Kate maravilhosa como sempre. Justin como ator é um ótimo cantor. Até gostei de outras atuações dele, mas dessa vez ele foi tão genérico e forçado, além de que nem é tão "novinho" como foi colocado (em comparação à Kate). Mas o filme, em si, é uma obra prima.
A roda gigante é a vida da protagonista, e o que ela viveu com o salva-vidas não foi mais que uma volta. Mesmo o parque de diversões sendo uma das locações de boa parte do longa, o foco sempre está na roda gigante e no carrossel, este último sendo controlado pelo marido de Ginny. A metáfora é evidente. A roda gigante promete diversão, leva-a às alturas, mas depois volta ao mesmo lugar. O carrossel, por sua vez, é a realidade com a qual ela é obrigada a se acostumar, por conveniência e necessidade. Nos dois casos, porém, ela está andando em círculos.
Também gosto da metalinguagem de dramas que envolvem personagens que buscam ser (ou já foram) atores e atrizes. Pra mim, isso traz todo um charme pra narrativa. E também adorei o garoto tacando fogo em tudo, ele não está ali por acaso.
Ora, apesar de ser claramente um distúrbio psicológico, não deixa de ser mais uma metáfora, porque afinal de contas ele tem coragem de fazer algo que a mãe não tem, de pôr fim em tudo. A cena final deixa isso claro.
Mildred Hayes. O filme é sobre essa mulher... E QUE MULHER! Apesar de todo o drama estar baseado em encontrar o culpado pelo assassinato da filha, Mildred é o motor de todo o filme. Ela é uma representação perfeita das mulheres que perdem filhos, mas também das que sofrem violência doméstica, das que recorrem à polícia e são ridicularizadas, das que precisam lidar com macho escroto de todos os tipos, das que precisam ser fortes o tempo todo, e mesmo assim ainda refletem compaixão e afeto em tudo o que fazem. Sem contar na postura com que ela lida com as provocações do ex-marido,
um destaque para a cena do restaurante em que ela tinha todos os motivos para estourar a garrafa de vinho na cabeça dele, mas o que ela faz? PEDE PRA QUE ELE TRATE BEM A GAROTA DE 19 ANOS COM QUE ELE ESTÁ VIVENDO.
Isso é sororidade. Isso é ser um MULHERÃO DA PORRA. Bravo!
Até lá pela metade do filme, eu suspeitei que ela se suicidaria. Mas aí entra Zé, o irmão que percebe o estado deprimido de Rosália e a leva consigo à Argentina. Daí a importância do outro quando o que julgávamos ter maior valor em nossas vidas (nesse caso, o trabalho) simplesmente nos escorrega entre os dedos. E o filme pega ritmo justamente nesse percurso dos dois até chegar em Buenos Aires - e que bons ares! Aos poucos, as feições de Rosália vão mudando, as locações também estão em constante mudança, a paleta de cores vai ficando mais intensa, e a vida dela vai ficando mais florida de pessoas e lugares novos.
É uma narrativa que toca na alma daqueles que já se sentiram traídos pelo sistema de exploração, daqueles que perderam sua vida por dedicá-las à escravidão moderna. Rosália precisava redescobrir a vida, após passar 30 anos dentro de uma fábrica produzindo incansávelmente, sendo sugada mesmo pra depois ser descartada. Ela começa a aprender que viver é ser inútil, também. O final poderia ter sido melhor trabalhado, na minha opinião, mas ao mesmo tempo dá a sensação de que depois de tudo isso, ela vai ficar bem e a vida vai seguir como deve ser.
A fotografia é muito bonita, e por mais que pareça, NÃO É uma cópia de Amélie Poulain, então não faz sentido ficar reclamando da paleta de cores quando o contexto é totalmente diferente, a começar pelo título da obra.
Ainda faz críticas sociais muito sutis, porém eficazes, em relação ao racismo, assédio sexual, machismo e até discriminação por orientação sexual. A Forma da Água é também sobre a forma como se trata as pessoas (e o que quer que seja a criatura aquática).
De fato, fica a curiosidade quanto ao que ele é, mas o foco da narrativa é no que ele se transformou para Elisa. Tanto ela como seu vizinho são duas pessoas solitárias e "estranhas", até que encontram um ser, que mesmo sem ser "humano", se assemelha em muitos aspectos a eles. Atuação incrível da Sally Hawkins, por passar tanta emoção e sensibilidade sem dizer uma só palavra em língua oral. O romance entre ela e a criatura é inusitado e beira o absurdo, mas ao mesmo tempo é totalmente aceitável, dadas as devidas condições.
E, ora, cinema é ficção! Se fosse pra ver apenas o que é "humanamente possível", eu nem saía de casa. Na minha opinião, mereceu cada indicação ao Oscar e promete levar o prêmio em muitas. Saí totalmente satisfeita da sala do cinema. É um filme que dá uma paz quando acaba, uma sensação de "que bom que assisti!".
Quase tive um ataque cardíaco em vários momentos, mas quando acabou senti como se tivesse faltado algo... Mas o filme não é ruim. Eu só deveria ter revisto os outros dois filmes antes de assistir esse, pra relembrar mesmo como a Teresa traiu a galera. Me deu um branco geral, e em muitos momentos me peguei confundindo Maze Runner com Divergente. Têm muitas semelhanças. No mais, foi uma boa saga.
Apesar de todos os pontos negativos que já foram apontados nos outros comentários, há algo que precisa ser reconhecido: "Fala comigo" é sobre pessoas que não se comunicam bem, sobre uma mãe psicanalista que não sabe lidar com o marido e os filhos; um pai que já desistiu de um relacionamento com a mulher; dois adolescentes que estão começando a querer entender seus lugares no mundo e que, de certa forma, clamam por atenção dos pais. O que a Clarice fala quando vai na casa da Ângela sobre ela estar buscando renovação e repetindo o relacionamento que teve com o pai (pelo que entendi, ela foi abusada e a Clarice sabe disso melhor que ninguém) e ainda há a carência afetiva por não ter tido filhos, é tudo muito claro e evidente, mas a recíproca também é verdadeira, e talvez seja isso que Clarice não quis (ou fingiu) não entender: o Diogo também é carente, e essa relação com a Ângela se configura no complexo de Édipo, porque ele não sabe, mas procura uma mãe. Sobre o final, eu esperava que, no mínimo, o casal morresse num acidente de carro. Mas como não foi isso que aconteceu, é uma pena ter terminado de forma tão clichê, mostrando apenas a rebeldia de um adolescente apaixonado e a insensatez de uma mulher abandonada pelo marido, mas que agora encontrou em uma só pessoa um filho e um marido.
Perturbadoramente cômico! Tudo construído muito metaforicamente, com abordagens bem cruas da realidade. Faz jus ao nome: é um filme que cheira mal, mas o cheiro não é propriamente do filme, mas do ralo, que pode significar jusstamente a sujeira acumulada na vida do protagonista, e como isso se tornou parte dele. Diferentemente do que acontece na maioria dos filmes, não se cria uma empatia pelo protagonista. Ele mesmo ficou podre. Ele se degrada gradativamente através do dinheiro e do suposto poder que tem sobre os outros e sobre ele mesmo. A angústia reside na aceitação desse aroma nada agradável, bem como de quem ele realmente é. A vida dele fede. A forma como ele trata as pessoas fede. Ele não gosta de ninguém, e isso inclui a ele mesmo.
Eu sou fã do Selton Mello porque a atuação dele parece não exigir nenhum esforço. Sempre muito econômico nas palavras, muito sucinto e pontual. Discreto, e muitas vezes rude. E mesmo nesse papel em que ele aparece bem "porco", ele tem uma elegância natural, um humor peculiar que quebra a sobriedade mas não decepciona o espectador. É um filme de difícil digestão, que transforma o absurdo em banal, a crítica é construída sutilmente em meio a acidez da trama. O final não poderia ser mais apropriado
Virei fã! Conheço o trabalho dela desde o início, mas com esse documentário foi possível ver como ela evoluiu como artista, como pessoa, como mulher... Fantástico! Vida longa a Gaga!
Uma baita obra de arte! Não me recordo de nenhum filme nacional que se assemelhe à fotografia e ao enredo desse. Alguns personagens poderiam ter sido mais desenvolvidos e os diálogos, mais claros. É preciso estar atento(a) para não perder nada. Mas foi um filme feito pra ser BONITO, e realmente é! Entrou pra lista de favoritos!
É sempre complicado assistir algo que já teve críticas ruins. Eu não li o livro (na verdade, nem conhecia), então não tenho como fazer uma comparação, mas confio na opinião de quem já leu. É um filme para passar o tempo mesmo, pra juntar as crianças na sala e assistir todos juntos. Tenta entrar no "drama adolescente", mas fica no raso mesmo. Nada de surpreendente.
Roda Gigante
3.3 309Kate maravilhosa como sempre. Justin como ator é um ótimo cantor. Até gostei de outras atuações dele, mas dessa vez ele foi tão genérico e forçado, além de que nem é tão "novinho" como foi colocado (em comparação à Kate). Mas o filme, em si, é uma obra prima.
A roda gigante é a vida da protagonista, e o que ela viveu com o salva-vidas não foi mais que uma volta. Mesmo o parque de diversões sendo uma das locações de boa parte do longa, o foco sempre está na roda gigante e no carrossel, este último sendo controlado pelo marido de Ginny. A metáfora é evidente. A roda gigante promete diversão, leva-a às alturas, mas depois volta ao mesmo lugar. O carrossel, por sua vez, é a realidade com a qual ela é obrigada a se acostumar, por conveniência e necessidade. Nos dois casos, porém, ela está andando em círculos.
Também gosto da metalinguagem de dramas que envolvem personagens que buscam ser (ou já foram) atores e atrizes. Pra mim, isso traz todo um charme pra narrativa. E também adorei o garoto tacando fogo em tudo, ele não está ali por acaso.
Ora, apesar de ser claramente um distúrbio psicológico, não deixa de ser mais uma metáfora, porque afinal de contas ele tem coragem de fazer algo que a mãe não tem, de pôr fim em tudo. A cena final deixa isso claro.
Sem dúvidas, entrou pra minha lista de favoritos.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraMildred Hayes. O filme é sobre essa mulher... E QUE MULHER!
Apesar de todo o drama estar baseado em encontrar o culpado pelo assassinato da filha, Mildred é o motor de todo o filme. Ela é uma representação perfeita das mulheres que perdem filhos, mas também das que sofrem violência doméstica, das que recorrem à polícia e são ridicularizadas, das que precisam lidar com macho escroto de todos os tipos, das que precisam ser fortes o tempo todo, e mesmo assim ainda refletem compaixão e afeto em tudo o que fazem. Sem contar na postura com que ela lida com as provocações do ex-marido,
um destaque para a cena do restaurante em que ela tinha todos os motivos para estourar a garrafa de vinho na cabeça dele, mas o que ela faz? PEDE PRA QUE ELE TRATE BEM A GAROTA DE 19 ANOS COM QUE ELE ESTÁ VIVENDO.
Pela Janela
3.5 57Intenso e sutil ao mesmo tempo e na medida certa. É angustiante e maravilhoso observar a trajetória da protagonista.
Até lá pela metade do filme, eu suspeitei que ela se suicidaria. Mas aí entra Zé, o irmão que percebe o estado deprimido de Rosália e a leva consigo à Argentina. Daí a importância do outro quando o que julgávamos ter maior valor em nossas vidas (nesse caso, o trabalho) simplesmente nos escorrega entre os dedos. E o filme pega ritmo justamente nesse percurso dos dois até chegar em Buenos Aires - e que bons ares! Aos poucos, as feições de Rosália vão mudando, as locações também estão em constante mudança, a paleta de cores vai ficando mais intensa, e a vida dela vai ficando mais florida de pessoas e lugares novos.
A Forma da Água
3.9 2,7KSensível. Bonito. Intrigante.
Elisa lembra diversas vezes Amélie Poulain, e a forma como a "água" esteve presente em boa parte do filme deu uma poeticidade única.
A fotografia é muito bonita, e por mais que pareça, NÃO É uma cópia de Amélie Poulain, então não faz sentido ficar reclamando da paleta de cores quando o contexto é totalmente diferente, a começar pelo título da obra.
De fato, fica a curiosidade quanto ao que ele é, mas o foco da narrativa é no que ele se transformou para Elisa. Tanto ela como seu vizinho são duas pessoas solitárias e "estranhas", até que encontram um ser, que mesmo sem ser "humano", se assemelha em muitos aspectos a eles. Atuação incrível da Sally Hawkins, por passar tanta emoção e sensibilidade sem dizer uma só palavra em língua oral. O romance entre ela e a criatura é inusitado e beira o absurdo, mas ao mesmo tempo é totalmente aceitável, dadas as devidas condições.
Na minha opinião, mereceu cada indicação ao Oscar e promete levar o prêmio em muitas. Saí totalmente satisfeita da sala do cinema. É um filme que dá uma paz quando acaba, uma sensação de "que bom que assisti!".
Maze Runner: A Cura Mortal
3.3 563 Assista AgoraQuase tive um ataque cardíaco em vários momentos, mas quando acabou senti como se tivesse faltado algo... Mas o filme não é ruim. Eu só deveria ter revisto os outros dois filmes antes de assistir esse, pra relembrar mesmo como a Teresa traiu a galera. Me deu um branco geral, e em muitos momentos me peguei confundindo Maze Runner com Divergente. Têm muitas semelhanças. No mais, foi uma boa saga.
Fala Comigo
2.9 183 Assista AgoraApesar de todos os pontos negativos que já foram apontados nos outros comentários, há algo que precisa ser reconhecido: "Fala comigo" é sobre pessoas que não se comunicam bem, sobre uma mãe psicanalista que não sabe lidar com o marido e os filhos; um pai que já desistiu de um relacionamento com a mulher; dois adolescentes que estão começando a querer entender seus lugares no mundo e que, de certa forma, clamam por atenção dos pais. O que a Clarice fala quando vai na casa da Ângela sobre ela estar buscando renovação e repetindo o relacionamento que teve com o pai (pelo que entendi, ela foi abusada e a Clarice sabe disso melhor que ninguém) e ainda há a carência afetiva por não ter tido filhos, é tudo muito claro e evidente, mas a recíproca também é verdadeira, e talvez seja isso que Clarice não quis (ou fingiu) não entender: o Diogo também é carente, e essa relação com a Ângela se configura no complexo de Édipo, porque ele não sabe, mas procura uma mãe.
Sobre o final, eu esperava que, no mínimo, o casal morresse num acidente de carro. Mas como não foi isso que aconteceu, é uma pena ter terminado de forma tão clichê, mostrando apenas a rebeldia de um adolescente apaixonado e a insensatez de uma mulher abandonada pelo marido, mas que agora encontrou em uma só pessoa um filho e um marido.
O Cheiro do Ralo
3.7 1,1K Assista AgoraPerturbadoramente cômico! Tudo construído muito metaforicamente, com abordagens bem cruas da realidade. Faz jus ao nome: é um filme que cheira mal, mas o cheiro não é propriamente do filme, mas do ralo, que pode significar jusstamente a sujeira acumulada na vida do protagonista, e como isso se tornou parte dele. Diferentemente do que acontece na maioria dos filmes, não se cria uma empatia pelo protagonista. Ele mesmo ficou podre. Ele se degrada gradativamente através do dinheiro e do suposto poder que tem sobre os outros e sobre ele mesmo. A angústia reside na aceitação desse aroma nada agradável, bem como de quem ele realmente é. A vida dele fede. A forma como ele trata as pessoas fede. Ele não gosta de ninguém, e isso inclui a ele mesmo.
Eu sou fã do Selton Mello porque a atuação dele parece não exigir nenhum esforço. Sempre muito econômico nas palavras, muito sucinto e pontual. Discreto, e muitas vezes rude. E mesmo nesse papel em que ele aparece bem "porco", ele tem uma elegância natural, um humor peculiar que quebra a sobriedade mas não decepciona o espectador. É um filme de difícil digestão, que transforma o absurdo em banal, a crítica é construída sutilmente em meio a acidez da trama. O final não poderia ser mais apropriado
Nise: O Coração da Loucura
4.3 656 Assista AgoraEspetacular! Arrebatador! Sobre tratar seres humanos como seres humanos!
Polícia Federal: A Lei é Para Todos
3.1 321Fui assistir um filme de terror e nem me avisaram...
Gaga: Five Foot Two
4.0 420Virei fã!
Conheço o trabalho dela desde o início, mas com esse documentário foi possível ver como ela evoluiu como artista, como pessoa, como mulher... Fantástico!
Vida longa a Gaga!
O Filme da Minha Vida
3.6 500 Assista AgoraUma baita obra de arte! Não me recordo de nenhum filme nacional que se assemelhe à fotografia e ao enredo desse. Alguns personagens poderiam ter sido mais desenvolvidos e os diálogos, mais claros. É preciso estar atento(a) para não perder nada. Mas foi um filme feito pra ser BONITO, e realmente é! Entrou pra lista de favoritos!
O Lar das Crianças Peculiares
3.3 1,5K Assista AgoraÉ sempre complicado assistir algo que já teve críticas ruins. Eu não li o livro (na verdade, nem conhecia), então não tenho como fazer uma comparação, mas confio na opinião de quem já leu. É um filme para passar o tempo mesmo, pra juntar as crianças na sala e assistir todos juntos. Tenta entrar no "drama adolescente", mas fica no raso mesmo. Nada de surpreendente.