É triste constatar que todas as qualidades de A Viagem se restringem ao seus quesitos técnicos. Assim, se a fotografia e a trilha sonora se mostram bastante inspiradas em diversos momentos, a história não passa de babaquice romantizadas, e até mesmo atores de renome parecem atravessar a projeção toda como se estivessem "acostumados" áquilo, e não criando um personagem efetivamente.
De fato, não há personagem a ser criado, apenas um monte de figuras que variam do típico ao caricato. De resto, todos os artifícios hollywoodianos estão lá: "salvo(a) no último minuto", "quase caiu", “suspense barato”, "um vulto aproxima-se pelas costas em silêncio mesmo não sendo um inimigo apenas para causar um susto desnecessário", "quase caiu" 2, “suspense barato” 2, "lágrimas + violinos", e etc... Como é que as pessoas não enjoam disso?
ver Halle Barry mancando graciosamente após levar uma flechada na perna, ou ver Keith David aproximar-se e render Halle Berry para dizer que está do lado dela e ainda ser rendido pela garota, ou ver Hugo Weaving fazer um discurso idiota antes de (tentar) matar seus alvos para ser emboscado de forma ridícula e risível (e eu que achava que a comédia era só a história do editor).
E como não poderia deixar de ser, os Wachowski parecem realmente se vangloriar dessa produção, conduzindo cada cena como se fosse épica, exibindo efeitos especiais e maquiagem, e ainda julgando tão genial sua ideia de realocar seu elenco nos diferentes enredos que fizeram questão de nos mostrar tudo no início dos créditos finais (mas isso é justificado, já que algumas aparições são tão breves e remotas que jamais seriam percebidas, não fosse essa "dica").
Apesar de ter uma ou outra fala mais inspirada, a maior parte dos diálogos é conduzida como se nos revelassem verdades escondidas debaixo de nosso nariz, quando em realidade não passa de moralismos usados para conferir "nobreza" ao longa, jamais realmente aprofundados. Recheado de frases de auto-ajuda, esse filme, em verdade, não tem nada importante a dizer (que já não tenha sido dito há muito tempo) a não ser "dedique-se mais ao cinema europeu".
Desculpem se existe alguma mensagem profunda e reveladora implícita nesse filmes, mas se (eu disse “se”) existe tal coisa (e duvido que exista), ela foi eclipsada pela mediocridade geral da produção,
Ótimo thriller francês. O roteiro e a direção merece crédito por conseguir equilibrar o mistério, o suspense, a ação e a violência na dosagem correta, algo que já levou muitos projetos com potencial a serem apenas medianos. Assim, Rios Vermelhos é filme que prende a atenção e convence mesmo nos momentos em que soaria absurdo ou clichê.
O que impressiona de cara é maneira como o roteiro e os designers conseguem "brincar" dom o tema escolhido, algo em que a Pixar consegue ser muito boa. Assim, da mesma forma que ocorreu no "mundo robótico" de Wall-E, no "mundo marítimo" de Procurando Nemo, no "mundo monstruoso" de Monstros SA, o "mundo virtual" de Detona Ralph consegue ser muito eficaz e atrativo aos olhos. (São tantos os detalhes que é difícil notar todos de primeira.)
O comportamento e o movimento dos personagens está repleto de referências daquilo que costumamos ver nos videogames. Se de cara é decepcionante ter poucas referência com jogos reais que o público já viu (apenas algumas brincadeiras são feitas), isso é justificável pelo fato de que o longa provavelmente se perderia em infindas referências a serem feitas e jamais teria uma história.
Durante a projeção, os personagens percorrem relativamente poucos jogos (todos "inventados" pela Pixar): isso é acertado por um lado, pelo fato do filme conseguir se concentrar na sua trama, mas não deixa de ser decepcionante que o cenário no qual ele fica mais tempo tenha uma aparência tão infantil. Mas isso não há de ser nada.
A história, apesar de cheia de clichês, sabe trabalhar muito bem seus personagens e suas características principais (outro ponto em que a Pixar costuma acertar) e consegue interlaçar vários elementos sem deixar pontas soltas. Não acho que seja um dos melhores trabalhos da Pixar (ou da Disney, já não sei como apresentar) mas é muito divertido e criativo.
Se eu ligasse acidentalmente num canal que estivesse passando Sucker Punch, em qualquer parte de sua narrativa, eu ia pensar que se tratava de um clipe musical, um imenso clipe musical, desses que contam pequenas histórias (como os que Michael Jackson costumava fazer).
tem uma estética fabulosa e um apelo fetichista digno de alguns animes e mangás. Serve muito bem para passar durante uma festa ou enquanto se faz qualquer outra coisa sozinho em casa. Quem gosta de videogame e clipes musicais (nem um dos dois é meu forte, admito) vai gostar bastante.
Como filme, para se sentar e assistir, eu achei uma porcaria, um exercício de estética com uma história rasa, difícil de te manter concentrado (apesar do apelo visual deslumbrante).
O cara que escreveu esse roteiro (no caso, o próprio diretor), teve uma boa ideia para a premissa de um filme, mas não conseguiu desenvolvê-la, então alargou a premissa para que ela se tornasse o próprio filme. Ele deve ter imaginado: "Oras, se essa ideia é o suficiente para prender uma pessoa dentro de 20 ou 25 minutos, então deve funcionar como um filme completo!"
No fim das contas, o filme inteiro poderia ser os 20 minutos iniciais de uma boa projeção. Ao invés disso, o longa termina no momento em que deveria começar. Não vi nenhuma história, nenhuma evolução de personagem, e no momento que tudo isso viria, o filme acaba.
A fotografia é boa, o tom lúdico também é bem empregado (alguns momentos me levaram a pensar em "Sonhos", de Kurosawa, mas de nada serviram. O longa inteiro evolui de forma redundante e termina numa grande reticência.
Um filme bom, gostoso de ver até. Não tem nada de "UAU" no fim das contas, mas certamente, com tanto lixo comercial passando por aqui (Bauru) faz esse filme parecer uma obra prima.
PQP... passei por aqui de novo e não acredito no que tou vendo. Gente elogiando a "genialidade" do roteiro. Pasmem, chegaram a comprara com "A Origem", do Christopher Nolan. Não é possível, não podem estar falando do mesmo filme.
Esse Looper pode até ser divertido para uns e não para outros, mas dizer que esse roteiro cheio de furos gigantescos é ótimo, é o fim da picada.
Se olhar bem, o filme é bem mais uma fantasia do que uma ficção, uma vez que o roteiro evita qualquer explicação a cerca disso e trata a questão ao seu bel prazer (dentro de toda ficção existem regras internas a serem seguidas).
No final, Joe jovem se mata para impedir o Joe velho. Resultado: a ÚNICA coisa que muda é que o joe velho some. Ignora-se que NADA daquilo teria acontecido nessa condição. Todas os truques com relação a causa e efeito são tratados dessa maneira. Quando fazem isso à primeira vez com Seth, mutilam o indivíduo e ignoram que o seu "eu" mais velho não teria chegado aonde esta nas condições em que foi deixado.
O filme diz que a máfia envia as pessoas ao passado para serem mortas, mas se os capangas matam a mulher de Joe durante sua captura, por não matá-lo ali mesmo também?
Os capangas, durante a perseguição na lanchonete, ficam lado a lado com Joe jovem enquanto perseguem o Joe velho. Assim, os capangas são convenientemente burros de não capturar o Joe jovem que está ao seu pleno alcance como modo de resolver a questão (da mesma forma que foi feito com Seth, no início do filme).
Isso pra não falar nos clichês, como Joe jovem levar um tiro de escopeta e se recuperar como se fosse Wolverine, o roteiro ignorando a dependência de drogas de Joe jovem quando ela já é desnecessária.
O mendigo não se assusta com Sara apontando-lhe uma escopeta e danto um tiro para o alto, mas ele vai embora a se Joe fizer basicamente a mesma coisa.
E aquele moleque é irritante. Fiquei torcendo para que o roteiro imprevisível o matasse logo, o que não aconteceu.
Tudo isso atrapalha o envolvimento com o filme pois evidencia que tudo não passa de uma "brincadeira", por assim dizer.
Dessa forma, parem de dizer que o roteiro é excepcional (exceto sob o velho argumento do "gosto não se discute", é claro). Roteiros excepcionais não são esburacados assim.
Eu definitivamente desacredito em viagem no tempo por motivos que me parecem bastante evidentes e razoáveis. Desta forma, seria muito pedir a um roteiro que mecha com esse conceito qualquer tipo de coerência ficcional. Assim, quando vejo um filme que trate de viagem no tempo, minha esperança é que ele saiba "brincar" com isso, explorando bem as possibilidades.
A única coisa interessante que constei em Looper é o fato de ser um filme cujo roteiro ousa ir contra clichês a que outros se entregariam. Ainda assim, a história é pouco estimulante e o roteiro força a barra para seguir o caminho que quer. E se eu disse no parágrafo anterior que num filmes deses eu tento avaliá-lo desconsiderando furos de ficção, Looper acaba impossibilitando essa condição, uma vez que abusa desse tipo de falha.
Para alguns espectadores os furos serão intragáveis e acabam por tirar o impacto por evidenciarem que tudo não passa de uma, bem, uma brincadeira.
Filme de sessão da tarde, pra assistir enquanto se faz outra coisa.
A julgar pelo histórico do estúdio, é impossível (ao menos para mim) não comparar Piratas Pirados aos seus irmãos mais velhos, que foram muito mais eficientes. Piratas Pirados fica muito atrás das outras produções dos estúdios Aardman (Wallace & Gromit, tanto o longa como os curtas, A Fuga das Galinhas e Por Água Abaixo).
Estranhamente, Piratas Pirados possui os mesmos elementos dos seus irmãos: premissa interessante, desenvolvimento da história simples, personagens tipificados, piadas com timing preciso, etc. No entanto, jamais consegue atingir o mesmo nível dos longas anteriores, não sabendo tirar o devido proveitos dos personagens e das situações, perdendo força exatamente naquilo que investe. As piadas e gags são óbvias e infantis, a ação é pouco engenhosa (vide Wallace & Gromit).
Os personagens, por superficias que sejam, jamais são aproveitados como nos outros filmes. Se aqui temos mais de dez caricaturas atravessando o longa, apenas duas delas são realmente relevantes (o Capitão Pirata e Charles Darwin).
Não chega a ser um filme chato graças à sua natureza stop motion, que por si só é um atrativo para os apreciadores desse tipo de animação (e é fabuloso ver o que é possível de ser feito com a animação stop motion, desde a construção de cenários detalhistas até os movimentos dos personagens que vão do sutil ao teatral).
Quanto ao conteúdo, bem, as crianças certamente se divertirão mais. Eu recomendo para uma sessão da tarde descontraída.
Talvez Takva seja um desses filmes que pode ser interpretado de diversas maneiras. Para mim ficou muito claro o estudo de personagem feito pelo diretor. N primeira parte do filme somos apresentados a Muharrem, um muçulmano extremamente devoto que dedica sua vida ao trabalho e ao culto a Alá. Sendo uma pessoa humilde, chegou a abnegar o sexo como forma de se mostrar fiel à sua crença.
Na segunda parte do filme, Muharrem, já a trabalho para uma organização muçulmana como coletor de aluguéis, passa a viver uma contradição entre suas ações e suas crenças, entre seus desejos e sua devoção. E é neste cenário que o filme nos mostra os conflitos por pessoas cujas próprias crenças levam a contradições que levam o homem à dúvida quando esta não encontra seu espaço diante da fé.
Assim sendo, Takva é um filme que pode ser visto como tratando de religiosos fervorosos em geral. Filme altamente recomendável.
Compramos Um Zoológico é um flme que se encaixa na categoria de “drama light”, desses que abordam uma histório séria de uma menira suave e até apelando para o cômico. Assim, diferentemente de 59%, filme que assisti a pouco tempo, que mantinha seu ritmo e tinha poucas cenas fortes, Compramos Um Zoológico oscila muito entre cenas cômicas e melodramas. Assim, o filme vai de trapalhadas dos personagens tentando se adaptar a uma nova vida a discussões familiares sérias.
Essa oscilação de ritmo quebra a experiência sólida que poderiamos ter ao acompanhar a família de Benjamin durante sua jornada. Dessa forma, se as cenas cômicas nos divertem, as cenas dramáticas são sabotadas pelo modo como são usadas. Não temos como saber como uma discussão afeta os personagens se na cena seguinte eles agem como se aquilo fosse normal.
E o que dizer de uma discussão séria entre Benjamin e Dylan que termina com uma “punch line” de Rosie: “O que tem o coelho da Páscoa?”.
Compramos Um Zoológico é um filme light, que diverte e até emociona em raros momentos, mas no todo não convence por sua montagem desritmada. A mensagem da história em si é captada muito antes do final.
Não consegui assistir até o final. Talvez numa outra ocasião eu tente novamente. A sensação que ficou é que é um daqueles filmes pouco acessíveis à maioria das pessoas. Em parte esse filme me lembrou O Bom Pastor (2006, direção de Robert De Niro), filme também de espionagem, que reúne um grande elenco e conta com uma fotografia meticulosa e atraente, mas pouco ou nada se consegue absorver devido à complexidade da trama combinada com a direção sutil. São simplesmente filmes difíceis.
Como sempre digo, um filme bom é aquele que é bom no que pretende. Este filme cumpriu o que prometeu, ou até mesmo foi além, mesmo sendo simples, contido e limitado. Mesmo apesar de sua obviedade em diversos momentos, o carisma dos personagens (graças aos atores) e a maneira como lidam com certas situações nos carregam pelo filme até o final.
A chamada publicitária é o que mais dá calafrios: "Depois do sucesso da saga crepúsculo, vem agora a nova saga que irá conquistar as plateias do mundo" (não lembro em minúcias, mas foi algo assim). Dá calafrios por dois motivo: 1) querer se estabelecer de maneira pretensiosa como sucesso antes de ser lançada; 2) a saga crepúsculo pode ter sido um sucesso, mas se comparar a ela não faz bem a reputação de filme nenhum.
Ressaltando que uma vez que o filme não foi lançado ainda e, portanto, não assisti, não estou julgando ele, mas essas jogadas publicitárias pra martelar na cabeça das pessoas (principalmente daquelas que já sofreram lavagem cerebral) que elas VÃO gostar do filme e certamente já estão gostando, é revoltante!
Indiscutivelmente, desconhecer as regras e táticas do beisebol tira uma parte da emoção de O Homem Que Mudou o Jogo. Por isso, quando os personagens discutem a mudança de posição de um jogador e outro, apenas a atuação (muito boa) é que nos insere no significado daquela atitude. Afora isso, O Homem Que Mudou o Jogo é um filme de desafio, perseverança e conquista muito bem comandado e com diálogos bastante afiados. Recomendado.
Absolutamente fantástico. Tintin consegue combinar a fluidez do live action dos atores (foi utilizada a tecnologia de motion capture neste longa) com as infinitas possibilidades dos desenhos. Assim, Steven Spielberg parece sentir-se muito à vontade para criar cenas absurtas porém divertidíssimas, condizendo com os quadrinhos e com a animação para a TV que já fopi criada para esse personagem.
Mais interessante ainda, é o grau de realismo conferido à figuras tremendamente caricatuais, mantendo a simpatia dos desenhos. Excelente!
Eu costumo dizer que um indivíduo gostar ou não de um filme depende muito do quê ele espera do longa e o quê o filme propõe. Nesse sentido, Durval Discos é um filme confuso de certa maneira, começando de um jeito e terminando de outro. De fato, na primeira metade da projeção, o que vemos é uma comédia de situação, com Durval e sua mãe tendo de cuidar de uma inesperada menina, filha de sua nova empregada. Já na metade do longa, um fato (que não revelarei) muda o tom da narrativa, que chega a alcançar o onírico e o surrealista, o que certamente vai confundir muitas cabeças e desgostar tantas outras. Gostar ou não de Durval Discos vai depender muito da simpatia que você criar com o longa e o seus personagens. O filme merece crédito ao menos por tentar fugir do lugar comum presente em tantas obras, não apenas nacionais, e ousar de uma forma brincalhona e divertida.
O filme apresenta duas versões, uma trágica e uma cômica, para um mesmo argumento: o retorno inesperado de uma moça chamada Melinda, para a qual os amigos procuram encontrar um parceiro.
Acreditava de início que o filme desenvolveria exatamente os mesmos acontecimentos sob uma perspectiva trágica e cômica. Apesar de ter me decepcionado nesse sentido, é curioso notar uma certa proximidade e até semelhança entre as tramas apesar de caminhos um pouco divergentes entre elas.
Ambas as histórias, a seu próprio modo, são adoráveis.
Um filme que se apresenta como comédia e me faz rir já merece crédito!
A única ressalva que faço antes de recomendar este filme é que aqueles que estão entorpecidos pelas fórmulas holliwoodianas de comédia façam uma desintoxicação para conseguir apreciar essa obra sutil e humildemente eficaz!
A primeira impressão que se tem com esse filme é "????????????????????????????". Apesar de ter traços kafkanianos na história, com um protagonista tentado lidar com adversidades numa situação absurda e inexplicável, o filme não consegue elborar direito seus personagens e nem mesmo os problemas que enfrentam
Por que, por exemplo, Nuno não mostra aos seus possíveis compradores, que não sai do carro por estar estranhamente preso a ele?
. Mas pior do que isso, o roteiro parece ignorar os elementos mais básicos da construção de histórias: nada torna esse filme interessante, não parece haver uma superação ou evolução dos personagens
até mesmo a tentativa de suicídio, previsivelmente fracassada, não pareceu genuína
Apesar de ser um filme com figuras carismáticas e uma trilha sonora que, como a fotografia, induz à melancolia de uma forma leve, pouco ou nada se extrai de Embargo, o que é uma decepção para qualquer um que entre numa sala de cinema.
O filme não desenvolve os personagens direito. Como consequência, não consegue criar climas de tensão e suspense. A história é contada como se a estivéssemos ouvindo da boca de alguém, ou seja, os fatos são jogados na nossa frente, sem conseguirmos refutar e tampouco sermos convencidos da naturalidade das ações.
Não conhecia essa história , mas mesmo no filme não há nenhuma evidência de que ele a matou, a não ser as atitudes e falas de David Marks que, como disse no parágrafo anterior, foram jogadas na nossa frente. (Não estou defendendo Marks nem inocentando-o, mas o filme não soube desenvolver a trama).
Mas vale lembrar que, em Hollywood, o termo "baseado" por vezes significa apenas uma ponta no iceberg do roteiro...
Teria sido melhor se o filme se preocupasse um pouco menos com o pós desaparecimento da Katie, desenvolvendo melhor a primeira parte do filme, que acabou por ficar dividido em dois: o drama de relacionamento do início e o thriller do final, não desempenhando nenhuma das duas bem.
Uma coisa que aprendi sobre filmes é que a espectativa que temos sobre eles pode atrapalhar o modo como recebemos. Um Lugar Qualquer é um filme descompromissado para uma tarde descompromissada, é um filme para aqueles que como eu, às vezes fogem da agitação e do típico cinema hollywoodiano.
Um Conto Chinês é um desses filmes que conseguem dizer muito falando pouco. Filmes comerciais são sempre preocupados em nos bombardear de emoções e contar histórias que mal cabem no seu tempo de duração. Um COnto Chinês é um filme na medida e extremamente apreciável.
A Viagem
3.7 2,5K Assista AgoraÉ triste constatar que todas as qualidades de A Viagem se restringem ao seus quesitos técnicos. Assim, se a fotografia e a trilha sonora se mostram bastante inspiradas em diversos momentos, a história não passa de babaquice romantizadas, e até mesmo atores de renome parecem atravessar a projeção toda como se estivessem "acostumados" áquilo, e não criando um personagem efetivamente.
De fato, não há personagem a ser criado, apenas um monte de figuras que variam do típico ao caricato. De resto, todos os artifícios hollywoodianos estão lá: "salvo(a) no último minuto", "quase caiu", “suspense barato”, "um vulto aproxima-se pelas costas em silêncio mesmo não sendo um inimigo apenas para causar um susto desnecessário", "quase caiu" 2, “suspense barato” 2, "lágrimas + violinos", e etc... Como é que as pessoas não enjoam disso?
É de causar vergonha alheia
ver Halle Barry mancando graciosamente após levar uma flechada na perna, ou ver Keith David aproximar-se e render Halle Berry para dizer que está do lado dela e ainda ser rendido pela garota, ou ver Hugo Weaving fazer um discurso idiota antes de (tentar) matar seus alvos para ser emboscado de forma ridícula e risível (e eu que achava que a comédia era só a história do editor).
E como não poderia deixar de ser, os Wachowski parecem realmente se vangloriar dessa produção, conduzindo cada cena como se fosse épica, exibindo efeitos especiais e maquiagem, e ainda julgando tão genial sua ideia de realocar seu elenco nos diferentes enredos que fizeram questão de nos mostrar tudo no início dos créditos finais (mas isso é justificado, já que algumas aparições são tão breves e remotas que jamais seriam percebidas, não fosse essa "dica").
Apesar de ter uma ou outra fala mais inspirada, a maior parte dos diálogos é conduzida como se nos revelassem verdades escondidas debaixo de nosso nariz, quando em realidade não passa de moralismos usados para conferir "nobreza" ao longa, jamais realmente aprofundados. Recheado de frases de auto-ajuda, esse filme, em verdade, não tem nada importante a dizer (que já não tenha sido dito há muito tempo) a não ser "dedique-se mais ao cinema europeu".
Desculpem se existe alguma mensagem profunda e reveladora implícita nesse filmes, mas se (eu disse “se”) existe tal coisa (e duvido que exista), ela foi eclipsada pela mediocridade geral da produção,
e não me venha dizer que o “arremate” está naquela marca de nascença vagabunda.
Melhor eu parar por aqui, estou parecendo
o crítico que foi jogado da cobertura do prédio, a única cena que realmente me impressionou, diga-se de passagem.
(Halle Barry é a atriz mais medíocre do projeto inteiro... não é atoa que eu havia me autorrecomendado a não assistir mais filmes com ela)
Rios Vermelhos
3.6 136 Assista AgoraÓtimo thriller francês. O roteiro e a direção merece crédito por conseguir equilibrar o mistério, o suspense, a ação e a violência na dosagem correta, algo que já levou muitos projetos com potencial a serem apenas medianos. Assim, Rios Vermelhos é filme que prende a atenção e convence mesmo nos momentos em que soaria absurdo ou clichê.
Recomendado!
Detona Ralph
3.9 2,6K Assista AgoraO que impressiona de cara é maneira como o roteiro e os designers conseguem "brincar" dom o tema escolhido, algo em que a Pixar consegue ser muito boa. Assim, da mesma forma que ocorreu no "mundo robótico" de Wall-E, no "mundo marítimo" de Procurando Nemo, no "mundo monstruoso" de Monstros SA, o "mundo virtual" de Detona Ralph consegue ser muito eficaz e atrativo aos olhos. (São tantos os detalhes que é difícil notar todos de primeira.)
O comportamento e o movimento dos personagens está repleto de referências daquilo que costumamos ver nos videogames. Se de cara é decepcionante ter poucas referência com jogos reais que o público já viu (apenas algumas brincadeiras são feitas), isso é justificável pelo fato de que o longa provavelmente se perderia em infindas referências a serem feitas e jamais teria uma história.
Durante a projeção, os personagens percorrem relativamente poucos jogos (todos "inventados" pela Pixar): isso é acertado por um lado, pelo fato do filme conseguir se concentrar na sua trama, mas não deixa de ser decepcionante que o cenário no qual ele fica mais tempo tenha uma aparência tão infantil. Mas isso não há de ser nada.
A história, apesar de cheia de clichês, sabe trabalhar muito bem seus personagens e suas características principais (outro ponto em que a Pixar costuma acertar) e consegue interlaçar vários elementos sem deixar pontas soltas. Não acho que seja um dos melhores trabalhos da Pixar (ou da Disney, já não sei como apresentar) mas é muito divertido e criativo.
Sucker Punch: Mundo Surreal
3.4 3,1K Assista AgoraSe eu ligasse acidentalmente num canal que estivesse passando Sucker Punch, em qualquer parte de sua narrativa, eu ia pensar que se tratava de um clipe musical, um imenso clipe musical, desses que contam pequenas histórias (como os que Michael Jackson costumava fazer).
tem uma estética fabulosa e um apelo fetichista digno de alguns animes e mangás. Serve muito bem para passar durante uma festa ou enquanto se faz qualquer outra coisa sozinho em casa. Quem gosta de videogame e clipes musicais (nem um dos dois é meu forte, admito) vai gostar bastante.
Como filme, para se sentar e assistir, eu achei uma porcaria, um exercício de estética com uma história rasa, difícil de te manter concentrado (apesar do apelo visual deslumbrante).
O Abrigo
3.6 720 Assista AgoraO cara que escreveu esse roteiro (no caso, o próprio diretor), teve uma boa ideia para a premissa de um filme, mas não conseguiu desenvolvê-la, então alargou a premissa para que ela se tornasse o próprio filme. Ele deve ter imaginado: "Oras, se essa ideia é o suficiente para prender uma pessoa dentro de 20 ou 25 minutos, então deve funcionar como um filme completo!"
No fim das contas, o filme inteiro poderia ser os 20 minutos iniciais de uma boa projeção. Ao invés disso, o longa termina no momento em que deveria começar. Não vi nenhuma história, nenhuma evolução de personagem, e no momento que tudo isso viria, o filme acaba.
A fotografia é boa, o tom lúdico também é bem empregado (alguns momentos me levaram a pensar em "Sonhos", de Kurosawa, mas de nada serviram. O longa inteiro evolui de forma redundante e termina numa grande reticência.
Argo
3.9 2,5KUm filme bom, gostoso de ver até. Não tem nada de "UAU" no fim das contas, mas certamente, com tanto lixo comercial passando por aqui (Bauru) faz esse filme parecer uma obra prima.
Looper: Assassinos do Futuro
3.6 2,1KPQP... passei por aqui de novo e não acredito no que tou vendo. Gente elogiando a "genialidade" do roteiro. Pasmem, chegaram a comprara com "A Origem", do Christopher Nolan. Não é possível, não podem estar falando do mesmo filme.
Esse Looper pode até ser divertido para uns e não para outros, mas dizer que esse roteiro cheio de furos gigantescos é ótimo, é o fim da picada.
Se olhar bem, o filme é bem mais uma fantasia do que uma ficção, uma vez que o roteiro evita qualquer explicação a cerca disso e trata a questão ao seu bel prazer (dentro de toda ficção existem regras internas a serem seguidas).
No final, Joe jovem se mata para impedir o Joe velho. Resultado: a ÚNICA coisa que muda é que o joe velho some. Ignora-se que NADA daquilo teria acontecido nessa condição. Todas os truques com relação a causa e efeito são tratados dessa maneira. Quando fazem isso à primeira vez com Seth, mutilam o indivíduo e ignoram que o seu "eu" mais velho não teria chegado aonde esta nas condições em que foi deixado.
O filme diz que a máfia envia as pessoas ao passado para serem mortas, mas se os capangas matam a mulher de Joe durante sua captura, por não matá-lo ali mesmo também?
Os capangas, durante a perseguição na lanchonete, ficam lado a lado com Joe jovem enquanto perseguem o Joe velho. Assim, os capangas são convenientemente burros de não capturar o Joe jovem que está ao seu pleno alcance como modo de resolver a questão (da mesma forma que foi feito com Seth, no início do filme).
Isso pra não falar nos clichês, como Joe jovem levar um tiro de escopeta e se recuperar como se fosse Wolverine, o roteiro ignorando a dependência de drogas de Joe jovem quando ela já é desnecessária.
O mendigo não se assusta com Sara apontando-lhe uma escopeta e danto um tiro para o alto, mas ele vai embora a se Joe fizer basicamente a mesma coisa.
E aquele moleque é irritante. Fiquei torcendo para que o roteiro imprevisível o matasse logo, o que não aconteceu.
Tudo isso atrapalha o envolvimento com o filme pois evidencia que tudo não passa de uma "brincadeira", por assim dizer.
Dessa forma, parem de dizer que o roteiro é excepcional (exceto sob o velho argumento do "gosto não se discute", é claro). Roteiros excepcionais não são esburacados assim.
Looper: Assassinos do Futuro
3.6 2,1KEu definitivamente desacredito em viagem no tempo por motivos que me parecem bastante evidentes e razoáveis. Desta forma, seria muito pedir a um roteiro que mecha com esse conceito qualquer tipo de coerência ficcional. Assim, quando vejo um filme que trate de viagem no tempo, minha esperança é que ele saiba "brincar" com isso, explorando bem as possibilidades.
A única coisa interessante que constei em Looper é o fato de ser um filme cujo roteiro ousa ir contra clichês a que outros se entregariam. Ainda assim, a história é pouco estimulante e o roteiro força a barra para seguir o caminho que quer. E se eu disse no parágrafo anterior que num filmes deses eu tento avaliá-lo desconsiderando furos de ficção, Looper acaba impossibilitando essa condição, uma vez que abusa desse tipo de falha.
Para alguns espectadores os furos serão intragáveis e acabam por tirar o impacto por evidenciarem que tudo não passa de uma, bem, uma brincadeira.
Filme de sessão da tarde, pra assistir enquanto se faz outra coisa.
Piratas Pirados!
3.2 296A julgar pelo histórico do estúdio, é impossível (ao menos para mim) não comparar Piratas Pirados aos seus irmãos mais velhos, que foram muito mais eficientes. Piratas Pirados fica muito atrás das outras produções dos estúdios Aardman (Wallace & Gromit, tanto o longa como os curtas, A Fuga das Galinhas e Por Água Abaixo).
Estranhamente, Piratas Pirados possui os mesmos elementos dos seus irmãos: premissa interessante, desenvolvimento da história simples, personagens tipificados, piadas com timing preciso, etc. No entanto, jamais consegue atingir o mesmo nível dos longas anteriores, não sabendo tirar o devido proveitos dos personagens e das situações, perdendo força exatamente naquilo que investe. As piadas e gags são óbvias e infantis, a ação é pouco engenhosa (vide Wallace & Gromit).
Os personagens, por superficias que sejam, jamais são aproveitados como nos outros filmes. Se aqui temos mais de dez caricaturas atravessando o longa, apenas duas delas são realmente relevantes (o Capitão Pirata e Charles Darwin).
Não chega a ser um filme chato graças à sua natureza stop motion, que por si só é um atrativo para os apreciadores desse tipo de animação (e é fabuloso ver o que é possível de ser feito com a animação stop motion, desde a construção de cenários detalhistas até os movimentos dos personagens que vão do sutil ao teatral).
Quanto ao conteúdo, bem, as crianças certamente se divertirão mais. Eu recomendo para uma sessão da tarde descontraída.
Takva: Fuga de Deus
3.4 9Talvez Takva seja um desses filmes que pode ser interpretado de diversas maneiras. Para mim ficou muito claro o estudo de personagem feito pelo diretor. N primeira parte do filme somos apresentados a Muharrem, um muçulmano extremamente devoto que dedica sua vida ao trabalho e ao culto a Alá. Sendo uma pessoa humilde, chegou a abnegar o sexo como forma de se mostrar fiel à sua crença.
Na segunda parte do filme, Muharrem, já a trabalho para uma organização muçulmana como coletor de aluguéis, passa a viver uma contradição entre suas ações e suas crenças, entre seus desejos e sua devoção. E é neste cenário que o filme nos mostra os conflitos por pessoas cujas próprias crenças levam a contradições que levam o homem à dúvida quando esta não encontra seu espaço diante da fé.
Assim sendo, Takva é um filme que pode ser visto como tratando de religiosos fervorosos em geral. Filme altamente recomendável.
Compramos um Zoológico
3.6 1,2K Assista AgoraCompramos Um Zoológico é um flme que se encaixa na categoria de “drama light”, desses que abordam uma histório séria de uma menira suave e até apelando para o cômico. Assim, diferentemente de 59%, filme que assisti a pouco tempo, que mantinha seu ritmo e tinha poucas cenas fortes, Compramos Um Zoológico oscila muito entre cenas cômicas e melodramas. Assim, o filme vai de trapalhadas dos personagens tentando se adaptar a uma nova vida a discussões familiares sérias.
Essa oscilação de ritmo quebra a experiência sólida que poderiamos ter ao acompanhar a família de Benjamin durante sua jornada. Dessa forma, se as cenas cômicas nos divertem, as cenas dramáticas são sabotadas pelo modo como são usadas. Não temos como saber como uma discussão afeta os personagens se na cena seguinte eles agem como se aquilo fosse normal.
E o que dizer de uma discussão séria entre Benjamin e Dylan que termina com uma “punch line” de Rosie: “O que tem o coelho da Páscoa?”.
Compramos Um Zoológico é um filme light, que diverte e até emociona em raros momentos, mas no todo não convence por sua montagem desritmada. A mensagem da história em si é captada muito antes do final.
O Espião que Sabia Demais
3.4 744 Assista AgoraNão consegui assistir até o final. Talvez numa outra ocasião eu tente novamente. A sensação que ficou é que é um daqueles filmes pouco acessíveis à maioria das pessoas. Em parte esse filme me lembrou O Bom Pastor (2006, direção de Robert De Niro), filme também de espionagem, que reúne um grande elenco e conta com uma fotografia meticulosa e atraente, mas pouco ou nada se consegue absorver devido à complexidade da trama combinada com a direção sutil. São simplesmente filmes difíceis.
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3.9 2,2K Assista AgoraComo sempre digo, um filme bom é aquele que é bom no que pretende. Este filme cumpriu o que prometeu, ou até mesmo foi além, mesmo sendo simples, contido e limitado. Mesmo apesar de sua obviedade em diversos momentos, o carisma dos personagens (graças aos atores) e a maneira como lidam com certas situações nos carregam pelo filme até o final.
Jogos Vorazes
3.8 5,0K Assista AgoraA chamada publicitária é o que mais dá calafrios: "Depois do sucesso da saga crepúsculo, vem agora a nova saga que irá conquistar as plateias do mundo" (não lembro em minúcias, mas foi algo assim). Dá calafrios por dois motivo: 1) querer se estabelecer de maneira pretensiosa como sucesso antes de ser lançada; 2) a saga crepúsculo pode ter sido um sucesso, mas se comparar a ela não faz bem a reputação de filme nenhum.
Ressaltando que uma vez que o filme não foi lançado ainda e, portanto, não assisti, não estou julgando ele, mas essas jogadas publicitárias pra martelar na cabeça das pessoas (principalmente daquelas que já sofreram lavagem cerebral) que elas VÃO gostar do filme e certamente já estão gostando, é revoltante!
O Homem que Mudou o Jogo
3.7 931 Assista AgoraIndiscutivelmente, desconhecer as regras e táticas do beisebol tira uma parte da emoção de O Homem Que Mudou o Jogo. Por isso, quando os personagens discutem a mudança de posição de um jogador e outro, apenas a atuação (muito boa) é que nos insere no significado daquela atitude. Afora isso, O Homem Que Mudou o Jogo é um filme de desafio, perseverança e conquista muito bem comandado e com diálogos bastante afiados. Recomendado.
As Aventuras de Tintim
3.7 1,8K Assista AgoraAbsolutamente fantástico. Tintin consegue combinar a fluidez do live action dos atores (foi utilizada a tecnologia de motion capture neste longa) com as infinitas possibilidades dos desenhos. Assim, Steven Spielberg parece sentir-se muito à vontade para criar cenas absurtas porém divertidíssimas, condizendo com os quadrinhos e com a animação para a TV que já fopi criada para esse personagem.
Mais interessante ainda, é o grau de realismo conferido à figuras tremendamente caricatuais, mantendo a simpatia dos desenhos. Excelente!
Durval Discos
3.7 336Eu costumo dizer que um indivíduo gostar ou não de um filme depende muito do quê ele espera do longa e o quê o filme propõe. Nesse sentido, Durval Discos é um filme confuso de certa maneira, começando de um jeito e terminando de outro.
De fato, na primeira metade da projeção, o que vemos é uma comédia de situação, com Durval e sua mãe tendo de cuidar de uma inesperada menina, filha de sua nova empregada. Já na metade do longa, um fato (que não revelarei) muda o tom da narrativa, que chega a alcançar o onírico e o surrealista, o que certamente vai confundir muitas cabeças e desgostar tantas outras.
Gostar ou não de Durval Discos vai depender muito da simpatia que você criar com o longa e o seus personagens. O filme merece crédito ao menos por tentar fugir do lugar comum presente em tantas obras, não apenas nacionais, e ousar de uma forma brincalhona e divertida.
Melinda e Melinda
3.5 229 Assista AgoraO filme apresenta duas versões, uma trágica e uma cômica, para um mesmo argumento: o retorno inesperado de uma moça chamada Melinda, para a qual os amigos procuram encontrar um parceiro.
Acreditava de início que o filme desenvolveria exatamente os mesmos acontecimentos sob uma perspectiva trágica e cômica. Apesar de ter me decepcionado nesse sentido, é curioso notar uma certa proximidade e até semelhança entre as tramas apesar de caminhos um pouco divergentes entre elas.
Ambas as histórias, a seu próprio modo, são adoráveis.
A Leste de Bucareste
3.7 31Um filme que se apresenta como comédia e me faz rir já merece crédito!
A única ressalva que faço antes de recomendar este filme é que aqueles que estão entorpecidos pelas fórmulas holliwoodianas de comédia façam uma desintoxicação para conseguir apreciar essa obra sutil e humildemente eficaz!
Embargo
3.0 15 Assista AgoraA primeira impressão que se tem com esse filme é "????????????????????????????".
Apesar de ter traços kafkanianos na história, com um protagonista tentado lidar com adversidades numa situação absurda e inexplicável, o filme não consegue elborar direito seus personagens e nem mesmo os problemas que enfrentam
Por que, por exemplo, Nuno não mostra aos seus possíveis compradores, que não sai do carro por estar estranhamente preso a ele?
Mas pior do que isso, o roteiro parece ignorar os elementos mais básicos da construção de histórias: nada torna esse filme interessante, não parece haver uma superação ou evolução dos personagens
até mesmo a tentativa de suicídio, previsivelmente fracassada, não pareceu genuína
Apesar de ser um filme com figuras carismáticas e uma trilha sonora que, como a fotografia, induz à melancolia de uma forma leve, pouco ou nada se extrai de Embargo, o que é uma decepção para qualquer um que entre numa sala de cinema.
Entre Segredos e Mentiras
3.3 691O filme não desenvolve os personagens direito. Como consequência, não consegue criar climas de tensão e suspense. A história é contada como se a estivéssemos ouvindo da boca de alguém, ou seja, os fatos são jogados na nossa frente, sem conseguirmos refutar e tampouco sermos convencidos da naturalidade das ações.
Não conhecia essa história , mas mesmo no filme não há nenhuma evidência de que ele a matou, a não ser as atitudes e falas de David Marks que, como disse no parágrafo anterior, foram jogadas na nossa frente. (Não estou defendendo Marks nem inocentando-o, mas o filme não soube desenvolver a trama).
Mas vale lembrar que, em Hollywood, o termo "baseado" por vezes significa apenas uma ponta no iceberg do roteiro...
Teria sido melhor se o filme se preocupasse um pouco menos com o pós desaparecimento da Katie, desenvolvendo melhor a primeira parte do filme, que acabou por ficar dividido em dois: o drama de relacionamento do início e o thriller do final, não desempenhando nenhuma das duas bem.
Atração Perigosa
3.6 689 Assista AgoraSei que não é o melhor filme do mundo, mas acho que cumpriu aquele que deveria ser o padrão mínimo para o gênero.
Um Lugar Qualquer
3.3 810 Assista AgoraUma coisa que aprendi sobre filmes é que a espectativa que temos sobre eles pode atrapalhar o modo como recebemos. Um Lugar Qualquer é um filme descompromissado para uma tarde descompromissada, é um filme para aqueles que como eu, às vezes fogem da agitação e do típico cinema hollywoodiano.
Um Conto Chinês
4.0 852 Assista AgoraUm Conto Chinês é um desses filmes que conseguem dizer muito falando pouco. Filmes comerciais são sempre preocupados em nos bombardear de emoções e contar histórias que mal cabem no seu tempo de duração. Um COnto Chinês é um filme na medida e extremamente apreciável.