O filme representa magistralmente como a arte pode ser uma válvula de escape, ao mesmo tempo que reflete seu poder alienador diante de situações políticas opressoras. Também trás uma discussão ousada (para época) acerca da transsexualidade (confundida como homossexualidade) e sua elaboração pelo próprio sujeito trans. É um filme que transpira Brasil, por expor sua crua realidade, mas que ao mesmo tempo passa pela tangente em sua essência, devido ao fato de seus diálogos serem em inglês.
Apesar do gênero terror não ser (nem de longe) o meu favorito em filmes, essa produção específica tem um desenvolvimento de narrativa cujos aspectos me chamaram bastante a atenção.Um deles é a forma como a maternidade/paternidade tóxicas são trabalhadas e como isso é trazido à cena como algo relevante na construção da personalidade dos personagens. Além disso, gostei bastante da caracterização e atuação do Pennywise em específico e dos bravos personagens principais no geral. Como ponto fraco, me irritou muito aqueles balões vermelhos feitos com um efeito especial RISÍVEL.
Talvez minha crítica seja injusta por ser anacrônica e não levar em conta o contexto das discussões levantadas na época ou mesmo as limitações tecnológicas do período. Entretanto, fiquei decepcionado com o filme, que me passou a sensação de não ter se desenvolvido hora nenhuma. Como se o enredo se arrastasse, mas o ápice ou mesmo o aprofundamento da problemática nunca chegassem. Me senti como se o filme fosse baseado no "quase lá". Para mim, interessante mesmo foi apreciar a estética de futuro que se tinha naquela época. Fora isso tudo mais foi frustrante.
Entretanto, o que mais me incomodou foi o fato dos mesmos atores terem feito os personagens em diferentes momentos de suas vidas, fato que não me convenceu e até me atrapalhou imergir completamente na história em sua primeira fase. Afinal, difícil abstrair na história com um homem que aparenta mais de 30 anos fazendo o papel de um adolescente de cerca de 17. Assim, atitudes tomadas pelo jovem "adolescente" pareceram mais ridículas e farsescas do que inocentes, como deveria ser, suponho.
Fora isso, o enredo é interessante e bastante sincero.
A atuação de Meryl Streep dispensa comentários, já que ela conseguiu, mais uma vez, imprimir bastante verdade em sua atuação. O filme em si tem uma história simples (por ser biográfica), mas que é contada de forma leve e bastante divertida, culminando num ponto focal de emoção em seus momentos finais que envolve o espectador em profunda empatia pela personagem. Há ainda a história de amor envolvendo Florence e o marido, que apesar de atípica, pode-se perceber bastante sincera e carinhosa, ao ponto de Mr. Bayfield ser quase um abnegado. Por fim, não pode ficar de fora a magnífica fotografia, que conseguiu reconstruir uma Nova York dos anos quarenta de forma magistralmente impecável.
e que o que a magreza de Trevor (e Bale) é a única base que sustenta a consecução e desenvolvimento do roteiro, há neste filme pelo menos um grande ponto positivo: o
desenvolvimento simbólico do sentimento de culpa, estruturado em reações psicossomáticas e delírios provocados por (numa interpretação psicanalítica)expressões constantes de um Supereu intensamente punidor.
Apesar da corrente interpretação da obra enquanto uma alegoria da história bíblica, a interpretação que me foi mais sensível e que me ocorreu de imediato foi aquela que remete à
estrutura de uma relação abusiva, que anula a mulher em sua subjetividade e que a desrespeita em todas as suas nuances. O homem enquanto um ser egocêntrico e dominador, que domina e destrói a figura feminina em um ciclo abusador interminável.
O filme é magistralmente construído e preenche a tela com o desenrolar dos acontecimentos. É uma película sobre televisão e toda a superficialidade dos programas de auditório e demais produtos televisivos que buscam a audiência a todo custo; mas também é uma produção que reflete bem o aspecto da "agonia do palhaço", com toda a carga emotiva e simbólica que esse conceito pode ter, do personagem que apesar de fazer rir, carrega consigo um fardo que o entristece e corrói.
Esse filme me lembrou um pouco de um texto de Modris Eksteins e Marc Ferro, em que os autores discorrem sobre os horrores da II Grande Guerra, mas também sobre as motivações que mantinham os combatentes, mesmo numa situação de sofrimento e penúria extremos, no fronte de combate. Ao fim e ao cabo, desenvolvem esses autores, que o que os mantinha ali eram os laços de companheirismo que desenvolviam com seus colegas combatentes. Esse filme me lembrou e me fez refletir sobre essas formas de companheirismo em tempos de guerra. Em verdade, a grande mensagem passada pela história é justamente o precisar do outro como um aspecto importante para se vencer aquela batalha. Claro que mesmo o companheirismo evidenciou seus limites, bem como resvalou fortemente na noção artificial de nação e seu consequente favoritismo endogrupal, entretanto, isso também pode ser tomado como essência da mensagem. Tecnicamente a fotografia é magnífica e ali percebemos bem a assinatura de Nolan. Os efeitos sonoros e visuais também estão muito bons e nos permitem imergir na atmosfera bélica da narrativa. A trilha sonora talvez seja o ponto mais ausente, mas faz sentido se pensarmos sobre a temática do filme e a sobriedade necessária. Pode ser um filme comedido e pouco dado às ousadias, se pensarmos em outras produções do mesmo diretor, mas não deixa de ser uma produção interessante (mesmo que morna em alguns pontos) que contribui para versões narrativas verossímeis de um evento historicamente localizado.
Apesar dos clichés típicos de filmes com essa temática mais dramática, a película conseguiu trazer emoção e sensibilidade na medida certa. Não se deixou cair no sentimentalismo açucarado e barato, nos apresentando um Auggie Pullman divertido, inteligentíssimo e feliz, mesmo com todos os impropérios de sua vida. Isso nos faz admirar o personagem, ao invés de sentir pena de sua condição. Outro ponto positivo é o filme não ser centrado em Auggie em si, mas também desenvolver as historias dos personagens paralelos da trama. Ao fim e ao cabo, isso permite que a história reflita mais sobre bullying e os dilemas escolares que tão fortemente afligem diversos estudantes. Acima de tudo, é um bom filme para se pensar a educação!
Ainda estou digerindo algumas coisas do roteiro desse filme. Não sei se ele foi construído para ser enigmático e complexo ou se apenas foi desenvolvido de uma forma errada que fez com que ele ficasse confuso. Apesar disso, ele não deixa de ser no mínimo intrigante e, como ponto positivo, tecnicamente impecável: estou admirado pela qualidade dos efeitos visuais e sonoros, assim como pela trilha sonora "asséptica" que deu o tom adequado ao desenrolar dos acontecimentos.
Distopias sempre me chamam atenção pelo cenário sombrio e distorcido (mas por vezes bastante verossímil) que elas trazem. Essa não foi diferente, e sua pegada "Black Mirror", com um futuro mais próximo e crível deu o tom à narrativa. A crítica aos modelos de relacionamento e seu imperativo é patente. Talvez o recurso da narração pudesse ter sido melhor utilizado, favorecendo até mesmo a condução da crítica social em questão.
Apesar das críticas ao filme (nem o Tarantino gosta dele) eu o achei bem interessante. Para mim, esse caráter mambembe e farsesco de produção barata e mal feita, serviu como um chamariz maior sobre o que estaria por vir. É o clássico "filme ruim mas que é bom"! Claro que alguns aspectos do roteiro poderiam ser melhor trabalhados nesse trash, principalmente para que a história fluísse melhor, entretanto, os diálogos banais e bem desenrolados, a violência e a vingança são marcas fortes da identidade do diretor e que eu particularmente aprecio. Vale ressaltar ainda, as referências à Kill Bill que são deliciosas!
O filme tem seu encanto. A interpretação doce e pueril de Björk concede à sua personagem uma magia singular. Sua voz única e inconfundível contribui ainda mais para a docilidade de Selma. Aspectos relacionados à paleta de cores do filme, bem como o jogo de câmeras são destacáveis pela originalidade. Entretanto, eu particularmente tenho certo ranço com Lars Von Trier e seu estilo de contar histórias, algo que nessa obra em específico se deveu à maneira bastante inverossímil do desenrolar dos fatos. Algo que, de certa forma, deu tom farsesco a um drama potente.
Os aspectos interessantes do filme são a trilha e a cena inicial de perseguição. Mas ao invés do nome do filme em português ser "Em ritmo de fuga" deveria ser "Em ritmo do cliché", porque foram vários espalhados durante a trama pouco contundente e bastante superficial.
O roteiro é bem fraquinho e tirando a divertidíssima primeira cena, o vilão não tem nenhuma outra participação expressiva. A trilha sonora é digna de nota, porém, insuperável mesmo é apenas o primeiro filme.
Dois elementos desse filme são importantíssimos pelo seu poder de nos trazer à mente reflexões interessantes: o primeiro deles é a questão da educação inclusiva, tão ostensivamente negada ao Christy durante praticamente toda sua infância e algo que ainda representa uma realidade em rincões mais pobres e esquecidos do Brasil. O segundo elemento é a questão social da valorização estética do amor, que relega o personagem ao segundo plano durante quase toda a sua vida, no que tange as incursões em relações amorosas, devido a este não apresentar uma beleza "normal". A este, é destinado apenas o amor fraternal ou em forma de cuidado. Todas essas questões, entretanto, são relegadas ao segundo plano, por estarmos simplesmente absortos por essa interpretação brilhante (por vezes sobrenatural) de Daniel Day-Lewis!
Fazendo uma análise maximizada, acrescentando elementos político-sociais ao meu ponto de vista, os juízes são nada mais do que emulações de uma força policial autoritária que entende-se como a representação de uma verdade. Assim, sua palavra é lei e determinação irrevogável. A sociedade futurista é uma representação hiperbólica das desigualdades sociais criadas por um sistema que em sua base sempre foi propagador de tais disparidades e que combate os reflexos nefastos da má distribuição de renda por meio da violência (não à causa da desigualdade, mas sim à sua consequência). Interessantíssimo a representação de periferia, não da forma como conhecemos, mas sim por meio de edifícios amontoadores de gente, uma espécie de gueto "assepsiado" criado por um Estado controlador das vontades. O personagem principal não cabe numa definição de herói, mas sim na representação desta repressão. Sua atuação pode evocar sentimentos tanto de júbilo (para aqueles que concordam com esse tipo de atitude proto-fascista), como de repulsa (para aqueles que não acham que uma sociedade policial é a saída para os problemas sociais). Em nenhum momento o filme define claramente de qual lado deste debate está, o que abre margem para interpretações ou desconforto. Apenas o elemento sobrenatural me incomodou um pouco, pois me pareceu inverossímil ou desencaixado com os demais componentes da narrativa.
Não fui fisgado pelo "clima" do filme. Apesar de ser possível fazer algumas interpretações extensivas a respeito do enredo, trazendo à reflexão críticas ao modo deletério da convivência humana, o filme em si não me agradou muito. Talvez tenha sido a estética ou mesmo a mistura do sobrenatural com crítica social, que da forma como foi feito me fez torcer o nariz.
O enredo é interessante, apesar de eu estar esperando um Plot Twist que não veio. A atuação do Al Pacino no início me incomodou um pouco, pois o personagem pareceu um pouco farsesco (como se a ideia fosse passar a todo custo a noção do detetive ser idealmente brilhante e infalível), mas com o desenvolvimento do narrativa Al Pacino pareceu ter encontrado um equilíbrio, conseguindo dar maior veracidade a Dormer. Por ser ainda um dos trabalhos inicias de Nolan, a trilha sonora ainda não afigurou-se como uma grande assinatura, de maneira que no filme ela pareceu meio desencontrada com algumas das cenas. Como pontos positivos pode-se destacar as discussões em torno de uma
moralidade imperfeita de um personagem que supostamente deveria representar a "imparcialidade e objetividade" da lei, mas que deixa-se levar pelo orgulho e vaidade de sua carreira bem estruturada
, bem como a fotografia, que consegue transmitir magistralmente a sensação de atmosfera fria.
O universo de fantasia do filme não me encantou como eu esperava (como aconteceu com A viagem de Chihiro, por exemplo). Mas a animação não deixa de ser doce e delicada, construída com momentos aparentemente simples mas que são carregados de significado e poesia.
Esse filme foi uma grata surpresa! Divertido, com uma trilha sonora empolgante e com pinceladas de drama que dão graciosidade e profundidade ao enredo. Além disso, o fato de suas protagonistas serem duas pessoas transgênero que nunca atuaram anteriormente e também o detalhe de que o filme foi filmado todo com câmera de celular dão um ar de verossimilhança e proximidade do real bem mais intensa (isso sem deixar o filme com aparência de documentário).
Um Conto Chinês
4.0 852 Assista AgoraMistura perfeita de humor com uma pincelada de drama, que confere à história uma sensibilidade ímpar.
O Beijo da Mulher-Aranha
3.9 256 Assista AgoraO filme representa magistralmente como a arte pode ser uma válvula de escape, ao mesmo tempo que reflete seu poder alienador diante de situações políticas opressoras. Também trás uma discussão ousada (para época) acerca da transsexualidade (confundida como homossexualidade) e sua elaboração pelo próprio sujeito trans.
É um filme que transpira Brasil, por expor sua crua realidade, mas que ao mesmo tempo passa pela tangente em sua essência, devido ao fato de seus diálogos serem em inglês.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraApesar do gênero terror não ser (nem de longe) o meu favorito em filmes, essa produção específica tem um desenvolvimento de narrativa cujos aspectos me chamaram bastante a atenção.Um deles é a forma como a maternidade/paternidade tóxicas são trabalhadas e como isso é trazido à cena como algo relevante na construção da personalidade dos personagens. Além disso, gostei bastante da caracterização e atuação do Pennywise em específico e dos bravos personagens principais no geral.
Como ponto fraco, me irritou muito aqueles balões vermelhos feitos com um efeito especial RISÍVEL.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraTalvez minha crítica seja injusta por ser anacrônica e não levar em conta o contexto das discussões levantadas na época ou mesmo as limitações tecnológicas do período. Entretanto, fiquei decepcionado com o filme, que me passou a sensação de não ter se desenvolvido hora nenhuma. Como se o enredo se arrastasse, mas o ápice ou mesmo o aprofundamento da problemática nunca chegassem. Me senti como se o filme fosse baseado no "quase lá". Para mim, interessante mesmo foi apreciar a estética de futuro que se tinha naquela época. Fora isso tudo mais foi frustrante.
O Amor é Para Todos
4.0 333História boa, apesar de não ter me surpreendido tanto.
Entretanto, o que mais me incomodou foi o fato dos mesmos atores terem feito os personagens em diferentes momentos de suas vidas, fato que não me convenceu e até me atrapalhou imergir completamente na história em sua primeira fase. Afinal, difícil abstrair na história com um homem que aparenta mais de 30 anos fazendo o papel de um adolescente de cerca de 17. Assim, atitudes tomadas pelo jovem "adolescente" pareceram mais ridículas e farsescas do que inocentes, como deveria ser, suponho.
Florence: Quem é Essa Mulher?
3.5 351 Assista AgoraA atuação de Meryl Streep dispensa comentários, já que ela conseguiu, mais uma vez, imprimir bastante verdade em sua atuação. O filme em si tem uma história simples (por ser biográfica), mas que é contada de forma leve e bastante divertida, culminando num ponto focal de emoção em seus momentos finais que envolve o espectador em profunda empatia pela personagem. Há ainda a história de amor envolvendo Florence e o marido, que apesar de atípica, pode-se perceber bastante sincera e carinhosa, ao ponto de Mr. Bayfield ser quase um abnegado.
Por fim, não pode ficar de fora a magnífica fotografia, que conseguiu reconstruir uma Nova York dos anos quarenta de forma magistralmente impecável.
O Operário
4.0 1,3K Assista AgoraApesar de me parecer a todo instante que o filme faz uma emulação constante à
Clube da Luta
desenvolvimento simbólico do sentimento de culpa, estruturado em reações psicossomáticas e delírios provocados por (numa interpretação psicanalítica)expressões constantes de um Supereu intensamente punidor.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraApesar da corrente interpretação da obra enquanto uma alegoria da história bíblica, a interpretação que me foi mais sensível e que me ocorreu de imediato foi aquela que remete à
estrutura de uma relação abusiva, que anula a mulher em sua subjetividade e que a desrespeita em todas as suas nuances. O homem enquanto um ser egocêntrico e dominador, que domina e destrói a figura feminina em um ciclo abusador interminável.
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista AgoraO filme é magistralmente construído e preenche a tela com o desenrolar dos acontecimentos. É uma película sobre televisão e toda a superficialidade dos programas de auditório e demais produtos televisivos que buscam a audiência a todo custo; mas também é uma produção que reflete bem o aspecto da "agonia do palhaço", com toda a carga emotiva e simbólica que esse conceito pode ter, do personagem que apesar de fazer rir, carrega consigo um fardo que o entristece e corrói.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraEsse filme me lembrou um pouco de um texto de Modris Eksteins e Marc Ferro, em que os autores discorrem sobre os horrores da II Grande Guerra, mas também sobre as motivações que mantinham os combatentes, mesmo numa situação de sofrimento e penúria extremos, no fronte de combate. Ao fim e ao cabo, desenvolvem esses autores, que o que os mantinha ali eram os laços de companheirismo que desenvolviam com seus colegas combatentes.
Esse filme me lembrou e me fez refletir sobre essas formas de companheirismo em tempos de guerra. Em verdade, a grande mensagem passada pela história é justamente o precisar do outro como um aspecto importante para se vencer aquela batalha. Claro que mesmo o companheirismo evidenciou seus limites, bem como resvalou fortemente na noção artificial de nação e seu consequente favoritismo endogrupal, entretanto, isso também pode ser tomado como essência da mensagem.
Tecnicamente a fotografia é magnífica e ali percebemos bem a assinatura de Nolan. Os efeitos sonoros e visuais também estão muito bons e nos permitem imergir na atmosfera bélica da narrativa. A trilha sonora talvez seja o ponto mais ausente, mas faz sentido se pensarmos sobre a temática do filme e a sobriedade necessária.
Pode ser um filme comedido e pouco dado às ousadias, se pensarmos em outras produções do mesmo diretor, mas não deixa de ser uma produção interessante (mesmo que morna em alguns pontos) que contribui para versões narrativas verossímeis de um evento historicamente localizado.
Extraordinário
4.3 2,1K Assista AgoraApesar dos clichés típicos de filmes com essa temática mais dramática, a película conseguiu trazer emoção e sensibilidade na medida certa. Não se deixou cair no sentimentalismo açucarado e barato, nos apresentando um Auggie Pullman divertido, inteligentíssimo e feliz, mesmo com todos os impropérios de sua vida. Isso nos faz admirar o personagem, ao invés de sentir pena de sua condição.
Outro ponto positivo é o filme não ser centrado em Auggie em si, mas também desenvolver as historias dos personagens paralelos da trama. Ao fim e ao cabo, isso permite que a história reflita mais sobre bullying e os dilemas escolares que tão fortemente afligem diversos estudantes.
Acima de tudo, é um bom filme para se pensar a educação!
Oblivion
3.2 1,7K Assista AgoraAinda estou digerindo algumas coisas do roteiro desse filme. Não sei se ele foi construído para ser enigmático e complexo ou se apenas foi desenvolvido de uma forma errada que fez com que ele ficasse confuso. Apesar disso, ele não deixa de ser no mínimo intrigante e, como ponto positivo, tecnicamente impecável: estou admirado pela qualidade dos efeitos visuais e sonoros, assim como pela trilha sonora "asséptica" que deu o tom adequado ao desenrolar dos acontecimentos.
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraDistopias sempre me chamam atenção pelo cenário sombrio e distorcido (mas por vezes bastante verossímil) que elas trazem. Essa não foi diferente, e sua pegada "Black Mirror", com um futuro mais próximo e crível deu o tom à narrativa. A crítica aos modelos de relacionamento e seu imperativo é patente. Talvez o recurso da narração pudesse ter sido melhor utilizado, favorecendo até mesmo a condução da crítica social em questão.
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista AgoraApesar das críticas ao filme (nem o Tarantino gosta dele) eu o achei bem interessante. Para mim, esse caráter mambembe e farsesco de produção barata e mal feita, serviu como um chamariz maior sobre o que estaria por vir. É o clássico "filme ruim mas que é bom"! Claro que alguns aspectos do roteiro poderiam ser melhor trabalhados nesse trash, principalmente para que a história fluísse melhor, entretanto, os diálogos banais e bem desenrolados, a violência e a vingança são marcas fortes da identidade do diretor e que eu particularmente aprecio. Vale ressaltar ainda, as referências à Kill Bill que são deliciosas!
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraO filme tem seu encanto. A interpretação doce e pueril de Björk concede à sua personagem uma magia singular. Sua voz única e inconfundível contribui ainda mais para a docilidade de Selma. Aspectos relacionados à paleta de cores do filme, bem como o jogo de câmeras são destacáveis pela originalidade.
Entretanto, eu particularmente tenho certo ranço com Lars Von Trier e seu estilo de contar histórias, algo que nessa obra em específico se deveu à maneira bastante inverossímil do desenrolar dos fatos. Algo que, de certa forma, deu tom farsesco a um drama potente.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraOs aspectos interessantes do filme são a trilha e a cena inicial de perseguição. Mas ao invés do nome do filme em português ser "Em ritmo de fuga" deveria ser "Em ritmo do cliché", porque foram vários espalhados durante a trama pouco contundente e bastante superficial.
Meu Malvado Favorito 3
3.4 404 Assista AgoraO roteiro é bem fraquinho e tirando a divertidíssima primeira cena, o vilão não tem nenhuma outra participação expressiva. A trilha sonora é digna de nota, porém, insuperável mesmo é apenas o primeiro filme.
Meu Pé Esquerdo
4.2 419Dois elementos desse filme são importantíssimos pelo seu poder de nos trazer à mente reflexões interessantes: o primeiro deles é a questão da educação inclusiva, tão ostensivamente negada ao Christy durante praticamente toda sua infância e algo que ainda representa uma realidade em rincões mais pobres e esquecidos do Brasil. O segundo elemento é a questão social da valorização estética do amor, que relega o personagem ao segundo plano durante quase toda a sua vida, no que tange as incursões em relações amorosas, devido a este não apresentar uma beleza "normal". A este, é destinado apenas o amor fraternal ou em forma de cuidado.
Todas essas questões, entretanto, são relegadas ao segundo plano, por estarmos simplesmente absortos por essa interpretação brilhante (por vezes sobrenatural) de Daniel Day-Lewis!
Dredd
3.6 1,4K Assista AgoraFazendo uma análise maximizada, acrescentando elementos político-sociais ao meu ponto de vista, os juízes são nada mais do que emulações de uma força policial autoritária que entende-se como a representação de uma verdade. Assim, sua palavra é lei e determinação irrevogável. A sociedade futurista é uma representação hiperbólica das desigualdades sociais criadas por um sistema que em sua base sempre foi propagador de tais disparidades e que combate os reflexos nefastos da má distribuição de renda por meio da violência (não à causa da desigualdade, mas sim à sua consequência). Interessantíssimo a representação de periferia, não da forma como conhecemos, mas sim por meio de edifícios amontoadores de gente, uma espécie de gueto "assepsiado" criado por um Estado controlador das vontades.
O personagem principal não cabe numa definição de herói, mas sim na representação desta repressão. Sua atuação pode evocar sentimentos tanto de júbilo (para aqueles que concordam com esse tipo de atitude proto-fascista), como de repulsa (para aqueles que não acham que uma sociedade policial é a saída para os problemas sociais). Em nenhum momento o filme define claramente de qual lado deste debate está, o que abre margem para interpretações ou desconforto.
Apenas o elemento sobrenatural me incomodou um pouco, pois me pareceu inverossímil ou desencaixado com os demais componentes da narrativa.
A Cidade dos Amaldiçoados
3.1 352 Assista AgoraNão fui fisgado pelo "clima" do filme. Apesar de ser possível fazer algumas interpretações extensivas a respeito do enredo, trazendo à reflexão críticas ao modo deletério da convivência humana, o filme em si não me agradou muito. Talvez tenha sido a estética ou mesmo a mistura do sobrenatural com crítica social, que da forma como foi feito me fez torcer o nariz.
Insônia
3.4 412 Assista AgoraO enredo é interessante, apesar de eu estar esperando um Plot Twist que não veio. A atuação do Al Pacino no início me incomodou um pouco, pois o personagem pareceu um pouco farsesco (como se a ideia fosse passar a todo custo a noção do detetive ser idealmente brilhante e infalível), mas com o desenvolvimento do narrativa Al Pacino pareceu ter encontrado um equilíbrio, conseguindo dar maior veracidade a Dormer. Por ser ainda um dos trabalhos inicias de Nolan, a trilha sonora ainda não afigurou-se como uma grande assinatura, de maneira que no filme ela pareceu meio desencontrada com algumas das cenas.
Como pontos positivos pode-se destacar as discussões em torno de uma
moralidade imperfeita de um personagem que supostamente deveria representar a "imparcialidade e objetividade" da lei, mas que deixa-se levar pelo orgulho e vaidade de sua carreira bem estruturada
Meu Amigo Totoro
4.3 1,3K Assista AgoraO universo de fantasia do filme não me encantou como eu esperava (como aconteceu com A viagem de Chihiro, por exemplo). Mas a animação não deixa de ser doce e delicada, construída com momentos aparentemente simples mas que são carregados de significado e poesia.
Lion: Uma Jornada para Casa
4.3 1,9K Assista AgoraAtuações memoráveis e história emocionante. Nos faz refletir sobre nossas raízes e como estar em desarmonia com elas pode nos trazer a falta de paz.
Tangerina
4.0 278 Assista AgoraEsse filme foi uma grata surpresa! Divertido, com uma trilha sonora empolgante e com pinceladas de drama que dão graciosidade e profundidade ao enredo. Além disso, o fato de suas protagonistas serem duas pessoas transgênero que nunca atuaram anteriormente e também o detalhe de que o filme foi filmado todo com câmera de celular dão um ar de verossimilhança e proximidade do real bem mais intensa (isso sem deixar o filme com aparência de documentário).