São poucas séries longas que conseguem manter a qualidade do início ao fim. Infelizmente, HTGAWM não pode se orgulhar disso. Grande acontecimento quando foi lançada em 2014, o programa liderado por Shonda Rhimes trazia mistério, intriga, mortes. Uma espécie de thriller urbano e contemporâneo conduzido por uma Viola Davis monstruosa. A primeira temporada foi impecável. Rendeu o primeiro Emmy da história para uma atriz negra na categoria de “atriz drama”. A segunda temporada também foi boa e parou aí. Ao longo das quatro últimas temporadas restantes o que vimos foi um desperdício de história. A qualidade decaiu muito, o roteiro regular, com plot twist desnecessário para ser repercutido no Twitter. A palavra que define essa última temporada é DECEPÇÃO, em letras garrafais! A própria Viola já mostrava cansaço, já que passou a temporada toda fazendo caras e bocas, no deboche e frases de efeito para causar. Mas o problema não é com ela. É a produção. Shonda é uma potência da TV americana. Prova disso é a longa jornada de Grey’s Anatomy, no ar desde 2005! Ou o mega sucesso que foi Bridgerton (2020), sua primeira produção na Netflix com um acordo milionário. Shonda é uma mulher preta, fora do padrão e que veio de baixo. Hoje é a mulher mais poderosa da televisão (nas produções de séries). Por isso sua importância e a representatividade de HTGAWM e Scandal é fundamental. Ambas são séries lideradas por mulheres negras, poderosas, destemidas e temidas por todos, dúbias e que não medem esforços para se manter (ou tirar) alguém (geralmente homens brancos e ricos) do poder. Essa é a grande sacada, o teor feminista, aliado ao racismo estrutural e o patriarcado igualmente assassino, são panos de fundo. Aliás, o crossover das duas juntas foi uma das melhores coisas na última década. O grande problema é que os programas não conseguiram se sustentar na qualidade. Scandal virou um novelão mexicano e fez da grande Olivia Pope (Kerry Washington) uma megera chata. HTGAWM foi por um caminho parecido, se perdeu no próprio conceito. Mas nem tudo foi ruim, lógico. Começando pela própria Viola, na sua personificação de uma Annelise Keating furiosa e vulnerável. E o elenco jovem foram crescendo e evoluindo. Especialmente Aja Naomi King (Michaela Pratt), penso que foi a mais bem desenvolvida e aproveitada. Um grande talento preto que merece atenção. E a melancólica Bonnie (Liza Weil, perfeita!), complexa e intrigante. Assisto séries há bastante tempo e acho que nunca me senti tão lesado e decepcionado com uma temporada final e um final vergonhoso. Shonda e todos os showrunners devem entender que os tempos são outros e que não há mais espaço para séries de longas temporadas que se sustentam apenas pelo peso do nome do ator e popularidade do personagem, isso não existe mais. O público tá exigente e atento. No mais, eles quiseram mostrar como salvar um assassino da punição e acabaram eles mesmos se matando. Temporada final 2/10 Conjunto da obra 7/10
Série de mesmo nome inspirada na obra de Domingos de Oliveira, um clássico do cinema nacional da década de 1960, protagonizado por Paulo José e a saudosa Leila Diniz. Mas vamos ser sinceros? Paulo (Emílio Dantas) é um porre!!! Branco, hétero, esquerdomacho privilegiado e tem noção do seu privilégio e usa isso, mesmo que inconscientemente, ao seu favor. Não tem problema algum ser apaixonado pelas mulheres, todo mundo em sã consciência se apaixona mesmo (cof, cof!). Mas essa narrativa de ser um apaixonado e se jogar de cabeça na primeira mulher que cruza com ele a cada dia ou semana é tão cansativo. De revirar os olhos. Porém, tirando o protagonista chato e mimado, a série é muito boa. Enredo, direção, fotografia, figurinos e direção de arte muito bem sincronizados e dão um suporte mais que necessário aos atores. Falando neles, Paulo é um saco! Mas o carisma de Emilio Dantas salva o personagem em alguns bons momentos. Martha Nowill e Matheus Nachtergaele são aqueles amigos que queremos para o resto da vida, estão impecáveis! Merecem todos os prêmios. E Sophie Charlotte? Muito bom acompanhar a sua evolução como atriz. Sua Maria Alice é de uma força e delicadeza linda de assistir. Me lembra muito Letícia Sabatella ou Júlia Lemmertz. Das muitas participações especiais destaco Fernanda Torres, em um papel dramático e misterioso. Talento sobra ali. Lilia Cabral, finalmente saindo da sua zona de conforto vilanesca. Maria Ribeiro, que já tinha me surpreendido em "Desalma". Mariana Sena, que menina linda e que enche a tela! Naruna Costa, encantadora. E Maeve Jinkings, que atriz que se transforma, né? 7/10 (seria 9 se não fosse o protagonista)
O episódio se completa com o fim da primeira temporada e uma ideia do que será a próxima. É dolorido, intranquilo e caótico. Centrado nas relações das personagens entre si, parentes, sociedade e o seu próprio caos. Muito pesado, especialmente o episódio da Jules.
O episódio se completa com o fim da primeira temporada e uma ideia do que será a próxima. É dolorido, intranquilo e caótico. Centrado nas relações das personagens entre si, parentes, sociedade e o seu próprio caos. Muito pesado.
A adolescência realmente é uma montanha russa. Ninguém passa ileso, para o bem ou mal. Euphoria mergulha fundo na mente desses adolescentes tão perdidos e vulneráveis. Me encontrei muito em Rue (Zendaya, ótima!), alguns gatilhos foram acionados pela maneira como ela lida com os demônios, coisas que eu fiz muito, sem detalhes. É um série muito necessária, muito crua. Dessa juventude tão fragmentada que está aí, que não se difere muito da minha, viu. Apesar da decepção no plot Nate-Maddy-Tyler, pois me pareceu muito dramalhão, para causar um frisson muito desnecessário. Penso que poderia ser feito de uma outra forma. No mais, excelente elenco jovem. Especialmente, as protagonistas, Zendaya (uma menina negra) e Hunter Schafer (uma menina trans).
Minissérie que passeia pela longa jornada da menina Hebe de 14 anos para a Hebe, a rainha da televisão brasileira. E que trajetória, viu. Que mulher fantástica. Se muito do que esteve na série foi ficção ou não, não apaga o fato da fortaleza que foi Hebe e acho que essa era a proposta mesmo. Claro, a obra têm alguns erros, especialmente de maquiagem e uma linha de raciocínio lógico, já que ela não segue uma cronologia e ao longo dos dez episódios confunde bastante quem assiste. Principalmente entre as fases dos anos 1960-80. Senti falta de uma maquiagem mais elaborada com a Hebe de 80 anos, basicamente, eles não envelheceram a atriz e nem trocaram o ator que faz o seu filho, já maduro na vida real, mas o ator era o mesmo da fase adolescente. Um erro grotesco, ao meu ver. Fora isso, a Valentina Herszage (Hebe jovem) é um talento. E Andréa Beltrão é um absurdo de atriz, vi a Hebe ali em todos os momentos, ela não poderia ser parecida fisicamente, mas ela assumiu a persona. Bravo!
Eu, a Vó e a Boi é um verdadeiro circo, um show de horror. Veja bem, até que consegue arrancar uma risada ou outra. O final, por exemplo, é um absurdo, mas apoteótico. Os tipos bizarros suburbanos que Miguel é acostumado a escrever está para além dos absurdos, apesar de ser essa proposta mesmo. É tudo muito forçado. Nem o talento máximo de uma Vera Holtz, Arlete Salles ou Otávio Augusto, se salvam. Pra piorar, um protagonista sem um pingo de carisma e talento, é você mesmo, Daniel Rangel!, que comprometeu e muito o desenrolar da trama em seis episódios. Pelo menos Giovanna Zatti e Alessandra Maestrini (nossa eterna Bozena), saíram menos arranhadas aqui, ainda que regulares. E o que falar do desperdício de trama e talento de atrizes do porte de Stella Miranda e Eliana Rocha? Um horror.
Segunda temporada melhor que a primeira. O primeiro episódio é f***. A sequência final da temporada é de cortar os pulsos. Me identifico tanto com ela, o caos de nós mesmos.
GATILHOS! A minissérie aborda a vida dos cincos amigos: Ritchie, Colin, Roscoe, Ash e Jill. Jovens londrinos que estão começando a vida cheia de sonhos, diversões e anseios normais da juventude no início dos anos 80. Com exceção de Jill, a única mulher do grupo, todos os meninos são gays e a série foca de uma maneira muito crua, muito real e dolorosa, de como a AIDS sacudiu a vida dessas pessoas ainda marginalizadas e vivendo ainda na mentira ou negação de si mesmo, ou simplesmente aceitando como é e encarando seus desejos sem medo, até a "doença de gay" se tornar um estigma. Cada um dos cinco episódios são como um soco no estômago, especialmente no episódio 3, o mais forte. Como o psicológico fica abalado, quando os encontros nas festas dão lugar aos encontros em hospitais e velórios. Estamos falando dos anos 80, não esqueçam! Era tudo ainda desconhecido, mas o fato é que essa comunidade sofreu com o descaso, preconceito e a falta de acolhimento, para dizer o mínimo. Mais ainda assim, fica uma mensagem interessante de companheirismo e cuidado uns com os outros, uma irmandade mesmo (que é o que falta atualmente).
O milionário Daniel Lopes de Carvalho (José Wilker) morre e deixa metade de sua fortuna para os seus três filhos: Celina (Thais de Campos), Becky (Danielle Winits) e Daniel (Bruno Garcia). A outra metade terá de ser disputada por suas ex-esposas: a grande atriz Lara Romero (Suzana Vieira), a fotógrafa de moda que adora garotões Mariana (Marília Gabriela) e a hippie, e única casada no papel, Rejane (Betty Lago), as respectivas mães dos rebentos. Pra completar elas se odeiam, mas terão que trabalhar juntas e todos vão morar na mansão. Pronto, deu-se a desgraça!
A minissérie de oito episódios de autoria de Aguinaldo Silva e direção de Wolf Maya não é nada mais que um farofão daqueles. É deliciosamente brega, acima do tom (todo mundo berra), figurinos fora da realidade, todo mundo se mete na vida de todo mundo. Um verdadeiro circo armado. Sabe aquela máxima que de tão ruim que fica muito bom? Aqui se aplica. É divertido a Suzana interpretando ela mesma, a Marília fazendo uma versão louca e meio lésbica si (sua personagem tem um affair com a Ângela Viera, uma caminhoneira original de fábrica, mas muito fina e elegante) e Betty doidona no melhor estilo Abigail (sua lendária personagem em Quatro por Quatro, 1994). Ainda tem a Condessa Leonor (Maria Padilha) que junto com seu afetado filho bastardo do milionário (Pierre Baitelli, deuso nórdico!) quer sua parte na herança.
Claro, a série têm seus problemas, como o plot do romance de uma das netas com um traficante do morro. Apesar da proposta é ser trabalhada com os absurdos e esteriótipos, achei que pesaram a mão aqui. Além do desperdício do talento de Zezé Motta. Outro ponto fora da curva é o João Pedro Zappa, filho de Becky que não suporta a relação da avó com seu melhor amigo (Rafael Cardoso), um escândalo desnecessário e ele é péssimo. Sabe o Caio Castro? Ele consegue ser pior! Embora o tempo esteja lhe fazendo bem, pois ele se tornou um dos jovens atores promissores e premiado no cinema e teatro. Mas aqui é vergonhoso.
Infelizmente, não tivemos uma sequência direta de Cinquentinha, mas a série continuou focada apenas na personagem de Lara na minissérie Lara com Z (2011). E que saudade do talento de Zé Wilker e Betty Lago, fazem falta!
ALERTA DE MUITOS GATILHOS! Demorei para fazer essa resenha assim como demorei para assistir essa minissérie. Vi como em doses homeopáticas, pois é dolorosa. Queria fazer um textão, mas com isso iria expor meus próprios gatilhos, especialmente de um episódio específico, mas é melhor ficar na minha. Arabella é uma jovem Londrina e escritora em ascensão. Depois de ser vítima de um estupro, ela transita entre a negação e a realidade, entre o drama e o humor, entre os gatilhos do passado e do presente. É um tempestade de sentimentos que não tem como não absorver tudo isso. Suas amizades é que lhe salvam e isso é importante ser discutido; a questão da amizade, da aliança, em um momento difícil. Especialmente para a negritude, pois o elenco é 97% composto de atores negros e talentosos. Falando em talento, Michaela Coel, que mulher! Ela mesma foi vítima de abuso e colocou isso pra jogo. Escreveu, dirigiu, produziu e protagonizou a série. Um talento que merece toda a atenção que em recebido e muitos prêmios, que não estão vindo, que loucura! No mais, assistam. Por favor. 10/10
Que temporada, meus caros! Depois que a Netflix começou a produzir a série ela começou a ficar boa. É nítida a qualidade das duas últimas (4 e 5) depois que a gigante do streaming entrou na jogada. De longe é a mais tensa, densa, sombria e recheada de conflitos plausíveis. A questão sociopolítica veio forte aqui com a ascensão do fascismo. Além de ter o melhor vilão de todos, Oswald Mosley (Sam Claflin, ótimo!), o próprio bozo dele (aquele discurso na festa ele assinaria embaixo). Todo mundo teve uma importância tremenda ao longo dos seis episódios. E minha antipatia por Michael nunca foi gratuita! Agora é esperar para ver a queda de Thomas Shelby. A cena final, como ao longo dessas temporadas, deixa claro que o pior inimigo dele é ele mesmo. 8/10
A temporada mais densa e menos tendenciosa que as outras. Talvez isso tenha sido a grande sacada aqui: não se achar maior que é. O roteiro foi ágil e dinâmico. Um vilão caricato (Adrien Brody, melhor coisa que fez na carreira pós-Oscar), porém, eficaz. Fora as questões sociais que ganharam outros contornos como pano de fundo. Paul Anderson (se um dia eu falei mal do Arthur, esqueçam!), Tom Hardy e Cillian Murphy estiveram soberbos, como sempre. Destaque para Natasha O’Keeffe (Lizzie), ela usa da complexidade da personagem apenas no olhar, grande personagem que merece mais atenção. Infelizmente não posso falar o mesmo de Helen McConry, sempre ótima, mas nessa temporada, estava ligada no automático. Só não digo que estava péssima por ser uma baita atriz, mas foi quase isso. Só sabia fazer caras e bocas e cara de enjoada. Os dois últimos episódios valeram por tudo até aqui. 8/10
Não darei uma nota inferior por conta da direção de arte e figurinos impecáveis, pois essa temporada foi inferior às outras. Os plots foram mais do mesmo (sem necessidade alguma aquele plot com os russos). Falei tanto mal do Arthur, eis que me surpreendeu positivamente. Aqui, num duelo consigo mesmo + família + religião, foi a coisa mais interessante da temporada. O plot final? Sem comentários (e isso não é um elogio). Porém, mais um trabalho impecável de Cillian Murphy, Helen McConry (mesmo fazendo biquinho e carão de enjoada a temporada toda) e Paul Anderson. 6/10
Temporada mais interessante que a primeira e com a inclusão de um vilão (?) daqueles (Tom Hardy, maravilhoso. Provando que é muito mais que um corpo. Excelente trabalho físico e oral). Mas Peaky Blinders me remete muito Boardwalk Empire (2010-14) masterpiece da HBO: um protagonista frígido, fala mansa, introspectivo e não menos violento (Cillian Murphy e Steve Buscemi, respectivamente). Um policial vilanesco obcecado em destruir o império do contrabando de ambos (Sam Niell e Michael Shannon, respectivamente) e moças puras/mulheres fortes com pegada feminista. Sem contar a linha do tempo de ambas: fim da década de 1910 e início da década de 20. Além de contrabando, Lei Seca, briga de gangues, muito tiro, muita disputa, muito ego inflado. E, claro, cigarros, drogas e bebidas onipresentes. É boa mas ainda não me fisgou. Porém, Cillian e Helen McConry mereciam atenção das premiações. Soberbos em cenas específicas. E quando o insuportável do Arthur Shelby morre, gente? 7/10
Essa primeira temporada me surpreendeu positivamente, ainda que tenha demorado para prender a minha atenção ao longo dos seis episódios. Achei que tem uma vibe meio Boardwalk Empire, uma das minhas séries favoritas. Mas a direção de arte e figurinos são impecáveis. E as atuações, especialmente de Helen McConry (essa mulher merece tudo! No mesmo ano dessa série ela entregou A PERFORMANCE em Penny Dreadful e foi esquecida de todas as premiações) e Cillian Murphy, gostei do tom que ele deu ao seu Tommy Shelby, discreto e não menos violento por conta disso.
Na dramaturgia brasileira, Gilberto Braga é o mestre máximo em retratar a podridão da elite branca brasileira, a minissérie Labirinto não foge à regra, mesmo abusando dos mais variados clichês para prender a atenção e chocar quem assiste. André (Fábio Assunção, muito seguro no papel) é acusado de assassinar o milionário Otacílio Martins Fraga (Paulo José) em pleno Réveillon. Pronto! Deu-se a desgraça na vida do rapaz que inicia uma corrida conta o tempo para provar sua inocência. Espere muito tiro, chantagens, cenas de perseguição, frases de efeito e um vilão à lá HQ (Antônio Fagundes em seu PIOR desempenho que já tive o desprazer em assistir). Muita gente acredita na inocência de André e estão dispostos a ajudá-lo, como é o caso de primogênito do morto, (Marcelo Serrado) e sua noiva apaixonada pelo suposto assassino (Luana Piovani, no auge de sua juventude). Mas a grande presença da produção é ela: Paula Lee (Malu Mader, deslumbrante e hipnotizadora e a melhor atuação da minissérie). A sensual prostituta de luxo usa e abusa de todo seu poder de sedução e contatinhos para livrar seu amado do crime. A mini teve intermináveis 20 capítulos que poderiam ser reduzidos em 8. Giba enrolou bastante, encheu muita linguiça e abusou demais dos corpos de Luciano Szafir /Malu/Fábio/Betty Faria para narrar uma história que perde seu fôlego em menos da metade. Os capítulos finais foram corridos e faltou emoção por conta dessa correria desnecessária, problema que ele repetiu na obra de arte seguinte, Força de um Desejo (1999). Fora os GRANDES FUROS. Outros destaques: Betty Faria, sensualíssima, como a viúva. Aline Borges e Isabela Garcia, os alívios cômicos na mais perfeita caricatura da rica devoradora de homens e a que faz tudo pela fama, respectivamente. E Deborah Evelyn no seu primeiro papel em que ficaria marcada pelo resto da carreira: a surtada com mania de grandeza. Nota: 6,5/ 10 Disponível no Youtube.
Amor em 4 Atos (2011) foi uma minissérie de sucesso da Globo divido em quatro episódios. Todos eles, baseados em músicas de Chico Buarque. É uma série com uma carga dramática muito forte e com aqueles amores avassaladores e intempestivos, no melhor estilo Chico. Ato 1: inspirado nas canções “Ela Faz Cinema” e “Construção” é protagonizado por Marjorie Estiano (sempre ela!) e Malvino Salvador (péssimo!). Ela, como sempre, espetacular. Mas o amor paralelo de outro casal (Cacá Rosset e Martha Nowill) é mais interessante. De todos, é o episódio mais fraco. Ato 2: inspirado em “Mil Perdões”, um casal em crise (Carolina Ferraz e Dalton Vigh, soberbos) colocam o amor à prova com a presença de ex dele (Gisele Fróes, maravilhosa. Adoro que ela leva o seu deboche para todos seus personagens e mesmo assim não a torna repetitiva, quase um cacoete) e seu namorado garotão (Dudu Azevedo). A tensão instaurada torna o episódio mais interessante. Ato 3 e 4: episódios duplos com inspiração nas músicas “Folhetim” e “As Vitrines”, protagonizados por Vladimir Brichta e Alinne Moraes (linda, saborosa e a melhor coisa que fez na TV até então). Um casal improvável. Ele um executivo que sofre com a separação (Camila Morgado, mais uma vez, interpretando a desequilibrada), ela uma prostituta por vocação e melancólica. Os melhores episódios disparados. Alinne merece um Emmy retroativo. Chama a atenção os diálogos, com trechos das músicas, deu certo ar teatral, especialmente o Ato 2, e elegância nas narrativas. 9/10
Gilda (Karine Telles, FODONA!) é uma mulher sozinha, livre, independente, macumbeira e dona do seu corpo. Solta, ela se envolve com alguns tantos homens, precisamente quatro. Mas ela não tem sossego. Mora em uma comunidade dominada pela milícia e pela igreja evangélica. A série retrata os dias de Gilda, uma mulher simples, comum como tantas outras, inserida em uma sociedade tóxica e que demoniza todas aquelas pessoas que vão contra o padrão determinado por ideologias. Tem forte apelo crítico social e político. E, claro, a intolerância religiosa que está assombrando e adoecendo a sociedade. Além de cutucar a ferida da parceria milícia com a igreja evangélica que TOCAM O TERROR NAS COMUNIDADES CARENTES. O elenco é primoroso e as cenas são muito naturais e tão fortes que beira à realidade, mas é a realidade, né? Destaque total para Karine Telles que se firma como as maiores atrizes em atividade do momento, soberba! A cena final é uma força da natureza arrepiante. O patriarcado branco precisa acabar! Merece ser vista!
Ah, o amor! Mais ele pode ser um vício, masoquista, sádico, egoísta, submisso, violento, humilhante, cruel e criminoso. Eu Que Amo Tanto foi uma série apresentada dentro do Fantástico em 2014, baseada no livro de mesmo nome de Marília Gabriela, trazendo histórias reais de mulheres que amaram até as últimas consequências e pagaram de alguma forma por amar (?) demais.
Dividido em quatro episódios protagonizados por Mariana Ximenes, Suzana Vieira, Marjorie Estiano e Carolina Dieckmann, respectivamente. Todas ótimas e viscerais. Mas Marjorie está uns dez degraus acima das outras. Que atriz entregue. De uma força e fúria em cena que parece um tapa na cara e você fica desorientado querendo absorver tudo aquilo. E acho que foi a coisa mais incrível que vi de Carolina da TV.
Os episódios não passam de quinze minutos. Os três primeiros disponíveis no YT e o último no Dailymotion em HD! 10/10
Brasileiro sempre com síndrome de vira lata. Mais uma prova disso foi o lançamento de Desalma, série de suspense/thriller da Globoplay. Já teve/tem tanta bomba gringa do gênero que Desalma é quase uma masterpiece se comparado a eles. O clima gélido e as locações fizeram toda a diferença também. Eu gostei, mas com ressalvas:
1. O português muito perfeito. Ninguém fala daquele jeito, soa artificial e em grandes momentos da série que poderiam ser impactantes, com essa perfeição da língua, não deu para levar à sério. 2. A série se passa no sul (!) colonizada por ucranianos e cercada de muitos mistérios. E não tem um preto sequer. Espero que na segunda temporada venha uma bruxona preta para dizimar metade daquele povo sonso e com olhar contemplativo (que agonia disso!). 3. O elenco jovem do passado e presente são péssimos, mas de alguma maneira não prejudicaram o desenrolar da série. 4. Nunca pensei em dizer isso, mas a Maria Ribeiro esteve muito melhor que a Cláudia Abreu (que é muito foda). Achei ela meio perdida aqui e ainda presa numa linguagem folhetinesca. Acho que Maria captou melhor a essência e o conceito da série. Inclusive, poderiam inverter os papéis.
Dois grandes destaques: O menino. Que ator, viu? Tão criança e assombroso. Estava melhor que muito veterano.
Cássia Kis, ATRIZ! Imprimou o peso e o mistério no olhar, em seu corpo. Que maravilha assistir essa mulher!
Gostei da série e em como ela cutuca na ferida da perfeição do “american way life” e a, suposta, vida perfeita, esmagadoramente branca e burguesa, que condicionam os estadunidenses. O racismo velado e disfarçado de boas intenções (só quem viveu/vive isso sabe) também é pulsante. E, principalmente, o tema que engloba e é o norteador da trama: a maternidade. Como as mães nas suas (im)perfeições buscam essa representação da mãe e filhos perfeitos, que zelam, cuidam e erram muito querendo chegar à essa perfeição que não existe. O contraponto entre Mia e Elena é genial. Porém, tenho uma ressalva justamente nessa parte no plot da Mirabelle.
Achei totalmente desnecessário e super negligente como o caso foi tratado: a Bebe, que abandonou a filha, como vítima da história e a Linda, a mãe adotiva como a histérica da história, ainda que ela fosse mais uma burguesa, branca e privilegiada que conseguiu a guarda definitiva por ser tudo isso. Detestei o rapto do bebê, achei de uma nojeira sem tamanho, ainda que, na cabeça de Bebe, ela estava reprisando o papel de Mia e tudo iria ficar bem. Não gostei. Quer dizer que mãe é só pelos laços sanguíneos? Linda era menos mãe que Bebe?
A Izzy era super chata e rebelde sem causa e não despertou empatia alguma minha até o episódio que explica tudo e o fatídico final.
Kerry Washington, te dedico. Perfeita, expressiva e segura no papel.
Não gosto de Reese Wintherspoon como atriz, principalmente porque ele vem reprisando a Ellen Woods e Madeleine, mas, aqui, ela eleva o nível da reprise dos papéis. Elena é humana, cheia de nuances e camadas que vão caindo por terra a cada episódio. Achei fantástica e merecia sim uma indicação ao Emmy.
Gostei bastante, ainda que tenha alguns plots super batidos e forçados. O Noah Schnapp (Will) mandou muito bem aqui, merecia indicações. Soube dosar muito bem as angustias de seu personagem, muito bem elaborado e protagonista nato. A Eleven foi totalmente insignificante a temporada inteira e seu plot foi chatíssimo, só prestou mesmo no fim para aquilo todo. No mais, direção de arte IMPECÁVEL! Tirando o plot chatíssimo de Eleven, o enredo principal muito bem amarrado, dirigido e atuado.
Ótima temporada, mais pesada que a primeira temporada, todavia, com uma leve queda em relação a primeira. Mais uma vez, minha grande crítica para Sex Education é como eles tratam os adultos: manés, bunda moles e com atitudes que beira à infantilidade
aquela cena da briga de Jean e Otis em que ela manda ele ir para o quarto e ele se recusa e ela diz que quem vai é ela é o auge do absurdo!
, enquanto os teens estão na sua fase de amadurecimento.
Gostei de conhecer mais um pouco a mãe de Maeve, diz muito sobre ela. Além do empoderamento da mãe de Adam, que delícia assisti-la!
Falando em Adam, sempre achei ele o mais complexo, aqui, ele estava meio perdido, mas se encontrou no meio para fim até o final apoteótico. PROMETE MUITO essa parceria dele com o Eric, que continua sendo o melhor personagem. BTW, senti falta do pai dele.
E vamos falar da melhor história? Aimee, VOCÊ NÃO FEZ NADA DE ERRADO! Que sensibilidade e delicadeza com seu drama, fiquei muito tocado com ela e aquele show de sororidade me fez chorar horrores! Só acho que ela merece ser indicada ao Emmy como atriz coadjuvante.
Como Defender um Assassino (6ª Temporada)
4.2 321 Assista AgoraSão poucas séries longas que conseguem manter a qualidade do início ao fim. Infelizmente, HTGAWM não pode se orgulhar disso.
Grande acontecimento quando foi lançada em 2014, o programa liderado por Shonda Rhimes trazia mistério, intriga, mortes. Uma espécie de thriller urbano e contemporâneo conduzido por uma Viola Davis monstruosa. A primeira temporada foi impecável. Rendeu o primeiro Emmy da história para uma atriz negra na categoria de “atriz drama”. A segunda temporada também foi boa e parou aí.
Ao longo das quatro últimas temporadas restantes o que vimos foi um desperdício de história. A qualidade decaiu muito, o roteiro regular, com plot twist desnecessário para ser repercutido no Twitter.
A palavra que define essa última temporada é DECEPÇÃO, em letras garrafais! A própria Viola já mostrava cansaço, já que passou a temporada toda fazendo caras e bocas, no deboche e frases de efeito para causar. Mas o problema não é com ela. É a produção.
Shonda é uma potência da TV americana. Prova disso é a longa jornada de Grey’s Anatomy, no ar desde 2005! Ou o mega sucesso que foi Bridgerton (2020), sua primeira produção na Netflix com um acordo milionário.
Shonda é uma mulher preta, fora do padrão e que veio de baixo. Hoje é a mulher mais poderosa da televisão (nas produções de séries). Por isso sua importância e a representatividade de HTGAWM e Scandal é fundamental. Ambas são séries lideradas por mulheres negras, poderosas, destemidas e temidas por todos, dúbias e que não medem esforços para se manter (ou tirar) alguém (geralmente homens brancos e ricos) do poder. Essa é a grande sacada, o teor feminista, aliado ao racismo estrutural e o patriarcado igualmente assassino, são panos de fundo. Aliás, o crossover das duas juntas foi uma das melhores coisas na última década. O grande problema é que os programas não conseguiram se sustentar na qualidade. Scandal virou um novelão mexicano e fez da grande Olivia Pope (Kerry Washington) uma megera chata. HTGAWM foi por um caminho parecido, se perdeu no próprio conceito.
Mas nem tudo foi ruim, lógico. Começando pela própria Viola, na sua personificação de uma Annelise Keating furiosa e vulnerável. E o elenco jovem foram crescendo e evoluindo. Especialmente Aja Naomi King (Michaela Pratt), penso que foi a mais bem desenvolvida e aproveitada. Um grande talento preto que merece atenção. E a melancólica Bonnie (Liza Weil, perfeita!), complexa e intrigante.
Assisto séries há bastante tempo e acho que nunca me senti tão lesado e decepcionado com uma temporada final e um final vergonhoso.
Shonda e todos os showrunners devem entender que os tempos são outros e que não há mais espaço para séries de longas temporadas que se sustentam apenas pelo peso do nome do ator e popularidade do personagem, isso não existe mais. O público tá exigente e atento. No mais, eles quiseram mostrar como salvar um assassino da punição e acabaram eles mesmos se matando.
Temporada final
2/10
Conjunto da obra
7/10
Todas as Mulheres do Mundo
3.7 124Série de mesmo nome inspirada na obra de Domingos de Oliveira, um clássico do cinema nacional da década de 1960, protagonizado por Paulo José e a saudosa Leila Diniz.
Mas vamos ser sinceros? Paulo (Emílio Dantas) é um porre!!! Branco, hétero, esquerdomacho privilegiado e tem noção do seu privilégio e usa isso, mesmo que inconscientemente, ao seu favor.
Não tem problema algum ser apaixonado pelas mulheres, todo mundo em sã consciência se apaixona mesmo (cof, cof!). Mas essa narrativa de ser um apaixonado e se jogar de cabeça na primeira mulher que cruza com ele a cada dia ou semana é tão cansativo. De revirar os olhos.
Porém, tirando o protagonista chato e mimado, a série é muito boa. Enredo, direção, fotografia, figurinos e direção de arte muito bem sincronizados e dão um suporte mais que necessário aos atores.
Falando neles, Paulo é um saco! Mas o carisma de Emilio Dantas salva o personagem em alguns bons momentos. Martha Nowill e Matheus Nachtergaele são aqueles amigos que queremos para o resto da vida, estão impecáveis! Merecem todos os prêmios.
E Sophie Charlotte? Muito bom acompanhar a sua evolução como atriz. Sua Maria Alice é de uma força e delicadeza linda de assistir. Me lembra muito Letícia Sabatella ou Júlia Lemmertz.
Das muitas participações especiais destaco Fernanda Torres, em um papel dramático e misterioso. Talento sobra ali. Lilia Cabral, finalmente saindo da sua zona de conforto vilanesca. Maria Ribeiro, que já tinha me surpreendido em "Desalma". Mariana Sena, que menina linda e que enche a tela! Naruna Costa, encantadora. E Maeve Jinkings, que atriz que se transforma, né?
7/10 (seria 9 se não fosse o protagonista)
Euphoria: Fuck Anyone Who’s Not a Sea Blob
4.3 128O episódio se completa com o fim da primeira temporada e uma ideia do que será a próxima. É dolorido, intranquilo e caótico. Centrado nas relações das personagens entre si, parentes, sociedade e o seu próprio caos. Muito pesado, especialmente o episódio da Jules.
Euphoria: Trouble Don't Last Always
4.3 154O episódio se completa com o fim da primeira temporada e uma ideia do que será a próxima. É dolorido, intranquilo e caótico. Centrado nas relações das personagens entre si, parentes, sociedade e o seu próprio caos. Muito pesado.
Euphoria (1ª Temporada)
4.3 893A adolescência realmente é uma montanha russa. Ninguém passa ileso, para o bem ou mal. Euphoria mergulha fundo na mente desses adolescentes tão perdidos e vulneráveis.
Me encontrei muito em Rue (Zendaya, ótima!), alguns gatilhos foram acionados pela maneira como ela lida com os demônios, coisas que eu fiz muito, sem detalhes.
É um série muito necessária, muito crua. Dessa juventude tão fragmentada que está aí, que não se difere muito da minha, viu. Apesar da decepção no plot Nate-Maddy-Tyler, pois me pareceu muito dramalhão, para causar um frisson muito desnecessário. Penso que poderia ser feito de uma outra forma.
No mais, excelente elenco jovem. Especialmente, as protagonistas, Zendaya (uma menina negra) e Hunter Schafer (uma menina trans).
Hebe
4.0 58Minissérie que passeia pela longa jornada da menina Hebe de 14 anos para a Hebe, a rainha da televisão brasileira.
E que trajetória, viu. Que mulher fantástica. Se muito do que esteve na série foi ficção ou não, não apaga o fato da fortaleza que foi Hebe e acho que essa era a proposta mesmo.
Claro, a obra têm alguns erros, especialmente de maquiagem e uma linha de raciocínio lógico, já que ela não segue uma cronologia e ao longo dos dez episódios confunde bastante quem assiste. Principalmente entre as fases dos anos 1960-80.
Senti falta de uma maquiagem mais elaborada com a Hebe de 80 anos, basicamente, eles não envelheceram a atriz e nem trocaram o ator que faz o seu filho, já maduro na vida real, mas o ator era o mesmo da fase adolescente. Um erro grotesco, ao meu ver.
Fora isso, a Valentina Herszage (Hebe jovem) é um talento. E Andréa Beltrão é um absurdo de atriz, vi a Hebe ali em todos os momentos, ela não poderia ser parecida fisicamente, mas ela assumiu a persona. Bravo!
Eu, a Vó e a Boi
2.7 29Eu, a Vó e a Boi é um verdadeiro circo, um show de horror.
Veja bem, até que consegue arrancar uma risada ou outra. O final, por exemplo, é um absurdo, mas apoteótico. Os tipos bizarros suburbanos que Miguel é acostumado a escrever está para além dos absurdos, apesar de ser essa proposta mesmo. É tudo muito forçado. Nem o talento máximo de uma Vera Holtz, Arlete Salles ou Otávio Augusto, se salvam.
Pra piorar, um protagonista sem um pingo de carisma e talento, é você mesmo, Daniel Rangel!, que comprometeu e muito o desenrolar da trama em seis episódios.
Pelo menos Giovanna Zatti e Alessandra Maestrini (nossa eterna Bozena), saíram menos arranhadas aqui, ainda que regulares.
E o que falar do desperdício de trama e talento de atrizes do porte de Stella Miranda e Eliana Rocha? Um horror.
Fleabag (2ª Temporada)
4.7 889 Assista AgoraSegunda temporada melhor que a primeira. O primeiro episódio é f***. A sequência final da temporada é de cortar os pulsos. Me identifico tanto com ela, o caos de nós mesmos.
It's a Sin
4.4 101 Assista AgoraGATILHOS!
A minissérie aborda a vida dos cincos amigos: Ritchie, Colin, Roscoe, Ash e Jill. Jovens londrinos que estão começando a vida cheia de sonhos, diversões e anseios normais da juventude no início dos anos 80. Com exceção de Jill, a única mulher do grupo, todos os meninos são gays e a série foca de uma maneira muito crua, muito real e dolorosa, de como a AIDS sacudiu a vida dessas pessoas ainda marginalizadas e vivendo ainda na mentira ou negação de si mesmo, ou simplesmente aceitando como é e encarando seus desejos sem medo, até a "doença de gay" se tornar um estigma.
Cada um dos cinco episódios são como um soco no estômago, especialmente no episódio 3, o mais forte. Como o psicológico fica abalado, quando os encontros nas festas dão lugar aos encontros em hospitais e velórios. Estamos falando dos anos 80, não esqueçam! Era tudo ainda desconhecido, mas o fato é que essa comunidade sofreu com o descaso, preconceito e a falta de acolhimento, para dizer o mínimo.
Mais ainda assim, fica uma mensagem interessante de companheirismo e cuidado uns com os outros, uma irmandade mesmo (que é o que falta atualmente).
Cinquentinha
3.5 17O milionário Daniel Lopes de Carvalho (José Wilker) morre e deixa metade de sua fortuna para os seus três filhos: Celina (Thais de Campos), Becky (Danielle Winits) e Daniel (Bruno Garcia). A outra metade terá de ser disputada por suas ex-esposas: a grande atriz Lara Romero (Suzana Vieira), a fotógrafa de moda que adora garotões Mariana (Marília Gabriela) e a hippie, e única casada no papel, Rejane (Betty Lago), as respectivas mães dos rebentos. Pra completar elas se odeiam, mas terão que trabalhar juntas e todos vão morar na mansão. Pronto, deu-se a desgraça!
A minissérie de oito episódios de autoria de Aguinaldo Silva e direção de Wolf Maya não é nada mais que um farofão daqueles. É deliciosamente brega, acima do tom (todo mundo berra), figurinos fora da realidade, todo mundo se mete na vida de todo mundo. Um verdadeiro circo armado. Sabe aquela máxima que de tão ruim que fica muito bom? Aqui se aplica. É divertido a Suzana interpretando ela mesma, a Marília fazendo uma versão louca e meio lésbica si (sua personagem tem um affair com a Ângela Viera, uma caminhoneira original de fábrica, mas muito fina e elegante) e Betty doidona no melhor estilo Abigail (sua lendária personagem em Quatro por Quatro, 1994). Ainda tem a Condessa Leonor (Maria Padilha) que junto com seu afetado filho bastardo do milionário (Pierre Baitelli, deuso nórdico!) quer sua parte na herança.
Claro, a série têm seus problemas, como o plot do romance de uma das netas com um traficante do morro. Apesar da proposta é ser trabalhada com os absurdos e esteriótipos, achei que pesaram a mão aqui. Além do desperdício do talento de Zezé Motta.
Outro ponto fora da curva é o João Pedro Zappa, filho de Becky que não suporta a relação da avó com seu melhor amigo (Rafael Cardoso), um escândalo desnecessário e ele é péssimo. Sabe o Caio Castro? Ele consegue ser pior! Embora o tempo esteja lhe fazendo bem, pois ele se tornou um dos jovens atores promissores e premiado no cinema e teatro. Mas aqui é vergonhoso.
Infelizmente, não tivemos uma sequência direta de Cinquentinha, mas a série continuou focada apenas na personagem de Lara na minissérie Lara com Z (2011).
E que saudade do talento de Zé Wilker e Betty Lago, fazem falta!
I May Destroy You
4.5 277 Assista AgoraALERTA DE MUITOS GATILHOS!
Demorei para fazer essa resenha assim como demorei para assistir essa minissérie. Vi como em doses homeopáticas, pois é dolorosa. Queria fazer um textão, mas com isso iria expor meus próprios gatilhos, especialmente de um episódio específico, mas é melhor ficar na minha.
Arabella é uma jovem Londrina e escritora em ascensão. Depois de ser vítima de um estupro, ela transita entre a negação e a realidade, entre o drama e o humor, entre os gatilhos do passado e do presente. É um tempestade de sentimentos que não tem como não absorver tudo isso.
Suas amizades é que lhe salvam e isso é importante ser discutido; a questão da amizade, da aliança, em um momento difícil. Especialmente para a negritude, pois o elenco é 97% composto de atores negros e talentosos.
Falando em talento, Michaela Coel, que mulher! Ela mesma foi vítima de abuso e colocou isso pra jogo. Escreveu, dirigiu, produziu e protagonizou a série. Um talento que merece toda a atenção que em recebido e muitos prêmios, que não estão vindo, que loucura!
No mais, assistam. Por favor.
10/10
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (5ª Temporada)
4.4 257 Assista AgoraQue temporada, meus caros! Depois que a Netflix começou a produzir a série ela começou a ficar boa. É nítida a qualidade das duas últimas (4 e 5) depois que a gigante do streaming entrou na jogada.
De longe é a mais tensa, densa, sombria e recheada de conflitos plausíveis. A questão sociopolítica veio forte aqui com a ascensão do fascismo. Além de ter o melhor vilão de todos, Oswald Mosley (Sam Claflin, ótimo!), o próprio bozo dele (aquele discurso na festa ele assinaria embaixo).
Todo mundo teve uma importância tremenda ao longo dos seis episódios. E minha antipatia por Michael nunca foi gratuita!
Agora é esperar para ver a queda de Thomas Shelby. A cena final, como ao longo dessas temporadas, deixa claro que o pior inimigo dele é ele mesmo.
8/10
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (4ª Temporada)
4.4 254 Assista AgoraA temporada mais densa e menos tendenciosa que as outras. Talvez isso tenha sido a grande sacada aqui: não se achar maior que é.
O roteiro foi ágil e dinâmico. Um vilão caricato (Adrien Brody, melhor coisa que fez na carreira pós-Oscar), porém, eficaz. Fora as questões sociais que ganharam outros contornos como pano de fundo.
Paul Anderson (se um dia eu falei mal do Arthur, esqueçam!), Tom Hardy e Cillian Murphy estiveram soberbos, como sempre. Destaque para Natasha O’Keeffe (Lizzie), ela usa da complexidade da personagem apenas no olhar, grande personagem que merece mais atenção.
Infelizmente não posso falar o mesmo de Helen McConry, sempre ótima, mas nessa temporada, estava ligada no automático. Só não digo que estava péssima por ser uma baita atriz, mas foi quase isso. Só sabia fazer caras e bocas e cara de enjoada.
Os dois últimos episódios valeram por tudo até aqui.
8/10
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (3ª Temporada)
4.4 233 Assista AgoraNão darei uma nota inferior por conta da direção de arte e figurinos impecáveis, pois essa temporada foi inferior às outras. Os plots foram mais do mesmo (sem necessidade alguma aquele plot com os russos).
Falei tanto mal do Arthur, eis que me surpreendeu positivamente. Aqui, num duelo consigo mesmo + família + religião, foi a coisa mais interessante da temporada.
O plot final? Sem comentários (e isso não é um elogio).
Porém, mais um trabalho impecável de Cillian Murphy, Helen McConry (mesmo fazendo biquinho e carão de enjoada a temporada toda) e Paul Anderson.
6/10
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (2ª Temporada)
4.4 261 Assista AgoraTemporada mais interessante que a primeira e com a inclusão de um vilão (?) daqueles (Tom Hardy, maravilhoso. Provando que é muito mais que um corpo. Excelente trabalho físico e oral).
Mas Peaky Blinders me remete muito Boardwalk Empire (2010-14) masterpiece da HBO: um protagonista frígido, fala mansa, introspectivo e não menos violento (Cillian Murphy e Steve Buscemi, respectivamente). Um policial vilanesco obcecado em destruir o império do contrabando de ambos (Sam Niell e Michael Shannon, respectivamente) e moças puras/mulheres fortes com pegada feminista. Sem contar a linha do tempo de ambas: fim da década de 1910 e início da década de 20. Além de contrabando, Lei Seca, briga de gangues, muito tiro, muita disputa, muito ego inflado. E, claro, cigarros, drogas e bebidas onipresentes.
É boa mas ainda não me fisgou. Porém, Cillian e Helen McConry mereciam atenção das premiações. Soberbos em cenas específicas.
E quando o insuportável do Arthur Shelby morre, gente?
7/10
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (1ª Temporada)
4.4 461 Assista AgoraEssa primeira temporada me surpreendeu positivamente, ainda que tenha demorado para prender a minha atenção ao longo dos seis episódios.
Achei que tem uma vibe meio Boardwalk Empire, uma das minhas séries favoritas. Mas a direção de arte e figurinos são impecáveis. E as atuações, especialmente de Helen McConry (essa mulher merece tudo! No mesmo ano dessa série ela entregou A PERFORMANCE em Penny Dreadful e foi esquecida de todas as premiações) e Cillian Murphy, gostei do tom que ele deu ao seu Tommy Shelby, discreto e não menos violento por conta disso.
Labirinto
3.8 16Na dramaturgia brasileira, Gilberto Braga é o mestre máximo em retratar a podridão da elite branca brasileira, a minissérie Labirinto não foge à regra, mesmo abusando dos mais variados clichês para prender a atenção e chocar quem assiste.
André (Fábio Assunção, muito seguro no papel) é acusado de assassinar o milionário Otacílio Martins Fraga (Paulo José) em pleno Réveillon. Pronto! Deu-se a desgraça na vida do rapaz que inicia uma corrida conta o tempo para provar sua inocência. Espere muito tiro, chantagens, cenas de perseguição, frases de efeito e um vilão à lá HQ (Antônio Fagundes em seu PIOR desempenho que já tive o desprazer em assistir).
Muita gente acredita na inocência de André e estão dispostos a ajudá-lo, como é o caso de primogênito do morto, (Marcelo Serrado) e sua noiva apaixonada pelo suposto assassino (Luana Piovani, no auge de sua juventude). Mas a grande presença da produção é ela: Paula Lee (Malu Mader, deslumbrante e hipnotizadora e a melhor atuação da minissérie). A sensual prostituta de luxo usa e abusa de todo seu poder de sedução e contatinhos para livrar seu amado do crime.
A mini teve intermináveis 20 capítulos que poderiam ser reduzidos em 8. Giba enrolou bastante, encheu muita linguiça e abusou demais dos corpos de Luciano Szafir /Malu/Fábio/Betty Faria para narrar uma história que perde seu fôlego em menos da metade. Os capítulos finais foram corridos e faltou emoção por conta dessa correria desnecessária, problema que ele repetiu na obra de arte seguinte, Força de um Desejo (1999). Fora os GRANDES FUROS.
Outros destaques: Betty Faria, sensualíssima, como a viúva. Aline Borges e Isabela Garcia, os alívios cômicos na mais perfeita caricatura da rica devoradora de homens e a que faz tudo pela fama, respectivamente. E Deborah Evelyn no seu primeiro papel em que ficaria marcada pelo resto da carreira: a surtada com mania de grandeza.
Nota: 6,5/ 10
Disponível no Youtube.
Amor em 4 Atos
4.1 333Amor em 4 Atos (2011) foi uma minissérie de sucesso da Globo divido em quatro episódios. Todos eles, baseados em músicas de Chico Buarque. É uma série com uma carga dramática muito forte e com aqueles amores avassaladores e intempestivos, no melhor estilo Chico.
Ato 1: inspirado nas canções “Ela Faz Cinema” e “Construção” é protagonizado por Marjorie Estiano (sempre ela!) e Malvino Salvador (péssimo!). Ela, como sempre, espetacular. Mas o amor paralelo de outro casal (Cacá Rosset e Martha Nowill) é mais interessante. De todos, é o episódio mais fraco.
Ato 2: inspirado em “Mil Perdões”, um casal em crise (Carolina Ferraz e Dalton Vigh, soberbos) colocam o amor à prova com a presença de ex dele (Gisele Fróes, maravilhosa. Adoro que ela leva o seu deboche para todos seus personagens e mesmo assim não a torna repetitiva, quase um cacoete) e seu namorado garotão (Dudu Azevedo). A tensão instaurada torna o episódio mais interessante.
Ato 3 e 4: episódios duplos com inspiração nas músicas “Folhetim” e “As Vitrines”, protagonizados por Vladimir Brichta e Alinne Moraes (linda, saborosa e a melhor coisa que fez na TV até então). Um casal improvável. Ele um executivo que sofre com a separação (Camila Morgado, mais uma vez, interpretando a desequilibrada), ela uma prostituta por vocação e melancólica. Os melhores episódios disparados. Alinne merece um Emmy retroativo.
Chama a atenção os diálogos, com trechos das músicas, deu certo ar teatral, especialmente o Ato 2, e elegância nas narrativas.
9/10
Os Últimos Dias de Gilda
4.0 22 Assista AgoraGilda (Karine Telles, FODONA!) é uma mulher sozinha, livre, independente, macumbeira e dona do seu corpo. Solta, ela se envolve com alguns tantos homens, precisamente quatro. Mas ela não tem sossego. Mora em uma comunidade dominada pela milícia e pela igreja evangélica.
A série retrata os dias de Gilda, uma mulher simples, comum como tantas outras, inserida em uma sociedade tóxica e que demoniza todas aquelas pessoas que vão contra o padrão determinado por ideologias. Tem forte apelo crítico social e político. E, claro, a intolerância religiosa que está assombrando e adoecendo a sociedade. Além de cutucar a ferida da parceria milícia com a igreja evangélica que TOCAM O TERROR NAS COMUNIDADES CARENTES.
O elenco é primoroso e as cenas são muito naturais e tão fortes que beira à realidade, mas é a realidade, né? Destaque total para Karine Telles que se firma como as maiores atrizes em atividade do momento, soberba!
A cena final é uma força da natureza arrepiante. O patriarcado branco precisa acabar! Merece ser vista!
9/10
Eu Que Amo Tanto...
4.0 16Ah, o amor! Mais ele pode ser um vício, masoquista, sádico, egoísta, submisso, violento, humilhante, cruel e criminoso. Eu Que Amo Tanto foi uma série apresentada dentro do Fantástico em 2014, baseada no livro de mesmo nome de Marília Gabriela, trazendo histórias reais de mulheres que amaram até as últimas consequências e pagaram de alguma forma por amar (?) demais.
Dividido em quatro episódios protagonizados por Mariana Ximenes, Suzana Vieira, Marjorie Estiano e Carolina Dieckmann, respectivamente. Todas ótimas e viscerais. Mas Marjorie está uns dez degraus acima das outras. Que atriz entregue. De uma força e fúria em cena que parece um tapa na cara e você fica desorientado querendo absorver tudo aquilo. E acho que foi a coisa mais incrível que vi de Carolina da TV.
Os episódios não passam de quinze minutos. Os três primeiros disponíveis no YT e o último no Dailymotion em HD!
10/10
Desalma (1ª Temporada)
3.8 195Brasileiro sempre com síndrome de vira lata. Mais uma prova disso foi o lançamento de Desalma, série de suspense/thriller da Globoplay. Já teve/tem tanta bomba gringa do gênero que Desalma é quase uma masterpiece se comparado a eles. O clima gélido e as locações fizeram toda a diferença também. Eu gostei, mas com ressalvas:
1. O português muito perfeito. Ninguém fala daquele jeito, soa artificial e em grandes momentos da série que poderiam ser impactantes, com essa perfeição da língua, não deu para levar à sério.
2. A série se passa no sul (!) colonizada por ucranianos e cercada de muitos mistérios. E não tem um preto sequer. Espero que na segunda temporada venha uma bruxona preta para dizimar metade daquele povo sonso e com olhar contemplativo (que agonia disso!).
3. O elenco jovem do passado e presente são péssimos, mas de alguma maneira não prejudicaram o desenrolar da série.
4. Nunca pensei em dizer isso, mas a Maria Ribeiro esteve muito melhor que a Cláudia Abreu (que é muito foda). Achei ela meio perdida aqui e ainda presa numa linguagem folhetinesca. Acho que Maria captou melhor a essência e o conceito da série. Inclusive, poderiam inverter os papéis.
Dois grandes destaques:
O menino. Que ator, viu? Tão criança e assombroso. Estava melhor que muito veterano.
Cássia Kis, ATRIZ! Imprimou o peso e o mistério no olhar, em seu corpo. Que maravilha assistir essa mulher!
7/10.
Pequenos Incêndios Por Toda Parte
4.3 526 Assista AgoraGostei da série e em como ela cutuca na ferida da perfeição do “american way life” e a, suposta, vida perfeita, esmagadoramente branca e burguesa, que condicionam os estadunidenses. O racismo velado e disfarçado de boas intenções (só quem viveu/vive isso sabe) também é pulsante. E, principalmente, o tema que engloba e é o norteador da trama: a maternidade. Como as mães nas suas (im)perfeições buscam essa representação da mãe e filhos perfeitos, que zelam, cuidam e erram muito querendo chegar à essa perfeição que não existe. O contraponto entre Mia e Elena é genial. Porém, tenho uma ressalva justamente nessa parte no plot da Mirabelle.
Achei totalmente desnecessário e super negligente como o caso foi tratado: a Bebe, que abandonou a filha, como vítima da história e a Linda, a mãe adotiva como a histérica da história, ainda que ela fosse mais uma burguesa, branca e privilegiada que conseguiu a guarda definitiva por ser tudo isso. Detestei o rapto do bebê, achei de uma nojeira sem tamanho, ainda que, na cabeça de Bebe, ela estava reprisando o papel de Mia e tudo iria ficar bem. Não gostei. Quer dizer que mãe é só pelos laços sanguíneos? Linda era menos mãe que Bebe?
A Izzy era super chata e rebelde sem causa e não despertou empatia alguma minha até o episódio que explica tudo e o fatídico final.
Kerry Washington, te dedico. Perfeita, expressiva e segura no papel.
Não gosto de Reese Wintherspoon como atriz, principalmente porque ele vem reprisando a Ellen Woods e Madeleine, mas, aqui, ela eleva o nível da reprise dos papéis. Elena é humana, cheia de nuances e camadas que vão caindo por terra a cada episódio. Achei fantástica e merecia sim uma indicação ao Emmy.
Stranger Things (2ª Temporada)
4.3 1,6KGostei bastante, ainda que tenha alguns plots super batidos e forçados. O Noah Schnapp (Will) mandou muito bem aqui, merecia indicações. Soube dosar muito bem as angustias de seu personagem, muito bem elaborado e protagonista nato. A Eleven foi totalmente insignificante a temporada inteira e seu plot foi chatíssimo, só prestou mesmo no fim para aquilo todo.
No mais, direção de arte IMPECÁVEL! Tirando o plot chatíssimo de Eleven, o enredo principal muito bem amarrado, dirigido e atuado.
Sex Education (2ª Temporada)
4.3 592 Assista AgoraÓtima temporada, mais pesada que a primeira temporada, todavia, com uma leve queda em relação a primeira. Mais uma vez, minha grande crítica para Sex Education é como eles tratam os adultos: manés, bunda moles e com atitudes que beira à infantilidade
aquela cena da briga de Jean e Otis em que ela manda ele ir para o quarto e ele se recusa e ela diz que quem vai é ela é o auge do absurdo!
Gostei de conhecer mais um pouco a mãe de Maeve, diz muito sobre ela. Além do empoderamento da mãe de Adam, que delícia assisti-la!
Falando em Adam, sempre achei ele o mais complexo, aqui, ele estava meio perdido, mas se encontrou no meio para fim até o final apoteótico. PROMETE MUITO essa parceria dele com o Eric, que continua sendo o melhor personagem. BTW, senti falta do pai dele.
E vamos falar da melhor história? Aimee, VOCÊ NÃO FEZ NADA DE ERRADO! Que sensibilidade e delicadeza com seu drama, fiquei muito tocado com ela e aquele show de sororidade me fez chorar horrores! Só acho que ela merece ser indicada ao Emmy como atriz coadjuvante.
Jean grávida do Jakob e com a volta do pai do Otis? Isso vai render muito!!!
Te dedico, Ola!
ps: Otis é o protagonista mais é o personagem mais chato e descartável da série, se ele saísse não faria diferença alguma.