Esperei bem mais do filme. O anterior a este fez muito mais em termos de divertir e entreter com uma premissa bem mais simples. Este novo capítulo traz um tema mais amplo e complexo acerca dos dinossauros, sendo que jamais se proporia a discutir a sério tal questão. O resultado é um filme que, na maior parte das vezes, quando não é previsível, é forçado. Uma ou outra cena mais inspirada merece crédito:
Esse filme me deixou com uma opinião bastante dividida.
Isso porque o longa é, de fato, muito competente e bem feito. Contudo, em nenhum momento me escapou a sensação de que ele foi feito sob encomenda, como uma espécie de "aposta garantida" para se ganhar o Oscar.
Penso isso pelas seguintes constatações:
1) A temática do jornalismo lutando pela exposição de uma verdade suja que estava até então sendo ocultada das pessoas sempre teve bons resultados e uma grande aceitação nas premiações americanas. Para provar isso, temos TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE (All the President's Men, concorreu a melhor filme em 1977); O INFORMANTE (The Insider, concorreu a melhor filme em 2000) e SPOTLIGHT: SEGREDOS REVELADOS (Spotlight, concorreu e venceu como melhor filme em 2016);
2) Some a isso o fato de que o filme inteiro cuida para ser genericamente agradável em vários aspectos: o roteiro cuidadosamente feito para ser sério e dramático sem deixar de lado o bom humor; a trilha sonora que me lembra aqueles filmes agradáveis da Sessão da Tarde; e, é claro, o recrutamento de dois dos atores favoritos de Hollywood (Meryl Streep e Tom Hanks).
Mesmo se desconsiderarmos essas "questões externas", trata-se apenas de um bom filme, nem tão inovador e nem tão ousado quanto os outros já citados nesse comentário, correndo até o risco de parecer imitar seus "páreas".
Para falar de "Com Amor, Van Gogh", é preciso considerar dois aspectos do filme:
- sua história simples e bela, - seu visual estonteantemente bonito.
De fato, o visual plástico de "Com Amor, Van Gogh" é o aspecto gritante do filme. Pessoalmente, sou um fã da rotoscopia (técnica de filmagem que consiste em filmar atores e, posteriormente, "pintá-lo" para dar-lhes o aspecto de desenho), que já havia sido usada, de forma muito diferente, é claro, em Waking Life e O Homem Duplo. Aqui, o diretor vai além sobrepondo as imagens com pinturas plásticas, até mesmo avisando o espectador de que aquela produção foi toda pintada a mão por mais de 100 artistas.
Esse aspecto curioso já seria o suficiente para me fazer ir ao cinema, e em diversos momentos, simplesmente deixava de prestar atenção no que estava sendo dito ou feito na história para apreciar minuciosamente as "pinceladas" do cenário ao fundo ou na mudança dos traços dos personagens durante seus movimentos.
E por falar em história, era um receio meu que "Com Amor, Van Gogh" fosse decepcionante nesse aspecto, mas não é. Como já mencionei no início, o filme se vale de uma história simples e bela, fácil de acompanhar. Os personagens são consistentes e convencem. É profundo sem ser melodramático.
Apesar dessa simplicidade, ambos a história e o visual se completam para torná-lo um filme incrível. Se tivesse sido filmado de forma convencional, "Com Amor, Van Gogh" teria sido um filme "normal", esquecível. No entanto, a originalidade do seu visual torna tudo o que vemos incrivelmente mais significativo do que teria sido em live action, concretizando uma das citações do próprio Van Gogh: "Só conseguimos nos comunicar através da nossa arte."
PS: Amaldiçoarei os produtores se não constar o Making Of no DVD.
O 3D desse filme ficou horrível... muito mal feito. Pessoalmente, não gosto de filmes 3D e foram pouquíssimos os que assisti (dentre eles, este Star Wars: Os Últimos Jedi). O filme é cheio de tomadas com desfoque, um contrassenso num filme 3D. A tecnologia serve muito bem para as tomadas no espaço sideral, mas é horrível em todos os diálogos entre personagens e totalmente dispensável nas lutas.
Ostentando uma exuberância visual invejável, Valerian e a Cidade dos Mil Planetas pouco (ou nada) tem a oferecer além de uma experiência sensorial intensa. Nas suas mais de duas horas de duração, pouquíssima coisa acontece em termos de evolução da história. Temperado aqui e ali com um romance dispensável e concentrado numa trama política de fazer bocejar, a maior parte do filme é tomada por diversas intercorrências que parecem ser apenas justificativas para geral lutas e perseguições
A parte boa do filme reside naquilo que, a meu ver, foi mal explorado: o argumento. O filme consegue criar um universo interessantíssimo e cheio de possibilidades. Ele explora algumas ideias interessantes, como a própria estação de Alpha e a missão inicial de Valerian num mercado acessível apenas através de equipamentos especiais por se encontrar em outra dimensão.
Já disse isso antes e torno a dizer: é sempre lamentável desperdiçar tantos recursos e tecnologia num roteiro medíocre.
É natural criar expectativas elevadas devido aos atores (gosto muito de ambos Rooney Mara e Ben Mendelsohn) e também à premissa, que prometia um intenso thriller dramático.
Infelizmente, tanto o roteiro como a direção deixam muito a desejar. Os atores são deixados à revelia com muitas falas, todas elas remetendo ao passado, o que força o roteiro a fazer sucessivos flashbacks para criar alguma ação/tensão. Ou seja, o filme inteiro se concentra numa determinada época sendo que toda a sua trama ocorre no passado. A partir daí, acompanhamos os personagens pós traumáticos simplesmente discutindo e vomitando tudo o que aconteceu entre eles. Não há qualquer possibilidade de construção gradativa de trama ou estudo de personagens, mas pura e simplesmente a recitação de um discurso monótono de desabafo. Isso torna nosso envolvimento difícil e aos vinte minutos corridos já começamos a bocejar.
Quanto à direção, esta peca pela falta de visceralidade tanto das cenas como dos cenários. Não entendo tanto de aspectos técnicos, mas ficou a sensação de que os enquadramentos, as transições, os cortes e a montagem de cenas e cenários são todos feitos de modo débil, como se tivesse sido feito às pressas. De fato, a impressão que fica é que faltaram tempo e dinheiro para a produção do filme.
É sempre lamentável que um argumento tão promissor e atores também promissores sejam desperdiçados dessa forma.
A qualidade técnica dos estúdios Pixar é simplesmente impecável. Dessa forma, quando avalio uma produção da Pixar, o roteiro é que está em cheque. Claro que eles não são obrigados a produzir obras primas inesquecíveis a cada vez que produzem algo (aliás, boas obras em geral levam tempo para aparecer), mas é sempre "triste" ver um tremendo trabalho de produção gasto com um roteiro que, na melhor das avaliações, é mediano.
E de fato, se O Bom Dinossauro tem um desempenho técnico/gráfico quem flerta com o realismo, seu roteiro é bastante típico. Não que seja perda de tempo assisti-lo, você pode até se emocionar com ele (os violinos estão lá, nos momentos chave, mas não que eu tenha algo contra eles).
Fora isso, o que me chamou a atenção nesse filme foi um certo grau de "agressividade" que não costumamos ver nos filmes da Disney, permitindo que seus personagens se machuquem apenas um pouco mais do que estamos acostumados nesse tipo de filme.
"A Árvore da Vida" [e um filme existencialista e que se vale muito de momentos de "contemplação". Se você está procurando um filme contemplativo, ou está evitando eles, leve isso em consideração para assistir (ou não) este filme.
Eu costumo recomendar A Árvore da Vida prevenindo o indivíduo para que não esteja muito animado e nem muito desanimado. Se estiver muito animado, vai achar o filme chato e entediante. Se estiver muito desanimado, vai achar o filme depressivo e melancólico demais. Eu mesmo demorei muto para assistir este filme porque eu queria apreciá-lo, então esperei o momento oportuno. Foi uma pena não tê-lo visto no cinema, mas na ápoca eu não estava no clima.
Especificamente sobre o filme, A Árvore da Vida se inicia com o anúncio de uma morte trágica. Um casal acaba de perder o filho. O início do filme trabalha um pouco o recebimento dessa notícia e então parte para um interlúdio que mostra o surgimento do mundo e o desenvolvimento da vida nele, desde os primeiros seres unicelulares, passando pelos dinossauros, até chegar ao nascimento das crianças da família mostrada no início. A partir de então, o filme acompanha o desenvolvimento físico e emocional dessas crianças. Durante esse tempo, o filme contempla questões inerentes à infância, à paternidade, à religião e outras mais que se possa identificar.
Não creio que haja spoilers nesse filme. É uma película para se assistir e apreciar. Não espere nele nenhum ponto de virada espetacular. Deve ser apreciado sem nenhum apetite específico para ação, drama ou suspense, mas apenas deixar-se inundar pela fotografia e pelo ritmo dos acontecimentos.
Fiquei imaginando, no final, após a aterrissagem, Steven Seagal aparecer com um band-aid na testa dizendo: "Uau! Foi uma queda e tanto!. Achei que vocês não conseguiriam."
Pessoalmente, gosto muito deste filme. Os diálogo são muito bons, mas as atuações não são tão boas, o que pode tirar muito do impacto sugerido pelas falas.
Não li a peça original, mas vendo o filme achei o antagonista Shylock o personagem mais forte de todos, roubando a cena para si sempre que aparece. As atitudes de Shylock soam tão bem embasadas que tornam o final controverso, o que, na minha opinião, aumenta sua força.
Assistindo aos três documentários, o resultado final é tocante.
Primeiramente considerando que, quando foi feito o primeiro episódio, não se esperava essa repercussão e, mantendo-se totalmente imparcial aos fatos, o primeiro longa é bastante franco e permite que o espectador questione por si mesmo as evidências apresentadas e todo o caso.
A segunda parte do documentário mostra o empenho de pessoas que lutam por justiça se empenhando em dar apoio aos garotos que, tudo indica, foram equivocadamente condenados pelo crime. Inicialmente, já seria errado condená-los por falta de provas e, com o passar do tempo, ficava mais evidente a incompetência policial e o mal preparo do júri que os condenou.
Por fim, é com chave de ouro que este terceiro episódio vem a encerrar essa trilogia. Acompanhar todo o processo e perceber o envelhecimento de todos os envolvidos, que parecem ainda carregar todas as chagas daquele episódio que custa a ser encerrado, o surgimento de mais um forte suspeito do crime, a remição entre Echols e Byers, o envolvimento de mais pessoas no caso, tudo é emocionante e de tirar o fôlego. Mas, acima de tudo, observar o envelhecimento daqueles que, quando encarcerados, ainda eram garotos, a maneira com que eles lidaram com tudo isso, e vê-los agora já adultos é de cortar o coração.
Gostei de ser surpreendido por esse filme, que poderia facilmente ser apenas um filme bobinho direcionado ao público infantil. Ao invés disso, "Uma Aventura Lego" segue a linha de "Tá Chovendo Hamburguer" tentando arrancar risos do exagero e do "overracting" dos bonecos lego, com um timing cômico que nos faz lembrar de Os Simpsons.
Infelizmente esse humor todo acaba ficando um pouco de lado no terceiro ato,
logo após Emmet cair no "infinito" e ir para no mundo real.. Apesar de criativa, achei a ideia desnecessária e até entediante, tentando impressionar pelo contraste mas sem acrescentar muita coisa.
PS: Eu era o único a dar risada no cinema. As crianças não pareciam entender lhufas do que se passava na tela, e os familiares não estavam nada interessados.
Muuuito fraco... um tema desses merecia mais atenção e seriedade. Cenas extremamente fracas, subutilização dos atores, personagens pouco expressivos que mal se desenvolvem durante o filme... roteiro entediante, diálogos forçados e ruins...
Minha recomendação: não assista esse filme no cinema, não estimulem bilheteria de produções que querem fazer fortuna apenas com nomes de atores.
Assim como diversas animações japonesas, Steamboy se vale de um cenário e tema que não discute, mas critica de forma direta e imbecilidade do ser humano, cujas atitudes, egoístas e impensadas apenas conduzirão a um desfecho obviamente catastrófico. (Para sentir a indignação do personagem "vovô", basta imaginar que uma nação hoje, tem a capacidade de destruir o plante mais de 10 vezes. Não perceber a irracionalidade disso, mostra como estamos perigosamente próximos de sermos considerados uma causa perdida.)
Outros desenhos já fizeram observações incisivas semelhantes, como O Túmulo do Vagalumes e Princesa Mononoque.
Aparte disso, esses desenhos são sempre algo a ser apreciados, apesar de ele se arrastar com suas longas batalhas. Devo dizer que será cansativo aos olhos daqueles que não apreciam os detalhes que evidenciam o esmero com que são feitas essas animações.
Eu assisti ao primeiro Oldboy (o original) e achei muito bom, um dos meus filmes favoritos até hoje. Agora, na minha opinião, remakes servem quando se quer melhorar um filme que ficou ruim ou quando se quer fazer um filme já lançado de uma maneira diferente.
Já que Oldboy ficou muito bom na sua primeira filmagem, esperava-se que Spike Lee fosse fazer algo inovador, que ficasse bom (ou ruim) á sua própria maneira. Mas vendo o trailer, percebi que, apesar das diferenças, este Oldboy está muito (mas muito mesmo) parecido com o original, o que reforça a hipótese de que os americanos fazem remakes de filmes bons (Violência Gratuita, Deixe Ela Entrar) apenas por uma questão de egocentrismo, pois estes são quase que completamente copiados.
Começa muito bem com um bom desenvolvimento da história. Depois cai no lugar comum de tantas produções comerciais. Dá pra passar o tempo. O filme não vai ficar na sua lista de melhores, mas dificilmente você vai se arrepender de ver.
Um bom filme, cheio de simbolismos e significados, mas creio que é preciso ter uma certa idade para entender este longa. Eu ainda não tenho a sensibilidade necessária para estar a par desse drama, além da óbvia dificuldade de lidar com a doença degenerativa de alguém tão querido.
Certamente é um filme em que as opiniões irão divergir muito (vide os comentários abaixo e, porque não, os acima também...).
Antes de mais nada, se você estiver nessa página procurando alguma referência sem ter assistido ao filme, vou dizer-lhe: não é um filme comum. Ele vai parecer comum no início mas, aos poucos, irá adotar um clima surrealista (não saberia dizer precisamente quando isso ocorre durante a projeção). A violência foi menor do que eu imaginava pelos comentários das pessoas. Existe violência física sim, mas muito mais uma violência psicológica. É um filme que incomoda pelas situações, pelos personagens e até pela fotografia. O tema é bem pesado, por isso a censura de "18 anos".O longa também traz um certo "alívio" cômico, mas isso também vai depender do seu senso de humor.
O filme me decepcionou porque, além de não ser o que eu esperava, me confundiu completamente. Porém, isso também aconteceu num filme de David Lynch, chamado Cidade dos Sonhos: um filme sem pé nem cabeça, com uma reviravolta enlouquecedora, mas depois que ouvi as explicações do filme, eu passei a gostar dele e até comprei o DVD. Pode ser que isso esteja acontecendo agora com esse Killer Joe.
Apesar de surrealista e confuso, percebi vários simbolismos no filme sem, no entanto, conseguir emendá-los ou ter certeza do seu significado. Então alguém, por favor, me explique esse filme
Em alguns momentos, Intocáveis perde o equilíbrio entre humor e drama, o que ocorre quando uma cena de extremo humor e extremo drama ficam muito próximas uma da outra (quando não em sequência). Mas no geral, Intocáveis sabe dosar seu drama permeando-o com graças e balanceada com uma trilha sonora incrível, mostrando ter uma habilidosa maneira de enxergar de forma divertida uma situação são trágica. Uma vez que outros filmes se construíram em cima de um drama carregado (como, Mar a Dentro e Encontrando Forrester, pra citar só dois), é bom ver que filmes do gênero podem ser feitos de forma divertida se souber explorar seus atores e suas técnicas além de contar com um bom roteiro. Ver esse filme é, senão comovente para uns, no mínimo, uma satisfação.
Muito bem filmado, a grandiosidade do filme é bem captada pela fotografia e pelos planos abertos. Os personagens também são cativantes, contudo, apesar de todos os elogios, vou dizer algo que inclusive já foi dito por alguns aqui: parece que faltou algo no filme. Assisti-lo de uma vez só é difícil. Eu mesmo assisti aos poucos.
Jurassic World: Reino Ameaçado
3.4 1,1K Assista AgoraEsperei bem mais do filme. O anterior a este fez muito mais em termos de divertir e entreter com uma premissa bem mais simples.
Este novo capítulo traz um tema mais amplo e complexo acerca dos dinossauros, sendo que jamais se proporia a discutir a sério tal questão.
O resultado é um filme que, na maior parte das vezes, quando não é previsível, é forçado.
Uma ou outra cena mais inspirada merece crédito:
a cena do braquiossauro no pier ficou realmente boa e emocionante.
Há uma cena após os créditos que deve ter menos de dez segundos de duração e que certamente não vale o tempo de espera:
só pra mostrar alguns pterodáctilos pousando na torre Eiffel.
The Post: A Guerra Secreta
3.5 607 Assista AgoraEsse filme me deixou com uma opinião bastante dividida.
Isso porque o longa é, de fato, muito competente e bem feito. Contudo, em nenhum momento me escapou a sensação de que ele foi feito sob encomenda, como uma espécie de "aposta garantida" para se ganhar o Oscar.
Penso isso pelas seguintes constatações:
1) A temática do jornalismo lutando pela exposição de uma verdade suja que estava até então sendo ocultada das pessoas sempre teve bons resultados e uma grande aceitação nas premiações americanas. Para provar isso, temos TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE (All the President's Men, concorreu a melhor filme em 1977); O INFORMANTE (The Insider, concorreu a melhor filme em 2000) e SPOTLIGHT: SEGREDOS REVELADOS (Spotlight, concorreu e venceu como melhor filme em 2016);
2) Some a isso o fato de que o filme inteiro cuida para ser genericamente agradável em vários aspectos: o roteiro cuidadosamente feito para ser sério e dramático sem deixar de lado o bom humor; a trilha sonora que me lembra aqueles filmes agradáveis da Sessão da Tarde; e, é claro, o recrutamento de dois dos atores favoritos de Hollywood (Meryl Streep e Tom Hanks).
Mesmo se desconsiderarmos essas "questões externas", trata-se apenas de um bom filme, nem tão inovador e nem tão ousado quanto os outros já citados nesse comentário, correndo até o risco de parecer imitar seus "páreas".
Inclusive, a cena final de THE POST é justamente a cena inicial de TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE.
Mas se você gostou de TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE, O INFORMANTE e SPOTLIGHT, certamente vai gostar de THE POST.
Com Amor, Van Gogh
4.3 1K Assista AgoraPara falar de "Com Amor, Van Gogh", é preciso considerar dois aspectos do filme:
- sua história simples e bela,
- seu visual estonteantemente bonito.
De fato, o visual plástico de "Com Amor, Van Gogh" é o aspecto gritante do filme. Pessoalmente, sou um fã da rotoscopia (técnica de filmagem que consiste em filmar atores e, posteriormente, "pintá-lo" para dar-lhes o aspecto de desenho), que já havia sido usada, de forma muito diferente, é claro, em Waking Life e O Homem Duplo. Aqui, o diretor vai além sobrepondo as imagens com pinturas plásticas, até mesmo avisando o espectador de que aquela produção foi toda pintada a mão por mais de 100 artistas.
Esse aspecto curioso já seria o suficiente para me fazer ir ao cinema, e em diversos momentos, simplesmente deixava de prestar atenção no que estava sendo dito ou feito na história para apreciar minuciosamente as "pinceladas" do cenário ao fundo ou na mudança dos traços dos personagens durante seus movimentos.
E por falar em história, era um receio meu que "Com Amor, Van Gogh" fosse decepcionante nesse aspecto, mas não é. Como já mencionei no início, o filme se vale de uma história simples e bela, fácil de acompanhar. Os personagens são consistentes e convencem. É profundo sem ser melodramático.
Apesar dessa simplicidade, ambos a história e o visual se completam para torná-lo um filme incrível. Se tivesse sido filmado de forma convencional, "Com Amor, Van Gogh" teria sido um filme "normal", esquecível. No entanto, a originalidade do seu visual torna tudo o que vemos incrivelmente mais significativo do que teria sido em live action, concretizando uma das citações do próprio Van Gogh: "Só conseguimos nos comunicar através da nossa arte."
PS: Amaldiçoarei os produtores se não constar o Making Of no DVD.
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraApenas uma observação de caráter técnico:
O 3D desse filme ficou horrível... muito mal feito. Pessoalmente, não gosto de filmes 3D e foram pouquíssimos os que assisti (dentre eles, este Star Wars: Os Últimos Jedi). O filme é cheio de tomadas com desfoque, um contrassenso num filme 3D. A tecnologia serve muito bem para as tomadas no espaço sideral, mas é horrível em todos os diálogos entre personagens e totalmente dispensável nas lutas.
Valerian e a Cidade dos Mil Planetas
3.1 580 Assista AgoraOstentando uma exuberância visual invejável, Valerian e a Cidade dos Mil Planetas pouco (ou nada) tem a oferecer além de uma experiência sensorial intensa. Nas suas mais de duas horas de duração, pouquíssima coisa acontece em termos de evolução da história. Temperado aqui e ali com um romance dispensável e concentrado numa trama política de fazer bocejar, a maior parte do filme é tomada por diversas intercorrências que parecem ser apenas justificativas para geral lutas e perseguições
A parte boa do filme reside naquilo que, a meu ver, foi mal explorado: o argumento. O filme consegue criar um universo interessantíssimo e cheio de possibilidades. Ele explora algumas ideias interessantes, como a própria estação de Alpha e a missão inicial de Valerian num mercado acessível apenas através de equipamentos especiais por se encontrar em outra dimensão.
Já disse isso antes e torno a dizer: é sempre lamentável desperdiçar tantos recursos e tecnologia num roteiro medíocre.
Una
3.0 139 Assista AgoraDecepcionante esse filme.
É natural criar expectativas elevadas devido aos atores (gosto muito de ambos Rooney Mara e Ben Mendelsohn) e também à premissa, que prometia um intenso thriller dramático.
Infelizmente, tanto o roteiro como a direção deixam muito a desejar. Os atores são deixados à revelia com muitas falas, todas elas remetendo ao passado, o que força o roteiro a fazer sucessivos flashbacks para criar alguma ação/tensão. Ou seja, o filme inteiro se concentra numa determinada época sendo que toda a sua trama ocorre no passado. A partir daí, acompanhamos os personagens pós traumáticos simplesmente discutindo e vomitando tudo o que aconteceu entre eles. Não há qualquer possibilidade de construção gradativa de trama ou estudo de personagens, mas pura e simplesmente a recitação de um discurso monótono de desabafo. Isso torna nosso envolvimento difícil e aos vinte minutos corridos já começamos a bocejar.
Quanto à direção, esta peca pela falta de visceralidade tanto das cenas como dos cenários. Não entendo tanto de aspectos técnicos, mas ficou a sensação de que os enquadramentos, as transições, os cortes e a montagem de cenas e cenários são todos feitos de modo débil, como se tivesse sido feito às pressas. De fato, a impressão que fica é que faltaram tempo e dinheiro para a produção do filme.
É sempre lamentável que um argumento tão promissor e atores também promissores sejam desperdiçados dessa forma.
O Predestinado
4.0 1,6K Assista AgoraA despeito de toda a ficção científica, que você pode ou não gostar, a única coisa que realmente não fez sentido é
uma pessoa ter uma relação sexual consigo mesma e, na gestação, gerar ela mesma!!!
O Bom Dinossauro
3.7 1,0K Assista AgoraA qualidade técnica dos estúdios Pixar é simplesmente impecável. Dessa forma, quando avalio uma produção da Pixar, o roteiro é que está em cheque. Claro que eles não são obrigados a produzir obras primas inesquecíveis a cada vez que produzem algo (aliás, boas obras em geral levam tempo para aparecer), mas é sempre "triste" ver um tremendo trabalho de produção gasto com um roteiro que, na melhor das avaliações, é mediano.
E de fato, se O Bom Dinossauro tem um desempenho técnico/gráfico quem flerta com o realismo, seu roteiro é bastante típico. Não que seja perda de tempo assisti-lo, você pode até se emocionar com ele (os violinos estão lá, nos momentos chave, mas não que eu tenha algo contra eles).
Fora isso, o que me chamou a atenção nesse filme foi um certo grau de "agressividade" que não costumamos ver nos filmes da Disney, permitindo que seus personagens se machuquem apenas um pouco mais do que estamos acostumados nesse tipo de filme.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista Agora"A Árvore da Vida" [e um filme existencialista e que se vale muito de momentos de "contemplação". Se você está procurando um filme contemplativo, ou está evitando eles, leve isso em consideração para assistir (ou não) este filme.
Eu costumo recomendar A Árvore da Vida prevenindo o indivíduo para que não esteja muito animado e nem muito desanimado. Se estiver muito animado, vai achar o filme chato e entediante. Se estiver muito desanimado, vai achar o filme depressivo e melancólico demais. Eu mesmo demorei muto para assistir este filme porque eu queria apreciá-lo, então esperei o momento oportuno. Foi uma pena não tê-lo visto no cinema, mas na ápoca eu não estava no clima.
Especificamente sobre o filme, A Árvore da Vida se inicia com o anúncio de uma morte trágica. Um casal acaba de perder o filho. O início do filme trabalha um pouco o recebimento dessa notícia e então parte para um interlúdio que mostra o surgimento do mundo e o desenvolvimento da vida nele, desde os primeiros seres unicelulares, passando pelos dinossauros, até chegar ao nascimento das crianças da família mostrada no início. A partir de então, o filme acompanha o desenvolvimento físico e emocional dessas crianças. Durante esse tempo, o filme contempla questões inerentes à infância, à paternidade, à religião e outras mais que se possa identificar.
Não creio que haja spoilers nesse filme. É uma película para se assistir e apreciar. Não espere nele nenhum ponto de virada espetacular. Deve ser apreciado sem nenhum apetite específico para ação, drama ou suspense, mas apenas deixar-se inundar pela fotografia e pelo ritmo dos acontecimentos.
Momento Crítico
3.1 99 Assista AgoraUm filme legal de ver. Cumpre o seu propósito com originalidade! Sessão da tarde recomendada!
Fiquei imaginando, no final, após a aterrissagem, Steven Seagal aparecer com um band-aid na testa dizendo: "Uau! Foi uma queda e tanto!. Achei que vocês não conseguiriam."
O Mercador de Veneza
3.6 125 Assista AgoraPessoalmente, gosto muito deste filme. Os diálogo são muito bons, mas as atuações não são tão boas, o que pode tirar muito do impacto sugerido pelas falas.
Não li a peça original, mas vendo o filme achei o antagonista Shylock o personagem mais forte de todos, roubando a cena para si sempre que aparece. As atitudes de Shylock soam tão bem embasadas que tornam o final controverso, o que, na minha opinião, aumenta sua força.
Recomendo.
Paraíso Perdido 3: Purgatório
4.4 44Assistindo aos três documentários, o resultado final é tocante.
Primeiramente considerando que, quando foi feito o primeiro episódio, não se esperava essa repercussão e, mantendo-se totalmente imparcial aos fatos, o primeiro longa é bastante franco e permite que o espectador questione por si mesmo as evidências apresentadas e todo o caso.
A segunda parte do documentário mostra o empenho de pessoas que lutam por justiça se empenhando em dar apoio aos garotos que, tudo indica, foram equivocadamente condenados pelo crime. Inicialmente, já seria errado condená-los por falta de provas e, com o passar do tempo, ficava mais evidente a incompetência policial e o mal preparo do júri que os condenou.
Por fim, é com chave de ouro que este terceiro episódio vem a encerrar essa trilogia. Acompanhar todo o processo e perceber o envelhecimento de todos os envolvidos, que parecem ainda carregar todas as chagas daquele episódio que custa a ser encerrado, o surgimento de mais um forte suspeito do crime, a remição entre Echols e Byers, o envolvimento de mais pessoas no caso, tudo é emocionante e de tirar o fôlego. Mas, acima de tudo, observar o envelhecimento daqueles que, quando encarcerados, ainda eram garotos, a maneira com que eles lidaram com tudo isso, e vê-los agora já adultos é de cortar o coração.
RoboCop
3.3 2,0K Assista AgoraAssistam à entrevista que José Padilha deu ao Roda Viva (24/02/2014):
http://www.youtube.com/watch?v=kUDzQuXncds
Uma Aventura LEGO
3.8 907 Assista AgoraGostei de ser surpreendido por esse filme, que poderia facilmente ser apenas um filme bobinho direcionado ao público infantil. Ao invés disso, "Uma Aventura Lego" segue a linha de "Tá Chovendo Hamburguer" tentando arrancar risos do exagero e do "overracting" dos bonecos lego, com um timing cômico que nos faz lembrar de Os Simpsons.
Infelizmente esse humor todo acaba ficando um pouco de lado no terceiro ato,
logo após Emmet cair no "infinito" e ir para no mundo real.. Apesar de criativa, achei a ideia desnecessária e até entediante, tentando impressionar pelo contraste mas sem acrescentar muita coisa.
PS: Eu era o único a dar risada no cinema. As crianças não pareciam entender lhufas do que se passava na tela, e os familiares não estavam nada interessados.
Caçadores de Obras-Primas
3.1 476 Assista AgoraMuuuito fraco... um tema desses merecia mais atenção e seriedade. Cenas extremamente fracas, subutilização dos atores, personagens pouco expressivos que mal se desenvolvem durante o filme... roteiro entediante, diálogos forçados e ruins...
Minha recomendação: não assista esse filme no cinema, não estimulem bilheteria de produções que querem fazer fortuna apenas com nomes de atores.
Steamboy
3.8 55 Assista AgoraAssim como diversas animações japonesas, Steamboy se vale de um cenário e tema que não discute, mas critica de forma direta e imbecilidade do ser humano, cujas atitudes, egoístas e impensadas apenas conduzirão a um desfecho obviamente catastrófico. (Para sentir a indignação do personagem "vovô", basta imaginar que uma nação hoje, tem a capacidade de destruir o plante mais de 10 vezes. Não perceber a irracionalidade disso, mostra como estamos perigosamente próximos de sermos considerados uma causa perdida.)
Outros desenhos já fizeram observações incisivas semelhantes, como O Túmulo do Vagalumes e Princesa Mononoque.
Aparte disso, esses desenhos são sempre algo a ser apreciados, apesar de ele se arrastar com suas longas batalhas. Devo dizer que será cansativo aos olhos daqueles que não apreciam os detalhes que evidenciam o esmero com que são feitas essas animações.
Oldboy: Dias de Vingança
2.8 828 Assista AgoraEu assisti ao primeiro Oldboy (o original) e achei muito bom, um dos meus filmes favoritos até hoje. Agora, na minha opinião, remakes servem quando se quer melhorar um filme que ficou ruim ou quando se quer fazer um filme já lançado de uma maneira diferente.
Já que Oldboy ficou muito bom na sua primeira filmagem, esperava-se que Spike Lee fosse fazer algo inovador, que ficasse bom (ou ruim) á sua própria maneira. Mas vendo o trailer, percebi que, apesar das diferenças, este Oldboy está muito (mas muito mesmo) parecido com o original, o que reforça a hipótese de que os americanos fazem remakes de filmes bons (Violência Gratuita, Deixe Ela Entrar) apenas por uma questão de egocentrismo, pois estes são quase que completamente copiados.
Crimes Cruzados
2.8 68 Assista AgoraComeça muito bem com um bom desenvolvimento da história. Depois cai no lugar comum de tantas produções comerciais. Dá pra passar o tempo. O filme não vai ficar na sua lista de melhores, mas dificilmente você vai se arrepender de ver.
Sem Proteção
3.0 124 Assista AgoraJulie Christie parece a versão feminina de William Dafoe...
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraUm bom filme, cheio de simbolismos e significados, mas creio que é preciso ter uma certa idade para entender este longa. Eu ainda não tenho a sensibilidade necessária para estar a par desse drama, além da óbvia dificuldade de lidar com a doença degenerativa de alguém tão querido.
Killer Joe: Matador de Aluguel
3.6 880 Assista Agora"Alguém, por favor, me explique"
Certamente é um filme em que as opiniões irão divergir muito (vide os comentários abaixo e, porque não, os acima também...).
Antes de mais nada, se você estiver nessa página procurando alguma referência sem ter assistido ao filme, vou dizer-lhe: não é um filme comum. Ele vai parecer comum no início mas, aos poucos, irá adotar um clima surrealista (não saberia dizer precisamente quando isso ocorre durante a projeção). A violência foi menor do que eu imaginava pelos comentários das pessoas. Existe violência física sim, mas muito mais uma violência psicológica. É um filme que incomoda pelas situações, pelos personagens e até pela fotografia. O tema é bem pesado, por isso a censura de "18 anos".O longa também traz um certo "alívio" cômico, mas isso também vai depender do seu senso de humor.
O filme me decepcionou porque, além de não ser o que eu esperava, me confundiu completamente. Porém, isso também aconteceu num filme de David Lynch, chamado Cidade dos Sonhos: um filme sem pé nem cabeça, com uma reviravolta enlouquecedora, mas depois que ouvi as explicações do filme, eu passei a gostar dele e até comprei o DVD. Pode ser que isso esteja acontecendo agora com esse Killer Joe.
Apesar de surrealista e confuso, percebi vários simbolismos no filme sem, no entanto, conseguir emendá-los ou ter certeza do seu significado. Então alguém, por favor, me explique esse filme
Intocáveis
4.4 4,1K Assista AgoraEm alguns momentos, Intocáveis perde o equilíbrio entre humor e drama, o que ocorre quando uma cena de extremo humor e extremo drama ficam muito próximas uma da outra (quando não em sequência). Mas no geral, Intocáveis sabe dosar seu drama permeando-o com graças e balanceada com uma trilha sonora incrível, mostrando ter uma habilidosa maneira de enxergar de forma divertida uma situação são trágica.
Uma vez que outros filmes se construíram em cima de um drama carregado (como, Mar a Dentro e Encontrando Forrester, pra citar só dois), é bom ver que filmes do gênero podem ser feitos de forma divertida se souber explorar seus atores e suas técnicas além de contar com um bom roteiro.
Ver esse filme é, senão comovente para uns, no mínimo, uma satisfação.
Lawrence da Arábia
4.2 415 Assista AgoraMuito bem filmado, a grandiosidade do filme é bem captada pela fotografia e pelos planos abertos. Os personagens também são cativantes, contudo, apesar de todos os elogios, vou dizer algo que inclusive já foi dito por alguns aqui: parece que faltou algo no filme. Assisti-lo de uma vez só é difícil. Eu mesmo assisti aos poucos.
O Baile
4.3 73Um exemplo de cinema, construir uma história sem diálogos. Altamente recomendado.