Tom Hanks lidera este faroeste belamente filmado, mas impassível e moderadamente autossuficiente, baseado no romance de 2016 de Paulette Jiles, "Relatos do Mundo" é dirigido por Paul Greengrass, que co-escreveu o roteiro com Luke Davies, mas principalmente sem o dinamismo e a ação visceral pela qual o livro é conhecido.
Hanks interpreta o capitão Jefferson Kyle Kidd, ele mostra ainda ser um ator ágil e sutil, geralmente a serviço de nos ensinar uma lição cívica. O ator não interpretou exatamente um personagem no recente 'Greyhound', mas sim um modelo de herói americano, aqui Tom Hanks dá um tipo de desempenho semelhante. Johanna é interpretada pela jovem atriz Helena Zengel, mas infelizmente, o roteiro e o filme não permitem que ela mostre toda sua capacidade.
O homem e a garota formam uma conexão poderosa ao longo do filme, unidos pela perda e necessidade mútuas neste ambiente inóspito. No cerne da história está a sensação de que nenhum deles se encaixa em qualquer lugar neste mundo tumultuado. Se o arco emocional do filme parece um pouco previsível daqui em diante, isso não torna o filme desagradável.
A improvável dupla não tem escolha a não ser se unir enquanto atravessa uma paisagem traiçoeira e austera, retratada com um beleza incomum por Greengrass e o diretor de fotografia Dariusz Wolski, aqui está o maior sucesso do filme, o de dar vida à paisagem.
Com a trilha sonora exuberante e comovente de James Newton Howard definindo o tom épico e o diretor de fotografia Dariusz Wolski fornecendo visuais impressionantes do Novo México, 'Relatos do Mundo' tem um ritmo bastante deliberado que permite o inevitável ligação entre o cansado e duro, mas de bom coração, Jefferson e a selvagem e rebelde Helena, que passa a confiar talvez no primeiro adulto que já demonstrou sua compaixão e bondade.
O único momento em que o filme realmente te captura, é quando três homens profundamente desagradáveis se interessam pela garotinha loira querendo tomá-la à força. Uma perseguição muito tensa se segue, com Kidd muito bem ciente de que sua espingarda está cheia apenas com chumbo inútil. Este é um momento em que a decência livre de riscos de Hanks é testada de forma sensacional. É uma cena poderosa, onde a perícia de ação de Greengrass de repente explode.
'Relatos do Mundo' pretende ser uma parábola da vida moderna. Greengrass sugere que a ignorância ou desconfiança em relação às notícias não é nada novo, mas sim o alicerce da formação da América, permitindo que homens fortes com fins lucrativos criem sociedades à sua própria imagem, manipulando as massas. O filme funciona nos níveis mais altos como uma história de duas almas perdidas que se encontram, mas o espírito faroeste se perde no gênero roadtrip episódico demais.
'Borat: Aprendizados Culturais da América para Beneficiar a Gloriosa Nação do Cazaquistão' é uma sátira chocantemente hilária que não conhece limites. Não é prejudicado pela preocupação com o gosto ou a convenção, que é o que torna o criador e estrela de Borat Sacha Baron Cohen o comediante mais destemido que existe.
Borat é um idiota desajeitado, desengonçado e bigodudo, sujeito a tiradas anti-semitas tão subversivamente exageradas que a única reação séria é o riso. Esta extensão de longa-metragem do personagem deliciosamente ridículo de Cohen aponta e destaca questões de raça, intolerância religiosa, classismo e todos os tipos de males sociais muito americanos, dando aos culpados corda suficiente para enforcar-se por seus próprios petardos.
A melhor coisa do filme foi sua escolha de formato, em um estilo documentário, o filme soa muito natural. Ainda que você consiga perceber um roteiro e momentos ensaiados e combinados, o filme trás pessoas reais interagindo com o personagem reforçando a crítica do filme e oferecendo momentos hilários.
Esta é uma comédia chocantemente direta e engraçada também. Cohen e Davitian são totalmente destemidos, zombando não apenas dos americanos, mas também do estereótipo estrangeiro. 'Borat: Aprendizados Culturais da América para Beneficiar a Gloriosa Nação do Cazaquistão' é estranhamente cativante o filme saciar nosso apetite por seu personagem maluco.
'Você Já Viu Vagalumes?' é um filme turco da Netflix que percorre por caminho bem-humorado, mas também trágico. A história de Gülsuren ganha vida na atuação simpática de Ecem Erkek, enquanto ela passa por vários períodos políticos de seu país.
O filme é uma comédia dramática, mas que nunca se firma em nenhum dos dois gêneros. Nem sendo engraçado e nem conseguindo ser um drama super envolvente. O longa tenta ser poético, em especial na questão dos vagalumes, mas esbarra num roteiro limitado e a protagonista não nos cativa como deveria. A direção é simplória e sem muita criatividade.
A vida da protagonista é quase que narrada por inteira, acompanhamos ela na escola, no casamento, término de relacionamentos, na relação com a família e por aí vai. Muita história e bastante material, mas 'Você Já Viu Vagalumes?' passa longe de aproveitar tudo isso e entrega uma história apressada e sem emoção, ainda que tenha muito pano de fundo.
Sobre as atuações, temos alguns erros. Seria ideal se o filme tivesse feito uma maquiagem digital nos atores, já que decidiram colocar os mesmos atores atuando em três tempos narrativos diferentes, o resultado final não ficou muito bom, faltou pesar mais a mão. A atriz Ecem Erkek tem simpatia, mas em quase todo o filme ela está forçada. A atriz não conseguiu entregar as nuância do drama, comédia e ironia das personagens de forma eficaz.
O filme surgiu a partir de uma peça de teatro turca de sucesso e esse estilo fica claro durante a exibição. 'Você Já Viu Vagalumes?' Quase não troca de cenário, sempre se passando dentro da mansão com algumas tomadas externas, trazendo essa forte influência do teatro que também não ajudou muito ao filme.
O longa tenta entregar risadas e lágrimas ao mesmo tempo em que tenta trazer um pouco da cultura e história turca e algumas de suas mudanças ao longo dos anos. 'Você Já Viu Vagalumes?' pode ser considerado falho e até cafona, contudo, é um filme de outra cultura que mesmo não sendo perfeito recomendo que você assista.
Hathaway não é uma cópia de Huston, seu retrato não é tão assustador quanto o de sua antecessora, a vilã ficou mais caricata e cômica do que aterrorizante, parece mais interessada em desfilar do que em assustar. Com um sotaque cômico que a princípio soa europeu oriental ou russo, mas depois se torna mais obviamente escandinavo ou norueguês. Suas cicatrizes nos cantos da boca se abrem em momentos de estresse e se transformam em terror estilo CGI.
Há algo muito amplo e um pouco frenético na comédia aqui, em um filme cujos interiores luxuosos sempre parecem ter sido criados com tela verde, mesmo que não tenham sido. As transformações e voos da fantasia são estridentes e surpreendentes à sua maneira, mas não parecem uma liberação da imaginação da maneira que eu acho que deveriam ser.
Com um roteiro coescrito por Zemeckis, Kenya Barris e Guillermo del Toro, a nova adaptação enfatiza lições de vida. 'Convenção das Bruxas' prefere a tecnologia aos personagens, como resultado, nunca nos sentimos realmente próximos dessa criança melancólica.
As histórias de Dahl compreendiam a complexidade da infância e, ao manter a história de fundo original do autor para o menino, Zemeckis sugere que horrores do mundo real, como perder os pais, podem ser tão aterrorizantes quanto qualquer coisa que uma bruxa horrível possa inventar. Mas o diretor não tira atuações completas de Bruno ou Eastick, deixando de capturar o espanto ou a confusão da juventude.
A narração extremamente entusiástica de Chris Rock como o órfão já adulto não ajuda em nada. há cenas de perseguição cheias de adrenalina e efeitos especiais desnecessariamente vistosos que não têm charme. Os trajes luxuosos de Joanna Johnston são um deleite e o belo design de produção de Gary Freeman faz com que o hotel pareça um palácio.
A alma do original de Dahl não pode ser reproduzida tão facilmente, o feitiço não é lançado. A narrativa de Robert Zemeckis da história das crianças malvadas parece mais mal-humorada do que assustadora, enquanto sua comédia oscila entre frenética e tensa.
A adaptação do mangá 'Alita: Anjo de Combate' de James Cameron, finalmente chega às telas com a ajuda do diretor Robert Rodriguez e da equipe de efeitos digitais de Peter Jackson.
Robert Rodriguez faz um esforço, mas a aventura cyberpunk confusa não pode deixar de se sentir como as sobras frias do escritor e produtor James Cameron. Crucialmente, 'Alita: Anjo de Combate' contém poucos traços do calor, humor e atitude punk que caracterizou a maioria dos primeiros trabalhos de Cameron, e que destaca todos os filmes anteriores de Rodriguez até agora.
'Alita: Anjo de Combate' tem uma trama bem clichê, tipo 'Pinóquio', o que não ajuda na conexão com a história, o filme pode ser uma distração comercial brilhante o suficiente para não prestarmos a devida atenção em sua narrativa frustrantemente fragmentada.
O roteiro é irregular, confuso e sem humor, feito pelo próprio Cameron e Laeta Kalogridis. Há um emaranhado de mistério sobre o assassinato em série e o comércio ilegal de partes do corpo, servindo a um propósito pouco duradouro, a não ser de encurralar Alita, e com isso produzir cenas de ação.
O relacionamento de Alita e Hugo abre a única lasca de investigação filosófica do filme: ela é ciborgue, ele é supostamente humano e se pergunta se é possível que eles se amem. Ambos são reproduzidos tão plasticamente que a questão é discutível.
O maior desafio CGI do filme é misturar a versão digitalmente transformada e com a captura de movimento da performance de Salazar em um elenco de ação ao vivo. Filmes de super-heróis e fantasia fazem isso o tempo todo, e ninguém fez mais para aperfeiçoar essa tecnologia do que Cameron ou Jackson.
Com seus olhos de mangá do tamanho de um pires e rosto de boneca estilizado, Alita às vezes parece ter tropeçado no set de uma produção da Pixar. Mesmo usando efeitos de ponta em um nível técnico tão elevado, a mecânica da personagem ainda parece chocantemente artificial em alguns lugares.
A construção do mundo cyberpunk futurista deixa a desejar, tudo parece meio ultrapassado, parece mais uma representação dos anos 80 tecnológico, do que um universo novo, o figurino do filme deixa isso mais em evidência.
Na segunda metade do filme, quando a trama fica atolada em uma exposição desajeitada, você percebe que já abandonou o longa faz tempo. Com personagens comuns e tropos de gênero cansados, 'Alita: Anjo de Combate' tem seu potencial diminuído.
Os filmes de crianças são tradicionalmente projetados para o conforto. Há um contrato tácito entre pais e cineastas. Os filmes infantis, em sua maioria, obedeceram a esse contrato, mas por um breve período durante os anos 1980 essas regras foram por água abaixo. O cinema infantil estava em transição.
'Convenção das Bruxas' foi a terceira e última investida no cinema de fantasia feita pelo falecido criador dos Muppets, Jim Henson. Lançado logo após sua morte, o filme usou a experiência de Henson com a criação de criaturas e fantoches para fazer coisas em um reino live-action que antes só era possível na animação.
O diretor do filme é Nicolas Roeg e o roteiro partiu da pena de Allan Scott, que alterou o final, dando ao filme um final diferente e cheio de esperança, isso foi o suficiente para despertar a ira de Dahl, cuja história com adaptações cinematográficas de seu trabalho foi decididamente desigual. O resultado da mudança atinge uma nota falsa e sentimental, quase parece uma paródia de um final feliz tradicional.
O final alterado parece uma traição à intenção do filme. Em vez de proteger as crianças dos horrores do mundo, talvez forçar um final feliz negue a realidade da criança. O psicólogo infantil Bruno Bettelheim escreve sobre a importância dos assustadores contos de fadas, no desenvolvimento psicológico das crianças. Para as crianças a vida pode parecer tão incompreensível e aterrorizante quanto qualquer filme de terror.
A cena da “Convenção” contém alguns dos trabalhos de câmera mais incomuns do filme. Enquanto as bruxas revelam suas verdadeiras formas, Roeg usa uma câmera portátil trêmula. O efeito desorienta o visualizador, além de tornar a cena mais realista, ele aumenta o zoom para close-ups em ângulos baixos dos rostos da bruxa tão extremos que distorcem a imagem. Algumas cenas são inclinadas em um ângulo, desequilibrando o público. Enquanto Luke espia as bruxas escondidas atrás de uma tela, a câmera captura seu ponto de vista parcialmente obscurecido e, na verdade, passamos a ver através de seus olhos, ouvindo sua respiração superficial e assustada.
Não acontece muita coisa durante o curso de 'Convenção das Bruxas' e isso é parte do problema. Não há nada de errado com a construção do mundo, mas a história é tênue e sem tensão. Por mais grandes que sejam as apostas, não há senso de urgência. O filme faz mais sucesso quando se aventura na comédia. Enquanto isso, Angelica Huston é deliciosamente dominadora e exagerada como a Grande Bruxa Alta.
Como muitos filmes de fantasia dos anos 1980, os efeitos especiais mostram sua idade. Com exceção das cenas em que ratos reais são usados, os roedores se parecem com o que são: fantoches. Não há nada de fofo neles. Eles parecem baratos e pouco convincentes e, embora se possa desculpar suas limitações por causa da época em que o filme foi feito, o extravagante é uma barreira à imersão.
Quando se trata de maquiagem, no entanto, 'Convenção das Bruxas' é merecedora dos aplausos contemporâneos que recebeu. A aparência monstruosa de The Grand High Witch é uma conquista que pode assustar até mesmo os telespectadores mais velhos; é compreensível porque supostamente levava até seis horas para aplicar e remover as próteses que tornavam Huston irreconhecível.
O filme adota um tom sombrio e traz algumas cenas que as crianças podem achar chocantes ou assustadoras. No geral, 'Convenção das Bruxas' parece mais um recurso descartável do que uma aventura de fantasia.
Os criadores de 'Os Crimes de Limehouse' não estavam preocupados com o desenvolvimento dos personagens ou detalhes do período. Em vez disso, eles se concentram na necessidade de John de excluir suspeitos, incluindo, de todas as figuras históricas. Qualquer um que seja suspeito deve ser considerado inocente, é essa abordagem, que infelizmente, se torna a grande falha de 'Os Crimes de Limehouse'.
Com muita frequência, o roteiro de Jane Goldman parece uma condensação falante e ofegante, em vez de uma interpretação do conceito imaginativo de Ackroyd, esforçando-se para encaixar cada pedacinho de um conto muito complicado em um quadro de duas horas. O diretor Juan Carlos Medina é culpado de over-stuffing adaptando a história de Jane Goldman com uma mistura muito ocupada de flashbacks e números musicais.
Somando-se à sensação de claustrofobia da narrativa comprimida, a filmagem de Medina parece quase inteiramente feita em estúdio, com poucos exteriores de luz do dia e uma sensação saborosa, porém teatral, no design geral da produção. Essa pode ser uma escolha deliberada para sublinhar os temas teatrais da história, mas esses motivos mais sutis tendem a ser enterrados na confusão impetuosa.
Olivia Cooke mostra porque está rapidamente se tornando a femme-du-jour, cantando e brincando no palco, interpretando tanto a vítima quanto o opressor. Douglas Booth faz uso de sua androginia e prova uma presença surpreendentemente fluida. Nighy, enquanto isso, é digno, embora não seja suficientemente convincente para compensar a distração do filme. Um grande elenco é decepcionado por um script que não consegue fornecer um mistério convincente para resolver.
Tão ocupada e artificial quanto a decoração vitoriana em sua forma mais excessiva, o filme é similarmente muito de uma coisa boa e elegante. Esta adaptação do romance de 1994 de Peter Ackroyd é uma mistura barroca de figuras históricas reais, personagens fictícias, flashbacks de várias camadas e uma dupla vertente. 'Os Crimes de Limehouse' teria melhores resultados como uma minissérie talvez.
O novo filme de Charlie Bean, 'A Dama e o Vagabundo' é o filme perfeito para começar a próxima fase das guerras do streaming: é novo, mas familiar, seguro, mas doentio, e de alguma forma bem mobiliado, mas também de aparência barata. Acima de tudo, claramente existe apenas porque um conglomerado de entretenimento se sentiu obrigado a construir uma plataforma antes de ter material suficiente para apoiá-la.
A boa notícia é que 'O Rei Leão', 'O Livro da Selva' e o restante dos remakes baseados em tecnologia da Disney nos condicionaram a ser gratos por pequenos favores, a maioria dos espectadores provavelmente desejarão à mera visão de animais reais. Enquanto a decisão de mover digitalmente os focinhos dos cães quando eles falam inglês entre si, é quase desanimadora o suficiente para negar o efeito, mas os cães são fofos quando mantêm as mandíbulas fechadas.
Os cães em 'A Dama e o Vagabundo' são reais, quando não são substituídos por falar em CGI, eles exibem um verdadeiro caráter de cachorro na maneira como andam, interagem e ficam sentados em atenção. É intrigante notar que quanto mais artistas humanos tentam criar esses animais, menos reais eles parecem. Pelo menos são cães, que são objetivamente mais fofos e divertidos de se ver correndo do que os grandes animais da selva.
'A Dama e o Vagabundo' pode seguir uma rota diferente de 'O Rei Leão', mas acaba nas mesmas profundezas do vale misterioso. Outras coisas que se perdem lá incluem uma moral doce sobre o poder do lar (e o valor de compartilhá-lo), uma dose saudável de espírito de férias e uma sensação revigorante de que a Disney só tem tantos filmes clássicos para refazer.
Outras contribuições técnicas são brilhantemente genéricas, mantendo os procedimentos o mais próximo possível do nivelamento dos desenhos animados, conforme a vida real permitir. A trilha sonora original de Peggy Lee recebe alguns ajustes: o mais sensato e inevitável é que “The Siamese Cat Song”, com seu estereótipo datado de face amarela, foi substituído por um número jazz-gato memoravelmente saltitante e completamente artificial.
Com o lançamento da Disney Plus, 'A Dama e o Vagabundo' é colocada na curiosa posição de sair no mesmo dia em que sua inspiração atinge a transmissão pela primeira vez. Para esse fim, os espectadores têm o dilema intrigante de ter as duas versões do filme disponíveis para assistir no mesmo serviço: qual você escolheria? De qualquer forma, você terá um tempo agradável, ainda que doloroso, com qualquer versão de 'A Dama e o Vagabundo' que você escolher. Talvez você possa sentar seus filhos na frente de ambos e dar-lhes uma lição inicial sobre o que é ganho - e perdido - na arte da adaptação.
A maior parte de 'O Diabo de Cada Dia' é uma crueldade classista, um fracasso total em ver qualquer humanidade na maioria de seus personagens pobres e enfermos. Eles são vítimas e vitimizadores, sem muita ação além disso. O verdadeiro problema é que o filme não parece ter nenhum interesse em sequer tentar localizar um sentido mais profundo de personalidade para os seus personagens.
É difícil se preocupar com os personagens decentes porque eles são tão chatos, é impossível se preocupar com os maus porque eles existem apenas para nos ensinar uma lição sobre a falta de confiabilidade da humanidade.
Este é realmente um filme repleto de estrelas jovens de Hollywood, do Homem-Aranha a um futuro Batman. Entre um elenco de atores confiáveis, Holland e Keough são os únicos que trazem qualquer sombra emocional real para seus papéis. Pattinson, que geralmente é um jovem artista fantástico, apenas sorri ao longo do filme.
O filme é bastante contente em contar sua história sinistra de destinos sombrios e interconectados. Como é intrincadamente elaborado, o filme do diretor Antonio Campos é francamente simples. O diretor, que também escreveu o roteiro com o irmão Paulo Campos, exagera ao tentar abranger toda a extensão do livro da qual o filme é baseado. Esse filme deveria ser uma minissérie para poder ser algo épico.
Existem mortes que não precisamos ver, destinos que não precisamos saber, cenas que não levam a história adiante. 'O Diabo de Cada Dia' é apenas um amontoado de pessoas horríveis fazendo coisas terríveis, sem nenhuma razão além de provar o quão miseráveis os humanos podem ser.
"A Dama e o Vagabundo 2: As Aventuras de Banzé" é um filme de animação estadunidense de 2001, dirigido por Darrell Rooney e Jeannine Roussel para a Disney Television Animation da Austrália. A animação foi lançada em 27 de fevereiro de 2001, 46 anos depois de seu antecessor "A Dama e o Vagabundo".
No início dos anos 2000, a Disney começou a fazer sequências de praticamente todos os seus filmes de animação que vinham à mente. Era simplesmente uma maneira infalível de ganhar muito dinheiro sem grandes despesas ou esforço. Para você que não entendeu a existência de "A Dama e o Vagabundo 2: As Aventuras de Banzé", essa é a justificativa, o dinheiro.
"A Dama e o Vagabundo 2: As Aventuras de Banzé" adota duas das abordagens que permearam a produção direta em vídeo do estúdio na época, ambas focando na descendência jovem dos personagens principais e invertendo uma ideia do filme original. "A Pequena Sereia 2: O Retorno para o Mar" havia empregado essas duas táticas apenas cinco meses antes, mas criatividade e esperteza não é o objetivo nessas sequências rápidas e frugais.
Esta é uma produção leve e padrão, que consistem de canções proeminentes ao estilo da Broadway, pedidas para suprir o peso emocional que o filme de outra forma não tem, estão muito distantes das sensibilidades musicais ecléticas do original.
Quando aplicável, a arte de fundo original é reutilizada ou adaptada, e o CGI às vezes se destaca não se unificando com a animação no geral. Visualmente, a animação encontrada aqui é perfeitamente limpa, nítida e colorida, mas falta a profundidade, a dimensão e o charme dos primeiros clássicos da Disney.
Com o talento, orçamento e tempo que tinham, os criadores de "A Dama e o Vagabundo 2: As Aventuras de Banzé" fizeram um trabalho adequado de criar entretenimento infantil passável. Embora semelhante em espírito, este filme está longe de ser bom o suficiente para se comparar com o original e nem de longe criativo o suficiente para merecer ter sido feito.
As crianças se identificarão com o anseio de Scamp por liberdade e aventura fora das restrições do lar. No final, as crianças, assim como Scamp e Angel, apreciarão os valores reconfortantes de amor e aceitação que estão no coração e na alma do que significa fazer parte de uma família.
'Cherry: Inocência Perdida' é baseado em um romance semi-autobiográfico de 2018 de Nico Walker, um condecorado veterano do Exército dos EUA que cumpriu pena na prisão por assalto a banco. É seguro presumir que Nico Walker sabia que sua história de vida poderia render um bom filme nas mãos certas. Os irmãos Russo oferecem um milhão de dólares pelos direitos da adaptação e transformá-lo em sua primeira produção pós 'Vingadores: Ultimato'. Um bom negócio para Nico Walker, mas nem tanto para a dupla de diretores.
O trabalho de câmera de Newton Thomas Sigel, com seus tiros de drone e sequências virtuosas de rastreamento, é impressionante em um nível artesanal. Nenhum dos visuais complicados ou enfeites ostentosos, como insultos profanos espalhados pela tela em texto vermelho-sangue, fazem você se preocupar com aquilo que você está assistindo.
Os Russos têm um elenco forte. Os atores Jack Reynor, Michael Rispoli, Michael Gandolfini, Thomas Lennon e Damon Wayans Jr. têm momentos memoráveis, mas nenhuma dessas pessoas é uma boa companhia. É uma tarefa árdua passar mais de duas horas com eles.
Tom Holland canaliza habilmente sua vulnerabilidade em alguém que usa suas fraquezas para justificar um comportamento terrível. Ele interpreta um cara que do nada se apaixona, vai para a guerra e se torna um ladrão de banco viciado em opiáceos. Se a tentativa aqui era do ator provar que ele consegue fazer outra coisa além de ser um herói, ele até consegue, mas é difícil acompanhar a jornada de seu personagem. Tom Holland não é um mau ator, em 'Cherry: Inocência Perdida' ele prova ter habilidades para ser além de um super herói.
'Cherry: Inocência Perdida' não tem como fazer você se importar com alguém que dificilmente parece se importar consigo mesmo. Seu protagonista salta de um desastre americano para o outro e luta por qualquer tipo de agência que encontrar enquanto cai no fundo do poço.
O livro foi adaptado para um roteiro por Angela Russo-Otstot e Jessica Goldberg. O roteiro se apoia fortemente na narração, o que muitas vezes reitera o que estamos vendo na tela. A narração ininterrupta, que vai e vem, indica como os cineastas não confiam no material para ter vida própria. O diálogo desajeitado também atrapalha o resto do elenco, que não consegue tirar seus personagens frágeis da página. O ritmo acelerado nunca deixa o telespectador absorver a trama.
O problema com 'Cherry: Inocência Perdida' é que o filme se apresenta como uma fatia da vida repleta de pavor, mas quase todos os momentos parecem baseados não na experiência, mas na experiência de outros filmes. Os diretores nunca nos convencem da verdade orgânica da história que contam. Os irmãos Russo estão tentando pensar além da Marvel e exibir suas habilidades do mundo real, mas o que eles demonstram é que mesmo com material básico como este, eles ainda pensam em forma de fantasia.
Este é um filme sem nada de novo a dizer sobre amor, guerra, trauma, vício, crime ou a América. A história da vida real de Nico Walker daria um bom filme, mas este sofre com o estilo constante em detrimento da substância. Dificilmente há um momento em 'Cherry: Inocência Perdida' que seja crível, mas o verdadeiro crime do filme é que dificilmente há um momento agradável nele.
Superficialmente, o filme é uma simples história de amor contada com cães, em vez de humanos. 'A Dama e o Vagabundo' também retrata sentimentos mais sutis e poderosos. Lady experimenta todos os sintomas da rivalidade entre irmãos: rejeição, ciúme, solidão e rebelião, antes de aprender a aceitar a presença do bebê e seu próprio status alterado.
A animação em si é maravilhosamente polida. A essa altura, os artistas da Disney podiam desenhar praticamente qualquer coisa e capturavam os ritmos e padrões do movimento canino com uma fidelidade extraordinária. Mais importante, os movimentos ajudam a delinear os personagens: o passeio alegre de Tramp estabelece sua personalidade de feliz e azarado, assim como o braço oscilante de Peg proclama seu passado sombrio e espetacular.
Mas, ao contrário de um filme como Titanic, que argumenta que a liberdade da classe baixa é melhor do que a rigidez da classe alta, 'A Dama e o Vagabundo' encontra grande empatia pelos cães dos dois lados, não há nenhum vilão real no filme. Jock e Trusty são carinhosos por sua lealdade, mas os cães da classe baixa são igualmente carinhosos por sua franqueza e senso de humor.
'A Dama e o Vagabundo' é o raro filme da Disney mais interessado na realidade do que na fantasia. Certamente, envolve um mundo imaginário de cães falantes, enquanto refletem e refratam o cenário de 1909 fielmente. Muitos dos criadores que trabalharam no projeto - incluindo o próprio Walt Disney - cresceram nesse período e o filme está cheio de nostalgia por uma era mais simples.
É um filme caloroso, duro, implacável, triunfante e não há cena que não brilhe com o amor das pessoas que a fizeram. "A Cor Púrpura" é baseado no romance de Alice Walker, que contou a história de Celie por meio de uma série de cartas, algumas nunca enviadas, muitas nunca recebidas, a maioria endereçada a Deus. As cartas são sua maneira de manter a sanidade em um mundo onde poucos se importaram em ouvi-la.
As maravilhosas performances neste filme estão contidas em um roteiro que pode tirar algumas das arestas chocantes do romance de Walker, mas mantém toda a profundidade e dimensão.
Quando Celie estiver casada, com um homem cruel que ela chama apenas de "Senhor", ela terá perdido seus filhos e a capacidade de ter filhos, terá sido separada da irmã que é a única pessoa na Terra que ama ela, estará vivendo em servidão a um homem que ostenta seu amor por outra mulher. No entanto, esta mulher perseverará e prevalecerá. 'A Cor Púrpura' não é a história de seu sofrimento, mas de sua vitória, no final de sua história esse filme me emocionou e me elevou como poucos filmes o fizeram.
A graça salvadora do filme são as performances. Como a adulta Celie estreando Whoopi Goldberg, uma das performances mais incríveis da história do cinema, usa seu rosto expressivo e sorriso alegre para registrar o crescimento da personagem. Igualmente bom é Glover, que tem uma presença poderosa na tela.
Goldberg tem um trabalho terrivelmente difícil de fazer, conquistando nossa simpatia por uma mulher que raramente tem permissão para falar, sonhar, interagir com a vida ao seu redor. Spielberg quebra o muro de silêncio ao seu redor, no entanto, dando-lhe monólogos narrativos nos quais ela fala sobre sua vida e lê as cartas que compõem.
A virada de Steven Spielberg na produção de filmes “sérios” é marcada em mais de um lugar por uma produção quase exagerada, que ameaça se afogar em suas próprias emoções. O filme é um pouco desajeitado, às vezes ele pode parecer estar tentando manipular suas emoções com sua trama. Existem algumas sequências de alívio cômico infeliz e algumas das caracterizações também são muito amplas e caricaturadas.
Os personagens criados no romance de Alice Walker são tão vívidos que nem isso os mata e ainda há muito o que aplaudir (e chorar) aqui. O filme merece elogios por sua apresentação emocionante e empoderadora da força e nobreza das mulheres negras. Ele também foi condenado por sua cinematografia gloriosamente exuberante, como se as vidas dos negros devessem ser mostradas apenas em ambientes esquálidos.
'Mulher Maravilha' de 2017 deu às mulheres um super-herói em seus termos. A diretora Patty Jenkins parece entender o que tornou a Mulher Maravilha importante e poderosa, e o público respondeu com aplausos. Portanto, é mais do que decepcionante que 'Mulher Maravilha 1984', novamente dirigido por Jenkins, mas desta vez escrito por ela e Geoff Johns, sacrificou todo o charme e coração da heroína, quase nada funciona nesse filme.
Eu vou começar pela trama que é puro desastre. O filme se passa nos anos 80 e os roteiristas trouxeram uma trama bem anos oitenta, uma pedra que realiza desejos, sério isso?! Depois da Mulher Maravilha vencer a segunda guerra mundial, ela será jogada em uma trama envolvendo uma pedra que realiza desejos?
A pedra dos desejos tenha uma regra básica: pode conceder um desejo, mas têm consequências , ela tira algo de você em troca. Simples, mas o filme consegue complicar, só mais tarde é que ficamos sabendo que os desejos tem consequências, isso nem é explicado, é simplesmente jogado na trama com algum personagem chutando a opção, ou deixando no ar para o telespectador entender. Isso gerou uma confusão no filme o que me deixou perplexo, não pela complexidade, mas pela burrice.
Não sei se intenção dos produtores e do estúdio foi atrair ou fazer algo específico para as crianças, definitivamente esse é o filme mais colorido do universo da DC, mas mesmo que essa tenha sido a intenção, o filme tem uma trama muito boba e preguiçosa e se focado para um público infantil deveria ter trazido muito mais comédia e humor.
'Mulher Maravilha 1984' começa com um flashback empolgante da juventude de Diana, uma competição de habilidades na qual ela naturalmente próspera, construída em torno da ideia de lições difíceis que ela entenderá mais tarde na vida e cheio de bons efeitos especiais. É emocionante, voa alto, dá a você todas as sensações inspiradoras, mas infelizmente o filme começa e logo morre.
Um dos grandes erros do filme, foi terem alterado tanto a essência da personagem. Como pode uma Diana sofrer de amor por 66 anos?! Não combina com uma Mulher Maravilha. Claro que ela pode se apaixonar, viver o grande amor e sentir saudades disso, mas corroer essa história por 66 anos não faz sentido. Uma Mulher Maravilha sofrendo de solidão? Não era essas coisas que queríamos ver de uma heroína. O espírito de liderança deixado no primeiro filme é totalmente jogado no lixo nesse segundo.
Eu já havia criticado a atuação de Gal Gadot, aqui minha opinião continua a mesma. A atriz não encontra uma maneira de unir a entusiasmada Diana e a forte guerreira. Nos momentos de drama a atriz é exagerada e em todos os outros, falta brilho e vontade, mas ela faz poses de super-heróis muito bem.
Steve Trevor morreu em 'Mulher Maravilha', mas ele está de volta! Como é bastante óbvio, dado o artifício da trama, mas a maneira como ele volta é boba e ridícula e pior, não acrescentou nada em 'Mulher Maravilha 1984'. Mas é bom ver Chris Pine se divertir em seu papel nesse filme.
A heroína enfrenta um vilão barulhento, insuportável e enlouquecedor. Maxwell Lord, interpretado por Pedro Pascal, tem a velocidade do vento de um furacão. Não é o melhor e mais amedrontador vilão que existe, mas eu confesso que foi mais legal acompanhar o seu arco do que o da própria personagem título.
Kristen Wiig como Barbara, uma historiadora desajustada e estúpida, traz esperança desde o início, Wiig assim como Pine, aproveita a oportunidade para se divertir. A amizade entre Barbara e Diana, não convence e não há peso emocional nenhum, como o filme tenta vender. Cheetah é uma vilã totalmente descartável, com uma construção muito clichê, o que é frustrante, pois a vilã é uma das maiores vilãs da Mulher Maravilha.
Falando na construção de época, 'Mulher Maravilha 1984' faz um bom trabalho, o figurino remete muito aos anos 80 e a produção soube trazer de volta a vida os bons tempos, ele é deliciosamente e divertidamente nostálgico. O filme também usa o dos anos oitenta para trazer humor, mas não funciona, o pouco de humor que há na trama é bem sem graça.
O terceiro ato do filme é a cereja do bolo desastre. O CGI fica ruim e mal feito, e há uma luta no escuro que não dá para ver e nem entender nada. A moral sobre a nobreza e renunciar aos seus maiores desejos em nome de um bem maior, é apresentada no fim do filme, mas honestamente eu não me importei. Depois de ver tantas escolhas erradas para 'Mulher Maravilha 1984', o final vem como um alívio.
'Mulher Maravilha 1984' é um decepção, apesar de todas as suas esperanças e sonhos, o filme tem muita ambição, mas não consegue atingir a grandeza que busca. 'Mulher Maravilha 1984' é mal concebido, mal escrito e sem a maioria dos encantos básicos que tornavam a 'Mulher Maravilha' original um deleite.
Quer ouvir o que Tom Holland está pensando? Então pense de novo. Em uma tentativa de iniciar uma franquia de filmes com os livros de ficção científica YA de Patrick Ness, 'Mundo em Caos' chega atrasado na indústria cinematográfica.
Talvez haja uma razão para o gênero distópico ter sido deixado para trás por Hollywood. Os filmes desse gênero tiveram seu apogeu no início de 2010, mas a premissa de lindos adolescentes e jovens na faixa dos vinte e poucos anos tendo que contar com sua parcela de governos autoritários que acabam com o mundo cumpriu seu curso.
Liman usa seus pontos fortes como diretor para produzir sequências de perseguição envolvendo cavalos e um rio furioso. 'Mundo em Caos' pode muitas vezes ter um tom mais parecido com um faroeste enquanto Todd e Viola caminham pela floresta, lutando contra os elementos e os nativos.
O conceito principal do romance de Patrick Ness, é uma ideia complicada que pode ter funcionado na página, mas na tela grande não funciona. Uma comunidade de homens são deixados à própria sorte depois que todas as mulheres foram mortas pelo Spackle, uma raça de alienígenas malévolos. Cada homem é seguido por seu próprio “ruído”, uma névoa de pensamentos e medos que devem ser controlados ou revelarem seus segredos mais íntimos aos que estão ao seu redor.
Muito parecido com a aparência do brilho da adaptação de 'Aniquilação' de Alex Garland, os “ruídos” é um turbilhão desajeitado de rostos, palavras e ideias azul e roxo que é tão incrivelmente errôneo que destrói o filme desde o início.
O roteiro de 'Mundo em Caos' é surpreendentemente banal para alguém que passou por tantos rascunhos e teve uma horda de roteiristas como Charlie Kaufman, Jamie Linden, John Lee Hancock, Gary Spinelli e Lindsey Beer retocando-o. A versão final foi escrita pelo autor do livro Patrick Ness com Christopher Ford, e excessivamente sem inspiração, exceto pelos choques ocasionais de violência horrível e momentos estranhos de ingenuidade de Todd.
Pelo menos o elenco é bom, particularmente Tom Holland e Daisy Ridley sabem como segurar um blockbuster com força e humanidade. Mads Mikkelsen, que aparentemente é incapaz de dar um mau desempenho em qualquer coisa que faça.
O ato final fragmentado fica ainda mais embaraçoso quando você vê o quanto Holland e Ridley parecem mais velhos nas cenas claramente refeitas. O final foi filmado quase dois anos após o restante do longa, é uma forma quase cômica desajeitada de encerrar uma das ofertas mais desajeitadas da pandemia.
O tom sem humor, a cinematografia silenciosa, as ameaças genéricas em CGI, o diálogo cafona, as reviravoltas nada surpreendentes e o futurismo deprimente são todos os elementos básicos de um gênero que há muito está sem ideias. Em uma premissa com muita promessa, Tom Holland e Daisy Ridley estão perdidos em um mar de clichês distópicos em uma aventura atrasada e mal avaliada sobre um futuro onde os pensamentos dos homens são visíveis.
Que é fato que a DC teve dificuldades de encontrar um equilíbrio para seus filmes de super-heróis, isso todo mundo já sabe, com Mulher Maravilha eles acertam pela primeira vez.
A diretora Patty Jenkins não só apresenta uma Mulher Maravilha vencedora da primeira guerra mundial, ela também fica responsável por endireitar o universo DC nos cinemas. E claro ela conhece muito bem a personagem da qual dirige, tudo em "Mulher Maravilha" é orgânico.
Temos slow motion em excesso e uma fotografia caracteristicamente cinza uma marca registrada dos filmes da DC e que talvez eles poderiam repensar a respeito. Mas ainda sim em "Mulher Maravilha" mostra uma paleta de cores mais viva, principalmente no começo do filme ao retratar o arco das Amazonas. O filme tem um bom figurino e uma ótima construção de época.
O roteiro vai trabalhar muito bem nos relacionamentos de amizade entre os personagens e alguns diálogos que irão fazer você refletir sobre guerra e violência. O filme é para mostrar a origem da "Mulher Maravilha" e isso acontece equilibradamente bem.
“Mulher Maravilha” tem uma ingenuidade cativante, mas que nunca causa fraqueza. Gal Gadot, uma atriz israelense, vende inocência e humor em momentos convincentes. Ela sabe transmitir o amadurecimento que sua personagem precisa para sustentar a trama. Gal Gadot que embora não tenha a melhor das cargas dramáticas, segura muito bem as pontas nas cenas de ação.
O longa-metragem não somente salva o mundo, mas também uma franquia de filmes de bilhões de dólares. O filme é equilibrado, simples e gratificante assim como um filme de super-herói deve ser.
A cineasta que conta esta história em particular é a escritora e diretora polonesa Malgorzata Szumowska, cujos filmes anteriores tensos e provocantes exploraram os limites externos da sexualidade juvenil e do desejo proibido, bem como os laços entre o espírito e a carne. Em 'O Rebanho', a quietude requintada de suas composições funciona em um contraponto elegante às tensões que se agitam sob a superfície.
As mulheres são julgadas por sua idade, submissão e desejo e à medida que aprendemos mais sobre as inclinações sexuais do Pastor, descobrimos que sua calma esconde algo mais sádico. Seu controle sobre as mulheres é absoluto e a jornada de Selah em direção à compreensão da verdade exige que ela aprenda a importância de sua própria independência.
A personagem Selah é vivida pela jovem atriz Raffey Cassidy que tem um olhar que é de alguma forma curioso e feroz. Ela é tão cativante como sempre, nesse filme visualmente imaculado, embora dramaticamente confuso, a atriz traz muito equilíbrio ao tom do longa.
'O Rebanho' é absorvente o suficiente sem gerar muito terror, tensão ou surpresa real, o filme nunca se aprofunda em seus gêneros. Como uma ameaça externa envia o pastor e seu rebanho em busca de um novo lar, torna-se claro que esta parábola encharcada de pavor da vingança feminina só pode terminar de uma maneira, e pode ser por isso que Szumowska não se detém nas violentas passagens finais.
Deslizando perto dos tropos do gênero, mas movendo-se mais confortavelmente como um drama inquietante sobre o poder alarmante da fé cega. 'O Rebanho' também traz sequências de sonhos que se voltam ainda mais para o território do terror, mas, em última análise, é um conto de tristeza, de mulheres enganadas por um monstro, que as enganou fazendo-as pensar que sabia algo que elas não sabiam, é intrigante, surpreendentemente feito e bem executado, se não tão poderosa quanto poderia ter sido.
O diretor de fotografia Michal Englert faz um trabalho sólido, reunindo uma paleta de azuis manchados e verdes terrosos de suas locações irlandesas, substituindo algum lugar não declarado nos Estados Unidos. As cores habilmente equilibradas e as composições simétricas parecem zombar dos personagens e de suas dificuldades cada vez mais terríveis, impondo um senso de ordem que logo se revela insustentável.
A filmagem de Szumowska é cautelosa quando é importante, antes de entrar em seu rosto com flashes fantasmagóricos de imagens horripilantes. Os cortes do editor Jaroslaw Kaminski, são elusivos e elípticos, muitas vezes pulando informações cruciais para ir direto ao cerne de algo terrível. Várias mortes significativas estão implícitas, mas nunca vistas, apenas para serem confirmadas (ou não) repentinamente mais tarde.
'O Rebanho' costura o fio entre o culto que vemos e a dinâmica de gênero em muitos relacionamentos até hoje, dos homens que tratam as mulheres como propriedade e das mulheres que confundem isso com amor. Malgorzata Szumowska é uma diretora visualmente confiante, capaz de construir algumas imagens magníficas, mas é um filme que sempre ameaça ser mais estilo do que substância. No final, há quase o suficiente para impedir que isso se torne o caso, mas para assombrar além dos créditos finais, realmente precisava de mais.
O que justifica um remake live-action de um clássico amado? É uma tecnologia melhor? Uma nova chance de melhor representação cultural? Ou é realmente apenas um ganho de dinheiro com o objetivo de explorar a nostalgia do público por um alimento básico da infância? Mulan é uma adaptação de live-action que traz alguma magia da Disney e visuais lindos, mas no final das contas, é apenas um filme de ação mediano.
Com um roteiro escrito pela dupla de Rick Jaffa e Amanda Silver junto com Elizabeth Martin e Lauren Hynek, 'Mulan' ainda é a mesma e certas cenas em particular sejam adaptadas, o filme de Caro é talvez a adaptação de live-action da Disney com o material mais novo, para melhor ou para pior.
Os coadjuvantes da animação malucos não estão aqui. Mulan não corta o cabelo. As canções são espalhadas pela trilha do filme na forma instrumental, mas o filme não sofre nada por isso. É um drama de guerra convincente sobre uma mulher lutando com sua identidade, representada em montagens de treinamento inspiradoras e em alguns detalhes de realismo mágico.
De sua parte, Liu é uma guerreira graciosa e dinâmica nas cenas de ação, mas é a atuação cômica mais sutil da atriz que realmente brilha em 'Mulan'. Esses momentos em que Liu traz personalidade a Mulan são alguns dos pontos mais brilhantes do filme, caso contrário, ele pode ficar atolado na ação e deixar o desenvolvimento do personagem cair no esquecimento de levar a história adiante.
Há pouca profundidade na maioria dos personagens do filme, com a maioria delas sendo unidimensionais ou tendo cenas únicas que mostram personagens mais completos. Yen também traz um pouco de humor malicioso para seu papel de Comandante Tung, e Honghui de An é um interesse amoroso atraente o suficiente, embora isso se deva ao charme natural do ator e não a qualquer coisa no roteiro. 'Mulan' tem um elenco extremamente talentoso e é uma pena que eles não tenham mais o que fazer.
Se há alguma graça salvadora nesse filme, é a direção de Caro, que reúne um roteiro desconexo em um espetáculo lindo. As cores saltam da tela e as cenas de batalha são majestosas, induzindo o tipo de admiração e admiração que faltou no resto do filme. É glorioso e faz você desejar não ter demorado uma hora e meia para chegar aqui.
Em vez de explorar a nostalgia, o filme explora o poder de bilheteria da China, ou pelo menos tentando. Os elementos cortados para atrair o público chinês (o ajudante do dragão e o corte de cabelo icônico de Mulan, por exemplo não passam despercebidos. O remake parece que anda sobre ovos o tempo todo, fazendo malabarismos com as tentativas de Caro de contar uma história coesa sobre identidade com o que foi decidido pelo comitê.
Ainda assim, há muito o que curtir em 'Mulan' para as famílias que buscam um novo entretenimento para seus filhos, que podem ser conquistados pelas cores vivas e sequências de ação elegantes do filme de Caro. O coração de 'Mulan' está no lugar certo, mas sua execução é deficiente.
Há uma cena no início do filme, quando os dois personagens do título acidentalmente engolem cogumelos psicodélicos em uma floresta. Uma cena totalmente sem sentido, na minha opinião, que não se encaixa dentro do filme, mas ela desperta algo no telespectador: a vontade de ter comido esses cogumelos antes do filme ter começado.
'Maria e João: O Conto das Bruxas' é uma tentativa elegante e impressionante de trazer algumas sensibilidades no gênero horror. Não é totalmente bem-sucedido em fazê-lo, geralmente é uma bagunça, especialmente quando se trata das revelações inexplicáveis de seu terceiro ato.
O diretor de fotografia Galo Olivares impregna a casa de Holda (Alice Krige) com um brilho que é simultaneamente quente e doentio; a partitura do compositor Rob se apoia fortemente em sintetizadores e o designer de produção Jeremy Reed divide a diferença entre o antigo e o moderno, com resultados efetivamente perturbadores.
Apesar de todo o cuidado com a aparência e o som, o mundo de 'Maria e João: O Conto das Bruxas' nunca parece estar completo ou causa uma sensação de que algo está errado. O filme não tem uma trama simples e que demora muito para se desenrolar. Muitas velas e árvores irlandesas despojadas não são uma trama, faltou profundidade na história do filme.
Você precisa estar no mundo dos "cogumelos psicodélicos" para engolir 'Maria e João: O Conto das Bruxas'. O filme é tão visualmente atraente quanto tedioso.
Em 'Mulan 2: A Lenda Continua' não há ação, aventura ou qualquer coisa que vale a pena querer assistir ao filme. A trama é sobre uma casal em crise ou estressados por causa do casamento. Os personagens secundários trazem amor, romance e mais casamento.
Como se performances e canções completamente sem emoção não fossem ruins o suficiente, os personagens estão entediados. Cada personagem parece entediado ou exausto. As músicas também são totalmente sem inspiração. Isso é trágico, considerando que o 'Mulan' original tinha algumas das melhores músicas da história da Disney. A coisa toda cheira apenas à obrigação contratual.
Há tanta coisa errada nessa animação que fica até difícil escrever. O querido e engraçado Mushu de repente é um idiota. O cômico dragão guardião, era um amigo leal a Fa Mulan no original. Ele ofereceu conselhos. Ele a protegeu. Em 'Mulan 2: A Lenda Continua', Mushu é imperdoavelmente azedo e egoísta. Mushu passa quase o filme inteiro causando discussões entre amantes para sua própria popularidade.
Eddie Murphy não é a voz de Mushu nessa sequência. Um som parecido é Mark Moseley que é branco, o que normalmente não me incomodaria, mas o retrato é questionável, já que existem tantos bordões "negros" nas falas de Mushu.
Shang é o cara, ele é corajoso, leal, um homem de família é um cantor incrível. Li Shang também se tornou podre na sequência. Ele tem um grave problema de controle da raiva, enormes problemas de confiança e pode odiar as mulheres em alguns momentos.
Os temas de amor, dever e sacrifício são fáceis de digerir, mas as canções e sequências de ação estão um pouco sem brilho desta vez. É decepcionante que Mulan, tendo sido considerado uma personagem tão vigorosa e formidável, acabe aqui apenas como mais uma donzela em perigo.
O filme é uma adaptação de uma história de HP Lovecraft, feita pelo escritor e diretor cult Richard Stanley. Mesmo um filme de terror de ficção científica que leva seus personagens ao irracional deve ter pelo menos um dedo do pé na realidade, um princípio organizador ou uma base de lógica. E a falta disso é apenas um dos problemas de 'A Cor que Caiu do Espaço'.
O diretor Richard Stanley se sai melhor no início do longa, assim que a força alienígena começa a assumir o controle, o filme fica sobrecarregado e incoerente aos poucos, acumulando muitos fatores subdesenvolvidos. O último terço do filme leva a história em tantas direções diferentes que parece que não há nenhuma. Isso torna o filme inteiro um exercício de frustração.
'A Cor que Caiu do Espaço' é muito literal em alguns aspectos, enquanto permanece vago em outros, um bom exemplo do mal desenvolvimento são as tentativas irritantes de bruxaria da personagem Lavinia, um elemento sobrenatural não integra na história maior.
O longa não se solidifica como um todo, sua narrativa se dissolve em um quase caos alucinógeno em CGI, em vez de construir constantemente em direção a um clímax completo. O filme poderia ter sido melhor aplicando maior restrição ao uso de efeitos práticos e digitais.
O retrato de Cage do personagem desde o início é tão estranho e francamente assustador que é como se ele estivesse em um filme diferente, o ator está totalmente fora de sincronia com o que o resto do elenco está fazendo. Conforme o filme continua, a motivação para alguns de seus comportamentos, mesmo diante de uma influência alienígena, parece um pouco dispersa e aleatória. Mesmo em um filme de terror, o caos precisa de alguma lógica.
Há inconsistências e reviravoltas intrigantes na história e no tom do filme, que vai do naturalista ao melodramático. 'A Cor que Caiu do Espaço' é um terror de ficção científica divertido, bagunçado e deliberadamente exagerado, o resultado é frustrante.
A história desta vez não é uma recauchutagem de um clássico infantil ocidental, mas baseada em um conto folclórico chinês sobre uma corajosa adolescente chinesa que se disfarça de menino para lutar contra os hunos invasores.
A personagem principal é cortada de um tecido familiar. Embora pareça diferente de Ariel, Bela, Jasmine e Pocahontas, Mulan é praticamente o mesmo tipo de indivíduo: uma mulher com uma veia forte e independente que não está disposta a se submeter aos costumes de sua cultura.
'Mulan' traça uma nova direção para o estúdio de animação da Disney, combinando os elementos tradicionais (heroína corajosa, simpáticos companheiros animais) com material que parece mais aventureiro e adulto.
É o primeiro filme de animação da Disney a lidar com a guerra e a morte em grande escala. O assunto não é encoberto, o filme apresenta várias sequências comoventes mostrando a devastação no rescaldo de uma batalha, incluindo centenas de corpos sem vida caídos na neve.
Os filmes da Disney oferecem ao seus protagonistas ajudantes para uma boa comédia, geralmente na forma de animais, Mulan é acompanhada em sua jornada por um dragão esquelético chamado Mushu, cuja voz é executada por Eddie Murphy. Murphy, trabalhando na tradição do gênio de Robin Williams em 'Aladdin', é rápido, loquaz e engraçado.
O estilo visual se rompe ligeiramente com a aparência da animação moderna da Disney, inspirada na arte clássica chinesa e japonesa dos desenhos animados; na representação da natureza, há um eco do mestre artista Hiroshige.
Usando muito mais ângulos de câmera incomuns do que os anteriormente tentados neste tipo de filme. Existem as sequências tipicamente espetaculares. Além disso, os artistas conquistaram um desafio incomum - mudar a aparência de uma personagem de desenho animado para que ela se pareça com um homem, mas ainda seja obviamente a mesma pessoa (mulher).
'Mulan' não confia em duplos sentidos ocasionais para ser aceito pelos adultos. Parte do diálogo é voltada especificamente para um público mais velho. Não há tanto que as crianças fiquem confusas ou entediadas, mas há o suficiente para a mamãe e o papai não sentirem que estão sendo ignorados.
É importante notar que 'Mulan' é surpreendentemente leve em canções, apresentando apenas quatro ou cinco (dependendo de como você conta). Escrito pela equipe de Matthew Wilder e David Zippel, estas são uma melhoria em relação ao que fomos submetidos em filmes anteriores da Disney.
Se há uma decepção em 'Mulan', é o vilão Shan-Yu. O problema não é que ele não seja desagradável, ele é um dos homens mais cruéis a aparecer em um desenho animado da Disney. A sua falta de tempo na tela não é o suficiente para que o público o odeie. O confronto final é anticlímax porque ele parece mais uma reflexão tardia do que um jogador importante.
Sem surpresa, a animação é excelente. Depois de vários anos de entradas menos estelares, a Disney se recuperou com 'Mulan', que mais uma vez eleva o padrão de qualidade de animação.
O filme troca o gênero do personagem-título de garanhão masculino para uma mustang feminino, muda o cenário da Inglaterra vitoriana para o oeste americano moderno. Mesmo com toda a atualização e re-imaginação, a escritora e diretora Avis, não consegue desamarrar a mecânica do enredo e os personagens nunca saem da página impressa.
Após Jo conhecer Beleza pela primeira vez, a história se torna extremamente episódica. Elas se separam e o cavalo tem muitos donos diferentes, alguns bons, outros maldosos, mas orgulhosos. Todos os episódios são apresentados para tentar nos entregar uma distância entre esses personagens, mas é previsível, elas irão se reencontrar.
Kate Winslet está aqui para fornecer a narração e dar vida aos pensamentos da mustang. A presença de Winslet é sempre bem-vinda, a narração em muitos momentos é tediosamente redundante, falhando em animar essa produção dramaticamente plana.
Por meio da fotografia de David Procter, 'Beleza Negra: Uma Amizade Verdadeira' recria a aparência de um dos documentários sobre a natureza para os primeiros momentos da vida de Beleza. Sem humanos e seu drama para atrapalhar, podemos apenas apreciar os cavalos sem nossa intromissão, selas, freios ou chicotes.
Sobrecarregado com uma narração desnecessária e na ausência de um enredo mais envolvente, 'Beleza Negra: Uma Amizade Verdadeira' é pouco inspirado. Por mais bem-intencionado que o filme pareça, ele é muito inerte, mesmo com as mudanças, para fazer essa história familiar saltar da página.
Eu sabia pelo material publicitário e pelo trailer desse remake, que ele estava indo para uma fábula doce e sentimental, tingida de tristeza. O diretor, Tim Burton, transformou a ode da Disney em magia, mas perdeu um pouco a mão no tom em "Dumbo". Inchado, melancólico e escandalosamente sem coração na execução.
Os problemas do filme não param somente em sua fotografia triste e sombria. "Dumbo" carece de boas atuações, apesar de seu elenco ter bons atores. Agora preciso falar em um ponto que me desagradou bastante, a escolha dos atores mirins, que não conseguiram sustentar o filme, faltou direção em suas atuações e isso foi bem notável.
Há problemas de edição bem visíveis em "Dumbo", os cortes de uma cena para outra foram bem mal feitos. A animação digital dos animais, às vezes funcionam, quando há interação entre atores e CGI, o digital fica estranhamente visível, no começo do filme isso é bem notável também.
O longa-metragem também tropeça quando tenta se comunicar com o público. Ele não é um filme totalmente infantil, se você é adulto, sentirá que faltou algo. O visual do filme é bem mais confortável para os adultos, mas os diálogos e a comédia são para as crianças. O filme carece de algo que possamos nos conectar.
O filme te conquista pela fofura da criatura digital Dumbo. Os seus olhos grandes azuis, sua interação com as penas, os tropeços em suas orelhas e principalmente a interação com sua mãe. O filme dá uma leve aquecida em seu coração quando Dumbo rouba a cena, mas isso não foi o suficiente para "Dumbo" decolar.
"Dumbo" de Tim Burton é sombrio, digital e fraco em seu humor. O filme em torno disso é implacavelmente triste, uma imagem que representa a crueldade neste mundo imaginário, mas às vezes muito real. "Dumbo" é fofo, mas não é um bom filme.
Relatos do Mundo
3.5 315 Assista AgoraTom Hanks lidera este faroeste belamente filmado, mas impassível e moderadamente autossuficiente, baseado no romance de 2016 de Paulette Jiles, "Relatos do Mundo" é dirigido por Paul Greengrass, que co-escreveu o roteiro com Luke Davies, mas principalmente sem o dinamismo e a ação visceral pela qual o livro é conhecido.
Hanks interpreta o capitão Jefferson Kyle Kidd, ele mostra ainda ser um ator ágil e sutil, geralmente a serviço de nos ensinar uma lição cívica. O ator não interpretou exatamente um personagem no recente 'Greyhound', mas sim um modelo de herói americano, aqui Tom Hanks dá um tipo de desempenho semelhante. Johanna é interpretada pela jovem atriz Helena Zengel, mas infelizmente, o roteiro e o filme não permitem que ela mostre toda sua capacidade.
O homem e a garota formam uma conexão poderosa ao longo do filme, unidos pela perda e necessidade mútuas neste ambiente inóspito. No cerne da história está a sensação de que nenhum deles se encaixa em qualquer lugar neste mundo tumultuado. Se o arco emocional do filme parece um pouco previsível daqui em diante, isso não torna o filme desagradável.
A improvável dupla não tem escolha a não ser se unir enquanto atravessa uma paisagem traiçoeira e austera, retratada com um beleza incomum por Greengrass e o diretor de fotografia Dariusz Wolski, aqui está o maior sucesso do filme, o de dar vida à paisagem.
Com a trilha sonora exuberante e comovente de James Newton Howard definindo o tom épico e o diretor de fotografia Dariusz Wolski fornecendo visuais impressionantes do Novo México, 'Relatos do Mundo' tem um ritmo bastante deliberado que permite o inevitável ligação entre o cansado e duro, mas de bom coração, Jefferson e a selvagem e rebelde Helena, que passa a confiar talvez no primeiro adulto que já demonstrou sua compaixão e bondade.
O único momento em que o filme realmente te captura, é quando três homens profundamente desagradáveis se interessam pela garotinha loira querendo tomá-la à força. Uma perseguição muito tensa se segue, com Kidd muito bem ciente de que sua espingarda está cheia apenas com chumbo inútil. Este é um momento em que a decência livre de riscos de Hanks é testada de forma sensacional. É uma cena poderosa, onde a perícia de ação de Greengrass de repente explode.
'Relatos do Mundo' pretende ser uma parábola da vida moderna. Greengrass sugere que a ignorância ou desconfiança em relação às notícias não é nada novo, mas sim o alicerce da formação da América, permitindo que homens fortes com fins lucrativos criem sociedades à sua própria imagem, manipulando as massas. O filme funciona nos níveis mais altos como uma história de duas almas perdidas que se encontram, mas o espírito faroeste se perde no gênero roadtrip episódico demais.
Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão …
3.4 1,2K Assista Agora'Borat: Aprendizados Culturais da América para Beneficiar a Gloriosa Nação do Cazaquistão' é uma sátira chocantemente hilária que não conhece limites. Não é prejudicado pela preocupação com o gosto ou a convenção, que é o que torna o criador e estrela de Borat Sacha Baron Cohen o comediante mais destemido que existe.
Borat é um idiota desajeitado, desengonçado e bigodudo, sujeito a tiradas anti-semitas tão subversivamente exageradas que a única reação séria é o riso. Esta extensão de longa-metragem do personagem deliciosamente ridículo de Cohen aponta e destaca questões de raça, intolerância religiosa, classismo e todos os tipos de males sociais muito americanos, dando aos culpados corda suficiente para enforcar-se por seus próprios petardos.
A melhor coisa do filme foi sua escolha de formato, em um estilo documentário, o filme soa muito natural. Ainda que você consiga perceber um roteiro e momentos ensaiados e combinados, o filme trás pessoas reais interagindo com o personagem reforçando a crítica do filme e oferecendo momentos hilários.
Esta é uma comédia chocantemente direta e engraçada também. Cohen e Davitian são totalmente destemidos, zombando não apenas dos americanos, mas também do estereótipo estrangeiro. 'Borat: Aprendizados Culturais da América para Beneficiar a Gloriosa Nação do Cazaquistão' é estranhamente cativante o filme saciar nosso apetite por seu personagem maluco.
Você Já Viu Vagalumes?
3.5 4'Você Já Viu Vagalumes?' é um filme turco da Netflix que percorre por caminho bem-humorado, mas também trágico. A história de Gülsuren ganha vida na atuação simpática de Ecem Erkek, enquanto ela passa por vários períodos políticos de seu país.
O filme é uma comédia dramática, mas que nunca se firma em nenhum dos dois gêneros. Nem sendo engraçado e nem conseguindo ser um drama super envolvente. O longa tenta ser poético, em especial na questão dos vagalumes, mas esbarra num roteiro limitado e a protagonista não nos cativa como deveria. A direção é simplória e sem muita criatividade.
A vida da protagonista é quase que narrada por inteira, acompanhamos ela na escola, no casamento, término de relacionamentos, na relação com a família e por aí vai. Muita história e bastante material, mas 'Você Já Viu Vagalumes?' passa longe de aproveitar tudo isso e entrega uma história apressada e sem emoção, ainda que tenha muito pano de fundo.
Sobre as atuações, temos alguns erros. Seria ideal se o filme tivesse feito uma maquiagem digital nos atores, já que decidiram colocar os mesmos atores atuando em três tempos narrativos diferentes, o resultado final não ficou muito bom, faltou pesar mais a mão. A atriz Ecem Erkek tem simpatia, mas em quase todo o filme ela está forçada. A atriz não conseguiu entregar as nuância do drama, comédia e ironia das personagens de forma eficaz.
O filme surgiu a partir de uma peça de teatro turca de sucesso e esse estilo fica claro durante a exibição. 'Você Já Viu Vagalumes?' Quase não troca de cenário, sempre se passando dentro da mansão com algumas tomadas externas, trazendo essa forte influência do teatro que também não ajudou muito ao filme.
O longa tenta entregar risadas e lágrimas ao mesmo tempo em que tenta trazer um pouco da cultura e história turca e algumas de suas mudanças ao longo dos anos. 'Você Já Viu Vagalumes?' pode ser considerado falho e até cafona, contudo, é um filme de outra cultura que mesmo não sendo perfeito recomendo que você assista.
Convenção das Bruxas
2.7 436 Assista AgoraHathaway não é uma cópia de Huston, seu retrato não é tão assustador quanto o de sua antecessora, a vilã ficou mais caricata e cômica do que aterrorizante, parece mais interessada em desfilar do que em assustar. Com um sotaque cômico que a princípio soa europeu oriental ou russo, mas depois se torna mais obviamente escandinavo ou norueguês. Suas cicatrizes nos cantos da boca se abrem em momentos de estresse e se transformam em terror estilo CGI.
Há algo muito amplo e um pouco frenético na comédia aqui, em um filme cujos interiores luxuosos sempre parecem ter sido criados com tela verde, mesmo que não tenham sido. As transformações e voos da fantasia são estridentes e surpreendentes à sua maneira, mas não parecem uma liberação da imaginação da maneira que eu acho que deveriam ser.
Com um roteiro coescrito por Zemeckis, Kenya Barris e Guillermo del Toro, a nova adaptação enfatiza lições de vida. 'Convenção das Bruxas' prefere a tecnologia aos personagens, como resultado, nunca nos sentimos realmente próximos dessa criança melancólica.
As histórias de Dahl compreendiam a complexidade da infância e, ao manter a história de fundo original do autor para o menino, Zemeckis sugere que horrores do mundo real, como perder os pais, podem ser tão aterrorizantes quanto qualquer coisa que uma bruxa horrível possa inventar. Mas o diretor não tira atuações completas de Bruno ou Eastick, deixando de capturar o espanto ou a confusão da juventude.
A narração extremamente entusiástica de Chris Rock como o órfão já adulto não ajuda em nada. há cenas de perseguição cheias de adrenalina e efeitos especiais desnecessariamente vistosos que não têm charme. Os trajes luxuosos de Joanna Johnston são um deleite e o belo design de produção de Gary Freeman faz com que o hotel pareça um palácio.
A alma do original de Dahl não pode ser reproduzida tão facilmente, o feitiço não é lançado. A narrativa de Robert Zemeckis da história das crianças malvadas parece mais mal-humorada do que assustadora, enquanto sua comédia oscila entre frenética e tensa.
Alita: Anjo de Combate
3.6 814 Assista AgoraA adaptação do mangá 'Alita: Anjo de Combate' de James Cameron, finalmente chega às telas com a ajuda do diretor Robert Rodriguez e da equipe de efeitos digitais de Peter Jackson.
Robert Rodriguez faz um esforço, mas a aventura cyberpunk confusa não pode deixar de se sentir como as sobras frias do escritor e produtor James Cameron. Crucialmente, 'Alita: Anjo de Combate' contém poucos traços do calor, humor e atitude punk que caracterizou a maioria dos primeiros trabalhos de Cameron, e que destaca todos os filmes anteriores de Rodriguez até agora.
'Alita: Anjo de Combate' tem uma trama bem clichê, tipo 'Pinóquio', o que não ajuda na conexão com a história, o filme pode ser uma distração comercial brilhante o suficiente para não prestarmos a devida atenção em sua narrativa frustrantemente fragmentada.
O roteiro é irregular, confuso e sem humor, feito pelo próprio Cameron e Laeta Kalogridis. Há um emaranhado de mistério sobre o assassinato em série e o comércio ilegal de partes do corpo, servindo a um propósito pouco duradouro, a não ser de encurralar Alita, e com isso produzir cenas de ação.
O relacionamento de Alita e Hugo abre a única lasca de investigação filosófica do filme: ela é ciborgue, ele é supostamente humano e se pergunta se é possível que eles se amem. Ambos são reproduzidos tão plasticamente que a questão é discutível.
O maior desafio CGI do filme é misturar a versão digitalmente transformada e com a captura de movimento da performance de Salazar em um elenco de ação ao vivo. Filmes de super-heróis e fantasia fazem isso o tempo todo, e ninguém fez mais para aperfeiçoar essa tecnologia do que Cameron ou Jackson.
Com seus olhos de mangá do tamanho de um pires e rosto de boneca estilizado, Alita às vezes parece ter tropeçado no set de uma produção da Pixar. Mesmo usando efeitos de ponta em um nível técnico tão elevado, a mecânica da personagem ainda parece chocantemente artificial em alguns lugares.
A construção do mundo cyberpunk futurista deixa a desejar, tudo parece meio ultrapassado, parece mais uma representação dos anos 80 tecnológico, do que um universo novo, o figurino do filme deixa isso mais em evidência.
Na segunda metade do filme, quando a trama fica atolada em uma exposição desajeitada, você percebe que já abandonou o longa faz tempo. Com personagens comuns e tropos de gênero cansados, 'Alita: Anjo de Combate' tem seu potencial diminuído.
A Convenção das Bruxas
3.5 1K Assista AgoraOs filmes de crianças são tradicionalmente projetados para o conforto. Há um contrato tácito entre pais e cineastas. Os filmes infantis, em sua maioria, obedeceram a esse contrato, mas por um breve período durante os anos 1980 essas regras foram por água abaixo. O cinema infantil estava em transição.
'Convenção das Bruxas' foi a terceira e última investida no cinema de fantasia feita pelo falecido criador dos Muppets, Jim Henson. Lançado logo após sua morte, o filme usou a experiência de Henson com a criação de criaturas e fantoches para fazer coisas em um reino live-action que antes só era possível na animação.
O diretor do filme é Nicolas Roeg e o roteiro partiu da pena de Allan Scott, que alterou o final, dando ao filme um final diferente e cheio de esperança, isso foi o suficiente para despertar a ira de Dahl, cuja história com adaptações cinematográficas de seu trabalho foi decididamente desigual. O resultado da mudança atinge uma nota falsa e sentimental, quase parece uma paródia de um final feliz tradicional.
O final alterado parece uma traição à intenção do filme. Em vez de proteger as crianças dos horrores do mundo, talvez forçar um final feliz negue a realidade da criança. O psicólogo infantil Bruno Bettelheim escreve sobre a importância dos assustadores contos de fadas, no desenvolvimento psicológico das crianças. Para as crianças a vida pode parecer tão incompreensível e aterrorizante quanto qualquer filme de terror.
A cena da “Convenção” contém alguns dos trabalhos de câmera mais incomuns do filme. Enquanto as bruxas revelam suas verdadeiras formas, Roeg usa uma câmera portátil trêmula. O efeito desorienta o visualizador, além de tornar a cena mais realista, ele aumenta o zoom para close-ups em ângulos baixos dos rostos da bruxa tão extremos que distorcem a imagem. Algumas cenas são inclinadas em um ângulo, desequilibrando o público. Enquanto Luke espia as bruxas escondidas atrás de uma tela, a câmera captura seu ponto de vista parcialmente obscurecido e, na verdade, passamos a ver através de seus olhos, ouvindo sua respiração superficial e assustada.
Não acontece muita coisa durante o curso de 'Convenção das Bruxas' e isso é parte do problema. Não há nada de errado com a construção do mundo, mas a história é tênue e sem tensão. Por mais grandes que sejam as apostas, não há senso de urgência. O filme faz mais sucesso quando se aventura na comédia. Enquanto isso, Angelica Huston é deliciosamente dominadora e exagerada como a Grande Bruxa Alta.
Como muitos filmes de fantasia dos anos 1980, os efeitos especiais mostram sua idade. Com exceção das cenas em que ratos reais são usados, os roedores se parecem com o que são: fantoches. Não há nada de fofo neles. Eles parecem baratos e pouco convincentes e, embora se possa desculpar suas limitações por causa da época em que o filme foi feito, o extravagante é uma barreira à imersão.
Quando se trata de maquiagem, no entanto, 'Convenção das Bruxas' é merecedora dos aplausos contemporâneos que recebeu. A aparência monstruosa de The Grand High Witch é uma conquista que pode assustar até mesmo os telespectadores mais velhos; é compreensível porque supostamente levava até seis horas para aplicar e remover as próteses que tornavam Huston irreconhecível.
O filme adota um tom sombrio e traz algumas cenas que as crianças podem achar chocantes ou assustadoras. No geral, 'Convenção das Bruxas' parece mais um recurso descartável do que uma aventura de fantasia.
Os Crimes de Limehouse
3.1 56 Assista AgoraOs criadores de 'Os Crimes de Limehouse' não estavam preocupados com o desenvolvimento dos personagens ou detalhes do período. Em vez disso, eles se concentram na necessidade de John de excluir suspeitos, incluindo, de todas as figuras históricas. Qualquer um que seja suspeito deve ser considerado inocente, é essa abordagem, que infelizmente, se torna a grande falha de 'Os Crimes de Limehouse'.
Com muita frequência, o roteiro de Jane Goldman parece uma condensação falante e ofegante, em vez de uma interpretação do conceito imaginativo de Ackroyd, esforçando-se para encaixar cada pedacinho de um conto muito complicado em um quadro de duas horas. O diretor Juan Carlos Medina é culpado de over-stuffing adaptando a história de Jane Goldman com uma mistura muito ocupada de flashbacks e números musicais.
Somando-se à sensação de claustrofobia da narrativa comprimida, a filmagem de Medina parece quase inteiramente feita em estúdio, com poucos exteriores de luz do dia e uma sensação saborosa, porém teatral, no design geral da produção. Essa pode ser uma escolha deliberada para sublinhar os temas teatrais da história, mas esses motivos mais sutis tendem a ser enterrados na confusão impetuosa.
Olivia Cooke mostra porque está rapidamente se tornando a femme-du-jour, cantando e brincando no palco, interpretando tanto a vítima quanto o opressor. Douglas Booth faz uso de sua androginia e prova uma presença surpreendentemente fluida. Nighy, enquanto isso, é digno, embora não seja suficientemente convincente para compensar a distração do filme. Um grande elenco é decepcionado por um script que não consegue fornecer um mistério convincente para resolver.
Tão ocupada e artificial quanto a decoração vitoriana em sua forma mais excessiva, o filme é similarmente muito de uma coisa boa e elegante. Esta adaptação do romance de 1994 de Peter Ackroyd é uma mistura barroca de figuras históricas reais, personagens fictícias, flashbacks de várias camadas e uma dupla vertente. 'Os Crimes de Limehouse' teria melhores resultados como uma minissérie talvez.
A Dama e o Vagabundo
3.6 181 Assista AgoraO novo filme de Charlie Bean, 'A Dama e o Vagabundo' é o filme perfeito para começar a próxima fase das guerras do streaming: é novo, mas familiar, seguro, mas doentio, e de alguma forma bem mobiliado, mas também de aparência barata. Acima de tudo, claramente existe apenas porque um conglomerado de entretenimento se sentiu obrigado a construir uma plataforma antes de ter material suficiente para apoiá-la.
A boa notícia é que 'O Rei Leão', 'O Livro da Selva' e o restante dos remakes baseados em tecnologia da Disney nos condicionaram a ser gratos por pequenos favores, a maioria dos espectadores provavelmente desejarão à mera visão de animais reais. Enquanto a decisão de mover digitalmente os focinhos dos cães quando eles falam inglês entre si, é quase desanimadora o suficiente para negar o efeito, mas os cães são fofos quando mantêm as mandíbulas fechadas.
Os cães em 'A Dama e o Vagabundo' são reais, quando não são substituídos por falar em CGI, eles exibem um verdadeiro caráter de cachorro na maneira como andam, interagem e ficam sentados em atenção. É intrigante notar que quanto mais artistas humanos tentam criar esses animais, menos reais eles parecem. Pelo menos são cães, que são objetivamente mais fofos e divertidos de se ver correndo do que os grandes animais da selva.
'A Dama e o Vagabundo' pode seguir uma rota diferente de 'O Rei Leão', mas acaba nas mesmas profundezas do vale misterioso. Outras coisas que se perdem lá incluem uma moral doce sobre o poder do lar (e o valor de compartilhá-lo), uma dose saudável de espírito de férias e uma sensação revigorante de que a Disney só tem tantos filmes clássicos para refazer.
Outras contribuições técnicas são brilhantemente genéricas, mantendo os procedimentos o mais próximo possível do nivelamento dos desenhos animados, conforme a vida real permitir. A trilha sonora original de Peggy Lee recebe alguns ajustes: o mais sensato e inevitável é que “The Siamese Cat Song”, com seu estereótipo datado de face amarela, foi substituído por um número jazz-gato memoravelmente saltitante e completamente artificial.
Com o lançamento da Disney Plus, 'A Dama e o Vagabundo' é colocada na curiosa posição de sair no mesmo dia em que sua inspiração atinge a transmissão pela primeira vez. Para esse fim, os espectadores têm o dilema intrigante de ter as duas versões do filme disponíveis para assistir no mesmo serviço: qual você escolheria? De qualquer forma, você terá um tempo agradável, ainda que doloroso, com qualquer versão de 'A Dama e o Vagabundo' que você escolher. Talvez você possa sentar seus filhos na frente de ambos e dar-lhes uma lição inicial sobre o que é ganho - e perdido - na arte da adaptação.
O Diabo de Cada Dia
3.8 1,0K Assista AgoraA maior parte de 'O Diabo de Cada Dia' é uma crueldade classista, um fracasso total em ver qualquer humanidade na maioria de seus personagens pobres e enfermos. Eles são vítimas e vitimizadores, sem muita ação além disso. O verdadeiro problema é que o filme não parece ter nenhum interesse em sequer tentar localizar um sentido mais profundo de personalidade para os seus personagens.
É difícil se preocupar com os personagens decentes porque eles são tão chatos, é impossível se preocupar com os maus porque eles existem apenas para nos ensinar uma lição sobre a falta de confiabilidade da humanidade.
Este é realmente um filme repleto de estrelas jovens de Hollywood, do Homem-Aranha a um futuro Batman. Entre um elenco de atores confiáveis, Holland e Keough são os únicos que trazem qualquer sombra emocional real para seus papéis. Pattinson, que geralmente é um jovem artista fantástico, apenas sorri ao longo do filme.
O filme é bastante contente em contar sua história sinistra de destinos sombrios e interconectados. Como é intrincadamente elaborado, o filme do diretor Antonio Campos é francamente simples. O diretor, que também escreveu o roteiro com o irmão Paulo Campos, exagera ao tentar abranger toda a extensão do livro da qual o filme é baseado. Esse filme deveria ser uma minissérie para poder ser algo épico.
Existem mortes que não precisamos ver, destinos que não precisamos saber, cenas que não levam a história adiante. 'O Diabo de Cada Dia' é apenas um amontoado de pessoas horríveis fazendo coisas terríveis, sem nenhuma razão além de provar o quão miseráveis os humanos podem ser.
A Dama e o Vagabundo II: As Aventuras de Banzé
3.3 82 Assista Agora"A Dama e o Vagabundo 2: As Aventuras de Banzé" é um filme de animação estadunidense de 2001, dirigido por Darrell Rooney e Jeannine Roussel para a Disney Television Animation da Austrália. A animação foi lançada em 27 de fevereiro de 2001, 46 anos depois de seu antecessor "A Dama e o Vagabundo".
No início dos anos 2000, a Disney começou a fazer sequências de praticamente todos os seus filmes de animação que vinham à mente. Era simplesmente uma maneira infalível de ganhar muito dinheiro sem grandes despesas ou esforço. Para você que não entendeu a existência de "A Dama e o Vagabundo 2: As Aventuras de Banzé", essa é a justificativa, o dinheiro.
"A Dama e o Vagabundo 2: As Aventuras de Banzé" adota duas das abordagens que permearam a produção direta em vídeo do estúdio na época, ambas focando na descendência jovem dos personagens principais e invertendo uma ideia do filme original. "A Pequena Sereia 2: O Retorno para o Mar" havia empregado essas duas táticas apenas cinco meses antes, mas criatividade e esperteza não é o objetivo nessas sequências rápidas e frugais.
Esta é uma produção leve e padrão, que consistem de canções proeminentes ao estilo da Broadway, pedidas para suprir o peso emocional que o filme de outra forma não tem, estão muito distantes das sensibilidades musicais ecléticas do original.
Quando aplicável, a arte de fundo original é reutilizada ou adaptada, e o CGI às vezes se destaca não se unificando com a animação no geral. Visualmente, a animação encontrada aqui é perfeitamente limpa, nítida e colorida, mas falta a profundidade, a dimensão e o charme dos primeiros clássicos da Disney.
Com o talento, orçamento e tempo que tinham, os criadores de "A Dama e o Vagabundo 2: As Aventuras de Banzé" fizeram um trabalho adequado de criar entretenimento infantil passável. Embora semelhante em espírito, este filme está longe de ser bom o suficiente para se comparar com o original e nem de longe criativo o suficiente para merecer ter sido feito.
As crianças se identificarão com o anseio de Scamp por liberdade e aventura fora das restrições do lar. No final, as crianças, assim como Scamp e Angel, apreciarão os valores reconfortantes de amor e aceitação que estão no coração e na alma do que significa fazer parte de uma família.
Cherry: Inocência Perdida
3.2 148 Assista Agora'Cherry: Inocência Perdida' é baseado em um romance semi-autobiográfico de 2018 de Nico Walker, um condecorado veterano do Exército dos EUA que cumpriu pena na prisão por assalto a banco. É seguro presumir que Nico Walker sabia que sua história de vida poderia render um bom filme nas mãos certas. Os irmãos Russo oferecem um milhão de dólares pelos direitos da adaptação e transformá-lo em sua primeira produção pós 'Vingadores: Ultimato'. Um bom negócio para Nico Walker, mas nem tanto para a dupla de diretores.
O trabalho de câmera de Newton Thomas Sigel, com seus tiros de drone e sequências virtuosas de rastreamento, é impressionante em um nível artesanal. Nenhum dos visuais complicados ou enfeites ostentosos, como insultos profanos espalhados pela tela em texto vermelho-sangue, fazem você se preocupar com aquilo que você está assistindo.
Os Russos têm um elenco forte. Os atores Jack Reynor, Michael Rispoli, Michael Gandolfini, Thomas Lennon e Damon Wayans Jr. têm momentos memoráveis, mas nenhuma dessas pessoas é uma boa companhia. É uma tarefa árdua passar mais de duas horas com eles.
Tom Holland canaliza habilmente sua vulnerabilidade em alguém que usa suas fraquezas para justificar um comportamento terrível. Ele interpreta um cara que do nada se apaixona, vai para a guerra e se torna um ladrão de banco viciado em opiáceos. Se a tentativa aqui era do ator provar que ele consegue fazer outra coisa além de ser um herói, ele até consegue, mas é difícil acompanhar a jornada de seu personagem. Tom Holland não é um mau ator, em 'Cherry: Inocência Perdida' ele prova ter habilidades para ser além de um super herói.
'Cherry: Inocência Perdida' não tem como fazer você se importar com alguém que dificilmente parece se importar consigo mesmo. Seu protagonista salta de um desastre americano para o outro e luta por qualquer tipo de agência que encontrar enquanto cai no fundo do poço.
O livro foi adaptado para um roteiro por Angela Russo-Otstot e Jessica Goldberg. O roteiro se apoia fortemente na narração, o que muitas vezes reitera o que estamos vendo na tela. A narração ininterrupta, que vai e vem, indica como os cineastas não confiam no material para ter vida própria. O diálogo desajeitado também atrapalha o resto do elenco, que não consegue tirar seus personagens frágeis da página. O ritmo acelerado nunca deixa o telespectador absorver a trama.
O problema com 'Cherry: Inocência Perdida' é que o filme se apresenta como uma fatia da vida repleta de pavor, mas quase todos os momentos parecem baseados não na experiência, mas na experiência de outros filmes. Os diretores nunca nos convencem da verdade orgânica da história que contam. Os irmãos Russo estão tentando pensar além da Marvel e exibir suas habilidades do mundo real, mas o que eles demonstram é que mesmo com material básico como este, eles ainda pensam em forma de fantasia.
Este é um filme sem nada de novo a dizer sobre amor, guerra, trauma, vício, crime ou a América. A história da vida real de Nico Walker daria um bom filme, mas este sofre com o estilo constante em detrimento da substância. Dificilmente há um momento em 'Cherry: Inocência Perdida' que seja crível, mas o verdadeiro crime do filme é que dificilmente há um momento agradável nele.
A Dama e o Vagabundo
3.8 517 Assista AgoraSuperficialmente, o filme é uma simples história de amor contada com cães, em vez de humanos. 'A Dama e o Vagabundo' também retrata sentimentos mais sutis e poderosos. Lady experimenta todos os sintomas da rivalidade entre irmãos: rejeição, ciúme, solidão e rebelião, antes de aprender a aceitar a presença do bebê e seu próprio status alterado.
A animação em si é maravilhosamente polida. A essa altura, os artistas da Disney podiam desenhar praticamente qualquer coisa e capturavam os ritmos e padrões do movimento canino com uma fidelidade extraordinária. Mais importante, os movimentos ajudam a delinear os personagens: o passeio alegre de Tramp estabelece sua personalidade de feliz e azarado, assim como o braço oscilante de Peg proclama seu passado sombrio e espetacular.
Mas, ao contrário de um filme como Titanic, que argumenta que a liberdade da classe baixa é melhor do que a rigidez da classe alta, 'A Dama e o Vagabundo' encontra grande empatia pelos cães dos dois lados, não há nenhum vilão real no filme. Jock e Trusty são carinhosos por sua lealdade, mas os cães da classe baixa são igualmente carinhosos por sua franqueza e senso de humor.
'A Dama e o Vagabundo' é o raro filme da Disney mais interessado na realidade do que na fantasia. Certamente, envolve um mundo imaginário de cães falantes, enquanto refletem e refratam o cenário de 1909 fielmente. Muitos dos criadores que trabalharam no projeto - incluindo o próprio Walt Disney - cresceram nesse período e o filme está cheio de nostalgia por uma era mais simples.
A Cor Púrpura
4.4 1,4K Assista AgoraÉ um filme caloroso, duro, implacável, triunfante e não há cena que não brilhe com o amor das pessoas que a fizeram. "A Cor Púrpura" é baseado no romance de Alice Walker, que contou a história de Celie por meio de uma série de cartas, algumas nunca enviadas, muitas nunca recebidas, a maioria endereçada a Deus. As cartas são sua maneira de manter a sanidade em um mundo onde poucos se importaram em ouvi-la.
As maravilhosas performances neste filme estão contidas em um roteiro que pode tirar algumas das arestas chocantes do romance de Walker, mas mantém toda a profundidade e dimensão.
Quando Celie estiver casada, com um homem cruel que ela chama apenas de "Senhor", ela terá perdido seus filhos e a capacidade de ter filhos, terá sido separada da irmã que é a única pessoa na Terra que ama ela, estará vivendo em servidão a um homem que ostenta seu amor por outra mulher. No entanto, esta mulher perseverará e prevalecerá. 'A Cor Púrpura' não é a história de seu sofrimento, mas de sua vitória, no final de sua história esse filme me emocionou e me elevou como poucos filmes o fizeram.
A graça salvadora do filme são as performances. Como a adulta Celie estreando Whoopi Goldberg, uma das performances mais incríveis da história do cinema, usa seu rosto expressivo e sorriso alegre para registrar o crescimento da personagem. Igualmente bom é Glover, que tem uma presença poderosa na tela.
Goldberg tem um trabalho terrivelmente difícil de fazer, conquistando nossa simpatia por uma mulher que raramente tem permissão para falar, sonhar, interagir com a vida ao seu redor. Spielberg quebra o muro de silêncio ao seu redor, no entanto, dando-lhe monólogos narrativos nos quais ela fala sobre sua vida e lê as cartas que compõem.
A virada de Steven Spielberg na produção de filmes “sérios” é marcada em mais de um lugar por uma produção quase exagerada, que ameaça se afogar em suas próprias emoções. O filme é um pouco desajeitado, às vezes ele pode parecer estar tentando manipular suas emoções com sua trama. Existem algumas sequências de alívio cômico infeliz e algumas das caracterizações também são muito amplas e caricaturadas.
Os personagens criados no romance de Alice Walker são tão vívidos que nem isso os mata e ainda há muito o que aplaudir (e chorar) aqui. O filme merece elogios por sua apresentação emocionante e empoderadora da força e nobreza das mulheres negras. Ele também foi condenado por sua cinematografia gloriosamente exuberante, como se as vidas dos negros devessem ser mostradas apenas em ambientes esquálidos.
Mulher-Maravilha 1984
3.0 1,4K Assista Agora'Mulher Maravilha' de 2017 deu às mulheres um super-herói em seus termos. A diretora Patty Jenkins parece entender o que tornou a Mulher Maravilha importante e poderosa, e o público respondeu com aplausos. Portanto, é mais do que decepcionante que 'Mulher Maravilha 1984', novamente dirigido por Jenkins, mas desta vez escrito por ela e Geoff Johns, sacrificou todo o charme e coração da heroína, quase nada funciona nesse filme.
Eu vou começar pela trama que é puro desastre. O filme se passa nos anos 80 e os roteiristas trouxeram uma trama bem anos oitenta, uma pedra que realiza desejos, sério isso?! Depois da Mulher Maravilha vencer a segunda guerra mundial, ela será jogada em uma trama envolvendo uma pedra que realiza desejos?
A pedra dos desejos tenha uma regra básica: pode conceder um desejo, mas têm consequências , ela tira algo de você em troca. Simples, mas o filme consegue complicar, só mais tarde é que ficamos sabendo que os desejos tem consequências, isso nem é explicado, é simplesmente jogado na trama com algum personagem chutando a opção, ou deixando no ar para o telespectador entender. Isso gerou uma confusão no filme o que me deixou perplexo, não pela complexidade, mas pela burrice.
Não sei se intenção dos produtores e do estúdio foi atrair ou fazer algo específico para as crianças, definitivamente esse é o filme mais colorido do universo da DC, mas mesmo que essa tenha sido a intenção, o filme tem uma trama muito boba e preguiçosa e se focado para um público infantil deveria ter trazido muito mais comédia e humor.
'Mulher Maravilha 1984' começa com um flashback empolgante da juventude de Diana, uma competição de habilidades na qual ela naturalmente próspera, construída em torno da ideia de lições difíceis que ela entenderá mais tarde na vida e cheio de bons efeitos especiais. É emocionante, voa alto, dá a você todas as sensações inspiradoras, mas infelizmente o filme começa e logo morre.
Um dos grandes erros do filme, foi terem alterado tanto a essência da personagem. Como pode uma Diana sofrer de amor por 66 anos?! Não combina com uma Mulher Maravilha. Claro que ela pode se apaixonar, viver o grande amor e sentir saudades disso, mas corroer essa história por 66 anos não faz sentido. Uma Mulher Maravilha sofrendo de solidão? Não era essas coisas que queríamos ver de uma heroína. O espírito de liderança deixado no primeiro filme é totalmente jogado no lixo nesse segundo.
Eu já havia criticado a atuação de Gal Gadot, aqui minha opinião continua a mesma. A atriz não encontra uma maneira de unir a entusiasmada Diana e a forte guerreira. Nos momentos de drama a atriz é exagerada e em todos os outros, falta brilho e vontade, mas ela faz poses de super-heróis muito bem.
Steve Trevor morreu em 'Mulher Maravilha', mas ele está de volta! Como é bastante óbvio, dado o artifício da trama, mas a maneira como ele volta é boba e ridícula e pior, não acrescentou nada em 'Mulher Maravilha 1984'. Mas é bom ver Chris Pine se divertir em seu papel nesse filme.
A heroína enfrenta um vilão barulhento, insuportável e enlouquecedor. Maxwell Lord, interpretado por Pedro Pascal, tem a velocidade do vento de um furacão. Não é o melhor e mais amedrontador vilão que existe, mas eu confesso que foi mais legal acompanhar o seu arco do que o da própria personagem título.
Kristen Wiig como Barbara, uma historiadora desajustada e estúpida, traz esperança desde o início, Wiig assim como Pine, aproveita a oportunidade para se divertir. A amizade entre Barbara e Diana, não convence e não há peso emocional nenhum, como o filme tenta vender. Cheetah é uma vilã totalmente descartável, com uma construção muito clichê, o que é frustrante, pois a vilã é uma das maiores vilãs da Mulher Maravilha.
Falando na construção de época, 'Mulher Maravilha 1984' faz um bom trabalho, o figurino remete muito aos anos 80 e a produção soube trazer de volta a vida os bons tempos, ele é deliciosamente e divertidamente nostálgico. O filme também usa o dos anos oitenta para trazer humor, mas não funciona, o pouco de humor que há na trama é bem sem graça.
O terceiro ato do filme é a cereja do bolo desastre. O CGI fica ruim e mal feito, e há uma luta no escuro que não dá para ver e nem entender nada. A moral sobre a nobreza e renunciar aos seus maiores desejos em nome de um bem maior, é apresentada no fim do filme, mas honestamente eu não me importei. Depois de ver tantas escolhas erradas para 'Mulher Maravilha 1984', o final vem como um alívio.
'Mulher Maravilha 1984' é um decepção, apesar de todas as suas esperanças e sonhos, o filme tem muita ambição, mas não consegue atingir a grandeza que busca. 'Mulher Maravilha 1984' é mal concebido, mal escrito e sem a maioria dos encantos básicos que tornavam a 'Mulher Maravilha' original um deleite.
Mundo em Caos
2.7 250 Assista AgoraQuer ouvir o que Tom Holland está pensando? Então pense de novo. Em uma tentativa de iniciar uma franquia de filmes com os livros de ficção científica YA de Patrick Ness, 'Mundo em Caos' chega atrasado na indústria cinematográfica.
Talvez haja uma razão para o gênero distópico ter sido deixado para trás por Hollywood. Os filmes desse gênero tiveram seu apogeu no início de 2010, mas a premissa de lindos adolescentes e jovens na faixa dos vinte e poucos anos tendo que contar com sua parcela de governos autoritários que acabam com o mundo cumpriu seu curso.
Liman usa seus pontos fortes como diretor para produzir sequências de perseguição envolvendo cavalos e um rio furioso. 'Mundo em Caos' pode muitas vezes ter um tom mais parecido com um faroeste enquanto Todd e Viola caminham pela floresta, lutando contra os elementos e os nativos.
O conceito principal do romance de Patrick Ness, é uma ideia complicada que pode ter funcionado na página, mas na tela grande não funciona. Uma comunidade de homens são deixados à própria sorte depois que todas as mulheres foram mortas pelo Spackle, uma raça de alienígenas malévolos. Cada homem é seguido por seu próprio “ruído”, uma névoa de pensamentos e medos que devem ser controlados ou revelarem seus segredos mais íntimos aos que estão ao seu redor.
Muito parecido com a aparência do brilho da adaptação de 'Aniquilação' de Alex Garland, os “ruídos” é um turbilhão desajeitado de rostos, palavras e ideias azul e roxo que é tão incrivelmente errôneo que destrói o filme desde o início.
O roteiro de 'Mundo em Caos' é surpreendentemente banal para alguém que passou por tantos rascunhos e teve uma horda de roteiristas como Charlie Kaufman, Jamie Linden, John Lee Hancock, Gary Spinelli e Lindsey Beer retocando-o. A versão final foi escrita pelo autor do livro Patrick Ness com Christopher Ford, e excessivamente sem inspiração, exceto pelos choques ocasionais de violência horrível e momentos estranhos de ingenuidade de Todd.
Pelo menos o elenco é bom, particularmente Tom Holland e Daisy Ridley sabem como segurar um blockbuster com força e humanidade. Mads Mikkelsen, que aparentemente é incapaz de dar um mau desempenho em qualquer coisa que faça.
O ato final fragmentado fica ainda mais embaraçoso quando você vê o quanto Holland e Ridley parecem mais velhos nas cenas claramente refeitas. O final foi filmado quase dois anos após o restante do longa, é uma forma quase cômica desajeitada de encerrar uma das ofertas mais desajeitadas da pandemia.
O tom sem humor, a cinematografia silenciosa, as ameaças genéricas em CGI, o diálogo cafona, as reviravoltas nada surpreendentes e o futurismo deprimente são todos os elementos básicos de um gênero que há muito está sem ideias. Em uma premissa com muita promessa, Tom Holland e Daisy Ridley estão perdidos em um mar de clichês distópicos em uma aventura atrasada e mal avaliada sobre um futuro onde os pensamentos dos homens são visíveis.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraQue é fato que a DC teve dificuldades de encontrar um equilíbrio para seus filmes de super-heróis, isso todo mundo já sabe, com Mulher Maravilha eles acertam pela primeira vez.
A diretora Patty Jenkins não só apresenta uma Mulher Maravilha vencedora da primeira guerra mundial, ela também fica responsável por endireitar o universo DC nos cinemas. E claro ela conhece muito bem a personagem da qual dirige, tudo em "Mulher Maravilha" é orgânico.
Temos slow motion em excesso e uma fotografia caracteristicamente cinza uma marca registrada dos filmes da DC e que talvez eles poderiam repensar a respeito. Mas ainda sim em "Mulher Maravilha" mostra uma paleta de cores mais viva, principalmente no começo do filme ao retratar o arco das Amazonas. O filme tem um bom figurino e uma ótima construção de época.
O roteiro vai trabalhar muito bem nos relacionamentos de amizade entre os personagens e alguns diálogos que irão fazer você refletir sobre guerra e violência. O filme é para mostrar a origem da "Mulher Maravilha" e isso acontece equilibradamente bem.
“Mulher Maravilha” tem uma ingenuidade cativante, mas que nunca causa fraqueza. Gal Gadot, uma atriz israelense, vende inocência e humor em momentos convincentes. Ela sabe transmitir o amadurecimento que sua personagem precisa para sustentar a trama. Gal Gadot que embora não tenha a melhor das cargas dramáticas, segura muito bem as pontas nas cenas de ação.
O longa-metragem não somente salva o mundo, mas também uma franquia de filmes de bilhões de dólares. O filme é equilibrado, simples e gratificante assim como um filme de super-herói deve ser.
O Rebanho
2.9 77 Assista AgoraA cineasta que conta esta história em particular é a escritora e diretora polonesa Malgorzata Szumowska, cujos filmes anteriores tensos e provocantes exploraram os limites externos da sexualidade juvenil e do desejo proibido, bem como os laços entre o espírito e a carne. Em 'O Rebanho', a quietude requintada de suas composições funciona em um contraponto elegante às tensões que se agitam sob a superfície.
As mulheres são julgadas por sua idade, submissão e desejo e à medida que aprendemos mais sobre as inclinações sexuais do Pastor, descobrimos que sua calma esconde algo mais sádico. Seu controle sobre as mulheres é absoluto e a jornada de Selah em direção à compreensão da verdade exige que ela aprenda a importância de sua própria independência.
A personagem Selah é vivida pela jovem atriz Raffey Cassidy que tem um olhar que é de alguma forma curioso e feroz. Ela é tão cativante como sempre, nesse filme visualmente imaculado, embora dramaticamente confuso, a atriz traz muito equilíbrio ao tom do longa.
'O Rebanho' é absorvente o suficiente sem gerar muito terror, tensão ou surpresa real, o filme nunca se aprofunda em seus gêneros. Como uma ameaça externa envia o pastor e seu rebanho em busca de um novo lar, torna-se claro que esta parábola encharcada de pavor da vingança feminina só pode terminar de uma maneira, e pode ser por isso que Szumowska não se detém nas violentas passagens finais.
Deslizando perto dos tropos do gênero, mas movendo-se mais confortavelmente como um drama inquietante sobre o poder alarmante da fé cega. 'O Rebanho' também traz sequências de sonhos que se voltam ainda mais para o território do terror, mas, em última análise, é um conto de tristeza, de mulheres enganadas por um monstro, que as enganou fazendo-as pensar que sabia algo que elas não sabiam, é intrigante, surpreendentemente feito e bem executado, se não tão poderosa quanto poderia ter sido.
O diretor de fotografia Michal Englert faz um trabalho sólido, reunindo uma paleta de azuis manchados e verdes terrosos de suas locações irlandesas, substituindo algum lugar não declarado nos Estados Unidos. As cores habilmente equilibradas e as composições simétricas parecem zombar dos personagens e de suas dificuldades cada vez mais terríveis, impondo um senso de ordem que logo se revela insustentável.
A filmagem de Szumowska é cautelosa quando é importante, antes de entrar em seu rosto com flashes fantasmagóricos de imagens horripilantes. Os cortes do editor Jaroslaw Kaminski, são elusivos e elípticos, muitas vezes pulando informações cruciais para ir direto ao cerne de algo terrível. Várias mortes significativas estão implícitas, mas nunca vistas, apenas para serem confirmadas (ou não) repentinamente mais tarde.
'O Rebanho' costura o fio entre o culto que vemos e a dinâmica de gênero em muitos relacionamentos até hoje, dos homens que tratam as mulheres como propriedade e das mulheres que confundem isso com amor. Malgorzata Szumowska é uma diretora visualmente confiante, capaz de construir algumas imagens magníficas, mas é um filme que sempre ameaça ser mais estilo do que substância. No final, há quase o suficiente para impedir que isso se torne o caso, mas para assombrar além dos créditos finais, realmente precisava de mais.
Mulan
3.2 1,0K Assista AgoraO que justifica um remake live-action de um clássico amado? É uma tecnologia melhor? Uma nova chance de melhor representação cultural? Ou é realmente apenas um ganho de dinheiro com o objetivo de explorar a nostalgia do público por um alimento básico da infância? Mulan é uma adaptação de live-action que traz alguma magia da Disney e visuais lindos, mas no final das contas, é apenas um filme de ação mediano.
Com um roteiro escrito pela dupla de Rick Jaffa e Amanda Silver junto com Elizabeth Martin e Lauren Hynek, 'Mulan' ainda é a mesma e certas cenas em particular sejam adaptadas, o filme de Caro é talvez a adaptação de live-action da Disney com o material mais novo, para melhor ou para pior.
Os coadjuvantes da animação malucos não estão aqui. Mulan não corta o cabelo. As canções são espalhadas pela trilha do filme na forma instrumental, mas o filme não sofre nada por isso. É um drama de guerra convincente sobre uma mulher lutando com sua identidade, representada em montagens de treinamento inspiradoras e em alguns detalhes de realismo mágico.
De sua parte, Liu é uma guerreira graciosa e dinâmica nas cenas de ação, mas é a atuação cômica mais sutil da atriz que realmente brilha em 'Mulan'. Esses momentos em que Liu traz personalidade a Mulan são alguns dos pontos mais brilhantes do filme, caso contrário, ele pode ficar atolado na ação e deixar o desenvolvimento do personagem cair no esquecimento de levar a história adiante.
Há pouca profundidade na maioria dos personagens do filme, com a maioria delas sendo unidimensionais ou tendo cenas únicas que mostram personagens mais completos. Yen também traz um pouco de humor malicioso para seu papel de Comandante Tung, e Honghui de An é um interesse amoroso atraente o suficiente, embora isso se deva ao charme natural do ator e não a qualquer coisa no roteiro. 'Mulan' tem um elenco extremamente talentoso e é uma pena que eles não tenham mais o que fazer.
Se há alguma graça salvadora nesse filme, é a direção de Caro, que reúne um roteiro desconexo em um espetáculo lindo. As cores saltam da tela e as cenas de batalha são majestosas, induzindo o tipo de admiração e admiração que faltou no resto do filme. É glorioso e faz você desejar não ter demorado uma hora e meia para chegar aqui.
Em vez de explorar a nostalgia, o filme explora o poder de bilheteria da China, ou pelo menos tentando. Os elementos cortados para atrair o público chinês (o ajudante do dragão e o corte de cabelo icônico de Mulan, por exemplo não passam despercebidos. O remake parece que anda sobre ovos o tempo todo, fazendo malabarismos com as tentativas de Caro de contar uma história coesa sobre identidade com o que foi decidido pelo comitê.
Ainda assim, há muito o que curtir em 'Mulan' para as famílias que buscam um novo entretenimento para seus filhos, que podem ser conquistados pelas cores vivas e sequências de ação elegantes do filme de Caro. O coração de 'Mulan' está no lugar certo, mas sua execução é deficiente.
Maria e João: O Conto das Bruxas
2.6 528Há uma cena no início do filme, quando os dois personagens do título acidentalmente engolem cogumelos psicodélicos em uma floresta. Uma cena totalmente sem sentido, na minha opinião, que não se encaixa dentro do filme, mas ela desperta algo no telespectador: a vontade de ter comido esses cogumelos antes do filme ter começado.
'Maria e João: O Conto das Bruxas' é uma tentativa elegante e impressionante de trazer algumas sensibilidades no gênero horror. Não é totalmente bem-sucedido em fazê-lo, geralmente é uma bagunça, especialmente quando se trata das revelações inexplicáveis de seu terceiro ato.
O diretor de fotografia Galo Olivares impregna a casa de Holda (Alice Krige) com um brilho que é simultaneamente quente e doentio; a partitura do compositor Rob se apoia fortemente em sintetizadores e o designer de produção Jeremy Reed divide a diferença entre o antigo e o moderno, com resultados efetivamente perturbadores.
Apesar de todo o cuidado com a aparência e o som, o mundo de 'Maria e João: O Conto das Bruxas' nunca parece estar completo ou causa uma sensação de que algo está errado. O filme não tem uma trama simples e que demora muito para se desenrolar. Muitas velas e árvores irlandesas despojadas não são uma trama, faltou profundidade na história do filme.
Você precisa estar no mundo dos "cogumelos psicodélicos" para engolir 'Maria e João: O Conto das Bruxas'. O filme é tão visualmente atraente quanto tedioso.
Mulan 2: A Lenda Continua
3.2 249 Assista AgoraEm 'Mulan 2: A Lenda Continua' não há ação, aventura ou qualquer coisa que vale a pena querer assistir ao filme. A trama é sobre uma casal em crise ou estressados por causa do casamento. Os personagens secundários trazem amor, romance e mais casamento.
Como se performances e canções completamente sem emoção não fossem ruins o suficiente, os personagens estão entediados. Cada personagem parece entediado ou exausto. As músicas também são totalmente sem inspiração. Isso é trágico, considerando que o 'Mulan' original tinha algumas das melhores músicas da história da Disney. A coisa toda cheira apenas à obrigação contratual.
Há tanta coisa errada nessa animação que fica até difícil escrever. O querido e engraçado Mushu de repente é um idiota. O cômico dragão guardião, era um amigo leal a Fa Mulan no original. Ele ofereceu conselhos. Ele a protegeu. Em 'Mulan 2: A Lenda Continua', Mushu é imperdoavelmente azedo e egoísta. Mushu passa quase o filme inteiro causando discussões entre amantes para sua própria popularidade.
Eddie Murphy não é a voz de Mushu nessa sequência. Um som parecido é Mark Moseley que é branco, o que normalmente não me incomodaria, mas o retrato é questionável, já que existem tantos bordões "negros" nas falas de Mushu.
Shang é o cara, ele é corajoso, leal, um homem de família é um cantor incrível. Li Shang também se tornou podre na sequência. Ele tem um grave problema de controle da raiva, enormes problemas de confiança e pode odiar as mulheres em alguns momentos.
Os temas de amor, dever e sacrifício são fáceis de digerir, mas as canções e sequências de ação estão um pouco sem brilho desta vez. É decepcionante que Mulan, tendo sido considerado uma personagem tão vigorosa e formidável, acabe aqui apenas como mais uma donzela em perigo.
A Cor que Caiu do Espaço
3.1 348O filme é uma adaptação de uma história de HP Lovecraft, feita pelo escritor e diretor cult Richard Stanley. Mesmo um filme de terror de ficção científica que leva seus personagens ao irracional deve ter pelo menos um dedo do pé na realidade, um princípio organizador ou uma base de lógica. E a falta disso é apenas um dos problemas de 'A Cor que Caiu do Espaço'.
O diretor Richard Stanley se sai melhor no início do longa, assim que a força alienígena começa a assumir o controle, o filme fica sobrecarregado e incoerente aos poucos, acumulando muitos fatores subdesenvolvidos. O último terço do filme leva a história em tantas direções diferentes que parece que não há nenhuma. Isso torna o filme inteiro um exercício de frustração.
'A Cor que Caiu do Espaço' é muito literal em alguns aspectos, enquanto permanece vago em outros, um bom exemplo do mal desenvolvimento são as tentativas irritantes de bruxaria da personagem Lavinia, um elemento sobrenatural não integra na história maior.
O longa não se solidifica como um todo, sua narrativa se dissolve em um quase caos alucinógeno em CGI, em vez de construir constantemente em direção a um clímax completo. O filme poderia ter sido melhor aplicando maior restrição ao uso de efeitos práticos e digitais.
O retrato de Cage do personagem desde o início é tão estranho e francamente assustador que é como se ele estivesse em um filme diferente, o ator está totalmente fora de sincronia com o que o resto do elenco está fazendo. Conforme o filme continua, a motivação para alguns de seus comportamentos, mesmo diante de uma influência alienígena, parece um pouco dispersa e aleatória. Mesmo em um filme de terror, o caos precisa de alguma lógica.
Há inconsistências e reviravoltas intrigantes na história e no tom do filme, que vai do naturalista ao melodramático. 'A Cor que Caiu do Espaço' é um terror de ficção científica divertido, bagunçado e deliberadamente exagerado, o resultado é frustrante.
Mulan
4.2 1,1K Assista AgoraA história desta vez não é uma recauchutagem de um clássico infantil ocidental, mas baseada em um conto folclórico chinês sobre uma corajosa adolescente chinesa que se disfarça de menino para lutar contra os hunos invasores.
A personagem principal é cortada de um tecido familiar. Embora pareça diferente de Ariel, Bela, Jasmine e Pocahontas, Mulan é praticamente o mesmo tipo de indivíduo: uma mulher com uma veia forte e independente que não está disposta a se submeter aos costumes de sua cultura.
'Mulan' traça uma nova direção para o estúdio de animação da Disney, combinando os elementos tradicionais (heroína corajosa, simpáticos companheiros animais) com material que parece mais aventureiro e adulto.
É o primeiro filme de animação da Disney a lidar com a guerra e a morte em grande escala. O assunto não é encoberto, o filme apresenta várias sequências comoventes mostrando a devastação no rescaldo de uma batalha, incluindo centenas de corpos sem vida caídos na neve.
Os filmes da Disney oferecem ao seus protagonistas ajudantes para uma boa comédia, geralmente na forma de animais, Mulan é acompanhada em sua jornada por um dragão esquelético chamado Mushu, cuja voz é executada por Eddie Murphy. Murphy, trabalhando na tradição do gênio de Robin Williams em 'Aladdin', é rápido, loquaz e engraçado.
O estilo visual se rompe ligeiramente com a aparência da animação moderna da Disney, inspirada na arte clássica chinesa e japonesa dos desenhos animados; na representação da natureza, há um eco do mestre artista Hiroshige.
Usando muito mais ângulos de câmera incomuns do que os anteriormente tentados neste tipo de filme. Existem as sequências tipicamente espetaculares. Além disso, os artistas conquistaram um desafio incomum - mudar a aparência de uma personagem de desenho animado para que ela se pareça com um homem, mas ainda seja obviamente a mesma pessoa (mulher).
'Mulan' não confia em duplos sentidos ocasionais para ser aceito pelos adultos. Parte do diálogo é voltada especificamente para um público mais velho. Não há tanto que as crianças fiquem confusas ou entediadas, mas há o suficiente para a mamãe e o papai não sentirem que estão sendo ignorados.
É importante notar que 'Mulan' é surpreendentemente leve em canções, apresentando apenas quatro ou cinco (dependendo de como você conta). Escrito pela equipe de Matthew Wilder e David Zippel, estas são uma melhoria em relação ao que fomos submetidos em filmes anteriores da Disney.
Se há uma decepção em 'Mulan', é o vilão Shan-Yu. O problema não é que ele não seja desagradável, ele é um dos homens mais cruéis a aparecer em um desenho animado da Disney. A sua falta de tempo na tela não é o suficiente para que o público o odeie. O confronto final é anticlímax porque ele parece mais uma reflexão tardia do que um jogador importante.
Sem surpresa, a animação é excelente. Depois de vários anos de entradas menos estelares, a Disney se recuperou com 'Mulan', que mais uma vez eleva o padrão de qualidade de animação.
Beleza Negra: Uma Amizade Verdadeira
3.5 18O filme troca o gênero do personagem-título de garanhão masculino para uma mustang feminino, muda o cenário da Inglaterra vitoriana para o oeste americano moderno. Mesmo com toda a atualização e re-imaginação, a escritora e diretora Avis, não consegue desamarrar a mecânica do enredo e os personagens nunca saem da página impressa.
Após Jo conhecer Beleza pela primeira vez, a história se torna extremamente episódica. Elas se separam e o cavalo tem muitos donos diferentes, alguns bons, outros maldosos, mas orgulhosos. Todos os episódios são apresentados para tentar nos entregar uma distância entre esses personagens, mas é previsível, elas irão se reencontrar.
Kate Winslet está aqui para fornecer a narração e dar vida aos pensamentos da mustang. A presença de Winslet é sempre bem-vinda, a narração em muitos momentos é tediosamente redundante, falhando em animar essa produção dramaticamente plana.
Por meio da fotografia de David Procter, 'Beleza Negra: Uma Amizade Verdadeira' recria a aparência de um dos documentários sobre a natureza para os primeiros momentos da vida de Beleza. Sem humanos e seu drama para atrapalhar, podemos apenas apreciar os cavalos sem nossa intromissão, selas, freios ou chicotes.
Sobrecarregado com uma narração desnecessária e na ausência de um enredo mais envolvente, 'Beleza Negra: Uma Amizade Verdadeira' é pouco inspirado. Por mais bem-intencionado que o filme pareça, ele é muito inerte, mesmo com as mudanças, para fazer essa história familiar saltar da página.
Dumbo
3.4 611 Assista AgoraEu sabia pelo material publicitário e pelo trailer desse remake, que ele estava indo para uma fábula doce e sentimental, tingida de tristeza. O diretor, Tim Burton, transformou a ode da Disney em magia, mas perdeu um pouco a mão no tom em "Dumbo". Inchado, melancólico e escandalosamente sem coração na execução.
Os problemas do filme não param somente em sua fotografia triste e sombria. "Dumbo" carece de boas atuações, apesar de seu elenco ter bons atores. Agora preciso falar em um ponto que me desagradou bastante, a escolha dos atores mirins, que não conseguiram sustentar o filme, faltou direção em suas atuações e isso foi bem notável.
Há problemas de edição bem visíveis em "Dumbo", os cortes de uma cena para outra foram bem mal feitos. A animação digital dos animais, às vezes funcionam, quando há interação entre atores e CGI, o digital fica estranhamente visível, no começo do filme isso é bem notável também.
O longa-metragem também tropeça quando tenta se comunicar com o público. Ele não é um filme totalmente infantil, se você é adulto, sentirá que faltou algo. O visual do filme é bem mais confortável para os adultos, mas os diálogos e a comédia são para as crianças. O filme carece de algo que possamos nos conectar.
O filme te conquista pela fofura da criatura digital Dumbo. Os seus olhos grandes azuis, sua interação com as penas, os tropeços em suas orelhas e principalmente a interação com sua mãe. O filme dá uma leve aquecida em seu coração quando Dumbo rouba a cena, mas isso não foi o suficiente para "Dumbo" decolar.
"Dumbo" de Tim Burton é sombrio, digital e fraco em seu humor. O filme em torno disso é implacavelmente triste, uma imagem que representa a crueldade neste mundo imaginário, mas às vezes muito real. "Dumbo" é fofo, mas não é um bom filme.