Anos antes de explodir com "Speak no Evil", Christian Tafdrup trouxe esse roteiro que nos deixou pensativos: afinal, mesmo que você tenha tido uma vida feliz e realizada junto com alguém, valeria a pena voltar e viver tudo novamente? Grata descoberta!
Em duas horas agonizantes, o diretor de "Estados Unidos pelo Amor" rodou uma viagem dolorosa e perturbadora, para dentro de destinos talhados miseravelmente a ferro e fogo. Sem apresentar um laivo sequer de calor ou beleza, "Tolos são os outros" entra direto na categoria de filmes mais amargos já produzidos.
O diretor já havia tocado nessa mesma ferida em Eléve Libre e agora, com um lugar maior ao sol traz dois nomes de peso no elenco. Enquanto Emmanuelle Devos dá sentido ao título do filme, Daniel Auteuil está asqueroso no papel (propositalmente e com sucesso)
Incrível a fineza do diretor, filmar com insistência, momentos que qualquer outro não se interessaria, como a mão de obra de uma madeireira, ou a cadência da natureza simples e pura, atingindo níveis experimentais, tudo para exemplificar depois, que até nas sutilezas mais corriqueiras de qualquer lugar do mundo, existe um passado escondido, prestes a ebulir e a devastar tudo pela frente. E o mais impressionante é que mesmo depois de tudo devastado, a vida continua pulsando com sua naturalidade.
Quando soube que era baseado num livro, fui atrás do material original, já que pouco entendi do filme.
Lendo a história de Ian McEwan, (fantástico!) muitas coisas ficaram mais iluminadas , apesar de ainda ser uma adaptação com diversos problemas. Sequer é citado que Jed sofria da Síndrome de Clérambaut, também conhecida como Erotomania, uma patologia estranha quando uma pessoa se apaixona por outra de forma obsessiva, mesmo que não haja um desejo sexual envolvido na devoção. O trio de atores estão excelentes, (principalmente Rhys Ifans) mas o problema é mesmo a direção que não tem pulso firme. Mas fica a curiosidade do assunto.
Não esperava algo assim tão denso e carregado, com personagens esquisitos e soltos à margem da sociedade. Mia Farrow às voltas com o incesto de Robert Mitchum, seu padrasto é quase "profético" se me permite observar de longe. E a atriz está incrível e bem diferente da Rosemary que rodou no mesmo ano de 1968 com Polansky. Psicanálise Pura!
Sem entender a nota baixa para esse filme por aqui. Limbo tem uma fotografia PB absurda e caprichada, que serviu para abafar a aridez do cenário australiano. Tem um Simon Baker deprimido (a cara do Walter White do Breaking Bad) e mesmo que se trate do mistério de um assassinato de uma jovem aborígene, parece que o foco do diretor é outro. Ele opta por esmiuçar os personagens e a cadeia de descasos que as autoridades lhes oferecem. Não é o melhor roteiro do ano mas com certeza foi bem melhor do que eu esperava .
Quando a gente pensa que as ideias originais de roteiros acabaram no ralo, sempre aparece um filme (independente e desconhecido do grande público, como de praxe) provando que ainda há espaço para a originalidade sim.
E meio de longe acabei lembrando daquele filme tcheco "As pequenas Margaridas" e deve ter sido só eu.
"Companheiros! Sempre, quando há desgraça e pavor, algo grandioso ocorre em nosso país. Quanto pior, melhor"
Dito num determinado momento do filme, a frase acima serve como profecia para um novo capítulo que a própria Rússia escreveria em sua História. Cumplices, é um filme denso, carregado, e parece ter sido dirigido na frieza do ódio que move parte daquele povo, não importando se eles residam em grandes metrópoles ou em lugares longínquos e esquecidos como os utilizados aqui. Luto, vingança, tradições, tudo junto num emaranhado, que pela intensidade da história, parece ir muito mais além daquilo que foi filmado. Algo com intenções radiográficas
Adoro a genialidade de se fazer cinema de maneiras alternativas e fora do convencional, como os diretora fez nesse trabalho que conta a infame história de um assassino real de garotos dos anos 70, acontecido no Texas. Até aí, tudo bem; muitos trabalhos já fizeram (e muito bem) recontar casos tristes e absurdos envolvendo assassinos, mas a peculiaridade aqui é que um ventríloquo conta toda a história através de fantoches representando o serial kilker e as vítimas num espetáculo, bizarro e sombrio.
Obviamente que o desconforto aparece dentro dos 62 minutos da cenografia de um plano só , mas no quesito da originalidade, esse filme ganha muitos e muitos pontos, apesar da inquietação esquisita que ele nos causa.
Gosto quando um filme trata um assunto com seriedade, sem firulas. E apesar de ser cinema, "Sigurno mjesto" parece ser uma tese, um estudo cru sobre a depressão e suicídio. Apesar de toda a frieza, tudo acaba sendo muito intenso, como se víssemos tudo de uma janela real.
Um síntese sobre a loucura, a perda e o que achamos que podem ser encaixes.
Vi tudo como uma paranoia pós pandemia, um cruzamento entre Dente Canino e Creepy do Kiyoshi Kurosawa não muito original mas que tem lá suas boas qualidades.
Uma mulher tenta fazer um tratamento médico, mas este só sairá de graça se ela estiver com anemia, então ela começa a passar fome de propósito. Uma outra enche garrafas finas de whisky com chá e deixa de enfeite na linda cristaleira para criar na visita, a ilusão de status. A mesma mulher, empenha uma joia da família mas assim que recebe o dinheiro, passa primeiro no salão de beleza para arrumar o cabelo..
No universo agridoce desse filme georgiano, qualquer objeto se transforma em moeda de troca, já que todos estão em numa pendenga. Eles já tiveram dias melhores, mas hoje estão falindo ,vendendo e empenhando qualquer coisa em busca de dinheiro, buscando linha de empréstimos com taxas de juros mais suaves e o que mais aparecer para aliviar a situação. Mas tudo tem um preço. Na empreitada, até padre benzendo a casa para afastar as dívidas, vale. E o mais bacana do filme é que ninguém perde o brilho, a pose e a vaidade. Triste, mas um filme encantador
Parents
3.4 9 Assista AgoraAnos antes de explodir com "Speak no Evil", Christian Tafdrup trouxe esse roteiro que nos deixou pensativos: afinal, mesmo que você tenha tido uma vida feliz e realizada junto com alguém, valeria a pena voltar e viver tudo novamente?
Grata descoberta!
A Sala dos Professores
3.9 139 Assista AgoraA última cena é incrível! INCRÍVEL!
Tempo Esgotado
3.8 2É como um castelo de cartas. No primeiro movimento, tudo pode ruir.
Fechar os Olhos
4.3 15O cinema como terapia de cura!
Valeu a espera. Victor Erice nos brindou com um dos filmes mais lindos e balsâmicos do Cinema.
Tolos São os Outros
4.0 1Em duas horas agonizantes, o diretor de "Estados Unidos pelo Amor" rodou uma viagem dolorosa e perturbadora, para dentro de destinos talhados miseravelmente a ferro e fogo. Sem apresentar um laivo sequer de calor ou beleza, "Tolos são os outros" entra direto na categoria de filmes mais amargos já produzidos.
The Survival of Kindness
3.2 2O filme acabou e a ferida ficou ali, aberta e queimando.
O diretor de "Bad Boy Bubby" prova que consegue provocar na gente, uma catarse do tamanho de um deserto
Um Silêncio
3.3 1O diretor já havia tocado nessa mesma ferida em Eléve Libre e agora, com um lugar maior ao sol traz dois nomes de peso no elenco. Enquanto Emmanuelle Devos dá sentido ao título do filme, Daniel Auteuil está asqueroso no papel (propositalmente e com sucesso)
The Bed You Sleep In
4.1 1Incrível a fineza do diretor, filmar com insistência, momentos que qualquer outro não se interessaria, como a mão de obra de uma madeireira, ou a cadência da natureza simples e pura, atingindo níveis experimentais, tudo para exemplificar depois, que até nas sutilezas mais corriqueiras de qualquer lugar do mundo, existe um passado escondido, prestes a ebulir e a devastar tudo pela frente.
E o mais impressionante é que mesmo depois de tudo devastado, a vida continua pulsando com sua naturalidade.
DogMan
3.6 62 Assista Agora"Onde houver alguém desafortunado, Deus manda um cachorro"
Filme duro, difícil e com uma atuação soberba de Caleb Landry Jones. Talvez a melhor atuação masculina do ano.
Amor para Sempre
2.8 53Quando soube que era baseado num livro, fui atrás do material original, já que pouco entendi do filme.
Lendo a história de Ian McEwan, (fantástico!) muitas coisas ficaram mais iluminadas , apesar de ainda ser uma adaptação com diversos problemas. Sequer é citado que Jed sofria da Síndrome de Clérambaut, também conhecida como Erotomania, uma patologia estranha quando uma pessoa se apaixona por outra de forma obsessiva, mesmo que não haja um desejo sexual envolvido na devoção.
O trio de atores estão excelentes, (principalmente Rhys Ifans) mas o problema é mesmo a direção que não tem pulso firme. Mas fica a curiosidade do assunto.
Bom Garoto
2.5 165 Assista AgoraO "film fetish" do ano
As Feras
3.2 20"Vocês são umas privilegiadas, é isso o que vocês são "
Cerimônia Secreta
3.5 18Não esperava algo assim tão denso e carregado, com personagens esquisitos e soltos à margem da sociedade.
Mia Farrow às voltas com o incesto de Robert Mitchum, seu padrasto é quase "profético" se me permite observar de longe. E a atriz está incrível e bem diferente da Rosemary que rodou no mesmo ano de 1968 com Polansky.
Psicanálise Pura!
Limbo
2.6 3Sem entender a nota baixa para esse filme por aqui.
Limbo tem uma fotografia PB absurda e caprichada, que serviu para abafar a aridez do cenário australiano. Tem um Simon Baker deprimido (a cara do Walter White do Breaking Bad) e mesmo que se trate do mistério de um assassinato de uma jovem aborígene, parece que o foco do diretor é outro. Ele opta por esmiuçar os personagens e a cadeia de descasos que as autoridades lhes oferecem. Não é o melhor roteiro do ano mas com certeza foi bem melhor do que eu esperava .
LOLA
3.4 10Quando a gente pensa que as ideias originais de roteiros acabaram no ralo, sempre aparece um filme (independente e desconhecido do grande público, como de praxe) provando que ainda há espaço para a originalidade sim.
E meio de longe acabei lembrando daquele filme tcheco "As pequenas Margaridas" e deve ter sido só eu.
Cúmplices
3.0 1"Companheiros!
Sempre, quando há desgraça e pavor, algo grandioso ocorre em nosso país. Quanto pior, melhor"
Dito num determinado momento do filme, a frase acima serve como profecia para um novo capítulo que a própria Rússia escreveria em sua História.
Cumplices, é um filme denso, carregado, e parece ter sido dirigido na frieza do ódio que move parte daquele povo, não importando se eles residam em grandes metrópoles ou em lugares longínquos e esquecidos como os utilizados aqui.
Luto, vingança, tradições, tudo junto num emaranhado, que pela intensidade da história, parece ir muito mais além daquilo que foi filmado. Algo com intenções radiográficas
Jerk
3.9 1Adoro a genialidade de se fazer cinema de maneiras alternativas e fora do convencional, como os diretora fez nesse trabalho que conta a infame história de um assassino real de garotos dos anos 70, acontecido no Texas. Até aí, tudo bem; muitos trabalhos já fizeram (e muito bem) recontar casos tristes e absurdos envolvendo assassinos, mas a peculiaridade aqui é que um ventríloquo conta toda a história através de fantoches representando o serial kilker e as vítimas num espetáculo, bizarro e sombrio.
Obviamente que o desconforto aparece dentro dos 62 minutos da cenografia de um plano só , mas no quesito da originalidade, esse filme ganha muitos e muitos pontos, apesar da inquietação esquisita que ele nos causa.
Amores Expressos
4.2 355 Assista Agora“Temos azar no amor em algum momento. Sempre que tenho vou correr. O corpo perde água quando corremos, então não resta nada para as lágrimas"
Retratos Fantasmas
4.2 229 Assista AgoraUm beijo de amor, quente, molhado e apaixonado pela cidade onde nasceu, pelo cinema e pela vida
Safe Place
3.9 1Gosto quando um filme trata um assunto com seriedade, sem firulas. E apesar de ser cinema, "Sigurno mjesto" parece ser uma tese, um estudo cru sobre a depressão e suicídio. Apesar de toda a frieza, tudo acaba sendo muito intenso, como se víssemos tudo de uma janela real.
Sparta
3.8 2Enquanto o mundo se molda, Ulrich Seidl desce ainda mais baixo na crueza e na provocação.
Daughter
3.3 1Um síntese sobre a loucura, a perda e o que achamos que podem ser encaixes.
Vi tudo como uma paranoia pós pandemia, um cruzamento entre Dente Canino e Creepy do Kiyoshi Kurosawa não muito original mas que tem lá suas boas qualidades.
Linha de crédito
3.7 1Uma mulher tenta fazer um tratamento médico, mas este só sairá de graça se ela estiver com anemia, então ela começa a passar fome de propósito. Uma outra enche garrafas finas de whisky com chá e deixa de enfeite na linda cristaleira para criar na visita, a ilusão de status. A mesma mulher, empenha uma joia da família mas assim que recebe o dinheiro, passa primeiro no salão de beleza para arrumar o cabelo..
No universo agridoce desse filme georgiano, qualquer objeto se transforma em moeda de troca, já que todos estão em numa pendenga. Eles já tiveram dias melhores, mas hoje estão falindo ,vendendo e empenhando qualquer coisa em busca de dinheiro, buscando linha de empréstimos com taxas de juros mais suaves e o que mais aparecer para aliviar a situação. Mas tudo tem um preço.
Na empreitada, até padre benzendo a casa para afastar as dívidas, vale. E o mais bacana do filme é que ninguém perde o brilho, a pose e a vaidade.
Triste, mas um filme encantador
Retorno a Seul
3.5 17 Assista AgoraE do nada, a personagem se encontra na vida ao mesmo tempo que se perde