Meu texto/crítica sobre o filme Lolita(1997), vulgo um dos filmes mais frustrantes e terríveis que já vi na vida. Antes de começar essa minha crítica, saibam que sim, eu sei que a intenção desse filme é mostrar o ponto de vista deturpado na mente de um pedófilo(sim, se você ainda não entendeu o filme, o personagem do Jeremy é sim pedófilo). E todo o senso de fábula criado a partir do ponto de vista dele ser romantizado e blablablá; meu problema com esse filme não é ele ser considerado controverso e ''ousado'', e sim por ter sido muito, mas muito mal executado. De uma maneira porca eu diria. Já que temos muitos exemplos de filmes provocativos, controversos e ainda serem bons, como O Porteiro da Noite, por exemplo. Mas vamos ao que interessa. O filme se inicia logo no meio de uma situação que sabemos que será futura no enrendo(um flashfoward), também utilizado na primeira versão do longa, de 1962. Nesse é diferente pois temos a inserção de uma subtrama do passado de nosso protagonista totalmente desnecessária, boba e, novamente, desnecessariamente expositiva em sua montagem e narração em off. Uma narração em off porca, que só subestima a inteligência do público, que por algum motivo imbecil da cabeça do roteirista e diretor, ninguém deduziria que esse trauma passado pelo protagonista na infância não iria se refletir no comportamento que veríamos a seguir na trama. Mas ok, vamos em frente. O primeiro plano em que nos apresenta nossa co-protagonista é totalmente exacerbada e sexualizante ao extremo em relação a primeira versão de 62. A interação dos personagens não é nada fluída e ''comprável''. O senso de fábula e romantismo que o diretor implica a partir daí é muito plástico e artificial. Os diálogos são terríveis, e a fotografia, que consiste em se manter num senso de fábula e romantismo até o fim, só nos brinda com sequências horrendas e risíveis, em ideias e tom narrativos. Tudo parece ser parte de uma comédia que não aceita seu absurdismo. Esse filme seria ao menos mediano se eu conseguisse o enxergar como um filme de humor negro. Mas é impossível. Mas depois da despedida de Dolores, a frustração do protagonista, o reencontro de ambos temos o seguimento do segundo ato, onde nosso protagonista esconde o fato da morte da mãe de Dolores(mas esse segredo que ele esconde de forma nenhuma tem peso na narrativa, é um fato que deveria ter tamanha importância e crescimento quando viesse á tona, e não acontece em momento algum, diferente de como foi implantado na versão de 62); depois de tudo isso temos uma cena que quero destacar aqui que é uma das piores que eu já vi em minha vida. Tanto na quebra de ritmo que ela tenta fazer(que é falha), quanto na forma em como foi feita. Nos é apresentado de forma nebulosa um personagem, o que nos mostraria ser 'rival' do personagem de Jeremy, o qual Dolores aparentemente se apaixona(?). E o diálogo que o protagonista trava com ele ao conhecê-lo, é realmente uma das piores coisas que já vi num filme. Os planos e a cena tenta criar um aspecto Noir misturado com horror(?), com seguimentos como uma mariposa morrendo eletrocutada e um trovão estrondante a cima do hotel, mas que é bizarramente horrível. A cena é idiota e não funciona de jeito algum. Como se já não fosse coisas pra me deixar ''emputecido'' com esse filme, a construção contínua da relação do protagonista com Dolores melhora e parece mais fluída em seu texto nesse segundo ato, mas mata a boa moral de quem assiste(e tenha assistido o filme de 62) quando nos apresenta uma cena de sexo oral da menina com o senhor.... Logo após vemos as tentativas do protagonista de esconder a morte da mãe de Dolores se tornando falhas, fazendo o mesmo confessar o fato para ela. A cena toda dessa descoberta é muito bem executada aqui, com trackings shots lentos dos personagens tendo sentimentos minimalistas. Mas, como não era de se esperar, o filme estraga toda esperança de que aquele filme poderia melhorar(mesmo estando na metade já). Temos um súbito corte para uma cena onde ambos estão bem, alegres e brincalhões numa outra viagem de carro. Uma ruptura dramática terrível e nenhum pouco coesa, narrativamente falando. As cenas de dramatização do segundo pro terceiro ato(todas) são risíveis e toscas, se tornando um pornochanchada horrendo. Até os atores parecem ter entrado num piloto automático que nos dá até dó, uma dó dolorosa pra caralho. E a dramatização exagerada e sem coerência só aumenta. Detalhes da nova 'fuga' de Dolores, e o como isso está abalando nosso protagonista é horrenda e mal-feita. É realmente muito pornochanchada o final do segundo e o terceiro ato. E o final, que não vou dar spoiler, tenta se manter na essência de clímax e texto, em relação ao filme anterior(coisa que funcionava). Aqui, nem um desfecho bom temos. No fim, temos a pior comédia num filme que nem se aceita como comédia, revestido de pornochanchada, com atuações medianíssimas, um roteiro chulo, e uma direção preguiçosa.
Agora vai ser meu texto analisando algumas coisinhas do filme 'A Forma da Água' para provar, pra quem não percebeu ainda ou não aceitou, o quão redondo e genial ele é[e explicar também o por que do nome do filme]. Let's bora [Vai ter SPOILERS]; Além desse filme ter ganhado o Oscar por alguns requisitos já meio batidos(quando esperam de um filme indicado ao Oscar), como: ser um filme de época, ter referências o tempo todo a estrelas de Hollywood dos anos 50 e 60, ter queridinhos atuais da crítica, uma metáfora forte e uma cena musical maravilhosa; é bom sabermos que ele não é apenas essas apontamentos que fiz, e sim muito mais. Tudo nesse filme foi muito bem pensado de forma coesa e para dar um senso de fábula. A fotografia, trilha sonora, paleta de cores, direção de arte, narrativa, direção, roteiro e personagens. E personagens tenha sido, pra mim, o destaque mais incrível que pouca gente deve ter pego todas as nuances de verdade. Temos uma protagonista muda se apaixonando por uma criatura marinha que também não se comunica por palavras, temos o vilão de Michael Shannon que é incrível, temos o personagem de Richard Jenkins que sempre escondeu sua sexualidade que era tão abominada e facilmente alvo de preconceitos, e o personagem da Octavia Spender, que apesar de parecer a mais bem resolvida em termos de relacionamento, temos um seguimento no terceiro ato que nos dá uma amostra do quão 'encostado' é seu marido de fato. O filme, apesar de estar tendo uma visibilidade gigantesca(nem só pelo ganho do Oscar), ele é um filme corajoso na forma do como e do quê abordou em sua protagonista. Ter uma súbita cena de masturbação da protagonista no início do filme é uma abordagem de certa forma corajosa demais, mesmo que essa construção toda do papel da sexualidade em forma de fantasia, isso tinha grandes chances de ficar desconexo, desnecessário ou até absurdo, mesmo em meio ao mito que o filme iria estabelecer. Mas tudo, desde os pequenos detalhes é tão perfeito que a gente compra facilmente a ideia e mergulha no estudo maravilhoso da personagem. As cores frias e não tão vibrantes assim dos papeis de parede e dos tapetes da casa nos dá um senso de sentimento total da personagem, que transita entre tentar ser feliz ou se sentir mais solitária. Vemos, só pelo olhar e atuação maravilhosa de Sally Hawkins, o quão ela ainda sonha com um destino melhor. Pelo carinho que ela dá a quem dá atenção a ela, a maneira como ela devaneia em seus pensamentos, quando ela come, quando ela assiste TV. Há um recheio incrível de riquezas de nuances. E como citei agora há pouco, todos os personagens coadjuvantes apesar de parecerem completos com a vida, são incompletos. E o vilão do filme, interpretado por Michael Shannon, nos mostra isso em uma cena de sexo até meio agressiva com a esposa, onde constantemente ele pede para que ela não fale uma palavra, denotando o desejo(apesar do desprezo) pela personagem principal, que é muda. Contorno o fato mais uma vez(mesmo que todos já devem ter percebido) da principal ser muda e a criatura não falar, necessitando de uma harmonia visual e de ações do personagem mais íntima e romântica. Pois o amor não há idioma, o idioma é o se conhecer, conhecer o próximo. Coisa que o casal sempre fazia quando se encontravam. Além da cena onírica dela começando a falar e cantando, que é sensacional! Constantemente no longa vemos cenas da criatura ou passando mal, ou por instantes parecendo ter perdido a 'conexão', a sintonia que o casal tinha em meio a toda jornada de desprezo e ódio la fora daquele fato ter chegado até ali: a criatura ser sequestrada/aquele romance estar acontecendo. Coisa que a sociedade sempre fez e continua até hoje, represando suas formas de amor por uma concepção tão limitada e barata de verem um dos apaixonados(ou o casal) como criaturas. Ainda mais na época que o filme se passa, o contorno dessa metáfora fica ainda mais forte em meio a todos os elementos que já citei no texto, uma alusão a: relacionamentos gays, interraciais, por serem de nacionalidades diferentes, culturas diferentes, idades diferentes. E tem um fato que é facilmente entendível apenas na cena final, onde aquelas 3 marcas de possivelmente um arranhado no pescoço da protagonista se transforma em guelras de peixe, para que finalmente ela possa viver num mundo apenas com seu amado. Marcas essas mostradas no início do filme, não nos é mostrado um porquê ou uma história do motivo daquilo existir, assim como não é necessário para a sexualidade. E por falar no desfecho, temos ai um dos desfechos do único filme do Oscar que chorei de verdade. Por ser uma cena maravilhosamente bem feita, linda, poética e que me fez perceber só ali essa interpretação incrível do título do filme. Que, assim como a água, o amor não possui forma. Ela simplesmente se adéqua ao 'recipiente' que a tem.
[Um texto que fiz da duologia Norikos Dinner Table e Suicide Club, que postei no meu face]~HAVERÁ ALGUNS SPOILERS: E é com essa inspiração que lá vai mais uma análise. Dessa vez de ''Suicide Club''(2001) e sua continuação: ''A Mesa de Jantar de Noriko''(2005). É uma duologia que não importa muito com qual você irá começar, pois um completa o outro. Mas o A Mesa de Jantar de Noriko mostra acontecimentos externos anteriores aos de Suicide Club. Mas vamos começar pelo primeiro lançado, que também tem um pé maior no ''surrealismo'' onírico do Sion Sono. [Haverá alguns spoilers, mas que não estraga a imersão] >>>>>Suicide Club(2001): O Filme se inicia com o suicídio em massa de 54 garotas numa estação de metrô. Todas do mesmo colégio. Mesmo com dezenas de testemunhas desse fato, uma investigação policial se inicia quando inúmeros suicídios e tentativas do mesmo ocorrem por todo Japão, e todos parecem haver uma conexão. Seria uma maldição? O Apocalipse? Uma doença? Ou um clube de suicidas? Mas se todo clube tem um líder, como haveria um num grupo de suicidas? Todas essas perguntas levantadas pelo interesse e curiosidade que se cria do telespectador, junto com as cenas e diálogos bizarros, se tornam cada vez mais complexas quando uma ''pista'' dessa investigação dos policiais é apenas uma espécie de ''corda'' feita de de pedaços de pele de algumas dessas suicidas. A fotografia acinzentada e nebulosa nos momentos tensos e assustadores do filme, às vezes transita abruptamente para pequenas participações de tons amarelados, avermelhados e esbranquiçados intensamente para denotar o pouco de esperança que existe, mas está morrendo por todo país após toda essa onda de suicídios bizarros e sem motivos. Não há muitas cenas violentas e sanguinárias, mas as poucas que tem dá um baque em qualquer um imerso na narrativa. Há algumas cenas mostrando um grupo pop(fictício, criada pelo roteiro)de algumas adolescentes, aparentemente meigas, com letras inocentes e banais. Há quem aceite a teoria de que, de alguma forma sobrenatural, a música dessas pequenas cantoras é o estopim para os ouvintes da banda cometerem o suicídio. Não acredito muito nessa teoria devido aos conceitos mais elaborados da continuação, mas as aparições dessa banda são em momentos pontuais e bizarros. O que deixa ainda em aberto a teoria pra quem quiser aceitá-la. E destaque pra inserção de um grupo Punk no começo do terceiro ato do filme, que é simplesmente GENIAL! Agora vamos para a continuação, que é uma trama muito local, mas que expande os conceitos complexos e o universo estabelecido até então pelo Sion Sono.
>>>>>A Mesa de Jantar de Noriko(2005): Como disse anteriormente, esse filme mostra acontecimentos anteriores, durante e após o início do Suicide Club. Nesse acompanhamos a vida angustiante e monótona da vida de Noriko, uma recruta do clube dos suicidas do filme anterior, mas que por um acontecimento alternativo, acabou não pulando na frente do metrô junto com as outras 54 meninas. E esse filme pra mim consegue ser o cerne de tudo, mesmo sendo uma continuação. Ele amarra pontos que ficaram fora da curva do filme anterior, mas sem quebrar a magia de nos espantar com diferente, inusitado e sem tirar o pé do chão. Acompanhamos não só a vida de Noriko, mas também de sua irmã e de seu pai, se propondo tratar dos questionamentos comuns do que pode nos levar a felicidade e a incomunicabilidade da modernidade. Há pinceladas mais dramáticas e reflexivas nesta obra. Após esse desvio da escolha de Noriko a não participar do suicídio na estação de metrô, o roteiro nos joga numa situação que parece ser pior e mais dolorosa do que é a morte: viver uma vida falsificada(literalmente). Uma garota denominada 'Midnight', supostamente membra do clube dos suicidas, propõe que Noriko vá morar um tempo com os país dela, como uma irmã. Noriko, sem exitar muito, aceita a oferta que parecia tentadora e melhor. Já que sua mãe não parecia ter um pingo de felicidade e orgulho dela e sua irmã. E seu pai só se importava com o trabalho e não dava atenção alguma á família. Era uma família desestruturada demais aos olhos de Noriko. Ao viver com os familiares da 'Midnight', ela se vê posta num grupo com qual se identificava, que a aceitava e a compreendia. Mas mais importante: com quem ela se sentia amada de verdade, e não uma estrutura falsificada que era onde morava. Mas tudo isso caí por terra após Midnight dizer que faz parte de um grupo de pessoas que possuem dois destinos: uma era um final terrível sem volta e o outro era alugar familiares. Pois só assim, Midnight também se sentiria confortável de estar viva e saber que poderia estar sendo amada(mesmo que de ''maneira comprada''). Noriko emergida naquela vida que Midnight a arrastou, se entrega a todas as ideias desse clube enigmático que Midnight fazia parte. Depois disso temos um dos arcos mais dolorosos e o cerne da história, a angustiante procura do pai de Noriko pela filha, que sumiu sem rastros algum. A angústia e desespero toma parte de sua mente, fazendo-o ler e enxergar a vida que levava: uma vida vazia, compromissada apenas em sua profissão e sem dar alguma atenção á sua esposa e filhas. Tem uma cena em particular que é uma bad fodida: quando ele revê umas fotos que eles tiraram numa viagem de última hora quando estava de férias de seu trabalho, e um quadro que sua esposa fez logo após. Nas fotos, que em sua memória parecia ter sido registros de momentos maravilhosos e felizes, suas filhas não possuíam sorriso algum em seus rostos. Já no quadro, metáfora interna á toda mentira que Noriko tivera que viver, todos os membros da família estavam felizes. O que era mentira, e isso doeu no pai da família ao perceber. Após toda a busca incessante do pai pela Noriko, ele acaba descobrindo esse grupo de pessoas que fazem suas escolhas de vidas falsas ou do destino único e final. A cena é tensa demais, diálogos pesados e um senso de urgência a esvaziar todos os sentimentos ancorados pelos personagens durante esse tempo e a busca secreta dos personagens em quererem ser aceitos e amados ás suas maneiras, mesmo que de maneiras egoístas. E o final é maravilhosamente poético, com tons de surrealismo alegórico a tudo que se foi construído até em uma cena específica antes dos segundos finais(como em Ata-me, do Almódovar; e Elle, de Paul Verhoeven). Filosófico, denso, poético, conceitual e catártico!! ''"Todos querem ser champanhe, ninguém quer ser copo. Todos querem ser a flor, ninguém quer ser o vaso. [...] Serei superior. Um coelho, uma suicida, uma assassina, o mal, água transbordando do copo. Serei aquilo que mais ninguém quer ser. Estou farta dos contornos sem vergonha das pessoas que procuram a felicidade. Não querem ser coelhos. Só querem comê-los. Não existe selva assim."'
vc ve q o mundo anda bizarro quando as próprias mulheres de grupos e subgrupos andam começando a se odiar agora pela greta gerwig ter falado q woody allen influenciou mt o trampo dela. Sendo q:'' mdssss,comooo?? Uma mulher independente diretora lacradora falar q os filmes de um cara velho pedofilo(pq velho na cabeça delas é ofensa tbm) influenciar a carreira dessa mulheeeer??''
ao ver pela ótica que o filme carrega, se possível ''transitar'' no mundo após falecer, o desejo por alguma coisa(ou coisas) é a única coisa que nos mantem seguindo em frente enquanto vivos(tanto no conotativo quanto para frente mesmo no tempo,artificio que o filme brinca no segundo ato). A aceitação de que podemos não existir ali mais, não é uma dor, é uma libertação
Texto + pequena análise sobre o filme: Ninfomaníaca[apenas a parte 1]. Haverá alguns spoilers, mas não tantos. Lars Von Trier possuí um conjunto de obras-primas: Melancholia, Anticristo, Dogville, Ondas do Destino, Manderlay, Dançando no Escuro, Os Idiotas, Elemento de um Crime; e, talvez o mais polêmico, Ninfomaníaca, que também não deve ser esquecido. Talvez essa polêmica toda que citei agora há pouco seja por simplesmente ignorância pura. Ao escutar que os ''destaques'' do filme(que caem fácil na boca do povo)são cenas de sexos meio chocantes por serem quase explícitas, as mesmas já a julgam como simplesmente uma obra ''pornográfica''. O que é no mínimo ridículo, sendo que o maior destaque pra mim aqui tem que ser os diálogos que são geniais. Mas se toda arte precisa de uma realidade e da vida que influencie na construção de uma obra, por quê o sexo(que também faz parte da vida) é tão julgado ao ser usado como artifício pra se contar uma história?? Mas ok, vamos lá para o que interessa. Ao contrário do que o senso comum em volta pode achar, Ninfomaníaca é uma obra pesada, densa, com inúmeras alegorias e simbolismos a outras formas de arte(quadros, música, literatura, esculturas,etc), matemática, história e até mesmo religiões(Lars Von Trier tem um senso ácido para criticar o cristianismo, e todos argumentos dele são válidos). A trama nos segue com a história de Joe, uma mulher que é encontrada toda machucada num beco por Seligman. O senhor ao querer ajudar, leva a mulher pra sua casa num quarto de hóspedes, onde, após cuidar dos ferimentos e lhe oferecer água e comida, Joe resolve contar boa parte da sua vida até aquele momento que fora encontrada machucada, assim Seligman a entenderia. A partir daí conferimos segmentos da vida de Joe, desde quando criança, na adolescência, até chegarmos na adulta em que é, nos mostrando a ascensão de sua descoberta sexual e declínio social e pessoal que a consome. Joe revela a Seligman que sempre se achou uma pecadora por descobrir os prazeres carnais desde que era apenas uma criança. O conceito de pecado, cujo o cristianismo mais se utilizou e estilizou, sempre sufocou e reprimiu os desejos de Joe. O que não foi muito diferente durante toda a história da humanidade contra as mulheres, e até mesmo hoje em dia. E esse tipo de crítica é especialmente recorrente em outras obras do diretor também, como em Melancholia e Anticristo. Joe numa segunda história a Seligman conta que, quando já adolescente, fazia apostas com uma amiga de quem conseguia ter mais relações sexuais dentro de um trem. Parece absurdo, insurgente ridículo, mas segurem essa informação aí. Todas as cenas segue num ritmo dinâmico e com uma trilha sonora que toma conta de todo o clímax e intencionalidade das garotas. Até que no fim dessa história, Joe nos conta que o fim da aposta era dela conseguir fazer sexo com um homem casado no último vagão, que sempre resistia as tentativas de Joe. Até que vemos praticamente a Joe estuprando o senhor, que é muito bizarro a cena. A narrativa das histórias do passado de Joe continuam, e é revelado até mesmo que fez parte de um ''culto'' de mulheres que tinham um objetivo principal de acabar com a ideia e princípio social do amor fixo. Elas também se encontravam para partilhar suas histórias, como uma espécie de AA. O fato seguinte que foi o estopim pra vida de Joe ter sido aterradora dai pra frente. Na entrada de seu primeiro emprego, ela logo se apaixona pelo seu chefe, e isso afetou imensamente sua vida e até mesmo sua saúde a partir daí. Vemos então o começo da entrada das consequências desse vício sexual que ela tinha, e isso afetava-a como um vício em drogas, em cigarros, bebidas,etc. Tudo aquilo a entristecia, e angustiava-a muito saber que seu vício era aquém a ideia de estar num relacionamento com uma pessoa apenas. Ela sentia o peso das possíveis ''críticas'' que poderiam ser ouvidas futuramente a respeito dela. ''A puta'', ''promíscua'', etc. Logo em seguida vemos uma das cenas mais marcantes e tensas do primeiro filme, um encontro de família onde vemos uma BRILHANTE E SIMPLESMENTE GENIAL atuação da atriz Uma Thurman como a mãe de Joe, que ao descobrir dessa vida às escuras da filha e também da traição por parte de seu marido, começa-a menosprezar e brigar com ambos durante o jantar, enquanto põe á mesa também todas as vezes e vidas em que sua filha pode ter destruído. E é uma cena teatral e perfeita, com um show de atuação da Uma Thurman e Stacy Martin(a Joe adolescente). E já perto do fim do terceiro ato do filme tem uma cena que me fez chorar(e muito), e é o que resume a ideia cerne que comentei nesse texto. Que é quando vemos o pai da Joe(que é nos apresentado como o único personagem que a amava de verdade, mesmo que com um amor paterno apenas) estando em um estado crítico de saúde, e Joe ao não saber lidar com a possível perda do pai, resolve se deslocar daquela realidade. Assim como um alcoólatra, um viciado em drogas... E essa cena é muito, mas muito pesada, crua e triste. E há uma frase muito incrível também perto do final, que é num reencontro não-planejado da antiga amiga dela com Joe. Sua amiga parecia ter sido curada daquela doença. Mas ao ver que Joe permanecia naquela rotina viciada, solta uma frase que é uma das mais marcantes da obra: ''Você acha que sabe tudo sobre o sexo. O ingrediente secreto para o sexo é o amor...''. E o fim do filme se segue com inúmeras aventuras sexuais da personagem, até que em uma noite ela diz que não conseguia sentir mais sua vagina, e caí no desespero e num choro amargurado nos últimos segundos de filme. Com um final seco, cru, forte e intenso, temos ai o fim do Ninfomaníaca 1. E mais uma vez, outra obra-prima de Von Trier que nunca deverá ser esquecida por ser tecnicamente impecável, e por tocar em feridas nunca dantes tocadas em filme de maneira tão sincera e única. UM FILMAÇO!
Lolita
3.7 823 Assista AgoraMeu texto/crítica sobre o filme Lolita(1997), vulgo um dos filmes mais frustrantes e terríveis que já vi na vida.
Antes de começar essa minha crítica, saibam que sim, eu sei que a intenção desse filme é mostrar o ponto de vista deturpado na mente de um pedófilo(sim, se você ainda não entendeu o filme, o personagem do Jeremy é sim pedófilo). E todo o senso de fábula criado a partir do ponto de vista dele ser romantizado e blablablá; meu problema com esse filme não é ele ser considerado controverso e ''ousado'', e sim por ter sido muito, mas muito mal executado. De uma maneira porca eu diria. Já que temos muitos exemplos de filmes provocativos, controversos e ainda serem bons, como O Porteiro da Noite, por exemplo. Mas vamos ao que interessa.
O filme se inicia logo no meio de uma situação que sabemos que será futura no enrendo(um flashfoward), também utilizado na primeira versão do longa, de 1962. Nesse é diferente pois temos a inserção de uma subtrama do passado de nosso protagonista totalmente desnecessária, boba e, novamente, desnecessariamente expositiva em sua montagem e narração em off. Uma narração em off porca, que só subestima a inteligência do público, que por algum motivo imbecil da cabeça do roteirista e diretor, ninguém deduziria que esse trauma passado pelo protagonista na infância não iria se refletir no comportamento que veríamos a seguir na trama. Mas ok, vamos em frente.
O primeiro plano em que nos apresenta nossa co-protagonista é totalmente exacerbada e sexualizante ao extremo em relação a primeira versão de 62. A interação dos personagens não é nada fluída e ''comprável''. O senso de fábula e romantismo que o diretor implica a partir daí é muito plástico e artificial. Os diálogos são terríveis, e a fotografia, que consiste em se manter num senso de fábula e romantismo até o fim, só nos brinda com sequências horrendas e risíveis, em ideias e tom narrativos. Tudo parece ser parte de uma comédia que não aceita seu absurdismo. Esse filme seria ao menos mediano se eu conseguisse o enxergar como um filme de humor negro. Mas é impossível.
Mas depois da despedida de Dolores, a frustração do protagonista, o reencontro de ambos temos o seguimento do segundo ato, onde nosso protagonista esconde o fato da morte da mãe de Dolores(mas esse segredo que ele esconde de forma nenhuma tem peso na narrativa, é um fato que deveria ter tamanha importância e crescimento quando viesse á tona, e não acontece em momento algum, diferente de como foi implantado na versão de 62); depois de tudo isso temos uma cena que quero destacar aqui que é uma das piores que eu já vi em minha vida. Tanto na quebra de ritmo que ela tenta fazer(que é falha), quanto na forma em como foi feita. Nos é apresentado de forma nebulosa um personagem, o que nos mostraria ser 'rival' do personagem de Jeremy, o qual Dolores aparentemente se apaixona(?).
E o diálogo que o protagonista trava com ele ao conhecê-lo, é realmente uma das piores coisas que já vi num filme. Os planos e a cena tenta criar um aspecto Noir misturado com horror(?), com seguimentos como uma mariposa morrendo eletrocutada e um trovão estrondante a cima do hotel, mas que é bizarramente horrível. A cena é idiota e não funciona de jeito algum.
Como se já não fosse coisas pra me deixar ''emputecido'' com esse filme, a construção contínua da relação do protagonista com Dolores melhora e parece mais fluída em seu texto nesse segundo ato, mas mata a boa moral de quem assiste(e tenha assistido o filme de 62) quando nos apresenta uma cena de sexo oral da menina com o senhor....
Logo após vemos as tentativas do protagonista de esconder a morte da mãe de Dolores se tornando falhas, fazendo o mesmo confessar o fato para ela. A cena toda dessa descoberta é muito bem executada aqui, com trackings shots lentos dos personagens tendo sentimentos minimalistas. Mas, como não era de se esperar, o filme estraga toda esperança de que aquele filme poderia melhorar(mesmo estando na metade já). Temos um súbito corte para uma cena onde ambos estão bem, alegres e brincalhões numa outra viagem de carro. Uma ruptura dramática terrível e nenhum pouco coesa, narrativamente falando.
As cenas de dramatização do segundo pro terceiro ato(todas) são risíveis e toscas, se tornando um pornochanchada horrendo. Até os atores parecem ter entrado num piloto automático que nos dá até dó, uma dó dolorosa pra caralho. E a dramatização exagerada e sem coerência só aumenta. Detalhes da nova 'fuga' de Dolores, e o como isso está abalando nosso protagonista é horrenda e mal-feita. É realmente muito pornochanchada o final do segundo e o terceiro ato. E o final, que não vou dar spoiler, tenta se manter na essência de clímax e texto, em relação ao filme anterior(coisa que funcionava). Aqui, nem um desfecho bom temos.
No fim, temos a pior comédia num filme que nem se aceita como comédia, revestido de pornochanchada, com atuações medianíssimas, um roteiro chulo, e uma direção preguiçosa.
O Hóspede
3.1 487Q NOTA É ESSA????VCS TÃO COMENDO BOSTA???
Sem Fôlego
3.0 76 Assista Agoraq filme detestavel mds
Lolita
3.7 823 Assista Agoraolha a nota disso kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
A Forma da Água
3.9 2,7KAgora vai ser meu texto analisando algumas coisinhas do filme 'A Forma da Água' para provar, pra quem não percebeu ainda ou não aceitou, o quão redondo e genial ele é[e explicar também o por que do nome do filme]. Let's bora [Vai ter SPOILERS];
Além desse filme ter ganhado o Oscar por alguns requisitos já meio batidos(quando esperam de um filme indicado ao Oscar), como: ser um filme de época, ter referências o tempo todo a estrelas de Hollywood dos anos 50 e 60, ter queridinhos atuais da crítica, uma metáfora forte e uma cena musical maravilhosa; é bom sabermos que ele não é apenas essas apontamentos que fiz, e sim muito mais.
Tudo nesse filme foi muito bem pensado de forma coesa e para dar um senso de fábula. A fotografia, trilha sonora, paleta de cores, direção de arte, narrativa, direção, roteiro e personagens. E personagens tenha sido, pra mim, o destaque mais incrível que pouca gente deve ter pego todas as nuances de verdade. Temos uma protagonista muda se apaixonando por uma criatura marinha que também não se comunica por palavras, temos o vilão de Michael Shannon que é incrível, temos o personagem de Richard Jenkins que sempre escondeu sua sexualidade que era tão abominada e facilmente alvo de preconceitos, e o personagem da Octavia Spender, que apesar de parecer a mais bem resolvida em termos de relacionamento, temos um seguimento no terceiro ato que nos dá uma amostra do quão 'encostado' é seu marido de fato.
O filme, apesar de estar tendo uma visibilidade gigantesca(nem só pelo ganho do Oscar), ele é um filme corajoso na forma do como e do quê abordou em sua protagonista. Ter uma súbita cena de masturbação da protagonista no início do filme é uma abordagem de certa forma corajosa demais, mesmo que essa construção toda do papel da sexualidade em forma de fantasia, isso tinha grandes chances de ficar desconexo, desnecessário ou até absurdo, mesmo em meio ao mito que o filme iria estabelecer. Mas tudo, desde os pequenos detalhes é tão perfeito que a gente compra facilmente a ideia e mergulha no estudo maravilhoso da personagem. As cores frias e não tão vibrantes assim dos papeis de parede e dos tapetes da casa nos dá um senso de sentimento total da personagem, que transita entre tentar ser feliz ou se sentir mais solitária. Vemos, só pelo olhar e atuação maravilhosa de Sally Hawkins, o quão ela ainda sonha com um destino melhor. Pelo carinho que ela dá a quem dá atenção a ela, a maneira como ela devaneia em seus pensamentos, quando ela come, quando ela assiste TV. Há um recheio incrível de riquezas de nuances.
E como citei agora há pouco, todos os personagens coadjuvantes apesar de parecerem completos com a vida, são incompletos. E o vilão do filme, interpretado por Michael Shannon, nos mostra isso em uma cena de sexo até meio agressiva com a esposa, onde constantemente ele pede para que ela não fale uma palavra, denotando o desejo(apesar do desprezo) pela personagem principal, que é muda.
Contorno o fato mais uma vez(mesmo que todos já devem ter percebido) da principal ser muda e a criatura não falar, necessitando de uma harmonia visual e de ações do personagem mais íntima e romântica. Pois o amor não há idioma, o idioma é o se conhecer, conhecer o próximo. Coisa que o casal sempre fazia quando se encontravam. Além da cena onírica dela começando a falar e cantando, que é sensacional!
Constantemente no longa vemos cenas da criatura ou passando mal, ou por instantes parecendo ter perdido a 'conexão', a sintonia que o casal tinha em meio a toda jornada de desprezo e ódio la fora daquele fato ter chegado até ali: a criatura ser sequestrada/aquele romance estar acontecendo.
Coisa que a sociedade sempre fez e continua até hoje, represando suas formas de amor por uma concepção tão limitada e barata de verem um dos apaixonados(ou o casal) como criaturas. Ainda mais na época que o filme se passa, o contorno dessa metáfora fica ainda mais forte em meio a todos os elementos que já citei no texto, uma alusão a: relacionamentos gays, interraciais, por serem de nacionalidades diferentes, culturas diferentes, idades diferentes.
E tem um fato que é facilmente entendível apenas na cena final, onde aquelas 3 marcas de possivelmente um arranhado no pescoço da protagonista se transforma em guelras de peixe, para que finalmente ela possa viver num mundo apenas com seu amado. Marcas essas mostradas no início do filme, não nos é mostrado um porquê ou uma história do motivo daquilo existir, assim como não é necessário para a sexualidade.
E por falar no desfecho, temos ai um dos desfechos do único filme do Oscar que chorei de verdade. Por ser uma cena maravilhosamente bem feita, linda, poética e que me fez perceber só ali essa interpretação incrível do título do filme.
Que, assim como a água, o amor não possui forma. Ela simplesmente se adéqua ao 'recipiente' que a tem.
Norte, O Fim da História
4.2 24leva dias
Síndromes e um Século
4.0 46não entendi um caralho
Happy End
3.5 93 Assista AgoraMAN........................Q PORRA FOI ESSA Q EU ASSISTI ASUHASHUASHASUASHUASHUAUSUAS MDS MAN, AQUELE PLOT TWIST VSF
O Ato de Matar
4.3 135melhor documentario q ja assisti
A Babá
3.1 960 Assista AgoraO PIOR LIXO JA CRIADO NO CINEMA VSF
Perigo Próximo
3.4 485 Assista AgoraUM BUCETILHÃO DE VEZES MELHOR Q A MERDA DO A BABA DO NETFLOX
As Garotas da Tragédia
3.0 122beeem fraquinho
Mulher Molhada ao Vento
2.8 17terrivel
A Rede
4.0 34MEU DEUS OQ FOI AKELA CENA FINAL?? VSF Q GENIAL, AQUELA METAFORA É MARAVILHOSA DE GENIAL PUTAQUEPARIUUUUUUUUUU
O Dia Depois
3.5 40 Assista Agoraum dos melhores diretores em atividade!
Roda Gigante
3.3 309show de atuações!!!
A Mesa de Jantar de Noriko
3.8 43[Um texto que fiz da duologia Norikos Dinner Table e Suicide Club, que postei no meu face]~HAVERÁ ALGUNS SPOILERS:
E é com essa inspiração que lá vai mais uma análise. Dessa vez de ''Suicide Club''(2001) e sua continuação: ''A Mesa de Jantar de Noriko''(2005). É uma duologia que não importa muito com qual você irá começar, pois um completa o outro. Mas o A Mesa de Jantar de Noriko mostra acontecimentos externos anteriores aos de Suicide Club. Mas vamos começar pelo primeiro lançado, que também tem um pé maior no ''surrealismo'' onírico do Sion Sono. [Haverá alguns spoilers, mas que não estraga a imersão]
>>>>>Suicide Club(2001):
O Filme se inicia com o suicídio em massa de 54 garotas numa estação de metrô. Todas do mesmo colégio. Mesmo com dezenas de testemunhas desse fato, uma investigação policial se inicia quando inúmeros suicídios e tentativas do mesmo ocorrem por todo Japão, e todos parecem haver uma conexão. Seria uma maldição? O Apocalipse? Uma doença? Ou um clube de suicidas? Mas se todo clube tem um líder, como haveria um num grupo de suicidas?
Todas essas perguntas levantadas pelo interesse e curiosidade que se cria do telespectador, junto com as cenas e diálogos bizarros, se tornam cada vez mais complexas quando uma ''pista'' dessa investigação dos policiais é apenas uma espécie de ''corda'' feita de de pedaços de pele de algumas dessas suicidas.
A fotografia acinzentada e nebulosa nos momentos tensos e assustadores do filme, às vezes transita abruptamente para pequenas participações de tons amarelados, avermelhados e esbranquiçados intensamente para denotar o pouco de esperança que existe, mas está morrendo por todo país após toda essa onda de suicídios bizarros e sem motivos. Não há muitas cenas violentas e sanguinárias, mas as poucas que tem dá um baque em qualquer um imerso na narrativa. Há algumas cenas mostrando um grupo pop(fictício, criada pelo roteiro)de algumas adolescentes, aparentemente meigas, com letras inocentes e banais. Há quem aceite a teoria de que, de alguma forma sobrenatural, a música dessas pequenas cantoras é o estopim para os ouvintes da banda cometerem o suicídio. Não acredito muito nessa teoria devido aos conceitos mais elaborados da continuação, mas as aparições dessa banda são em momentos pontuais e bizarros. O que deixa ainda em aberto a teoria pra quem quiser aceitá-la. E destaque pra inserção de um grupo Punk no começo do terceiro ato do filme, que é simplesmente GENIAL! Agora vamos para a continuação, que é uma trama muito local, mas que expande os conceitos complexos e o universo estabelecido até então pelo Sion Sono.
>>>>>A Mesa de Jantar de Noriko(2005):
Como disse anteriormente, esse filme mostra acontecimentos anteriores, durante e após o início do Suicide Club. Nesse acompanhamos a vida angustiante e monótona da vida de Noriko, uma recruta do clube dos suicidas do filme anterior, mas que por um acontecimento alternativo, acabou não pulando na frente do metrô junto com as outras 54 meninas. E esse filme pra mim consegue ser o cerne de tudo, mesmo sendo uma continuação. Ele amarra pontos que ficaram fora da curva do filme anterior, mas sem quebrar a magia de nos espantar com diferente, inusitado e sem tirar o pé do chão. Acompanhamos não só a vida de Noriko, mas também de sua irmã e de seu pai, se propondo tratar dos questionamentos comuns do que pode nos levar a felicidade e a incomunicabilidade da modernidade. Há pinceladas mais dramáticas e reflexivas nesta obra. Após esse desvio da escolha de Noriko a não participar do suicídio na estação de metrô, o roteiro nos joga numa situação que parece ser pior e mais dolorosa do que é a morte: viver uma vida falsificada(literalmente). Uma garota denominada 'Midnight', supostamente membra do clube dos suicidas, propõe que Noriko vá morar um tempo com os país dela, como uma irmã. Noriko, sem exitar muito, aceita a oferta que parecia tentadora e melhor. Já que sua mãe não parecia ter um pingo de felicidade e orgulho dela e sua irmã. E seu pai só se importava com o trabalho e não dava atenção alguma á família. Era uma família desestruturada demais aos olhos de Noriko. Ao viver com os familiares da 'Midnight', ela se vê posta num grupo com qual se identificava, que a aceitava e a compreendia. Mas mais importante: com quem ela se sentia amada de verdade, e não uma estrutura falsificada que era onde morava. Mas tudo isso caí por terra após Midnight dizer que faz parte de um grupo de pessoas que possuem dois destinos: uma era um final terrível sem volta e o outro era alugar familiares. Pois só assim, Midnight também se sentiria confortável de estar viva e saber que poderia estar sendo amada(mesmo que de ''maneira comprada'').
Noriko emergida naquela vida que Midnight a arrastou, se entrega a todas as ideias desse clube enigmático que Midnight fazia parte. Depois disso temos um dos arcos mais dolorosos e o cerne da história, a angustiante procura do pai de Noriko pela filha, que sumiu sem rastros algum. A angústia e desespero toma parte de sua mente, fazendo-o ler e enxergar a vida que levava: uma vida vazia, compromissada apenas em sua profissão e sem dar alguma atenção á sua esposa e filhas. Tem uma cena em particular que é uma bad fodida: quando ele revê umas fotos que eles tiraram numa viagem de última hora quando estava de férias de seu trabalho, e um quadro que sua esposa fez logo após. Nas fotos, que em sua memória parecia ter sido registros de momentos maravilhosos e felizes, suas filhas não possuíam sorriso algum em seus rostos. Já no quadro, metáfora interna á toda mentira que Noriko tivera que viver, todos os membros da família estavam felizes. O que era mentira, e isso doeu no pai da família ao perceber.
Após toda a busca incessante do pai pela Noriko, ele acaba descobrindo esse grupo de pessoas que fazem suas escolhas de vidas falsas ou do destino único e final. A cena é tensa demais, diálogos pesados e um senso de urgência a esvaziar todos os sentimentos ancorados pelos personagens durante esse tempo e a busca secreta dos personagens em quererem ser aceitos e amados ás suas maneiras, mesmo que de maneiras egoístas. E o final é maravilhosamente poético, com tons de surrealismo alegórico a tudo que se foi construído até em uma cena específica antes dos segundos finais(como em Ata-me, do Almódovar; e Elle, de Paul Verhoeven).
Filosófico, denso, poético, conceitual e catártico!!
''"Todos querem ser champanhe, ninguém quer ser copo. Todos querem ser a flor, ninguém quer ser o vaso. [...] Serei superior. Um coelho, uma suicida, uma assassina, o mal, água transbordando do copo. Serei aquilo que mais ninguém quer ser. Estou farta dos contornos sem vergonha das pessoas que procuram a felicidade. Não querem ser coelhos. Só querem comê-los. Não existe selva assim."'
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista Agoravc ve q o mundo anda bizarro quando as próprias mulheres de grupos e subgrupos andam começando a se odiar agora pela greta gerwig ter falado q woody allen influenciou mt o trampo dela. Sendo q:'' mdssss,comooo?? Uma mulher independente diretora lacradora falar q os filmes de um cara velho pedofilo(pq velho na cabeça delas é ofensa tbm) influenciar a carreira dessa mulheeeer??''
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista Agoraao ver pela ótica que o filme carrega, se possível ''transitar'' no mundo após falecer, o desejo por alguma coisa(ou coisas) é a única coisa que nos mantem seguindo em frente enquanto vivos(tanto no conotativo quanto para frente mesmo no tempo,artificio que o filme brinca no segundo ato). A aceitação de que podemos não existir ali mais, não é uma dor, é uma libertação
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
4.3 5,0K Assista Agorae imaginar q meu cabelo tava identico a da Amélie esses dias
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista Agoraalguém ai entendeu pq das moscas aparecerem diversas vezes?? ctz q são propositais
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraTexto + pequena análise sobre o filme: Ninfomaníaca[apenas a parte 1]. Haverá alguns spoilers, mas não tantos.
Lars Von Trier possuí um conjunto de obras-primas: Melancholia, Anticristo, Dogville, Ondas do Destino, Manderlay, Dançando no Escuro, Os Idiotas, Elemento de um Crime; e, talvez o mais polêmico, Ninfomaníaca, que também não deve ser esquecido.
Talvez essa polêmica toda que citei agora há pouco seja por simplesmente ignorância pura. Ao escutar que os ''destaques'' do filme(que caem fácil na boca do povo)são cenas de sexos meio chocantes por serem quase explícitas, as mesmas já a julgam como simplesmente uma obra ''pornográfica''. O que é no mínimo ridículo, sendo que o maior destaque pra mim aqui tem que ser os diálogos que são geniais. Mas se toda arte precisa de uma realidade e da vida que influencie na construção de uma obra, por quê o sexo(que também faz parte da vida) é tão julgado ao ser usado como artifício pra se contar uma história?? Mas ok, vamos lá para o que interessa.
Ao contrário do que o senso comum em volta pode achar, Ninfomaníaca é uma obra pesada, densa, com inúmeras alegorias e simbolismos a outras formas de arte(quadros, música, literatura, esculturas,etc), matemática, história e até mesmo religiões(Lars Von Trier tem um senso ácido para criticar o cristianismo, e todos argumentos dele são válidos). A trama nos segue com a história de Joe, uma mulher que é encontrada toda machucada num beco por Seligman. O senhor ao querer ajudar, leva a mulher pra sua casa num quarto de hóspedes, onde, após cuidar dos ferimentos e lhe oferecer água e comida, Joe resolve contar boa parte da sua vida até aquele momento que fora encontrada machucada, assim Seligman a entenderia.
A partir daí conferimos segmentos da vida de Joe, desde quando criança, na adolescência, até chegarmos na adulta em que é, nos mostrando a ascensão de sua descoberta sexual e declínio social e pessoal que a consome. Joe revela a Seligman que sempre se achou uma pecadora por descobrir os prazeres carnais desde que era apenas uma criança. O conceito de pecado, cujo o cristianismo mais se utilizou e estilizou, sempre sufocou e reprimiu os desejos de Joe. O que não foi muito diferente durante toda a história da humanidade contra as mulheres, e até mesmo hoje em dia. E esse tipo de crítica é especialmente recorrente em outras obras do diretor também, como em Melancholia e Anticristo.
Joe numa segunda história a Seligman conta que, quando já adolescente, fazia apostas com uma amiga de quem conseguia ter mais relações sexuais dentro de um trem. Parece absurdo, insurgente ridículo, mas segurem essa informação aí. Todas as cenas segue num ritmo dinâmico e com uma trilha sonora que toma conta de todo o clímax e intencionalidade das garotas. Até que no fim dessa história, Joe nos conta que o fim da aposta era dela conseguir fazer sexo com um homem casado no último vagão, que sempre resistia as tentativas de Joe. Até que vemos praticamente a Joe estuprando o senhor, que é muito bizarro a cena.
A narrativa das histórias do passado de Joe continuam, e é revelado até mesmo que fez parte de um ''culto'' de mulheres que tinham um objetivo principal de acabar com a ideia e princípio social do amor fixo. Elas também se encontravam para partilhar suas histórias, como uma espécie de AA. O fato seguinte que foi o estopim pra vida de Joe ter sido aterradora dai pra frente. Na entrada de seu primeiro emprego, ela logo se apaixona pelo seu chefe, e isso afetou imensamente sua vida e até mesmo sua saúde a partir daí. Vemos então o começo da entrada das consequências desse vício sexual que ela tinha, e isso afetava-a como um vício em drogas, em cigarros, bebidas,etc. Tudo aquilo a entristecia, e angustiava-a muito saber que seu vício era aquém a ideia de estar num relacionamento com uma pessoa apenas. Ela sentia o peso das possíveis ''críticas'' que poderiam ser ouvidas futuramente a respeito dela. ''A puta'', ''promíscua'', etc.
Logo em seguida vemos uma das cenas mais marcantes e tensas do primeiro filme, um encontro de família onde vemos uma BRILHANTE E SIMPLESMENTE GENIAL atuação da atriz Uma Thurman como a mãe de Joe, que ao descobrir dessa vida às escuras da filha e também da traição por parte de seu marido, começa-a menosprezar e brigar com ambos durante o jantar, enquanto põe á mesa também todas as vezes e vidas em que sua filha pode ter destruído. E é uma cena teatral e perfeita, com um show de atuação da Uma Thurman e Stacy Martin(a Joe adolescente).
E já perto do fim do terceiro ato do filme tem uma cena que me fez chorar(e muito), e é o que resume a ideia cerne que comentei nesse texto. Que é quando vemos o pai da Joe(que é nos apresentado como o único personagem que a amava de verdade, mesmo que com um amor paterno apenas) estando em um estado crítico de saúde, e Joe ao não saber lidar com a possível perda do pai, resolve se deslocar daquela realidade. Assim como um alcoólatra, um viciado em drogas... E essa cena é muito, mas muito pesada, crua e triste.
E há uma frase muito incrível também perto do final, que é num reencontro não-planejado da antiga amiga dela com Joe. Sua amiga parecia ter sido curada daquela doença. Mas ao ver que Joe permanecia naquela rotina viciada, solta uma frase que é uma das mais marcantes da obra: ''Você acha que sabe tudo sobre o sexo. O ingrediente secreto para o sexo é o amor...''.
E o fim do filme se segue com inúmeras aventuras sexuais da personagem, até que em uma noite ela diz que não conseguia sentir mais sua vagina, e caí no desespero e num choro amargurado nos últimos segundos de filme.
Com um final seco, cru, forte e intenso, temos ai o fim do Ninfomaníaca 1. E mais uma vez, outra obra-prima de Von Trier que nunca deverá ser esquecida por ser tecnicamente impecável, e por tocar em feridas nunca dantes tocadas em filme de maneira tão sincera e única. UM FILMAÇO!
O Cavalo de Turim
4.2 211um dos meus filmes favoritos
Tubarão
3.7 1,2K Assista Agoraquem fez parte da nota desse filme ser baixa comeu bosta,só pode