver O Território entre os finalistas, mas oscar tem dessas cosias...
Vi primeiro o filme do Herzog, que tem um tom mais grave e pesado. Acho que por isso o Fire of Love perdeu um pouco de sua potência em mim... Mas ainda sim é um registro interessante de se ver.
Ja tinha lido críticas ruins ao filme antes de vê-lo e por isso fui sem expectativa. Acabei me surpreendendo positivamente. Há muita beleza e dor nos paralelos que o roteiro tenta fazer entre a história da mãe e a história da filha. E o monólogo final é belíssimo.
Joyland é um filme de muitas virtudes... Os personagens são muito interessantes e as situações e conflitos prendem nossa atenção. Não me surpreenderia se o filme conseguisse chegar na finalíssima.
Pretendo ver novamente para escrever sobre o filme. Mas o primeiro contato com o representante australiano no Oscar foi decepcionante... Eu basicamente dormi diversas vezes durante a sessão... 😐
Impactante, desconfortável, sinistro... Se você não leu nada sobre o filme recomendo que não leia... Vá para a sessão de Soft and Quiet na mais completa inocência sobre a temática e permita-se refletir que demônios uma pessoa pode esconder por trás de uma fachada inofensiva...
Entendo que o recorte que o Halder sempre usa em seus filmes regionais é premeditadamente exagerado para explorar o riso pelo absurdo. Mas, honestamente, senti que ele falhou miseravelmente nesse filme aqui. O filme até tem sequências engraçadas, mas elas estão pulverizadas num oceano de momentos constrangedores de tão ruins. Tem tanta cena mal escrita, tanto diálogo emporcalhado, tanto personagem insípido. E mesmo que meu argumento inicial servisse para perdoar o filme por reforçar tantos esteriótipos ruins, ficaria a chaga de ter colaborado com esse café requentado de nordeste miserável, sem água, com pessoas mestiças primitivas e sem modos, em contraste com uma mulher loira, paulista, rica, posando de "white savior" no péssimo arco da luta contra a cervejaria kool. Edmilson Filho está no automático mais uma vez. Se ele pretende ser um tipo de Adam Sandler cearense precisa uma vez ou outra fazer algo diferente daquilo que está na sua zona de conforto. Seu personagem Darlan, calango seco, desaparece quando Valeria Vitoriano está em cena com sua estriônica Dona Genésia, gerente da Xininlandia. No mais, todos parecem estar no automático, conscientes de que estão fazendo um Frankstein Fílmico, uma comédia pastelão, que quer ser também uma aventurinha tosca, um romance sem química... Alguém me ajude a desver as sequencias em que a Monique Afradique tenta falar com nosso sotaque de cearense... Trevas! Amo Cinema Brasileiro, respeito a linha de trabalho do Halder, mas nesse filme a vergonha alheia bate, o silêncio constrangedor substitui as gargalhadas e a sensação é de que esse roteiro foi terminado de qualquer jeito. A oportunidade perdida aqui é absurda. O filme poderia ser a um só tempo um registro das nossas expressões e gírias locais e uma linda coleção de imagens urbanas e rurais de Quixeramobim, um presente para a posteridade, como O Céu de Sueli o é para os iguatuenses. Não quero comparar filmes ou diretores... Mas sinto que, mesmo dentro do estilo de humor do Halder, Bem vinda a Quixeramobim deixou muito a desejar.
Não consegui me conectar com esse filme após o arco da mãe de Felice. Não acredito que esse era o melhor filme que a Itália tinha para enviar. Achei maçante, desinteressante, com um protagonista pouco carismático e um conflito central fraco e pouco crível. Filme forçado demais 😐
De uma forma geral, sinto que vi um dos melhores filmes nacionais de 2022. Protagonista carismática, elenco de apoio bom, paisagens locais muito familiares, uma delícia de sotaque, uma abordagem que insere camadas nas personagens. Eu tive tanta empatia a Paloma que conversava com a personagem enquanto assistia ao filme, como se fosse amigo dela. Lamentei cada microviolência perpetrada contra nossa heroína e achei super acertada a decisão de não glamourizar o sofrimento de pessoas trans. Marcelo Gomes prefere deixar fora do quadro e do foco as pessoas que fazem mal à personagem de Kika Sena, que entrega uma performance convincente e emocionante.
Certamente figura entre os meus favoritos para a categoria melhor filme internacional. Um trem descarrilhado, um carregamento de toras caindo sobre a gente... Tudo nesse filme é opressivo, noturno, sujo, hediondo...Mehdi Bajestani (Saeed) e Zahra Amir Ebrahimi (Rahimi) estão absurdamente perfeitos nos seus papéis. Por hora, entra no meu top 5 da categoria Melhor Filme Internacional do Oscar 2023.
Persegui como um doidivanas a oportunidade de ver Marte Um nos últimos dias. Perturbei o diretor, a Embaúba Filmes, todo mundo que pude perturbar rsrsrs. Estava realmente ansioso, pois o filme anterior do Gabriel é um dos meus favoritos (No Coração do Mundo). Marte Um de alguma forma me tomou por completo. Adorei acompanhar o cotidiano da família Martins, os dilemas de Nice, os sonhos de Deivinho, as preocupações de Tércia e as contradições de Wellington. Sou um cara muito apegado a memórias de família, mas não curto idealizações, gosto de encarar as relações familiares como elas de fato são: um misto de deleite e estresse. Nesse filme o Gabriel traz todo o sentimento de fidelidade familiar, mas traz junto também as distorções, os egoísmos, as indecisões, os silêncios sufocantes, as discordâncias histéricas, o perdão... Lindo filme, linda trilha... Azul ainda está tocando no fundo da minha imaginação... Peguei-me em lágrimas em umas 3 sequências, pelo menos... Apesar de todo esse impacto que o filme produziu em mim, Marte Um tem alguns problemas que me incomodaram:
1. Senti que o ator mirim que faz o Deivinho ficou devendo em qualidade de atuação. Pode ser que, pelo fato do personagem ser meio introvertido isso tenha influenciado na minha percepção, mas ele me pareceu pouco expressivo, com a fala meio mecanizada até em alguns momentos. 2. A relação entre Nice e Ju escalou rápido demais para uma decisão muito importante. Acho que o roteiro deveria insinuar que já existia algo entre as duas, que morar junto já era algo que levaram em conta, sei lá... Ninguém decide morar com outra pessoa que conheceu na balada da noite anterior. 3. A sequência do acidente de bicicleta do Deivinho poderia ser melhor pensada, não curti a ideia dele tombar sozinho, por vontade própria, descendo uma ladeira que ele sempre evitava descer... Não me parece o tipo de coisa que alguém com a personalidade como a dele faria naquela situação.
Enfim, isso não tira a beleza do filme, embora diminua uns pontinhos da nota que reservo a Marte Um. Falta ver muita coisa que ainda não vazou, mas, dentre os principais filmes brasileiros do ano, Marte Um certamente ocupa lugar de destaque.
Vi o filme com a expectativa de quem se prepara para ver um dos melhores filmes da temporada e achei decepcionante. Em parte a culpa é minha. Não devia ter criado tantas expectativas já sabendo que dificilmente consigo ter empatia por aristocratas em suas dificílimas vidas palacianas. Mas, apesar disso, vi méritos no trabalho de Vicky Krieps, que faz uma imperatriz em crise, de saco cheio de todas as obrigações de sua posição e dos comentários e cobranças que sofre de todos os lados. Outro aspecto positivo é o desenho de produção, bastante sóbrio. No entanto, continuo sem entender muito bem o celeuma em torno desse filme. As críticas generosas, os elogios superlativos, tudo me parece tão exagerado. Filme OK, nada mais que isso.
O Chay Suede está impecável no filme... Mas essa narrativa, desde o roteiro original argentino 4x4 já padecia de um um exagero na suspensão da descrença que inexplicavelmente não foi corrigido nesse remake. A chance de acertar onde o filme original errou foi abandonada para se reproduzir, quase que num exercicio de copia e cola, a estrutura, os diálogos, as situações. O que há de novo com relação ao filme portenho decorre da pouquíssima sutileza que alguns novos diretores do cinema nacional possuem no trato com temáticas de crítica social. Nada é insinuado, tudo é dito a plenos pulmões, de forma caricatural. Eu poderia me convencer de que nossos cidadãos de bem são caricaturas mesmo, e que estão representadas como são no filme, mas prefiro não ser leniente com esses deslizes que alguns realizadores brasileiros cometem. A Jaula ganharia muito em qualidade e diversão se não tentasse esbravejar didaticamente suas inclinações políticas. Ainda sim vale a pena ser visto, pois o Suede e o Nero estão bem, estão até melhores que o elenco de 4x4...
O representante boliviano na corrida pelo Oscar de melhor filme internacional é, juntamente com "Argentina, 1985", "Box", "Eami", "Lo Invisible" e "Bardo", um dos grandes filmes da América Latina que buscam garantir a tão sonhada indicação ao prêmio. E pode parecer exagero chamar um filme tão curto e simples de "grande", mas o que Alejandro Loayza Frisi entrega ao público em seu Utama - Terra Esquecida é uma experiência cinematográfica completa e arrebatadora. Vencedor do Grande Prêmio do Júri de Sundance e com currículo internacional de respeito, o filme também possui uma das canções originais mais belas e ricas da temporada de premiações. Desde a belíssima fotografia que capta a vastidão e a aridez do altiplano boliviano, ao cuidado com os elementos de cena, vestuários, enquadramentos de simetria escandalosamente precisa. Tudo nesse filme transmite uma conexão telúrica que parece invocar em nós a consciência residual de nossos antepassados. Virgínio e Sisa são um casal de idosos quíchuas que cuidam de lhamas. Eles vivem isolados, nas proximidades de um vilarejo muito pobre e enfrentam um ano de muita estiagem. Acometido de uma tosse violenta, Virgínio tenta esconder seu real estado de saúde para não preocupar a esposa e não ser levado para a cidade pelo neto Clever. Vi na teimosia de Virgínio meu próprio pai, me senti um pouco como Clever, pois serei pai em breve também, e vi em Sisa minha própria mãezinha, uma esposa paciente e uma mãe/avó de coração acolhedor. Tudo em Utama é tão familiar para mim e cada cena é tão marcante, como a conversa entre Clever e Sisa sobre a paternidade do jovem, observada furtivamente por Virgínio, que, ao mesmo tempo enciumado e orgulhoso pela notícia da bisneta, reúne todos os seus recursos numa caixinha e a entrega ao neto, para que ele cuide da filhinha, a família que Cléver está formando. Outra cena fabulosa é quando uma ave enorme, provavelmente um condor dos andes, pousa perto de um Virgínio abatido, reflexivo sobre a morte que se aproxima. Eles se encaram e o velho quíchua parece entender seu destino. Não quer deixar a sua terra, quer morrer como um condor, que reconhece a proximidade do seu passamento e permite que sua matéria retorne a terra em seu próprio ritual de morte. Utama não é um filme para pessoas apressadas, para gente com urgência em chorar, que precisa de um Pit Stop de lágrimas a cada dez minutos de filme para considerar um drama eficiente. Não. Utama chega na alma antes de atingir os canais lacrimais, mas o faz com a vagarosidade de um Virgínio doente caminhando com seu rebanho de lhamas em busca de um córrego na aridez do altiplano, ao som inebriante de "Salitaria". Nota 10
Assisti o filme em condições bem adversas e sem a possibilidade de imergir espiritualmente na narrativa... Ainda sim eu me mantive interessado na rotina das Agoodjie, e torci por cada personagem com quem me identifiquei. A Viola Davis é capaz de fazer tudo nessa vida. Que mulher incrível. A Thuso Mbedu, que faz a Nawi, tem mais de 30 anos e convence como adolescente. A Lashana Lynch que interpreta Izogie também é memorável. Enfim, grande filme, direção de arte muito boa... Só elogios para A Mulher Rei.
Babilônia
3.6 333 Assista AgoraAdorei o filme e adorei os personagens. O filme é longo: sim. Isso foi um problema pra mim durante a sessão: de jeito nenhum. O absurdismo é a tônica geral da(s) narrativa(s) que retrata(m) essa Hollywood antiga e afundada em crises, vícios, exageros, megalomanias e perversões. Gostei especialmente da performance da Margot que é um verdadeiro furacão incontrolável. Alguns dos melhores momentos do filme envolvem a personagem dela .
Dificilmente esquecerei:
A absurda sequência do elefante logo no início
A cena que a Nellie repetiu a exaustão e que estava com problema na marcação e na captação de som
A cena em que a personagem da Nellie precisa chorar ao ver a entrada de outra personagem em cena
Toda a sequência da cobra no Deserto
A aventura de Manuel no submundo para pagar as dividas de Nellie.
Enfim, acho que as críticas foram severas com esse filme. Seu fracasso de público não deveria ser o playback subliminar de toda fala com direcionamento ruim para o filme. Vi arte aqui, vi desbunde, vi caos orquestrado e uma experiência cinematográfica muito distante da banalidade que filmes celebrados na temporada despertaram em mim...
A House Made of Splinters
3.5 21Muito doloroso... Não entendi a nota tão baixa aqui no Filmow. Considero um bom documentário. Claro que eu gostaria de ver O Território entre os finalistas, mas oscar tem dessas cosias...
Vulcões: A Tragédia de Katia e Maurice Krafft
3.9 68 Assista AgoraVi primeiro o filme do Herzog, que tem um tom mais grave e pesado. Acho que por isso o Fire of Love perdeu um pouco de sua potência em mim... Mas ainda sim é um registro interessante de se ver.
Próximo filme de Kleber Mendonça Filho sem título definido
3As gravações já começaram?
Aos Nossos Filhos
3.2 7 Assista AgoraJa tinha lido críticas ruins ao filme antes de vê-lo e por isso fui sem expectativa. Acabei me surpreendendo positivamente. Há muita beleza e dor nos paralelos que o roteiro tenta fazer entre a história da mãe e a história da filha. E o monólogo final é belíssimo.
Joyland
4.0 17Joyland é um filme de muitas virtudes... Os personagens são muito interessantes e as situações e conflitos prendem nossa atenção. Não me surpreenderia se o filme conseguisse chegar na finalíssima.
Você Não Estará Só
3.6 126 Assista AgoraPretendo ver novamente para escrever sobre o filme. Mas o primeiro contato com o representante australiano no Oscar foi decepcionante... Eu basicamente dormi diversas vezes durante a sessão... 😐
Soft & Quiet
3.5 243Impactante, desconfortável, sinistro... Se você não leu nada sobre o filme recomendo que não leia... Vá para a sessão de Soft and Quiet na mais completa inocência sobre a temática e permita-se refletir que demônios uma pessoa pode esconder por trás de uma fachada inofensiva...
Bem-Vinda a Quixeramobim
3.2 99 Assista AgoraEntendo que o recorte que o Halder sempre usa em seus filmes regionais é premeditadamente exagerado para explorar o riso pelo absurdo. Mas, honestamente, senti que ele falhou miseravelmente nesse filme aqui. O filme até tem sequências engraçadas, mas elas estão pulverizadas num oceano de momentos constrangedores de tão ruins. Tem tanta cena mal escrita, tanto diálogo emporcalhado, tanto personagem insípido. E mesmo que meu argumento inicial servisse para perdoar o filme por reforçar tantos esteriótipos ruins, ficaria a chaga de ter colaborado com esse café requentado de nordeste miserável, sem água, com pessoas mestiças primitivas e sem modos, em contraste com uma mulher loira, paulista, rica, posando de "white savior" no péssimo arco da luta contra a cervejaria kool. Edmilson Filho está no automático mais uma vez. Se ele pretende ser um tipo de Adam Sandler cearense precisa uma vez ou outra fazer algo diferente daquilo que está na sua zona de conforto. Seu personagem Darlan, calango seco, desaparece quando Valeria Vitoriano está em cena com sua estriônica Dona Genésia, gerente da Xininlandia. No mais, todos parecem estar no automático, conscientes de que estão fazendo um Frankstein Fílmico, uma comédia pastelão, que quer ser também uma aventurinha tosca, um romance sem química... Alguém me ajude a desver as sequencias em que a Monique Afradique tenta falar com nosso sotaque de cearense... Trevas!
Amo Cinema Brasileiro, respeito a linha de trabalho do Halder, mas nesse filme a vergonha alheia bate, o silêncio constrangedor substitui as gargalhadas e a sensação é de que esse roteiro foi terminado de qualquer jeito. A oportunidade perdida aqui é absurda. O filme poderia ser a um só tempo um registro das nossas expressões e gírias locais e uma linda coleção de imagens urbanas e rurais de Quixeramobim, um presente para a posteridade, como O Céu de Sueli o é para os iguatuenses. Não quero comparar filmes ou diretores... Mas sinto que, mesmo dentro do estilo de humor do Halder, Bem vinda a Quixeramobim deixou muito a desejar.
Era Apenas Uma Cidade
2.0 1Não encontro esse filme em lugar nenhum :(
Carvão
3.9 92 Assista AgoraGente, como acho esse filme?
Nostalgia
3.3 12 Assista AgoraNão consegui me conectar com esse filme após o arco da mãe de Felice. Não acredito que esse era o melhor filme que a Itália tinha para enviar. Achei maçante, desinteressante, com um protagonista pouco carismático e um conflito central fraco e pouco crível. Filme forçado demais 😐
Fogaréu
3.4 22Alguma previsão de quando chega para aluguel digital?
Pacificado
3.4 17 Assista AgoraNada desse filme ainda, nem pra VoD?
Paloma
3.9 59De uma forma geral, sinto que vi um dos melhores filmes nacionais de 2022. Protagonista carismática, elenco de apoio bom, paisagens locais muito familiares, uma delícia de sotaque, uma abordagem que insere camadas nas personagens. Eu tive tanta empatia a Paloma que conversava com a personagem enquanto assistia ao filme, como se fosse amigo dela. Lamentei cada microviolência perpetrada contra nossa heroína e achei super acertada a decisão de não glamourizar o sofrimento de pessoas trans. Marcelo Gomes prefere deixar fora do quadro e do foco as pessoas que fazem mal à personagem de Kika Sena, que entrega uma performance convincente e emocionante.
Holy Spider
4.0 125 Assista AgoraCertamente figura entre os meus favoritos para a categoria melhor filme internacional. Um trem descarrilhado, um carregamento de toras caindo sobre a gente... Tudo nesse filme é opressivo, noturno, sujo, hediondo...Mehdi Bajestani (Saeed) e Zahra Amir Ebrahimi (Rahimi) estão absurdamente perfeitos nos seus papéis. Por hora, entra no meu top 5 da categoria Melhor Filme Internacional do Oscar 2023.
Marte Um
4.1 303 Assista AgoraPersegui como um doidivanas a oportunidade de ver Marte Um nos últimos dias. Perturbei o diretor, a Embaúba Filmes, todo mundo que pude perturbar rsrsrs.
Estava realmente ansioso, pois o filme anterior do Gabriel é um dos meus favoritos (No Coração do Mundo). Marte Um de alguma forma me tomou por completo. Adorei acompanhar o cotidiano da família Martins, os dilemas de Nice, os sonhos de Deivinho, as preocupações de Tércia e as contradições de Wellington. Sou um cara muito apegado a memórias de família, mas não curto idealizações, gosto de encarar as relações familiares como elas de fato são: um misto de deleite e estresse. Nesse filme o Gabriel traz todo o sentimento de fidelidade familiar, mas traz junto também as distorções, os egoísmos, as indecisões, os silêncios sufocantes, as discordâncias histéricas, o perdão... Lindo filme, linda trilha... Azul ainda está tocando no fundo da minha imaginação... Peguei-me em lágrimas em umas 3 sequências, pelo menos...
Apesar de todo esse impacto que o filme produziu em mim, Marte Um tem alguns problemas que me incomodaram:
1. Senti que o ator mirim que faz o Deivinho ficou devendo em qualidade de atuação. Pode ser que, pelo fato do personagem ser meio introvertido isso tenha influenciado na minha percepção, mas ele me pareceu pouco expressivo, com a fala meio mecanizada até em alguns momentos.
2. A relação entre Nice e Ju escalou rápido demais para uma decisão muito importante. Acho que o roteiro deveria insinuar que já existia algo entre as duas, que morar junto já era algo que levaram em conta, sei lá... Ninguém decide morar com outra pessoa que conheceu na balada da noite anterior.
3. A sequência do acidente de bicicleta do Deivinho poderia ser melhor pensada, não curti a ideia dele tombar sozinho, por vontade própria, descendo uma ladeira que ele sempre evitava descer... Não me parece o tipo de coisa que alguém com a personalidade como a dele faria naquela situação.
Enfim, isso não tira a beleza do filme, embora diminua uns pontinhos da nota que reservo a Marte Um. Falta ver muita coisa que ainda não vazou, mas, dentre os principais filmes brasileiros do ano, Marte Um certamente ocupa lugar de destaque.
Marte Um
4.1 303 Assista AgoraRolou uma notícia de que o filme estaria disponível para video on demand a partir de 15/11... Não achei em canto nenhum...
Close
4.2 525 Assista AgoraÉ um belo filme, sem sombra de dúvidas...
Corsage
3.4 26 Assista AgoraVi o filme com a expectativa de quem se prepara para ver um dos melhores filmes da temporada e achei decepcionante. Em parte a culpa é minha. Não devia ter criado tantas expectativas já sabendo que dificilmente consigo ter empatia por aristocratas em suas dificílimas vidas palacianas. Mas, apesar disso, vi méritos no trabalho de Vicky Krieps, que faz uma imperatriz em crise, de saco cheio de todas as obrigações de sua posição e dos comentários e cobranças que sofre de todos os lados. Outro aspecto positivo é o desenho de produção, bastante sóbrio. No entanto, continuo sem entender muito bem o celeuma em torno desse filme. As críticas generosas, os elogios superlativos, tudo me parece tão exagerado. Filme OK, nada mais que isso.
Cego Aderaldo - O Cantador e o Mito
4.0 1Puro suco de nordeste!!! A presença de alguns dos melhores cantadores de viola do século passado abrilhantam ainda mais o filme do Rosemberg.
A Jaula
2.9 126O Chay Suede está impecável no filme... Mas essa narrativa, desde o roteiro original argentino 4x4 já padecia de um um exagero na suspensão da descrença que inexplicavelmente não foi corrigido nesse remake. A chance de acertar onde o filme original errou foi abandonada para se reproduzir, quase que num exercicio de copia e cola, a estrutura, os diálogos, as situações. O que há de novo com relação ao filme portenho decorre da pouquíssima sutileza que alguns novos diretores do cinema nacional possuem no trato com temáticas de crítica social. Nada é insinuado, tudo é dito a plenos pulmões, de forma caricatural. Eu poderia me convencer de que nossos cidadãos de bem são caricaturas mesmo, e que estão representadas como são no filme, mas prefiro não ser leniente com esses deslizes que alguns realizadores brasileiros cometem. A Jaula ganharia muito em qualidade e diversão se não tentasse esbravejar didaticamente suas inclinações políticas. Ainda sim vale a pena ser visto, pois o Suede e o Nero estão bem, estão até melhores que o elenco de 4x4...
Utama - Terra Esquecida
3.9 6O representante boliviano na corrida pelo Oscar de melhor filme internacional é, juntamente com "Argentina, 1985", "Box", "Eami", "Lo Invisible" e "Bardo", um dos grandes filmes da América Latina que buscam garantir a tão sonhada indicação ao prêmio.
E pode parecer exagero chamar um filme tão curto e simples de "grande", mas o que Alejandro Loayza Frisi entrega ao público em seu Utama - Terra Esquecida é uma experiência cinematográfica completa e arrebatadora. Vencedor do Grande Prêmio do Júri de Sundance e com currículo internacional de respeito, o filme também possui uma das canções originais mais belas e ricas da temporada de premiações.
Desde a belíssima fotografia que capta a vastidão e a aridez do altiplano boliviano, ao cuidado com os elementos de cena, vestuários, enquadramentos de simetria escandalosamente precisa. Tudo nesse filme transmite uma conexão telúrica que parece invocar em nós a consciência residual de nossos antepassados. Virgínio e Sisa são um casal de idosos quíchuas que cuidam de lhamas. Eles vivem isolados, nas proximidades de um vilarejo muito pobre e enfrentam um ano de muita estiagem. Acometido de uma tosse violenta, Virgínio tenta esconder seu real estado de saúde para não preocupar a esposa e não ser levado para a cidade pelo neto Clever.
Vi na teimosia de Virgínio meu próprio pai, me senti um pouco como Clever, pois serei pai em breve também, e vi em Sisa minha própria mãezinha, uma esposa paciente e uma mãe/avó de coração acolhedor. Tudo em Utama é tão familiar para mim e cada cena é tão marcante, como a conversa entre Clever e Sisa sobre a paternidade do jovem, observada furtivamente por Virgínio, que, ao mesmo tempo enciumado e orgulhoso pela notícia da bisneta, reúne todos os seus recursos numa caixinha e a entrega ao neto, para que ele cuide da filhinha, a família que Cléver está formando.
Outra cena fabulosa é quando uma ave enorme, provavelmente um condor dos andes, pousa perto de um Virgínio abatido, reflexivo sobre a morte que se aproxima. Eles se encaram e o velho quíchua parece entender seu destino. Não quer deixar a sua terra, quer morrer como um condor, que reconhece a proximidade do seu passamento e permite que sua matéria retorne a terra em seu próprio ritual de morte.
Utama não é um filme para pessoas apressadas, para gente com urgência em chorar, que precisa de um Pit Stop de lágrimas a cada dez minutos de filme para considerar um drama eficiente. Não. Utama chega na alma antes de atingir os canais lacrimais, mas o faz com a vagarosidade de um Virgínio doente caminhando com seu rebanho de lhamas em busca de um córrego na aridez do altiplano, ao som inebriante de "Salitaria".
Nota 10
A Mulher Rei
4.1 488 Assista AgoraAssisti o filme em condições bem adversas e sem a possibilidade de imergir espiritualmente na narrativa... Ainda sim eu me mantive interessado na rotina das Agoodjie, e torci por cada personagem com quem me identifiquei. A Viola Davis é capaz de fazer tudo nessa vida. Que mulher incrível. A Thuso Mbedu, que faz a Nawi, tem mais de 30 anos e convence como adolescente. A Lashana Lynch que interpreta Izogie também é memorável. Enfim, grande filme, direção de arte muito boa... Só elogios para A Mulher Rei.