Gostei da série, mesmo ela não sendo do estilo de “tirar o fôlego”. Isso se deve pela adaptação anterior ter sido bem fiel com os principais eventos do livro, ou seja, você não fica surpreso com a série de desafortunados eventos e mortes que acontecem até o sexto capítulo. Mesmo mudando algumas coisas, tanto dos livros quanto do filme anterior, segue o mesmo espírito e clima geral. É apenas a partir do sétimo episódio que a série começa a mostrar as histórias que ainda não foram contadas no cinema referente aos órfãos Baudelaire, e isso te prende na cadeira. Neil Patrick Harris está muito bem no papel de Conde Olaf (ainda mais em sua interpretação como Stephano). Ainda assim, é inegável a superioridade de Jim Carrey (queria muito que ele aparecesse na série), que tinha carisma e conseguia nos fazer sentir ódio e rir do personagem. Do mesmo modo com Tia Josephine, em que Meryl Streep deu um show no papel com todos os medos e mazelas da personagem, sobrando muito pouco para Alfre Woodard inovar. As crianças estão ótimas e fieis ao livro, principalmente em seu visual, e as piadas pontuais e atualizadas não atrapalham o andamento da história, fazendo rir (Uber?). E essa abertura gruda na cabeça! Ponto Negativo: Péssimas legendas do Netflix. Termos que não correspondem ao que o personagem está falando e adaptações de músicas muito fracas. Poderiam ter seguido a tradução literal.
Arrastada, mas ainda assim muito boa. Isso se deve pela primeira temporada ter se adiantado demais, cobrindo muitos anos da vida de Escobar, cabendo à segunda temporada percorrer o curto período referente à sua fuga de La Catedral. Com um enfoque maior em Escobar do que na rotina do DEA, ao contrário da temporada anterior, o principal papel da temporada é nos fazer adquirir uma admiração por Escobar e sua inteligência sem esconder os crimes cada vez mais horrendos que comete. Ponto positivo: o grande uso das imagens de noticiários e sua reconstituição fiel, como as cenas de atentados, por exemplo. Ponto negativo:
esconderem o fato de que para grande parte da população colombiana Escobar morreu como um herói, ocorrendo tumultos em seu velório, chegando ao ponto da população invadir o cemitério e abrir o caixão.
Não é melhor que a temporada anterior, mas ainda tem uma alta qualidade.
Que coisa mais linda esta série. Sem se preocupar em realizar um retrato diário do cotidiano de Downton Abbey, se sai muito bem iniciando sua temporada em 1912 e encerrando em 1914, demonstrando os fatos relevantes do período e a reação não só de uma nobreza que está prestes a desabar como também das pessoas comuns, os empregados. Atuações sensacionais que te fazem ter apreço pelos personagens fiquei surpreso com Lady Mary e seu difícil papel em ter que demonstrar uma mulher vista por muitos como uma “rebelde” mas que, na verdade, não é nada disso. Maggie Smith, tão comentada, foi me surpreender apenas nos dois últimos episódios. Longe de ser uma atuação ruim, o que para ela é impossível, mas é nesse final de temporada que sua personagem cresce, que a atriz compreende toda a psicologia e entra na personagem, e assim passamos a ter uma apreço por ela. Com capítulos longos e lentos, Downton Abbey tem a duração certa. Ela é reflexiva e não uma série frenética. Não é para poucos.
Depois de muito tempo, acabei indo conferir a história de Tony Soprano. E que primeira temporada! Fã de Breaking Bad, consegui verificar diversas referências que a série fez a Sopranos. Personagens marcantes demonstrando como todo mundo, seja de forma direta ou indireta, está ligado ao crime. E nisso se insere Tony Soprano com a atuação magistral de Gandolfini, um homem que não tem vergonha da forma que obtêm dinheiro, mas busca preservar seus filhos de toda a violência que existe nisso. E é impressionante como Gandolfini consegue transparecer isso em sua atuação, sendo forte e decidido quando está nas ruas, e cabisbaixo, de ombros caídos e olhar baixo quando se encontra com sua psiquiatra, como se o peso de tudo caísse sobre seus ombros. Vale conferir.
P.S.: Para quem tem depressão e toma medicamentos, a série é extremamente fiel retratando essa realidade e os efeitos colaterais.
Fiquei muito impressionado com o aspecto técnico dado a Narcos. Dessa vez não é um excesso mas realmente os episódios parecem um filme, dignos de cinema. Se estivesse passando pela sala e olhasse para a televisão sem saber do que se tratava, de imediato não imaginaria que é uma série. Isso pelo cuidado com que foi feito, uma fotografia impecável, atuações sensacionais e a utilização de duas técnicas difíceis de se ver no cinema atual: narrações em off e a utilização de imagens reais, aumentando ainda mais o realismo. Único ponto negativo: a série vai rápido demais da fase “bonzinho-mega-empresário-das-drogas” de Pablo Escobar para a fase “mau-absoluto”. Deveriam fazer uma transição mais gradual e lenta para que nos apegássemos ao personagem como alguém bom e depois que isso fosse desconstruído em nossa mente.
Que série gostosa que é 11.22.63, que eu insisto em chamar de Novembro de 63 por causa do livro. Talvez seja um dos livros de King que mais gosto, perdendo apenas para O Cemitério (que gerou o filme Cemitério Maldito). Teve diversas mudanças radicais em suas adaptações (um “irmão” que não existia, ou uma
) mas que não chegam a incomodar, são compreensíveis para aumentar a dramaticidade e a tensão até mesmo naqueles que não leram o livro, me fazendo perguntar “Como é que esse FDP vai terminar a série agora?” mesmo já sabendo o final original. A fotografia é magnífica e ambienta muito bem o período. Os anos 60 foram muito mais alegres que a época atual, sem ainda ter visto uma Guerra do Vietnã ou um 11 de Setembro, por isso as cores fortes e vívidas. A ambientação é fiel ao real, com todos os locais do assassinato de Kennedy e até mesmo o posicionamento dos figurantes e suas câmeras Super 8 no exato local em que se encontravam no dia do fato. Referente às atuações, James Franco me incomodou em alguns momentos, com aquele seu ar de desconfiado e uma expressão que parecia dizer o tempo todo “WTF?”, mas tirando isso confesso que ele encarnou bem o personagem. Ponto forte para o intérprete de Harry, que te dá um grande apego ao zelador estudioso, e ao intérprete de Lee Oswald, pela coragem e capacidade de interpretar o assassino (ainda mais nos momentos de explosão de ódio). Trilha sonora escolhida muito bem. O próprio livro tem uma ótima trilha sonora, que me fazia parar de ler sempre que uma música era citada, colocando-a para tocar. Aqui, elas auxiliam na construção da história e dos sentimentos, com sua tradução literal podendo ser utilizada para compreender o que está se passando. Interessante ver as referências a outras obras de King, como REDRUM, de O Iluminado, escrito na parede do depósito no último episódio, ou Randall Flagg, de A Dança da Morte, andando de bicicleta também neste mesmo episódio. E, claro, como toda obra de Stephen King, não espere um final feliz. Talvez esse tenha sido o final mais próximo de feliz que ele tenha conseguido criar e, confesso, até eu me emocionei.
Ah, Stranger Things. Os anos 80 sendo teletransportados ao século XXI. Que série bacana. Tem de tudo um pouco e dos melhores filmes e livros do período. Tem Stephen King e o seu A Coisa, Conta Comigo, Carrie, Poltergeist, E.T, Goonies, Dungeons & Dragons, Super 8, entre outros. E faz todas essas referências de uma forma maestral, andando na tênue linha entre a homenagem e o plágio, sem cair na área deste último. Os atores infantis, escolhidos muito bem, dão o ar de apego e nostalgia em todos nós que, crianças nos anos 80 e 90, sempre buscávamos uma aventura daquelas que víamos na sessão da tarde, mesmo que sofrêssemos bullying na escola, como Dustin (que personagem cativante). Ponto positivo também é El, a cara de Natalie Portman em O Profissional (e não duvido que tenham escolhido ela principalmente por esta semelhança), com seu personagem lembrando esta em diversas cenas da série. Mas não é só de núcleo infantil que vive a série. Os adolescentes também estão ótimos, mostrando também a rejeição e os populares, típico dos anos 80, e até mesmo o despontar sexual. E então os adultos que tem de tudo um pouco, desde o pai ausente, até o adulto traumatizado e meio bobo, o mestre professor e a mãe de verdade, vivida por Winona Ryder em uma atuação magnífica e que, na minha impressão, lembrou sua personagem em Os Fantasmas se Divertem, como se fosse aquela personagem adulta, o que teria acontecido com ela. A abertura, como se feita em película, é fantástica e a trilha sonora então já foi comentada por todos. Medo de surgir uma segunda temporada aproveitando o Hype e estragar tudo o que foi muito bem construída com a primeira. As crianças crescem de um ano para o outro (talvez a temporada seguinte possa ter outra história com outros atores, como American Horror Story). Mesmo assim, irei assistir.
Não há palavra mais precisa para descrever “Magnífica 70” do que a que consta em seu próprio título: Magnífica! Assim como em outras séries que considero obras-primas, como Breaking Bad, vou acabar fazendo um comentário extenso em razão da paixão que ela me causou. Todos os teasers e propagandas realizados pela HBO me deixaram ansioso por essa série. A história de um censor que acaba se infiltrando no cinema marginal dos anos 70, diretamente na Boca do Lixo, e descobre a paixão cinematográfica me pareceu uma história genial. Assisti os 3 primeiros episódios quando passaram na televisão e achei-os meio mornos. Os atores não pareciam unidos e a sua atuação era muito díspare, mas eu entendia a intenção de cada um. Um fazia uma atuação mais natural, com o intuito de dar realismo à série, outro fazia uma atuação mais formal, característico dos filmes dos anos 70, e outros faziam uma atuação mais escrachada, característico do reduto que era a Boca do Lixo. Todas as intenções eram valiosas, mas não combinavam como um todo. Então, parei de assistir. Meses depois, já encerrada a temporada, me propus a continuar a série, e que sensacional que foi! A fotografia expressa exatamente o clima das pornochanchadas do período. Os flashbacks e metáforas visuais dão um ar mais Cult, relacionando os sentimentos dos personagens com o cinema (como na cena
o plano de Isabel tomando forma como a teia de uma aranha
). O roteiro, cheio de reviravoltas, prende a sua atenção e traz elementos inteligentes, para um público mais exigente, mas não esquece do público comum, trazendo flashbacks para explicar aos mesmos o que aconteceu e o motivo de determinado comportamento. Mas apesar de tudo isso, o ponto forte da série é mesmo os atores e seus personagens. Vicente, interpretado por Marcos Winter, é um personagem apaixonante e que me identificava cada vez mais em cada episódio. O funcionário público com um péssimo emprego e com uma paixão cinematográfica. Isabel, com a atuação forte de Maria Luisa Mendonça, traz momentos de ódio ao espectador para em seguida vermos o seu valor. Dora, de Simone Spoladore, rouba a cena com sua personagem linda e determinada. Manolo, de Adriano Garib, como não gostar desse machão inseguro? Além disso, o filme te brinda com diversos fatos históricos cotidianos do Brasil, com a vida em um Regime Militar e as benesses dadas aos parentes dos mesmos, e a forma como o cinema acabava sendo feito, às vezes sendo obrigados à vendê-lo para poder terminar e ver a obra lançada. Com tudo isso, não sei se fico triste e feliz com o anúncio de uma 2ª temporada. É ótimo poder ver tais personagens novamente. No entanto, sempre dá aquele medo de estragarem uma história que foi montada com maestria.
O único problema deste episódio foi ser extenso demais. Alguns momentos dava vontade de dizer “Ok, já chega. Pode acabar”. Mas foi o que possuiu a melhor história de toda a série e os diversos Easter Eggs ajudaram nisso. A presença de Jon Hamm também foi um ponto forte.
Como dito na página da primeira temporada, odiei Black mirror mas mesmo assim vi a série inteira. A segunda temporada é um pouco mais amena do que a primeira, o que me fez gostar um pouco mais dela por tratar questões como a morte, a punição e as eleições. Ainda assim, o único episódio que me agradou foi o segundo, que realiza uma crítica muito inteligente sobre a punição extrema que buscamos para os crimes e como temos o prazer em filmar a desgraça alheia para compartilhar em nossos celulares. De resto, no primeiro episódio achei a mulher uma louca e no último achei Waldo um personagem tão sem graça que não fazia sentido cativar o eleitorado.
Serei xingado mas tenho que dizer: Odiei Black Mirror. Todas as recomendações apontavam como uma série maravilhosa, mas não gostei. Pior. Achei baixa, vil, desprezível. Sei que a intenção é essa, de mostrar como o mundo pode ficar anestesiado quanto aos sentimentos humanos com o uso excessivo de tecnologia, mas a série extrapola o limite da crítica inteligente para apenas reforçar o estereótipo que tenta combater, principalmente no primeiro episódio. Sua crítica aos reality shows, no segundo episódio é ainda mais falha. O motivo? Black Mirror é uma série da rede Endemol, a mesma responsável pelo Big Brother. Do que adianta criticar se realiza a mesma coisa? Por fim, o último episódio foi o único da temporada que me agradou. Atuações muito boas e realistas, condizentes com o momento tenso que o casal passa e o perigo que certas memórias podem causar. É o dizer de que “a ignorância é uma benção”. MAS, como não consigo deixar nada pela metade, assisti todas as temporadas.
Série magnífica que assisti em dois dias de tão maravilhado que fiquei. Nachtergaele personifica Mojica através de suas unhas, trejeitos e sotaque. A paixão pelo cinema que ele transmite e a sensação de impotência diante de um sistema que vetava seu filme após todo um investimento realizado é incrível. Mostra muito bem o período e o grande nome do nosso cinema nacional que, infelizmente, ainda não é tão bem reconhecido por aqui.
Não gostei tanto desta temporada quanto da primeira. O motivo? Cara, é muito sofrimento. Tudo é difícil de ser feito, as pessoas não se dão bem e isso vai dando uma agonia inacreditável. Rs American Horror Story sempre teve boas atuações, não é a toa que a decisão diferente de utilizar os mesmos atores funciona (Lily Rabe, meu Deus, como essa mulher é linda). Senti uma falta do terror, daquele que te faz sentir medo mesmo, como a temporada anterior fazia por diversas vezes. Essa temporada apela mais pro macabro, o bizarro e o violento. Mas teve seu lado positivo: me fez perder qualquer vontade de me internar em um manicômio. A intenção de mostrar como o ser humano já foi cruel e arcaico em seus tratamentos e a impotência que todos tinham nessas situações é massacrante. E a decisão de mostrar um “tratamento para a homossexualidade” com dois atores que são homossexuais assumidos apenas realça todo o sentimento e desespero daquele momento. As técnicas de filmagem estão bem melhores. O uso de câmeras antigas, dando um ar de reportagem dos anos 70 é sensacional. E o episódio em que mostra a família de Anne Frank como se fosse um seriado é muito bem feito.
Coloquei em dia os meus comentários no filmow apenas para escrever sobre essa primeira temporada. Que enredo fantástico! Não sabia o resultado do caso de O.J Simpsons então ficava o tempo todo atônito com as decisões no tribunal e as cenas exaltadas entre as partes. Evitei de pesquisar qualquer informação sobre o caso na internet até terminar o último episódio a fim de me surpreender com o final e recomendo que, se você também não sabe, que faça o mesmo.
Fiz parte das pessoas que julgaram O.J inocente desde o início pelas diversas inconsistências do caso e que, no final, comemoraram o veredito que o colocou em liberdade. No entanto, ao ver que ele comete novos crimes e esta preso atualmente, pensei “É, parece que ele não era tão inocente assim”. E mostrar apenas no final as imagens reais e o que aconteceu com cada um realçou ainda mais esse pensamento.
Atuações muito boas de todos os envolvidos, que se esforçaram por trazer a face mais real possível do caso. O Juiz Ito realmente te convence de que ele é juiz. Bob Shapiro, Cochran e Lee Bayley são sensacionais em sua disputa de egos inflados próprios da advocacia. A desilução constante de Darden realça a questão do circo que foi armado ao redor do caso. Sem mais, ansioso por chegar o livro sobre o caso que fiz questão de comprar na pré venda para saber mais sobre o assunto. E pela segunda temporada com um novo caso.
A melhor temporada não por seu roteiro ou vilões mas sim pelo aprofundamento dado nas relações entre os personagens. O casamento de Watson, a posição de Sherlock nesse meio com a sua volta, as descobertas e até tem o início de uma trama mais política na série e, por sorte, o seu final em aberto não levantou tantas questões assim, ou seja, dá para aguentar tranquilamente dois anos por uma nova temporada.
A temporada que se aprofunda mais em Sherlock, com os seus mistérios intrincados, a personalidade de Mycroft, os seus arqui-inimigos e os casos mais famosos de sua literatura, como O cão dos Baskerville, por exemplo. Nessa temporada que a adaptação para os tempos atuais se mostra mais visível, mas em um ótimo contexto, como por exemplo as pesquisas genéticas, os alucinógenos e a própria tecnologia. E Irene Adler, A Mulher, consegue deixar sua marca como um personagem fundamental da Mitologia de Sherlock.
Fã da obra de Conan Doyle, fui assistir a tão aclamada série de televisão. E que série! Com bons mistérios, ótimas atuações e uma boa condução, os episódios de uma hora e meia passam voando. Talvez Benedict Cumberbatch seja o único ator que tenho vontade de acompanhar toda a filmografia. Em todos os papeis que faz se doa de corpo e alma, se fazendo convincente. Mesmo tendo um foco no aspecto estritamente lógico e racional, este Sherlock é cativante pelo seu aspecto excêntrico. Ponto negativo: Os mistérios do último episódio são muito fáceis de se resolver. Mesmo assim, o clímax final compensa o deslize.
Mad Men é uma série que me surpreendeu. Órfão de Breaking Bad, terminei de assistir a primeira temporada com a sensação de que a lacuna fora suprida. A primeira temporada ainda tem algumas questões que torço para que sejam solucionadas nas seguintes (ainda não comecei a ver a segunda temporada), como terminar os episódios deixando o espectador sem fôlego, esperando por mais, ou fazer com que a narrativa se estenda por vários episódios, e não tendo um mote que se encerre naquele próprio. Os personagens são geniais e muito cativantes (Ah, Christina Hendricks, você poderia aparecer em todas as cenas que eu não acharia nem um pouco ruim) e as inserções históricas, como por exemplo a eleição Nixon/Kennedy, sociais, como o papel da mulher nos anos 50, e culturais, como o livro Exodus, dão um aprofundamento e uma realidade para a história que só valorizam cada episódio.
Penny Dreadful não faz parte daquelas produções em que eu não esperava nada e acabaram me surpreendendo. Ela faz parte daquelas produções em que eu esperava MUITO e acabaram me surpreendendo. Com personagens literários aprofundados de uma maneira muito inteligente e respeitosa, acaba trazendo para um novo público os personagens clássicos e com as suas características clássicas. O Monstro de Frankenstein pode ser alguém amável e muito inteligente, mas se transformar em um ser terrível e assustador. E a fotografia lhe auxilia nisso, escondendo suas cicatrizes nas sombras em momentos de amabilidade, fazendo parecer que é uma pessoa normal, e realçando-as em momentos perigosos, dando a entender o quão assustadora a Criatura é.
Dr. Frankenstein, o meu personagem favorito, tem um aprofundamento muito interessante no seu vício pela morfina e em sua paixão doentia por Brona Croft, outra criatura morta-viva criada por ele. Vanessa Ives, como sempre, genial, sendo apresentado um pouco mais de seu passado em episódio destinado especialmente a um flashback. Dorian Gray, cada vez mais excêntrico do que antes e agora com uma companheira a altura. E fiquei muito feliz de ver que souberam aproveitar o personagem de Mr. Lyle, um figura tão interessante na primeira temporada que agora toma destaque nesta.
Com uma trama muito mais bem elaborada do que na temporada anterior, corrige um problema que sua predecessora teve: se a primeira temporada teve um final repentino, solucionado muito rapidamente, este tem a duração necessária, sendo criado desde o final do episódio 8. No entanto, teve seus pontos fracos: Sir Malcolm acabou mais apagado nessa temporada do que na anterior. E ainda não consigo ter um apego por Ethan Chandler. Não o vejo se encaixar no grupo, sendo diferente de todos os demais (talvez pelo fato de ser americano em um campo de ingleses). Demora um pouco para começar, com os dois primeiros episódios sendo bem cansativos. Além disso, a série abusou de efeitos especiais desnecessários, que cortam o climax que havia sido criado até então. Estou ansioso por uma terceira temporada e torço muito que tragam outros personagens importantes, como Drácula, Mr. Jackyll e Hyde e, quem sabe, até Jack o Estripador (apesar da série se passar depois dos assassinatos cometidos em 1888). Sonhar não tira pedaço.
Não há uma maneira certa de descrever Penny Dreadful. Surpreendente pode ser o termo correto, mas não consegue abranger tudo aquilo que deveria. Fiquei curioso com a sua premissa de misturar personagens de terror em uma Londres pós- Jack o Estripador e com tons de Velho Oeste. Mas imaginava que seria mais um “Once Upon a Time” de terror. E não é nada disso. Tem um terror muito bem trabalhado, com cenas de tensão que te deixam sem fôlego. Trata com respeito os personagens da literatura e você consegue até imaginar que eles foram criados para viverem no mesmo contexto. Além disso, mistura mitologias de vampiros, lobisomens e demônios sem que pareça uma salada mal feita. Eva Green, com um único movimento, consegue mudar completamente suas feições e parecer outra pessoa. Timothy Dalton, o esquecido 007, traz um novo personagem, traumatizado e que é o motivo de existirem as ações da série. E ele ainda te apresenta Victor Frankenstein, com suas convicções ateístas e científicas, loucas por vezes, mas muito cativantes; Dorian Gray, misterioso e sedutor (até para aqueles que você nem imagina); Ethan Chandler, um cowboy deslocado no meio de Londres; Van Helsing, personagem fundamental de Drácula e que traz muitos conhecimentos para a série. Achei apenas que pecou em seu primeiro e último episódios. O primeiro, misterioso além do devido, criando diversas perguntas que são desnecessárias. Poderia já ter se aprofundado nos personagens. O último, por dar um final repentino à temporada, podendo ter sido estendido ou até mesmo terminado
com o exorcismo de Vannesa Ives, deixando a questão da filha de Sir Malcolm para a temporada seguinte.
Impossível parar de assistir, e além de tudo isso traz uma fotografia linda e uma abertura sensacional. Pagaria muito mais que um centavo pelas histórias de “Penny Dreadful”.
It’S All Good Man – Spoilers de Better Call Saul e de Breaking Bad
Better Call Saul é aquela série que tem todas as qualidades para ser um Breaking Bad, mas que AINDA não é um Breaking Bad. Tem um ótimo roteiro, atores, locações e trilha sonora e, para aqueles mais atenciosos como eu, ainda traz novamente a teoria das cores (mas não com a mesma intensidade que Breaking Bad), o ressurgimento de personagens e um aprofundamento bem interessante neles. No entanto, ainda não é um Breaking Bad, e é essa a ideia que fica na cabeça durante toda a temporada. Ele tem um potencial enorme. E é visível em cada episódio que essa promessa será cumprida. Mas somos impacientes demais para isso. Rs Better Call Saul é uma ótima série e concordo com o que já disseram aqui: é para quem já viu Breaking Bad. Não que quem não tenha visto não irá gostar, mas você só vai conseguir ter uma ideia geral do personagem e tomar noção do impacto de cada uma de suas ações se já tiver visto tudo aquilo que ele “ainda irá fazer”, já que esta se baseia no passado de Saul Goodman. Muito bem construída, com momentos que nos dão ódio e pena de James McGill, sua trajetória vai sendo construída como a de Walter White: Um jovem idealista que faz tudo do modo certo e não recebe nada de volta. Até que resolve não ser mais impedido por nada. E se transforma em um personagem genial que demonstra que, mesmo que o crime não compense, ele pode ser bem divertido.
O uso das cores é muito bom na série, vide os diversos momentos em que James McGill usa seu terno branco, simbolizando toda a sua pureza, ou quando fica próximo a janela da casa de seu irmão, com uma luz lhe iluminando de forma que pareça até angelical, recebendo uma luz divina. Ou o destaque a porta de seu carro em vermelho (cor de sangue, crime e violência), mostrando que apesar de tudo, ele tem um pouco do crime consigo. A primeira cena da temporada, mostrando o final de Saul após Breaking Bad, toda em cinza (a cor que simboliza a tristeza e depressão) e, ao colocar um fita com os comerciais de sua carreira seus óculos refletem cores fortes das propagandas, mostrando que apesar de tudo antes sua vida era colorida e feliz, foi uma ideia fantástica de Gilligan mostrar que não vai deixar de lado tudo o que construiu. E a temporada se encerra mostrando as faixas de uma estrada. James McGill cruzou a linha e se torna Saul Goodman, mais decidido e com seu anel no dedo. A trilha sonora, que em Breaking Bad trazia muitas músicas desconhecidas (mas sensacionais, como Baby Blue e One by One) agora traz grandes cantores, como Elvis e Deep Purple. E se antes eu pensava que a série seria apenas sobre o passado de Saul, aqui ele também trata da história de Tuco e de Mike. Esperando ansioso o momento em que começará a mostrar Gus Fring (pensei que fosse aparecer no penúltimo episódio, quando os outros guarda-costas reclamaram que não gostavam de “étnicos”). As referências que faz a Breaking Bad são geniais e não me refiro apenas a presença de Tuco e de Mike, mas também ao seguinte: - James McGill, em um momento de fúria e frustração chuta uma lata de metal na saída da HHM. Por diversos episódios a mesma lata é mostrada, ainda com o amassado, lembrando de tudo o que ele passou e sua fúria. Uma referência à Breaking Bad, quando Walter White dá diversos socos à um suporte metálico e, temporadas depois, retorna ao local e vê que os amassados ainda estão ali; - O escritório/pedicure de James McGill é o mesmo em que, em Breaking Bad, Saul Goodman tenta vender para Jesse como formar de lavar dinheiro; - Quando James McGill vai a um alfaiate fazer seu terno, sobre as prateleiras estão diversos modelos de roupas. Um deles é a camisa amarela e gravata preta, modelo de Gus Fring; - Mike, quando leva Jesse para lhe acompanhar a receber o dinheiro das drogas, diz que Ele não é o cara. Ele já teve um cara, e esse cara não é Jesse. Aqui descobrimos quem é esse cara, e sua proximidade com Mike; - O estacionamento em que Mike é contratado como guarda-costas lembra muito o estacionamento do hospital em que Heisenberg coloca uma bomba no carro de Gus Fring; - Saul Goodman não é mentiroso: ele realmente convenceu uma mulher de que ele era Kevin Costner e fez sexo com ela, como confidencia a Walter White quando quer que ele compre o Laser Tag para lavar dinheiro. - Jesse Pinkman tinha uma banda chamada Twaughthammer, a qual cantava uma música chamada “Fallacies”, inspirada em Smoke on The Water. No último episódio de Better Call Saul, Smoke on the Water conclui o episódio.
Esperando ansiosamente a próxima temporada e que não demore muito para acabar: Jonathan Banks, o ator que faz o Mike, já está velho. Ele tem que ficar vivo até o fim da série. rs
Não vi O canto da Sereia da primeira vez que passou, apenas a versão adaptada em filme. Baseada apenas nele é que escrevo este comentário. O canto da Sereia é uma ótima história que poderia ter sido melhor adaptada. Tem uma direção de arte muito boa, uma técnica de filmagem bem interessante e ótimos atores. Mas peca em seu ritmo. Toda a cena inicial, até a morte de Sereia (isso não é spoiler nenhum, já que é a premissa básica da história) é muito bem conduzida e te deixa apreensivo e até as músicas são legais. Isis Valverde te convence como uma super estrela do Axé (e nisso ela me convenceu de ser uma boa atriz). No entanto, após isso, perde seu ritmo e fica muito cansativo, criando mistérios que não se sustentam e com um assassino que você facilmente descobre. A partir desse momento é o personagem de Só Love que passa a sustentar toda a trama, sendo os momentos em que ele não participa muito cansativos e arrastados e, quando ele retorna, você até se arruma um pouco na cadeira pois sabe que vão vir ótimas cenas. Não sei se a minissérie em si corrige essas falhas, mas, vendo apenas o filme, faltou algo mais.
Terceira vez que assisto Maysa. Uma na primeira vez que passou a minissérie. Em seguida, fiz seu download. Agora, com a exibição como forma de filme, vi mais uma vez. Talvez essa tenha sido a minissérie que mais tenha gostado. Não morro de amores pela Rede Globo e detesto suas novelas, mas tenho que admitir que as suas minisséries são feitas com uma qualidade indiscutível, com ótimos roteiros e falando de momentos e personalidades históricas. Não sei como descrever essa. Maysa acabou sendo a minha favorita e, mesmo eu sendo muito novo quando assisti pela primeira vez, adorei a história da cantora que viveu (e morreu) há muito tempo antes de eu ter nascido. Tudo que fosse falar seria uma repetição dos outros comentários: atuações ótimas, boa representação e bela fotografia. No começo o formato compacto me incomodou, parecia um “Melhores momentos” que só foi se acertar lá pela metade mas, a partir daí, fez valer a pena ter assistido pela terceira vez.
Já tinha visto antes a versão do Anselmo Duarte, ótima por sinal (meu filme brasileiro preferido) e desde que assisti já tinha vontade de ver essa minissérie. Ontem, com sua transmissão na forma de filme, pude novamente admirar a história de Zé do Burro, um personagem muito cativante e que, toda vez que o vejo buscando pagar a promessa feita para seu amigo, me emociona. O filme é muito bom, mas a minissérie não fica muito atrás, já que são ambas adaptadas fielmente da obra de Dias Gomes. As falas, as atuações e todos os personagens se encaixam perfeitamente naquele contexto. Não tinha como eu não gostar. Mesmo com as críticas políticas e sociais tendo sido mais amenas do que no filme, o sofrimento de Zé do Burro é aumentado, e isso faz com que a mesma história tenha uma nova ótica. Ponto negativo: a sonoplastia com características cômicas em momentos sérios me incomodou,
Assim como a sobreposição de imagens do candomblé no momento em que o Zé entra na Igreja, tirando toda a beleza de mostrar o sofrimento e o preço que ele pagou para salvar seu amigo e cumprir sua palavra, acabando então, nessa versão, tendo um final mais espiritual. Não achei boa essa decisão.
Desventuras em Série (1ª Temporada)
3.9 600 Assista AgoraGostei da série, mesmo ela não sendo do estilo de “tirar o fôlego”. Isso se deve pela adaptação anterior ter sido bem fiel com os principais eventos do livro, ou seja, você não fica surpreso com a série de desafortunados eventos e mortes que acontecem até o sexto capítulo. Mesmo mudando algumas coisas, tanto dos livros quanto do filme anterior, segue o mesmo espírito e clima geral. É apenas a partir do sétimo episódio que a série começa a mostrar as histórias que ainda não foram contadas no cinema referente aos órfãos Baudelaire, e isso te prende na cadeira. Neil Patrick Harris está muito bem no papel de Conde Olaf (ainda mais em sua interpretação como Stephano). Ainda assim, é inegável a superioridade de Jim Carrey (queria muito que ele aparecesse na série), que tinha carisma e conseguia nos fazer sentir ódio e rir do personagem. Do mesmo modo com Tia Josephine, em que Meryl Streep deu um show no papel com todos os medos e mazelas da personagem, sobrando muito pouco para Alfre Woodard inovar. As crianças estão ótimas e fieis ao livro, principalmente em seu visual, e as piadas pontuais e atualizadas não atrapalham o andamento da história, fazendo rir (Uber?). E essa abertura gruda na cabeça!
Ponto Negativo: Péssimas legendas do Netflix. Termos que não correspondem ao que o personagem está falando e adaptações de músicas muito fracas. Poderiam ter seguido a tradução literal.
Narcos (2ª Temporada)
4.4 460 Assista AgoraArrastada, mas ainda assim muito boa. Isso se deve pela primeira temporada ter se adiantado demais, cobrindo muitos anos da vida de Escobar, cabendo à segunda temporada percorrer o curto período referente à sua fuga de La Catedral. Com um enfoque maior em Escobar do que na rotina do DEA, ao contrário da temporada anterior, o principal papel da temporada é nos fazer adquirir uma admiração por Escobar e sua inteligência sem esconder os crimes cada vez mais horrendos que comete. Ponto positivo: o grande uso das imagens de noticiários e sua reconstituição fiel, como as cenas de atentados, por exemplo. Ponto negativo:
esconderem o fato de que para grande parte da população colombiana Escobar morreu como um herói, ocorrendo tumultos em seu velório, chegando ao ponto da população invadir o cemitério e abrir o caixão.
Downton Abbey (1ª Temporada)
4.6 371 Assista AgoraQue coisa mais linda esta série. Sem se preocupar em realizar um retrato diário do cotidiano de Downton Abbey, se sai muito bem iniciando sua temporada em 1912 e encerrando em 1914, demonstrando os fatos relevantes do período e a reação não só de uma nobreza que está prestes a desabar como também das pessoas comuns, os empregados.
Atuações sensacionais que te fazem ter apreço pelos personagens fiquei surpreso com Lady Mary e seu difícil papel em ter que demonstrar uma mulher vista por muitos como uma “rebelde” mas que, na verdade, não é nada disso. Maggie Smith, tão comentada, foi me surpreender apenas nos dois últimos episódios. Longe de ser uma atuação ruim, o que para ela é impossível, mas é nesse final de temporada que sua personagem cresce, que a atriz compreende toda a psicologia e entra na personagem, e assim passamos a ter uma apreço por ela.
Com capítulos longos e lentos, Downton Abbey tem a duração certa. Ela é reflexiva e não uma série frenética. Não é para poucos.
Família Soprano (1ª Temporada)
4.5 258 Assista AgoraDepois de muito tempo, acabei indo conferir a história de Tony Soprano. E que primeira temporada! Fã de Breaking Bad, consegui verificar diversas referências que a série fez a Sopranos. Personagens marcantes demonstrando como todo mundo, seja de forma direta ou indireta, está ligado ao crime. E nisso se insere Tony Soprano com a atuação magistral de Gandolfini, um homem que não tem vergonha da forma que obtêm dinheiro, mas busca preservar seus filhos de toda a violência que existe nisso. E é impressionante como Gandolfini consegue transparecer isso em sua atuação, sendo forte e decidido quando está nas ruas, e cabisbaixo, de ombros caídos e olhar baixo quando se encontra com sua psiquiatra, como se o peso de tudo caísse sobre seus ombros. Vale conferir.
P.S.: Para quem tem depressão e toma medicamentos, a série é extremamente fiel retratando essa realidade e os efeitos colaterais.
Narcos (1ª Temporada)
4.4 898 Assista AgoraFiquei muito impressionado com o aspecto técnico dado a Narcos. Dessa vez não é um excesso mas realmente os episódios parecem um filme, dignos de cinema. Se estivesse passando pela sala e olhasse para a televisão sem saber do que se tratava, de imediato não imaginaria que é uma série. Isso pelo cuidado com que foi feito, uma fotografia impecável, atuações sensacionais e a utilização de duas técnicas difíceis de se ver no cinema atual: narrações em off e a utilização de imagens reais, aumentando ainda mais o realismo.
Único ponto negativo: a série vai rápido demais da fase “bonzinho-mega-empresário-das-drogas” de Pablo Escobar para a fase “mau-absoluto”. Deveriam fazer uma transição mais gradual e lenta para que nos apegássemos ao personagem como alguém bom e depois que isso fosse desconstruído em nossa mente.
22.11.63
4.2 273 Assista AgoraQue série gostosa que é 11.22.63, que eu insisto em chamar de Novembro de 63 por causa do livro. Talvez seja um dos livros de King que mais gosto, perdendo apenas para O Cemitério (que gerou o filme Cemitério Maldito). Teve diversas mudanças radicais em suas adaptações (um “irmão” que não existia, ou uma
perda de memória
A fotografia é magnífica e ambienta muito bem o período. Os anos 60 foram muito mais alegres que a época atual, sem ainda ter visto uma Guerra do Vietnã ou um 11 de Setembro, por isso as cores fortes e vívidas. A ambientação é fiel ao real, com todos os locais do assassinato de Kennedy e até mesmo o posicionamento dos figurantes e suas câmeras Super 8 no exato local em que se encontravam no dia do fato.
Referente às atuações, James Franco me incomodou em alguns momentos, com aquele seu ar de desconfiado e uma expressão que parecia dizer o tempo todo “WTF?”, mas tirando isso confesso que ele encarnou bem o personagem. Ponto forte para o intérprete de Harry, que te dá um grande apego ao zelador estudioso, e ao intérprete de Lee Oswald, pela coragem e capacidade de interpretar o assassino (ainda mais nos momentos de explosão de ódio).
Trilha sonora escolhida muito bem. O próprio livro tem uma ótima trilha sonora, que me fazia parar de ler sempre que uma música era citada, colocando-a para tocar. Aqui, elas auxiliam na construção da história e dos sentimentos, com sua tradução literal podendo ser utilizada para compreender o que está se passando.
Interessante ver as referências a outras obras de King, como REDRUM, de O Iluminado, escrito na parede do depósito no último episódio, ou Randall Flagg, de A Dança da Morte, andando de bicicleta também neste mesmo episódio. E, claro, como toda obra de Stephen King, não espere um final feliz. Talvez esse tenha sido o final mais próximo de feliz que ele tenha conseguido criar e, confesso, até eu me emocionei.
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraAh, Stranger Things. Os anos 80 sendo teletransportados ao século XXI. Que série bacana. Tem de tudo um pouco e dos melhores filmes e livros do período. Tem Stephen King e o seu A Coisa, Conta Comigo, Carrie, Poltergeist, E.T, Goonies, Dungeons & Dragons, Super 8, entre outros. E faz todas essas referências de uma forma maestral, andando na tênue linha entre a homenagem e o plágio, sem cair na área deste último. Os atores infantis, escolhidos muito bem, dão o ar de apego e nostalgia em todos nós que, crianças nos anos 80 e 90, sempre buscávamos uma aventura daquelas que víamos na sessão da tarde, mesmo que sofrêssemos bullying na escola, como Dustin (que personagem cativante). Ponto positivo também é El, a cara de Natalie Portman em O Profissional (e não duvido que tenham escolhido ela principalmente por esta semelhança), com seu personagem lembrando esta em diversas cenas da série.
Mas não é só de núcleo infantil que vive a série. Os adolescentes também estão ótimos, mostrando também a rejeição e os populares, típico dos anos 80, e até mesmo o despontar sexual.
E então os adultos que tem de tudo um pouco, desde o pai ausente, até o adulto traumatizado e meio bobo, o mestre professor e a mãe de verdade, vivida por Winona Ryder em uma atuação magnífica e que, na minha impressão, lembrou sua personagem em Os Fantasmas se Divertem, como se fosse aquela personagem adulta, o que teria acontecido com ela.
A abertura, como se feita em película, é fantástica e a trilha sonora então já foi comentada por todos.
Medo de surgir uma segunda temporada aproveitando o Hype e estragar tudo o que foi muito bem construída com a primeira. As crianças crescem de um ano para o outro (talvez a temporada seguinte possa ter outra história com outros atores, como American Horror Story). Mesmo assim, irei assistir.
Magnífica 70 (1ª Temporada)
4.3 83Não há palavra mais precisa para descrever “Magnífica 70” do que a que consta em seu próprio título: Magnífica! Assim como em outras séries que considero obras-primas, como Breaking Bad, vou acabar fazendo um comentário extenso em razão da paixão que ela me causou.
Todos os teasers e propagandas realizados pela HBO me deixaram ansioso por essa série. A história de um censor que acaba se infiltrando no cinema marginal dos anos 70, diretamente na Boca do Lixo, e descobre a paixão cinematográfica me pareceu uma história genial.
Assisti os 3 primeiros episódios quando passaram na televisão e achei-os meio mornos. Os atores não pareciam unidos e a sua atuação era muito díspare, mas eu entendia a intenção de cada um. Um fazia uma atuação mais natural, com o intuito de dar realismo à série, outro fazia uma atuação mais formal, característico dos filmes dos anos 70, e outros faziam uma atuação mais escrachada, característico do reduto que era a Boca do Lixo. Todas as intenções eram valiosas, mas não combinavam como um todo. Então, parei de assistir.
Meses depois, já encerrada a temporada, me propus a continuar a série, e que sensacional que foi! A fotografia expressa exatamente o clima das pornochanchadas do período. Os flashbacks e metáforas visuais dão um ar mais Cult, relacionando os sentimentos dos personagens com o cinema (como na cena
em que Dora é estuprada, mostrando o filme realizado por ela
o plano de Isabel tomando forma como a teia de uma aranha
O roteiro, cheio de reviravoltas, prende a sua atenção e traz elementos inteligentes, para um público mais exigente, mas não esquece do público comum, trazendo flashbacks para explicar aos mesmos o que aconteceu e o motivo de determinado comportamento.
Mas apesar de tudo isso, o ponto forte da série é mesmo os atores e seus personagens. Vicente, interpretado por Marcos Winter, é um personagem apaixonante e que me identificava cada vez mais em cada episódio. O funcionário público com um péssimo emprego e com uma paixão cinematográfica. Isabel, com a atuação forte de Maria Luisa Mendonça, traz momentos de ódio ao espectador para em seguida vermos o seu valor. Dora, de Simone Spoladore, rouba a cena com sua personagem linda e determinada. Manolo, de Adriano Garib, como não gostar desse machão inseguro?
Além disso, o filme te brinda com diversos fatos históricos cotidianos do Brasil, com a vida em um Regime Militar e as benesses dadas aos parentes dos mesmos, e a forma como o cinema acabava sendo feito, às vezes sendo obrigados à vendê-lo para poder terminar e ver a obra lançada.
Com tudo isso, não sei se fico triste e feliz com o anúncio de uma 2ª temporada. É ótimo poder ver tais personagens novamente. No entanto, sempre dá aquele medo de estragarem uma história que foi montada com maestria.
Black Mirror: White Christmas
4.5 452O único problema deste episódio foi ser extenso demais. Alguns momentos dava vontade de dizer “Ok, já chega. Pode acabar”. Mas foi o que possuiu a melhor história de toda a série e os diversos Easter Eggs ajudaram nisso. A presença de Jon Hamm também foi um ponto forte.
Black Mirror (2ª Temporada)
4.4 753 Assista AgoraComo dito na página da primeira temporada, odiei Black mirror mas mesmo assim vi a série inteira. A segunda temporada é um pouco mais amena do que a primeira, o que me fez gostar um pouco mais dela por tratar questões como a morte, a punição e as eleições. Ainda assim, o único episódio que me agradou foi o segundo, que realiza uma crítica muito inteligente sobre a punição extrema que buscamos para os crimes e como temos o prazer em filmar a desgraça alheia para compartilhar em nossos celulares.
De resto, no primeiro episódio achei a mulher uma louca e no último achei Waldo um personagem tão sem graça que não fazia sentido cativar o eleitorado.
Black Mirror (1ª Temporada)
4.4 1,3K Assista AgoraSerei xingado mas tenho que dizer: Odiei Black Mirror. Todas as recomendações apontavam como uma série maravilhosa, mas não gostei. Pior. Achei baixa, vil, desprezível. Sei que a intenção é essa, de mostrar como o mundo pode ficar anestesiado quanto aos sentimentos humanos com o uso excessivo de tecnologia, mas a série extrapola o limite da crítica inteligente para apenas reforçar o estereótipo que tenta combater, principalmente no primeiro episódio.
Sua crítica aos reality shows, no segundo episódio é ainda mais falha. O motivo? Black Mirror é uma série da rede Endemol, a mesma responsável pelo Big Brother. Do que adianta criticar se realiza a mesma coisa?
Por fim, o último episódio foi o único da temporada que me agradou. Atuações muito boas e realistas, condizentes com o momento tenso que o casal passa e o perigo que certas memórias podem causar. É o dizer de que “a ignorância é uma benção”.
MAS, como não consigo deixar nada pela metade, assisti todas as temporadas.
Zé do Caixão
4.0 52Série magnífica que assisti em dois dias de tão maravilhado que fiquei. Nachtergaele personifica Mojica através de suas unhas, trejeitos e sotaque. A paixão pelo cinema que ele transmite e a sensação de impotência diante de um sistema que vetava seu filme após todo um investimento realizado é incrível. Mostra muito bem o período e o grande nome do nosso cinema nacional que, infelizmente, ainda não é tão bem reconhecido por aqui.
É o único cara que consegue transformar um corte de unhas em algo triste.
American Horror Story: Asylum (2ª Temporada)
4.3 2,7KNão gostei tanto desta temporada quanto da primeira. O motivo? Cara, é muito sofrimento. Tudo é difícil de ser feito, as pessoas não se dão bem e isso vai dando uma agonia inacreditável. Rs
American Horror Story sempre teve boas atuações, não é a toa que a decisão diferente de utilizar os mesmos atores funciona (Lily Rabe, meu Deus, como essa mulher é linda). Senti uma falta do terror, daquele que te faz sentir medo mesmo, como a temporada anterior fazia por diversas vezes. Essa temporada apela mais pro macabro, o bizarro e o violento. Mas teve seu lado positivo: me fez perder qualquer vontade de me internar em um manicômio. A intenção de mostrar como o ser humano já foi cruel e arcaico em seus tratamentos e a impotência que todos tinham nessas situações é massacrante. E a decisão de mostrar um “tratamento para a homossexualidade” com dois atores que são homossexuais assumidos apenas realça todo o sentimento e desespero daquele momento.
As técnicas de filmagem estão bem melhores. O uso de câmeras antigas, dando um ar de reportagem dos anos 70 é sensacional. E o episódio em que mostra a família de Anne Frank como se fosse um seriado é muito bem feito.
American Crime Story: O Povo Contra O.J. Simpson (1ª Temporada)
4.5 582 Assista AgoraColoquei em dia os meus comentários no filmow apenas para escrever sobre essa primeira temporada.
Que enredo fantástico! Não sabia o resultado do caso de O.J Simpsons então ficava o tempo todo atônito com as decisões no tribunal e as cenas exaltadas entre as partes. Evitei de pesquisar qualquer informação sobre o caso na internet até terminar o último episódio a fim de me surpreender com o final e recomendo que, se você também não sabe, que faça o mesmo.
Fiz parte das pessoas que julgaram O.J inocente desde o início pelas diversas inconsistências do caso e que, no final, comemoraram o veredito que o colocou em liberdade. No entanto, ao ver que ele comete novos crimes e esta preso atualmente, pensei “É, parece que ele não era tão inocente assim”. E mostrar apenas no final as imagens reais e o que aconteceu com cada um realçou ainda mais esse pensamento.
Atuações muito boas de todos os envolvidos, que se esforçaram por trazer a face mais real possível do caso. O Juiz Ito realmente te convence de que ele é juiz. Bob Shapiro, Cochran e Lee Bayley são sensacionais em sua disputa de egos inflados próprios da advocacia. A desilução constante de Darden realça a questão do circo que foi armado ao redor do caso.
Sem mais, ansioso por chegar o livro sobre o caso que fiz questão de comprar na pré venda para saber mais sobre o assunto. E pela segunda temporada com um novo caso.
Sherlock (3ª Temporada)
4.6 634 Assista AgoraA melhor temporada não por seu roteiro ou vilões mas sim pelo aprofundamento dado nas relações entre os personagens. O casamento de Watson, a posição de Sherlock nesse meio com a sua volta, as descobertas e até tem o início de uma trama mais política na série e, por sorte, o seu final em aberto não levantou tantas questões assim, ou seja, dá para aguentar tranquilamente dois anos por uma nova temporada.
Sherlock (2ª Temporada)
4.7 606 Assista AgoraA temporada que se aprofunda mais em Sherlock, com os seus mistérios intrincados, a personalidade de Mycroft, os seus arqui-inimigos e os casos mais famosos de sua literatura, como O cão dos Baskerville, por exemplo. Nessa temporada que a adaptação para os tempos atuais se mostra mais visível, mas em um ótimo contexto, como por exemplo as pesquisas genéticas, os alucinógenos e a própria tecnologia. E Irene Adler, A Mulher, consegue deixar sua marca como um personagem fundamental da Mitologia de Sherlock.
Sherlock (1ª Temporada)
4.6 747 Assista AgoraFã da obra de Conan Doyle, fui assistir a tão aclamada série de televisão. E que série! Com bons mistérios, ótimas atuações e uma boa condução, os episódios de uma hora e meia passam voando. Talvez Benedict Cumberbatch seja o único ator que tenho vontade de acompanhar toda a filmografia. Em todos os papeis que faz se doa de corpo e alma, se fazendo convincente. Mesmo tendo um foco no aspecto estritamente lógico e racional, este Sherlock é cativante pelo seu aspecto excêntrico.
Ponto negativo: Os mistérios do último episódio são muito fáceis de se resolver. Mesmo assim, o clímax final compensa o deslize.
Mad Men (1ª Temporada)
4.4 346 Assista AgoraMad Men é uma série que me surpreendeu. Órfão de Breaking Bad, terminei de assistir a primeira temporada com a sensação de que a lacuna fora suprida. A primeira temporada ainda tem algumas questões que torço para que sejam solucionadas nas seguintes (ainda não comecei a ver a segunda temporada), como terminar os episódios deixando o espectador sem fôlego, esperando por mais, ou fazer com que a narrativa se estenda por vários episódios, e não tendo um mote que se encerre naquele próprio. Os personagens são geniais e muito cativantes (Ah, Christina Hendricks, você poderia aparecer em todas as cenas que eu não acharia nem um pouco ruim) e as inserções históricas, como por exemplo a eleição Nixon/Kennedy, sociais, como o papel da mulher nos anos 50, e culturais, como o livro Exodus, dão um aprofundamento e uma realidade para a história que só valorizam cada episódio.
Penny Dreadful (2ª Temporada)
4.5 620 Assista Agora“Thank You, Mr. Chandler”
Penny Dreadful não faz parte daquelas produções em que eu não esperava nada e acabaram me surpreendendo. Ela faz parte daquelas produções em que eu esperava MUITO e acabaram me surpreendendo. Com personagens literários aprofundados de uma maneira muito inteligente e respeitosa, acaba trazendo para um novo público os personagens clássicos e com as suas características clássicas. O Monstro de Frankenstein pode ser alguém amável e muito inteligente, mas se transformar em um ser terrível e assustador. E a fotografia lhe auxilia nisso, escondendo suas cicatrizes nas sombras em momentos de amabilidade, fazendo parecer que é uma pessoa normal, e realçando-as em momentos perigosos, dando a entender o quão assustadora a Criatura é.
Dr. Frankenstein, o meu personagem favorito, tem um aprofundamento muito interessante no seu vício pela morfina e em sua paixão doentia por Brona Croft, outra criatura morta-viva criada por ele. Vanessa Ives, como sempre, genial, sendo apresentado um pouco mais de seu passado em episódio destinado especialmente a um flashback. Dorian Gray, cada vez mais excêntrico do que antes e agora com uma companheira a altura. E fiquei muito feliz de ver que souberam aproveitar o personagem de Mr. Lyle, um figura tão interessante na primeira temporada que agora toma destaque nesta.
Com uma trama muito mais bem elaborada do que na temporada anterior, corrige um problema que sua predecessora teve: se a primeira temporada teve um final repentino, solucionado muito rapidamente, este tem a duração necessária, sendo criado desde o final do episódio 8.
No entanto, teve seus pontos fracos: Sir Malcolm acabou mais apagado nessa temporada do que na anterior. E ainda não consigo ter um apego por Ethan Chandler. Não o vejo se encaixar no grupo, sendo diferente de todos os demais (talvez pelo fato de ser americano em um campo de ingleses).
Demora um pouco para começar, com os dois primeiros episódios sendo bem cansativos. Além disso, a série abusou de efeitos especiais desnecessários, que cortam o climax que havia sido criado até então.
Estou ansioso por uma terceira temporada e torço muito que tragam outros personagens importantes, como Drácula, Mr. Jackyll e Hyde e, quem sabe, até Jack o Estripador (apesar da série se passar depois dos assassinatos cometidos em 1888). Sonhar não tira pedaço.
Penny Dreadful (1ª Temporada)
4.3 1,0K Assista AgoraNão há uma maneira certa de descrever Penny Dreadful. Surpreendente pode ser o termo correto, mas não consegue abranger tudo aquilo que deveria. Fiquei curioso com a sua premissa de misturar personagens de terror em uma Londres pós- Jack o Estripador e com tons de Velho Oeste. Mas imaginava que seria mais um “Once Upon a Time” de terror. E não é nada disso. Tem um terror muito bem trabalhado, com cenas de tensão que te deixam sem fôlego. Trata com respeito os personagens da literatura e você consegue até imaginar que eles foram criados para viverem no mesmo contexto. Além disso, mistura mitologias de vampiros, lobisomens e demônios sem que pareça uma salada mal feita.
Eva Green, com um único movimento, consegue mudar completamente suas feições e parecer outra pessoa. Timothy Dalton, o esquecido 007, traz um novo personagem, traumatizado e que é o motivo de existirem as ações da série. E ele ainda te apresenta Victor Frankenstein, com suas convicções ateístas e científicas, loucas por vezes, mas muito cativantes; Dorian Gray, misterioso e sedutor (até para aqueles que você nem imagina); Ethan Chandler, um cowboy deslocado no meio de Londres; Van Helsing, personagem fundamental de Drácula e que traz muitos conhecimentos para a série.
Achei apenas que pecou em seu primeiro e último episódios. O primeiro, misterioso além do devido, criando diversas perguntas que são desnecessárias. Poderia já ter se aprofundado nos personagens. O último, por dar um final repentino à temporada, podendo ter sido estendido ou até mesmo terminado
com o exorcismo de Vannesa Ives, deixando a questão da filha de Sir Malcolm para a temporada seguinte.
Impossível parar de assistir, e além de tudo isso traz uma fotografia linda e uma abertura sensacional. Pagaria muito mais que um centavo pelas histórias de “Penny Dreadful”.
Better Call Saul (1ª Temporada)
4.3 820 Assista AgoraIt’S All Good Man – Spoilers de Better Call Saul e de Breaking Bad
Better Call Saul é aquela série que tem todas as qualidades para ser um Breaking Bad, mas que AINDA não é um Breaking Bad. Tem um ótimo roteiro, atores, locações e trilha sonora e, para aqueles mais atenciosos como eu, ainda traz novamente a teoria das cores (mas não com a mesma intensidade que Breaking Bad), o ressurgimento de personagens e um aprofundamento bem interessante neles. No entanto, ainda não é um Breaking Bad, e é essa a ideia que fica na cabeça durante toda a temporada. Ele tem um potencial enorme. E é visível em cada episódio que essa promessa será cumprida. Mas somos impacientes demais para isso. Rs
Better Call Saul é uma ótima série e concordo com o que já disseram aqui: é para quem já viu Breaking Bad. Não que quem não tenha visto não irá gostar, mas você só vai conseguir ter uma ideia geral do personagem e tomar noção do impacto de cada uma de suas ações se já tiver visto tudo aquilo que ele “ainda irá fazer”, já que esta se baseia no passado de Saul Goodman.
Muito bem construída, com momentos que nos dão ódio e pena de James McGill, sua trajetória vai sendo construída como a de Walter White: Um jovem idealista que faz tudo do modo certo e não recebe nada de volta. Até que resolve não ser mais impedido por nada. E se transforma em um personagem genial que demonstra que, mesmo que o crime não compense, ele pode ser bem divertido.
O uso das cores é muito bom na série, vide os diversos momentos em que James McGill usa seu terno branco, simbolizando toda a sua pureza, ou quando fica próximo a janela da casa de seu irmão, com uma luz lhe iluminando de forma que pareça até angelical, recebendo uma luz divina. Ou o destaque a porta de seu carro em vermelho (cor de sangue, crime e violência), mostrando que apesar de tudo, ele tem um pouco do crime consigo. A primeira cena da temporada, mostrando o final de Saul após Breaking Bad, toda em cinza (a cor que simboliza a tristeza e depressão) e, ao colocar um fita com os comerciais de sua carreira seus óculos refletem cores fortes das propagandas, mostrando que apesar de tudo antes sua vida era colorida e feliz, foi uma ideia fantástica de Gilligan mostrar que não vai deixar de lado tudo o que construiu. E a temporada se encerra mostrando as faixas de uma estrada. James McGill cruzou a linha e se torna Saul Goodman, mais decidido e com seu anel no dedo.
A trilha sonora, que em Breaking Bad trazia muitas músicas desconhecidas (mas sensacionais, como Baby Blue e One by One) agora traz grandes cantores, como Elvis e Deep Purple. E se antes eu pensava que a série seria apenas sobre o passado de Saul, aqui ele também trata da história de Tuco e de Mike. Esperando ansioso o momento em que começará a mostrar Gus Fring (pensei que fosse aparecer no penúltimo episódio, quando os outros guarda-costas reclamaram que não gostavam de “étnicos”).
As referências que faz a Breaking Bad são geniais e não me refiro apenas a presença de Tuco e de Mike, mas também ao seguinte:
- James McGill, em um momento de fúria e frustração chuta uma lata de metal na saída da HHM. Por diversos episódios a mesma lata é mostrada, ainda com o amassado, lembrando de tudo o que ele passou e sua fúria. Uma referência à Breaking Bad, quando Walter White dá diversos socos à um suporte metálico e, temporadas depois, retorna ao local e vê que os amassados ainda estão ali;
- O escritório/pedicure de James McGill é o mesmo em que, em Breaking Bad, Saul Goodman tenta vender para Jesse como formar de lavar dinheiro;
- Quando James McGill vai a um alfaiate fazer seu terno, sobre as prateleiras estão diversos modelos de roupas. Um deles é a camisa amarela e gravata preta, modelo de Gus Fring;
- Mike, quando leva Jesse para lhe acompanhar a receber o dinheiro das drogas, diz que Ele não é o cara. Ele já teve um cara, e esse cara não é Jesse. Aqui descobrimos quem é esse cara, e sua proximidade com Mike;
- O estacionamento em que Mike é contratado como guarda-costas lembra muito o estacionamento do hospital em que Heisenberg coloca uma bomba no carro de Gus Fring;
- Saul Goodman não é mentiroso: ele realmente convenceu uma mulher de que ele era Kevin Costner e fez sexo com ela, como confidencia a Walter White quando quer que ele compre o Laser Tag para lavar dinheiro.
- Jesse Pinkman tinha uma banda chamada Twaughthammer, a qual cantava uma música chamada “Fallacies”, inspirada em Smoke on The Water. No último episódio de Better Call Saul, Smoke on the Water conclui o episódio.
Esperando ansiosamente a próxima temporada e que não demore muito para acabar: Jonathan Banks, o ator que faz o Mike, já está velho. Ele tem que ficar vivo até o fim da série. rs
O Canto da Sereia
4.0 309Não vi O canto da Sereia da primeira vez que passou, apenas a versão adaptada em filme. Baseada apenas nele é que escrevo este comentário.
O canto da Sereia é uma ótima história que poderia ter sido melhor adaptada. Tem uma direção de arte muito boa, uma técnica de filmagem bem interessante e ótimos atores. Mas peca em seu ritmo. Toda a cena inicial, até a morte de Sereia (isso não é spoiler nenhum, já que é a premissa básica da história) é muito bem conduzida e te deixa apreensivo e até as músicas são legais. Isis Valverde te convence como uma super estrela do Axé (e nisso ela me convenceu de ser uma boa atriz). No entanto, após isso, perde seu ritmo e fica muito cansativo, criando mistérios que não se sustentam e com um assassino que você facilmente descobre. A partir desse momento é o personagem de Só Love que passa a sustentar toda a trama, sendo os momentos em que ele não participa muito cansativos e arrastados e, quando ele retorna, você até se arruma um pouco na cadeira pois sabe que vão vir ótimas cenas.
Não sei se a minissérie em si corrige essas falhas, mas, vendo apenas o filme, faltou algo mais.
Maysa - Quando Fala o Coração
4.2 275 Assista AgoraTerceira vez que assisto Maysa. Uma na primeira vez que passou a minissérie. Em seguida, fiz seu download. Agora, com a exibição como forma de filme, vi mais uma vez.
Talvez essa tenha sido a minissérie que mais tenha gostado. Não morro de amores pela Rede Globo e detesto suas novelas, mas tenho que admitir que as suas minisséries são feitas com uma qualidade indiscutível, com ótimos roteiros e falando de momentos e personalidades históricas.
Não sei como descrever essa. Maysa acabou sendo a minha favorita e, mesmo eu sendo muito novo quando assisti pela primeira vez, adorei a história da cantora que viveu (e morreu) há muito tempo antes de eu ter nascido.
Tudo que fosse falar seria uma repetição dos outros comentários: atuações ótimas, boa representação e bela fotografia. No começo o formato compacto me incomodou, parecia um “Melhores momentos” que só foi se acertar lá pela metade mas, a partir daí, fez valer a pena ter assistido pela terceira vez.
O Pagador de Promessas
3.6 24Já tinha visto antes a versão do Anselmo Duarte, ótima por sinal (meu filme brasileiro preferido) e desde que assisti já tinha vontade de ver essa minissérie. Ontem, com sua transmissão na forma de filme, pude novamente admirar a história de Zé do Burro, um personagem muito cativante e que, toda vez que o vejo buscando pagar a promessa feita para seu amigo, me emociona.
O filme é muito bom, mas a minissérie não fica muito atrás, já que são ambas adaptadas fielmente da obra de Dias Gomes. As falas, as atuações e todos os personagens se encaixam perfeitamente naquele contexto. Não tinha como eu não gostar. Mesmo com as críticas políticas e sociais tendo sido mais amenas do que no filme, o sofrimento de Zé do Burro é aumentado, e isso faz com que a mesma história tenha uma nova ótica.
Ponto negativo: a sonoplastia com características cômicas em momentos sérios me incomodou,
Assim como a sobreposição de imagens do candomblé no momento em que o Zé entra na Igreja, tirando toda a beleza de mostrar o sofrimento e o preço que ele pagou para salvar seu amigo e cumprir sua palavra, acabando então, nessa versão, tendo um final mais espiritual. Não achei boa essa decisão.