Nada muito diferente do que já vimos em "Amizade Desfeita", "Buscando..." e outros filmes que usam essa técnica de câmera em primeira pessoa, usando apenas a imagem nos dispositivos. Porém, o filme ganha outro contexto, já que foi filmado durante o período de quarentena, essa ligação direta com o espectador por causa de um situação em comum, que no caso é a pandemia, é o que ajuda na fluidez natural dos acontecimentos.
Embora o filme não traga muitas novidades, o que sobra são as novas possibilidades de morte dos personagens, e como cada um deles vai morrer, como na franquia Premonição, que a cada filme, pouca coisa nova é acrescentada ao enredo, e todo investimento é feito na criatividade das mortes.
Muitos artifícios são bem utilizados, e as câmeras dos computadores e celulares são como parte do elenco, cada um tem sua função na narrativa, e a montagem ajuda a guiar cada acontecimento. O jumpscare com a ajuda do som existe, e é usado umas duas vezes, que acabam funcionando muito bem. O saldo positivo do filme é sem dúvida a sua abordagem direta, com pouco mais de 50 minutos de duração mas sem atropelar na apresentação dos personagens.
Um excelente feijão com arroz que funciona e uma aula de apoio feminino, não é escrachado como em As Panteras. Ótimas coreografias de luta com bastante sangue, osso quebrado e deboche. Não ignora Esquadrão Suicida e é infinitamente melhor que ele
é uma farofa boa, se você desconsiderar o alívio cômico e jumpscare que não funcionam e conseguir enxergar alguma coisa nas cenas em baixo d'água. Kristen Stewart tá ótima
"Meu melhor amigo" se vende como um filme de romance gay, tanto por conta do título quanto o trabalho de divulgação e pôster mas que na realidade não existe absolutamente nada do tipo no filme. É apresentado apenas a relação de um jovem que precisa cuidar de um recém chegado em sua residência e com isso acabam virando amigos mas não passa disso.
O filme fica tentando insinuar algumas coisas relações homo afetivas entre os dois personagens principais da história mas não consegue criar ao menos uma tensão sexual, a relação que os dois tem é de pura amizade e o roteiro deixa claro em diversas vezes direta e indiretamente.
É estranho assistir a um filme assim esperando algo para acontecer já que a única razão lógica de assistir a ele é o suposto tema que não existe, mesmo com pouco tempo de duração é possível sentir o quanto esse filme é massante e sem propósito, apenas acompanhamos a rotina de uma família e nada mais, não tem razão desse filme existir.
"O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio" é um excelente filme de ação com todos os clichês do gênero, mas ainda sim a ação frenético é de encher os olhos. Quem for assistir esperando muitas cenas com coreografias ótimas de luta e explosões constantes não vai se decepcionar.
Esse é de longe o melhor filme da franquia desde o segundo, o filme já começa com uma cena de rejuvenescimento de personagens que é a coisa mais incrível que já vi sendo realizado no cinema.
Rev-9 é um destaque a parte, o vilão imparável é brilhante interpretado por Gabriel Luna que consegue dar uma postura e expressão de indiferença e persistência que o personagem pede.
Os filmes clássicos de ação que estão sendo resgatados atualmente como Rambo, Missão Impossível e filmes atuais como John Wick, não tiveram problemas em colocar atores homens acima dos 50 como protagonistas, essa realidade não acontece com as mulheres já que em todos os casos o estúdio prefere fazer reboot e colocar uma atriz mais nova. Ver Sarah Connor em tela novamente e com o destaque que merece não é só incrível mas também símbolico, assim como ter uma protagonista mexicana.
O tema sobre refugiados está bem recorrente nós filmes atuais e nesse não é diferente, algumas cenas fazem referências a isso e até como os americanos encheram os refugiados.
Esse é o sexto filme da franquia que ignora os 3 anteriores e é uma continuação direta do 2. Fecha o ciclo de uma ótima trilogia mas abre portas para novas aventuras, esse sem dúvida não deve ser o último filme desse universo que veremos.
Poucas vezes uma continuação de filme consegue ser tão boa ou melhor que o primeiro, como em "O Exterminador do Futuro 2", "De volta para o futuro 2" ou até "Homem-Aranha 2 (2004)". Com Zumbilândia não deu muito certo, se passaram 10 anos do primeiro filme e a impressão é de que ainda estamos lá, - e isso não é um elogio - essa continuação soa como algo requintado, não apresenta nada novo e evita expandir a mitologia desse mundo pra jogar no seguro.
O que se espera de uma continuação de um filme lançado em 2009, não é só a evolução visual mas também narrativa e roteiro, aqui não existe nada disso. Para um "comfort movie" até que se sai bem, claro que se você precisa usar a desculpa de desligar o cérebro, só assim para você deixar passar os 300 furos de roteiro que existem.
As duas mulheres principais do filme são deixadas de lado para dar destaque aos dois homens e como se não bastasse o favoritismo dos dois, na metade do longa isso é reforçado ainda mais e fica claro que o filme é sobre os dois homens, Columbus e Tallahassee. As duas mulheres Little Rock e Wichita estão aqui apenas para servir a história dos dois.
São repetidos uma série de erros que não funcionaram no primeiro filme, como os personagens pararem tudo que estão fazendo para se estabelecerem em uma mansão e ficarem jogando conversa fora. Zumbilândia 2 já começa assim, temos exatamente a mesma intro do primeiro filme mas com cenas diferentes, mostrando uma sequencia dos protagonistas matando os zumbis em frente a casa branca, mas diferente do primeiro, a cena não funciona, é apenas repetir uma coisa que deu certo e refazer de maneira genérica. Existe uma cena pós créditos que me atrevo a dizer que é melhor que o filme inteiro. O subtitulo do filme deveria ser "Datado duas vezes".
El Camino é um gostinho a mais do que poderia ter sido o final de Breaking Bad. O filme é uma continuação direta dos acontecimentos do ultimo episódio, onde acompanhamos Jesse Pinkman tentando se restabelecer e libertar-se do passado. Sem sombra de dúvidas o filme funciona apenas para quem já conhece a série, mesmo voltando em acontecimentos passados, a narrativa é muito direta e trabalha com elementos que são familiares ao fã da série, como personagens e cenários.
A ideia de continuar essa história e contar o que aconteceu com Jesse Pinkman é até boa, mas focar apenas nesse personagem e não dar muito espaço para o que a serie representava soa meio desgastante, claro que todo o trabalho envolvendo a fotografia e cores continua em El Camino, assim como tinha na série, mas a questão é que a todo momento a impressão é de que a necessidade desse filme existir é zero. É uma sensação de ressaca constante, banhada de flashbacks e retcons.
A construção de algumas cenas e o roteiro chega a soar como uma forma de encher linguiça, como a cena em que Jesse duvida que tal personagem chamou ou não a policia para ele, todo o tempo gasto nessa cena e diálogos são bem amadores e totalmente previsíveis, não é nem de longe o mesmo nível de matéria em que a série costumava trabalhar.
Não é a toa que Breaking Bad tem o Walter White como protagonista e Jesse Pinkman como secundário dele, pois sozinho o personagem não consegue segurar uma trama, ainda mais quando não tem uma boa história para ser contada, que avance o universo para frente. El Camino é uma tentativa nostálgica de realizar uma continuação que é bem sucedida mas não necessária, as vezes não saber de algumas coisas é o que deixa tudo grandioso.
O principal problema de "Projeto Gemini" é a falta de sentimento, mesmo que tente passar muitos momentos dramáticos com Will Smith, o filme não consegue entregar nada de muito impacto que faça sentido a existência dele, se não for apenas pelo uso da tecnologia.
Ang Lee é um ótimo diretor, responsável pelos filmes "O Segredo de Brokeback Mountain" e "As Aventuras de Pi ", o diretor até tenta tirar algo bom de um roteiro raso mas tudo que consegue é orquestrar uma boa cena de ação aqui e ali e ótimas atuações mas que não dão força a trama.
A narrativa é massante, é preciso ter muito comprometimento com o longa e embarcar de cabeça para poder ter o melhor aproveitamento, já que o filme não tem nada de atrativo para prender a atenção do pública, a história básica demais se mantem durante todo o tempo, não existe climax, é o genérico do genérico.
"Campo do Medo" trás uma proposta claustrofóbica e aterrorizante, a ideia de estar perdido em um campo gigantesco onde não existe saída é algo que só de pensar já é assustador, não é atoa que tem Vincenzo Natali na direção que também é responsável pelo filme Cubo (1997). O longa tem um primeiro ato excelente, somos apresentados aos principais personagens e a ambientação principal da história, logo sabemos o que acontece e que não tem jeito de terminar em um final feliz.
Embora a ideia seja muito boa, a necessidade de colocar elementos adicionais como "A Pedra Negra" e personagens misteriosos relacionados ao campo, deixa o filme um tanto quanto exagerado demais, claro que como uma adaptação de um livro do Stephen King, essas coisas devem ser tiradas do livro, porém, nem tudo que esta na obra original deve ser passada para o filme já que adaptação é justamente isso, colocar apenas o que funciona.
O longa tem mais sentido quando se entende ele como algo alegórico, relacionando os acontecimentos com por exemplo um purgatório, a necessidade dos personagens estarem la para alguma provação, uma redenção de seus atos, o único personagem inocente é a criança, que esta na história apenas como uma ponte entre duas famílias.
O final é simples demais e até apressado, fora muitas pontas soltas que são deixadas, como o que aconteceu com o cachorro, o desenvolvimento Nathalie (Rachel Wilson), a relação dos irmãos que fica muito dúbio sobre o que realmente acontece entre eles e a relação da igreja na história.
"Coringa" reformula tudo que já conhecemos de filmes de heróis e da inicio a um novo conceito do gênero, trazendo relações mundanas com o ficcional da mente doentia de um homem que não tem mais nada a perder. Uma história brutal que esta longe de ser algo comum para um filme do tipo; Um drama pesado, cenas extremamente gráficas e uma atuação digna de uma indicação ao Oscar pela brilhante performance de Joaquin Phoenix.
Phoenix esta no seu ápice de entrega, todo trabalho corporal, trejeitos e tom de voz é notável, o filme entende que toda essa entrega do ator precisa ser mostrada da melhor forma possível, filmando cenas onde destacam os ossos no corpo e seu andar fragilizado, até mesmo o olhar no rosto de alguém que esta totalmente perdido.
Existem claras referencias aos filmes "Taxi Driver" e "O Rei da Comédia", que curiosamente também tem o Robert De Niro no elenco, então recomendo que assista a esses dois filmes antes de Coringa.
O filme é cheio de surpresas e momentos de virada que pelos trailers não tem como adivinhar, os trailers não entregam nada. Boa parte do longa é composta por drama e construção de personagem que é uma das melhores já realizadas no cinema atual, cada momento de Phoenix em cena é fundamento para o crescimento de seu personagem, o filme é dele.
Toda brutalidade, maniqueísmo e polarização do filme pode ser não só um gatilho como algo pior para quem já esta propicio a tais ações, o filme tem classificação indicativa para 16 anos, mas deveria ter para no minimo 18+, pois é claro a necessidade de ter um pensamento estável para entender essa história e compreender que não passa de ficção.
O filme se divide entre um documentário falso e o formato padrão de filme. Toda a metalinguagem abordando os atores e apresentador vivendo eles mesmos é uma pegada estilo "The Office", um humor muito foca em ironia e sacadas diretas sobre a pessoa entrevistada, que funciona demais, assim como também funcionava em " Between Two Ferns with Zach Galifianakis".
O humor é focado no constrangimento, todas as entrevistas são apresentadas de maneira seria mas as perguntas do apresentador é o que muda o padrão do programa para os demais, o fato do apresentador não perceber que esta sendo inconveniente é o que da graça para as cenas que são uma melhor do que a outra, não tem como dizer qual o melhor momento do filme, todos se complementam e são igualmente constrangedores e hilários.
O começo do filme apresenta um humor que apela para o físico e é bem fora do tom de todo o resto do longa, mesmo assim não prejudica a narrativa que continua sendo construída como uma aventura na estrada. O melhor do filme é acompanhar cada ator e atriz que chegava para ser entrevistado pelo apresentador, um mais popular que o outro, perceber a reação de "rindo de nervoso" deles é sensacional por que mesmo que seja algo encenado, da para acreditar que aquilo é real na proposta do filme.
A tendencia de 2019 não esta sendo apenas os remakes e reboots como também filmes sobre pessoas obsessivas, filmes como 'Obsessão', 'The Fanatic' e agora 'MA'. A história é bem genérica, principalmente no roteiro, a primeira vista o filme parecia que ia propor algo diferente mas logo depois se mantem no zona de conforto dos padrões desse estilo de filme, tendo uma construção desnecessariamente lenta e com um final fraco.
Toda a construção envolvendo a personagem titulo é feita por migalhas, para que o público fique esperando até o final de sua conclusão, no fim a revelação até que é satisfatória mas não tem desenvolvimento a respeito dos outros personagens que conviviam com MA, a história é basicamente focada nela, e isso pode ser prejudicial já que a principal motivação da personagem é o que aconteceu no passado, então, o público precisa saber quem são as pessoas de seu passado além do principal alvo, que foi o único apresentado mas que também não teve desenvolvimento.
O filme é composto por cenas bem repetitivas, mostrando a MA sendo anfitriã de uma festa, acredito que o tempo gasto com essas cenas foi desnecessário, já que a história poderia ter avançado ainda mais se tivesse esse tempo poupado mas ao que parece, o proposito foi justamente encher linguiça, já que a história em si não existia.
A conclusão e muitas coisas durante o filme deixaram pontas soltas, além de deixar pendencias de personagens importantes, tudo é resolvido facilmente com apenas uma cena final, o que poderia ter acontecido bem antes, não teve logica alguma esticar o filme até chegar a um ponto que inevitavelmente chegaria. A subtrama envolvendo a filha de MA entrou apenas para não deixar mais uma ponta solta de como tudo se resolveria no final, pois a personagem não é justificada na trama.
Um filme que você pode assistir sem esperar nada, é uma história que já foi contada, não trás nenhuma novidade, mas da para passar o tempo. Não chega a ser terrivel, da para assistir.
'Amor em Obras' foge um pouco do que espera de uma comedia romântica, ainda mais vindo da Netflix que vem lançando filmes bem parecidos desse gênero. O que me chamou mais atenção foi o tempo que levou para o casal protagonista dar o seu primeiro beijo no filme inteiro, e foi faltando 30 minutos para o filme acabar. A trama gira em torno de Gabriela, uma mulher que trabalha no meio corporativo e tem dificuldade de explorar suas ideias e executa-las, quando ela entra de cabeça em um novo projeto pessoal, é que descobre onde estava o seu verdadeiro potencial.
O romance nesse filme é deixado como plano de fundo, o que importa mesmo é a jornada da protagonista em descobrir o seu oficio em outro país, e com pessoas totalmente diferentes do que ela costumava conviver. A cidade pequena onde ela começa a viver, funciona como uma unidade e sua presença é recebida com muito respeito e acolhimento.
Como dito antes, o filme não é focado no romance e sim na reforma da casa, talvez por isso a presença de Jake, que faz par romântico com Gabriela, não tenha funcionado muito. Todos os personagens auxiliares conseguem ser melhores do que o personagem que teoricamente deveria ser a cara do filme junto da protagonista.
A subtrama envolvendo as cartas encontradas foi uma excelente adição a trama, no começo parecia ser algo que fosse ignorado mas as cartas são usadas novamente durante o filme e em momentos próprios e que funcionam muito. A maneira como utilizam a câmera partida e os personagens esperando o outro terminar de digitar uma mensagem e depois desistindo foi uma utilização nova de uma técnica já aconhecida, que deu certo.
Em meios a tantos lançamentos relacionados ao mesmo gênero, 'Divaldo - O Mensageiro da Paz' até que se destaca. O filme conta uma uma narrativa de 3 atos, que acompanhamos a jornada do protagonista em três fazes da vida: Criança, Jovem e Adulto. O longa é consumido quase que inteiramente da versão jovem de Divaldo, que é vivido pelo ator, Ghilherme Lobo (Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, 2014). A versão criança de Divaldo, vivido pelo ator, João Bravo, é um dos pontos altos do filme; E assim como em todo filme com esse mesmo formato, acaba usando pouco a versão infantil de seu personagem principal e desperdiçando o que poderia ter sido muito mais, assim como também foi feito no filme Rocketman, quando foi escolhido usar pouco a versão criança de Elton John.
Definitivamente a pior coisa do filme é sem dúvida o ator Marcos Veras, interpretando um "Espirito Obsessor", ele é um ator extremamente conhecido e principalmente pelo seu trabalho com humor e coloca-lo como o principal antagonista do filme e achar que o espectador vai levar a sério é inacreditável; 100% das vezes em que o ator aparece na tela é completamente frustrante, não tem nada de aceitável ou minimamente bom no que ele apresenta, o que acaba quebrando o tom do filme em momentos decisivos.
Quando o filme tenta ousar no alivio cômico e tentar uma cena de humor, ele acerta, o problema é não continuar tentando. O longa é basicamente drama mas o que mais chama atenção são as cenas de humor colocadas aleatoriamente e quase que imperceptíveis, parece até que foi uma ideia criada de ultima hora que pareceu boa e foi aplicada. A versão infantil e jovem protagonizam o melhor arco do personagem.
Nilson, vivido por Bruno Suzano é um destaque a parte na trama, o ator é uma das poucas coisas realmente boas, ao lado da atriz Laila Garin, que vive a mãe de Divaldo, Dona Ana. Regiane Alves, que interpreta a personagem Joanna de Angelis, soa muito caricata e principalmente por conta do sotaque que a atriz insiste em não desapegar em absolutamente todas as personagens que faz.
Bruno Garcia, que faz a versão adulta de Divaldo se sai bem, mas não tem muito o que apresentar diante de todo arco narrativo e construção que seu personagem já teve.
'Turma da Mônica - Laços' é um filme que acima de tudo tem um apelo emocional e nostálgico para com os fãs que acompanham essa turma a muito tempo. O filme é banhado de referencias e participações especiais. A pesar da narrativa simples, é uma história doce de se acompanhar, é obviamente um filme infantil mas não é um filme preguiçoso. Todo o cuidado que Daniel Rezende tem de tratar a história como algo além de um simples acontecimento, usando muitos planos distantes e enquadrando o elenco principal de forma hierarquia, mostrando o Cebolinha sempre no topo.
As características dos protagonistas estão bem evidentes, o roteiro tenta deixar bem explicito o que cada personagem representa e quais suas fraquezas. Além do figurino também estar bem fiel.
A participação de Rodrigo Santoro como "Louco", apesar de caricata funciona muito, em uma cena curta, o personagem é usado como um "foreshadowing", algo como um pressagio do que viria a seguir, o roteiro é bem expositivo na maneira de explicar para o personagem e para o público o que viria a seguir.
Mônica é a personagem titulo mas quem rouba a cena mesmo é Cebolinha e Cascão, não sei se foi intencional mas as duas meninas do grupo ficaram meio na sombra deles. Mônica ficou limitada a não ter muitas falas e ser a personagem raivosa, assim como Magali que se tornou a personagem que só pensa em comida e não teve algo muito significativo na trama, a caracterização da atriz também ajudou a personagem a ficar bem apagada.
Algumas cenas que podem ter soado um pouco forçadas, podem ser relevadas pela pouca experiencia que os atores tem, então, não é algo que chegue a ser preocupante, eles até entregam boas atuações pelo tanto que eles tem para oferecer.
Assim como na serie de tv, 'Vai que cola - O Filme' brinca muito com o lance de usar a quebra de quarta parede e improviso, e também como a série o protagonista tem toda a atenção tomada pelos coadjuvantes. Paulo Gustavo é um humorista de um personagem só, ele sempre utiliza uma personalidade enérgica e expressiva, ficando exagerado propositalmente. e é assim com todos os seus personagens. Levando em conta isso, é claro perceber que Paulo Gustavo não sabe interpretar qualquer personagem que não seja Mulher ou LGBT, por que ele é limitado a isso, e quando tenta avançar essa limitação, acaba ficando exatamente igual o que ele já tinha feito.
A quebra da quarta parede e o improviso funciona muito, o fato do ator falar com a plateia do cinema pode deixar o filme datado mas a compreensão de que ele sabe que esta em um filme é engraçado e foge do comum dessa técnica. O ator usa desse artificio como forma de fazer humor e ao mesmo tempo pontuar algumas observações que o público pode ter no filme mesmo que indiretamente, como o fato de ter muitos figurantes que não agregam a narrativa e alguns erros de continuidade, o que também acaba sendo uma maneira de alivia possíveis falhas.
Muitas piadas e situações já conhecidas pelo público que acompanha a série de tv são emuladas em outros formatos, algumas funcionam e outras não. Ferdinando (Marcus Majella) como na série é o que rouba a cena no filme, o ator é sem dúvida o que tem mais apelo cômico e é quase que intuitivo todas as suas sacadas. Jéssica (Samantha Schmütz) é a segunda melhor coisa do filme, com seus pequenos tiques e "dramatização forçada", deixa qualquer cena mais leve e descontraída.
Tereza (Cacau Protásio) é uma personagem que não aparece muito e quando ter chance de mostrar alguma coisa, são consegue sair do estereotipo de sua personagem e abusa de seus atributos físicos para fazer humor. Maria Aparecida, Máicol e Wilson (Fiorella Mattheis, Emiliano D'Ávila e Fernando Caruso) são de longe os personagens mais dispensáveis do filme, o que também não é diferente na série.
'A Vida Invisível' é o retrato do passado brasileiro que ecoa até hoje. A história de duas irmãs que são separadas, e individualmente constroem uma vida sem deixar para trás a lembrança de que um dia existiu alguém que lhe completava. O filme é melancólico, aborda questões sobre o patriarcado da época que existe até hoje e fortalecendo o destino eminente que muitas mulheres passam...por se colocarem no lugar da sombra de seu marido.
Muitos dos sonhos das duas irmãs são cerceados por conta da sociedade e dos costumes. Eurídice e Guida (Carol Duarte e Julia Stockler) são levadas a viverem uma vida que foi jogada a elas. Acompanhamos uma longa jornada das duas irmãs, enfrentando diferentes obstáculos não só da sociedade como do sistema, uma série de acontecimentos que se não tivesse sido datado pelo filme, daria para dizer que é uma história se passando em tempos atuais.
O elenco esta inacreditavelmente bem escalado, além das duas protagonistas que seguram boa parte do filme, também temos um grupo de coadjuvantes que roubam a cena. Barbara Santos, que vive a personagem Filomena, protagoniza indiscutivelmente as melhores cenas do filme, ao lado de Guida, a personagem de Filo é tanto uma mãe como uma mentora para Guida. Maria Manoella, que vive a Zelia, também é tida como uma mentora de Euridice, e mesmo que não tenha tanto destaque ainda sim entrega ótimas cenas ao lado de Carol Duarte.
Fernanda Montenegro é Eurídice, em sua versão mais velha, a atriz aparece apenas no terceiro ato mas é sem dúvidas a melhor parte do filme. Com cenas em que ela não precisa se quer abrir a boca, apenas com o olhar, consegue mostrar o que esta sentindo. Toda a dor da personagem é sentida. Não teria como acreditar que apenas uma pequena participação faria toda a diferença na história.
Um filme que já começa datado pela trilha sonora e plot saturado, a ideia de um personagens trambiqueiros é algo que já foi usado por muito tempo nos cinemas. Ano passado tivemos o filme "8 Mulheres e 1 segredo" que curiosamente também tem a atriz Anne Hathaway no elenco; E apesar de não achar esse filme tão bom ainda sim é bem melhor do que "As Trapaceiras"
Duas vigaristas (Anne Hathaway e Rebel Wilson) com estilos extremamente diferentes, mas com um objetivo em comum: se apropriar da fortuna de um jovem bilionário. Com o passar do tempo, as duas passam a perceber que possuem mais pontos em comum do que tinham imaginado.
O humor é o clássico pastelão de sempre, não existe nenhuma piada ou situação meramente inventiva, tudo é requintado. O filme tem 1h30m mas a impressão é de que tem muito mais. O segundo ato consegue ser algo quase insuportável de acompanhar, por que o filme não tem ritmo e foca apenas em um dos casos em que as protagonistas estão envolvidas e não expande a narrativa, somos forçados a observa uma série de acontecimentos cansativos e respetivos que se limitam a tentar fazer humor com a forma física ou condição de alguém. Quando bem aplicado, esse tipo de humor funciona mas aqui o filme acha que tem algum tipo de graça, mesmo não tendo.
Anne Hathaway esta ok em algumas cenas mas também é mais do mesmo, a impressão é de que ela esta totalmente limitada ao roteiro. Rebel Wilson faz o clichê de "gorda engraçada" que nessa altura do campeonato já não tem mais graça alguma. A tentativa frustrante de forçar humor sobre ela ser gorda, beira a vergonha alheia. Esse filme funcionaria se tivesse sido lançado em 2004.
Cuidado Com Quem Chama
3.4 630Nada muito diferente do que já vimos em "Amizade Desfeita", "Buscando..." e outros filmes que usam essa técnica de câmera em primeira pessoa, usando apenas a imagem nos dispositivos. Porém, o filme ganha outro contexto, já que foi filmado durante o período de quarentena, essa ligação direta com o espectador por causa de um situação em comum, que no caso é a pandemia, é o que ajuda na fluidez natural dos acontecimentos.
Embora o filme não traga muitas novidades, o que sobra são as novas possibilidades de morte dos personagens, e como cada um deles vai morrer, como na franquia Premonição, que a cada filme, pouca coisa nova é acrescentada ao enredo, e todo investimento é feito na criatividade das mortes.
Muitos artifícios são bem utilizados, e as câmeras dos computadores e celulares são como parte do elenco, cada um tem sua função na narrativa, e a montagem ajuda a guiar cada acontecimento. O jumpscare com a ajuda do som existe, e é usado umas duas vezes, que acabam funcionando muito bem. O saldo positivo do filme é sem dúvida a sua abordagem direta, com pouco mais de 50 minutos de duração mas sem atropelar na apresentação dos personagens.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KUm excelente feijão com arroz que funciona e uma aula de apoio feminino, não é escrachado como em As Panteras. Ótimas coreografias de luta com bastante sangue, osso quebrado e deboche. Não ignora Esquadrão Suicida e é infinitamente melhor que ele
Ameaça Profunda
3.0 629 Assista Agoraé uma farofa boa, se você desconsiderar o alívio cômico e jumpscare que não funcionam e conseguir enxergar alguma coisa nas cenas em baixo d'água. Kristen Stewart tá ótima
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraAlém de um filme feminista, "Adoráveis Mulheres" é sobre escolhas, consequências e pertencimento.
Meu Melhor Amigo
3.2 168"Meu melhor amigo" se vende como um filme de romance gay, tanto por conta do título quanto o trabalho de divulgação e pôster mas que na realidade não existe absolutamente nada do tipo no filme. É apresentado apenas a relação de um jovem que precisa cuidar de um recém chegado em sua residência e com isso acabam virando amigos mas não passa disso.
O filme fica tentando insinuar algumas coisas relações homo afetivas entre os dois personagens principais da história mas não consegue criar ao menos uma tensão sexual, a relação que os dois tem é de pura amizade e o roteiro deixa claro em diversas vezes direta e indiretamente.
É estranho assistir a um filme assim esperando algo para acontecer já que a única razão lógica de assistir a ele é o suposto tema que não existe, mesmo com pouco tempo de duração é possível sentir o quanto esse filme é massante e sem propósito, apenas acompanhamos a rotina de uma família e nada mais, não tem razão desse filme existir.
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista Agoraplagia ultimato e ainda termina do jeito mais cafona possível. George Lucas eu entrego em suas mãos
O Caso Richard Jewell
3.7 244 Assista Agoramuito bom
Minha Mãe é uma Peça 3
3.7 571o melhor da trilogia
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
3.1 725 Assista Agora"O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio" é um excelente filme de ação com todos os clichês do gênero, mas ainda sim a ação frenético é de encher os olhos. Quem for assistir esperando muitas cenas com coreografias ótimas de luta e explosões constantes não vai se decepcionar.
Esse é de longe o melhor filme da franquia desde o segundo, o filme já começa com uma cena de rejuvenescimento de personagens que é a coisa mais incrível que já vi sendo realizado no cinema.
Rev-9 é um destaque a parte, o vilão imparável é brilhante interpretado por Gabriel Luna que consegue dar uma postura e expressão de indiferença e persistência que o personagem pede.
Os filmes clássicos de ação que estão sendo resgatados atualmente como Rambo, Missão Impossível e filmes atuais como John Wick, não tiveram problemas em colocar atores homens acima dos 50 como protagonistas, essa realidade não acontece com as mulheres já que em todos os casos o estúdio prefere fazer reboot e colocar uma atriz mais nova. Ver Sarah Connor em tela novamente e com o destaque que merece não é só incrível mas também símbolico, assim como ter uma protagonista mexicana.
O tema sobre refugiados está bem recorrente nós filmes atuais e nesse não é diferente, algumas cenas fazem referências a isso e até como os americanos encheram os refugiados.
Esse é o sexto filme da franquia que ignora os 3 anteriores e é uma continuação direta do 2. Fecha o ciclo de uma ótima trilogia mas abre portas para novas aventuras, esse sem dúvida não deve ser o último filme desse universo que veremos.
Zumbilândia: Atire Duas Vezes
3.4 612 Assista AgoraPoucas vezes uma continuação de filme consegue ser tão boa ou melhor que o primeiro, como em "O Exterminador do Futuro 2", "De volta para o futuro 2" ou até "Homem-Aranha 2 (2004)". Com Zumbilândia não deu muito certo, se passaram 10 anos do primeiro filme e a impressão é de que ainda estamos lá, - e isso não é um elogio - essa continuação soa como algo requintado, não apresenta nada novo e evita expandir a mitologia desse mundo pra jogar no seguro.
O que se espera de uma continuação de um filme lançado em 2009, não é só a evolução visual mas também narrativa e roteiro, aqui não existe nada disso. Para um "comfort movie" até que se sai bem, claro que se você precisa usar a desculpa de desligar o cérebro, só assim para você deixar passar os 300 furos de roteiro que existem.
As duas mulheres principais do filme são deixadas de lado para dar destaque aos dois homens e como se não bastasse o favoritismo dos dois, na metade do longa isso é reforçado ainda mais e fica claro que o filme é sobre os dois homens, Columbus e Tallahassee. As duas mulheres Little Rock e Wichita estão aqui apenas para servir a história dos dois.
São repetidos uma série de erros que não funcionaram no primeiro filme, como os personagens pararem tudo que estão fazendo para se estabelecerem em uma mansão e ficarem jogando conversa fora. Zumbilândia 2 já começa assim, temos exatamente a mesma intro do primeiro filme mas com cenas diferentes, mostrando uma sequencia dos protagonistas matando os zumbis em frente a casa branca, mas diferente do primeiro, a cena não funciona, é apenas repetir uma coisa que deu certo e refazer de maneira genérica. Existe uma cena pós créditos que me atrevo a dizer que é melhor que o filme inteiro. O subtitulo do filme deveria ser "Datado duas vezes".
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 843 Assista AgoraEl Camino é um gostinho a mais do que poderia ter sido o final de Breaking Bad. O filme é uma continuação direta dos acontecimentos do ultimo episódio, onde acompanhamos Jesse Pinkman tentando se restabelecer e libertar-se do passado. Sem sombra de dúvidas o filme funciona apenas para quem já conhece a série, mesmo voltando em acontecimentos passados, a narrativa é muito direta e trabalha com elementos que são familiares ao fã da série, como personagens e cenários.
A ideia de continuar essa história e contar o que aconteceu com Jesse Pinkman é até boa, mas focar apenas nesse personagem e não dar muito espaço para o que a serie representava soa meio desgastante, claro que todo o trabalho envolvendo a fotografia e cores continua em El Camino, assim como tinha na série, mas a questão é que a todo momento a impressão é de que a necessidade desse filme existir é zero. É uma sensação de ressaca constante, banhada de flashbacks e retcons.
A construção de algumas cenas e o roteiro chega a soar como uma forma de encher linguiça, como a cena em que Jesse duvida que tal personagem chamou ou não a policia para ele, todo o tempo gasto nessa cena e diálogos são bem amadores e totalmente previsíveis, não é nem de longe o mesmo nível de matéria em que a série costumava trabalhar.
Não é a toa que Breaking Bad tem o Walter White como protagonista e Jesse Pinkman como secundário dele, pois sozinho o personagem não consegue segurar uma trama, ainda mais quando não tem uma boa história para ser contada, que avance o universo para frente. El Camino é uma tentativa nostálgica de realizar uma continuação que é bem sucedida mas não necessária, as vezes não saber de algumas coisas é o que deixa tudo grandioso.
Projeto Gemini
2.8 460 Assista AgoraO principal problema de "Projeto Gemini" é a falta de sentimento, mesmo que tente passar muitos momentos dramáticos com Will Smith, o filme não consegue entregar nada de muito impacto que faça sentido a existência dele, se não for apenas pelo uso da tecnologia.
Ang Lee é um ótimo diretor, responsável pelos filmes "O Segredo de Brokeback Mountain" e "As Aventuras de Pi ", o diretor até tenta tirar algo bom de um roteiro raso mas tudo que consegue é orquestrar uma boa cena de ação aqui e ali e ótimas atuações mas que não dão força a trama.
A narrativa é massante, é preciso ter muito comprometimento com o longa e embarcar de cabeça para poder ter o melhor aproveitamento, já que o filme não tem nada de atrativo para prender a atenção do pública, a história básica demais se mantem durante todo o tempo, não existe climax, é o genérico do genérico.
Campo do Medo
2.7 733 Assista Agora"Campo do Medo" trás uma proposta claustrofóbica e aterrorizante, a ideia de estar perdido em um campo gigantesco onde não existe saída é algo que só de pensar já é assustador, não é atoa que tem Vincenzo Natali na direção que também é responsável pelo filme Cubo (1997). O longa tem um primeiro ato excelente, somos apresentados aos principais personagens e a ambientação principal da história, logo sabemos o que acontece e que não tem jeito de terminar em um final feliz.
Embora a ideia seja muito boa, a necessidade de colocar elementos adicionais como "A Pedra Negra" e personagens misteriosos relacionados ao campo, deixa o filme um tanto quanto exagerado demais, claro que como uma adaptação de um livro do Stephen King, essas coisas devem ser tiradas do livro, porém, nem tudo que esta na obra original deve ser passada para o filme já que adaptação é justamente isso, colocar apenas o que funciona.
O longa tem mais sentido quando se entende ele como algo alegórico, relacionando os acontecimentos com por exemplo um purgatório, a necessidade dos personagens estarem la para alguma provação, uma redenção de seus atos, o único personagem inocente é a criança, que esta na história apenas como uma ponte entre duas famílias.
O final é simples demais e até apressado, fora muitas pontas soltas que são deixadas, como o que aconteceu com o cachorro, o desenvolvimento Nathalie (Rachel Wilson), a relação dos irmãos que fica muito dúbio sobre o que realmente acontece entre eles e a relação da igreja na história.
Coringa
4.4 4,1K Assista Agora"Coringa" reformula tudo que já conhecemos de filmes de heróis e da inicio a um novo conceito do gênero, trazendo relações mundanas com o ficcional da mente doentia de um homem que não tem mais nada a perder. Uma história brutal que esta longe de ser algo comum para um filme do tipo; Um drama pesado, cenas extremamente gráficas e uma atuação digna de uma indicação ao Oscar pela brilhante performance de Joaquin Phoenix.
Phoenix esta no seu ápice de entrega, todo trabalho corporal, trejeitos e tom de voz é notável, o filme entende que toda essa entrega do ator precisa ser mostrada da melhor forma possível, filmando cenas onde destacam os ossos no corpo e seu andar fragilizado, até mesmo o olhar no rosto de alguém que esta totalmente perdido.
Existem claras referencias aos filmes "Taxi Driver" e "O Rei da Comédia", que curiosamente também tem o Robert De Niro no elenco, então recomendo que assista a esses dois filmes antes de Coringa.
O filme é cheio de surpresas e momentos de virada que pelos trailers não tem como adivinhar, os trailers não entregam nada. Boa parte do longa é composta por drama e construção de personagem que é uma das melhores já realizadas no cinema atual, cada momento de Phoenix em cena é fundamento para o crescimento de seu personagem, o filme é dele.
Toda brutalidade, maniqueísmo e polarização do filme pode ser não só um gatilho como algo pior para quem já esta propicio a tais ações, o filme tem classificação indicativa para 16 anos, mas deveria ter para no minimo 18+, pois é claro a necessidade de ter um pensamento estável para entender essa história e compreender que não passa de ficção.
Ad Astra: Rumo às Estrelas
3.3 851 Assista Agorafraco e esquecível.
Between Two Ferns: O Filme
3.1 74O filme se divide entre um documentário falso e o formato padrão de filme. Toda a metalinguagem abordando os atores e apresentador vivendo eles mesmos é uma pegada estilo "The Office", um humor muito foca em ironia e sacadas diretas sobre a pessoa entrevistada, que funciona demais, assim como também funcionava em " Between Two Ferns with Zach Galifianakis".
O humor é focado no constrangimento, todas as entrevistas são apresentadas de maneira seria mas as perguntas do apresentador é o que muda o padrão do programa para os demais, o fato do apresentador não perceber que esta sendo inconveniente é o que da graça para as cenas que são uma melhor do que a outra, não tem como dizer qual o melhor momento do filme, todos se complementam e são igualmente constrangedores e hilários.
O começo do filme apresenta um humor que apela para o físico e é bem fora do tom de todo o resto do longa, mesmo assim não prejudica a narrativa que continua sendo construída como uma aventura na estrada. O melhor do filme é acompanhar cada ator e atriz que chegava para ser entrevistado pelo apresentador, um mais popular que o outro, perceber a reação de "rindo de nervoso" deles é sensacional por que mesmo que seja algo encenado, da para acreditar que aquilo é real na proposta do filme.
Ma
2.6 633 Assista AgoraA tendencia de 2019 não esta sendo apenas os remakes e reboots como também filmes sobre pessoas obsessivas, filmes como 'Obsessão', 'The Fanatic' e agora 'MA'. A história é bem genérica, principalmente no roteiro, a primeira vista o filme parecia que ia propor algo diferente mas logo depois se mantem no zona de conforto dos padrões desse estilo de filme, tendo uma construção desnecessariamente lenta e com um final fraco.
Toda a construção envolvendo a personagem titulo é feita por migalhas, para que o público fique esperando até o final de sua conclusão, no fim a revelação até que é satisfatória mas não tem desenvolvimento a respeito dos outros personagens que conviviam com MA, a história é basicamente focada nela, e isso pode ser prejudicial já que a principal motivação da personagem é o que aconteceu no passado, então, o público precisa saber quem são as pessoas de seu passado além do principal alvo, que foi o único apresentado mas que também não teve desenvolvimento.
O filme é composto por cenas bem repetitivas, mostrando a MA sendo anfitriã de uma festa, acredito que o tempo gasto com essas cenas foi desnecessário, já que a história poderia ter avançado ainda mais se tivesse esse tempo poupado mas ao que parece, o proposito foi justamente encher linguiça, já que a história em si não existia.
A conclusão e muitas coisas durante o filme deixaram pontas soltas, além de deixar pendencias de personagens importantes, tudo é resolvido facilmente com apenas uma cena final, o que poderia ter acontecido bem antes, não teve logica alguma esticar o filme até chegar a um ponto que inevitavelmente chegaria. A subtrama envolvendo a filha de MA entrou apenas para não deixar mais uma ponta solta de como tudo se resolveria no final, pois a personagem não é justificada na trama.
Um filme que você pode assistir sem esperar nada, é uma história que já foi contada, não trás nenhuma novidade, mas da para passar o tempo. Não chega a ser terrivel, da para assistir.
Amor em Obras
2.8 223 Assista Agora'Amor em Obras' foge um pouco do que espera de uma comedia romântica, ainda mais vindo da Netflix que vem lançando filmes bem parecidos desse gênero. O que me chamou mais atenção foi o tempo que levou para o casal protagonista dar o seu primeiro beijo no filme inteiro, e foi faltando 30 minutos para o filme acabar. A trama gira em torno de Gabriela, uma mulher que trabalha no meio corporativo e tem dificuldade de explorar suas ideias e executa-las, quando ela entra de cabeça em um novo projeto pessoal, é que descobre onde estava o seu verdadeiro potencial.
O romance nesse filme é deixado como plano de fundo, o que importa mesmo é a jornada da protagonista em descobrir o seu oficio em outro país, e com pessoas totalmente diferentes do que ela costumava conviver. A cidade pequena onde ela começa a viver, funciona como uma unidade e sua presença é recebida com muito respeito e acolhimento.
Como dito antes, o filme não é focado no romance e sim na reforma da casa, talvez por isso a presença de Jake, que faz par romântico com Gabriela, não tenha funcionado muito. Todos os personagens auxiliares conseguem ser melhores do que o personagem que teoricamente deveria ser a cara do filme junto da protagonista.
A subtrama envolvendo as cartas encontradas foi uma excelente adição a trama, no começo parecia ser algo que fosse ignorado mas as cartas são usadas novamente durante o filme e em momentos próprios e que funcionam muito. A maneira como utilizam a câmera partida e os personagens esperando o outro terminar de digitar uma mensagem e depois desistindo foi uma utilização nova de uma técnica já aconhecida, que deu certo.
Divaldo: O Mensageiro da Paz
4.3 120Em meios a tantos lançamentos relacionados ao mesmo gênero, 'Divaldo - O Mensageiro da Paz' até que se destaca. O filme conta uma uma narrativa de 3 atos, que acompanhamos a jornada do protagonista em três fazes da vida: Criança, Jovem e Adulto. O longa é consumido quase que inteiramente da versão jovem de Divaldo, que é vivido pelo ator, Ghilherme Lobo (Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, 2014). A versão criança de Divaldo, vivido pelo ator, João Bravo, é um dos pontos altos do filme; E assim como em todo filme com esse mesmo formato, acaba usando pouco a versão infantil de seu personagem principal e desperdiçando o que poderia ter sido muito mais, assim como também foi feito no filme Rocketman, quando foi escolhido usar pouco a versão criança de Elton John.
Definitivamente a pior coisa do filme é sem dúvida o ator Marcos Veras, interpretando um "Espirito Obsessor", ele é um ator extremamente conhecido e principalmente pelo seu trabalho com humor e coloca-lo como o principal antagonista do filme e achar que o espectador vai levar a sério é inacreditável; 100% das vezes em que o ator aparece na tela é completamente frustrante, não tem nada de aceitável ou minimamente bom no que ele apresenta, o que acaba quebrando o tom do filme em momentos decisivos.
Quando o filme tenta ousar no alivio cômico e tentar uma cena de humor, ele acerta, o problema é não continuar tentando. O longa é basicamente drama mas o que mais chama atenção são as cenas de humor colocadas aleatoriamente e quase que imperceptíveis, parece até que foi uma ideia criada de ultima hora que pareceu boa e foi aplicada. A versão infantil e jovem protagonizam o melhor arco do personagem.
Nilson, vivido por Bruno Suzano é um destaque a parte na trama, o ator é uma das poucas coisas realmente boas, ao lado da atriz Laila Garin, que vive a mãe de Divaldo, Dona Ana. Regiane Alves, que interpreta a personagem Joanna de Angelis, soa muito caricata e principalmente por conta do sotaque que a atriz insiste em não desapegar em absolutamente todas as personagens que faz.
Bruno Garcia, que faz a versão adulta de Divaldo se sai bem, mas não tem muito o que apresentar diante de todo arco narrativo e construção que seu personagem já teve.
Turma da Mônica: Laços
3.6 607 Assista Agora'Turma da Mônica - Laços' é um filme que acima de tudo tem um apelo emocional e nostálgico para com os fãs que acompanham essa turma a muito tempo. O filme é banhado de referencias e participações especiais. A pesar da narrativa simples, é uma história doce de se acompanhar, é obviamente um filme infantil mas não é um filme preguiçoso. Todo o cuidado que Daniel Rezende tem de tratar a história como algo além de um simples acontecimento, usando muitos planos distantes e enquadrando o elenco principal de forma hierarquia, mostrando o Cebolinha sempre no topo.
As características dos protagonistas estão bem evidentes, o roteiro tenta deixar bem explicito o que cada personagem representa e quais suas fraquezas. Além do figurino também estar bem fiel.
A participação de Rodrigo Santoro como "Louco", apesar de caricata funciona muito, em uma cena curta, o personagem é usado como um "foreshadowing", algo como um pressagio do que viria a seguir, o roteiro é bem expositivo na maneira de explicar para o personagem e para o público o que viria a seguir.
Mônica é a personagem titulo mas quem rouba a cena mesmo é Cebolinha e Cascão, não sei se foi intencional mas as duas meninas do grupo ficaram meio na sombra deles. Mônica ficou limitada a não ter muitas falas e ser a personagem raivosa, assim como Magali que se tornou a personagem que só pensa em comida e não teve algo muito significativo na trama, a caracterização da atriz também ajudou a personagem a ficar bem apagada.
Algumas cenas que podem ter soado um pouco forçadas, podem ser relevadas pela pouca experiencia que os atores tem, então, não é algo que chegue a ser preocupante, eles até entregam boas atuações pelo tanto que eles tem para oferecer.
Vai Que Cola - O Filme
2.7 526 Assista AgoraAssim como na serie de tv, 'Vai que cola - O Filme' brinca muito com o lance de usar a quebra de quarta parede e improviso, e também como a série o protagonista tem toda a atenção tomada pelos coadjuvantes. Paulo Gustavo é um humorista de um personagem só, ele sempre utiliza uma personalidade enérgica e expressiva, ficando exagerado propositalmente. e é assim com todos os seus personagens. Levando em conta isso, é claro perceber que Paulo Gustavo não sabe interpretar qualquer personagem que não seja Mulher ou LGBT, por que ele é limitado a isso, e quando tenta avançar essa limitação, acaba ficando exatamente igual o que ele já tinha feito.
A quebra da quarta parede e o improviso funciona muito, o fato do ator falar com a plateia do cinema pode deixar o filme datado mas a compreensão de que ele sabe que esta em um filme é engraçado e foge do comum dessa técnica. O ator usa desse artificio como forma de fazer humor e ao mesmo tempo pontuar algumas observações que o público pode ter no filme mesmo que indiretamente, como o fato de ter muitos figurantes que não agregam a narrativa e alguns erros de continuidade, o que também acaba sendo uma maneira de alivia possíveis falhas.
Muitas piadas e situações já conhecidas pelo público que acompanha a série de tv são emuladas em outros formatos, algumas funcionam e outras não. Ferdinando (Marcus Majella) como na série é o que rouba a cena no filme, o ator é sem dúvida o que tem mais apelo cômico e é quase que intuitivo todas as suas sacadas. Jéssica (Samantha Schmütz) é a segunda melhor coisa do filme, com seus pequenos tiques e "dramatização forçada", deixa qualquer cena mais leve e descontraída.
Tereza (Cacau Protásio) é uma personagem que não aparece muito e quando ter chance de mostrar alguma coisa, são consegue sair do estereotipo de sua personagem e abusa de seus atributos físicos para fazer humor. Maria Aparecida, Máicol e Wilson (Fiorella Mattheis, Emiliano D'Ávila e Fernando Caruso) são de longe os personagens mais dispensáveis do filme, o que também não é diferente na série.
A Vida Invisível
4.3 645'A Vida Invisível' é o retrato do passado brasileiro que ecoa até hoje. A história de duas irmãs que são separadas, e individualmente constroem uma vida sem deixar para trás a lembrança de que um dia existiu alguém que lhe completava. O filme é melancólico, aborda questões sobre o patriarcado da época que existe até hoje e fortalecendo o destino eminente que muitas mulheres passam...por se colocarem no lugar da sombra de seu marido.
Muitos dos sonhos das duas irmãs são cerceados por conta da sociedade e dos costumes. Eurídice e Guida (Carol Duarte e Julia Stockler) são levadas a viverem uma vida que foi jogada a elas. Acompanhamos uma longa jornada das duas irmãs, enfrentando diferentes obstáculos não só da sociedade como do sistema, uma série de acontecimentos que se não tivesse sido datado pelo filme, daria para dizer que é uma história se passando em tempos atuais.
O elenco esta inacreditavelmente bem escalado, além das duas protagonistas que seguram boa parte do filme, também temos um grupo de coadjuvantes que roubam a cena. Barbara Santos, que vive a personagem Filomena, protagoniza indiscutivelmente as melhores cenas do filme, ao lado de Guida, a personagem de Filo é tanto uma mãe como uma mentora para Guida. Maria Manoella, que vive a Zelia, também é tida como uma mentora de Euridice, e mesmo que não tenha tanto destaque ainda sim entrega ótimas cenas ao lado de Carol Duarte.
Fernanda Montenegro é Eurídice, em sua versão mais velha, a atriz aparece apenas no terceiro ato mas é sem dúvidas a melhor parte do filme. Com cenas em que ela não precisa se quer abrir a boca, apenas com o olhar, consegue mostrar o que esta sentindo. Toda a dor da personagem é sentida. Não teria como acreditar que apenas uma pequena participação faria toda a diferença na história.
As Trapaceiras
2.7 316 Assista AgoraUm filme que já começa datado pela trilha sonora e plot saturado, a ideia de um personagens trambiqueiros é algo que já foi usado por muito tempo nos cinemas. Ano passado tivemos o filme "8 Mulheres e 1 segredo" que curiosamente também tem a atriz Anne Hathaway no elenco; E apesar de não achar esse filme tão bom ainda sim é bem melhor do que "As Trapaceiras"
Duas vigaristas (Anne Hathaway e Rebel Wilson) com estilos extremamente diferentes, mas com um objetivo em comum: se apropriar da fortuna de um jovem bilionário. Com o passar do tempo, as duas passam a perceber que possuem mais pontos em comum do que tinham imaginado.
O humor é o clássico pastelão de sempre, não existe nenhuma piada ou situação meramente inventiva, tudo é requintado. O filme tem 1h30m mas a impressão é de que tem muito mais. O segundo ato consegue ser algo quase insuportável de acompanhar, por que o filme não tem ritmo e foca apenas em um dos casos em que as protagonistas estão envolvidas e não expande a narrativa, somos forçados a observa uma série de acontecimentos cansativos e respetivos que se limitam a tentar fazer humor com a forma física ou condição de alguém. Quando bem aplicado, esse tipo de humor funciona mas aqui o filme acha que tem algum tipo de graça, mesmo não tendo.
Anne Hathaway esta ok em algumas cenas mas também é mais do mesmo, a impressão é de que ela esta totalmente limitada ao roteiro. Rebel Wilson faz o clichê de "gorda engraçada" que nessa altura do campeonato já não tem mais graça alguma. A tentativa frustrante de forçar humor sobre ela ser gorda, beira a vergonha alheia. Esse filme funcionaria se tivesse sido lançado em 2004.
Primos
2.5 159horrivel!