Lindo filme com temática espírita e cristã (sim, a Doutrina Espírita também faz parte do Cristianismo). A reconstituição da enorme colônia espiritual ficou excelente, um baita trabalho da equipe técnica ao “reconstruir” toda uma cidade espiritual/tecnológica; a direção de Wagner de Assis, na minha perspectiva, tornou a obra mais didática e menos cansativa, mas falhou na parte final; já o roteiro – simples e cuidadoso – divide opiniões quanto à escrita menos forte. Mesmo que tenha alguns pequenos problemas, “Nosso Lar” (2010) merece ser visto pelas pessoas religiosas ou não.
Um grande clássico do faroeste feijoada brasileiro, “Quelé do Pajeú” (1969) esbanja um charme característico do icônico gênero supracitado, mas vai além do próprio gênero. Vale ressaltar a impressionante entrega do lendário ator Tarcísio Meira, um monstro sagrado da teledramaturgia, que infelizmente faleceu recentemente.
Um bom filme para ser visto sem pressa, visto que pode confundir o espectador pelo excesso de cenas monótonas (recurso que eu achei bem inserido aqui).
Caso a locação tivesse sido outra, arrisco a dizer que eu provavelmente não teria gostado da mesma forma; o mar funcionou bem entre o limiar das cenas mais eróticas e as mais serenas, algo que é muito difícil de ser alcançado. Pra mim, o terceiro “episódio” foi o mais ágil, impactante e imersivo da obra “As Libertinas” (1968), enquanto que os dois primeiros falharam em alguns aspectos narrativos.
Nossa, quantos homens e mulheres lindos e sensuais... fiu, fiu! Todos maravilhosamente naturais assim como as belíssimas estruturas geomorfológicas que compõem a belíssima praia do filme. Amei a representação dos corpos masculinos e femininos; representação esta que passou longe de ser vulgar.
Existe toda uma poderosa mensagem enigmática por trás dessa animação, eu sei que tem, mas não é algo tão simples de perceber, embora seja um filme voltado para todos os públicos. Achei muito maduro até mesmo para o público adolescente, sério mesmo!
O universo das animações é um dos melhores, senão o melhor, dentre todos os gêneros cinematográficos (sim, desenho também é cinema!), porém não recebe o mesmo prestígio em relação aos filmes com “pessoas de carne e osso”. Dito isto, percebi que “9 - A Salvação, lançado em 2009 – coincidência do destino (?) – não teve 10% de aclamação que merecia ter recebido da crítica especializada e do público! Por qual motivo? Eu não sei.
A animação não chega a ser uma das melhores coisas já feitas, tão pouco é ruim; o roteiro seguiu por águas menos profundas, e isto tirou um pouco do brilho do filme; a direção é competente nos momentos-chave; os personagens são carismáticos e tridimensionais (principalmente o “número 7”, que rouba a cena quando está perto do “protagonista”).
O conceito original foi, na minha opinião, o grande acerto dessa animação com pegada ocultista, dark e transcendental. Preciso exaltar, também, o final extremamente impactante e fora do convencional. Caso você esteja lendo essa resenha, você precisa assistir ao filme!
Diferente da maioria da galera intelectual presente aqui no Filmow, eu gostei do filme, achei condizente com a realidade da maior parcela da população brasileira. É um filme besteirol? Sim! É um péssimo filme? Não, está longe de ser de “péssimo gosto”, porém não é mil maravilhas – ele tem problemas no roteiro e no ritmo.
O diretor João Fonseca acertou ao escolher Samantha Schmutz (Tô Ryca) e Edimilson Filho (Cine Holliúdy), dois grandes nomes da comédia brasileira atual. O texto é simples e inteligente, sendo ácido na medida certa; a direção apresenta pequenas falhas, mas nada tão comprometedor; o ritmo do longa não ajuda muito na conclusão do mesmo, pois quebra a espectativa final (na minha visão). O grande acerto foi a maneira simples de falar sobre um assunto pouco retratado nos filmes de comédia nacionais: a fome. Apesar de alguns probleminhas, “Não Vamos Pagar Nada” (2020) continua sendo um bom entretenimento!
Partindo do ponto de vista do diretor Jeferson Dê (“M8 - Quando a Morte Socorre a Vida”), um grande nome do cinema brasileiro atual, o seu novo trabalho tem uma identidade própria; o seu longa-metragem carrega elementos paisagísticos belíssimos, apresentando uma simbologia crítica e universal; é um filme sereno, por apresentar diversos sons agradáveis (ex: pássaros cantando e sinos tocando), embora também seja tempestuoso, pois fala de um dos momentos mais sombrios, tristes e vergonhosos da história do Brasil.
Talvez não seja o filme perfeitinho que algumas pessoas esperavam que fosse, mas certamente era o filme que muita gente, inclusive eu, estava aguardando pra assistir. Devo aplaudir toda a equipe por trás da síntese de “Doutor Gama”, um filme sobre um dos maiores heróis dessas terras chamadas “brasis” (sim, no plural mesmo). Espero que em breve esteja passando na Tela Quente, para que outras pessoas possam assistir e refletir sobre questões sociais do presente.
Gostei da adaptação quase teatral existente dentro do filme; adorei os diálogos dramáticos e rápidos do enredo; e também curti a estética Noir do longa, que em momento algum fica cansativo ou desinteressante.
Vale frisar, também, as ótimas atuações de Stênio Garcia, Lázaro Ramos, Otávio Muller, Débora Falabella e Luiza Tiso (personagens mais recorrentes). O grande problema – talvez seja coisa da minha casa, não sei – diz respeito a tão esperada cena do “Beijo no Asfalto”, que não teve a mesma força poética das duas versões anteriores. No geral, vale a pena conferir.
O filme tem uma boa ambientação de época e fotografia, mas não vai além disso. Uma pena não terem conseguido atores mais competentes para os dois papéis principais, o que resultaria numa obras menos engessada; uma obra mais dinâmica. Nem mesmo a criatura conseguiu despertar a minha atenção.
Servindo como uma espécie de continuação do excelente “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), aqui nesta obra é possível observar um trabalho mais maduro e pesado do brilhante Glauber Rocha, um dos maiores diretores da história do Cinema mundial.
Em termos estéticos, o filme é extremamente bem executado e passeia por vários movimentos do cinema europeu (apesar de ter um DNA próprio); é uma obra atemporal do melhor do Cinema Novo (idealizado por gênios como Nelson Pereira dos Santos e o próprio Glauber), sendo de importância ímpar para o histórico cultural daquela época. Uma verdadeira jóia brasileira perdida entre muitos outros bons filmes tupiniquins. Recomendo fortemente!
Um dos maiores e mais importantes clássicos dos anos 30, o longa “O Homem Invisível” discute questões sociais, políticas, psicológicas, religiosas e científicas... E o faz de maneira exemplar, sem rapidez na condução da narrativa fantabulosa.
Definitivamente, não é o tipo de filme que vai agradar a maioria das pessoas, mas certamente vai ficar martelando na cabeça de todos os que tiveram a oportunidade de vê-lo.
Carregado de personagens bem construídos, com grande destaque para os de carne e osso, o filme é certeiro nas partes dramáticas e assustadores, tornando-se referência muitas décadas depois. Fascinante criatura!
Um trabalho muito poético e filosófico de Paul Wegener, que explora bastante do dúbio existencial tão presente em outras obras daquele período histórico-cultural. A atmosfera do longa é, no mínimo, interessante, os efeitos também são bons para a época, fora que a estória é deveras curiosa, embora seja simples. Destaco o excelente trabalho com sombras, à época uma grande surpresa. Uma obra essencial da brilhante escola do Expressionismo Alemão.
Como o próprio título faz questão de mencionar, o filme é uma poderosa crítica acerca das desigualdades sociais existentes em diversos setores da sociedade brasileira. O diretor Olney São Paulo, o qual eu pouco conhecia, preferiu seguir pelo caminho menos óbvio, menos clichê, apostando em uma narrativa dinâmica e cheia de camadas. No árduo cenário do longa, o protagonismo vira antagonismo e vice versa; não há um vilão característico, muito menos mocinhos bobos, fracos e/ou ingênuos; a pobreza/miséria é a real protagonista e, ao mesmo tempo, a grande antagonista da trágica “peça” do espetáculo da vida; e o pobre homem sertanejo (analfabeto ou não), coitado, é sempre o mais prejudicado pelas desigualdades que estão enraizadas na cultura brasileira. O “Grito da Terra” (1964), um dos grandes expoentes do cinema baiano, continua bastante atual e crítico, mesmo após 5 décadas de seu lançamento. Recomendo fortemente!
Em tempos sombrios como os atuais, onde a humanidade presencia, diariamente, atos de selvageria, negacionismo e o crescimento de grupos políticos autoritários (Extrema Direita, por exemplo), um filme como “V de Vingança” é, no mínimo, um grande tapa na cara daqueles que só assistem tudo e nada fazem para tentar mudar a cruel realidade de tantos outros.
Por trás de todo ditador, há uma nação mergulhada no obscurantismo, mergulhada nos seguintes lemas: “Defender a moral e os bons costumes”, “Deus acima de todos”, “Conservadores contra a ‘ideologia de gênero’ nas escolas”, entre outros.
O filme é muito competente: um roteiro bem amarrado, bons diálogos, cenas de ação bem coreografadas, reviravoltas impressionantes... Além de tudo isto, a obra continua a fazer críticas ácidas contra governos autoritários e suas trágicas consequências no mundo real. Recomendo fortemente!
O que salva o filme são duas ótimas atuações, incluindo a belíssima entrega do amável Anthony Hopkins; outro ponto interessante do longa de aventura é, na minha opinião, a boa execução das muitas cenas de ação, principalmente na parte dos acirrados duelos de espadas. O restante, infelizmente, não tem tanto apelo emocional, embora tenha momentos de drama.
Ter encontrado este filme, nossa, foi uma grata surpresa! Belíssimo drama sobre uma jovem donzela cheia de vitalidade, buscando reconhecimento e independência num mundo dominado por feras masculinas. Um grande clássico da década de 20.
Tinha tudo para ser uma dramédia das boas, porém fracassou em tentar ser inteligente demais, ao abordar vários assuntos polêmicos de forma escrachada demais. O longa, dirigido por David Wain, tem seus momentos, com diálogos rápidos e inteligentes, contudo, pelo menos na minha ótica, exagera na síntese do roteiro, que deixou a desejar nos minutos finais.
Pelo menos é o tipo de filme que ajuda a gente a refletir sobre o isolamento, algo que estamos vivenciando há alguns meses.
Filme polêmico do cineasta David Neves, que eu pouco conheço (uma grande falha minha, confesso), “Fulaninha” (1986) mostra as armadilhas da indústria pornográfica, mas o foco principal é mostrar a louca obsessão em torno de homens velhos imaturos, que buscam satisfação na beleza de garotas muito mais novas.
Misturando elementos das clássicas pornochanchadas com humor ácido, o longa prende a atenção pelo horripilante – ao mesmo tempo ambíguo – vocabulário utilizado pelos machos tóxicos, embora não seja inteiramente focado na boa e velha putaria que o brasileiro tanto ama – só não admite gostar.
Na tentativa de fazer um filme dentro de um outro filme, o diretor comete vários deslizes na apresentação, causando alguns exageros metalinguísticos ao decorrer de todo o seu trabalho. O roteiro tem alguns problemas, a direção não é das melhores, sem falar das pouquíssimas atuações realmente interessantes. Decepcionante em muitos aspectos, interessante em pouquíssimos outros.
Certamente não é o tipo de filme para todos os públicos, e aí pode ser o maior problema dele, embora seja muitíssimo importante para relaxar e refletir sobre a vida e suas singularidades. Eu diria que é uma peça sobre o ser, o existir e o estar presente no tragicômico espetáculo existencial, sujeito às infinitas possibilidades daquilo que muitos chamam de acaso/destino.
Uma obra primorosa, merecedora de muitos elogios, “Minutos Atrás” (Caio Sóh) foge pela tangente quanto ao emprego de velhos – muitas vezes inevitáveis – clichês presentes em alguns longas de comédia dramática feitos no Brasil. Na minha humilde opinião, o excelente trabalho de fotografia proporcionou uma visão mais aprofundada do filme, trazendo a tona uma gama de questionamentos filosóficos que perseguem a humanidade desde muito tempo.
Apesar de todo o belíssimo trabalho poético mesclado com elementos de comédia e drama, o filme falha um pouco no último ato (o mais dramático). Não fosse a verossímil atuação do maravilhoso Vladimir Brichta, o melhor personagem do “teatro existencial”, talvez eu não tivesse gostado tanto da conclusão da obra.
Um dos três clássicos absolutos do diretor Glauber Rocha (“Barravento”, “Terra em Transe” e “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”), um dos mais respeitados cineastas do Brasil (também mundialmente), “Deus e o Diabo na Terra do Sol” é uma belíssima peça “distópica” sobre a constante batalha entre dois extremos de uma mesma vivência. Baita filme do “Cinema Novo”; baita direção do Glauber!
Apelando para altas doses de subversão antropofágica, o primo pobre de “Jurassic Park” (1993) cumpre o seu papel com maestria amadora: ridicularizar a si mesmo!
O mais impressionante de todos os filmes vampirescos dos quais eu tenho conhecimento, “Nosferatu” (1922) brinca com medos profundos do espectador, ao menos foi o que eu senti ao vê-lo, mas também entrega um valiosíssimo significado fincado na realidade, nas mazelas que brotam das trevas como flores cobertas de espinhos. Uma verdadeira obra irretocável do Expressionismo Alemão, que ainda tem uma forte influência no trabalho artístico de vários cineastas mundo afora.
Um bom clássico teen, mesmo apresentando momentos extremamente cafonas e forçados – até para os badalados anos 80, diga-se de passagem. Os jovens atores e atrizes dão um show de toxicidade em seus papéis, entregando boas performances de “aborrecentes”, quase adultos, confinados em um cenário muito predominante nas produções teen que vieram depois. Vale pela nostalgia, pelas críticas ácidas e, especialmente, pelo conjunto da obra.
Chico para Sempre
3.9 5Estou muito animado!
Nosso Lar
3.2 1,4K Assista AgoraLindo filme com temática espírita e cristã (sim, a Doutrina Espírita também faz parte do Cristianismo). A reconstituição da enorme colônia espiritual ficou excelente, um baita trabalho da equipe técnica ao “reconstruir” toda uma cidade espiritual/tecnológica; a direção de Wagner de Assis, na minha perspectiva, tornou a obra mais didática e menos cansativa, mas falhou na parte final; já o roteiro – simples e cuidadoso – divide opiniões quanto à escrita menos forte. Mesmo que tenha alguns pequenos problemas, “Nosso Lar” (2010) merece ser visto pelas pessoas religiosas ou não.
Quelé do Pajeú
3.7 16Um grande clássico do faroeste feijoada brasileiro, “Quelé do Pajeú” (1969) esbanja um charme característico do icônico gênero supracitado, mas vai além do próprio gênero. Vale ressaltar a impressionante entrega do lendário ator Tarcísio Meira, um monstro sagrado da teledramaturgia, que infelizmente faleceu recentemente.
As Libertinas
2.7 5Um bom filme para ser visto sem pressa, visto que pode confundir o espectador pelo excesso de cenas monótonas (recurso que eu achei bem inserido aqui).
Caso a locação tivesse sido outra, arrisco a dizer que eu provavelmente não teria gostado da mesma forma; o mar funcionou bem entre o limiar das cenas mais eróticas e as mais serenas, algo que é muito difícil de ser alcançado. Pra mim, o terceiro “episódio” foi o mais ágil, impactante e imersivo da obra “As Libertinas” (1968), enquanto que os dois primeiros falharam em alguns aspectos narrativos.
Nossa, quantos homens e mulheres lindos e sensuais... fiu, fiu! Todos maravilhosamente naturais assim como as belíssimas estruturas geomorfológicas que compõem a belíssima praia do filme. Amei a representação dos corpos masculinos e femininos; representação esta que passou longe de ser vulgar.
Nota: 7/10 (bom)
9: A Salvação
3.6 699 Assista AgoraExiste toda uma poderosa mensagem enigmática por trás dessa animação, eu sei que tem, mas não é algo tão simples de perceber, embora seja um filme voltado para todos os públicos. Achei muito maduro até mesmo para o público adolescente, sério mesmo!
O universo das animações é um dos melhores, senão o melhor, dentre todos os gêneros cinematográficos (sim, desenho também é cinema!), porém não recebe o mesmo prestígio em relação aos filmes com “pessoas de carne e osso”. Dito isto, percebi que “9 - A Salvação, lançado em 2009 – coincidência do destino (?) – não teve 10% de aclamação que merecia ter recebido da crítica especializada e do público! Por qual motivo? Eu não sei.
A animação não chega a ser uma das melhores coisas já feitas, tão pouco é ruim; o roteiro seguiu por águas menos profundas, e isto tirou um pouco do brilho do filme; a direção é competente nos momentos-chave; os personagens são carismáticos e tridimensionais (principalmente o “número 7”, que rouba a cena quando está perto do “protagonista”).
O conceito original foi, na minha opinião, o grande acerto dessa animação com pegada ocultista, dark e transcendental. Preciso exaltar, também, o final extremamente impactante e fora do convencional. Caso você esteja lendo essa resenha, você precisa assistir ao filme!
Não Vamos Pagar Nada
2.6 88 Assista AgoraDiferente da maioria da galera intelectual presente aqui no Filmow, eu gostei do filme, achei condizente com a realidade da maior parcela da população brasileira. É um filme besteirol? Sim! É um péssimo filme? Não, está longe de ser de “péssimo gosto”, porém não é mil maravilhas – ele tem problemas no roteiro e no ritmo.
O diretor João Fonseca acertou ao escolher Samantha Schmutz (Tô Ryca) e Edimilson Filho (Cine Holliúdy), dois grandes nomes da comédia brasileira atual. O texto é simples e inteligente, sendo ácido na medida certa; a direção apresenta pequenas falhas, mas nada tão comprometedor; o ritmo do longa não ajuda muito na conclusão do mesmo, pois quebra a espectativa final (na minha visão). O grande acerto foi a maneira simples de falar sobre um assunto pouco retratado nos filmes de comédia nacionais: a fome. Apesar de alguns probleminhas, “Não Vamos Pagar Nada” (2020) continua sendo um bom entretenimento!
Doutor Gama
3.6 53 Assista AgoraPartindo do ponto de vista do diretor Jeferson Dê (“M8 - Quando a Morte Socorre a Vida”), um grande nome do cinema brasileiro atual, o seu novo trabalho tem uma identidade própria; o seu longa-metragem carrega elementos paisagísticos belíssimos, apresentando uma simbologia crítica e universal; é um filme sereno, por apresentar diversos sons agradáveis (ex: pássaros cantando e sinos tocando), embora também seja tempestuoso, pois fala de um dos momentos mais sombrios, tristes e vergonhosos da história do Brasil.
Talvez não seja o filme perfeitinho que algumas pessoas esperavam que fosse, mas certamente era o filme que muita gente, inclusive eu, estava aguardando pra assistir. Devo aplaudir toda a equipe por trás da síntese de “Doutor Gama”, um filme sobre um dos maiores heróis dessas terras chamadas “brasis” (sim, no plural mesmo). Espero que em breve esteja passando na Tela Quente, para que outras pessoas possam assistir e refletir sobre questões sociais do presente.
Nota: 8/10 (muito bom)
O Beijo no Asfalto
4.1 94Gostei da adaptação quase teatral existente dentro do filme; adorei os diálogos dramáticos e rápidos do enredo; e também curti a estética Noir do longa, que em momento algum fica cansativo ou desinteressante.
Vale frisar, também, as ótimas atuações de Stênio Garcia, Lázaro Ramos, Otávio Muller, Débora Falabella e Luiza Tiso (personagens mais recorrentes). O grande problema – talvez seja coisa da minha casa, não sei – diz respeito a tão esperada cena do “Beijo no Asfalto”, que não teve a mesma força poética das duas versões anteriores. No geral, vale a pena conferir.
Baita direção do Murilo Benício!
Victor Frankenstein
3.0 423 Assista AgoraO filme tem uma boa ambientação de época e fotografia, mas não vai além disso. Uma pena não terem conseguido atores mais competentes para os dois papéis principais, o que resultaria numa obras menos engessada; uma obra mais dinâmica. Nem mesmo a criatura conseguiu despertar a minha atenção.
Nota: 5/10
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
4.1 134 Assista AgoraServindo como uma espécie de continuação do excelente “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), aqui nesta obra é possível observar um trabalho mais maduro e pesado do brilhante Glauber Rocha, um dos maiores diretores da história do Cinema mundial.
Em termos estéticos, o filme é extremamente bem executado e passeia por vários movimentos do cinema europeu (apesar de ter um DNA próprio); é uma obra atemporal do melhor do Cinema Novo (idealizado por gênios como Nelson Pereira dos Santos e o próprio Glauber), sendo de importância ímpar para o histórico cultural daquela época. Uma verdadeira jóia brasileira perdida entre muitos outros bons filmes tupiniquins. Recomendo fortemente!
Nota: 9.5/10
O Homem Invisível
3.9 156 Assista AgoraUm dos maiores e mais importantes clássicos dos anos 30, o longa “O Homem Invisível” discute questões sociais, políticas, psicológicas, religiosas e científicas... E o faz de maneira exemplar, sem rapidez na condução da narrativa fantabulosa.
Definitivamente, não é o tipo de filme que vai agradar a maioria das pessoas, mas certamente vai ficar martelando na cabeça de todos os que tiveram a oportunidade de vê-lo.
Carregado de personagens bem construídos, com grande destaque para os de carne e osso, o filme é certeiro nas partes dramáticas e assustadores, tornando-se referência muitas décadas depois. Fascinante criatura!
Nota: 8/10
O Estudante de Praga
3.7 12Um trabalho muito poético e filosófico de Paul Wegener, que explora bastante do dúbio existencial tão presente em outras obras daquele período histórico-cultural. A atmosfera do longa é, no mínimo, interessante, os efeitos também são bons para a época, fora que a estória é deveras curiosa, embora seja simples. Destaco o excelente trabalho com sombras, à época uma grande surpresa. Uma obra essencial da brilhante escola do Expressionismo Alemão.
Nota: 8/10
Grito da Terra
3.8 4Como o próprio título faz questão de mencionar, o filme é uma poderosa crítica acerca das desigualdades sociais existentes em diversos setores da sociedade brasileira. O diretor Olney São Paulo, o qual eu pouco conhecia, preferiu seguir pelo caminho menos óbvio, menos clichê, apostando em uma narrativa dinâmica e cheia de camadas. No árduo cenário do longa, o protagonismo vira antagonismo e vice versa; não há um vilão característico, muito menos mocinhos bobos, fracos e/ou ingênuos; a pobreza/miséria é a real protagonista e, ao mesmo tempo, a grande antagonista da trágica “peça” do espetáculo da vida; e o pobre homem sertanejo (analfabeto ou não), coitado, é sempre o mais prejudicado pelas desigualdades que estão enraizadas na cultura brasileira. O “Grito da Terra” (1964), um dos grandes expoentes do cinema baiano, continua bastante atual e crítico, mesmo após 5 décadas de seu lançamento. Recomendo fortemente!
Nota: 8/10
V de Vingança
4.3 3,0K Assista AgoraEm tempos sombrios como os atuais, onde a humanidade presencia, diariamente, atos de selvageria, negacionismo e o crescimento de grupos políticos autoritários (Extrema Direita, por exemplo), um filme como “V de Vingança” é, no mínimo, um grande tapa na cara daqueles que só assistem tudo e nada fazem para tentar mudar a cruel realidade de tantos outros.
Por trás de todo ditador, há uma nação mergulhada no obscurantismo, mergulhada nos seguintes lemas: “Defender a moral e os bons costumes”, “Deus acima de todos”, “Conservadores contra a ‘ideologia de gênero’ nas escolas”, entre outros.
O filme é muito competente: um roteiro bem amarrado, bons diálogos, cenas de ação bem coreografadas, reviravoltas impressionantes... Além de tudo isto, a obra continua a fazer críticas ácidas contra governos autoritários e suas trágicas consequências no mundo real. Recomendo fortemente!
A Máscara do Zorro
3.1 279 Assista AgoraO que salva o filme são duas ótimas atuações, incluindo a belíssima entrega do amável Anthony Hopkins; outro ponto interessante do longa de aventura é, na minha opinião, a boa execução das muitas cenas de ação, principalmente na parte dos acirrados duelos de espadas. O restante, infelizmente, não tem tanto apelo emocional, embora tenha momentos de drama.
Manhandled
3.9 4Ter encontrado este filme, nossa, foi uma grata surpresa! Belíssimo drama sobre uma jovem donzela cheia de vitalidade, buscando reconhecimento e independência num mundo dominado por feras masculinas. Um grande clássico da década de 20.
Nota: 8.0
Viajar é Preciso
2.8 586 Assista AgoraTinha tudo para ser uma dramédia das boas, porém fracassou em tentar ser inteligente demais, ao abordar vários assuntos polêmicos de forma escrachada demais. O longa, dirigido por David Wain, tem seus momentos, com diálogos rápidos e inteligentes, contudo, pelo menos na minha ótica, exagera na síntese do roteiro, que deixou a desejar nos minutos finais.
Pelo menos é o tipo de filme que ajuda a gente a refletir sobre o isolamento, algo que estamos vivenciando há alguns meses.
Fulaninha
3.1 16Filme polêmico do cineasta David Neves, que eu pouco conheço (uma grande falha minha, confesso), “Fulaninha” (1986) mostra as armadilhas da indústria pornográfica, mas o foco principal é mostrar a louca obsessão em torno de homens velhos imaturos, que buscam satisfação na beleza de garotas muito mais novas.
Misturando elementos das clássicas pornochanchadas com humor ácido, o longa prende a atenção pelo horripilante – ao mesmo tempo ambíguo – vocabulário utilizado pelos machos tóxicos, embora não seja inteiramente focado na boa e velha putaria que o brasileiro tanto ama – só não admite gostar.
Na tentativa de fazer um filme dentro de um outro filme, o diretor comete vários deslizes na apresentação, causando alguns exageros metalinguísticos ao decorrer de todo o seu trabalho. O roteiro tem alguns problemas, a direção não é das melhores, sem falar das pouquíssimas atuações realmente interessantes. Decepcionante em muitos aspectos, interessante em pouquíssimos outros.
Minutos Atrás
3.8 26Certamente não é o tipo de filme para todos os públicos, e aí pode ser o maior problema dele, embora seja muitíssimo importante para relaxar e refletir sobre a vida e suas singularidades. Eu diria que é uma peça sobre o ser, o existir e o estar presente no tragicômico espetáculo existencial, sujeito às infinitas possibilidades daquilo que muitos chamam de acaso/destino.
Uma obra primorosa, merecedora de muitos elogios, “Minutos Atrás” (Caio Sóh) foge pela tangente quanto ao emprego de velhos – muitas vezes inevitáveis – clichês presentes em alguns longas de comédia dramática feitos no Brasil. Na minha humilde opinião, o excelente trabalho de fotografia proporcionou uma visão mais aprofundada do filme, trazendo a tona uma gama de questionamentos filosóficos que perseguem a humanidade desde muito tempo.
Apesar de todo o belíssimo trabalho poético mesclado com elementos de comédia e drama, o filme falha um pouco no último ato (o mais dramático). Não fosse a verossímil atuação do maravilhoso Vladimir Brichta, o melhor personagem do “teatro existencial”, talvez eu não tivesse gostado tanto da conclusão da obra.
Recomendo demais!
Deus e o Diabo na Terra do Sol
4.1 429 Assista AgoraUm dos três clássicos absolutos do diretor Glauber Rocha (“Barravento”, “Terra em Transe” e “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”), um dos mais respeitados cineastas do Brasil (também mundialmente), “Deus e o Diabo na Terra do Sol” é uma belíssima peça “distópica” sobre a constante batalha entre dois extremos de uma mesma vivência. Baita filme do “Cinema Novo”; baita direção do Glauber!
“O sertão vai virar mar”
Carnossauro
2.3 66Apelando para altas doses de subversão antropofágica, o primo pobre de “Jurassic Park” (1993) cumpre o seu papel com maestria amadora: ridicularizar a si mesmo!
Nota: 2/10
The VelociPastor
2.8 67 Assista AgoraDá pra assistir depois de uma rotina de 14 horas de trabalho... Há filmes piores!
Nosferatu
4.1 628 Assista AgoraO mais impressionante de todos os filmes vampirescos dos quais eu tenho conhecimento, “Nosferatu” (1922) brinca com medos profundos do espectador, ao menos foi o que eu senti ao vê-lo, mas também entrega um valiosíssimo significado fincado na realidade, nas mazelas que brotam das trevas como flores cobertas de espinhos. Uma verdadeira obra irretocável do Expressionismo Alemão, que ainda tem uma forte influência no trabalho artístico de vários cineastas mundo afora.
Nota: 9.5/10
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista AgoraUm bom clássico teen, mesmo apresentando momentos extremamente cafonas e forçados – até para os badalados anos 80, diga-se de passagem. Os jovens atores e atrizes dão um show de toxicidade em seus papéis, entregando boas performances de “aborrecentes”, quase adultos, confinados em um cenário muito predominante nas produções teen que vieram depois. Vale pela nostalgia, pelas críticas ácidas e, especialmente, pelo conjunto da obra.