"História de um Casamento", 2019. Dir. Noah Baumbach. (assistido em 08/02/2020)
Trata-se de um olhar sensível e tocante, acerca da ruptura e das fragilidades de um casamento e das relações humanas em geral. Mas acho que, o título também poderia ser "História de um Divórcio". Se encaixaria perfeitamente. Eu, particularmente, gosto muito desse tipo de filme dramático, que é verborrágico, no qual os diálogos fortes, bem escritos e a presença marcante dos atores, dão o tom da história. Aqui, apesar de ser uma premissa até simples, a história é contada de forma excelente, mérito também, do roteiro bem escrito.
O ponto alto do filme é sem dúvida nenhuma as interpretações da Scarlet Johansson e do Adam Driver. Ambos estão ótimos nos papéis de ex-marido e mulher que tentam ter uma boa convivência no processo de divórcio, que acaba por atingir à todos que orbitam o tal "casal", principalmente, o filho. E tudo que eles tentam fazer, é também pensando no bem estar dessa criança. Que sabemos, em todo processo de divórcio, são quem mais sofre. Scarlet era uma forte candidata ao prêmio de melhor atriz. Mas Renée Zellweger estava mesmo um degrau acima das demais concorrentes em "Judy". Quanto ao Adam Driver, também era forte candidato a melhor ator, mas o favorito era mesmo o Joaquin Phoenix. Porém, há de se afirmar o quanto a Scarlet e o Adam são ótimos atores.
Bacana também a interpretação da Laura Dern, que por estar tão bem no filme, acabou ganhando como melhor atriz coadjuvante. Ainda com uma participação pequena do Ray Liota ("Os Bons Companheiros"). Incrível como essa temporada de filmes, tivemos a presença de muitos veteranos. É bom revê-los em cena, ainda que rápido.
Fotografia bonita, música, roteiro, boas atuações e a direção segura do Noah Baumbach, contribuíram de forma satisfatória para tornar "História de um Casamento" um ótimo filme. Eu gostei muito.
(Incrível como a Netflix, aos poucos, conseguiu com várias produções de alto nível, ganhar um espaço maior no Oscar esse ano.)
"Parasita", 2019. Dir. Bong Joon-Ho. (assistido em 08/02/2020)
Senhores, que filme! Surpreendente, arrebatador, de tirar o fôlego!
Não conhecia nada desse diretor Bong Joon-Ho, mas ao assistir este seu novo trabalho (e já fui apresentado à obra dele, de forma satisfatória), vejo o quanto ele é talentoso. Quando pensamos que todas as histórias já foram contadas, vem este senhor e subverte todos os gêneros, entregando uma história para lá de incrível e instigante. Embora não conheça muito do cinema sul-coreano, todo o elenco está muito bem em seus papéis. Em especial, o pai e o filho da família pobre.
O filme explora o contraste da riqueza versus pobreza com uma realidade absurda, e mostra como a ascensão social, aqui de forma nada convencional, pode ter um custo alto para os que desejam fazer parte de um mundo que destoa da sua realidade (o caso da família Ki-taek, os "parasitas" do título), além de fazer com que nos coloquemos, ainda que eles estejam errados, no lugar de cada membro da família pobre, bem como os membros da família rica também. Chegaríamos a tal ponto, caso estivéssemos na situação da família Ki-taek?
Muito bem realizado e dirigido, bonita fotografia, música e com um roteiro inteligente, além de bem escrito, "Parasita" foi meu favorito à melhor filme internacional e roteiro original, ainda que só tenha conseguido assistir "Dor e Glória", do espanhol Almodóvar. Infelizmente, não consegui assistir aos outros. Enquanto Bong Joon-Ho, empatou com Martin Scorsese em meu favoritismo para melhor diretor.
E no final, deu mesmo Bong Joon-Ho como melhor diretor, além de que "Parasita" fora consagrado como melhor filme, muito merecidamente, fazendo história na edição que acabou por ficar marcada como a mais justa do Oscar.
"Judy - Muito Além do Arco-íris", 2019. Dir. Rupert Goold. (assistido em 08/02/2020)
Esse é aquele tipo de filme feito sob medida para artista ser indicado(a) e, se a Academia for justa, ganhar o Oscar. Foi o caso da Renée Zellweger, neste filme. Ganhou todos os prêmios como melhor atriz, o que não foi diferente no Oscar, de onde saiu vitoriosa.
Aqui, ela interpreta a atriz e cantora Judy Garland (a Dorothy do "Mágico de Oz", na vida real, mãe da também atriz e cantora Lizza Minelli), numa atuação sensível, visceral e tocante, Renée brilha e conquista mostrando as últimas apresentações da cantora no final da década de 60, em Londres, bem como um pouco da vida pessoal da mesma, briga com o ex-marido, acabou ficando longe dos filhos pequenos e o quinto e último casamento que não deu certo.
O filme, apesar de não ser grandioso, tem seus momentos e entrega aquilo que se propôs a fazer: deixar Renée Zellweger brilhar e mostrar sua versatilidade e talento como atriz.
"Dor e Glória", 2019. Dir. Pedro Almodóvar. (assistido em 09/02/2020)
Almodóvar faz um bom trabalho, neste que acaba por se tornar o seu filme mais pessoal e repleto de significados. É um filme bonito. Cheio de cores, vibrante, ao mesmo tempo sensível e tocante, e com uma atuação convincente de Antonio Banderas, que faz um cineasta mergulhado nas dores e glórias da sua vida (tudo bem que, mais dores que as glórias, rs), e nada mais é do que a persona do próprio Almodóvar em cena (e ele entrega aqui, talvez a melhor interpretação da sua carreira.)
Por sua atuação, Banderas recebeu uma indicação de melhor ator, porém, o franco favorito era mesmo o Joaquin Phoenix, além do filme concorrer na categoria de melhor filme internacional, representando a Espanha (penso que tinha chances, mas "Parasita" passou à frente, convenhamos merecidamente.) O filme ainda conta com a participação especial da atriz Penélope Cruz, também de outros filmes do Almodóvar, que interpreta a mãe do personagem principal e também se sai muito bem.
Bonita fotografia do espanhol José Luis Alcaine, colaborador dos filmes do Almodóvar, além da trilha sonora marcante que pontua os momentos da história.
"Adoráveis Mulheres", 2019. Dir. Greta Gerwig. (assistido em 09/02/2020)
E sabem de uma coisa? Elas são adoráveis mesmo! Confesso que torci o nariz para esse filme, mas me surpreendeu, positivamente! Em mais outro trabalho indicado ao Oscar, a roteirista e diretora Greta Gerwig (de "Lady Bird") faz um ótimo trabalho e, merecia muito uma indicação na categoria de melhor direção.
Sobre o elenco, é formidável. Os jovens se saem muito bem, com destaque para a lindinha da Saoirse Roinan, Thymothe Chalamet (o "arroz de festa" rs), Florence Pugh, e o francês bonitinho Louis Garrel, além dos veteranos Laura Dern, Bob Odenkirk (de "Breaking Bad") e, a ponta de luxo de ninguém menos que Meryl Streep (mesmo em papel pequeno, muito me admira não ter sido indicada... apesar de já ter quebrado os recordes de indicações, rsrs).
O que me incomodou um pouco, foi a fotografia escura em alguns momentos, porém, até compreensível para a época em que se passa a história, mas nada que afete o bom desempenho do filme. Muito bom!
"1917", 2019. Dir. Sam Mendes. (assistido em 09/02/2020)
Mais um drama de guerra, tentando um "lugar ao sol" na temporada de premiação. Me lembrou muito "Dunkirk", do Nolan. Não acerca da história, mas o clima, a tensão, a temática. E pelo que lembro também, o filme do Nolan foi bem recebido, mas não se saiu bem no Oscar... Embora seja engraçado como a Academia gosta desse filão, além de atores que interpretem artistas já falecidos, ou mudem radicalmente (fisicamente falando).
Sam Mendes (ganhou melhor diretor pelo ótimo "Beleza Americana", e que andava meio sumido) faz um bom trabalho, apesar de ter ficado um pouco incomodado com sua câmera, que insiste em filmar os dois protagonistas sempre de costas, mas nada que tire o prestígio do filme. Por falar nos protagonistas, a dupla de jovens é talentosa e consegue se sair muito bem no quesito atuação. Penso até que, o que consegue chegar vivo ao final (spoiler brabo aí, desculpem), merecia pelo menos uma indicação. Temos também alguns rostos já conhecidos, como Colin Firth e Benedict Cumberbatch, ambos em papéis pequenos.
Na questão técnica, o filme é impecável. Visual e esteticamente falando, não deixa a desejar. A edição e mixagem de som, perfeitas, a ótima trilha sonora do Thomas Newman pontuando os momentos de tensão, além, claro, da belíssima fotografia do já conhecido, veterano (e ganhador por "Blade Runner 2049"), Roger Deakins - que ganhou sua segunda estatueta dourada, muito merecido.
O saldo do filme é positivo. Apesar de achar o roteiro, não ruim, eu diria, nem raso, mas talvez sem muita profundidade acerca dos personagens. Precisaria de tempo para debater sobre isso. O filme já te joga no meio do caos, personagens surgem rapidamente e pouco fazem, mas pelo menos o principal consegue atingir seu objetivo, que é acabar com uma guerra prestes a começar.
Porém, é só mais um filme de guerra. Nos próximos anos, quase certeza terão outros. Rs.
"JoJo Rabbit", 2019. Dir. Taika Waititi. (assistido em 09/02/2020)
Apesar da ótima sátira que faz e em tom extremamente sarcástico, o filme no fundo passa a ideia dos horrores da era nazista.
A graça do filme, certamente está na criança principal, além das interpretações da Scarlet Johansson (que também concorre como melhor atriz coadjuvante), Sam Rockwell (esse ano não foi indicado a nada, depois de ser indicado nos últimos dois anos, ganhando em um) e Taika Waititi, que atua, como Hitler, assina o roteiro e dirige.
Boa direção, bonita fotografia, ótima trilha sonora, aliados às boas atuações, o filme é um divertimento incrível.
"Heil Hitler" bem rápido... Impossível não rir nessa parte. Rsrs
"O Farol", 2019. Dir. Robert Eggers. (assistido em 09/02/2020)
O personagem do Pattinson passa o filme todo tentando descobrir o que tem no farol e no final: o diretor, mesmo de "A Bruxa", faz valer um dos gêneros que usa e abusa no filme. E se confirma como um nome que deve-se prestar atenção e dá algum valor, pois sabe andar no terreno do terror/suspense.
Fazia tempo que não assistia filme assim. O diretor muito bem sabe criar o clima, tensão, vai conduzindo bem o suspense, mas não sei se foi uma boa o que acontece no final. Penso que em alguns casos, torna-se uma estratégia que pode consagrar ou arruinar de vez todo o filme. No mais, as atuações do Wilem Dafoe (o personagem dele peida sempre) e do Robert Pattinson (enquanto esse, se masturba sem parar) como dois faroleiros sozinhos numa ilhota remota, para cuidar do tal farol do título, estão boas. A tensão sexual que existe entre os personagens e como eles vão mergulhando cada vez mais na paranóia até sucumbir à extrema loucura, não deixa de ser interessante. O filme também é recheado de simbologias e metáforas, a fotografia em preto e branco (indicada ao Oscar) é muito bonita e ajuda a dar o tom de mistério, bem como a música. O roteiro não é o melhor do filme, mas faz aquilo que se propôs: criar suspense. Vou tentar ver de novo depois.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista Agora"História de um Casamento", 2019. Dir. Noah Baumbach. (assistido em 08/02/2020)
Trata-se de um olhar sensível e tocante, acerca da ruptura e das fragilidades de um casamento e das relações humanas em geral. Mas acho que, o título também poderia ser "História de um Divórcio". Se encaixaria perfeitamente.
Eu, particularmente, gosto muito desse tipo de filme dramático, que é verborrágico, no qual os diálogos fortes, bem escritos e a presença marcante dos atores, dão o tom da história. Aqui, apesar de ser uma premissa até simples, a história é contada de forma excelente, mérito também, do roteiro bem escrito.
O ponto alto do filme é sem dúvida nenhuma as interpretações da Scarlet Johansson e do Adam Driver. Ambos estão ótimos nos papéis de ex-marido e mulher que tentam ter uma boa convivência no processo de divórcio, que acaba por atingir à todos que orbitam o tal "casal", principalmente, o filho. E tudo que eles tentam fazer, é também pensando no bem estar dessa criança. Que sabemos, em todo processo de divórcio, são quem mais sofre. Scarlet era uma forte candidata ao prêmio de melhor atriz. Mas Renée Zellweger estava mesmo um degrau acima das demais concorrentes em "Judy". Quanto ao Adam Driver, também era forte candidato a melhor ator, mas o favorito era mesmo o Joaquin Phoenix. Porém, há de se afirmar o quanto a Scarlet e o Adam são ótimos atores.
Bacana também a interpretação da Laura Dern, que por estar tão bem no filme, acabou ganhando como melhor atriz coadjuvante. Ainda com uma participação pequena do Ray Liota ("Os Bons Companheiros"). Incrível como essa temporada de filmes, tivemos a presença de muitos veteranos. É bom revê-los em cena, ainda que rápido.
Fotografia bonita, música, roteiro, boas atuações e a direção segura do Noah Baumbach, contribuíram de forma satisfatória para tornar "História de um Casamento" um ótimo filme. Eu gostei muito.
(Incrível como a Netflix, aos poucos, conseguiu com várias produções de alto nível, ganhar um espaço maior no Oscar esse ano.)
Nota: 4,5/5.
Parasita
4.5 3,6K Assista Agora"Parasita", 2019. Dir. Bong Joon-Ho. (assistido em 08/02/2020)
Senhores, que filme! Surpreendente, arrebatador, de tirar o fôlego!
Não conhecia nada desse diretor Bong Joon-Ho, mas ao assistir este seu novo trabalho (e já fui apresentado à obra dele, de forma satisfatória), vejo o quanto ele é talentoso. Quando pensamos que todas as histórias já foram contadas, vem este senhor e subverte todos os gêneros, entregando uma história para lá de incrível e instigante. Embora não conheça muito do cinema sul-coreano, todo o elenco está muito bem em seus papéis. Em especial, o pai e o filho da família pobre.
O filme explora o contraste da riqueza versus pobreza com uma realidade absurda, e mostra como a ascensão social, aqui de forma nada convencional, pode ter um custo alto para os que desejam fazer parte de um mundo que destoa da sua realidade (o caso da família Ki-taek, os "parasitas" do título), além de fazer com que nos coloquemos, ainda que eles estejam errados, no lugar de cada membro da família pobre, bem como os membros da família rica também. Chegaríamos a tal ponto, caso estivéssemos na situação da família Ki-taek?
Muito bem realizado e dirigido, bonita fotografia, música e com um roteiro inteligente, além de bem escrito, "Parasita" foi meu favorito à melhor filme internacional e roteiro original, ainda que só tenha conseguido assistir "Dor e Glória", do espanhol Almodóvar. Infelizmente, não consegui assistir aos outros. Enquanto Bong Joon-Ho, empatou com Martin Scorsese em meu favoritismo para melhor diretor.
E no final, deu mesmo Bong Joon-Ho como melhor diretor, além de que "Parasita" fora consagrado como melhor filme, muito merecidamente, fazendo história na edição que acabou por ficar marcada como a mais justa do Oscar.
Nota: 5/5.
Judy: Muito Além do Arco-Íris
3.4 356"Judy - Muito Além do Arco-íris", 2019. Dir. Rupert Goold. (assistido em 08/02/2020)
Esse é aquele tipo de filme feito sob medida para artista ser indicado(a) e, se a Academia for justa, ganhar o Oscar. Foi o caso da Renée Zellweger, neste filme. Ganhou todos os prêmios como melhor atriz, o que não foi diferente no Oscar, de onde saiu vitoriosa.
Aqui, ela interpreta a atriz e cantora Judy Garland (a Dorothy do "Mágico de Oz", na vida real, mãe da também atriz e cantora Lizza Minelli), numa atuação sensível, visceral e tocante, Renée brilha e conquista mostrando as últimas apresentações da cantora no final da década de 60, em Londres, bem como um pouco da vida pessoal da mesma, briga com o ex-marido, acabou ficando longe dos filhos pequenos e o quinto e último casamento que não deu certo.
O filme, apesar de não ser grandioso, tem seus momentos e entrega aquilo que se propôs a fazer: deixar Renée Zellweger brilhar e mostrar sua versatilidade e talento como atriz.
Nota: 3/5.
Dor e Glória
4.2 619 Assista Agora"Dor e Glória", 2019. Dir. Pedro Almodóvar. (assistido em 09/02/2020)
Almodóvar faz um bom trabalho, neste que acaba por se tornar o seu filme mais pessoal e repleto de significados. É um filme bonito. Cheio de cores, vibrante, ao mesmo tempo sensível e tocante, e com uma atuação convincente de Antonio Banderas, que faz um cineasta mergulhado nas dores e glórias da sua vida (tudo bem que, mais dores que as glórias, rs), e nada mais é do que a persona do próprio Almodóvar em cena (e ele entrega aqui, talvez a melhor interpretação da sua carreira.)
Por sua atuação, Banderas recebeu uma indicação de melhor ator, porém, o franco favorito era mesmo o Joaquin Phoenix, além do filme concorrer na categoria de melhor filme internacional, representando a Espanha (penso que tinha chances, mas "Parasita" passou à frente, convenhamos merecidamente.) O filme ainda conta com a participação especial da atriz Penélope Cruz, também de outros filmes do Almodóvar, que interpreta a mãe do personagem principal e também se sai muito bem.
Bonita fotografia do espanhol José Luis Alcaine, colaborador dos filmes do Almodóvar, além da trilha sonora marcante que pontua os momentos da história.
Nota: 4/5.
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista Agora"Adoráveis Mulheres", 2019. Dir. Greta Gerwig. (assistido em 09/02/2020)
E sabem de uma coisa? Elas são adoráveis mesmo! Confesso que torci o nariz para esse filme, mas me surpreendeu, positivamente! Em mais outro trabalho indicado ao Oscar, a roteirista e diretora Greta Gerwig (de "Lady Bird") faz um ótimo trabalho e, merecia muito uma indicação na categoria de melhor direção.
Sobre o elenco, é formidável. Os jovens se saem muito bem, com destaque para a lindinha da Saoirse Roinan, Thymothe Chalamet (o "arroz de festa" rs), Florence Pugh, e o francês bonitinho Louis Garrel, além dos veteranos Laura Dern, Bob Odenkirk (de "Breaking Bad") e, a ponta de luxo de ninguém menos que Meryl Streep (mesmo em papel pequeno, muito me admira não ter sido indicada... apesar de já ter quebrado os recordes de indicações, rsrs).
O que me incomodou um pouco, foi a fotografia escura em alguns momentos, porém, até compreensível para a época em que se passa a história, mas nada que afete o bom desempenho do filme. Muito bom!
Nota: 4/5.
1917
4.2 1,8K Assista Agora"1917", 2019. Dir. Sam Mendes. (assistido em 09/02/2020)
Mais um drama de guerra, tentando um "lugar ao sol" na temporada de premiação. Me lembrou muito "Dunkirk", do Nolan. Não acerca da história, mas o clima, a tensão, a temática. E pelo que lembro também, o filme do Nolan foi bem recebido, mas não se saiu bem no Oscar... Embora seja engraçado como a Academia gosta desse filão, além de atores que interpretem artistas já falecidos, ou mudem radicalmente (fisicamente falando).
Sam Mendes (ganhou melhor diretor pelo ótimo "Beleza Americana", e que andava meio sumido) faz um bom trabalho, apesar de ter ficado um pouco incomodado com sua câmera, que insiste em filmar os dois protagonistas sempre de costas, mas nada que tire o prestígio do filme. Por falar nos protagonistas, a dupla de jovens é talentosa e consegue se sair muito bem no quesito atuação. Penso até que, o que consegue chegar vivo ao final (spoiler brabo aí, desculpem), merecia pelo menos uma indicação. Temos também alguns rostos já conhecidos, como Colin Firth e Benedict Cumberbatch, ambos em papéis pequenos.
Na questão técnica, o filme é impecável. Visual e esteticamente falando, não deixa a desejar. A edição e mixagem de som, perfeitas, a ótima trilha sonora do Thomas Newman pontuando os momentos de tensão, além, claro, da belíssima fotografia do já conhecido, veterano (e ganhador por "Blade Runner 2049"), Roger Deakins - que ganhou sua segunda estatueta dourada, muito merecido.
O saldo do filme é positivo. Apesar de achar o roteiro, não ruim, eu diria, nem raso, mas talvez sem muita profundidade acerca dos personagens. Precisaria de tempo para debater sobre isso. O filme já te joga no meio do caos, personagens surgem rapidamente e pouco fazem, mas pelo menos o principal consegue atingir seu objetivo, que é acabar com uma guerra prestes a começar.
Porém, é só mais um filme de guerra. Nos próximos anos, quase certeza terão outros. Rs.
Nota: 3,5/5
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista Agora"JoJo Rabbit", 2019. Dir. Taika Waititi. (assistido em 09/02/2020)
Apesar da ótima sátira que faz e em tom extremamente sarcástico, o filme no fundo passa a ideia dos horrores da era nazista.
A graça do filme, certamente está na criança principal, além das interpretações da Scarlet Johansson (que também concorre como melhor atriz coadjuvante), Sam Rockwell (esse ano não foi indicado a nada, depois de ser indicado nos últimos dois anos, ganhando em um) e Taika Waititi, que atua, como Hitler, assina o roteiro e dirige.
Boa direção, bonita fotografia, ótima trilha sonora, aliados às boas atuações, o filme é um divertimento incrível.
"Heil Hitler" bem rápido... Impossível não rir nessa parte. Rsrs
Nota: 4/5.
O Farol
3.8 1,6K Assista Agora"O Farol", 2019. Dir. Robert Eggers. (assistido em 09/02/2020)
O personagem do Pattinson passa o filme todo tentando descobrir o que tem no farol e no final: o diretor, mesmo de "A Bruxa", faz valer um dos gêneros que usa e abusa no filme. E se confirma como um nome que deve-se prestar atenção e dá algum valor, pois sabe andar no terreno do terror/suspense.
Fazia tempo que não assistia filme assim. O diretor muito bem sabe criar o clima, tensão, vai conduzindo bem o suspense, mas não sei se foi uma boa o que acontece no final. Penso que em alguns casos, torna-se uma estratégia que pode consagrar ou arruinar de vez todo o filme.
No mais, as atuações do Wilem Dafoe (o personagem dele peida sempre) e do Robert Pattinson (enquanto esse, se masturba sem parar) como dois faroleiros sozinhos numa ilhota remota, para cuidar do tal farol do título, estão boas. A tensão sexual que existe entre os personagens e como eles vão mergulhando cada vez mais na paranóia até sucumbir à extrema loucura, não deixa de ser interessante. O filme também é recheado de simbologias e metáforas, a fotografia em preto e branco (indicada ao Oscar) é muito bonita e ajuda a dar o tom de mistério, bem como a música. O roteiro não é o melhor do filme, mas faz aquilo que se propôs: criar suspense. Vou tentar ver de novo depois.
Nota: 3,5/5.