fui dormir ontem as 5h da manhã assistindo Fleabag em uma tacada só. ao terminar, fiquei sentado e sentindo tudo que vi. aí intenso que sou (culpa do meu eneagrama tipo 4 rs), comecei a fazer um paralelo com a minha vida e olha, foi difícil segurar o choro no peito.
Fleabag foi uma das coisas mais arrebatadora, inteligente, gostosa e difícil de assistir. quando tudo acabou, ficou no peito a sensação de que não queria me desfazer do vínculo que criei com a personagem.
acredito que a própria precisava seguir o o rumo da vida dela e, com a conexão com a "gente" (por meio da queda da quarta parede), ia ser difícil. a cena final no ponto de ônibus (e a do jantar no primeiro episódio da segunda temporada) vai ficar marcado em mim por um bom tempo.
os dialogos são incriveis, daqueles que você tem vontade de anotar e usar em algum momento da sua vida.
Phoebe (conte comigo pra tudo), além de criar todo esse mundo de Fleabag, entrega uma atuação primorosa, criando uma personagem que a gente ama (mesmo não concordando com algumas atitudes) e se identifica e fica torcendo por ela o tempo todo,
Olivia Colman, meu deus, também conte comigo pra tudo. eu odiava a madrasta dela, mas eu ficava apreensivo pra ver mais cenas das duas juntas.
não vejo a hora de conferir mais o trabalho de Phoebe (e talvez amenizar a saudade que vou sentir de Fleabag que, sem dúvidas, vou lembrar por muito tempo).
Tá. Eu sou suspeito pra falar, pois admiro tudo que a Fernanda Montenegro faz, mas que mulher é essa. Com poucos minutos em tela, Montenegro consegue entregar uma atuação poderosíssima (muitas vezes, apenas com gestos e olhares). Eu não conseguia desgrudar o olhar da tela quando ela surgiu. Sem dúvidas, levou toda a história pra um patamar ainda maior.
“Preciso contar minha história do jeito certo. Porque sair do armário, pra mim, não foi nada fácil. [...] 70% das pessoas que viviam ao meu redor acreditavam que a homossexualidade deveria ser um ato criminoso. 70% daqueles que me criaram, me amaram, em quem eu confiava, acreditavam que a homossexualidade era pecado, que homossexuais eram pedófilos, sub-humanos e abomináveis. Setenta por cento. Quando eu me identifiquei como gay, já era tarde demais. Eu já era homofóbica. E você não muda isso num estalar de dedos. Não, você internaliza aquela homofobia e aprende a se odiar. Se odiar profundamente. Fiquei encolhida, encharcada de vergonha, no armário, por dez anos. Por que o armário só impede que te vejam, não é à prova de vergonha. Se você enche uma criança de vergonha, ela não consegue desenvolver vias neurais que carregam pensamentos de autovalorização. O ódio de si mesma é uma semente que só pode vir de fora. Quando se faz isso com uma criança, isso vira uma praga resistente, que cresce rápido. A criança não sabe agir diferente. Isso se torna natural como a gravidade. Quando eu saí do armário, só o que eu sabia fazer era ser invisível e me odiar. Demorei dez anos para entender que eu podia ocupar espaço no mundo. Mas eu já tinha transformado tudo em piada como se não importasse. Preciso contar minha história do jeito certo, porque paguei caro por uma lição que parece que ninguém quis aprender. Achamos mais importantes estar certos do que apelar para a humanidade daqueles de quem discordamos. A ignorância sempre estará entre nós, porque nunca vamos saber todas as coisas. Preciso contar do jeito certo por que você aprende com a parte da história na qual foca”.
A gente fica inconformado o tempo todo. Inconformado do porquê tudo aquilo está acontecendo. Porquê as pessoas não dão um fim naquilo tudo. E, principalmente, inconformado com toda proporção que aquilo tudo tomou.
Eu acredito que ter jogado aquele "INSPIRED BY TRUE EVENTS" em caixa alta e em toda tela, logo no começo do filme, é para que você se lembre, a cada vez que estiver inconformado com tudo, que aquilo tudo foi real.
E se você for como eu, vai pesquisar e ver que tudo que aconteceu é tão real e assustador como mostrado no filme.
É incrível como esta serie consegue entregar um drama familiar tão bem construído, fugindo de todos os clichês que costumamos ver neste gênero.
O melhor é que não precisa de muita coisa. É simples. É o que é. Mas fazem isso de uma forma magistral.
Vou carregar esta temporada comigo por um bom tempo. E o grande motivo disso não é o tal episódio que todo mundo esperava. Mas sim o episódio 15 (The Car).
Este, pra mim, é um dos melhores episódios de série já feito (e talvez o mais bem construído). Ao meu ver, todos os outros episódios foram feitos pra chegar neste episódio.
Confesso que tenho medo da outra temporada não conseguir dar continuidade na história, sem perder a força que teve. O 15 episódio me destruiu e não sei se é possível criar um novo episódio com a mesma força. E eu falo isso, esperando morder minha língua em breve.
- Mãe, aquela mulher no supermercado hoje...você não fez nada para ajudá-la. - Eu falei, não era da nossa conta. - Eu acho que quando alguém machuca outra pessoa, eu acho que é da nossa conta. - Eu sei que parece que sim, mas não tinha nada que pudesse fazer. - Mãe, se todo mundo fizesse isso, então não teria ninguém para cuidar das pessoas que não conseguem cuidar de si mesmas. - Então o que eu deveria ter feito? Não queria que ficasse violento. - Violência não é a pior coisa do mundo. - O que é então? - Apatia.
Quando fossemos procurar o significado de deleite no dicionário, deveria estar escrito: sensação pós filme da Nancy Meyers rs.
É incrível como ela consegue contar histórias comuns/do cotidiano de uma maneira muito agradável. Você começa assistindo e não quer que termine de tão gostosinho que é.
Recomendável assistir em domingos chuvosos, debaixo do cobertor com um chocolate quente na mão.
Que belo trabalho encontramos aqui. Roteiro, direção e atuação impecáveis.
Pesquisando mais sobre o filme, podemos ver que Trey Edward Shults além de atuar, dirige e roteiriza o longa, o que o torna ainda mais interessante. Sem contar que grande parte do elenco é composta por família e amigos.
Krisha Fairchild, atriz e tia de Shults, entrega uma atuação tão primorosa que nos faz pensar que ela já passou por tal situação. Tudo parece muito verdadeiro e concreto. Só quem tem uma "Krisha" na família, sabe o quão difícil (e desastrosa) pode ser a convivência familiar.
A cena em que ela conversa com o filho no quarto, a que vê sua mãe que de início não a reconhece e a cena final na mesa de jantar, seguido da câmera fechando em seu rosto angustiante, cortaram meu coração.
Fiquei inquieto e aflito o tempo todo, torcendo por Krisha e pela sua reconciliação com a família.
Ah, mais uma (grata) surpresa da Netflix. Não esperava gostar tanto desse filme, confesso que até passei por ele várias vezes antes de assistir.
Os diálogos são ótimos, daqueles que dão vontade de anotar em um caderninho para usar em determinado momento rs. Não é sempre que encontramos comédias românticas das boas assim.
Manter uma narrativa centrada em apenas dois personagens, tendo o diálogo como principal fio condutor da história, já é algo desafiador. E Blue Jay consegue ir além: te mantém preso e atento a história e aos personagens de uma forma intensa. E ponto para a escolha dos atores que conseguiram transmitir isso de uma forma arrebatadora (que química a deles!).
O filme consegue retratar bem a efemeridade da vida, o quanto o tempo escapa pelas nossas mãos e que devemos sempre demonstrar nossos sentimentos, que guardar para gente pode causar uma dor ainda maior.
Não ficava tão aflito (e com o rosto inchado de tanto chorar rs) desde Alabama Monroe (outro baita filme!).
Assim como a obra literária, não consegui sentir empatia/aproximação por nenhuma das personagens da história, mesmo a obra cinematográfica ter tentado deixar as mesmas um pouco menos desagradáveis. Uma das (poucas) coisas boas do filme é a atuação da Emily Blunt. Um filme que você vai assistir e logo menos vai esquecer.
Depois deste filme, me tornei fã de John Carney. Once é sua obra prima e se tornou um dos meus filmes preferidos. Sing Street veio pra dividir o espaço.
Eu estava aos prantos no término do filme, enquanto subia os créditos finais, quando minha mãe passou por trás de mim na sala e perguntou: - É bonito o filme? - É sim mãe, eu disse ainda sem palavras. - Há filmes que mexem com a gente né?
Sim, mãe. Há filmes que mexem com a gente. E esse foi um deles.
Esse filme estava na minha lista de 'quero ver' faz tempo. E agora me pergunto por que levei tanto tempo para assisti-lo. Nem vou tentar descrever o (que senti sobre o) filme, pois sei que irei falhar. O enredo traz dois temas que eu me interesso muito, o que ficou mais fácil de me conquistar rs: a descoberta da homossexualidade e a relação pai-filho (e a relação com a família, no geral).
Sem dúvida entrou para a minha lista de favoritos, e de filmes que vou ver incontáveis vezes.
Sabe aquele filme que acaba só na tela, mas que sua história vai permanecer com você por um bom tempo? Assim é (o magnífico) "Cinco graças".
Foram vários os sentimentos que tive ao longo do filme: inquietação, raiva, medo, angústia. Empatia, ternura. Na maioria, todos de uma única vez. É revoltante (e sufocante) ver a liberdade das "cinco graças" serem dizimadas. O direito de viver. O direito de terem suas próprias escolhas. O direito sobre o próprio corpo.
A nossa voz é calada junto à delas. Queremos gritar, mas somos impedidos.
O mais interessante é que além de mostrar o quão o fundamentalismo/conservadorismo religioso é perigoso (e nos impede de ter discernimento e nos toma a liberdade), a obra nos apresenta uma sociedade presa à regras, que são aplicadas sem serem questionadas.
As atuações são brilhantes, principalmente das cinco irmãs. Há cenas deslumbrantes,
como a da avó ‘castigando’ as meninas e da morte da irmã do meio.
Um filme necessário e indispensável! Que maravilha ver uma obra deste tema ser indicado a grandes premiações. Que assim ela possa ser conferida por pessoas de todos os cantos. E que, assim como a irmã mais nova, nos revoltemos em busca da nossa liberdade, e que nunca deveria ser tomada de nós.
Lembro que encontrei "Quarto" por acaso e desde então sempre quis lê-lo. Só fui conferir (o livro) depois de confirmado a adaptação para os cinemas. E nunca fiquei tão ansioso para assistir um filme (tanto que vejo o trailer toda semana rs).
De todas as coisas lindas de "O filho da noiva", a que mais me encantou foi a Dona Norma. Com seu jeito engraçado, com seu sorriso encantador e com seu imenso amor, a querida noiva me fez lembrar minha avó.
Minha avó foi diagnosticada com o mal de Alzheimer há um tempo, e tudo que podemos fazer é viver um dia de cada vez. Lutar um dia de cada vez. Há dias de normalidade, e há dias, em que a (p*rra da) doença dificulta as coisas, e não é nada fácil.
Mas assim como Norma, ela sorri. O sorriso mais encantador que existe na face da terra. Que ilumina e transborda amor. E percebemos que a Dona Nair (minha avó) de sempre, continua alí.
E eu agradeço, por minha avó ter um Nino em sua vida. Que, mesmo do seu modo, a ama incondicionalmente.
No diálogo em que Nino tem com Rafa no restaurante, me veio a imagem da minha vó na cabeça.
"[...]As pessoas entravam e davam de cara com aquela pintura. E a Norma verdadeira aparecia, mais alegre, luminosa. As pessoas achavam que estavam no paraíso, no mínimo...Ela fazia você sentir único. Sempre que ela ia a cozinha, todos, mulheres, homens e crianças ficavam olhando para ela feito bobos. Não sabiam se ela era terrena, ou um fantasma. Temiam que ela não voltasse. E aí, ela os surpreendiam de novo. Parada ali como num ato de mágica...como um anjo, meu anjo."
"Como eu gostei desse filme", disse minha mãe com lágrimas nos olhos, enquanto subia os créditos finais.
Que filme encantador, em todas as suas formas. História belíssima, personagens cativantes, fotografia e trilha sonora maravilhosas, que nos preenche de lembranças e sentimentos, de modo que se torna difícil segurar toda a emoção e o choro sai fácil. Aniela é uma das personagens mais bem construída que já vi. Dificilmente vou me esquecer desta senhora cativante, engraçada e humana. Minha mãe sempre disse que temos muito o que aprender com os idosos, pois em cada traço e linhas do rosto, carregam muitas histórias. E temos muito o que aprender com essa velha ranzinza rs. Mesmo não se aprofundando em sua vida no passado, ao longo do filme, vamos descobrindo um pouco de quem foi (e quem é) Aniela. Seja pelos (encantadores) flashbacks, que são um dos pontos altos do filmes, seja pela casa e seus objetos – que se tornam ainda mais significativos com a (melancólica) fotografia em preto e branco. E, pra tornar tudo mais encantador, nos é apresentando Filadélfia, a cadelinha que acompanha Aniela, em todo o canto, com os olhos brilhantes. ‘Fila’ não é só a cadela de Aniela. É sua única companhia, e todos os momentos mais belos do filme, são interligados a sua presença (alguém entregue uma estatueta de melhor atriz coadjuvante para Fila, por favor). Vou conservar a cena final na minha memória e no meu coração para sempre:
“Graças a Deus, não vou precisar tomar chá numa caneca...O que eu sinto mais é deixar você, Filadelfia. Minha querida Fila, navegue comigo. Onde achará lugar melhor do que o céu?”
"Como eu gostei também, mãe", eu respondi, também com lágrimas nos olhos.
Estou sem reação com a morte da Rita ): Acabo de assistir o último episódio da temporada em questão, e não acredito que ela morreu (e tão tragicamente assim). Rita não era umas das minhas personagens favoritas, mas reconheço o quanto ela era especial, o quanto ela estava presente na vida de Dexter e da famíla, tentando equilibrar todas as coisas (mesmo de forma irritantemente compreensível rs). Cara, não me conformo e acredito que não irei me conformar.
Aproveitando o espaço, essa foi a melhor temporada até agora. Trama excelente (acompanhando um dos melhores casos da série), o suspense de tirar o fôlego, o drama na medida certa (lê-se choro), enfim...essa série ficará marcada em mim, e essa temporada é a principal culpada nisso.
Agora é seguir e ver o que me aguarda (sim, um pouco atrasado, mas não consigo acompanhar series em curso - com raras exceções).
É impressionante como os filmes de animação conseguem retratar assuntos complexos/abstratos, de forma tão inteligente, delicada e singular. “Divertida mente” consegue transformar as complexidades da mente em uma alegoria extremamente inteligente e profunda. São vários os conceitos que são apresentados de forma tão criativa, que nos encantam e nos fazem aproveitar ao máximo essa experiência.
A construção dos sonhos pelo estúdio/produtora; o mecanismo de armazenamento/descarte de fatos da vida; a idealização do inconsciente; a associação e simbologia das cores com os estados emocionais; a definição da personalidade – construída através das ilhas que se moldam através das sensações/emoções bases, e tantas outras questões ‘psicológicas’ adaptadas em animação.
O filme entretém (para a alegria da Alegria rs), encanta e emociona (para a alegria da Tristeza) de uma forma única.
Achei muito interessante o modo com que a animação desconstrói o ideal de felicidade e desmistifica as emoções/sensações ruins. E a ‘sala de comando’ dos gatos e cachorros, apresentadas durante os créditos finais, encerrou o filme da melhor da forma rs.
Apesar de ser destinado ao público infantil, creio que o longa será melhor aproveitado pelo público adulto. Um filme ousado e encantador!
Fleabag (2ª Temporada)
4.7 889 Assista Agorafui dormir ontem as 5h da manhã assistindo Fleabag em uma tacada só. ao terminar, fiquei sentado e sentindo tudo que vi. aí intenso que sou (culpa do meu eneagrama tipo 4 rs), comecei a fazer um paralelo com a minha vida e olha, foi difícil segurar o choro no peito.
Fleabag foi uma das coisas mais arrebatadora, inteligente, gostosa e difícil de assistir. quando tudo acabou, ficou no peito a sensação de que não queria me desfazer do vínculo que criei com a personagem.
acredito que a própria precisava seguir o o rumo da vida dela e, com a conexão com a "gente" (por meio da queda da quarta parede), ia ser difícil. a cena final no ponto de ônibus (e a do jantar no primeiro episódio da segunda temporada) vai ficar marcado em mim por um bom tempo.
os dialogos são incriveis, daqueles que você tem vontade de anotar e usar em algum momento da sua vida.
Phoebe (conte comigo pra tudo), além de criar todo esse mundo de Fleabag, entrega uma atuação primorosa, criando uma personagem que a gente ama (mesmo não concordando com algumas atitudes) e se identifica e fica torcendo por ela o tempo todo,
mesmo sabendo do fim eminente ):
não vejo a hora de conferir mais o trabalho de Phoebe (e talvez amenizar a saudade que vou sentir de Fleabag que, sem dúvidas, vou lembrar por muito tempo).
A Vida Invisível
4.3 642Tá. Eu sou suspeito pra falar, pois admiro tudo que a Fernanda Montenegro faz, mas que mulher é essa. Com poucos minutos em tela, Montenegro consegue entregar uma atuação poderosíssima (muitas vezes, apenas com gestos e olhares). Eu não conseguia desgrudar o olhar da tela quando ela surgiu. Sem dúvidas, levou toda a história pra um patamar ainda maior.
Hannah Gadsby: Nanette
4.7 207 Assista AgoraQueria poder abraçar Hannah. E me desculpar pela humanidade que deu tão errado.
“Preciso contar minha história do jeito certo. Porque sair do armário, pra mim, não foi nada fácil. [...] 70% das pessoas que viviam ao meu redor acreditavam que a homossexualidade deveria ser um ato criminoso. 70% daqueles que me criaram, me amaram, em quem eu confiava, acreditavam que a homossexualidade era pecado, que homossexuais eram pedófilos, sub-humanos e abomináveis. Setenta por cento. Quando eu me identifiquei como gay, já era tarde demais. Eu já era homofóbica. E você não muda isso num estalar de dedos. Não, você internaliza aquela homofobia e aprende a se odiar. Se odiar profundamente. Fiquei encolhida, encharcada de vergonha, no armário, por dez anos. Por que o armário só impede que te vejam, não é à prova de vergonha. Se você enche uma criança de vergonha, ela não consegue desenvolver vias neurais que carregam pensamentos de autovalorização. O ódio de si mesma é uma semente que só pode vir de fora. Quando se faz isso com uma criança, isso vira uma praga resistente, que cresce rápido. A criança não sabe agir diferente. Isso se torna natural como a gravidade. Quando eu saí do armário, só o que eu sabia fazer era ser invisível e me odiar. Demorei dez anos para entender que eu podia ocupar espaço no mundo. Mas eu já tinha transformado tudo em piada como se não importasse. Preciso contar minha história do jeito certo, porque paguei caro por uma lição que parece que ninguém quis aprender. Achamos mais importantes estar certos do que apelar para a humanidade daqueles de quem discordamos. A ignorância sempre estará entre nós, porque nunca vamos saber todas as coisas. Preciso contar do jeito certo por que você aprende com a parte da história na qual foca”.
Obediência
3.4 309A gente fica inconformado o tempo todo. Inconformado do porquê tudo aquilo está acontecendo. Porquê as pessoas não dão um fim naquilo tudo. E, principalmente, inconformado com toda proporção que aquilo tudo tomou.
Eu acredito que ter jogado aquele "INSPIRED BY TRUE EVENTS" em caixa alta e em toda tela, logo no começo do filme, é para que você se lembre, a cada vez que estiver inconformado com tudo, que aquilo tudo foi real.
E se você for como eu, vai pesquisar e ver que tudo que aconteceu é tão real e assustador como mostrado no filme.
This Is Us (2ª Temporada)
4.7 393 Assista AgoraÉ incrível como esta serie consegue entregar um drama familiar tão bem construído, fugindo de todos os clichês que costumamos ver neste gênero.
O melhor é que não precisa de muita coisa. É simples. É o que é. Mas fazem isso de uma forma magistral.
Vou carregar esta temporada comigo por um bom tempo. E o grande motivo disso não é o tal episódio que todo mundo esperava. Mas sim o episódio 15 (The Car).
Este, pra mim, é um dos melhores episódios de série já feito (e talvez o mais bem construído). Ao meu ver, todos os outros episódios foram feitos pra chegar neste episódio.
Confesso que tenho medo da outra temporada não conseguir dar continuidade na história, sem perder a força que teve. O 15 episódio me destruiu e não sei se é possível criar um novo episódio com a mesma força. E eu falo isso, esperando morder minha língua em breve.
O Livro de Henry
3.8 312 Assista Agora- Mãe, aquela mulher no supermercado hoje...você não fez nada para ajudá-la.
- Eu falei, não era da nossa conta.
- Eu acho que quando alguém machuca outra pessoa, eu acho que é da nossa conta.
- Eu sei que parece que sim, mas não tinha nada que pudesse fazer.
- Mãe, se todo mundo fizesse isso, então não teria ninguém para cuidar das pessoas que não conseguem cuidar de si mesmas.
- Então o que eu deveria ter feito? Não queria que ficasse violento.
- Violência não é a pior coisa do mundo.
- O que é então?
- Apatia.
Pra mim, esse diálogo já valeu por todo o filme.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraA frase "não sei o que dizer, apenas sentir" nunca fez tanto sentido após este filme.
Um Senhor Estagiário
3.9 1,2K Assista AgoraQuando fossemos procurar o significado de deleite no dicionário, deveria estar escrito: sensação pós filme da Nancy Meyers rs.
É incrível como ela consegue contar histórias comuns/do cotidiano de uma maneira muito agradável. Você começa assistindo e não quer que termine de tão gostosinho que é.
Recomendável assistir em domingos chuvosos, debaixo do cobertor com um chocolate quente na mão.
Krisha
3.7 83Que belo trabalho encontramos aqui. Roteiro, direção e atuação impecáveis.
Pesquisando mais sobre o filme, podemos ver que Trey Edward Shults além de atuar, dirige e roteiriza o longa, o que o torna ainda mais interessante. Sem contar que grande parte do elenco é composta por família e amigos.
Krisha Fairchild, atriz e tia de Shults, entrega uma atuação tão primorosa que nos faz pensar que ela já passou por tal situação. Tudo parece muito verdadeiro e concreto. Só quem tem uma "Krisha" na família, sabe o quão difícil (e desastrosa) pode ser a convivência familiar.
A cena em que ela conversa com o filho no quarto, a que vê sua mãe que de início não a reconhece e a cena final na mesa de jantar, seguido da câmera fechando em seu rosto angustiante, cortaram meu coração.
Fiquei inquieto e aflito o tempo todo, torcendo por Krisha e pela sua reconciliação com a família.
Mas no fim, o que vemos, nada mais é que a vida real.
Nossos Amantes
3.6 92 Assista AgoraAh, mais uma (grata) surpresa da Netflix. Não esperava gostar tanto desse filme, confesso que até passei por ele várias vezes antes de assistir.
Os diálogos são ótimos, daqueles que dão vontade de anotar em um caderninho para usar em determinado momento rs. Não é sempre que encontramos comédias românticas das boas assim.
Maria Madalena
3.4 168 Assista AgoraJoaquin Phoenix não contente em ser um Deus, agora vai ser Jesus (piadinha sem graça, eu sei).
Já vai pra listinha dos filmes deste ano.
Lion: Uma Jornada para Casa
4.3 1,9K Assista AgoraSe eu choro até com entrega de casa no programa do Gugu, certamente que eu iria chorar neste filme (só não achei que seria tanto rs).
Blue Jay
3.8 265 Assista AgoraManter uma narrativa centrada em apenas dois personagens, tendo o diálogo como principal fio condutor da história, já é algo desafiador. E Blue Jay consegue ir além: te mantém preso e atento a história e aos personagens de uma forma intensa. E ponto para a escolha dos atores que conseguiram transmitir isso de uma forma arrebatadora (que química a deles!).
O filme consegue retratar bem a efemeridade da vida, o quanto o tempo escapa pelas nossas mãos e que devemos sempre demonstrar nossos sentimentos, que guardar para gente pode causar uma dor ainda maior.
Não ficava tão aflito (e com o rosto inchado de tanto chorar rs) desde Alabama Monroe (outro baita filme!).
A Garota no Trem
3.6 1,6K Assista AgoraAssim como a obra literária, não consegui sentir empatia/aproximação por nenhuma das personagens da história, mesmo a obra cinematográfica ter tentado deixar as mesmas um pouco menos desagradáveis. Uma das (poucas) coisas boas do filme é a atuação da Emily Blunt. Um filme que você vai assistir e logo menos vai esquecer.
Sing Street - Música e Sonho
4.1 713 Assista AgoraDepois deste filme, me tornei fã de John Carney. Once é sua obra prima e se tornou um dos meus filmes preferidos. Sing Street veio pra dividir o espaço.
Coisa linda <3
O Mundo de Leland
3.9 119Eu estava aos prantos no término do filme, enquanto subia os créditos finais, quando minha mãe passou por trás de mim na sala e perguntou:
- É bonito o filme?
- É sim mãe, eu disse ainda sem palavras.
- Há filmes que mexem com a gente né?
Sim, mãe. Há filmes que mexem com a gente. E esse foi um deles.
C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor
4.2 712Esse filme estava na minha lista de 'quero ver' faz tempo. E agora me pergunto por que levei tanto tempo para assisti-lo. Nem vou tentar descrever o (que senti sobre o) filme, pois sei que irei falhar. O enredo traz dois temas que eu me interesso muito, o que ficou mais fácil de me conquistar rs: a descoberta da homossexualidade e a relação pai-filho (e a relação com a família, no geral).
Sem dúvida entrou para a minha lista de favoritos, e de filmes que vou ver incontáveis vezes.
Cinco Graças
4.3 329 Assista AgoraSabe aquele filme que acaba só na tela, mas que sua história vai permanecer com você por um bom tempo? Assim é (o magnífico) "Cinco graças".
Foram vários os sentimentos que tive ao longo do filme: inquietação, raiva, medo, angústia. Empatia, ternura. Na maioria, todos de uma única vez. É revoltante (e sufocante) ver a liberdade das "cinco graças" serem dizimadas. O direito de viver. O direito de terem suas próprias escolhas. O direito sobre o próprio corpo.
A nossa voz é calada junto à delas. Queremos gritar, mas somos impedidos.
O mais interessante é que além de mostrar o quão o fundamentalismo/conservadorismo religioso é perigoso (e nos impede de ter discernimento e nos toma a liberdade), a obra nos apresenta uma sociedade presa à regras, que são aplicadas sem serem questionadas.
As atuações são brilhantes, principalmente das cinco irmãs.
Há cenas deslumbrantes,
como a brincadeira ingênua no mar
como a da avó ‘castigando’ as meninas e da morte da irmã do meio.
Um filme necessário e indispensável!
Que maravilha ver uma obra deste tema ser indicado a grandes premiações. Que assim ela possa ser conferida por pessoas de todos os cantos. E que, assim como a irmã mais nova, nos revoltemos em busca da nossa liberdade, e que nunca deveria ser tomada de nós.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraLembro que encontrei "Quarto" por acaso e desde então sempre quis lê-lo. Só fui conferir (o livro) depois de confirmado a adaptação para os cinemas. E nunca fiquei tão ansioso para assistir um filme (tanto que vejo o trailer toda semana rs).
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraNo lugar da Jessica Chastain, tinha soltado Watney no momento em que disse que tinha mal gosto pra música. Como assim gente? Rs.
ABBA <3
O Filho da Noiva
4.1 297De todas as coisas lindas de "O filho da noiva", a que mais me encantou foi a Dona Norma. Com seu jeito engraçado, com seu sorriso encantador e com seu imenso amor, a querida noiva me fez lembrar minha avó.
Minha avó foi diagnosticada com o mal de Alzheimer há um tempo, e tudo que podemos fazer é viver um dia de cada vez. Lutar um dia de cada vez. Há dias de normalidade, e há dias, em que a (p*rra da) doença dificulta as coisas, e não é nada fácil.
Mas assim como Norma, ela sorri. O sorriso mais encantador que existe na face da terra. Que ilumina e transborda amor. E percebemos que a Dona Nair (minha avó) de sempre, continua alí.
E eu agradeço, por minha avó ter um Nino em sua vida. Que, mesmo do seu modo, a ama incondicionalmente.
No diálogo em que Nino tem com Rafa no restaurante, me veio a imagem da minha vó na cabeça.
"[...]As pessoas entravam e davam de cara com aquela pintura. E a Norma verdadeira aparecia, mais alegre, luminosa. As pessoas achavam que estavam no paraíso, no mínimo...Ela fazia você sentir único. Sempre que ela ia a cozinha, todos, mulheres, homens e crianças ficavam olhando para ela feito bobos. Não sabiam se ela era terrena, ou um fantasma. Temiam que ela não voltasse. E aí, ela os surpreendiam de novo. Parada ali como num ato de mágica...como um anjo, meu anjo."
Hora de Morrer
4.3 61"Como eu gostei desse filme", disse minha mãe com lágrimas nos olhos, enquanto subia os créditos finais.
Que filme encantador, em todas as suas formas.
História belíssima, personagens cativantes, fotografia e trilha sonora maravilhosas, que nos preenche de lembranças e sentimentos, de modo que se torna difícil segurar toda a emoção e o choro sai fácil.
Aniela é uma das personagens mais bem construída que já vi. Dificilmente vou me esquecer desta senhora cativante, engraçada e humana. Minha mãe sempre disse que temos muito o que aprender com os idosos, pois em cada traço e linhas do rosto, carregam muitas histórias. E temos muito o que aprender com essa velha ranzinza rs.
Mesmo não se aprofundando em sua vida no passado, ao longo do filme, vamos descobrindo um pouco de quem foi (e quem é) Aniela. Seja pelos (encantadores) flashbacks, que são um dos pontos altos do filmes, seja pela casa e seus objetos – que se tornam ainda mais significativos com a (melancólica) fotografia em preto e branco.
E, pra tornar tudo mais encantador, nos é apresentando Filadélfia, a cadelinha que acompanha Aniela, em todo o canto, com os olhos brilhantes. ‘Fila’ não é só a cadela de Aniela. É sua única companhia, e todos os momentos mais belos do filme, são interligados a sua presença (alguém entregue uma estatueta de melhor atriz coadjuvante para Fila, por favor).
Vou conservar a cena final na minha memória e no meu coração para sempre:
“Graças a Deus, não vou precisar tomar chá numa caneca...O que eu sinto mais é deixar você, Filadelfia. Minha querida Fila, navegue comigo. Onde achará lugar melhor do que o céu?”
"Como eu gostei também, mãe", eu respondi, também com lágrimas nos olhos.
Dexter (4ª Temporada)
4.6 1,0K Assista AgoraJá antecipo minhas desculpas, mas precisava vir aqui e desabafar:
Estou sem reação com a morte da Rita ):
Acabo de assistir o último episódio da temporada em questão, e não acredito que ela morreu (e tão tragicamente assim).
Rita não era umas das minhas personagens favoritas, mas reconheço o quanto ela era especial, o quanto ela estava presente na vida de Dexter e da famíla, tentando equilibrar todas as coisas (mesmo de forma irritantemente compreensível rs). Cara, não me conformo e acredito que não irei me conformar.
Aproveitando o espaço, essa foi a melhor temporada até agora. Trama excelente (acompanhando um dos melhores casos da série), o suspense de tirar o fôlego, o drama na medida certa (lê-se choro), enfim...essa série ficará marcada em mim, e essa temporada é a principal culpada nisso.
Agora é seguir e ver o que me aguarda (sim, um pouco atrasado, mas não consigo acompanhar series em curso - com raras exceções).
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraÉ impressionante como os filmes de animação conseguem retratar assuntos complexos/abstratos, de forma tão inteligente, delicada e singular. “Divertida mente” consegue transformar as complexidades da mente em uma alegoria extremamente inteligente e profunda.
São vários os conceitos que são apresentados de forma tão criativa, que nos encantam e nos fazem aproveitar ao máximo essa experiência.
A construção dos sonhos pelo estúdio/produtora; o mecanismo de armazenamento/descarte de fatos da vida; a idealização do inconsciente; a associação e simbologia das cores com os estados emocionais; a definição da personalidade – construída através das ilhas que se moldam através das sensações/emoções bases, e tantas outras questões ‘psicológicas’ adaptadas em animação.
O filme entretém (para a alegria da Alegria rs), encanta e emociona (para a alegria da Tristeza) de uma forma única.
Achei muito interessante o modo com que a animação desconstrói o ideal de felicidade e desmistifica as emoções/sensações ruins. E a ‘sala de comando’ dos gatos e cachorros, apresentadas durante os créditos finais, encerrou o filme da melhor da forma rs.
Apesar de ser destinado ao público infantil, creio que o longa será melhor aproveitado pelo público adulto.
Um filme ousado e encantador!