Últimas opiniões enviadas
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Antônia é um filme importante pelo que retrata e por quem o filme retrata. Gosto do tom carlosreichenbacheriano que a Tata Amaral reveste a história das meninas, mas que torna seu realismo menos embrutecido por meio de uma musicalidade contagiante. Esse olhar feminino para uma história feminina e periférica tem uma sentido positivo que afasta o filme de um docudrama (as atuações várias vezes suscitam o improviso e funcionam bem nesse esquema) na medida em que a música da o tom do filme e do caminho das personagens. Antônia é um olhar único no cinema nacional para a cena do rap paulistano por uma perspectiva feminina, mais rara ainda, assim como a formação de um girl group que só funcionou nas tela. Parecia um sonho e deve ter sido assim pra elas. O sonho é desfeito com a morte de Cindy Mendes (quem melhor cantava rap entre as quatro) antes do quarenta anos de idade. É a queda triste na realidade que não deixa de nos lembrar que Antônia era um retrato da sociedade. Duro de acreditar que pouca coisa mudou, que o sonho muitas vezes não se concretiza.
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Confesso que essa futilidade exacerbada me encheu o saco em determinado momento... mas ok, é uma série que trata sobre um certo estilo de vida e sociedade que já acabou há muito tempo. Essas mulheres nem poderiam existir hoje em dia e a cena final maravilhosa deixa isso perfeitamente entendível. Naomi Watts e Tom Hollander estão perfeitos, mas sei lá, sinto que faltou algo. São muitas mulheres e só enxergamos elas, algumas, pouquíssimas vezes, pela ótica do Capote. Parece impossível de fato saber quem eram essas mulheres para além da pura manutenção infinita de status quo. Diane Lane rouba a cena quase sempre que pode.