Se você achar que os efeitos visuais e CGI de "Ghostbusters: Apocalipse de Gelo" parecem um pouco esburacados ou baratos, é porque são. Parece que a produção fez um teste para saber o quão baixo eles poderiam ir com os efeitos especiais. Se a produção ainda procura respostas, não, eles não podem ir mais baixo do que entregaram aqui. Porém os efeitos especiais estão longe de ser o único problema em "Ghostbusters: Apocalipse de Gelo".
Os roteiristas Gil Kenan (que também é diretor) e Jason Reitman, tinham muito potencial em mãos, mas decidiram encher este longa-metragem de heróis disputando por atenção e espaço. O que resta para o espectador é muita bagunça que não gera nenhum interesse em acompanhar. O vilão demora para aparecer e causar o tão esperado caos e nos salvar da chatice do filme, e ele chega vestindo um CGI pouco assustador.
Paul Rudd, Carrie Coon, Finn Wolfhard e Mckenna Grace tentam dar vida a um enredo muito batido "do padrasto tentando ser um pai", pelo menos eles parecem que estão se divertindo em "Ghostbusters: Apocalipse de Gelo". A personagem Phoebe Spengler (Mckenna Grace) recebe os maiores holofotes com uma trama envolvendo sua amizade crescente com um fantasma amigável chamado Melody (Emily Alyn Lind), mas essas cenas duram tanto tempo que denigrem completamente o drama apocalíptico.
Para fisgar o público com a nostalgia temos Dan Aykroyd, Ernie Hudson e Annie Potts. Bill Murray aparece no último segundo bem sem vontade e de qualquer jeito. A nostalgia do filme, não causa nenhum sorriso, somente um suspiro cansado.
Kumail Nanjiani interpreta Nadeem Razmaadi, o lado vergonha alheia desse filme. O personagem é extremamente sem graça, e infelizmente dá vida a uma terrível ideia. O personagem consegue controlar o fogo, em um determinado momento ele solta alguns hadokens de fogo. Tudo com esse personagem está completamente fora do lugar e do tom.
Embora "Ghostbusters: Apocalipse de Gelo" se passe inteiramente em Nova York, o filme não parece ambientar na cidade. Os Ghostbusters perseguem fantasmas pelas ruas de Manhattan e nunca encontram trânsito. Quando o grande vilão de CGI de baixo orçamento do filme congela a cidade, os planos amplos das ruas são desprovidos de pedestres e carros. O lugar é praticamente uma Nova York fantasma.
O diretor Gil Kenan entrega um filme preguiçosamente nostálgico e reciclado de piadas antigas. Tudo em "Ghostbusters: Apocalipse de Gelo" é mal cozinhado, sem humor e pouco divertido. Eu fiquei surpreso do filme ser tão cansativo e chato, ele basicamente se arrasta por entre vários de seus enredos. É bem provável que esta franquia seja colocada de volta no congelador por um tempo.
Gerações de crianças ficaram alegremente traumatizadas por Cruella de Vil. A vilã de "101 Dálmatas" é uma diva da moda cujos objetivos são simples e obscuros: ela quer transformar alguns adoráveis filhotes dálmatas em um casaco de pele. Esta prequela ousada e desigual, de Craig Gillespie (Eu, Tonya), definitivamente não é cortada do mesmo pano da animação de 1961 ou da iteração Glenn Close de 1996.
"Cruella" é demorado, você precisa ter paciência de esperar até que o filme entre em uma trama complicada envolvendo um pingente. O longa-metragem é um pouco mais longo do que realmente precisava ser, uma vez que Emma Stone faz a transformação de Estella branda para a extravagante de Vil, o ritmo diminui a cada vez que ela é forçada a alternar entre os dois lados de sua personalidade.
Emma Thompson dá vida a vilã Baronesa, que se tornam cada vez mais desprezíveis à medida que a narrativa progride e a atriz, sem nenhuma surpresa, é fantástica no papel. Ela lança sua performance perfeitamente inclinando-se para o absurdo da realidade elevada que "Cruella" ocupa, mas nunca se desvia muito para um território excessivamente amplo.
No entanto, este é o filme de Emma Stone. Provando-se mais uma vez como um dos melhores talentos de sua geração, a atriz é uma força absoluta da natureza que está claramente tendo o tempo de sua vida afundando seus dentes em uma performance vistosa. Ela crava as batidas emocionais e traz uma vantagem malévola para Cruella enquanto irradia poder, carregando todo o filme sem esforço com carisma ilimitado.
Como convém a uma história cujo herói e vilão ostensivos são ambos obcecados por moda, o filme é certamente elegante. Nesse filme cheio de vilões como personagens, a heroína fica para a sua figurinista Jenny Beavan, que se inspira em Alexander McQueen e outros designers. Se sua narrativa tivesse sido tão ousada quanto seu design, "Cruella" poderia ter sido mais picante, mais radical e mais surpreendente.
"Cruella" não é perfeito de forma alguma, mas é um tipo completamente diferente de blockbuster da Disney que gira da história de origem ao thriller de assalto por meio de drama familiar e um pastiche da indústria da moda com facilidade consumada, tudo ancorado por boas atuações. "Cruella" acaba se sentindo como um filme dividido entre ser ousado e aderir à convenção, e o que temos é o famoso morno de querer ser bom e ruim ao mesmo tempo.
'Let Them All Talk' de Steven Soderbergh é ambientado em um mundo onde as pessoas se reúnem livremente, sem máscaras, jogando suas preocupações para o vento. Eles embarcam em um enorme navio e partem para o mar. É quase surreal um cenário desses, no momento de reclusão social.
Steven Soderbergh fez o melhor filme de Woody Allen dos últimos anos com 'Let Them All Talk', uma pequena obra-prima secamente observacional apresentando personagens em sua maioria privilegiados, a maioria brancos e egocêntricos, incluindo um escritor brilhante e narcisista que considera tudo e todos como potenciais primeiro material e depois os seres humanos reais.
Aqui está um filme em que amigos se reúnem, conversam e ocasionalmente expõem antigas queixas. Mas não há relógio marcando tempo e sem efeitos especiais. Eu quase esqueci que você ainda pode fazer filmes assim. 'Let Them All Talk' é um filme solto e tagarela, basicamente um cruzeiro lento com alguns atores fantásticos resolvendo as coisas.
O filme reúne Meryl Streep, Dianne Wiest e Candice Bergen em uma viagem transatlântica da vida real do Queen Mary 2. A atuação é tão genuinamente confortável que é uma viagem realmente agradável. Streep é boa em trazer alguma empatia para uma escritora egocêntrica que não se conecta mais com o mundo fora de seus próprios interesses.
Candice Bergen acerta um papel complicado. É a maneira ousada com que ela aborda os métodos mercenários de Roberta que faz o personagem funcionar. Ela não tem autocomiseração e nenhuma vergonha. Dianne Wiest pode ser a melhor do grupo. Sua entrega de falas surpreendentes é encantadora. Sua entrega de falas menos surpreendentes também. Com esses atores veteranos no auge, nas mãos de Soderbergh, o resultado é maravilhoso
Com uma trilha de jazz que soa como algo de um thriller dos anos 1970 marcando a batida, a câmera de Soderbergh captura perfeitamente a experiência do navio de cruzeiro. O roteiro de Deborah Eisenberg, que supostamente serviu como mais um esboço para o elenco que improvisaram todas as falas, não está interessado em grandes confrontos dramáticos. Sempre que alguém parece prestes a mostrar sua cara feia, o filme muda de assunto.
Há muito mais acontecendo do que parece no filme sábio e enganosamente alegre de Steven Soderbergh. O estilo de filmagem do diretor cria um tom natural que faz com que pareça que estamos espionando todo mundo. O diretor traz leveza na superfície, muitas vezes de um ângulo diferente e um pouco maluco, mas com peso intelectual e emocional.
'Let Them All Talk' não tem pressa. Ele se move no mesmo ritmo de flutuação de um transatlântico, avançando pesadamente, sem pressa. Embora a abordagem de baixo risco seja revigorante e até mesmo nova nos dias de hoje, ela também resulta em uma jornada apática, a viagem é muito agradável, mas estranhamente esquecível. Soderbergh mantém 'Let Them All Talk' leve e é muito divertido. O filme tem algumas curvas surpreendentes, há também muita sabedoria da vida real aqui.
'102 Dálmatas' é uma sequência que nunca deveria ter sido feita. Apesar de toda a sua fofura, o longa é muito monótono e estereotipado demais. Os bons personagens são retratados como corajosos e alegres, os maus rangem os dentes mais do que os cães.
O filme traz um problema em seu ritmo. '102 Dálmatas' parece cerca de trinta minutos mais longo mesmo tendo, ironicamente, apenas 101 minutos, ele simplesmente não é envolvente. Os adultos ficaram bem aborrecidos, já a intensidade de certas cenas provavelmente perturbará alguns pequenos por aí.
Glenn Close faz o que pode ser feito com o papel. Na verdade, ela faz mais do que pode ser feito. A icônica vilã é meramente uma dama enrolada em roupas excêntricas e extravagantes. Ela não apavora o suficiente, também não consegue ser engraçada o suficiente.
O filme é visualmente formidável. A casa de Cruella com suas salas secretas de armazenamento de peles e masmorras, o seu penteado metade preto e metade prateado, é em si uma maravilha, assim como suas unhas e sua maquiagem bizarra. '102 Dálmatas' é um filme feito com estilo.
Se há algo moderadamente engraçado nesse filme, é o personagem de Waddlesworth, ele é um papagaio que tem a ilusão de que é um Rottweiler. Podemos todos juntos concordar em uma coisa: quando você precisa de um papagaio para salvar um filme recheado de dálmatas, sabemos que estamos lhe dando com um grande problemas.
O primeiro filme dos dálmatas aparentemente inspiraram incontáveis amantes de cães a adotar dálmatas, se '101' Dálmatas' ainda não o levou a adquirir um, esta sequência com certeza não o influenciará em sua tomada de decisão. '102 Dálmatas' visa agradar a criançada, mas seu ritmo é lento demais para os baixinhos inquietos, é difícil imaginar os pequenos prestando atenção ao filme.
"Ritos Ancestrais" é restrito ao quarto em que Cristina está acorrentada, o que o diretor Christopher Alender faz naquela sala é um riff criativo e divertido do antigo filme de exorcismo, mas com um monte de novas reviravoltas. Em primeiro lugar, sem cheiros e sinos de catolicismo, em vez disso, temos a bruxaria da América Latina.
Os efeitos e valores de produção compõem o cenário sombrio para a abordagem de Christopher Alender ao gênero. Os tropos de contorção corporal dos filmes de exorcismo podem parecer mais do mesmo em "Ritos Ancestrais", mas a música, pinturas faciais e encantamentos tribais dão a este filme seu sabor mexicano totalmente original.
O tom do filme é determinado pelas performances, que geralmente dão ao filme toda a sensação de um jogo de apostas baixas. Brigitte Kali Canales reage mal a sua terrível situação, outros tornam o exorcismo cerimonial mais prático do que parte de uma grande luta contra o mal.
"Ritos Ancestrais" nunca cria empatia por ninguém, tornando-o um filme de terror que você assiste, mas não “experimenta”, é uma heroína branda, alguém que nunca nos faz temer por sua sanidade, sua segurança ou sua vida.
'101 Dálmatas' não é tão bom quanto a animação, não é que o longa seja ruim, só que esse live action não é tão cativante quanto os incríveis recursos de animação que esperamos da Disney. O desenho animado original é uma memória preciosa para milhões que o vivenciaram na juventude, mas essa versão ao vivo produzida e escrita por John Hughes, nunca alcançará tal status da animação.
Nesse longa os animais (com algumas pequenas exceções) não são animados nem animatrônicos. Dado o tremendo sucesso de 'Babe', em que ovelhas e porcos animatrônicos foram usados de forma brilhante, é espantoso que a Disney não tenha tirado proveito de tal tecnologia excelente.
Onde o filme erra sua maior aposta, porém, é privar os animais das vozes que tinham na versão animada. A inteligência e sinceridade dos diálogos e leituras de Pongo e Perdy, junto com as caracterizações vocais distintas para os outros animais, foram responsáveis por grande parte do charme da animação, criando um universo paralelo para as personalidades de quatro patas que era atraente e convincente.
Assistimos a um zoológico de criaturas reais que, por mais doces que sejam, não têm o valor de entretenimento de suas contrapartes criadas artificialmente. A longa segunda metade, com a fuga dos dálmatas dos dois gângsteres idiotas (que parecem ter saído diretamente de 'Esqueceram de Mim'), promete ser um momento difícil para jovens espectadores impacientes.
'101 Dálmatas' está longe de não ter charme e não ser divertido. Daniels e Richardson são um Roger e Anita amáveis e atraentes. Plowright é um Everynanny perfeito. Tem um adorável cenário inglês com neve. Os filhotes são terrivelmente cativantes e os cães são maravilhosamente perspicazes e comunicativos.
O lado humano é dominado por Glenn Close, '101 Dálmatas' é enérgico graças a performance de bravura da atriz. Close é como Bette Davis e Joan Crawford combinadas como a bruxa da moda que se delicia em fazer humanos e animais tremerem ao pensar nela, como a sinistra Cruella De Vil, ela estala com a vilania dos desenhos animados.
As crianças provavelmente irão gostar de '101 Dálmatas'. Hughes e o diretor Stephen Herek criaram uma banalidade enfadonha, na qual as diferenças entre o antigo e o novo são deprimentes, não há um traço de magia Disney a ser encontrado na produção.
'Um Ninho para Dois' de Theodore Melfi gasta tanta energia tentando puxar as cordas do seu coração que nunca se preocupa em desenvolver um pulso próprio. É um filme teimosamente superficial, traficado em clichês sobre luto. Embora esse tipo de melodrama manipulador seja geralmente fácil de descartar, o que torna o filme ainda mais frustrante é a quantidade de pessoas talentosas que foram sugadas por seu ciclo giratório de tristeza.
Theodore Melfi entrega um filme visualmente plano, o que aumenta a sensação de que o principal impulso criativo aqui era fazer o público chorar. A maioria de nós está aberta às nossas emoções quando assiste a filmes, mas elas precisam ser conquistadas por meio do caráter, da profundidade e do realismo. Podemos sentir isso quando as lágrimas não são conquistadas pela honestidade.
Tonalmente, 'Um Ninho para Dois' está em um lugar estranho, mas interessante. Depois de um prólogo, o filme se passa um ano depois que o casal perdeu seu filho. Somos poupados do luto pesado e todos estão agindo como se estivessem bem, embora suas ações indiquem o contrário. Há muitos momentos de leviandade, até mesmo de comédia. É estranho, pois o longa está tentando insistir continuamente no peso da tragédia ou no estado injusto de coisas, nunca saindo do meio termo.
A metáforas são extensas, pesadas e muito óbvias O estorninho do título é um pássaro que não para de mergulhar, bombardear Lilly e acertá-la na cabeça enquanto ela trabalha na horta abandonada de seu grande quintal. O pássaro não se afasta e acaba construindo um ninho, para o caso de alguém perder o fato de que o pássaro é como Lilly e esta é uma história sobre a vida após o luto. Não há necessidade de se perguntar se aquele jardim metafórico vai crescer.
McCarthy é ótima, como sempre, em encontrar aquela mistura perfeita de humanidade e comédia, onde não precisa sentir que está escolhendo uma ou outra. Ela tem a distinção rarefeita de ser indicada ao Oscar por papéis cômicos e dramáticos.
McCarthy e Kline são maravilhosos juntos enquanto Lilly abre seu coração para Larry e podemos ver que isso é uma chance de redenção para os dois, mas o diálogo é pesado e recheado de metáforas. Não é uma coisa boa quando os personagens de um filme expressam opiniões que os espectadores têm ao mesmo tempo.
O que aumenta a frustração é que há temas inerentes a essa história que nem sempre são bem explorados no melodrama, como duas pessoas ficam juntas quando seu luto conjunto não é idêntico? A verdade é que uma tragédia imensa muitas vezes destrói casais em parte porque todos nós sofremos à nossa maneira.
'Um Ninho para Dois' está tentando ser um filme alegre sobre como encontrar esperança em tempos sombrios. Isso é admirável, mas o principal problema é que ele o faz de uma maneira tão simples e direta. Como resultado, não há surpresas e pelo menos algumas oportunidades perdidas.
Embora eu não ache essa sequência um filme ruim, eu também não acho que se compara ao primeiro filme de '101 Dálmatas'. O primeiro ato '101 Dálmatas 2: A Aventura de Patch em Londres' é lento, depois ele dispara e fica mais rápido. O filme manteve o espírito e a diversão do primeiro, não ficou muito pegajoso e apenas se divertiu consigo mesmo.
A vilã icônica Cruella é uma sombra pálida de si mesma neste aqui. Ela é muito menos má, mais paródia dela, aqui ela perdeu sua qualidade, eu presumo que a Cruella dessa sequência não é digna de ser comparada à versão original supervisionada por Marc Davis; a energia maníaca e agitada dessa personagem nessa sequência é estritamente de um tipo amplo e desajeitado, sem nada da eletricidade do melhor vilão de todos os tempos da Disney.
A história é meio chata, mas indolor e não é uma tentativa totalmente injusta de estender o universo do filme original. O enredo é uma repetição do original, especialmente em termos de cenas de ação, mas isso só o tornou mais agradável, pois eu amo muito o primeiro filme e um pouco dessa centelha foi pelo menos um pouco retida neste caso.
'101 Dálmatas 2: A Aventura de Patch em Londres' achou por bem tentar copiar de alguma forma significativa a estética do filme cujo universo ele está nominalmente habitando. A paleta de cores é descaradamente a de um filme de 2003, mas abraça de todo o coração as placas de fundo idiossincráticas do filme original de 1961, que parecem esboçadas apressadamente e aquareladas.
O longa oferece um passeio bonito, brilhante e colorido por meio de ação cômica o suficiente que começa a ficar cansativo mesmo com pouco mais de 70 minutos. A ação é sólida, mas longe da grandeza da ação original. A animação, no entanto, é absolutamente esplêndida para os padrões home-video, pois eles trouxeram de volta a estética pontuda dos anos 60 de forma maravilhosa.
Há muitas sequências auxiliadas por CGI, principalmente cenas de perseguição ou outras cenas de rastreamento rápido, onde o abismo entre os efeitos brilhantes e a produção limitada se destaca da pior maneira possível. '101 Dálmatas 2: A Aventura de Patch em Londres' não tente exagerar: é econômico e simples ao invés de apenas cafona e chique.
O filme apresenta uma trilha sonora muito fraca, mas felizmente nós só temos algumas músicas para aguentar aqui. O ritmo também é uma bagunça, assim como a direção, mas gostei da maioria dos pontos da trama, embora o terceiro ato seja claramente o mais fraco.
Eu realmente gostei de '101 Dálmatas 2: A Aventura de Patch em Londres'. Eu sei que muitos discordam, mas esta é claramente uma sequência bastante sólida quando se trata dos baixos padrões de sequências home-video. Os aspectos técnicos não são bons, mas a animação é tão fiel ao original que tornou o filme muito charmoso de assistir.
'O Guardião Invisível' está repleto de contos distorcidos do passado. Isso inclui os mitos que cercam Baztan, bem como a própria história sombria da família de Salazar. O filme é dirigido por Fernando González Molina, que é baseado em um romance espanhol popular, 'El Guardian Invisible', escrito por Dolores Redondo.
As cores super estilizadas de Molina são uma questão a ser destacada. As cores combinam com o tom e realçam as lindas fotos do ambiente. Existem trevas e forças da natureza, há muita chuva e neblina, mas nunca deixamos entrar na escuridão total. O diretor, obviamente, tem muitas habilidades técnicas de direção.
É fácil ver que Molina enquadrou muito bem as imagens, há uma boa cinematográfica aqui. É por isso que este filme oferece um grande apelo visual. Os movimentos de câmera foram visualmente atraentes e nos colocaram do ponto de vista dos personagens em momentos essenciais, um exemplo, são os flashbacks da infância de Amaia, que ajudou a sentir empatia por sua personagem.
A narrativa é que desanima um pouco. No início do filme, o mistério era forte, mas à medida que o filme avança, essa intensidade desaparece. A fim de escoar a atmosfera misteriosa, 'O Guardião Invisível' é mergulhado em escolhas artificiais. O roteiro consiste em eventos com pouco fundo emocional. As partes da exposição de Amaia são artificiais e forçadas e a investigação parece amplamente caótica e frequentemente irracional.
Dado seu peso pessoal na trama, Amaia Salazar é uma protagonista branda e sem vida. Para uma pessoa que relembra a infância traumática, Amaia negligencia a marca emocional que esses eventos deveriam ter. No entanto, a atriz espanhola Marta Etura não canaliza nada disso. O desempenho insípido de Etura causa problemas, uma vez que o enredo depende fortemente de Amaia Salazar, mas não acredito que isso seja um erro da atriz, mas sim, um erro de direção.
Há um possível morador mítico da floresta, algo semelhante à ideia de um Pé Grande, ele é considerado um guardião da floresta, que protege as pessoas da área. O esforço para colocar essa criatura mitológica em um procedimento policial moderno não funcionou, aqui está uma das subtramas menos eficazes do filme.
O filme fica bagunçado ao querer forçar algo sobrenatural e mágico dentro de uma trama policial. O longa erra em não se aprofundar melhor nos dramas e traumas de sua personagem principal, deixando o filme na superfície, mas 'O Guardião Invisível' é visualmente impressionante e tem um mistério, que no final, vale a pena.
Em 1959, quando Walt Disney lançou 'A Bela Adormecida', esse era o filme de animação mais caro e visualmente ambicioso da empresa. Também poderia ter sido o último. A Disney estava lucrando com parques temáticos, televisão e filmes de ação ao vivo, mas a animação, a forma que a tornou famosa, estava prestes a se tornar cara demais para continuar.
Entra em cena a Xerox, cuja tecnologia permite que os animadores da Disney se movam muito mais rapidamente, eliminando a necessidade de pintar cada célula à mão. A tecnologia salvou o dia, permitindo que a produção se tornasse o filme de maior bilheteria de 1961.
A ausência de tinta deu ao produto final uma aparência muito mais áspera do que as luxuosas animações anteriores. '101 Dálmatas' tem uma aparência diferente, o que não quer dizer que tenha uma aparência ruim. Os animadores da Disney empregam bem a xerografia, tratando-a como uma escolha estilística e trabalhando dentro de suas limitações.
Em '101 Dálmatas' você pode perceber que as figuras do primeiro plano são totalmente animadas, mas os planos de fundo parecem estáticos e às vezes unidimensionais. Um dos pontos fortes do filme, está no movimento e nas figuras dos animais têm uma bela realidade tridimensional.
A história parece um tanto superficial, a cena de perseguição do final não é tão inventiva quanto os clímax de outros desenhos animados da Disney e os animadores nunca resolvem o problema de fazer os filhotes parecerem diferentes uns dos outros.
Uma sequência se destaca das demais, com os filhotes se enfileirando na frente da TV para assistir ao seu programa favorito, estrelado por um cão valente. A interação entre o programa e os filhotes é inteligente, o programa de TV em si funciona como uma pequena atração a mais; este é o primeiro recurso com o desenho animado embutido.
'101 Dálmatas' se beneficia da versatilidade vocal de uma enorme lista de talentos de seus dubladores, incluindo Rod Taylor, J. Pat O'Malley e Betty Lou Gerson. Se há algo absolutamente de primeira no filme, é a personagem Cruella, com voz de Betty Lou Gerson, que consegue efeitos quase operísticos com suas entradas e saídas repentinas, acompanhadas por nuvens de fumaça esverdeada de cigarro.
Por mais que o filme rompa com a tradição da Disney, ainda é um esforço vencedor que mistura fofura e aventura em um ritmo acelerado e emocionalmente carregado. '101 Dálmatas' pretende apenas encantar e emocionar as pessoas e ele faz exatamente isso, mesmo que não evoque toda a magia Disney. Mesmo quem não gosta de animais, provavelmente se divertirá com o filme.
A química de Bradley Cooper e Jennifer Lawrence em cena é inquestionável, os dois sustentam os diálogos e demonstram afiados na hora da atuação, mas suas atuações estão longe de ser grandes coisa. Bradley não consegue chegar ao ponto que seu personagem precisava em muitos dos momentos, Pat (Bradly Cooper) fica parecendo um abobalhado e mais uma vez vemos Jennifer interpretando Tiffany uma descompensada cabeça, o que não impressiona a ponto de ter ganhado um Oscar de Melhor Atriz.
Robert de Niro está incrível no papel de Pat Senior um homem que sofre de TOC, mas poderia ter aparecido menos e dado um pouco mais de lugar a atriz Jacki Weaver (Dolores Solitano), que estava perfeita e deu um gosto de quero mais, suas cenas foram curtas e sem profundidade, uma pena, ainda que um pouco ofuscada, Jacki quem mais brilhou no filme. David O. Russel mais uma vez se garante com um elenco que sabe o que está fazendo.
O filme tratará sobre a vida e seus problemas, mas que em tudo podemos enxergar e aproveitar as coisas boas, mesmo nas piores situações e isso já é entregue só no título do filme “O Lado Bom da Vida”. Um filme com uma temática muito complicada, mas que atinge um perfeito equilíbrio.
O roteiro foi adaptado por David O. Russel baseado no livro “Silver Linings Playbook” publicado por Matthew Quick, com diálogos quase sem interrupções o que dá uma ideia falsa de improvisação dos atores, o que ficou genial. O romance entre os dois personagens Pat e Tiffany é clichê até certo ponto, o personagem de Bradley acredita que consegue vencer a doença com pensamentos positivos e o amor dos pais, simplesmente não colou, o roteiro se mostra em muitas vezes previsível, mas flui bem consegue ir do drama a comédia de forma elegante e bem estruturada.
Indicado em oito categorias do Oscar e só levou na categoria de Melhor Atriz. Um filme que passa uma boa mensagem de superação, com tantos elementos de problemas psicológicos ao esporte, tem sua história muito bem equilibrada, vale a pena assistir. ‘O Lado Bom da Vida’ é irresistivelmente excêntrico.
'Os Croods 2: Uma Nova Era' apresenta essencialmente o mesmo conflito que o primeiro filme, entre força bruta e sagacidade, entre medo e conhecimento, os Croods ainda estão procurando um novo lugar para chamar de lar. A família encontra a residência dos Bettermans, onde o filme se passa em sua maior parte do tempo, embora o local seja colorido e criativo, ele carece de todo o escopo e escala da longa jornada de seu antecessor pelos locais da era pré-histórica.
Essa sequência, por outro lado, trouxe animações faciais que já eram expressivas um pouco mais aprimoradas, produzindo alguns dos momentos mais engraçados da comédia física de 'Os Croods 2: Uma Nova Era'. O filme recebeu um notável rebaixamento da trilha sonora original de Alan Silvestri. A trilha sonora foi um dos destaques no primeiro longa, pontuando seus momentos importantes.
Eu acho que ri um pouco mais com 'Os Croods 2: Uma Nova Era' do que no primeiro filme, em grande parte ao seu caráter de desenho animado aprimorado e ao contraste dos Bettermans com as travessuras dos Croods. O filme não parece realmente interessado em fornecer nenhuma outra reação além de risadas leves, mas depois de um ano como este, eu estava perfeitamente feliz em sentar e desfrutar de mais uma hora e meia com essa família maluca.
Nesse sentido, os roteiristas ficam desesperados com uma subtrama excessivamente complicada e fútil, que incentiva Crawford a pisar fundo no acelerador. As crianças pequenas podem rir desse nível de humor estilo violência retroativa. Mais divertidos são as criativas feras pré-históricas, de tubarões terrestres a lobos-aranha de seis olhos e uma tribo de “macacos de soco” que desenvolveu uma linguagem que consiste inteiramente em socos e tapas.
Dizer que um filme ajudava a “passar o tempo” parecia uma maldição com um elogio fraco. Hoje, parece um serviço essencial. 'Os Croods 2: Uma Nova Era' oferece muita cor e muito humor físico que fará a criançada se entreter bastante, mas o seu enredo é fraco.
Filmes sobre esportes é muito comum no território norte-americano, é uma pena que aqui em nosso país o gênero seja tão escasso e pouco explorado, mas '14×100: Correndo por um Sonho' pode fazer a indústria repensar sobre o assunto.
A narrativa apresenta uma equipe feminina, que carrega a responsabilidade do ouro olímpico, mas que também traz uma narrativa do que é ser mulher no esporte e na sociedade. O roteiro bem construído de LG Bayão, Carlos Cortez e Caroline Fioratti, amplifica a potência de três atos muito bem definidos e traz os assuntos e as críticas de uma maneira muito bem explorada e aprofundada.
O público mais atento perceberá a crítica ao racismo estrutural no Brasil e no esporte, no momento que vemos o mercado publicitário privilegiando Maria Lúcia pelo seu padrão estético, mesmo ela sendo a responsável pela perda do jogos olímpicos do ano anterior, Adriana não teve a mesma "sorte" que sua companheira.
A direção de Tomás Portella é excepcional ao dar voz às personagens, os diálogos são o grande responsável em fazer a narrativa correr de uma maneira muito natural, mas às vezes soam didáticos demais, as atrizes permitem que tudo pareça orgânico, parece que eu estava acompanhando uma cinebiografia. O diretor mescla arte cinema com elementos comerciais da indústria cinematográfica, fugindo bastante do padrão televisivo, que é o certo a fazer.
A fotografia de Pedro Márquez é repleta de detalhes, com cores frias e aposta em cenas imersivas, sufocantes, contemplativas, que representam tanto o luto pela derrota quanto o júbilo pela vitória. '14×100: Correndo por um Sonho' trazia a sensação de realmente estar assistindo a uma competição.
Thalita Carauta é muito conhecida pelo seu trabalho em Zorra Total, sua atuação como Adriana é excelente, profunda e verossímil. Sua dinâmica com a também talentosa Fernanda de Freitas é o que concede emoção à trama. Roberta Alonso, Jaciara e Priscila Steinman completam o elenco de forma contida, mas eficaz. Augusto Madeira traz um tom de leveza ao trazer um de alívio cômico com o seu personagem.
'14×100: Correndo por um Sonho' deixa algumas pontas soltas. Maria Lúcia nutre uma atração por Adriana, mas isso não é profundamente explorado. Apesar de não prejudicar o resultado final, o filme precisa utilizar de muitos efeitos especiais nas cenas do mundial, a computação gráfica fica visualmente estranha e óbvia, mas é necessário evidenciar o excelente trabalho sob a supervisão de Felipe Rio Branco, pois os efeitos eram necessários.
O filme coloca sob os holofotes a representatividade feminina no esporte. '14×100: Correndo por um Sonho' é uma excelente experiência cinematográfica para o cinema nacional dentro da temática esportiva que pouco é explorada. O resultado é uma obra atual, necessária e divertida, que entretém, informa e emociona.
"Nunca tenha medo" é o lema da família de homens das cavernas disfuncionais deste filme, mas para um longa-metragem que é ostensivamente sobre o medo do desconhecido, "Os Croods" é familiar demais, se arriscando pouco.
Ao longo do caminho que "Os Croods" percorre, ele também apresenta uma meditação profunda sobre o conflito secular entre força bruta e capacidade intelectual, entre ignorância aterrorizada e pensamento racional. A família não é particularmente inteligente, mas tem sagacidade suficiente para nos manter engajados o suficiente para nos sentirmos inquietos.
Foi difícil de investir nessa animação, pois literalmente não temos ideia de que qual deus ex machina, criatura exótica ou atividade sísmica pode estar esperando na próxima esquina para mudar as probabilidades novamente.
"Os Croods" tem uma mistura estranha entre fantasia e pré-história. Apenas os personagens Eep e Grug tem algum tipo de personalidade comum (nós temos um bebê selvagem, um filho sombrio, uma sogra irritante e uma esposa sem personalidade) e o design de personagem não ajuda em nada, eles são muito feio. Eles podem muito bem ser alienígenas, se você imaginar isso.
O filme opta por ambientar a maior parte dela em um passado inteiramente fantástico. Há uma grande variedade de animais, entre eles felinos gigantes com cores de papagaio, cães com mandíbulas de crocodilo, baleias terrestres, macacos assassinos e ursos com cabeça de coruja dividindo o mundo com plantas maravilhosamente renderizados, mas completamente fabricados, e caracterizado por uma física impossível.
Talvez as crianças mais novas se divirtam o suficiente com as cores fluorescentes, paisagens fantásticas e palhaçadas para não se importar com a falta do tipo de coerência da história e humor mais sofisticado que esperamos da animação de estúdio de grande orçamento. "Os Croods" nos deixa abaixo no essencial do personagem e da história.
'Fogaréu', é um filme brasileiro dirigido por Flávia Neve, ficou em terceiro lugar na mostra Panorama da 72° edição do Festival de Berlim.
O Brasil vive uma crise política histórica nos últimos anos, talvez viva por toda a sua história. Certos atrasos da nossa sociedade que sempre vem átona, mostram que ainda há muito pelo que lutar. Toda a revolta gera um grito que ecoa de várias formas. 'Fogaréu' é um grito revoltante em forma de filme, apesar das suas boas intenções, o filme se escora na sua superficialidade, ao invés de construir narrativas ricas.
'Fogaréu' lança os holofotes para problemáticas tipicamente brasileiras, como exemplo: a escravidão contemporânea, conflitos entre povos originários e fazendeiros, homofobia, do coronelismo político. Os problemas políticos e sociais apresentados no longa, cutucam o público de uma maneira incômoda, mas parece que nós brasileiros nos acostumamos a viver anestesiados aos problemas que nos afligem.
Infelizmente, 'Fogaréu' segue um caminho de superficializar todo o seu potencial, entregando todas as problemáticas levantadas em “momentos de efeito”, feito massivamente em seu segundo ato inclusive. O roteiro tem argumentos e trama mal desenvolvidos, oferecendo um deus ex-machina preguiçoso com diálogos forçadamente expositivos.
O filme poderia ter maneirado na exposição e deixando o trabalho para a atuação, 'Fogaréu' conta com um excelente e competente elenco. Bárbara Colen é capaz de observar duas mulheres exploradas com toda a dor, raiva e compaixão através do olhar. Nena Inoue dá vida a personagem mais cativante do filme, Mocinha, que a leva de vítima a resistente. Estes personagens são fortes, ambíguos, e ganham vida através de atores plenamente capazes de transmitir os dilemas de seus personagens sem verbalizá-los.
'Fogaréu' flerta um pouco com a fantasia. O longa-metragem utiliza o fogo, com um artifício simbólico, ao invés de literal. Toda vez que o filme destaca objetos e metáforas, 'Fogaréu' cresce bastante e se valoriza mais.
Carregado de frases feitas e muito expositivo, 'Fogaréu' da diretora Flávia Neves desperdiça uma boa ideia por não saber que caminho trilhar. O filme é um monte de ideias soltas que não estabelecem uma unidade.
'Como Treinar o Seu Dragão 3', um terceiro e presumivelmente capítulo final do escritor e diretor Dean DeBlois, é difícil não engasgar com a perspectiva de uma despedida comovente e igualmente difícil de não desejar que os elementos individuais dispararam de forma tão consistente quanto anunciada.
A animação em si continua impressionante, há uma sequência inicial em que o céu está cheio de dragões é um sinal precoce dos deleites visuais que estão por vir e acaba sendo o destaque do filme.
Com o diretor de fotografia de crack, Roger Deakins, continuando seu papel como consultor visual, o filme derrama sobre as cenas luxuosamente imaginadas de destruição em massa por chamas. Existem também vários interlúdios líricos de voo e uma sequência estendida de um adorável de cortejo entre dragões.
Gosto das sequências sem palavras que 'Como Treinar o Seu Dragão 3' oferece, embora sejam um pouco atenuadas. O alívio cômico entre os colegas de Soluço poderia ter sido mais usado, mas a inteligência verbal nunca foi o ponto forte dessa franquia. 'Como Treinar o Seu Dragão 3' se assemelha a 'Avatar', para melhor ou para pior. A história de amor de um menino e seu dragão se assemelha a um milhão de outras histórias.
Acredito que por um tempo nosso mundo ficará sem os dragões de 'Como Treinar o Seu Dragão', não foi fácil dizer adeus para uma das minhas animações preferidas. 'Como Treinar o Seu Dragão 3' chega em seu último capítulo com uma animação impecável e um excelente senso de humor.
Depois de 'Gonzaga: De Pai Para Filho', o diretor Breno Silveira retorna ao sertão para contar a história de Lindalva e Emília em 'Entre Irmãs'. O longa se passa na década de 1930 e é uma adaptação do livro 'A Costureira e o Cangaceiro', de Frances de Pontes Peebles.
O primeiro ato apresenta bem os personagens e foi aqui que o filme me prendeu. O bando de Carcará segue tomando vilas e pilhando cadáveres. Luzia os acompanha consentindo com as matanças e por vezes assumindo a liderança ao lado do cangaceiro. Já Emília mais parece uma hóspede no conforto da família patriarcal de Degas. O único elo entre as duas narrativas são os jornais noticiando a costureira ao lado do bando.
Deixar de lado a relação das irmãs depois do primeiro ato, não só desestabilizou a minha conexão pela história, mas abriu uma oportunidade para 'Entre Irmãs' se encher de arcos desnecessários e chatos. As subtramas sobre homossexualidade desse longa-metragem não se encaixam bem na trama, eles não são aprofundados para trazer à tona discussões interessantes.
Nanda Costa e Júlio Machado conseguem segurar a força interpretativa do longa e contam com as melhores cenas do filme. A trilha sonora invade as cenas com sons de percussão e violinos genéricos, que apenas repetem as emoções que vemos na tela.
'Entre Irmãs' não está disposto a abordar a dureza do sertão ou o laço entre as irmãs. O diretor Breno Silveira poderia ter deixado esse filme menos grandioso, o resultado seria bem mais positivo. Enquanto isso, eu e você vamos esperar pelo épico brasileiro, pois 'Entre Irmãs' não chega lá.
Esta sequência do filme original, que faturou quase meio bilhão de dólares em 2010, contou com a mais avançada tecnologia de animação, um roteiro elaborado que expande ainda mais seu mundo de fantasia, grande quantidade de ação, cenários e um elenco de milhares de dragões.
Um dos pontos fortes de 'Como Treinar o Seu Dragão 2' foi a maneira como ele infundia personalidade nos dragões, não apenas através dos desenhos coloridos e intrincados dos personagens, mas também por torná-los relacionáveis aos animais domésticos. Assista a Banguela, por exemplo, especialmente enquanto ele brinca ao fundo, e você alternadamente verá a brincadeira e a graça sinuosa de um gato, a lealdade dos animais de carga de um cachorro e o poder e a dignidade de um cavalo.
Claramente esses filmes são obra de pessoas que amam animais. Mais importante, porém, indo além da mensagem ecologicamente correta que todo filme infantil precisa ter, 'Como Treinar o Seu Dragão 2' aborda a complexidade do vínculo emocional entre uma pessoa e um animal. Isso é trazido para casa com nuances excepcionais na cena mais poderosa do filme, quando Banguela acidentalmente mata alguém e Soluço luta com sentimentos de raiva e com o reconhecimento de que Banguela, pobre dragão mau, não pode ajudar sua natureza.
Não há como negar a conquista técnica do filme. A atenção minuciosa aos detalhes se estende do design das criaturas e das pessoas, trazendo mais realismo se comparado com o primeiro filme.
'Como Treinar o Seu Dragão 2' tem seu mundo expandido, com uma boa comédia e um bom roteiro, o filme cresce em sua qualidade e proporciona um elevado produto de entretenimento. Eu sou fã de 'Como Treinar o Seu Dragão 2'.
É bom ver um filme de amadurecimento voltado para um público mais velho como esse. No entanto, o filme de Marc Turtletaub não consegue extrair um verdadeiro sentido de seus eventos. Há uma falta de síntese entre o drama do roteiro e os gestos em direção às escapadas intergalácticas que o filme propõe.
O roteiro de Gavin Steckler é surpreendentemente honesto sobre as dificuldades do envelhecimento e suas observações familiares sobre o apoio necessário para "sobreviver" à velhice parecem muito mais frescas por causa do caminho bizarro que essa história percorre para alcançá-los.
Ben Kingsley é fundamental para seu personagem desde o início, sua performance é sustentada por uma rejeição de autopiedade e uma recusa instável em mostrar medo diante da morte. Junto do ator temos a confiável Jane Curtin, cuja Joyce é obcecada por seus dias de glória de "ir para a cidade", e pela MVP de "Licorice Pizza", Harriet Sansom Harris, cuja Sandy está tão desesperada por conexão que imprime panfletos convidando adolescentes locais a irem até sua casa e ouvirem suas histórias.
Felizmente, sempre que Jules está na tela, a estranheza por si só é mais do que suficiente para tornar essa coisa visível. Cruzando perfeitamente a linha entre o fofo e o assustador, o desempenho incômodo de Quon faz mais com um bodysuit de látex e um par de olhos negros frios do que uma fortuna em CGI poderia esperar realizar.
É uma comédia suavemente inofensiva que é elevada por seu manejo de temas melancólicos de envelhecimento, solidão, e uma performance soberba, mas vulnerável, de Kingsley. Este é um filme sentimental e folclórico, com um final um pouco distorcido, mas há muita gentileza e doçura. "Nosso Amigo Extraordinário" é sobre redescobrir a humanidade por meio de uma conexão emocional sobrenatural, mas a relação entre o trio central e o próprio Jules, o E.T., nunca parece particularmente ressonante.
Adaptado do livro de Cressida Cowell, com o roteiro de Will Davies e dos diretores Dean DeBlois e Chris Sanders, "Como Treinar o Seu Dragão" traz o estereótipo dos vikings com chifres, caras carrancudas e de jeito bruto, mas possui uma grandiosidade visual arrebatadora e uma mensagem forte.
Para mim a maior desvantagem é seu enredo "Zero to Hero" (zero a herói), onde o personagem-título é um desajustado que, depois de acidentalmente causar estragos, precisa passar por treinamento para atingir seu verdadeiro potencial. O resultado de "Como Treinar o Seu Dragão" é uma conclusão antecipada e bastante previsível.
O que faz a animação ser acima da média é sua mensagem sobre tolerância, que envia às crianças uma mensagem positiva sobre os perigos do medo, do preconceito e da violência. É difícil realmente derrubar um filme infantil que tenta fazer algo mais do que a habitual enxurrada de piadas de peido e números musicais.
"Como Treinar o Seu Dragão" também é um pouco mais sério do que os filmes da DreamWorks, oferecendo mais ação e dedicando muito tempo a batalhas aéreas entre dragões domados e malignos.
Essa animação da DreamWorks é um filme doce, brilhante, bonito e cheio de ação. Todos os esforços em entregar algo diferente foi ambicioso e deu certo, porém "Como Treinar o Seu Dragão" entrega uma história previsível e muito presa aos moldes padrões de enredo.
'Pai em Dobro' lembra um outro filme com uma premissa bem parecida, o famoso musical 'Mamma Mia'. O filme poderia ter trabalhado melhor os empecilhos da trama, mas 'Pai em Dobro' não entrega reviravoltas de um jeito carismático.
Revelações, encontros e brigas vão e vêm e são resolvidos facilmente. 'Pai em Dobro' não é uma obra-prima e seu foco é o público infantil. A história é leve, esperançosa, super alegre e sem conflitos. O filme não se preocupa em ser coerente, a galera do "cumpriu sua proposta" não terá do que reclamar, para mim, o filme não é bom. Tudo é fácil e corrido, não há conflito ou um antagonista na trama.
O entusiasmo e carisma de Maisa acaba sustentando diversas cenas, é visível que ela está se divertindo. Sua personagem se entrega com muita facilidade nas situações, criando laços fáceis com todos os personagens que encontra, o exagero da alegria de sua personagem deixa ela boba demais.
O trabalho dos demais atores são ok, por mais rasos que suas tramas sejam. Com a Maísa ocupando o maior espaço de tela, os personagens secundários são subdesenvolvidos e precisam ser limitados em clichês de suas personalidades, não dá espaço para que os personagens coadjuvantes sejam aprofundados.
Há um Rio de Janeiro cheio de cores, com um ritmo de Carnaval e um clima de um Brasil cativante embalado em uma trilha sonora recheada com sucessos de Melim, Anavitória e Rubel. O estilo novelesco das cenas e da trama não favorecem essa produção, nada soa natural deixando o telespectador fora do filme. Os diálogos são bem pobres.
Há um brilho genuíno no escuro em o 'Pai em Dobro' e há uma mensagem fofa sobre família e amizade, mas o filme é muito previsível, deixando-o totalmente sem graça. Sem trama, sem desenvolvimento, conflitos e boas atuações, o filme é um ótimo produto colorido e cheio de esperança na Netflix para as crianças, mas não é um bom filme.
Depois de 13 anos em desenvolvimento, a abordagem de Aaron Sorkin em um julgamento de programa americano em 1969 surge em um momento de terrível relevância. Longe de ser um drama histórico, o uivo estrelado de Sorkin contra a injustiça parece um boletim de notícias particularmente eloquente.
Seu segundo longa-metragem poderoso e oportuno como roteirista e diretor, 'Os 7 de Chicago' mostra Sorkin em seu lugar doce, enterrando-se com curiosidade aguda, indignação apaixonada e oratória suculenta no infame circo do tribunal.
O filme não apresenta um estilo visual particularmente chamativo, mas talvez seja o melhor, pois permite que os espectadores se concentrem apenas nas dificuldades dos personagens e em suas interações, sem se distrair. O cinema de Sorkin nunca chama a atenção para si mesmo, ele deixa seu diálogo e os temas falarem.
O roteiro de Sorkin atinge os nervos em carne viva com seus insights sobre como os Panteras foram explorados no julgamento, colocando um homem negro entre os réus para assustar o júri. O diálogo caracteristicamente animado de Sorkin, voa para longe enquanto os atores lutam verbalmente entre si, tornando mais fácil para os espectadores serem atraídos para a narrativa.
Enquanto alguns personagens de 'Os 7 de Chicago' têm papéis mais elaborados do que outros, Sorkin faz um bom trabalho para dar a cada ator uma oportunidade de brilhar, dando efetivamente ao público uma ideia de quem cada pessoa é como um indivíduo. Cada personagem do filme tem suas características únicas que os fazem se destacar, tornando-os personagens completos.
O longa traz a melhor atuação de Baron Cohen, ele faz uma atuação excelente com Jerry Rubin de Strong, a dupla ainda é responsável pelo humor do filme. Redmayne é perfeitamente agradável e enfadonho como Hayden, e Mateen faz um Seale atraente e carismático. Você vai querer que todos eles tenham mais tempo na tela, ou que ganhassem uma minissérie de suas histórias.
Sorkin fez um filme cativante, esclarecedor e incisivo, tão erudito quanto seu melhor trabalho e sempre baseado principalmente na história e no personagem. Apesar do drama e do tema político, o filme tem boas doses de humor, deixando a experiência agradável. Um veterano do gênero drama de tribunal, Sorkin se sente em casa com esse material politicamente carregado, encontrando o equilíbrio adequado entre puro entretenimento e a seriedade do assunto.
'Aniquilação' é um filme baseado no livro de mesmo nome escrito por Jeff VanderMeer. 'Aniquilação' tem uma história de vida muito interessante. Produzido com orçamento de 40 milhões de dólares aproximadamente, sua produção concluída há mais de dois anos, a Paramount não arriscou lançar o filme nos cinemas, o motivo? Ela achou o filme "intelectual" e "complicado" demais. Pois bem, com os direitos vendidos para a Netflix, 'Aniquilação' entra para o catálogo, como o melhor filme da Netflix até agora.
Tudo bem que o estúdio tem seus motivos, afinal ele foi massacrado pelo "complicado" e "intelectual" demais filme "Mãe!". Afinal, não podemos esquecer que os estúdios cinematográficos precisam de dinheiro para se manter, hoje mais do que nunca, eles vivem do faturamento da bilheteria de seus filmes. Refletindo sobre esse contexto, é triste que as salas de cinema tenham se tornado algo tão limitado em inteligência.
'Aniquilação' bebe da fonte "dos adolescentes curiosos em busca de perigo do desconhecido", mas se engana você que acha que este filme se torna algo genérico, ele está bem longe disso. Aqui os personagens são inteligentes, que agem de forma inteligente, isso já é prova de que ele não é genérico, já que normalmente, filmes de terror são formados por pessoas extremamente burras. Está aí mais um diferencial de 'Aniquilação' ele é incomum e refrescante.
O filme é inteligente, mas ele não sacrifica sua inteligência para mostrar seu suspense. E 'Aniquilação' ganha mais um ponto positivo por isso, ele é bem construído e desprovido de exposições desnecessárias. Há uma cena específica com um urso, que para mim, foi uma das melhores cenas de suspense que já vi na vida, ou pelo menos vai entrar para o meu top 10!
'Aniquilação' é um filme de mulheres em missão, e nisso, o filme trouxe um frescor também, já que não é tão comum os filmes (acredito que de qualquer gênero) tragam mulheres na liderança, no filme essas mulheres brilham e brilham muito e o principal, elas conseguem sustentar a trama. Não escrevo isso duvidando da capacidade feminina de liderar um filme, longe disso, mas esse filme tem uma boa importância na quebra de tabus.
Sobre mulheres fortes e fantásticas, primeiro começo citando as personagens que este filme trouxe. Elas são conturbadas e cheias de traumas em um grau ou outro e é por isso, que todas concordam em entrar, no que muitos pensam, ser outra missão suicida. O grande trunfo deste filme, talvez, pode ser atribuído ao fato destes personagens serem muito humanos. Elas não tem super forças para lutar com monstros no pântano, elas não tem coragem o suficiente para enfrentar o medo da noite, elas têm fraquezas, elas são assim como qualquer outra pessoa que você encontrar na rua.
E em segundo, o brilhante elenco. É difícil falar sobre o elenco já que todas estão incrivelmente perfeitas. Natalie Portman é feroz e forte com sua personagem dentro da "Área X", mas também mostra seu lado doce e sexy com o seu marido em flashback do casal. Leight é outra perfeita, vivendo uma psicóloga secreta e difícil de ler. Enfim, o filme também é um show de atuação, além de tudo.
'Aniquilação' transita entre os gêneros e influências. Se os primeiros momentos do filme evocam lembranças de ficção científica, assim que os personagens se aventuram dentro da "Área X", o filme anda pelo suspense e o horror. Não é um filme de terror como tal, mas Alex Garland aumenta a tensão enquanto o grupo se aventura mais perto de seu objetivo, é tudo orquestrado, os gêneros são na medida certa. Alex Garland não fez um filme sobre um tipo de gênero, mas utilizou de gêneros cinematográficos para recontar uma história, isso foi inteligente.
Dentro da "Área X" encontramos bestas mutantes vagando pelos pântanos, restos humanos retorcidos se escondem nas sombras e a confiança dos membros do esquadrão é esticada até seus limites. Nada disso é transmitido com sombra e escuridão, muito pelo contrário, dentro da bolha, o mundo é fantasioso e colorido, trazendo uma atmosfera, até certo ponto, mágica. O mundo dentro da zona contaminada é alternadamente horripilante e belo, aqui podemos dar outro ponto positivo para o filme ao desconstruir o horror.
Os efeitos especiais são sutis, em alguns momentos eles impactam com suas doses de horror e suspense, e outros momentos os efeitos são poéticos e bonitos, principalmente dentro da "Área X" onde o mundo tem uma atmosfera mística e mágica, os efeitos especiais de 'Aniquilação' também são usados de forma inteligente, na dosagem certa e pelo objetivo certo.
A trilha sonora, assim como os efeitos especiais, somaram com o filme. Ela sabe criar o suspense e trazer o místico em sua melodia. A trilha sabe conduzir o momento para onde ele deve ir, consegue prender e reforçar a intensidade do momento. Ao ouvir as faixas do CD, é possível perceber a típica sonoridade do suspense, com aqueles elementos de filmes épicos ou até mesmo fantasiosos. A música também brincou com os gêneros musicais do horror, suspense e magia, assim como o próprio 'Aniquilação'.
Todo lado científico do filme é explicado com muita simplicidade e objetividade, nada de diálogos "super nerd" da qual não entendemos nada. A ficção científica é tratada sem chatice. Alex Garland criou um filme que aborda questões tão pesadas e sensíveis quanto a depressão, a tristeza e a propensão humana à autodestruição. O filme é completo, muito interessante e uma ficção científica poética.
Se você gosta de cinema como algo para seu entretenimento e divertimento, continue assim... Mas desafio você a ser mais inteligente. Lembre-se de que o cinema é arte, não o consuma somente como algo comercial, mas também como arte. 'Aniquilação' foi um filme que não estreou nos cinemas por ser "intelectual" demais, isso é algo preocupante. Permitam seus cérebros descansarem, mas jamais deixem de usá-lo!
'Aniquilação' é um filme inteligente que faz grandes perguntas e se recusa a fornecer respostas fáceis, o longa deve ser assistido de mente aberta. O cineasta Alex Garland é engenhoso e cria um mundo único com temas sobre moléculas, psicologia, metafísico e algo celestial. A mistura do filme 'Aniquilação' é deslumbrante e desorientadora.
E temos mais uma história de origem em 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos'. O longa traz uma história “amigável para a família” de como Peter Pan e Alice surgiram. A roteirista Marissa Kate Goodhill torna Peter e Alice irmãos e os joga em uma família biracial cheia de todos os tipos de problemas horríveis de adultos. Enquanto seus pais, Jack (David Oyelowo) e Rose (Angelina Jolie) lidam com vícios, problemas de dinheiro e a morte de um filho, Peter e Alice escapam para um mundo de fantasia horrivelmente caprichoso e cheio de elementos familiares de seus respectivos contos.
'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' traz uma Inglaterra vitoriana fictícia revisionista muito bem vinda, mas infelizmente, o filme tropeça em seu caminho para a terra da fantasia. O longa também é recheado de referências em forma de Easter Eggs durante sua projeção, os elementos famosos das histórias de Alice e Peter são jogados na tela, é quase que uma brincadeira de adivinhação, é claro que tudo é muito óbvio, mas divertido.
O filme meio que cria um “mito de origem” de realidade alternativa para Peter Pan e Alice Liddell, imaginando-os como irmãos, tomados de tristeza quando um terceiro irmão morre. Surpreendentemente, o enredo à medida que se desenrola não combina com as histórias fictícias bem estabelecidas de Peter e Alice e nem com as situações do mundo real de como os autores criaram seus personagens lendários.
Os efeitos especiais aparecem de repente, visualizando a imaginação das crianças e dando a entender que o público pode visitar um mundo de fantasia, mas a viagem nunca acontece. Por quase 80 dos 94 minutos de duração do filme, a roteirista Marissa Kate Goodhill está ocupada demais estabelecendo o entediante "mundo real" em que essas duas crianças foram criadas, até que o público inevitavelmente percebe que o filme não tem intenção de nos levar a outro lugar.
O final é melancólico, até mesmo mágico, pode ser lido como terrível, lamentável, sombrio, embora você queira dizer "o oposto de maravilhoso e feliz". Ainda assim, a música, as performances e os efeitos visuais insistem que isso é adorável. 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' pretende ser uma exposição amargamente irônica da desintegração de uma família? Pode ser.
Não sei o que 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' deve ser, que lições está transmitindo ou para quem foi feito. As crianças não se interessaram pelas imagens do retrocesso e os adultos acharão suas representações de vício, luto e violência superficiais, prolongadas e não recomendadas para os pequenos. Em sua estreia em live-action, a diretora Brenda Chapman falha miseravelmente em integrar o horror e a fantasia.
Ghostbusters: Apocalipse de Gelo
2.7 84Se você achar que os efeitos visuais e CGI de "Ghostbusters: Apocalipse de Gelo" parecem um pouco esburacados ou baratos, é porque são. Parece que a produção fez um teste para saber o quão baixo eles poderiam ir com os efeitos especiais. Se a produção ainda procura respostas, não, eles não podem ir mais baixo do que entregaram aqui. Porém os efeitos especiais estão longe de ser o único problema em "Ghostbusters: Apocalipse de Gelo".
Os roteiristas Gil Kenan (que também é diretor) e Jason Reitman, tinham muito potencial em mãos, mas decidiram encher este longa-metragem de heróis disputando por atenção e espaço. O que resta para o espectador é muita bagunça que não gera nenhum interesse em acompanhar. O vilão demora para aparecer e causar o tão esperado caos e nos salvar da chatice do filme, e ele chega vestindo um CGI pouco assustador.
Paul Rudd, Carrie Coon, Finn Wolfhard e Mckenna Grace tentam dar vida a um enredo muito batido "do padrasto tentando ser um pai", pelo menos eles parecem que estão se divertindo em "Ghostbusters: Apocalipse de Gelo". A personagem Phoebe Spengler (Mckenna Grace) recebe os maiores holofotes com uma trama envolvendo sua amizade crescente com um fantasma amigável chamado Melody (Emily Alyn Lind), mas essas cenas duram tanto tempo que denigrem completamente o drama apocalíptico.
Para fisgar o público com a nostalgia temos Dan Aykroyd, Ernie Hudson e Annie Potts. Bill Murray aparece no último segundo bem sem vontade e de qualquer jeito. A nostalgia do filme, não causa nenhum sorriso, somente um suspiro cansado.
Kumail Nanjiani interpreta Nadeem Razmaadi, o lado vergonha alheia desse filme. O personagem é extremamente sem graça, e infelizmente dá vida a uma terrível ideia. O personagem consegue controlar o fogo, em um determinado momento ele solta alguns hadokens de fogo. Tudo com esse personagem está completamente fora do lugar e do tom.
Embora "Ghostbusters: Apocalipse de Gelo" se passe inteiramente em Nova York, o filme não parece ambientar na cidade. Os Ghostbusters perseguem fantasmas pelas ruas de Manhattan e nunca encontram trânsito. Quando o grande vilão de CGI de baixo orçamento do filme congela a cidade, os planos amplos das ruas são desprovidos de pedestres e carros. O lugar é praticamente uma Nova York fantasma.
O diretor Gil Kenan entrega um filme preguiçosamente nostálgico e reciclado de piadas antigas. Tudo em "Ghostbusters: Apocalipse de Gelo" é mal cozinhado, sem humor e pouco divertido. Eu fiquei surpreso do filme ser tão cansativo e chato, ele basicamente se arrasta por entre vários de seus enredos. É bem provável que esta franquia seja colocada de volta no congelador por um tempo.
Cruella
4.0 1,4K Assista AgoraGerações de crianças ficaram alegremente traumatizadas por Cruella de Vil. A vilã de "101 Dálmatas" é uma diva da moda cujos objetivos são simples e obscuros: ela quer transformar alguns adoráveis filhotes dálmatas em um casaco de pele. Esta prequela ousada e desigual, de Craig Gillespie (Eu, Tonya), definitivamente não é cortada do mesmo pano da animação de 1961 ou da iteração Glenn Close de 1996.
"Cruella" é demorado, você precisa ter paciência de esperar até que o filme entre em uma trama complicada envolvendo um pingente. O longa-metragem é um pouco mais longo do que realmente precisava ser, uma vez que Emma Stone faz a transformação de Estella branda para a extravagante de Vil, o ritmo diminui a cada vez que ela é forçada a alternar entre os dois lados de sua personalidade.
Emma Thompson dá vida a vilã Baronesa, que se tornam cada vez mais desprezíveis à medida que a narrativa progride e a atriz, sem nenhuma surpresa, é fantástica no papel. Ela lança sua performance perfeitamente inclinando-se para o absurdo da realidade elevada que "Cruella" ocupa, mas nunca se desvia muito para um território excessivamente amplo.
No entanto, este é o filme de Emma Stone. Provando-se mais uma vez como um dos melhores talentos de sua geração, a atriz é uma força absoluta da natureza que está claramente tendo o tempo de sua vida afundando seus dentes em uma performance vistosa. Ela crava as batidas emocionais e traz uma vantagem malévola para Cruella enquanto irradia poder, carregando todo o filme sem esforço com carisma ilimitado.
Como convém a uma história cujo herói e vilão ostensivos são ambos obcecados por moda, o filme é certamente elegante. Nesse filme cheio de vilões como personagens, a heroína fica para a sua figurinista Jenny Beavan, que se inspira em Alexander McQueen e outros designers. Se sua narrativa tivesse sido tão ousada quanto seu design, "Cruella" poderia ter sido mais picante, mais radical e mais surpreendente.
"Cruella" não é perfeito de forma alguma, mas é um tipo completamente diferente de blockbuster da Disney que gira da história de origem ao thriller de assalto por meio de drama familiar e um pastiche da indústria da moda com facilidade consumada, tudo ancorado por boas atuações. "Cruella" acaba se sentindo como um filme dividido entre ser ousado e aderir à convenção, e o que temos é o famoso morno de querer ser bom e ruim ao mesmo tempo.
Let Them All Talk
3.0 45 Assista Agora'Let Them All Talk' de Steven Soderbergh é ambientado em um mundo onde as pessoas se reúnem livremente, sem máscaras, jogando suas preocupações para o vento. Eles embarcam em um enorme navio e partem para o mar. É quase surreal um cenário desses, no momento de reclusão social.
Steven Soderbergh fez o melhor filme de Woody Allen dos últimos anos com 'Let Them All Talk', uma pequena obra-prima secamente observacional apresentando personagens em sua maioria privilegiados, a maioria brancos e egocêntricos, incluindo um escritor brilhante e narcisista que considera tudo e todos como potenciais primeiro material e depois os seres humanos reais.
Aqui está um filme em que amigos se reúnem, conversam e ocasionalmente expõem antigas queixas. Mas não há relógio marcando tempo e sem efeitos especiais. Eu quase esqueci que você ainda pode fazer filmes assim. 'Let Them All Talk' é um filme solto e tagarela, basicamente um cruzeiro lento com alguns atores fantásticos resolvendo as coisas.
O filme reúne Meryl Streep, Dianne Wiest e Candice Bergen em uma viagem transatlântica da vida real do Queen Mary 2. A atuação é tão genuinamente confortável que é uma viagem realmente agradável. Streep é boa em trazer alguma empatia para uma escritora egocêntrica que não se conecta mais com o mundo fora de seus próprios interesses.
Candice Bergen acerta um papel complicado. É a maneira ousada com que ela aborda os métodos mercenários de Roberta que faz o personagem funcionar. Ela não tem autocomiseração e nenhuma vergonha. Dianne Wiest pode ser a melhor do grupo. Sua entrega de falas surpreendentes é encantadora. Sua entrega de falas menos surpreendentes também. Com esses atores veteranos no auge, nas mãos de Soderbergh, o resultado é maravilhoso
Com uma trilha de jazz que soa como algo de um thriller dos anos 1970 marcando a batida, a câmera de Soderbergh captura perfeitamente a experiência do navio de cruzeiro. O roteiro de Deborah Eisenberg, que supostamente serviu como mais um esboço para o elenco que improvisaram todas as falas, não está interessado em grandes confrontos dramáticos. Sempre que alguém parece prestes a mostrar sua cara feia, o filme muda de assunto.
Há muito mais acontecendo do que parece no filme sábio e enganosamente alegre de Steven Soderbergh. O estilo de filmagem do diretor cria um tom natural que faz com que pareça que estamos espionando todo mundo. O diretor traz leveza na superfície, muitas vezes de um ângulo diferente e um pouco maluco, mas com peso intelectual e emocional.
'Let Them All Talk' não tem pressa. Ele se move no mesmo ritmo de flutuação de um transatlântico, avançando pesadamente, sem pressa. Embora a abordagem de baixo risco seja revigorante e até mesmo nova nos dias de hoje, ela também resulta em uma jornada apática, a viagem é muito agradável, mas estranhamente esquecível. Soderbergh mantém 'Let Them All Talk' leve e é muito divertido. O filme tem algumas curvas surpreendentes, há também muita sabedoria da vida real aqui.
102 Dálmatas
2.7 177 Assista Agora'102 Dálmatas' é uma sequência que nunca deveria ter sido feita. Apesar de toda a sua fofura, o longa é muito monótono e estereotipado demais. Os bons personagens são retratados como corajosos e alegres, os maus rangem os dentes mais do que os cães.
O filme traz um problema em seu ritmo. '102 Dálmatas' parece cerca de trinta minutos mais longo mesmo tendo, ironicamente, apenas 101 minutos, ele simplesmente não é envolvente. Os adultos ficaram bem aborrecidos, já a intensidade de certas cenas provavelmente perturbará alguns pequenos por aí.
Glenn Close faz o que pode ser feito com o papel. Na verdade, ela faz mais do que pode ser feito. A icônica vilã é meramente uma dama enrolada em roupas excêntricas e extravagantes. Ela não apavora o suficiente, também não consegue ser engraçada o suficiente.
O filme é visualmente formidável. A casa de Cruella com suas salas secretas de armazenamento de peles e masmorras, o seu penteado metade preto e metade prateado, é em si uma maravilha, assim como suas unhas e sua maquiagem bizarra. '102 Dálmatas' é um filme feito com estilo.
Se há algo moderadamente engraçado nesse filme, é o personagem de Waddlesworth, ele é um papagaio que tem a ilusão de que é um Rottweiler. Podemos todos juntos concordar em uma coisa: quando você precisa de um papagaio para salvar um filme recheado de dálmatas, sabemos que estamos lhe dando com um grande problemas.
O primeiro filme dos dálmatas aparentemente inspiraram incontáveis amantes de cães a adotar dálmatas, se '101' Dálmatas' ainda não o levou a adquirir um, esta sequência com certeza não o influenciará em sua tomada de decisão. '102 Dálmatas' visa agradar a criançada, mas seu ritmo é lento demais para os baixinhos inquietos, é difícil imaginar os pequenos prestando atenção ao filme.
Ritos Ancestrais
2.8 80 Assista Agora"Ritos Ancestrais" é restrito ao quarto em que Cristina está acorrentada, o que o diretor Christopher Alender faz naquela sala é um riff criativo e divertido do antigo filme de exorcismo, mas com um monte de novas reviravoltas. Em primeiro lugar, sem cheiros e sinos de catolicismo, em vez disso, temos a bruxaria da América Latina.
Os efeitos e valores de produção compõem o cenário sombrio para a abordagem de Christopher Alender ao gênero. Os tropos de contorção corporal dos filmes de exorcismo podem parecer mais do mesmo em "Ritos Ancestrais", mas a música, pinturas faciais e encantamentos tribais dão a este filme seu sabor mexicano totalmente original.
O tom do filme é determinado pelas performances, que geralmente dão ao filme toda a sensação de um jogo de apostas baixas. Brigitte Kali Canales reage mal a sua terrível situação, outros tornam o exorcismo cerimonial mais prático do que parte de uma grande luta contra o mal.
"Ritos Ancestrais" nunca cria empatia por ninguém, tornando-o um filme de terror que você assiste, mas não “experimenta”, é uma heroína branda, alguém que nunca nos faz temer por sua sanidade, sua segurança ou sua vida.
101 Dálmatas
3.0 414 Assista Agora'101 Dálmatas' não é tão bom quanto a animação, não é que o longa seja ruim, só que esse live action não é tão cativante quanto os incríveis recursos de animação que esperamos da Disney. O desenho animado original é uma memória preciosa para milhões que o vivenciaram na juventude, mas essa versão ao vivo produzida e escrita por John Hughes, nunca alcançará tal status da animação.
Nesse longa os animais (com algumas pequenas exceções) não são animados nem animatrônicos. Dado o tremendo sucesso de 'Babe', em que ovelhas e porcos animatrônicos foram usados de forma brilhante, é espantoso que a Disney não tenha tirado proveito de tal tecnologia excelente.
Onde o filme erra sua maior aposta, porém, é privar os animais das vozes que tinham na versão animada. A inteligência e sinceridade dos diálogos e leituras de Pongo e Perdy, junto com as caracterizações vocais distintas para os outros animais, foram responsáveis por grande parte do charme da animação, criando um universo paralelo para as personalidades de quatro patas que era atraente e convincente.
Assistimos a um zoológico de criaturas reais que, por mais doces que sejam, não têm o valor de entretenimento de suas contrapartes criadas artificialmente. A longa segunda metade, com a fuga dos dálmatas dos dois gângsteres idiotas (que parecem ter saído diretamente de 'Esqueceram de Mim'), promete ser um momento difícil para jovens espectadores impacientes.
'101 Dálmatas' está longe de não ter charme e não ser divertido. Daniels e Richardson são um Roger e Anita amáveis e atraentes. Plowright é um Everynanny perfeito. Tem um adorável cenário inglês com neve. Os filhotes são terrivelmente cativantes e os cães são maravilhosamente perspicazes e comunicativos.
O lado humano é dominado por Glenn Close, '101 Dálmatas' é enérgico graças a performance de bravura da atriz. Close é como Bette Davis e Joan Crawford combinadas como a bruxa da moda que se delicia em fazer humanos e animais tremerem ao pensar nela, como a sinistra Cruella De Vil, ela estala com a vilania dos desenhos animados.
As crianças provavelmente irão gostar de '101 Dálmatas'. Hughes e o diretor Stephen Herek criaram uma banalidade enfadonha, na qual as diferenças entre o antigo e o novo são deprimentes, não há um traço de magia Disney a ser encontrado na produção.
Um Ninho Para Dois
3.3 93 Assista Agora'Um Ninho para Dois' de Theodore Melfi gasta tanta energia tentando puxar as cordas do seu coração que nunca se preocupa em desenvolver um pulso próprio. É um filme teimosamente superficial, traficado em clichês sobre luto. Embora esse tipo de melodrama manipulador seja geralmente fácil de descartar, o que torna o filme ainda mais frustrante é a quantidade de pessoas talentosas que foram sugadas por seu ciclo giratório de tristeza.
Theodore Melfi entrega um filme visualmente plano, o que aumenta a sensação de que o principal impulso criativo aqui era fazer o público chorar. A maioria de nós está aberta às nossas emoções quando assiste a filmes, mas elas precisam ser conquistadas por meio do caráter, da profundidade e do realismo. Podemos sentir isso quando as lágrimas não são conquistadas pela honestidade.
Tonalmente, 'Um Ninho para Dois' está em um lugar estranho, mas interessante. Depois de um prólogo, o filme se passa um ano depois que o casal perdeu seu filho. Somos poupados do luto pesado e todos estão agindo como se estivessem bem, embora suas ações indiquem o contrário. Há muitos momentos de leviandade, até mesmo de comédia. É estranho, pois o longa está tentando insistir continuamente no peso da tragédia ou no estado injusto de coisas, nunca saindo do meio termo.
A metáforas são extensas, pesadas e muito óbvias O estorninho do título é um pássaro que não para de mergulhar, bombardear Lilly e acertá-la na cabeça enquanto ela trabalha na horta abandonada de seu grande quintal. O pássaro não se afasta e acaba construindo um ninho, para o caso de alguém perder o fato de que o pássaro é como Lilly e esta é uma história sobre a vida após o luto. Não há necessidade de se perguntar se aquele jardim metafórico vai crescer.
McCarthy é ótima, como sempre, em encontrar aquela mistura perfeita de humanidade e comédia, onde não precisa sentir que está escolhendo uma ou outra. Ela tem a distinção rarefeita de ser indicada ao Oscar por papéis cômicos e dramáticos.
McCarthy e Kline são maravilhosos juntos enquanto Lilly abre seu coração para Larry e podemos ver que isso é uma chance de redenção para os dois, mas o diálogo é pesado e recheado de metáforas. Não é uma coisa boa quando os personagens de um filme expressam opiniões que os espectadores têm ao mesmo tempo.
O que aumenta a frustração é que há temas inerentes a essa história que nem sempre são bem explorados no melodrama, como duas pessoas ficam juntas quando seu luto conjunto não é idêntico? A verdade é que uma tragédia imensa muitas vezes destrói casais em parte porque todos nós sofremos à nossa maneira.
'Um Ninho para Dois' está tentando ser um filme alegre sobre como encontrar esperança em tempos sombrios. Isso é admirável, mas o principal problema é que ele o faz de uma maneira tão simples e direta. Como resultado, não há surpresas e pelo menos algumas oportunidades perdidas.
101 Dálmatas II: A Aventura de Patch em Londres
3.1 28 Assista AgoraEmbora eu não ache essa sequência um filme ruim, eu também não acho que se compara ao primeiro filme de '101 Dálmatas'. O primeiro ato '101 Dálmatas 2: A Aventura de Patch em Londres' é lento, depois ele dispara e fica mais rápido. O filme manteve o espírito e a diversão do primeiro, não ficou muito pegajoso e apenas se divertiu consigo mesmo.
A vilã icônica Cruella é uma sombra pálida de si mesma neste aqui. Ela é muito menos má, mais paródia dela, aqui ela perdeu sua qualidade, eu presumo que a Cruella dessa sequência não é digna de ser comparada à versão original supervisionada por Marc Davis; a energia maníaca e agitada dessa personagem nessa sequência é estritamente de um tipo amplo e desajeitado, sem nada da eletricidade do melhor vilão de todos os tempos da Disney.
A história é meio chata, mas indolor e não é uma tentativa totalmente injusta de estender o universo do filme original. O enredo é uma repetição do original, especialmente em termos de cenas de ação, mas isso só o tornou mais agradável, pois eu amo muito o primeiro filme e um pouco dessa centelha foi pelo menos um pouco retida neste caso.
'101 Dálmatas 2: A Aventura de Patch em Londres' achou por bem tentar copiar de alguma forma significativa a estética do filme cujo universo ele está nominalmente habitando. A paleta de cores é descaradamente a de um filme de 2003, mas abraça de todo o coração as placas de fundo idiossincráticas do filme original de 1961, que parecem esboçadas apressadamente e aquareladas.
O longa oferece um passeio bonito, brilhante e colorido por meio de ação cômica o suficiente que começa a ficar cansativo mesmo com pouco mais de 70 minutos. A ação é sólida, mas longe da grandeza da ação original. A animação, no entanto, é absolutamente esplêndida para os padrões home-video, pois eles trouxeram de volta a estética pontuda dos anos 60 de forma maravilhosa.
Há muitas sequências auxiliadas por CGI, principalmente cenas de perseguição ou outras cenas de rastreamento rápido, onde o abismo entre os efeitos brilhantes e a produção limitada se destaca da pior maneira possível. '101 Dálmatas 2: A Aventura de Patch em Londres' não tente exagerar: é econômico e simples ao invés de apenas cafona e chique.
O filme apresenta uma trilha sonora muito fraca, mas felizmente nós só temos algumas músicas para aguentar aqui. O ritmo também é uma bagunça, assim como a direção, mas gostei da maioria dos pontos da trama, embora o terceiro ato seja claramente o mais fraco.
Eu realmente gostei de '101 Dálmatas 2: A Aventura de Patch em Londres'. Eu sei que muitos discordam, mas esta é claramente uma sequência bastante sólida quando se trata dos baixos padrões de sequências home-video. Os aspectos técnicos não são bons, mas a animação é tão fiel ao original que tornou o filme muito charmoso de assistir.
O Guardião Invisível
3.3 229 Assista Agora'O Guardião Invisível' está repleto de contos distorcidos do passado. Isso inclui os mitos que cercam Baztan, bem como a própria história sombria da família de Salazar. O filme é dirigido por Fernando González Molina, que é baseado em um romance espanhol popular, 'El Guardian Invisible', escrito por Dolores Redondo.
As cores super estilizadas de Molina são uma questão a ser destacada. As cores combinam com o tom e realçam as lindas fotos do ambiente. Existem trevas e forças da natureza, há muita chuva e neblina, mas nunca deixamos entrar na escuridão total. O diretor, obviamente, tem muitas habilidades técnicas de direção.
É fácil ver que Molina enquadrou muito bem as imagens, há uma boa cinematográfica aqui. É por isso que este filme oferece um grande apelo visual. Os movimentos de câmera foram visualmente atraentes e nos colocaram do ponto de vista dos personagens em momentos essenciais, um exemplo, são os flashbacks da infância de Amaia, que ajudou a sentir empatia por sua personagem.
A narrativa é que desanima um pouco. No início do filme, o mistério era forte, mas à medida que o filme avança, essa intensidade desaparece. A fim de escoar a atmosfera misteriosa, 'O Guardião Invisível' é mergulhado em escolhas artificiais. O roteiro consiste em eventos com pouco fundo emocional. As partes da exposição de Amaia são artificiais e forçadas e a investigação parece amplamente caótica e frequentemente irracional.
Dado seu peso pessoal na trama, Amaia Salazar é uma protagonista branda e sem vida. Para uma pessoa que relembra a infância traumática, Amaia negligencia a marca emocional que esses eventos deveriam ter. No entanto, a atriz espanhola Marta Etura não canaliza nada disso. O desempenho insípido de Etura causa problemas, uma vez que o enredo depende fortemente de Amaia Salazar, mas não acredito que isso seja um erro da atriz, mas sim, um erro de direção.
Há um possível morador mítico da floresta, algo semelhante à ideia de um Pé Grande, ele é considerado um guardião da floresta, que protege as pessoas da área. O esforço para colocar essa criatura mitológica em um procedimento policial moderno não funcionou, aqui está uma das subtramas menos eficazes do filme.
O filme fica bagunçado ao querer forçar algo sobrenatural e mágico dentro de uma trama policial. O longa erra em não se aprofundar melhor nos dramas e traumas de sua personagem principal, deixando o filme na superfície, mas 'O Guardião Invisível' é visualmente impressionante e tem um mistério, que no final, vale a pena.
101 Dálmatas: A Guerra dos Dálmatas
3.6 395 Assista AgoraEm 1959, quando Walt Disney lançou 'A Bela Adormecida', esse era o filme de animação mais caro e visualmente ambicioso da empresa. Também poderia ter sido o último. A Disney estava lucrando com parques temáticos, televisão e filmes de ação ao vivo, mas a animação, a forma que a tornou famosa, estava prestes a se tornar cara demais para continuar.
Entra em cena a Xerox, cuja tecnologia permite que os animadores da Disney se movam muito mais rapidamente, eliminando a necessidade de pintar cada célula à mão. A tecnologia salvou o dia, permitindo que a produção se tornasse o filme de maior bilheteria de 1961.
A ausência de tinta deu ao produto final uma aparência muito mais áspera do que as luxuosas animações anteriores. '101 Dálmatas' tem uma aparência diferente, o que não quer dizer que tenha uma aparência ruim. Os animadores da Disney empregam bem a xerografia, tratando-a como uma escolha estilística e trabalhando dentro de suas limitações.
Em '101 Dálmatas' você pode perceber que as figuras do primeiro plano são totalmente animadas, mas os planos de fundo parecem estáticos e às vezes unidimensionais. Um dos pontos fortes do filme, está no movimento e nas figuras dos animais têm uma bela realidade tridimensional.
A história parece um tanto superficial, a cena de perseguição do final não é tão inventiva quanto os clímax de outros desenhos animados da Disney e os animadores nunca resolvem o problema de fazer os filhotes parecerem diferentes uns dos outros.
Uma sequência se destaca das demais, com os filhotes se enfileirando na frente da TV para assistir ao seu programa favorito, estrelado por um cão valente. A interação entre o programa e os filhotes é inteligente, o programa de TV em si funciona como uma pequena atração a mais; este é o primeiro recurso com o desenho animado embutido.
'101 Dálmatas' se beneficia da versatilidade vocal de uma enorme lista de talentos de seus dubladores, incluindo Rod Taylor, J. Pat O'Malley e Betty Lou Gerson. Se há algo absolutamente de primeira no filme, é a personagem Cruella, com voz de Betty Lou Gerson, que consegue efeitos quase operísticos com suas entradas e saídas repentinas, acompanhadas por nuvens de fumaça esverdeada de cigarro.
Por mais que o filme rompa com a tradição da Disney, ainda é um esforço vencedor que mistura fofura e aventura em um ritmo acelerado e emocionalmente carregado. '101 Dálmatas' pretende apenas encantar e emocionar as pessoas e ele faz exatamente isso, mesmo que não evoque toda a magia Disney. Mesmo quem não gosta de animais, provavelmente se divertirá com o filme.
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista AgoraA química de Bradley Cooper e Jennifer Lawrence em cena é inquestionável, os dois sustentam os diálogos e demonstram afiados na hora da atuação, mas suas atuações estão longe de ser grandes coisa. Bradley não consegue chegar ao ponto que seu personagem precisava em muitos dos momentos, Pat (Bradly Cooper) fica parecendo um abobalhado e mais uma vez vemos Jennifer interpretando Tiffany uma descompensada cabeça, o que não impressiona a ponto de ter ganhado um Oscar de Melhor Atriz.
Robert de Niro está incrível no papel de Pat Senior um homem que sofre de TOC, mas poderia ter aparecido menos e dado um pouco mais de lugar a atriz Jacki Weaver (Dolores Solitano), que estava perfeita e deu um gosto de quero mais, suas cenas foram curtas e sem profundidade, uma pena, ainda que um pouco ofuscada, Jacki quem mais brilhou no filme. David O. Russel mais uma vez se garante com um elenco que sabe o que está fazendo.
O filme tratará sobre a vida e seus problemas, mas que em tudo podemos enxergar e aproveitar as coisas boas, mesmo nas piores situações e isso já é entregue só no título do filme “O Lado Bom da Vida”. Um filme com uma temática muito complicada, mas que atinge um perfeito equilíbrio.
O roteiro foi adaptado por David O. Russel baseado no livro “Silver Linings Playbook” publicado por Matthew Quick, com diálogos quase sem interrupções o que dá uma ideia falsa de improvisação dos atores, o que ficou genial. O romance entre os dois personagens Pat e Tiffany é clichê até certo ponto, o personagem de Bradley acredita que consegue vencer a doença com pensamentos positivos e o amor dos pais, simplesmente não colou, o roteiro se mostra em muitas vezes previsível, mas flui bem consegue ir do drama a comédia de forma elegante e bem estruturada.
Indicado em oito categorias do Oscar e só levou na categoria de Melhor Atriz. Um filme que passa uma boa mensagem de superação, com tantos elementos de problemas psicológicos ao esporte, tem sua história muito bem equilibrada, vale a pena assistir. ‘O Lado Bom da Vida’ é irresistivelmente excêntrico.
Os Croods 2: Uma Nova Era
3.5 150 Assista Agora'Os Croods 2: Uma Nova Era' apresenta essencialmente o mesmo conflito que o primeiro filme, entre força bruta e sagacidade, entre medo e conhecimento, os Croods ainda estão procurando um novo lugar para chamar de lar. A família encontra a residência dos Bettermans, onde o filme se passa em sua maior parte do tempo, embora o local seja colorido e criativo, ele carece de todo o escopo e escala da longa jornada de seu antecessor pelos locais da era pré-histórica.
Essa sequência, por outro lado, trouxe animações faciais que já eram expressivas um pouco mais aprimoradas, produzindo alguns dos momentos mais engraçados da comédia física de 'Os Croods 2: Uma Nova Era'. O filme recebeu um notável rebaixamento da trilha sonora original de Alan Silvestri. A trilha sonora foi um dos destaques no primeiro longa, pontuando seus momentos importantes.
Eu acho que ri um pouco mais com 'Os Croods 2: Uma Nova Era' do que no primeiro filme, em grande parte ao seu caráter de desenho animado aprimorado e ao contraste dos Bettermans com as travessuras dos Croods. O filme não parece realmente interessado em fornecer nenhuma outra reação além de risadas leves, mas depois de um ano como este, eu estava perfeitamente feliz em sentar e desfrutar de mais uma hora e meia com essa família maluca.
Nesse sentido, os roteiristas ficam desesperados com uma subtrama excessivamente complicada e fútil, que incentiva Crawford a pisar fundo no acelerador. As crianças pequenas podem rir desse nível de humor estilo violência retroativa. Mais divertidos são as criativas feras pré-históricas, de tubarões terrestres a lobos-aranha de seis olhos e uma tribo de “macacos de soco” que desenvolveu uma linguagem que consiste inteiramente em socos e tapas.
Dizer que um filme ajudava a “passar o tempo” parecia uma maldição com um elogio fraco. Hoje, parece um serviço essencial. 'Os Croods 2: Uma Nova Era' oferece muita cor e muito humor físico que fará a criançada se entreter bastante, mas o seu enredo é fraco.
4 x 100: Correndo por um Sonho
3.1 12Filmes sobre esportes é muito comum no território norte-americano, é uma pena que aqui em nosso país o gênero seja tão escasso e pouco explorado, mas '14×100: Correndo por um Sonho' pode fazer a indústria repensar sobre o assunto.
A narrativa apresenta uma equipe feminina, que carrega a responsabilidade do ouro olímpico, mas que também traz uma narrativa do que é ser mulher no esporte e na sociedade. O roteiro bem construído de LG Bayão, Carlos Cortez e Caroline Fioratti, amplifica a potência de três atos muito bem definidos e traz os assuntos e as críticas de uma maneira muito bem explorada e aprofundada.
O público mais atento perceberá a crítica ao racismo estrutural no Brasil e no esporte, no momento que vemos o mercado publicitário privilegiando Maria Lúcia pelo seu padrão estético, mesmo ela sendo a responsável pela perda do jogos olímpicos do ano anterior, Adriana não teve a mesma "sorte" que sua companheira.
A direção de Tomás Portella é excepcional ao dar voz às personagens, os diálogos são o grande responsável em fazer a narrativa correr de uma maneira muito natural, mas às vezes soam didáticos demais, as atrizes permitem que tudo pareça orgânico, parece que eu estava acompanhando uma cinebiografia. O diretor mescla arte cinema com elementos comerciais da indústria cinematográfica, fugindo bastante do padrão televisivo, que é o certo a fazer.
A fotografia de Pedro Márquez é repleta de detalhes, com cores frias e aposta em cenas imersivas, sufocantes, contemplativas, que representam tanto o luto pela derrota quanto o júbilo pela vitória. '14×100: Correndo por um Sonho' trazia a sensação de realmente estar assistindo a uma competição.
Thalita Carauta é muito conhecida pelo seu trabalho em Zorra Total, sua atuação como Adriana é excelente, profunda e verossímil. Sua dinâmica com a também talentosa Fernanda de Freitas é o que concede emoção à trama. Roberta Alonso, Jaciara e Priscila Steinman completam o elenco de forma contida, mas eficaz. Augusto Madeira traz um tom de leveza ao trazer um de alívio cômico com o seu personagem.
'14×100: Correndo por um Sonho' deixa algumas pontas soltas. Maria Lúcia nutre uma atração por Adriana, mas isso não é profundamente explorado. Apesar de não prejudicar o resultado final, o filme precisa utilizar de muitos efeitos especiais nas cenas do mundial, a computação gráfica fica visualmente estranha e óbvia, mas é necessário evidenciar o excelente trabalho sob a supervisão de Felipe Rio Branco, pois os efeitos eram necessários.
O filme coloca sob os holofotes a representatividade feminina no esporte. '14×100: Correndo por um Sonho' é uma excelente experiência cinematográfica para o cinema nacional dentro da temática esportiva que pouco é explorada. O resultado é uma obra atual, necessária e divertida, que entretém, informa e emociona.
Os Croods
3.7 1,1K Assista Agora"Nunca tenha medo" é o lema da família de homens das cavernas disfuncionais deste filme, mas para um longa-metragem que é ostensivamente sobre o medo do desconhecido, "Os Croods" é familiar demais, se arriscando pouco.
Ao longo do caminho que "Os Croods" percorre, ele também apresenta uma meditação profunda sobre o conflito secular entre força bruta e capacidade intelectual, entre ignorância aterrorizada e pensamento racional. A família não é particularmente inteligente, mas tem sagacidade suficiente para nos manter engajados o suficiente para nos sentirmos inquietos.
Foi difícil de investir nessa animação, pois literalmente não temos ideia de que qual deus ex machina, criatura exótica ou atividade sísmica pode estar esperando na próxima esquina para mudar as probabilidades novamente.
"Os Croods" tem uma mistura estranha entre fantasia e pré-história. Apenas os personagens Eep e Grug tem algum tipo de personalidade comum (nós temos um bebê selvagem, um filho sombrio, uma sogra irritante e uma esposa sem personalidade) e o design de personagem não ajuda em nada, eles são muito feio. Eles podem muito bem ser alienígenas, se você imaginar isso.
O filme opta por ambientar a maior parte dela em um passado inteiramente fantástico. Há uma grande variedade de animais, entre eles felinos gigantes com cores de papagaio, cães com mandíbulas de crocodilo, baleias terrestres, macacos assassinos e ursos com cabeça de coruja dividindo o mundo com plantas maravilhosamente renderizados, mas completamente fabricados, e caracterizado por uma física impossível.
Talvez as crianças mais novas se divirtam o suficiente com as cores fluorescentes, paisagens fantásticas e palhaçadas para não se importar com a falta do tipo de coerência da história e humor mais sofisticado que esperamos da animação de estúdio de grande orçamento. "Os Croods" nos deixa abaixo no essencial do personagem e da história.
Fogaréu
3.4 22'Fogaréu', é um filme brasileiro dirigido por Flávia Neve, ficou em terceiro lugar na mostra Panorama da 72° edição do Festival de Berlim.
O Brasil vive uma crise política histórica nos últimos anos, talvez viva por toda a sua história. Certos atrasos da nossa sociedade que sempre vem átona, mostram que ainda há muito pelo que lutar. Toda a revolta gera um grito que ecoa de várias formas. 'Fogaréu' é um grito revoltante em forma de filme, apesar das suas boas intenções, o filme se escora na sua superficialidade, ao invés de construir narrativas ricas.
'Fogaréu' lança os holofotes para problemáticas tipicamente brasileiras, como exemplo: a escravidão contemporânea, conflitos entre povos originários e fazendeiros, homofobia, do coronelismo político. Os problemas políticos e sociais apresentados no longa, cutucam o público de uma maneira incômoda, mas parece que nós brasileiros nos acostumamos a viver anestesiados aos problemas que nos afligem.
Infelizmente, 'Fogaréu' segue um caminho de superficializar todo o seu potencial, entregando todas as problemáticas levantadas em “momentos de efeito”, feito massivamente em seu segundo ato inclusive. O roteiro tem argumentos e trama mal desenvolvidos, oferecendo um deus ex-machina preguiçoso com diálogos forçadamente expositivos.
O filme poderia ter maneirado na exposição e deixando o trabalho para a atuação, 'Fogaréu' conta com um excelente e competente elenco. Bárbara Colen é capaz de observar duas mulheres exploradas com toda a dor, raiva e compaixão através do olhar. Nena Inoue dá vida a personagem mais cativante do filme, Mocinha, que a leva de vítima a resistente. Estes personagens são fortes, ambíguos, e ganham vida através de atores plenamente capazes de transmitir os dilemas de seus personagens sem verbalizá-los.
'Fogaréu' flerta um pouco com a fantasia. O longa-metragem utiliza o fogo, com um artifício simbólico, ao invés de literal. Toda vez que o filme destaca objetos e metáforas, 'Fogaréu' cresce bastante e se valoriza mais.
Carregado de frases feitas e muito expositivo, 'Fogaréu' da diretora Flávia Neves desperdiça uma boa ideia por não saber que caminho trilhar. O filme é um monte de ideias soltas que não estabelecem uma unidade.
Como Treinar o Seu Dragão 3
4.0 498 Assista Agora'Como Treinar o Seu Dragão 3', um terceiro e presumivelmente capítulo final do escritor e diretor Dean DeBlois, é difícil não engasgar com a perspectiva de uma despedida comovente e igualmente difícil de não desejar que os elementos individuais dispararam de forma tão consistente quanto anunciada.
A animação em si continua impressionante, há uma sequência inicial em que o céu está cheio de dragões é um sinal precoce dos deleites visuais que estão por vir e acaba sendo o destaque do filme.
Com o diretor de fotografia de crack, Roger Deakins, continuando seu papel como consultor visual, o filme derrama sobre as cenas luxuosamente imaginadas de destruição em massa por chamas. Existem também vários interlúdios líricos de voo e uma sequência estendida de um adorável de cortejo entre dragões.
Gosto das sequências sem palavras que 'Como Treinar o Seu Dragão 3' oferece, embora sejam um pouco atenuadas. O alívio cômico entre os colegas de Soluço poderia ter sido mais usado, mas a inteligência verbal nunca foi o ponto forte dessa franquia. 'Como Treinar o Seu Dragão 3' se assemelha a 'Avatar', para melhor ou para pior. A história de amor de um menino e seu dragão se assemelha a um milhão de outras histórias.
Acredito que por um tempo nosso mundo ficará sem os dragões de 'Como Treinar o Seu Dragão', não foi fácil dizer adeus para uma das minhas animações preferidas. 'Como Treinar o Seu Dragão 3' chega em seu último capítulo com uma animação impecável e um excelente senso de humor.
Entre Irmãs
4.2 205 Assista AgoraDepois de 'Gonzaga: De Pai Para Filho', o diretor Breno Silveira retorna ao sertão para contar a história de Lindalva e Emília em 'Entre Irmãs'. O longa se passa na década de 1930 e é uma adaptação do livro 'A Costureira e o Cangaceiro', de Frances de Pontes Peebles.
O primeiro ato apresenta bem os personagens e foi aqui que o filme me prendeu. O bando de Carcará segue tomando vilas e pilhando cadáveres. Luzia os acompanha consentindo com as matanças e por vezes assumindo a liderança ao lado do cangaceiro. Já Emília mais parece uma hóspede no conforto da família patriarcal de Degas. O único elo entre as duas narrativas são os jornais noticiando a costureira ao lado do bando.
Deixar de lado a relação das irmãs depois do primeiro ato, não só desestabilizou a minha conexão pela história, mas abriu uma oportunidade para 'Entre Irmãs' se encher de arcos desnecessários e chatos. As subtramas sobre homossexualidade desse longa-metragem não se encaixam bem na trama, eles não são aprofundados para trazer à tona discussões interessantes.
Nanda Costa e Júlio Machado conseguem segurar a força interpretativa do longa e contam com as melhores cenas do filme. A trilha sonora invade as cenas com sons de percussão e violinos genéricos, que apenas repetem as emoções que vemos na tela.
'Entre Irmãs' não está disposto a abordar a dureza do sertão ou o laço entre as irmãs. O diretor Breno Silveira poderia ter deixado esse filme menos grandioso, o resultado seria bem mais positivo. Enquanto isso, eu e você vamos esperar pelo épico brasileiro, pois 'Entre Irmãs' não chega lá.
Como Treinar o seu Dragão 2
4.1 1,4K Assista AgoraEsta sequência do filme original, que faturou quase meio bilhão de dólares em 2010, contou com a mais avançada tecnologia de animação, um roteiro elaborado que expande ainda mais seu mundo de fantasia, grande quantidade de ação, cenários e um elenco de milhares de dragões.
Um dos pontos fortes de 'Como Treinar o Seu Dragão 2' foi a maneira como ele infundia personalidade nos dragões, não apenas através dos desenhos coloridos e intrincados dos personagens, mas também por torná-los relacionáveis aos animais domésticos. Assista a Banguela, por exemplo, especialmente enquanto ele brinca ao fundo, e você alternadamente verá a brincadeira e a graça sinuosa de um gato, a lealdade dos animais de carga de um cachorro e o poder e a dignidade de um cavalo.
Claramente esses filmes são obra de pessoas que amam animais. Mais importante, porém, indo além da mensagem ecologicamente correta que todo filme infantil precisa ter, 'Como Treinar o Seu Dragão 2' aborda a complexidade do vínculo emocional entre uma pessoa e um animal. Isso é trazido para casa com nuances excepcionais na cena mais poderosa do filme, quando Banguela acidentalmente mata alguém e Soluço luta com sentimentos de raiva e com o reconhecimento de que Banguela, pobre dragão mau, não pode ajudar sua natureza.
Não há como negar a conquista técnica do filme. A atenção minuciosa aos detalhes se estende do design das criaturas e das pessoas, trazendo mais realismo se comparado com o primeiro filme.
'Como Treinar o Seu Dragão 2' tem seu mundo expandido, com uma boa comédia e um bom roteiro, o filme cresce em sua qualidade e proporciona um elevado produto de entretenimento. Eu sou fã de 'Como Treinar o Seu Dragão 2'.
Nosso Amigo Extraordinário
3.5 79 Assista AgoraÉ bom ver um filme de amadurecimento voltado para um público mais velho como esse. No entanto, o filme de Marc Turtletaub não consegue extrair um verdadeiro sentido de seus eventos. Há uma falta de síntese entre o drama do roteiro e os gestos em direção às escapadas intergalácticas que o filme propõe.
O roteiro de Gavin Steckler é surpreendentemente honesto sobre as dificuldades do envelhecimento e suas observações familiares sobre o apoio necessário para "sobreviver" à velhice parecem muito mais frescas por causa do caminho bizarro que essa história percorre para alcançá-los.
Ben Kingsley é fundamental para seu personagem desde o início, sua performance é sustentada por uma rejeição de autopiedade e uma recusa instável em mostrar medo diante da morte. Junto do ator temos a confiável Jane Curtin, cuja Joyce é obcecada por seus dias de glória de "ir para a cidade", e pela MVP de "Licorice Pizza", Harriet Sansom Harris, cuja Sandy está tão desesperada por conexão que imprime panfletos convidando adolescentes locais a irem até sua casa e ouvirem suas histórias.
Felizmente, sempre que Jules está na tela, a estranheza por si só é mais do que suficiente para tornar essa coisa visível. Cruzando perfeitamente a linha entre o fofo e o assustador, o desempenho incômodo de Quon faz mais com um bodysuit de látex e um par de olhos negros frios do que uma fortuna em CGI poderia esperar realizar.
É uma comédia suavemente inofensiva que é elevada por seu manejo de temas melancólicos de envelhecimento, solidão, e uma performance soberba, mas vulnerável, de Kingsley. Este é um filme sentimental e folclórico, com um final um pouco distorcido, mas há muita gentileza e doçura. "Nosso Amigo Extraordinário" é sobre redescobrir a humanidade por meio de uma conexão emocional sobrenatural, mas a relação entre o trio central e o próprio Jules, o E.T., nunca parece particularmente ressonante.
Como Treinar o seu Dragão
4.2 2,4K Assista AgoraAdaptado do livro de Cressida Cowell, com o roteiro de Will Davies e dos diretores Dean DeBlois e Chris Sanders, "Como Treinar o Seu Dragão" traz o estereótipo dos vikings com chifres, caras carrancudas e de jeito bruto, mas possui uma grandiosidade visual arrebatadora e uma mensagem forte.
Para mim a maior desvantagem é seu enredo "Zero to Hero" (zero a herói), onde o personagem-título é um desajustado que, depois de acidentalmente causar estragos, precisa passar por treinamento para atingir seu verdadeiro potencial. O resultado de "Como Treinar o Seu Dragão" é uma conclusão antecipada e bastante previsível.
O que faz a animação ser acima da média é sua mensagem sobre tolerância, que envia às crianças uma mensagem positiva sobre os perigos do medo, do preconceito e da violência. É difícil realmente derrubar um filme infantil que tenta fazer algo mais do que a habitual enxurrada de piadas de peido e números musicais.
"Como Treinar o Seu Dragão" também é um pouco mais sério do que os filmes da DreamWorks, oferecendo mais ação e dedicando muito tempo a batalhas aéreas entre dragões domados e malignos.
Essa animação da DreamWorks é um filme doce, brilhante, bonito e cheio de ação. Todos os esforços em entregar algo diferente foi ambicioso e deu certo, porém "Como Treinar o Seu Dragão" entrega uma história previsível e muito presa aos moldes padrões de enredo.
Pai em Dobro
3.0 130 Assista Agora'Pai em Dobro' lembra um outro filme com uma premissa bem parecida, o famoso musical 'Mamma Mia'. O filme poderia ter trabalhado melhor os empecilhos da trama, mas 'Pai em Dobro' não entrega reviravoltas de um jeito carismático.
Revelações, encontros e brigas vão e vêm e são resolvidos facilmente. 'Pai em Dobro' não é uma obra-prima e seu foco é o público infantil. A história é leve, esperançosa, super alegre e sem conflitos. O filme não se preocupa em ser coerente, a galera do "cumpriu sua proposta" não terá do que reclamar, para mim, o filme não é bom. Tudo é fácil e corrido, não há conflito ou um antagonista na trama.
O entusiasmo e carisma de Maisa acaba sustentando diversas cenas, é visível que ela está se divertindo. Sua personagem se entrega com muita facilidade nas situações, criando laços fáceis com todos os personagens que encontra, o exagero da alegria de sua personagem deixa ela boba demais.
O trabalho dos demais atores são ok, por mais rasos que suas tramas sejam. Com a Maísa ocupando o maior espaço de tela, os personagens secundários são subdesenvolvidos e precisam ser limitados em clichês de suas personalidades, não dá espaço para que os personagens coadjuvantes sejam aprofundados.
Há um Rio de Janeiro cheio de cores, com um ritmo de Carnaval e um clima de um Brasil cativante embalado em uma trilha sonora recheada com sucessos de Melim, Anavitória e Rubel. O estilo novelesco das cenas e da trama não favorecem essa produção, nada soa natural deixando o telespectador fora do filme. Os diálogos são bem pobres.
Há um brilho genuíno no escuro em o 'Pai em Dobro' e há uma mensagem fofa sobre família e amizade, mas o filme é muito previsível, deixando-o totalmente sem graça. Sem trama, sem desenvolvimento, conflitos e boas atuações, o filme é um ótimo produto colorido e cheio de esperança na Netflix para as crianças, mas não é um bom filme.
Os 7 de Chicago
4.0 581 Assista AgoraDepois de 13 anos em desenvolvimento, a abordagem de Aaron Sorkin em um julgamento de programa americano em 1969 surge em um momento de terrível relevância. Longe de ser um drama histórico, o uivo estrelado de Sorkin contra a injustiça parece um boletim de notícias particularmente eloquente.
Seu segundo longa-metragem poderoso e oportuno como roteirista e diretor, 'Os 7 de Chicago' mostra Sorkin em seu lugar doce, enterrando-se com curiosidade aguda, indignação apaixonada e oratória suculenta no infame circo do tribunal.
O filme não apresenta um estilo visual particularmente chamativo, mas talvez seja o melhor, pois permite que os espectadores se concentrem apenas nas dificuldades dos personagens e em suas interações, sem se distrair. O cinema de Sorkin nunca chama a atenção para si mesmo, ele deixa seu diálogo e os temas falarem.
O roteiro de Sorkin atinge os nervos em carne viva com seus insights sobre como os Panteras foram explorados no julgamento, colocando um homem negro entre os réus para assustar o júri. O diálogo caracteristicamente animado de Sorkin, voa para longe enquanto os atores lutam verbalmente entre si, tornando mais fácil para os espectadores serem atraídos para a narrativa.
Enquanto alguns personagens de 'Os 7 de Chicago' têm papéis mais elaborados do que outros, Sorkin faz um bom trabalho para dar a cada ator uma oportunidade de brilhar, dando efetivamente ao público uma ideia de quem cada pessoa é como um indivíduo. Cada personagem do filme tem suas características únicas que os fazem se destacar, tornando-os personagens completos.
O longa traz a melhor atuação de Baron Cohen, ele faz uma atuação excelente com Jerry Rubin de Strong, a dupla ainda é responsável pelo humor do filme. Redmayne é perfeitamente agradável e enfadonho como Hayden, e Mateen faz um Seale atraente e carismático. Você vai querer que todos eles tenham mais tempo na tela, ou que ganhassem uma minissérie de suas histórias.
Sorkin fez um filme cativante, esclarecedor e incisivo, tão erudito quanto seu melhor trabalho e sempre baseado principalmente na história e no personagem. Apesar do drama e do tema político, o filme tem boas doses de humor, deixando a experiência agradável. Um veterano do gênero drama de tribunal, Sorkin se sente em casa com esse material politicamente carregado, encontrando o equilíbrio adequado entre puro entretenimento e a seriedade do assunto.
Aniquilação
3.4 1,6K Assista Agora'Aniquilação' é um filme baseado no livro de mesmo nome escrito por Jeff VanderMeer. 'Aniquilação' tem uma história de vida muito interessante. Produzido com orçamento de 40 milhões de dólares aproximadamente, sua produção concluída há mais de dois anos, a Paramount não arriscou lançar o filme nos cinemas, o motivo? Ela achou o filme "intelectual" e "complicado" demais. Pois bem, com os direitos vendidos para a Netflix, 'Aniquilação' entra para o catálogo, como o melhor filme da Netflix até agora.
Tudo bem que o estúdio tem seus motivos, afinal ele foi massacrado pelo "complicado" e "intelectual" demais filme "Mãe!". Afinal, não podemos esquecer que os estúdios cinematográficos precisam de dinheiro para se manter, hoje mais do que nunca, eles vivem do faturamento da bilheteria de seus filmes. Refletindo sobre esse contexto, é triste que as salas de cinema tenham se tornado algo tão limitado em inteligência.
'Aniquilação' bebe da fonte "dos adolescentes curiosos em busca de perigo do desconhecido", mas se engana você que acha que este filme se torna algo genérico, ele está bem longe disso. Aqui os personagens são inteligentes, que agem de forma inteligente, isso já é prova de que ele não é genérico, já que normalmente, filmes de terror são formados por pessoas extremamente burras. Está aí mais um diferencial de 'Aniquilação' ele é incomum e refrescante.
O filme é inteligente, mas ele não sacrifica sua inteligência para mostrar seu suspense. E 'Aniquilação' ganha mais um ponto positivo por isso, ele é bem construído e desprovido de exposições desnecessárias. Há uma cena específica com um urso, que para mim, foi uma das melhores cenas de suspense que já vi na vida, ou pelo menos vai entrar para o meu top 10!
'Aniquilação' é um filme de mulheres em missão, e nisso, o filme trouxe um frescor também, já que não é tão comum os filmes (acredito que de qualquer gênero) tragam mulheres na liderança, no filme essas mulheres brilham e brilham muito e o principal, elas conseguem sustentar a trama. Não escrevo isso duvidando da capacidade feminina de liderar um filme, longe disso, mas esse filme tem uma boa importância na quebra de tabus.
Sobre mulheres fortes e fantásticas, primeiro começo citando as personagens que este filme trouxe. Elas são conturbadas e cheias de traumas em um grau ou outro e é por isso, que todas concordam em entrar, no que muitos pensam, ser outra missão suicida. O grande trunfo deste filme, talvez, pode ser atribuído ao fato destes personagens serem muito humanos. Elas não tem super forças para lutar com monstros no pântano, elas não tem coragem o suficiente para enfrentar o medo da noite, elas têm fraquezas, elas são assim como qualquer outra pessoa que você encontrar na rua.
E em segundo, o brilhante elenco. É difícil falar sobre o elenco já que todas estão incrivelmente perfeitas. Natalie Portman é feroz e forte com sua personagem dentro da "Área X", mas também mostra seu lado doce e sexy com o seu marido em flashback do casal. Leight é outra perfeita, vivendo uma psicóloga secreta e difícil de ler. Enfim, o filme também é um show de atuação, além de tudo.
'Aniquilação' transita entre os gêneros e influências. Se os primeiros momentos do filme evocam lembranças de ficção científica, assim que os personagens se aventuram dentro da "Área X", o filme anda pelo suspense e o horror. Não é um filme de terror como tal, mas Alex Garland aumenta a tensão enquanto o grupo se aventura mais perto de seu objetivo, é tudo orquestrado, os gêneros são na medida certa. Alex Garland não fez um filme sobre um tipo de gênero, mas utilizou de gêneros cinematográficos para recontar uma história, isso foi inteligente.
Dentro da "Área X" encontramos bestas mutantes vagando pelos pântanos, restos humanos retorcidos se escondem nas sombras e a confiança dos membros do esquadrão é esticada até seus limites. Nada disso é transmitido com sombra e escuridão, muito pelo contrário, dentro da bolha, o mundo é fantasioso e colorido, trazendo uma atmosfera, até certo ponto, mágica. O mundo dentro da zona contaminada é alternadamente horripilante e belo, aqui podemos dar outro ponto positivo para o filme ao desconstruir o horror.
Os efeitos especiais são sutis, em alguns momentos eles impactam com suas doses de horror e suspense, e outros momentos os efeitos são poéticos e bonitos, principalmente dentro da "Área X" onde o mundo tem uma atmosfera mística e mágica, os efeitos especiais de 'Aniquilação' também são usados de forma inteligente, na dosagem certa e pelo objetivo certo.
A trilha sonora, assim como os efeitos especiais, somaram com o filme. Ela sabe criar o suspense e trazer o místico em sua melodia. A trilha sabe conduzir o momento para onde ele deve ir, consegue prender e reforçar a intensidade do momento. Ao ouvir as faixas do CD, é possível perceber a típica sonoridade do suspense, com aqueles elementos de filmes épicos ou até mesmo fantasiosos. A música também brincou com os gêneros musicais do horror, suspense e magia, assim como o próprio 'Aniquilação'.
Todo lado científico do filme é explicado com muita simplicidade e objetividade, nada de diálogos "super nerd" da qual não entendemos nada. A ficção científica é tratada sem chatice. Alex Garland criou um filme que aborda questões tão pesadas e sensíveis quanto a depressão, a tristeza e a propensão humana à autodestruição. O filme é completo, muito interessante e uma ficção científica poética.
Se você gosta de cinema como algo para seu entretenimento e divertimento, continue assim... Mas desafio você a ser mais inteligente. Lembre-se de que o cinema é arte, não o consuma somente como algo comercial, mas também como arte. 'Aniquilação' foi um filme que não estreou nos cinemas por ser "intelectual" demais, isso é algo preocupante. Permitam seus cérebros descansarem, mas jamais deixem de usá-lo!
'Aniquilação' é um filme inteligente que faz grandes perguntas e se recusa a fornecer respostas fáceis, o longa deve ser assistido de mente aberta. O cineasta Alex Garland é engenhoso e cria um mundo único com temas sobre moléculas, psicologia, metafísico e algo celestial. A mistura do filme 'Aniquilação' é deslumbrante e desorientadora.
Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos
2.4 27 Assista AgoraE temos mais uma história de origem em 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos'. O longa traz uma história “amigável para a família” de como Peter Pan e Alice surgiram. A roteirista Marissa Kate Goodhill torna Peter e Alice irmãos e os joga em uma família biracial cheia de todos os tipos de problemas horríveis de adultos. Enquanto seus pais, Jack (David Oyelowo) e Rose (Angelina Jolie) lidam com vícios, problemas de dinheiro e a morte de um filho, Peter e Alice escapam para um mundo de fantasia horrivelmente caprichoso e cheio de elementos familiares de seus respectivos contos.
'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' traz uma Inglaterra vitoriana fictícia revisionista muito bem vinda, mas infelizmente, o filme tropeça em seu caminho para a terra da fantasia. O longa também é recheado de referências em forma de Easter Eggs durante sua projeção, os elementos famosos das histórias de Alice e Peter são jogados na tela, é quase que uma brincadeira de adivinhação, é claro que tudo é muito óbvio, mas divertido.
O filme meio que cria um “mito de origem” de realidade alternativa para Peter Pan e Alice Liddell, imaginando-os como irmãos, tomados de tristeza quando um terceiro irmão morre. Surpreendentemente, o enredo à medida que se desenrola não combina com as histórias fictícias bem estabelecidas de Peter e Alice e nem com as situações do mundo real de como os autores criaram seus personagens lendários.
Os efeitos especiais aparecem de repente, visualizando a imaginação das crianças e dando a entender que o público pode visitar um mundo de fantasia, mas a viagem nunca acontece. Por quase 80 dos 94 minutos de duração do filme, a roteirista Marissa Kate Goodhill está ocupada demais estabelecendo o entediante "mundo real" em que essas duas crianças foram criadas, até que o público inevitavelmente percebe que o filme não tem intenção de nos levar a outro lugar.
O final é melancólico, até mesmo mágico, pode ser lido como terrível, lamentável, sombrio, embora você queira dizer "o oposto de maravilhoso e feliz". Ainda assim, a música, as performances e os efeitos visuais insistem que isso é adorável. 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' pretende ser uma exposição amargamente irônica da desintegração de uma família? Pode ser.
Não sei o que 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' deve ser, que lições está transmitindo ou para quem foi feito. As crianças não se interessaram pelas imagens do retrocesso e os adultos acharão suas representações de vício, luto e violência superficiais, prolongadas e não recomendadas para os pequenos. Em sua estreia em live-action, a diretora Brenda Chapman falha miseravelmente em integrar o horror e a fantasia.