Uma trama intrigante que é envolta de uma aura misteriosa de poucos sobreviventes de um fatídico ocorrido na mansão dos Blackwood. O longa foi baseado no romance de 1962 de mesmo nome por Shirley Jackson; E acompanha a rotina de três personagens: Merricat, Constance e Julian que moram sozinhos na mansão Blackwood e vivem dias pacatos e outras vezes melancólicos. Merricat passa sua maior parte do dia praticando "feitiços" para proteger sua irmã Constance, que até então é apresentada como uma pessoa doce e ingenua.
Chama atenção o modo com que os personagens agem, com arquétipos e maneirismos de uma peça de teatro. Cada personagem tem sua característica bem definida e não apresentam mudança drástica do que foi proposto para eles, a construção é feita a partir do que eles são e o roteiro trabalha com nesses moldes. A atmosfera sombria e confusa pode soar meio inquietante.
A trama passa a ter outra cara quando um personagem fora de sintonia embarca, é sentido o contraste que ele tem em relação ao ambiente em que ele não foi convidado. Um intruso, uma quebra de controle, algo que Merricat não esperava. Toda apreensão, angustia e pressa é o que toda conta de Merricat, Taissa Farmiga entrega uma personagem com suavidade e ao mesmo tempo pressa de resolver o que esta pendente.
Constance é doce, e Alexandra Daddario incarna essa figura que precisa ser doce e ao mesmo tempo inquieta. Ela não age com a fala, tudo que ela consegue fazer de real são expressões tímidas e um olhar de socorro, uma atuação simples mas objetiva.
Julian é um personagem que precisa terminar o seu livro sobre o ocorrido na mansão Blackwood mas aparentemente ele tem pequenos lapsos de memoria, o filme deixa isso claro em vários momentos e o personagem as vezes se vê de frente ao passado, algumas conversas com os familiares mortos. Essa dinâmica é apresentada sutilmente mas é fácil nota-la.
Sebastian Stan faz o Charles, um personagem clichê de sempre, valentão que da ordens e esta sempre errado. Ele tem bons momentos, não consegue passar muita coisa além do esperado mas ainda sim é uma boa performance. O final é uma clara alegoria do incidente onde deu inicio a tudo.
"Nós" é um horror slasher com subgênero de invasão de casa que pode ser entendido também como um filme alegórico sobre os Estados Unidos e toda sua cultura.
O suspense do longa é orquestrado divinamente, começando como um filme simples do gênero apresentando os principais personagens da história, até nos situar em uma realidade claustrofóbica e intensa.
O clima de tensão é construído de maneira gradual, e somos forçados a acompanhar os personagens passando por eventualidades mortais causadas por "eles mesmos".
A fotografia ajuda a contar a história, como na cena em que os personagens chegam na praia e câmera filma de cima pegando a sombra deles progetada sobre a areia, como uma forma de prever o que vinha a seguir. Fora todas as mínimas coecidencias que foram expostas pelo roteiro gratuitamente.
Os atores são dirigidos de forma singular, cada um tem sua própria característica quando estão vivendo os personagens padrões e quando interpretam os clones. É fácil de identificar os maneirismos de cada um pela excelência direção de elenco.
O final apesar de ser expositivo e não deixar o expectador pensar sobre uma possibilidades diferente, ainda sim consegue ser um final inquietante com um terceiro ato divinamente filmado e montado.
Mesmo tentando, tudo que consegui pensar foi o quanto esse filme conseguiu desperdiçar muita coisa boa. Shazam é uma aposta que poderia dar certo se tivesse desenvolvido mais os personagens coadjuvantes, cada um deles tem muito para mostrar mas são deixados de lado e pouco aparecem, e ainda existem personagens que mal tem fala, é muito conteúdo para pouco desenvolvimento.
O primeiro ato é enfadonho, mesmo com poucas cenas que teoricamente deveriam causar algum impacto, o filme não consegue dar peso ao que esta em tela e todo acontecimento soa como algo artificial, e o problema maior é que ainda por cima as coisas são levadas a sério. Não tem como acreditar em nada do que aparece, claro que é ficção mas as ações e circunstancias de alguns personagens beira ao amadorismo.
O protagonista Billy Batson (Asher Angel) que deveria ser o principal personagem do filme e consequentemente o personagem que o publico deve se identificar, é totalmente ofuscado pelo personagem de Freddy Freeman (Jack Dylan Grazer), que rouba a cena cada vez que aparece, Asher Angel não consegue entregar uma cena minimamente boa de seu personagem quanto adolescente. Já quando Billy esta transformado em Shazam a coisa flui, a diferença de personalidade é gritante, fica claro a falta de preparo no estudo de personagem dos dois atores que deveriam ter sincronizado suas personalidades para que não soasse nada diferente.
O filme tem um tom bastante leva, é clara a intenção de tirar o peso de dureza que existiu nos filmes anteriores do estúdio. Porém, não acho que soe natural essa mudança tão radical levando em conta que tudo se passa no mesmo universo e a cena final do filme corrobora isso.
Algumas piadas sobre situações que acontecem em filmes de heróis são boas, essas cenas mais simples são as que chamam mais atenção, mesmo não tendo tanta graça, ainda sim é uma boa sacada.
Zachary Levi é o dono do filme, realmente não tem para ninguém, o ator consegue levar tudo nas costas e acredito que se não fosse por ele esse filme não seria minimamente bom, já que todas as cenas realmente boas são com ele.
Homem-Aranha: Longe de Casa é o 23ª filme do Universo Cinematográfico Marvel e o segundo filme solo do herói estrelado por Tom Holland. O primeiro longa lançado em 2017, possuía um tom mais intimista e ao mesmo tempo ousado, por não ir longe de mais em algumas escolhas e preferir recorrer a situações mais simples. Em "Longe de Casa", a escolha é outra, o longa é repleto de cenas de ação visualmente mais grandiosas que o primeiro filme mas além disso, arrisca em deixar boa parte das cenas em uma trama cansativa de acompanhar.
O problema de assistir a qualquer filme do Homem-Aranha pela Sony, é que os filmes desse personagem geralmente não vai ter qualquer influencia significativa para o universo da Marvel Studios como um todo. Assim como no primeiro filme, não é apresentado nada de novo em questão de universo, todo o filme é baseado em consequências dos anteriores e não apresenta qualquer elemento que possa ser aproveitado nos demais filmes, a sessão de assistir os filmes do Homem-Aranha é de estar vendo um spin-off que não vai ter influencia num todo.
Os filmes da Marvel Studios são comuns e aplicar o famigerado "alivio cômico" aqui isso soa mais como "desespero cômico", a maioria das piadas são fora de time e boa parte delas já foi apresentadas nos trailers. Os únicos momentos que formaram um humor natural que não soou como programado, foi envolvendo o personagem de Ned (O melhor amigo de Parker).
O problema maior é o filme apresentar o Jake Gyllenhaal como herói e achar que ele realmente não vai ser vilão, é só olhar para a cara dele que já esta escrito, durante todo momento o longa quer fazer com que o espectador entenda que o Mysterio é o mocinho mas não tem como engolir isso em absolutamente nenhum momento. Gyllenhaal esta excelente, o filme só vale a pena mesmo por conta dele, todas as cenas onde ele protagoniza são as únicas cenas boas do filme.
A sensação de assistir esse filme foi a mesma de um fim de festa. Como se a festa já tivesse acabado a muito tempo mas ainda tem uma pessoa ali sozinha bêbada dançando com uma música ruim de fundo, tentando fazer a festa render mais um pouco. O filme é muito longo e a impressão é que nunca vai acabar. Existem duas cenas pós créditos, na verdade uma durante e outra realmente depois.
Acho que "Annabelle 3: De Volta Para Casa" não é só o melhor spin off como também, possivelmente o melhor filme da franquia "Invocação do Mal". Ficou mais do que claro que por mais bons e importantes que Vera Farmig e Patrick Wilson sejam para esse universo, a franquia consegue sobreviver facilmente sem a presença dos dois e nesse filme é a maior prova disso.
Embora os dois atores apareçam no filme, a presença deles é quase que inexistência, o que segura mesmo são as três protagonistas que são Danielle (Katie Sarife), Mary Allen (Madison Iseman) e a brilhante Mckenna Grace, todas conseguem passar o tom necessário para cada personagem sem soar caricato e cansativo, cada uma também protagonizam as melhores cenas do filme.
O filme é um completo deleite para os fãs da franquia que sempre quiseram saber como funciona cada item que esta escondido no quarto amaldiçoado dos Warren, daria facilmente para ser um "Invocação do Mal 3" já que a quantidade de elementos que aparecem no filme é de encher os olhos. Todas as forças de susto que você já esta acostumado a levar na franquia, aqui tem outro significado por abordar cada objetivo a sua maneira e explorar os sustos baseado em cada um deles.
Existe uma cena especifica envolvendo a personagem Danielle que me pegou de surpresa, não foi esperado, foi um susto bem construído e isso é o que mais tem no filme. Tem bastante jumpscare mas a maioria deles são construídos para dar um susto real e que provavelmente ninguém espera. O alivio cômico do filme talvez seja um dos pontos fracos, não chega a funcionar bem em certos momentos.
Muitos vícios do gênero são orquestrados de maneira que o espectador seja enganado a entender qual sera o próximo passo, algumas soluções são criativas, e o desfecho não poderia ter sido melhor. Claro que ficaram algumas pendencias que aparentemente foram descartadas do roteiro no meio das filmagens, o que pode deixar confusas algumas pessoas mais atentas.
O interessante de "Annabelle 2" é assistir o primeiro filme e logo em seguida esse, já que o final tem uma ligação com o primeiro que encaixa perfeitamente na trama deixando a entender que a história do segundo filme foi planejada desde o inicio. Não sei se foi realmente planejado mas que fez todo sentido fez.
Diferente do primeiro filme, esse coloca empecilhos como todos os personagens não terem para onde ir e a personagem principal ter dificuldades para andar por exemplo, isso faz com que tudo fique ainda mais real e compreensível no caso de acontecer alguma cena onde o personagem se mostre veraneável demais e sem saída.
Assim como no primeiro filme a questão religiosa é bastante presente, e já é uma marca clara de toda franquia, mas nesse é mais aceitável pelo contexto empregado na história, não soa como algo que foi forçada para estar na trama e sim que faz parte dela.
A aparição de um demônio físico já se tornou batido e não tem nenhuma força quando o proposito é causar medo, a sugestão é mais forte do que a própria criatura. Muitos elementos são desperdiçados como a presença do espantalho e a aura de mistério envolvendo a dona da casa que acaba sendo explicado de uma maneira simples e todo mistério envolvendo isso não tem mais importância segundos depois.
A divisão de protagonismo para varias personagens em determinados momentos foi incrível, isso mostrou que nenhum personagem no filme estava ali apenas como plano de fundo, porém, existem duas das órfãs que não fazem praticamente nada e só essas duas não foram realmente significativas de alguma forma.
O final cria um contexto maior para o primeiro filme, deixando ele ainda mais interessante e fazendo a franquia criar mais substancia, como já disse, não sei se foi planejado mas esse final fez toda diferença para fazer "Annabelle 1 e 2" serem os filmes mais bem planejados da franquia Invocação do Mal.
Para muitas pessoas "Annabelle" pode parecer um filme arrastada, mas tudo que ele apresenta ele entrega. Claro que como qualquer filme de terror para o grande público, os famosos "Jumpscare" não podem faltar. Aqui esse recurso é bem usado em alguns momentos e mal executado em outros.
'Annabelle' tem como titulo a boneca, mas o longa prefere ir para o lado 'fantasmagórico' deixando a boneca apenas como plano de fundo, isso funciona. Seria estranho ver cenas da boneca correndo com uma faca atrás de suas vitimas como acontece nos filmes de 'Chucky'.
A linguagem católica cristã é o que mais me tira do filme, todo o desenrolar e construção da trama é movida baseada em religião e seus conceitos. Boa parte do roteiro é cansativo e clichê nesse ponto, a mesma história de demônio causando confusão e o padrão que chega para resolver a situação com uma reza e aguá benta para no final não adiantar de nada.
Cenas sugestivas que induz o espectador a adivinhar o próximo passo do filme é o que mais tem e muitas delas são bem realizadas já que a quebra de expectativa permite que a narrativa flua de maneira organiza e não previsível. A forma com que é colocado a personagem coadjuvante na história é muito atropelada, não teve muito sentido a inserção dela no contexto.
Um filme curiosamente pretensioso tanto visualmente quanto narrativamente. Seria perfeito se também não se entende-se como um filme inteligente. The Perfection tenta passar a impressão de que o espectador não faz ideia do que esta acontecendo para depois explicar tudo detalhe por detalhe, em uma retrospectiva dos fatos para ai sim chegar ao ponto final com todas as respostas a mesa. Como alguém pensou que isso seria uma boa ideia?
O longa tem um tom sombrio que realmente não deixa claro até que ponto quer chegar e joga pistas antes da primeira jornada para distrair a atenção de quem assisti, mas isso é deixado de lado logo depois, pois optam por explicar tudo em vez de deixar o espectador tentar ilustrar isso na sua própria perspectiva.
Muitos acontecimento realmente tem uma quebra de expectativa gigantesca que poderia ser usada a favor da narrativa, mas muitas ideias boas são jogadas fora a troco de servir o "banquete da explicação". O ponto mais problemático do filme é de longe o modo com que as coisas são jogadas gratuitamente e explicadas logo em seguida, não da nem tempo de absorver.
The Perfection é um suspense envolvente, com muito potencial desperdiçado. Embora o didatismo seja o principal problema, o longa consegue prender a atenção em muitos momentos por sugerir no inicio um conflito entre as protagonistas.
Um filme documentário que narra o ponto de vista de Petra Costa sobre a democracia do Brasil. Ela aborda os bastidores dos acontecimentos antes e pós impeachment. Petra é filha de militantes da esquerda e neta de conservadores, o que não é diferente de muitas famílias brasileiras. A construção narrativa de apresentar o seu ponto de vista acrescenta naturalidade aos fatos, mesmo ela sendo totalmente parcial e isso não é problema e ela não esconde o seu posicionamento.
Acompanhamos o começo da ascensão de Lula e todo o desdobramento cultural de quando ele foi eleito até os dias de hoje. Todos os pontos de vistas são apresentados, não só de políticos como da população em volta. As discussões fervorosas que tomariam conta do país a partir dali, vinham só aumentando e dividindo as pessoas em dois lados, que muitas vezes nem mesmo elas sabiam ao certo pelo o que estavam lutando.
O tom melancólico é mantido boa parte do documentário e no fim acaba nesse mesmo tom. As locações iluminadas que são capitadas durante todo o filme são mostradas nas sombras, fazendo um contraste ao que viria a seguir, sobre os acontecimentos que sucumbiriam Lula e Dilma. Em alguns momentos a narração soa como exagerada do ponto de tentar enaltecer demais o que poderia ser apenas um elogio simples.
Toda narração e narrativa do filme, entrega Petra como a protagonista dos acontecimentos ao seu redor, e toda sua jornada de descobrimento da democracia e sua posição sobre ela. Todas as eleições em que Lula e Dilma ganham é mostrado o ar de vitória e paixão não só vindo dela como das pessoas que a cercão. É quase como se mesmo que seja uma história sobre a democracia, acaba sendo sobre ela mesma, sobre sua história, sobre sua vivencia.
A relação de Dilma e Lula é mostrada de forma conturbada por um dialogo entre Dilma e a mãe de Petra, entre olhares sugestivos e palavras espaçadas, percebe-se que Dilma não queria ser Presidente e foi praticamente obrigada, e com isso é notal o olhar de tristeza dela e de como ela não tinha muito escolha nem do que lhe era "oferecido".
As nuances percebidas sobre o comportamento de Temer na posse de Dilma foi lindo, a narração é tecnicamente primorosa e orna bem com o que realmente viria a seguir. Quase como se fosse tudo um teatro, todo orquestrado...e de certa forma foi.
A melhor cena, é onde uma das mulheres responsável pela limpeza da residencia presidencial desabafa e fala sobre a inexistência da democracia no Brasil. É impressionante acompanhar como ela conseguiu mudar ou entender melhor seu ponto de vista com as próprias palavras que saiam de sua boca, ela foi desabafando e entendo a real situação atual.
A forma com que Bolsonaro é citado é curiosa, ele mal aparece e quando aparece é minunciosamente ausente, quase que não é percebida a sua presença. Ele aparece exatamente 3 vezes no filme, na apresentação, para dizer que vai se eleger e quando já esta eleito. Acredito que seria bom ter visto mais sobre o que ele pensava a respeito de tudo, já que ele era um dos principais fatores da "Democracia em Vertigem".
No meio de tanta novidade no cinema de terror dando certo, com filmes tentando arriscar algo mais psicológico, sugestivo e dando certo como é o caso de 'Hereditário' por exemplo, é estranho ver filmes como "A Sereia - Lago dos Mortos" sendo lançado, ainda mais por que a temática de uma sereia do mal não é nada atrativo e pouco instigante.
O filme é bem genérico, não consegue deixar o espectador com tenção em absolutamente nenhum momento. Os atores não funcionam, a apresentação deles é rasa e não deixa claro o quanto eles são significativos para a trama, tanto que existe um momento que simplesmente vão morrendo um por um e isso não importa para quem esta assistindo.
A personagem que teoricamente deveria ser a protagonista tem todo o foco tirado para dar protagonismo a outro personagem que também não é importante suficiente para segurar a atenção. Os atores parecem não estar tão envolvidos com o seus personagens e nem nas cenas que exigem maior desempenho, eles simplesmente não se importam com o que esta acontecendo em tela, a direção é preguiçosa.
Um ponto positivo do filme é a direção de arte, que tenta ambientar tudo na cor azul e verde claro, para combinar com o clima de pântano e lago que o filme quer passar. A aguá também é uma coisa presente em diversas cenas para fazer referencia ao tema principal do filme.
Por mais que tentem, os Jumpscare nunca funcionam no filme, no começo, ainda tentam colocar como apenas um susto discreto, sem a ajuda do som para assustar, usam apenas a imagem nos cantos da tela mas depois o filme prefere ir no jeito mais fácil e apelam para Jumpscare barulhentos que não funcionam de tão previsíveis.
Esse filme a pesar de não ser tão impressionante, consegue se sair bem para uma sequencia. Eles brincam com essa história de "de volta para o futuro" mas com suas próprias regras narrativas. O protagonismo dividido no começo me chegou a assustar, já que o primeiro filme era da Tree e esse aparentemente seria do Ryan mas logo depois isso é resolvido e ela volta ao protagonismo.
A rapidez com que o assassino é achado dessa vez foi ótimo, já que da a entender que o filme não tem tempo a perder e descobrir quem é o assassino é o menos dos problemas dessa vez. A revelação de quem era o assassino no começo do filme foi bem criativo mas o modo com que isso foi ignorado no restante do filme fez isso perder a importância.
O fato da maior parte da história do filme se passar basicamente nos acontecimentos do primeiro filme me pareceu criativo em um certo ponto por que os acontecimentos não eram exatamente os mesmos, é como se fosse uma revisitação alternativa dos fatos. A motivação maior que deixa tudo mais interessante é em relação a mãe da protagonista e a decisão que ela precisa fazer a respeito da mãe e do namorado.
Os novos personagens são caricatos mas acabam funcionando com que o filme pede. Esse é um filme que sabe para onde quer ir e não tem pretensão de ser mais do que um pastelão de horror que faz parodia dos filmes de slasher, então não faz sentido assistir a esse filme esperando algo a mais que isso.
Claro que o filme não é totalmente "superficial", tem momentos que chega a apresentar algo de mais notório em relação a família, deveres e amizade. O filme poderia ser menos preguiçoso, a impressão foi de que queriam acabar o mais rápido possível e a cena pós créditos não ajudou muito, embora tenha deixado uma curiosidade de ver uma sequencia com aquela personagem nessa situação que ela foi deixada.
Rocketman é um filme esteticamente lindo. Abordando a infância, juventude e fase adulta de Elton John, o filme trás questões pessoas do cantor para a frente dando enfase aos seus problemas mais íntimos sem se preocupar em podar coisas para não exagerar e as pessoas não entenderem no final. O longa consiste em três atos que mostram todo amadurecimento do cantor, tanto na vida profissional como na vida pessoal.
O filme se entende como um musical. Algumas falas são cantadas e não só pelo Taron Egerton (que vive Elton John) mas também por quase todos os personagens do filme. As cenas onde acontecem esses musicais são perfeitamente coreografadas, dando a ilusão de que existe um plano sequencia sendo feito e a montagem ajuda muito para passar essa ilusão.
O primeiro ato composto por “Elton John criança” e “jovem” é de encher os olhos de tanto carinho que foi empregado em cada cena com os atores infantis. Os seus números musicais são particularmente os melhores do filme. Existe uma cena especifica bem no começo, onde toda a família canta e é uma das melhores cenas do filme.
A questão da homossexualidade é abordada de forma que flui naturalmente na narrativa. O protagonista leva sua sexualidade do inicio ao fim do filme como parte do que ele é. Diferente de outros filmes que a sexualidade é apenas apontada e dificilmente é desenvolvida, aqui é apontada e vivida, não só uma vez como varias.
O que mais funciona no filme é a forma narrativa com que é a história é contada. É claro, é um filme biográfico, mas não quer dizer que não possa ter imaginação e criatividade para ousar em determinados aspectos. Algumas sensações e sentimentos são demonstrados de forma visual e esteticamente deslumbrante.
O grande problema de Rocketman com certeza é a forma com que a mãe do cantor é demonstrada, pode até existir pessoas ruins como ela mas chega a soar caricato as vezes de tantas caras e bocas que ela faz. O filme tanta mostrar que a unica pessoa que realmente acredita em Elton é sua avó. Seu pai é ausente mas Elton sempre tanta buscar uma aprovação dele, já que o mesmo entendia e gostava muito de música.
Arrisco que esse filme deve ganhar pelo menos uns 5 Oscars em 2020. Nas categorias: Melhor ator, Melhor diretor, Melhor Montagem, Melhor Trilha Sonora e Melhor Filme.
Slender Man tinha tudo pra ser um terror psicológico bom se o monstro do filme fosse mantido nas escuras como acontece no começo do filme mas ai, a partir do momento em que resolvem mostrar o Slender Man a tensão que o filme poderia ter entregue acaba indo de mal a pior.
O filme é completamente sem ritmo, extremamente tendo, entediante, massante e eu nem falo de filmes que tem uma construção lenta como "Demônio de Neon" ou "O Monstro no Armário (2015)" por que nesses casos os filmes tem algo pra mostrar e desenvolvem a história.
Slender Man começa tentando entregar uma amizade forçada das amigas com diálogos exagerados, pra entregar logo pro espectador a personalidade de cada uma delas, acontece que isso não funciona por que as cenas soam como superficiais, nenhum personagem é realmente interessante e principalmente a protagonista.
A personagem de Joey King é a melhor coisa do filme, ela consegue ser uma protagonista melhor do que a própria personagem Hallie e mesmo que ela tente entregar uma boa atuação, o roteiro não ajuda ela e coloca a personagem pra aparecer demais e as vezes sumir de repente durante do filme.
Com 10 minutos de filme eu já não estava mais aguentando, pensei em parar de assistir muitas vezes mas eu continuei por que eu tinha que saber como aquilo poderia ficar pior, e fica.
O terceiro ato do filme é completamente enrolado, mostrando a protagonista tendo pesadelos e nenhum cena consegue ser boa, absolutamente nenhuma cena da medo. Muitas coisas começam a acontecer as pressas e mesmo assim o ritmo do filme não muda.
O que mais me impressiona é que eles realmente estavam levando o filme a série, acho que o filme fica pior quando a tentativa de colocar medo falha miseravelmente e mesmo assim o filme acha que ta conseguindo provocar qualquer reação que não seja vergonha alheia.
O filme não tem proposito nenhum de existir, os dois primeiros Corpo Fechado e Fragmentado que já não são grande coisa, conseguiram ser diminuídos por conta de "Vidro". Eu assisti sem esperar nada, já que não gostei muito dos anteriores, nem consigo imaginar o tanto que os fãs devem ter ficado decepcionados.
As personalidades de Kevin aparecendo gratuitamente para dar um tempo de atuação pro James McAvoy não acrescenta em nada na trama, chega a soar patético em alguns momentos. Cada personalidade que ele incarnava, ele também tinha que obrigatoriamente se apresentar dizendo o nome delas, expositivo e dispensável.
O "Sr. Vidro" que da nome ao filme passa metade do filme calado e a outra metade sendo um gênio com uma inteligencia sobre humana que ele não usou nem metade em Corpo Fechado e milagrosamente usou aqui. Além de também o personagem simplesmente poder sair a qualquer momento de seus aposentos sem justificativa aparente.
Anya Taylor Joy ta sobrando e muito na trama, a personagem não agrega em nada e só ta la pra servir de moleta pro final de Kevin, também explicar como ela ficou depois daquele final infeliz que ela teve em Fragmentado e claro, formar o conjunto de familiares: "O filho, a Mãe e a Vitima" cada um também usando a cor respectivamente combinando a dos protagonistas: "Verde, Roxo e Amarelo".
Sarah Paulson é uma das minhas atrizes favoritas, eu amo essa mulher, minha série favorita é American Horror Story e muito por conta dela mas aqui nesse filme ela esta a própria caçamba de lixo, a mulher totalmente apática, quase não tem personalidade e quando abre a boca era melhor ter ficado calada. Personagem subdesenvolvida que aparece e some convenientemente quando o roteiro pede.
Pra piorar o filme não tem só um plotwist, ele tem 3 plotwist, sim, e a lama ta entrando de baixo da lama. O primeiro até funciona, mostrando a ligação do pai de Kevin com os acontecimentos do primeiro filme e o vilão, o segundo explicando que a Sarah Paulson faz parte de uma organização secreta encarregada de tratar super humanos e se não funcionar extermina-los foi a coisa mais medíocre do filme, ainda mais a forma como isso foi mostrado, em pequenas doses de cenas cortadas que não fazem sentido algum e só confundi mais ainda o espectador. E o terceiro plotwist, mostrando que o Elijah já sabia de tudo e inclusive preparou um backup antes mesmo das gravações serem feitas.
É realmente Shyamalan, não ta dando mais pra engolir essa história de que você pensou nessa trilogia desde o inicio.
Resident Evil 2: Apocalipse é uma continuação direta do primeiro filme, que já começa com a protagonista Alice fazendo um pequeno resumo dos acontecimentos anteriores e isso funciona bem, deixando uma sensação de angustia pelo tom da voz e os elementos em cena e que a partir dai, esse seria o modo padrão de começar todos os filmes da franquia daqui para frente.
O primeiro filme "Resident Evil: Hospede Maldito" se sai bem por que mesmo que não tenha nada a ver com os jogos, o filme sabe apresentar uma história envolvente e levando o espectador para dentro da atmosfera em que esta sendo criada. Já em "Resident Evil 2: Apocalipse", a franquia resolve tentar se aproximar cada vez mais do jogo em vez de continuar criando algo que poderia ser questionável por uns mas diferencial para a trama.
A protagonista Alice, que antes poderia ser liga como uma alusão a "Alice no país das maravilhas" perde todo o significado nessa sequencia, já que agora ela foi reduzida ou melhor ampliada a uma mercenária imparável, em quanto os demais personagens nem tem tempo de mostrar o que eles tem, já que toda a atenção é roubada pela magnitude de Alice.
Nemesis é um personagem peculiar, a forma com que é apresentado (de maneira em que ele fosse o vilão e a arma mais perigosa criada para aparar as arestas da Umbrella em Raccoon City) é rápida e sem muita enrolação, pois o filme parte do pressuposto de que todo mundo já conheça aquele personagem por conta dos jogos e principalmente por causa do primeiro filme.
Jill Valentine é sem dúvida a personagem mais interessante em cena, pela atriz que entrega a personagem brilhantemente bem, a falta de tempo em tela e momentos em que ela poderia brilhar prejudicaram e muito ela. Acredito que se a franquia tivesse realmente interesse em mostrar uma história minimamente boa e controversa aos jogos, daria sim a personagem Jill o seu protagonismo devido sem necessariamente copiar o jogo e não deixar a personagem que tem um potencial gigantesco na sombra de Alice.
O final onde acontece a cena do helicóptero fugindo da explosão de Raccon City é um dos momentos mais interessantes do filme, já que daria para imaginar que ali seria o fim de Alice e talvez o bastão fosse passado para Jill, mas não foi o que aconteceu. A cena que poderia ter sido boa e acabado só ali, é esticada mais um pouco e sabemos então que Alice não só continua viva como também agora tem habilidades psíquicas, como se a personagem já não fosse forte o suficiente. Porém, apesar dos pesares a cena em que ela descobre os poderes e diz a sua frase famosa "Meu nome é alice" é realmente muito boa.
Um começo denso que termina a saga do infinito de força digna e que deixara muitos fãs satisfeitos mas também com um sentimento de perda maior do que Guerra Infinita.
Ultimato é uma continuação direta de Guerra infinita que tem seu primeiro ato melancólico mostrando as consequências do estalo de Thanos. É um filme que foca nos Vingadores Originais concluindo um arco que começou em Homem de Ferro de 2008 e tem um final impactante a altura.
Para entender esse filme é basicamente necessário ter visto todos os 21 filmes anteriores da Marvel Studios, por conta de diversas referencias e nos fan services que não são gratuitos. São 3h de duração que passam tranquilamente, poderia ter mais tempo de filme alias.
É um filme excelente, mas que se você parar e pensar um pouco, talvez ache alguns problemas em relação a viagem no tempo que pode fazer com que a experiencia seja menos impactante do que deveria, mas se você não se importa muito com furos sobre linhas temporais você vai achar esse o melhor filme de herói da Marvel.
XSPOILERSX
Thanos que já era incrivelmente implacável em Guerra Infinita, se mostra ainda melhor nesse filme, e o melhor, ele acaba com todos os Vingadores sem usar nenhuma joia e isso só mostra o quanto ele é superior em relação a força e poder.
O ponto mais negativo é a forma com que mudaram a regra de viagem no tempo para poder cobrir possíveis furos no roteiro que em filmes com viagem temporal é inevitável ter. Exemplo que acontece no filme: Tudo que você altera no passado não altera o futuro, os acontecimentos permanecem inalteráveis no presente.
O fato de Gamora ter voltado do passado e ficado no presente deixou a morte de Tony e Viúva Negra sem gravidade alguma, já que os Vingadores podem voltar no tempo e buscar Stark e Natasha do passado e deixa-los no presente vivos, já que a maquina do tempo ainda ficou utilizável no final quando Hulk manda Steve Rogers devolver as joias.
Diferente do primeiro filme, esse consegue se sair melhor em relação a ameaça que deixa de ser sobrenatural para ser física, no caso os hackers, deixando as situações com possível chance de vitória para os personagens, era pra ser assim se o roteiro não desse super poderes aos hackers para estarem em todos os lugares em questão de segundos.
A trama desse filme demora um tempo para engatar, a personagem surda que é apresentada no começo do filme é desperdiçada e a sua falta de audição que poderia ser usada como uma válvula para provocar cenas boas com o fato dela não poder ouvir é descartada e a personagem que foi construída desnecessariamente no começo não é tão relevante quanto deveria.
A única morte criativa é quando um dos personagens morre por ser confundido com um terrorista, isso não foi esperado e causou o impacto que deveria. As demais mortes são superficiais e sua maioria não tem peso real, como se não tivesse acontecendo nada, nem a ultima pessoa a morrer tem uma morte criativa, pelo contrário, é sem sentido logico e físico. A sensação de descrença precisa ser ligada sempre para poder engolir as mortes que poderiam ter sido evitadas se não tivessem os cortes de câmera proposital justamente para não explicar como a morte aconteceu, você apenas precisa aceitar e pronto. O elenco até tenta entregar alguma coisa convincente mas o roteiro não ajuda.
O primeiro filme apesar da ameaça ser sobrenatural, se sai infinitamente melhor do que esse já que alem de ter boas atuações, as situações em que os personagens precisam passar são bem embasadas e o roteiro ajuda a trama andar com fluides sem ficar atropelado e sem logica no final.
O ritmo é muito lento, e a história é confusa até certo ponto. Na medida em que o filme desenvolve as coisas não evoluem muito, o filme deixa uma sensação de que ficou faltando alguma coisa, como se não tivesse acontecido nada em 2h de filme e o final não poderia ser pior.
O protagonista aparentemente tem uma missão que poderia ter sido resolvida mais rápido mas tudo bem, precisa ter filme, então acompanhamos varias subtramas que não envolve ele e que também são descartáveis na sua maioria
O filme todo da a impressão de que nada esta acontecendo e a trama não anda, mesmo que aconteça algumas coisas, a impressão que da é de que ta tudo tedioso. Não existe ameaça real, até tem algumas cenas que deixam um sentimento de perigo mas no geral é uma narrativa morta que não tem energia e chega a dar sono em alguns momentos, mesmo tendo curiosidade para saber até onde as coisas porem ir.
O lance da religião não é explorado como deveria, é até falado um pouco no começo mas depois é meio esquecido, e a religião é algo citado esporadicamente mas não chega a ser importante quanto deveria, parece que o roteiro não tinha muita criatividade pra ocupar os personagens e a maioria deles estavam vagando sem muito proposito.
O final desanda de vez quando descobrimos uma especie de "Deusa" que habita a ilha e esta aprisionada, quando eu escutei a palavra "deusa" o filme acabou para mim, poderiam ter chamado de bruxa ou algo assim, não fez sentido nenhum a personagem ter entrado na trama e como ela foi apresentada, alem do "ajudante" dela que também é deixado de lado e não se sabe ao certo o que ele é e também nessa altura já não importa mesmo. Também tem a hora que o protagonista resolve ficar na lha e ali eu já percebi que ele ia virar a "nova deusa" e foi o que aconteceu.
Um filme com uma temática muito interessante, que poderia abordar a religião de formas controversas ou até mesmo aproveitar o cenário desértico que a ilha proporciona para dar um ar de claustrofobia na noite carregada de nevoa mas até esses cenários propícios é descartado para dar lugar a uma história confusa e sem força.
Confuso demais no começo e didático demais no final, um filme que não se sustenta e atropela tanta informação que boa parte delas acaba sendo descartáveis e o fato de deixar tudo mastigado para o telespectador só deixa tudo mais entediante.
A proposta inicial é intrigante, não se sabe ao certo o que esta acontecendo por conta das cenas que não fazem sentido e da paleta de cor que vai mudando frequentemente. As cenas mesmo que não fazendo sentido de primeira instancia, deixa o telespectador tomar suas próprias conclusões.
O final desanda por completo quando algo que poderia ser metafórico acaba ficando literal até demais, deixando todo o questionamento de lado, o filme pega todas as duvidas e responde cada uma delas detalhe por detalhe como se quem assisti não fosse mentalmente capaz de entender o que esta acontecendo ou melhor, sem deixar o espectador decidir o que esta acontecendo.
O terceiro ato, depois que já esta tudo explicado, não contente com isso, o filme não para de jogar mais explicações na sua cara, e fica tedioso e sem sentido nenhum continuar assistindo um filme que grita na sua cara "ei, olha aqui seu burro, essa é a explicação do filme".
A direção de arte é boa, fazendo paralelo as luzes do semáforo, com coisas que Abraham viveu, as auto referencias como o teto do começo do filme sendo uma representação do coração batendo, explicando por que Alex disse sobre contar os batimentos quando fica nervosa.
O filme poderia ser gigantesco se não fosse pelo final explicativo demais, poderia ter terminado com algo ambíguo, dando a oportunidade de interpretação e conversa sobre o filme.
Um filme de terror teen básico que não traz nada de novo mas que consegue entreter pelo que se propõe, o que mais chama atenção é a forma com que a história termina, de forma simples e criativa.
A maioria dos atores não conseguem ter boas performances com seus personagens mas na medida que o longa desenvolve os personagens que sobram conseguem segurar bem o filme e toda a cumplicidade deles é crível.
Existem poucas mortes sangrentas mas isso não fez falta no enredo, pelo contrário, a forma com que as coisas iam acontecendo era o mais interessante de acompanhar, mesmo que as mortes fizessem parte da trama, o que mais importava era saber como o demônio daria um jeito de burlar a escolha dos personagens.
Existe uma cena especifica onde eu torci para que a personagem não escolhesse "Verdade" e sim "Desafio" por que o segredo que ela tinha era tão grande que seria difícil de revelar, e ela acaba escolhendo "Desafio" mas a proposta do demônio em fazer com que a escolha do "Desafio" vire algo como: "Eu desafio você a falar a verdade" tornou as coisas mais interessantes, já que de qualquer jeito escolhendo um ou outro, o final sempre vai ser o mesmo.
O final foi o melhor, a personagem faz algo que contradiz todos os seus princípios, algo que no começo do filme ela foi questionada e respondeu de forma humanitária. Mas é o que eu sempre digo, você só sabe das respostas para determinadas situações quando você sente na pele e foi o que aconteceu com a personagem.
Todos os Jumpscare são ridiculamente ruins, absolutamente nenhum funciona, acho que poderiam deixar todos eles de fora, não faria nenhuma diferença.
Ao mesmo tempo que esse é o filme mais fraco da franquia por não ser exatamente o que muitos fãs esperavam já que demorou muito para esse filme sair e ele não tem amarração como ultimo filme da franquia, também pode ser o filme mais ousado, se o elemento temporal aqui empregado não fosse o mesmo usado no segundo filme da franquia.
No começo não deu para entender muito bem as coisas, já que para quem acompanha a franquia, sabe que Jigsaw esta morto e mesmo que fosse outra pessoa trabalhando como ele, chega a um determinado ponto da história em que acompanhamos o próprio Jigsaw em pessoa e cheguei a especular sobre ser um irmão gêmeo dele, ou até mesmo a história esta sendo contada em momentos distintos e é exatamente o que acontece.
Como eu já entendo essa franquia, eu sei que o que importa nela não são as mortes e sim a saga de John Kramer, mas, até ai esse filme poderia ser algo que acrescentasse mais na história do personagem mas nada acontece, acompanhamos uma narrativa que já aconteceu e que não faz sentido na ordem cronológica já que, se o Logan trabalhou com o Jigsaw antes mesmo do primeiro filme, onde esse personagem entra na cadeia de eventos seguintes? Ele não é sitado em nenhum momento durante a franquia.
As cenas onde acontecem as mortes foram mal dirigidas, principalmente os atores, o ator que faz o Ryan é o pior de longe, não tem como levar nenhum situação a serio quando ele esta em cena, parece que a qualquer momento ele vai fazer um StandUp Comedy e é triste que fizeram com que esse cara ficasse até o final do filme vivo. A atriz que faz a Anna carrega essas cenas nas costas, sempre mantendo um olhar de aflição e ao mesmo tempo de esperança pra sair dali.
Os inúmeros plot twist vieram a calhar mas como eu já disse, nada do que aconteceu no filme acrescentou na franquia "Jogos Mortais". Essa foi a mesma formula usada no filme Premonição 5 onde tem um plot twist revelando que toda história se passa antes do primeiro filme, ou seja, nada acrescentou a mitologia.
Um filme que tem potencial a partir da primeira sala de Espace Room até a terceira, mas que depois o roteiro se perde e o filme desanda de um jeito que quem assistir talvez odeie o filme todo apenas pelos últimos 15 minutos finais.
As salas com a temática envolvendo cada um dos participantes é algo que chama a atenção, a maioria dos atores não tem carisma algum e os personagens que sobram não seguram o enredo até o final, pelo contrário, deixa o filme esquisito e com cara de produção amadora.
O que mais me chamou atenção foi que na primeira sala não teve nenhuma morte, isso me agradou muito já que normalmente é colocado uma morte inicial para provocar uma sensação de perigo extremo mas em vez disso, o filme opta em não ter morte alguma na primeira sala e deixa um ar de que as coisas podem ou não serem manipuladas para que os participantes não se machuquem de verdade e sim levem apenas um susto.
É um entretenimento bom de acompanhar, mesmo que os enigmas que eles precisam desvendar para sair das salas deixe de ser importe aos poucos, e os personagens acabam agindo instintamente, até mesmo algumas resoluções para as charadas só são reveladas por envolver algo do passado dos deles, sem fazer sentido para quem assisti, deixando o espectador de fora do jogo, sem ter chance de tentar adivinhar qual a melhor saída.
O filme poderia ser até mediano para bom devido o começo e o meio mas o final deixa um gosto amargo absurdo, por colocar um plot twist atrás do outro e um mais sem sentido que o outro também, tudo para tentar amarrar o filme em uma franquia futura a todo custo.
Um filme com muita disposição pra pouco recurso, praticamente tudo se passa em um cenário, e todos os acontecimentos são bem orquestrados aproveitando cada momento e personagens a disposição da narrativa que só cresce ao longo do filme.
A protagonista não é tão boa atriz mas com o que ofereceram a ela, até que consegue mostrar de um jeito mais sutil como é alguém que sofre com uma culpa que atrapalha sua vida até hoje. Os demais personagens na sua maioria são caricatos mas nada tão destoante a ponto de prejudicar a história.
O suspense é algo que funciona, mesmo a protagonista podendo ter apoio de quem trabalha no local, sentimos a sensação de insegurança a todo momento, que é aumentado ainda mais por conta dos corredores largos e longos, alem de ter as luzes que acendem automaticamente. Tem uma das cenas com essas luzes em que é possível notar que a luz em cima da personagem forma uma cruz invertida, logo apos o sangue dela ter caído em cima do corpo de Hannah.
O CGI não é bom, o fogo falso é notável. Fora isso, acho que os únicos problemas reais foram alguns furos e um deus ex machina que não precisava. Como na cena em que a protagonista recebe uma ligação dizendo que o Pai de Hannah matou dois policiais e esta indo atras dela, e em seguida ele aparece literalmente atrás dela, isso não foi deixado claro em nenhum momento antes no filme, apenas com essa ligação de 5 segundos é que sabemos do ocorrido.
Em alguns momentos em que o corpo saia de um lugar para o outro e Megan ia verificar, o corpo estava no mesmo local, sendo que a 5 segundos atrás o corpo estava no estacionamento. Tudo leva a crer que apenas o espirito do corpo esta se locomovendo e não o corpo em si mas isso não é deixado claro no filme.
No geral, um filme acima da média, que tem clichês básicos de filme de terror, mas que sabe aproveitar bem o pouco tempo de filme, são 1h:25m no total mas cada minuto é aproveitado, existem filmes de 2h que não conseguem administrar bem o tempo como esse conseguiu.
Os Segredos do Castelo
2.6 56 Assista AgoraUma trama intrigante que é envolta de uma aura misteriosa de poucos sobreviventes de um fatídico ocorrido na mansão dos Blackwood. O longa foi baseado no romance de 1962 de mesmo nome por Shirley Jackson; E acompanha a rotina de três personagens: Merricat, Constance e Julian que moram sozinhos na mansão Blackwood e vivem dias pacatos e outras vezes melancólicos. Merricat passa sua maior parte do dia praticando "feitiços" para proteger sua irmã Constance, que até então é apresentada como uma pessoa doce e ingenua.
Chama atenção o modo com que os personagens agem, com arquétipos e maneirismos de uma peça de teatro. Cada personagem tem sua característica bem definida e não apresentam mudança drástica do que foi proposto para eles, a construção é feita a partir do que eles são e o roteiro trabalha com nesses moldes. A atmosfera sombria e confusa pode soar meio inquietante.
A trama passa a ter outra cara quando um personagem fora de sintonia embarca, é sentido o contraste que ele tem em relação ao ambiente em que ele não foi convidado. Um intruso, uma quebra de controle, algo que Merricat não esperava. Toda apreensão, angustia e pressa é o que toda conta de Merricat, Taissa Farmiga entrega uma personagem com suavidade e ao mesmo tempo pressa de resolver o que esta pendente.
Constance é doce, e Alexandra Daddario incarna essa figura que precisa ser doce e ao mesmo tempo inquieta. Ela não age com a fala, tudo que ela consegue fazer de real são expressões tímidas e um olhar de socorro, uma atuação simples mas objetiva.
Julian é um personagem que precisa terminar o seu livro sobre o ocorrido na mansão Blackwood mas aparentemente ele tem pequenos lapsos de memoria, o filme deixa isso claro em vários momentos e o personagem as vezes se vê de frente ao passado, algumas conversas com os familiares mortos. Essa dinâmica é apresentada sutilmente mas é fácil nota-la.
Sebastian Stan faz o Charles, um personagem clichê de sempre, valentão que da ordens e esta sempre errado. Ele tem bons momentos, não consegue passar muita coisa além do esperado mas ainda sim é uma boa performance. O final é uma clara alegoria do incidente onde deu inicio a tudo.
Nós
3.8 2,3K Assista Agora"Nós" é um horror slasher com subgênero de invasão de casa que pode ser entendido também como um filme alegórico sobre os Estados Unidos e toda sua cultura.
O suspense do longa é orquestrado divinamente, começando como um filme simples do gênero apresentando os principais personagens da história, até nos situar em uma realidade claustrofóbica e intensa.
O clima de tensão é construído de maneira gradual, e somos forçados a acompanhar os personagens passando por eventualidades mortais causadas por "eles mesmos".
A fotografia ajuda a contar a história, como na cena em que os personagens chegam na praia e câmera filma de cima pegando a sombra deles progetada sobre a areia, como uma forma de prever o que vinha a seguir. Fora todas as mínimas coecidencias que foram expostas pelo roteiro gratuitamente.
Os atores são dirigidos de forma singular, cada um tem sua própria característica quando estão vivendo os personagens padrões e quando interpretam os clones. É fácil de identificar os maneirismos de cada um pela excelência direção de elenco.
O final apesar de ser expositivo e não deixar o expectador pensar sobre uma possibilidades diferente, ainda sim consegue ser um final inquietante com um terceiro ato divinamente filmado e montado.
Shazam!
3.5 1,2K Assista AgoraMesmo tentando, tudo que consegui pensar foi o quanto esse filme conseguiu desperdiçar muita coisa boa. Shazam é uma aposta que poderia dar certo se tivesse desenvolvido mais os personagens coadjuvantes, cada um deles tem muito para mostrar mas são deixados de lado e pouco aparecem, e ainda existem personagens que mal tem fala, é muito conteúdo para pouco desenvolvimento.
O primeiro ato é enfadonho, mesmo com poucas cenas que teoricamente deveriam causar algum impacto, o filme não consegue dar peso ao que esta em tela e todo acontecimento soa como algo artificial, e o problema maior é que ainda por cima as coisas são levadas a sério. Não tem como acreditar em nada do que aparece, claro que é ficção mas as ações e circunstancias de alguns personagens beira ao amadorismo.
O protagonista Billy Batson (Asher Angel) que deveria ser o principal personagem do filme e consequentemente o personagem que o publico deve se identificar, é totalmente ofuscado pelo personagem de Freddy Freeman (Jack Dylan Grazer), que rouba a cena cada vez que aparece, Asher Angel não consegue entregar uma cena minimamente boa de seu personagem quanto adolescente. Já quando Billy esta transformado em Shazam a coisa flui, a diferença de personalidade é gritante, fica claro a falta de preparo no estudo de personagem dos dois atores que deveriam ter sincronizado suas personalidades para que não soasse nada diferente.
O filme tem um tom bastante leva, é clara a intenção de tirar o peso de dureza que existiu nos filmes anteriores do estúdio. Porém, não acho que soe natural essa mudança tão radical levando em conta que tudo se passa no mesmo universo e a cena final do filme corrobora isso.
Algumas piadas sobre situações que acontecem em filmes de heróis são boas, essas cenas mais simples são as que chamam mais atenção, mesmo não tendo tanta graça, ainda sim é uma boa sacada.
Zachary Levi é o dono do filme, realmente não tem para ninguém, o ator consegue levar tudo nas costas e acredito que se não fosse por ele esse filme não seria minimamente bom, já que todas as cenas realmente boas são com ele.
Homem-Aranha: Longe de Casa
3.6 1,3K Assista AgoraHomem-Aranha: Longe de Casa é o 23ª filme do Universo Cinematográfico Marvel e o segundo filme solo do herói estrelado por Tom Holland. O primeiro longa lançado em 2017, possuía um tom mais intimista e ao mesmo tempo ousado, por não ir longe de mais em algumas escolhas e preferir recorrer a situações mais simples. Em "Longe de Casa", a escolha é outra, o longa é repleto de cenas de ação visualmente mais grandiosas que o primeiro filme mas além disso, arrisca em deixar boa parte das cenas em uma trama cansativa de acompanhar.
O problema de assistir a qualquer filme do Homem-Aranha pela Sony, é que os filmes desse personagem geralmente não vai ter qualquer influencia significativa para o universo da Marvel Studios como um todo. Assim como no primeiro filme, não é apresentado nada de novo em questão de universo, todo o filme é baseado em consequências dos anteriores e não apresenta qualquer elemento que possa ser aproveitado nos demais filmes, a sessão de assistir os filmes do Homem-Aranha é de estar vendo um spin-off que não vai ter influencia num todo.
Os filmes da Marvel Studios são comuns e aplicar o famigerado "alivio cômico" aqui isso soa mais como "desespero cômico", a maioria das piadas são fora de time e boa parte delas já foi apresentadas nos trailers. Os únicos momentos que formaram um humor natural que não soou como programado, foi envolvendo o personagem de Ned (O melhor amigo de Parker).
O problema maior é o filme apresentar o Jake Gyllenhaal como herói e achar que ele realmente não vai ser vilão, é só olhar para a cara dele que já esta escrito, durante todo momento o longa quer fazer com que o espectador entenda que o Mysterio é o mocinho mas não tem como engolir isso em absolutamente nenhum momento. Gyllenhaal esta excelente, o filme só vale a pena mesmo por conta dele, todas as cenas onde ele protagoniza são as únicas cenas boas do filme.
A sensação de assistir esse filme foi a mesma de um fim de festa. Como se a festa já tivesse acabado a muito tempo mas ainda tem uma pessoa ali sozinha bêbada dançando com uma música ruim de fundo, tentando fazer a festa render mais um pouco. O filme é muito longo e a impressão é que nunca vai acabar. Existem duas cenas pós créditos, na verdade uma durante e outra realmente depois.
Annabelle 3: De Volta Para Casa
2.8 680 Assista AgoraAcho que "Annabelle 3: De Volta Para Casa" não é só o melhor spin off como também, possivelmente o melhor filme da franquia "Invocação do Mal". Ficou mais do que claro que por mais bons e importantes que Vera Farmig e Patrick Wilson sejam para esse universo, a franquia consegue sobreviver facilmente sem a presença dos dois e nesse filme é a maior prova disso.
Embora os dois atores apareçam no filme, a presença deles é quase que inexistência, o que segura mesmo são as três protagonistas que são Danielle (Katie Sarife), Mary Allen (Madison Iseman) e a brilhante Mckenna Grace, todas conseguem passar o tom necessário para cada personagem sem soar caricato e cansativo, cada uma também protagonizam as melhores cenas do filme.
O filme é um completo deleite para os fãs da franquia que sempre quiseram saber como funciona cada item que esta escondido no quarto amaldiçoado dos Warren, daria facilmente para ser um "Invocação do Mal 3" já que a quantidade de elementos que aparecem no filme é de encher os olhos. Todas as forças de susto que você já esta acostumado a levar na franquia, aqui tem outro significado por abordar cada objetivo a sua maneira e explorar os sustos baseado em cada um deles.
Existe uma cena especifica envolvendo a personagem Danielle que me pegou de surpresa, não foi esperado, foi um susto bem construído e isso é o que mais tem no filme. Tem bastante jumpscare mas a maioria deles são construídos para dar um susto real e que provavelmente ninguém espera. O alivio cômico do filme talvez seja um dos pontos fracos, não chega a funcionar bem em certos momentos.
Muitos vícios do gênero são orquestrados de maneira que o espectador seja enganado a entender qual sera o próximo passo, algumas soluções são criativas, e o desfecho não poderia ter sido melhor. Claro que ficaram algumas pendencias que aparentemente foram descartadas do roteiro no meio das filmagens, o que pode deixar confusas algumas pessoas mais atentas.
Annabelle 2: A Criação do Mal
3.3 1,1K Assista AgoraO interessante de "Annabelle 2" é assistir o primeiro filme e logo em seguida esse, já que o final tem uma ligação com o primeiro que encaixa perfeitamente na trama deixando a entender que a história do segundo filme foi planejada desde o inicio. Não sei se foi realmente planejado mas que fez todo sentido fez.
Diferente do primeiro filme, esse coloca empecilhos como todos os personagens não terem para onde ir e a personagem principal ter dificuldades para andar por exemplo, isso faz com que tudo fique ainda mais real e compreensível no caso de acontecer alguma cena onde o personagem se mostre veraneável demais e sem saída.
Assim como no primeiro filme a questão religiosa é bastante presente, e já é uma marca clara de toda franquia, mas nesse é mais aceitável pelo contexto empregado na história, não soa como algo que foi forçada para estar na trama e sim que faz parte dela.
A aparição de um demônio físico já se tornou batido e não tem nenhuma força quando o proposito é causar medo, a sugestão é mais forte do que a própria criatura. Muitos elementos são desperdiçados como a presença do espantalho e a aura de mistério envolvendo a dona da casa que acaba sendo explicado de uma maneira simples e todo mistério envolvendo isso não tem mais importância segundos depois.
A divisão de protagonismo para varias personagens em determinados momentos foi incrível, isso mostrou que nenhum personagem no filme estava ali apenas como plano de fundo, porém, existem duas das órfãs que não fazem praticamente nada e só essas duas não foram realmente significativas de alguma forma.
O final cria um contexto maior para o primeiro filme, deixando ele ainda mais interessante e fazendo a franquia criar mais substancia, como já disse, não sei se foi planejado mas esse final fez toda diferença para fazer "Annabelle 1 e 2" serem os filmes mais bem planejados da franquia Invocação do Mal.
Annabelle
2.7 2,7K Assista AgoraPara muitas pessoas "Annabelle" pode parecer um filme arrastada, mas tudo que ele apresenta ele entrega. Claro que como qualquer filme de terror para o grande público, os famosos "Jumpscare" não podem faltar. Aqui esse recurso é bem usado em alguns momentos e mal executado em outros.
'Annabelle' tem como titulo a boneca, mas o longa prefere ir para o lado 'fantasmagórico' deixando a boneca apenas como plano de fundo, isso funciona. Seria estranho ver cenas da boneca correndo com uma faca atrás de suas vitimas como acontece nos filmes de 'Chucky'.
A linguagem católica cristã é o que mais me tira do filme, todo o desenrolar e construção da trama é movida baseada em religião e seus conceitos. Boa parte do roteiro é cansativo e clichê nesse ponto, a mesma história de demônio causando confusão e o padrão que chega para resolver a situação com uma reza e aguá benta para no final não adiantar de nada.
Cenas sugestivas que induz o espectador a adivinhar o próximo passo do filme é o que mais tem e muitas delas são bem realizadas já que a quebra de expectativa permite que a narrativa flua de maneira organiza e não previsível. A forma com que é colocado a personagem coadjuvante na história é muito atropelada, não teve muito sentido a inserção dela no contexto.
The Perfection
3.3 720 Assista AgoraUm filme curiosamente pretensioso tanto visualmente quanto narrativamente. Seria perfeito se também não se entende-se como um filme inteligente. The Perfection tenta passar a impressão de que o espectador não faz ideia do que esta acontecendo para depois explicar tudo detalhe por detalhe, em uma retrospectiva dos fatos para ai sim chegar ao ponto final com todas as respostas a mesa. Como alguém pensou que isso seria uma boa ideia?
O longa tem um tom sombrio que realmente não deixa claro até que ponto quer chegar e joga pistas antes da primeira jornada para distrair a atenção de quem assisti, mas isso é deixado de lado logo depois, pois optam por explicar tudo em vez de deixar o espectador tentar ilustrar isso na sua própria perspectiva.
Muitos acontecimento realmente tem uma quebra de expectativa gigantesca que poderia ser usada a favor da narrativa, mas muitas ideias boas são jogadas fora a troco de servir o "banquete da explicação". O ponto mais problemático do filme é de longe o modo com que as coisas são jogadas gratuitamente e explicadas logo em seguida, não da nem tempo de absorver.
The Perfection é um suspense envolvente, com muito potencial desperdiçado. Embora o didatismo seja o principal problema, o longa consegue prender a atenção em muitos momentos por sugerir no inicio um conflito entre as protagonistas.
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KUm filme documentário que narra o ponto de vista de Petra Costa sobre a democracia do Brasil. Ela aborda os bastidores dos acontecimentos antes e pós impeachment. Petra é filha de militantes da esquerda e neta de conservadores, o que não é diferente de muitas famílias brasileiras. A construção narrativa de apresentar o seu ponto de vista acrescenta naturalidade aos fatos, mesmo ela sendo totalmente parcial e isso não é problema e ela não esconde o seu posicionamento.
Acompanhamos o começo da ascensão de Lula e todo o desdobramento cultural de quando ele foi eleito até os dias de hoje. Todos os pontos de vistas são apresentados, não só de políticos como da população em volta. As discussões fervorosas que tomariam conta do país a partir dali, vinham só aumentando e dividindo as pessoas em dois lados, que muitas vezes nem mesmo elas sabiam ao certo pelo o que estavam lutando.
O tom melancólico é mantido boa parte do documentário e no fim acaba nesse mesmo tom. As locações iluminadas que são capitadas durante todo o filme são mostradas nas sombras, fazendo um contraste ao que viria a seguir, sobre os acontecimentos que sucumbiriam Lula e Dilma. Em alguns momentos a narração soa como exagerada do ponto de tentar enaltecer demais o que poderia ser apenas um elogio simples.
Toda narração e narrativa do filme, entrega Petra como a protagonista dos acontecimentos ao seu redor, e toda sua jornada de descobrimento da democracia e sua posição sobre ela. Todas as eleições em que Lula e Dilma ganham é mostrado o ar de vitória e paixão não só vindo dela como das pessoas que a cercão. É quase como se mesmo que seja uma história sobre a democracia, acaba sendo sobre ela mesma, sobre sua história, sobre sua vivencia.
A relação de Dilma e Lula é mostrada de forma conturbada por um dialogo entre Dilma e a mãe de Petra, entre olhares sugestivos e palavras espaçadas, percebe-se que Dilma não queria ser Presidente e foi praticamente obrigada, e com isso é notal o olhar de tristeza dela e de como ela não tinha muito escolha nem do que lhe era "oferecido".
As nuances percebidas sobre o comportamento de Temer na posse de Dilma foi lindo, a narração é tecnicamente primorosa e orna bem com o que realmente viria a seguir. Quase como se fosse tudo um teatro, todo orquestrado...e de certa forma foi.
A melhor cena, é onde uma das mulheres responsável pela limpeza da residencia presidencial desabafa e fala sobre a inexistência da democracia no Brasil. É impressionante acompanhar como ela conseguiu mudar ou entender melhor seu ponto de vista com as próprias palavras que saiam de sua boca, ela foi desabafando e entendo a real situação atual.
A forma com que Bolsonaro é citado é curiosa, ele mal aparece e quando aparece é minunciosamente ausente, quase que não é percebida a sua presença. Ele aparece exatamente 3 vezes no filme, na apresentação, para dizer que vai se eleger e quando já esta eleito. Acredito que seria bom ter visto mais sobre o que ele pensava a respeito de tudo, já que ele era um dos principais fatores da "Democracia em Vertigem".
A Sereia: Lago dos Mortos
1.7 111 Assista AgoraNo meio de tanta novidade no cinema de terror dando certo, com filmes tentando arriscar algo mais psicológico, sugestivo e dando certo como é o caso de 'Hereditário' por exemplo, é estranho ver filmes como "A Sereia - Lago dos Mortos" sendo lançado, ainda mais por que a temática de uma sereia do mal não é nada atrativo e pouco instigante.
O filme é bem genérico, não consegue deixar o espectador com tenção em absolutamente nenhum momento. Os atores não funcionam, a apresentação deles é rasa e não deixa claro o quanto eles são significativos para a trama, tanto que existe um momento que simplesmente vão morrendo um por um e isso não importa para quem esta assistindo.
A personagem que teoricamente deveria ser a protagonista tem todo o foco tirado para dar protagonismo a outro personagem que também não é importante suficiente para segurar a atenção. Os atores parecem não estar tão envolvidos com o seus personagens e nem nas cenas que exigem maior desempenho, eles simplesmente não se importam com o que esta acontecendo em tela, a direção é preguiçosa.
Um ponto positivo do filme é a direção de arte, que tenta ambientar tudo na cor azul e verde claro, para combinar com o clima de pântano e lago que o filme quer passar. A aguá também é uma coisa presente em diversas cenas para fazer referencia ao tema principal do filme.
Por mais que tentem, os Jumpscare nunca funcionam no filme, no começo, ainda tentam colocar como apenas um susto discreto, sem a ajuda do som para assustar, usam apenas a imagem nos cantos da tela mas depois o filme prefere ir no jeito mais fácil e apelam para Jumpscare barulhentos que não funcionam de tão previsíveis.
X-Men: Fênix Negra
2.6 1,1K Assista Agoraalgumas cenas de ação valem a pena mas fora isso, é um filme mais do mesmo e cansativo até certo ponto. CRITICA> bit.ly/fenixnegracritica
A Morte Te Dá Parabéns 2
3.0 714Esse filme a pesar de não ser tão impressionante, consegue se sair bem para uma sequencia. Eles brincam com essa história de "de volta para o futuro" mas com suas próprias regras narrativas. O protagonismo dividido no começo me chegou a assustar, já que o primeiro filme era da Tree e esse aparentemente seria do Ryan mas logo depois isso é resolvido e ela volta ao protagonismo.
A rapidez com que o assassino é achado dessa vez foi ótimo, já que da a entender que o filme não tem tempo a perder e descobrir quem é o assassino é o menos dos problemas dessa vez. A revelação de quem era o assassino no começo do filme foi bem criativo mas o modo com que isso foi ignorado no restante do filme fez isso perder a importância.
O fato da maior parte da história do filme se passar basicamente nos acontecimentos do primeiro filme me pareceu criativo em um certo ponto por que os acontecimentos não eram exatamente os mesmos, é como se fosse uma revisitação alternativa dos fatos. A motivação maior que deixa tudo mais interessante é em relação a mãe da protagonista e a decisão que ela precisa fazer a respeito da mãe e do namorado.
Os novos personagens são caricatos mas acabam funcionando com que o filme pede. Esse é um filme que sabe para onde quer ir e não tem pretensão de ser mais do que um pastelão de horror que faz parodia dos filmes de slasher, então não faz sentido assistir a esse filme esperando algo a mais que isso.
Claro que o filme não é totalmente "superficial", tem momentos que chega a apresentar algo de mais notório em relação a família, deveres e amizade. O filme poderia ser menos preguiçoso, a impressão foi de que queriam acabar o mais rápido possível e a cena pós créditos não ajudou muito, embora tenha deixado uma curiosidade de ver uma sequencia com aquela personagem nessa situação que ela foi deixada.
Rocketman
4.0 922 Assista AgoraRocketman é um filme esteticamente lindo. Abordando a infância, juventude e fase adulta de Elton John, o filme trás questões pessoas do cantor para a frente dando enfase aos seus problemas mais íntimos sem se preocupar em podar coisas para não exagerar e as pessoas não entenderem no final. O longa consiste em três atos que mostram todo amadurecimento do cantor, tanto na vida profissional como na vida pessoal.
O filme se entende como um musical. Algumas falas são cantadas e não só pelo Taron Egerton (que vive Elton John) mas também por quase todos os personagens do filme. As cenas onde acontecem esses musicais são perfeitamente coreografadas, dando a ilusão de que existe um plano sequencia sendo feito e a montagem ajuda muito para passar essa ilusão.
O primeiro ato composto por “Elton John criança” e “jovem” é de encher os olhos de tanto carinho que foi empregado em cada cena com os atores infantis. Os seus números musicais são particularmente os melhores do filme. Existe uma cena especifica bem no começo, onde toda a família canta e é uma das melhores cenas do filme.
A questão da homossexualidade é abordada de forma que flui naturalmente na narrativa. O protagonista leva sua sexualidade do inicio ao fim do filme como parte do que ele é. Diferente de outros filmes que a sexualidade é apenas apontada e dificilmente é desenvolvida, aqui é apontada e vivida, não só uma vez como varias.
O que mais funciona no filme é a forma narrativa com que é a história é contada. É claro, é um filme biográfico, mas não quer dizer que não possa ter imaginação e criatividade para ousar em determinados aspectos. Algumas sensações e sentimentos são demonstrados de forma visual e esteticamente deslumbrante.
O grande problema de Rocketman com certeza é a forma com que a mãe do cantor é demonstrada, pode até existir pessoas ruins como ela mas chega a soar caricato as vezes de tantas caras e bocas que ela faz. O filme tanta mostrar que a unica pessoa que realmente acredita em Elton é sua avó. Seu pai é ausente mas Elton sempre tanta buscar uma aprovação dele, já que o mesmo entendia e gostava muito de música.
Arrisco que esse filme deve ganhar pelo menos uns 5 Oscars em 2020. Nas categorias: Melhor ator, Melhor diretor, Melhor Montagem, Melhor Trilha Sonora e Melhor Filme.
Slender Man: Pesadelo Sem Rosto
1.5 469 Assista AgoraSlender Man tinha tudo pra ser um terror psicológico bom se o monstro do filme fosse mantido nas escuras como acontece no começo do filme mas ai, a partir do momento em que resolvem mostrar o Slender Man a tensão que o filme poderia ter entregue acaba indo de mal a pior.
O filme é completamente sem ritmo, extremamente tendo, entediante, massante e eu nem falo de filmes que tem uma construção lenta como "Demônio de Neon" ou "O Monstro no Armário (2015)" por que nesses casos os filmes tem algo pra mostrar e desenvolvem a história.
Slender Man começa tentando entregar uma amizade forçada das amigas com diálogos exagerados, pra entregar logo pro espectador a personalidade de cada uma delas, acontece que isso não funciona por que as cenas soam como superficiais, nenhum personagem é realmente interessante e principalmente a protagonista.
A personagem de Joey King é a melhor coisa do filme, ela consegue ser uma protagonista melhor do que a própria personagem Hallie e mesmo que ela tente entregar uma boa atuação, o roteiro não ajuda ela e coloca a personagem pra aparecer demais e as vezes sumir de repente durante do filme.
Com 10 minutos de filme eu já não estava mais aguentando, pensei em parar de assistir muitas vezes mas eu continuei por que eu tinha que saber como aquilo poderia ficar pior, e fica.
O terceiro ato do filme é completamente enrolado, mostrando a protagonista tendo pesadelos e nenhum cena consegue ser boa, absolutamente nenhuma cena da medo. Muitas coisas começam a acontecer as pressas e mesmo assim o ritmo do filme não muda.
O que mais me impressiona é que eles realmente estavam levando o filme a série, acho que o filme fica pior quando a tentativa de colocar medo falha miseravelmente e mesmo assim o filme acha que ta conseguindo provocar qualquer reação que não seja vergonha alheia.
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraO filme não tem proposito nenhum de existir, os dois primeiros Corpo Fechado e Fragmentado que já não são grande coisa, conseguiram ser diminuídos por conta de "Vidro". Eu assisti sem esperar nada, já que não gostei muito dos anteriores, nem consigo imaginar o tanto que os fãs devem ter ficado decepcionados.
As personalidades de Kevin aparecendo gratuitamente para dar um tempo de atuação pro James McAvoy não acrescenta em nada na trama, chega a soar patético em alguns momentos. Cada personalidade que ele incarnava, ele também tinha que obrigatoriamente se apresentar dizendo o nome delas, expositivo e dispensável.
O "Sr. Vidro" que da nome ao filme passa metade do filme calado e a outra metade sendo um gênio com uma inteligencia sobre humana que ele não usou nem metade em Corpo Fechado e milagrosamente usou aqui. Além de também o personagem simplesmente poder sair a qualquer momento de seus aposentos sem justificativa aparente.
Anya Taylor Joy ta sobrando e muito na trama, a personagem não agrega em nada e só ta la pra servir de moleta pro final de Kevin, também explicar como ela ficou depois daquele final infeliz que ela teve em Fragmentado e claro, formar o conjunto de familiares: "O filho, a Mãe e a Vitima" cada um também usando a cor respectivamente combinando a dos protagonistas: "Verde, Roxo e Amarelo".
Sarah Paulson é uma das minhas atrizes favoritas, eu amo essa mulher, minha série favorita é American Horror Story e muito por conta dela mas aqui nesse filme ela esta a própria caçamba de lixo, a mulher totalmente apática, quase não tem personalidade e quando abre a boca era melhor ter ficado calada. Personagem subdesenvolvida que aparece e some convenientemente quando o roteiro pede.
Pra piorar o filme não tem só um plotwist, ele tem 3 plotwist, sim, e a lama ta entrando de baixo da lama. O primeiro até funciona, mostrando a ligação do pai de Kevin com os acontecimentos do primeiro filme e o vilão, o segundo explicando que a Sarah Paulson faz parte de uma organização secreta encarregada de tratar super humanos e se não funcionar extermina-los foi a coisa mais medíocre do filme, ainda mais a forma como isso foi mostrado, em pequenas doses de cenas cortadas que não fazem sentido algum e só confundi mais ainda o espectador. E o terceiro plotwist, mostrando que o Elijah já sabia de tudo e inclusive preparou um backup antes mesmo das gravações serem feitas.
É realmente Shyamalan, não ta dando mais pra engolir essa história de que você pensou nessa trilogia desde o inicio.
Resident Evil 2: Apocalipse
3.3 823 Assista AgoraResident Evil 2: Apocalipse é uma continuação direta do primeiro filme, que já começa com a protagonista Alice fazendo um pequeno resumo dos acontecimentos anteriores e isso funciona bem, deixando uma sensação de angustia pelo tom da voz e os elementos em cena e que a partir dai, esse seria o modo padrão de começar todos os filmes da franquia daqui para frente.
O primeiro filme "Resident Evil: Hospede Maldito" se sai bem por que mesmo que não tenha nada a ver com os jogos, o filme sabe apresentar uma história envolvente e levando o espectador para dentro da atmosfera em que esta sendo criada. Já em "Resident Evil 2: Apocalipse", a franquia resolve tentar se aproximar cada vez mais do jogo em vez de continuar criando algo que poderia ser questionável por uns mas diferencial para a trama.
A protagonista Alice, que antes poderia ser liga como uma alusão a "Alice no país das maravilhas" perde todo o significado nessa sequencia, já que agora ela foi reduzida ou melhor ampliada a uma mercenária imparável, em quanto os demais personagens nem tem tempo de mostrar o que eles tem, já que toda a atenção é roubada pela magnitude de Alice.
Nemesis é um personagem peculiar, a forma com que é apresentado (de maneira em que ele fosse o vilão e a arma mais perigosa criada para aparar as arestas da Umbrella em Raccoon City) é rápida e sem muita enrolação, pois o filme parte do pressuposto de que todo mundo já conheça aquele personagem por conta dos jogos e principalmente por causa do primeiro filme.
Jill Valentine é sem dúvida a personagem mais interessante em cena, pela atriz que entrega a personagem brilhantemente bem, a falta de tempo em tela e momentos em que ela poderia brilhar prejudicaram e muito ela. Acredito que se a franquia tivesse realmente interesse em mostrar uma história minimamente boa e controversa aos jogos, daria sim a personagem Jill o seu protagonismo devido sem necessariamente copiar o jogo e não deixar a personagem que tem um potencial gigantesco na sombra de Alice.
O final onde acontece a cena do helicóptero fugindo da explosão de Raccon City é um dos momentos mais interessantes do filme, já que daria para imaginar que ali seria o fim de Alice e talvez o bastão fosse passado para Jill, mas não foi o que aconteceu. A cena que poderia ter sido boa e acabado só ali, é esticada mais um pouco e sabemos então que Alice não só continua viva como também agora tem habilidades psíquicas, como se a personagem já não fosse forte o suficiente. Porém, apesar dos pesares a cena em que ela descobre os poderes e diz a sua frase famosa "Meu nome é alice" é realmente muito boa.
Vingadores: Ultimato
4.3 2,6K Assista AgoraUm começo denso que termina a saga do infinito de força digna e que deixara muitos fãs satisfeitos mas também com um sentimento de perda maior do que Guerra Infinita.
Ultimato é uma continuação direta de Guerra infinita que tem seu primeiro ato melancólico mostrando as consequências do estalo de Thanos. É um filme que foca nos Vingadores Originais concluindo um arco que começou em Homem de Ferro de 2008 e tem um final impactante a altura.
Para entender esse filme é basicamente necessário ter visto todos os 21 filmes anteriores da Marvel Studios, por conta de diversas referencias e nos fan services que não são gratuitos. São 3h de duração que passam tranquilamente, poderia ter mais tempo de filme alias.
É um filme excelente, mas que se você parar e pensar um pouco, talvez ache alguns problemas em relação a viagem no tempo que pode fazer com que a experiencia seja menos impactante do que deveria, mas se você não se importa muito com furos sobre linhas temporais você vai achar esse o melhor filme de herói da Marvel.
XSPOILERSX
Thanos que já era incrivelmente implacável em Guerra Infinita, se mostra ainda melhor nesse filme, e o melhor, ele acaba com todos os Vingadores sem usar nenhuma joia e isso só mostra o quanto ele é superior em relação a força e poder.
O ponto mais negativo é a forma com que mudaram a regra de viagem no tempo para poder cobrir possíveis furos no roteiro que em filmes com viagem temporal é inevitável ter. Exemplo que acontece no filme: Tudo que você altera no passado não altera o futuro, os acontecimentos permanecem inalteráveis no presente.
O fato de Gamora ter voltado do passado e ficado no presente deixou a morte de Tony e Viúva Negra sem gravidade alguma, já que os Vingadores podem voltar no tempo e buscar Stark e Natasha do passado e deixa-los no presente vivos, já que a maquina do tempo ainda ficou utilizável no final quando Hulk manda Steve Rogers devolver as joias.
Amizade Desfeita 2: Dark Web
3.2 335Diferente do primeiro filme, esse consegue se sair melhor em relação a ameaça que deixa de ser sobrenatural para ser física, no caso os hackers, deixando as situações com possível chance de vitória para os personagens, era pra ser assim se o roteiro não desse super poderes aos hackers para estarem em todos os lugares em questão de segundos.
A trama desse filme demora um tempo para engatar, a personagem surda que é apresentada no começo do filme é desperdiçada e a sua falta de audição que poderia ser usada como uma válvula para provocar cenas boas com o fato dela não poder ouvir é descartada e a personagem que foi construída desnecessariamente no começo não é tão relevante quanto deveria.
A única morte criativa é quando um dos personagens morre por ser confundido com um terrorista, isso não foi esperado e causou o impacto que deveria. As demais mortes são superficiais e sua maioria não tem peso real, como se não tivesse acontecendo nada, nem a ultima pessoa a morrer tem uma morte criativa, pelo contrário, é sem sentido logico e físico. A sensação de descrença precisa ser ligada sempre para poder engolir as mortes que poderiam ter sido evitadas se não tivessem os cortes de câmera proposital justamente para não explicar como a morte aconteceu, você apenas precisa aceitar e pronto. O elenco até tenta entregar alguma coisa convincente mas o roteiro não ajuda.
O primeiro filme apesar da ameaça ser sobrenatural, se sai infinitamente melhor do que esse já que alem de ter boas atuações, as situações em que os personagens precisam passar são bem embasadas e o roteiro ajuda a trama andar com fluides sem ficar atropelado e sem logica no final.
Apóstolo
3.0 426O ritmo é muito lento, e a história é confusa até certo ponto. Na medida em que o filme desenvolve as coisas não evoluem muito, o filme deixa uma sensação de que ficou faltando alguma coisa, como se não tivesse acontecido nada em 2h de filme e o final não poderia ser pior.
O protagonista aparentemente tem uma missão que poderia ter sido resolvida mais rápido mas tudo bem, precisa ter filme, então acompanhamos varias subtramas que não envolve ele e que também são descartáveis na sua maioria
O filme todo da a impressão de que nada esta acontecendo e a trama não anda, mesmo que aconteça algumas coisas, a impressão que da é de que ta tudo tedioso. Não existe ameaça real, até tem algumas cenas que deixam um sentimento de perigo mas no geral é uma narrativa morta que não tem energia e chega a dar sono em alguns momentos, mesmo tendo curiosidade para saber até onde as coisas porem ir.
O lance da religião não é explorado como deveria, é até falado um pouco no começo mas depois é meio esquecido, e a religião é algo citado esporadicamente mas não chega a ser importante quanto deveria, parece que o roteiro não tinha muita criatividade pra ocupar os personagens e a maioria deles estavam vagando sem muito proposito.
O final desanda de vez quando descobrimos uma especie de "Deusa" que habita a ilha e esta aprisionada, quando eu escutei a palavra "deusa" o filme acabou para mim, poderiam ter chamado de bruxa ou algo assim, não fez sentido nenhum a personagem ter entrado na trama e como ela foi apresentada, alem do "ajudante" dela que também é deixado de lado e não se sabe ao certo o que ele é e também nessa altura já não importa mesmo. Também tem a hora que o protagonista resolve ficar na lha e ali eu já percebi que ele ia virar a "nova deusa" e foi o que aconteceu.
Um filme com uma temática muito interessante, que poderia abordar a religião de formas controversas ou até mesmo aproveitar o cenário desértico que a ilha proporciona para dar um ar de claustrofobia na noite carregada de nevoa mas até esses cenários propícios é descartado para dar lugar a uma história confusa e sem força.
Animas
2.4 57Confuso demais no começo e didático demais no final, um filme que não se sustenta e atropela tanta informação que boa parte delas acaba sendo descartáveis e o fato de deixar tudo mastigado para o telespectador só deixa tudo mais entediante.
A proposta inicial é intrigante, não se sabe ao certo o que esta acontecendo por conta das cenas que não fazem sentido e da paleta de cor que vai mudando frequentemente. As cenas mesmo que não fazendo sentido de primeira instancia, deixa o telespectador tomar suas próprias conclusões.
O final desanda por completo quando algo que poderia ser metafórico acaba ficando literal até demais, deixando todo o questionamento de lado, o filme pega todas as duvidas e responde cada uma delas detalhe por detalhe como se quem assisti não fosse mentalmente capaz de entender o que esta acontecendo ou melhor, sem deixar o espectador decidir o que esta acontecendo.
O terceiro ato, depois que já esta tudo explicado, não contente com isso, o filme não para de jogar mais explicações na sua cara, e fica tedioso e sem sentido nenhum continuar assistindo um filme que grita na sua cara "ei, olha aqui seu burro, essa é a explicação do filme".
A direção de arte é boa, fazendo paralelo as luzes do semáforo, com coisas que Abraham viveu, as auto referencias como o teto do começo do filme sendo uma representação do coração batendo, explicando por que Alex disse sobre contar os batimentos quando fica nervosa.
O filme poderia ser gigantesco se não fosse pelo final explicativo demais, poderia ter terminado com algo ambíguo, dando a oportunidade de interpretação e conversa sobre o filme.
Verdade ou Desafio
2.6 718 Assista AgoraUm filme de terror teen básico que não traz nada de novo mas que consegue entreter pelo que se propõe, o que mais chama atenção é a forma com que a história termina, de forma simples e criativa.
A maioria dos atores não conseguem ter boas performances com seus personagens mas na medida que o longa desenvolve os personagens que sobram conseguem segurar bem o filme e toda a cumplicidade deles é crível.
Existem poucas mortes sangrentas mas isso não fez falta no enredo, pelo contrário, a forma com que as coisas iam acontecendo era o mais interessante de acompanhar, mesmo que as mortes fizessem parte da trama, o que mais importava era saber como o demônio daria um jeito de burlar a escolha dos personagens.
Existe uma cena especifica onde eu torci para que a personagem não escolhesse "Verdade" e sim "Desafio" por que o segredo que ela tinha era tão grande que seria difícil de revelar, e ela acaba escolhendo "Desafio" mas a proposta do demônio em fazer com que a escolha do "Desafio" vire algo como: "Eu desafio você a falar a verdade" tornou as coisas mais interessantes, já que de qualquer jeito escolhendo um ou outro, o final sempre vai ser o mesmo.
O final foi o melhor, a personagem faz algo que contradiz todos os seus princípios, algo que no começo do filme ela foi questionada e respondeu de forma humanitária. Mas é o que eu sempre digo, você só sabe das respostas para determinadas situações quando você sente na pele e foi o que aconteceu com a personagem.
Todos os Jumpscare são ridiculamente ruins, absolutamente nenhum funciona, acho que poderiam deixar todos eles de fora, não faria nenhuma diferença.
Jogos Mortais: Jigsaw
2.8 707 Assista AgoraAo mesmo tempo que esse é o filme mais fraco da franquia por não ser exatamente o que muitos fãs esperavam já que demorou muito para esse filme sair e ele não tem amarração como ultimo filme da franquia, também pode ser o filme mais ousado, se o elemento temporal aqui empregado não fosse o mesmo usado no segundo filme da franquia.
No começo não deu para entender muito bem as coisas, já que para quem acompanha a franquia, sabe que Jigsaw esta morto e mesmo que fosse outra pessoa trabalhando como ele, chega a um determinado ponto da história em que acompanhamos o próprio Jigsaw em pessoa e cheguei a especular sobre ser um irmão gêmeo dele, ou até mesmo a história esta sendo contada em momentos distintos e é exatamente o que acontece.
Como eu já entendo essa franquia, eu sei que o que importa nela não são as mortes e sim a saga de John Kramer, mas, até ai esse filme poderia ser algo que acrescentasse mais na história do personagem mas nada acontece, acompanhamos uma narrativa que já aconteceu e que não faz sentido na ordem cronológica já que, se o Logan trabalhou com o Jigsaw antes mesmo do primeiro filme, onde esse personagem entra na cadeia de eventos seguintes? Ele não é sitado em nenhum momento durante a franquia.
As cenas onde acontecem as mortes foram mal dirigidas, principalmente os atores, o ator que faz o Ryan é o pior de longe, não tem como levar nenhum situação a serio quando ele esta em cena, parece que a qualquer momento ele vai fazer um StandUp Comedy e é triste que fizeram com que esse cara ficasse até o final do filme vivo. A atriz que faz a Anna carrega essas cenas nas costas, sempre mantendo um olhar de aflição e ao mesmo tempo de esperança pra sair dali.
Os inúmeros plot twist vieram a calhar mas como eu já disse, nada do que aconteceu no filme acrescentou na franquia "Jogos Mortais". Essa foi a mesma formula usada no filme Premonição 5 onde tem um plot twist revelando que toda história se passa antes do primeiro filme, ou seja, nada acrescentou a mitologia.
Escape Room: O Jogo
3.1 754 Assista AgoraUm filme que tem potencial a partir da primeira sala de Espace Room até a terceira, mas que depois o roteiro se perde e o filme desanda de um jeito que quem assistir talvez odeie o filme todo apenas pelos últimos 15 minutos finais.
As salas com a temática envolvendo cada um dos participantes é algo que chama a atenção, a maioria dos atores não tem carisma algum e os personagens que sobram não seguram o enredo até o final, pelo contrário, deixa o filme esquisito e com cara de produção amadora.
O que mais me chamou atenção foi que na primeira sala não teve nenhuma morte, isso me agradou muito já que normalmente é colocado uma morte inicial para provocar uma sensação de perigo extremo mas em vez disso, o filme opta em não ter morte alguma na primeira sala e deixa um ar de que as coisas podem ou não serem manipuladas para que os participantes não se machuquem de verdade e sim levem apenas um susto.
É um entretenimento bom de acompanhar, mesmo que os enigmas que eles precisam desvendar para sair das salas deixe de ser importe aos poucos, e os personagens acabam agindo instintamente, até mesmo algumas resoluções para as charadas só são reveladas por envolver algo do passado dos deles, sem fazer sentido para quem assisti, deixando o espectador de fora do jogo, sem ter chance de tentar adivinhar qual a melhor saída.
O filme poderia ser até mediano para bom devido o começo e o meio mas o final deixa um gosto amargo absurdo, por colocar um plot twist atrás do outro e um mais sem sentido que o outro também, tudo para tentar amarrar o filme em uma franquia futura a todo custo.
Cadáver
2.4 368 Assista AgoraUm filme com muita disposição pra pouco recurso, praticamente tudo se passa em um cenário, e todos os acontecimentos são bem orquestrados aproveitando cada momento e personagens a disposição da narrativa que só cresce ao longo do filme.
A protagonista não é tão boa atriz mas com o que ofereceram a ela, até que consegue mostrar de um jeito mais sutil como é alguém que sofre com uma culpa que atrapalha sua vida até hoje. Os demais personagens na sua maioria são caricatos mas nada tão destoante a ponto de prejudicar a história.
O suspense é algo que funciona, mesmo a protagonista podendo ter apoio de quem trabalha no local, sentimos a sensação de insegurança a todo momento, que é aumentado ainda mais por conta dos corredores largos e longos, alem de ter as luzes que acendem automaticamente. Tem uma das cenas com essas luzes em que é possível notar que a luz em cima da personagem forma uma cruz invertida, logo apos o sangue dela ter caído em cima do corpo de Hannah.
O CGI não é bom, o fogo falso é notável. Fora isso, acho que os únicos problemas reais foram alguns furos e um deus ex machina que não precisava. Como na cena em que a protagonista recebe uma ligação dizendo que o Pai de Hannah matou dois policiais e esta indo atras dela, e em seguida ele aparece literalmente atrás dela, isso não foi deixado claro em nenhum momento antes no filme, apenas com essa ligação de 5 segundos é que sabemos do ocorrido.
Em alguns momentos em que o corpo saia de um lugar para o outro e Megan ia verificar, o corpo estava no mesmo local, sendo que a 5 segundos atrás o corpo estava no estacionamento. Tudo leva a crer que apenas o espirito do corpo esta se locomovendo e não o corpo em si mas isso não é deixado claro no filme.
No geral, um filme acima da média, que tem clichês básicos de filme de terror, mas que sabe aproveitar bem o pouco tempo de filme, são 1h:25m no total mas cada minuto é aproveitado, existem filmes de 2h que não conseguem administrar bem o tempo como esse conseguiu.