Acho muito válido este tipo de filme, com mensagens que podem soar utópicas, mas que devem sempre ser incentivadas enquanto nos considerarmos realmente humanos.
Tenho plena noção de seu público-alvo e por isso ignoro algumas jogadas típicas da demografia que hoje em dia não mais me alcançam.
Porém, acho de uma preguiça quase acintosa o artífice final da protagonista ter uma despedida enaltecedora; o objetivo seria dar uma nova vida a Juliet, mas fazer Samantha se sacrificar por isso apenas borra seu futuro. Ao informar que a outra, popular e amada, morreu para lhe salvar, cairá toda a culpa em si, além da natural advinda do conhecimento de ser responsável pela morte de alguém.
Por toda a criação do personagem, basicamente um anjo da morte, acho que um final mais honesto seria no exato momento em que o close frontal é total e ele fala o "I'll Kill Them All".
A partir da cena onde Mariko encena o ritual, é de grilar os olhos.
A atmosfera japonesa ao gênero, com seus ambientes sórdidos, desolados e atmosfera historicamente mitológica para o assunto, torna este um caso de exceção na carreira decepcionante do found footage. Conferida válida.
Tinha 7 anos quando lançou. No ínterim entre esta idade e adolescência, devo-o ter assistido mais de 20 vezes. Entre transmissões televisivas e locações (eu e um amigo, qual costumava dividir posões intermitentes, o assistíamos umas 3 vezes por ano), uma cena que me fascinou e aterrorizou imensamente, foi a de Passo Fundo. Moro a 150km da cidade. E pra mim, um jovem influenciável e ingênuo, era desesperador. Bons tempos. Grande e incompreendido filme. Leiam a crítica do Ebert sobre. Um gênio reconhecendo a genialidade diz tudo.
Wes Anderson não desperdiça um frame. Claro que o filme é muito mais, mas você já encontra análises diversas pra baixo. Deixo minha contribuição em uma cena inédita em impressões de colegas de filmow:
A conversa no telefone entre Bill e Jason, onde 90% dos diretores faria algo comum e sem criatividade, se transforma um entretenimento incrível com o cineasta. O foco está no diálogo, mas os complementos visuais são hilários. Reparem, por exemplo, quando Bill simplesmente dá um toco num guri de uns 6 anos. É bem divertido e simples, como deve ser.
Shyamalan é um gênio maluco. Erra bastante. Vinha errando colossalmente, inclusive. Mas quando o roteiro é seu, as duas antípodas merecem ser vistas. Se dá certo, torna-se um longa memorável. Se dá errado, idem, mas negativamente.
Split, após mais de uma década, é finalmente um novo acerto do cineasta.
Eu fujo de todo material de divulgação. Sou paranoico. O que sabia deste filme é que se tratava de um homem com 23 personalidades interpretado por McAvoy. Só. Então, acreditem ou não, alguns traçados me deram a nítida impressão dele se encaixar no universo de Corpo Fechado, o que é, então, comprovado no final.
"We Are What We Believe". Frase dita dispersamente em certa parte. Split converge entre a psicanálise e o sobrenatural. E é os dois. O Beast, a personalidade desbloqueada, símbolo da liberdade ao restante da horda, em seus movimentos preternaturais e aparentemente imortais, é o artifício para trazer exatamente o que eles - ou ele - ansiavam, o simples reconhecimento. Então, nada mais é do que o trabalho da mente, do desejo e do crer.
E tudo isso joga com Corpo Fechado, como os felizardos de já terem o assistido concordam. O personagem de Samuel L. Jackson, em suas circunstâncias e contexto, é o mesmo de James. E não é caso isolado de psicopatia ou transtornos psicológicos. E Bruce Willis serve justamente para isso - o homem são que é levado a crer em um dom divino dentro de si, também seduzido pela ideia e então com um objetivo centralizado a partir disto - o romantizado heroísmo. O debate aqui é, curiosamente, psicológico e moralista.
Split, entretanto, possui identidade própria - e uma esquizofrênica. Não é uma referência vazia. É um trabalho inspirado de um diretor tão imprevisível quanto suas tramas, confluindo em uma única discussão ampliada por várias possibilidades e gêneros.
Acho que este filme é um grande exemplo da importância da trilha sonora na composição de cena. A história é densa, bem dirigida e sóbria, mas muitos momentos que poderiam ter um teor mais pesado e profundo soam vazias de significado e urgência pela música rebelde e jovial de fundo.
Vi gente defendendo que ela transmite bem o espírito preso e irrefreável dos personagens. De um ou dois, talvez. Mas como uma obra de ficção, prejudica o rendimento final.
Uma dica que dou aos futuros telespectadores deste pequeno grande pedaço de arte, é: reparem na cor - e na palavra - azul. Um detalhe que enriquecerá sua experiência.
A busca pelo símbolo universal para o suprassumo da malevolência - o demônio - serve apenas como metáfora para a decomposição inefavelmente decadente que se encontra a realidade onde residimos.
Por onde ia em sua missão de resgate à humanidade, o padre se convertia, através de seu fanatismo, em um completo vândalo, assim como a brutalidade retratada amiúde por toda a projeção.
Porque, afinal, a maldade está no homem. Não precisamos de figuras místicas para tal.
Um longa aparentemente bobo, até cômico na figura de seu caricato "mutante" protagonista, mas com intenções nobres e relevantes que, apesar de centradas à sociedade Coreana, podem muito bem ser projetadas no Ocidente.
O imediatismo das novas gerações, a busca por identidade, o preconceito, a influência da mídia, a predatória busca por emprego e, principalmente, a inversão de valores morais e princípios, em um retrato repulsivo e crível do egoísmo em busca do sucesso próprio, em negligência ao "resto".
O fato do protagonista ter optado por permanecer um peixe, mesmo com a cura, é um bom exemplo de como, após ser dissociado do comum, do padrão, ele viu um lado até então desconhecido de seus outrora semelhantes, o lado descrito no segundo parágrafo, e assim, preferiu não mais se ver relacionada com tal raça.
Na última cena do filme, a câmera faz uma leve mudança de ângulo para encaixar o busto de Eisenberg no centro do palco onde a banda de Jazz tocava. A cor deste palco? Azul.
Azul, semioticamente, pode ser interpretada como a coloração do sonho, e é isso que o rapaz continuará tendo sobre Vonnie...sonhos.
Após o Verão, a luz, vem o Outono, a época de transição. A época em que ocorre uma "regeneração", preparação para o recomeço. Esse é o Japão visto por Ozu, no início dos anos 60 e pouco antes das tantas revoluções internas que erigiram o país como potência.
Não li nenhum comentário que dissesse isso, então perdoem caso seja redundância, mas "Still Life" é um estilo pictórico e fotográfico que visa representar uma Natureza-morta.
Acho que isso já é o suficiente para correlacionar com o filme.
Já vislumbrei dezena de comentários assim, e agora chegou minha vez: não compreendo esta nota tão desparelha para com a real qualidade do longa.
É presumível que quem chegou ao filme, tenha alguma predileção por cinema asiático, o que dirime que peculiaridades da escola, tais quais as poucas falas, a introspecção e o ritmo lento sejam o fato dessatisfatório.
Pois Harmful Insect se sobressaí tanto no retrato que se adéqua muito bem na sociedade nipônica, como também serve de retrato em panorama global.
Isolamento, inadequação, o real caráter, pernicioso, reprimido pela falsa imagem do consciente. Palavras não são necessárias quando outros elementos: roteiro, direção, trilha sonora e atuações dizem tanto.
Antes Que Eu Vá
3.5 474 Assista AgoraAcho muito válido este tipo de filme, com mensagens que podem soar utópicas, mas que devem sempre ser incentivadas enquanto nos considerarmos realmente humanos.
Tenho plena noção de seu público-alvo e por isso ignoro algumas jogadas típicas da demografia que hoje em dia não mais me alcançam.
Porém, acho de uma preguiça quase acintosa o artífice final da protagonista ter uma despedida enaltecedora; o objetivo seria dar uma nova vida a Juliet, mas fazer Samantha se sacrificar por isso apenas borra seu futuro. Ao informar que a outra, popular e amada, morreu para lhe salvar, cairá toda a culpa em si, além da natural advinda do conhecimento de ser responsável pela morte de alguém.
Vizinhos Nada Secretos
3.1 197 Assista AgoraFilme que vale pra ver gente bonita
John Wick: Um Novo Dia Para Matar
3.9 1,1K Assista AgoraPor toda a criação do personagem, basicamente um anjo da morte, acho que um final mais honesto seria no exato momento em que o close frontal é total e ele fala o "I'll Kill Them All".
Noroi: A Lenda de Kagutaba
3.3 159A partir da cena onde Mariko encena o ritual, é de grilar os olhos.
A atmosfera japonesa ao gênero, com seus ambientes sórdidos, desolados e atmosfera historicamente mitológica para o assunto, torna este um caso de exceção na carreira decepcionante do found footage. Conferida válida.
Sinais
3.5 1,4K Assista AgoraTinha 7 anos quando lançou. No ínterim entre esta idade e adolescência, devo-o ter assistido mais de 20 vezes. Entre transmissões televisivas e locações (eu e um amigo, qual costumava dividir posões intermitentes, o assistíamos umas 3 vezes por ano), uma cena que me fascinou e aterrorizou imensamente, foi a de Passo Fundo. Moro a 150km da cidade. E pra mim, um jovem influenciável e ingênuo, era desesperador. Bons tempos. Grande e incompreendido filme. Leiam a crítica do Ebert sobre. Um gênio reconhecendo a genialidade diz tudo.
Três é Demais
3.8 274 Assista AgoraWes Anderson não desperdiça um frame. Claro que o filme é muito mais, mas você já encontra análises diversas pra baixo. Deixo minha contribuição em uma cena inédita em impressões de colegas de filmow:
A conversa no telefone entre Bill e Jason, onde 90% dos diretores faria algo comum e sem criatividade, se transforma um entretenimento incrível com o cineasta. O foco está no diálogo, mas os complementos visuais são hilários. Reparem, por exemplo, quando Bill simplesmente dá um toco num guri de uns 6 anos. É bem divertido e simples, como deve ser.
Fragmentado
3.9 2,9K Assista AgoraShyamalan é um gênio maluco. Erra bastante. Vinha errando colossalmente, inclusive. Mas quando o roteiro é seu, as duas antípodas merecem ser vistas. Se dá certo, torna-se um longa memorável. Se dá errado, idem, mas negativamente.
Split, após mais de uma década, é finalmente um novo acerto do cineasta.
Eu fujo de todo material de divulgação. Sou paranoico. O que sabia deste filme é que se tratava de um homem com 23 personalidades interpretado por McAvoy. Só. Então, acreditem ou não, alguns traçados me deram a nítida impressão dele se encaixar no universo de Corpo Fechado, o que é, então, comprovado no final.
"We Are What We Believe". Frase dita dispersamente em certa parte. Split converge entre a psicanálise e o sobrenatural. E é os dois. O Beast, a personalidade desbloqueada, símbolo da liberdade ao restante da horda, em seus movimentos preternaturais e aparentemente imortais, é o artifício para trazer exatamente o que eles - ou ele - ansiavam, o simples reconhecimento. Então, nada mais é do que o trabalho da mente, do desejo e do crer.
E tudo isso joga com Corpo Fechado, como os felizardos de já terem o assistido concordam. O personagem de Samuel L. Jackson, em suas circunstâncias e contexto, é o mesmo de James. E não é caso isolado de psicopatia ou transtornos psicológicos. E Bruce Willis serve justamente para isso - o homem são que é levado a crer em um dom divino dentro de si, também seduzido pela ideia e então com um objetivo centralizado a partir disto - o romantizado heroísmo. O debate aqui é, curiosamente, psicológico e moralista.
Split, entretanto, possui identidade própria - e uma esquizofrênica. Não é uma referência vazia. É um trabalho inspirado de um diretor tão imprevisível quanto suas tramas, confluindo em uma única discussão ampliada por várias possibilidades e gêneros.
É, afinal, o cinema.
Godzilla Contra a Ilha Sagrada
3.5 25Época em que o rei dos monstros ainda era vilão. Bem, vale pela mitologia e introdução da icônica Mothra. Mas achei datado demais.
Hausu
3.7 241A cena em que a trilha sonora incorpora o miado do gato entre várias repetições variadas de um mesmo som transcende a música.
Kong: A Ilha da Caveira
3.3 1,2K Assista AgoraMeu Kaiju Addicted interior vibrou com a cena pós-créditos.
The Sunset Limited
3.9 157 Assista AgoraAchei o roteiro irregular, por vezes ilustrado de forma caricata por Samuel. O monólogo final de Jones, entretanto, é exuberante:
"I Long For The Darkness. I Pray For Death."
Hope
4.5 375Por mais que seja um tema doloroso, caso queiram ver mais sobre, recomendo os seguintes longas:
- Don't Cry, Mommy
- Sun Scarred.
Vidas Sem Rumo
3.8 259Acho que este filme é um grande exemplo da importância da trilha sonora na composição de cena. A história é densa, bem dirigida e sóbria, mas muitos momentos que poderiam ter um teor mais pesado e profundo soam vazias de significado e urgência pela música rebelde e jovial de fundo.
Vi gente defendendo que ela transmite bem o espírito preso e irrefreável dos personagens. De um ou dois, talvez. Mas como uma obra de ficção, prejudica o rendimento final.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraUma dica que dou aos futuros telespectadores deste pequeno grande pedaço de arte, é: reparem na cor - e na palavra - azul. Um detalhe que enriquecerá sua experiência.
O Dia da Besta
3.8 189A busca pelo símbolo universal para o suprassumo da malevolência - o demônio - serve apenas como metáfora para a decomposição inefavelmente decadente que se encontra a realidade onde residimos.
Por onde ia em sua missão de resgate à humanidade, o padre se convertia, através de seu fanatismo, em um completo vândalo, assim como a brutalidade retratada amiúde por toda a projeção.
Porque, afinal, a maldade está no homem. Não precisamos de figuras místicas para tal.
Collective Invention
3.6 17Um longa aparentemente bobo, até cômico na figura de seu caricato "mutante" protagonista, mas com intenções nobres e relevantes que, apesar de centradas à sociedade Coreana, podem muito bem ser projetadas no Ocidente.
O imediatismo das novas gerações, a busca por identidade, o preconceito, a influência da mídia, a predatória busca por emprego e, principalmente, a inversão de valores morais e princípios, em um retrato repulsivo e crível do egoísmo em busca do sucesso próprio, em negligência ao "resto".
O fato do protagonista ter optado por permanecer um peixe, mesmo com a cura, é um bom exemplo de como, após ser dissociado do comum, do padrão, ele viu um lado até então desconhecido de seus outrora semelhantes, o lado descrito no segundo parágrafo, e assim, preferiu não mais se ver relacionada com tal raça.
Um Cadáver para Sobreviver
3.5 936 Assista AgoraÉ esquisito, é hilário, é grosseiro, é profundo, é soberbo.
Porém,acima de tudo, é inesquecível.
Café Society
3.3 530 Assista AgoraNa última cena do filme, a câmera faz uma leve mudança de ângulo para encaixar o busto de Eisenberg no centro do palco onde a banda de Jazz tocava. A cor deste palco? Azul.
Azul, semioticamente, pode ser interpretada como a coloração do sonho, e é isso que o rapaz continuará tendo sobre Vonnie...sonhos.
O Lamento
3.9 431 Assista AgoraVocês têm noção que acabaram de assistir uma obra-prima?!
Boi Neon
3.6 459 Assista AgoraE não somos, todos nós, tão sufocados quanto uma boiada, aos estereótipos de gênero impostos inerentemente em nossa vivência na sociedade?!
À Beira da Loucura
3.6 403 Assista AgoraAceite sua loucura, caso contrário, irá enlouquecer.
Fim de Verão
4.2 14Após o Verão, a luz, vem o Outono, a época de transição. A época em que ocorre uma "regeneração", preparação para o recomeço. Esse é o Japão visto por Ozu, no início dos anos 60 e pouco antes das tantas revoluções internas que erigiram o país como potência.
Belíssimo, como costume do gênio que é Ozu.
Em Busca da Vida
3.9 34Não li nenhum comentário que dissesse isso, então perdoem caso seja redundância, mas "Still Life" é um estilo pictórico e fotográfico que visa representar uma Natureza-morta.
Acho que isso já é o suficiente para correlacionar com o filme.
Inseto
3.5 5Já vislumbrei dezena de comentários assim, e agora chegou minha vez: não compreendo esta nota tão desparelha para com a real qualidade do longa.
É presumível que quem chegou ao filme, tenha alguma predileção por cinema asiático, o que dirime que peculiaridades da escola, tais quais as poucas falas, a introspecção e o ritmo lento sejam o fato dessatisfatório.
Pois Harmful Insect se sobressaí tanto no retrato que se adéqua muito bem na sociedade nipônica, como também serve de retrato em panorama global.
Isolamento, inadequação, o real caráter, pernicioso, reprimido pela falsa imagem do consciente. Palavras não são necessárias quando outros elementos: roteiro, direção, trilha sonora e atuações dizem tanto.
Sublime.