"Justice. The Creator destroys this world because we corrupted it. So we ourselves must be destroyed." - Matusalém -- Noé, impregnado por uma crise existencial - sobretudo após observar as mazelas, a violência e as mortes promovidas pela humanidade -, encarnando verdadeiramente a missão dada por Ele, crê que sua própria família é indigna de escapar da purificação, da renovação promovida por Deus sobre a Terra. Está em consonância, portanto, com o que expusera Matusalém, sendo a vontade Dele "a world without men". Elabora, por si só, sem consultar a mais ninguém - sempre asseverando o potencial destrutivo do homem -, um plano para a extinção da espécie humana.
Sua mulher, todavia, rechaça essa concepção, equilibrando as perspectivas na balança; alega observar, nos olhos de sua prole, o amor que crê ser o necessário e o suficiente para que seus descendentes sejam considerados bons, merecedores da proteção divina.
Tecnicamente, os efeitos visuais são belíssimos, e talvez o que realmente se sobressai nesse filme. Os Guardiões, o brotar e o percorrer da água, a formação da floresta, o solo profanado, os homens afogados são exemplos notáveis. A cena do dilúvio, então, nem se fala! Que beleza e maestria na construção desse evento que deve popular o imaginário da humanidade já por alguns séculos.
É uma releitura interessante, de certo ponto, acerca da história bíblica. Se, de algum modo, prende, é porque observamos como não é mera repetição literal do que prescrevem as Escrituras Sagradas. Demonstra alguma emoção, na atuação de Russell Crowe, Jennifer Connelly e Emma Watson, como vetores de força de crença e de bondade humana, confrontando-se entre si, até encontrarem seu ponto de convergência.
"Você não acha que sonhos e Internet são coisas parecidas? São áreas onde a mente consciente reprimida se expressa." - Paprika, aos 25min.
"A ciência não é nada além de um pedaço de lixo antes de um sonho profundo" - Presidente, aos 27min.
"Foi uma verdade que veio da ficção". -- A trilha sonora e a vibração trazida pela Paprika são sempre um conjunto encantador, a sonoplastia trabalhada em Lola/Vocaloid é instigante para mim. A personagem é tão charmosa, simples, amigável, ao mesmo passo que traz a complexidade pela parcela da dualidade do "ego" que representa.
Temos o famoso clichezinho do cadeirante que, embora detentor do poder, privilegiado por sua posição hierárquica de Presidente, para se sentir completo, assume-se como parasita de um corpo jovem e saudável.
A reflexão de Chiba sobre a dimensão - real ou dos sonhos - em que se encontra é digna de nota. Acredito ser até mesmo incapaz de imaginar a problemática psicológica que se estabelece no momento em que a distinção entre realidade e fantasia (sonhos) se torna tênue o suficiente para questionar-se a própria existência, o hoje, o agora. Uma confusão perturbadora para até mesmo a mais brilhante das mentes, até para a detetive dos sonhos.
"Eu ainda estou sonhando?". Todos estão, mas também se está diante da realidade - gradativamente, tornam-se uma só coisa.
Irrefutável a beleza e a maestria com que adaptaram a obra de Neil Gaiman nessa animação stopmotion.
Hoje, depois de assistir por mais de 20 vezes (!!!!, isso não é uma hipérbole, é real), já não creio que a animação seja tão encantadora quanto achei na primeira vez que a vi, mas é incrível. Creio que as animações com essa inclinação ao horror são, de longe, as melhores, e agradam a públicos distintos.
Uma pena, entretanto, que não haja nada semelhante nem previsão de sequência. Talvez seja o melhor, para não macular a perfeição com que fora desenvolvida.
CA RA LHO o que é toda ess'A Filosofia da Viagem no Tempo?
Atentando-se à leitura dos capítulos do livro de Roberta Sparrow, há toda uma perspectiva distinta acerca da obra, que permite compreender toda a sua complexidade - ou nos dá a falsa ilusão de que somos capazes de tanto, já que a obra é carregada de toda uma contingência subjetiva.
Simplesmente UAU. O filme, em si só, por si só, sem o entendimento e a análise do que dizem os capítulos do suprareferido livro, aparenta uma frugalidade cinematográfica de uma ficção científica; portanto, creio eu que dependa dessa complementação.
Ótima demonstração de uma desconstrução das perspectivas sociais sobre o instituto do tribunal do júri, o direito penal, os delitos e as populações marginalizadas pela sociedade na construção jurídica.
Grande manifestação ainda de que o processo penal, sobretudo, em função da profunda violação que gera na esfera de liberdade individual, sem mencionar os efeitos deletérios do encarceramento, de estigmatização, discriminação é marginalização, deve ser orientado pelo princípio, 'in dubio, pro reu' - e não o moderno e equivocado 'in dubio, pau no reu'.
O Ponto de Ignição é, sem sombra de dúvidas, um marco na história dos quadrinhos de Barry Allen/The Flash.
É a demonstração de que até mesmo o mais generoso, bondoso e altruísta dos super-heróis também pode ser egoísta quando o assunto é família, nos afastando da concepção dicotômico-maniqueísta acerca dos poderosos heróis e expondo a humanidade a riscos inimagináveis por consequência da mais leve alteração no tecido do espaço-tempo.
Noé
3.0 2,6K Assista Agora"Justice. The Creator destroys this world because we corrupted it. So we ourselves must be destroyed." - Matusalém
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Noé, impregnado por uma crise existencial - sobretudo após observar as mazelas, a violência e as mortes promovidas pela humanidade -, encarnando verdadeiramente a missão dada por Ele, crê que sua própria família é indigna de escapar da purificação, da renovação promovida por Deus sobre a Terra. Está em consonância, portanto, com o que expusera Matusalém, sendo a vontade Dele "a world without men". Elabora, por si só, sem consultar a mais ninguém - sempre asseverando o potencial destrutivo do homem -, um plano para a extinção da espécie humana.
Sua mulher, todavia, rechaça essa concepção, equilibrando as perspectivas na balança; alega observar, nos olhos de sua prole, o amor que crê ser o necessário e o suficiente para que seus descendentes sejam considerados bons, merecedores da proteção divina.
Tecnicamente, os efeitos visuais são belíssimos, e talvez o que realmente se sobressai nesse filme. Os Guardiões, o brotar e o percorrer da água, a formação da floresta, o solo profanado, os homens afogados são exemplos notáveis. A cena do dilúvio, então, nem se fala! Que beleza e maestria na construção desse evento que deve popular o imaginário da humanidade já por alguns séculos.
É uma releitura interessante, de certo ponto, acerca da história bíblica. Se, de algum modo, prende, é porque observamos como não é mera repetição literal do que prescrevem as Escrituras Sagradas. Demonstra alguma emoção, na atuação de Russell Crowe, Jennifer Connelly e Emma Watson, como vetores de força de crença e de bondade humana, confrontando-se entre si, até encontrarem seu ponto de convergência.
Paprika
4.2 503 Assista Agora"Você não acha que sonhos e Internet são coisas parecidas? São áreas onde a mente consciente reprimida se expressa." - Paprika, aos 25min.
"A ciência não é nada além de um pedaço de lixo antes de um sonho profundo" - Presidente, aos 27min.
"Foi uma verdade que veio da ficção".
--
A trilha sonora e a vibração trazida pela Paprika são sempre um conjunto encantador, a sonoplastia trabalhada em Lola/Vocaloid é instigante para mim. A personagem é tão charmosa, simples, amigável, ao mesmo passo que traz a complexidade pela parcela da dualidade do "ego" que representa.
Temos o famoso clichezinho do cadeirante que, embora detentor do poder, privilegiado por sua posição hierárquica de Presidente, para se sentir completo, assume-se como parasita de um corpo jovem e saudável.
A reflexão de Chiba sobre a dimensão - real ou dos sonhos - em que se encontra é digna de nota. Acredito ser até mesmo incapaz de imaginar a problemática psicológica que se estabelece no momento em que a distinção entre realidade e fantasia (sonhos) se torna tênue o suficiente para questionar-se a própria existência, o hoje, o agora. Uma confusão perturbadora para até mesmo a mais brilhante das mentes, até para a detetive dos sonhos.
"Eu ainda estou sonhando?". Todos estão, mas também se está diante da realidade - gradativamente, tornam-se uma só coisa.
"Nós já acordamos do sonho?"
Coraline e o Mundo Secreto
4.1 1,9K Assista AgoraIrrefutável a beleza e a maestria com que adaptaram a obra de Neil Gaiman nessa animação stopmotion.
Hoje, depois de assistir por mais de 20 vezes (!!!!, isso não é uma hipérbole, é real), já não creio que a animação seja tão encantadora quanto achei na primeira vez que a vi, mas é incrível. Creio que as animações com essa inclinação ao horror são, de longe, as melhores, e agradam a públicos distintos.
Uma pena, entretanto, que não haja nada semelhante nem previsão de sequência. Talvez seja o melhor, para não macular a perfeição com que fora desenvolvida.
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista AgoraCA RA LHO
o que é toda ess'A Filosofia da Viagem no Tempo?
Atentando-se à leitura dos capítulos do livro de Roberta Sparrow, há toda uma perspectiva distinta acerca da obra, que permite compreender toda a sua complexidade - ou nos dá a falsa ilusão de que somos capazes de tanto, já que a obra é carregada de toda uma contingência subjetiva.
Simplesmente UAU. O filme, em si só, por si só, sem o entendimento e a análise do que dizem os capítulos do suprareferido livro, aparenta uma frugalidade cinematográfica de uma ficção científica; portanto, creio eu que dependa dessa complementação.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraÓtima demonstração de uma desconstrução das perspectivas sociais sobre o instituto do tribunal do júri, o direito penal, os delitos e as populações marginalizadas pela sociedade na construção jurídica.
Grande manifestação ainda de que o processo penal, sobretudo, em função da profunda violação que gera na esfera de liberdade individual, sem mencionar os efeitos deletérios do encarceramento, de estigmatização, discriminação é marginalização, deve ser orientado pelo princípio, 'in dubio, pro reu' - e não o moderno e equivocado 'in dubio, pau no reu'.
Liga da Justiça: Ponto de Ignição
4.2 445 Assista AgoraO Ponto de Ignição é, sem sombra de dúvidas, um marco na história dos quadrinhos de Barry Allen/The Flash.
É a demonstração de que até mesmo o mais generoso, bondoso e altruísta dos super-heróis também pode ser egoísta quando o assunto é família, nos afastando da concepção dicotômico-maniqueísta acerca dos poderosos heróis e expondo a humanidade a riscos inimagináveis por consequência da mais leve alteração no tecido do espaço-tempo.
O Que Está Por Vir
3.8 102 Assista Agora"No fundo, o problema não é a existência da verdade, mas os critérios que permitem estabelecê-la."
Isabelle Huppert: